Sem pretensão alguma nesta reta final da Série B, o Náutico disputará apenas mais duas partidas para cumprir tabela no campeonato. O foco da equipe já está na próxima temporada, e o diretor de futebol Paulo Henrique Guerra cita ponto importante na hora de pensar nas novas peças para 2015: “temos que ter critério nas contratações”. 

“O orçamento que tivemos para 2014 é basicamente a força de contrato da Arena Pernambuco e dos nossos sócios, além de algumas eventuais parcerias. O cenário que vislumbramos para 2015 é justamente uma parceria que já estamos conversando e o prazo de estimativa para a finalização dessa conversa deve ser nos próximos dias”, garantiu o dirigente. 

Paulo Guerra ainda reforçou o desejo do Timbu em renovar com o técnico Dado Cavalcanti. “O papel de Dado é fundamental nas conversas que estamos tendo, até porque estamos trabalhando para que ele continue como nosso treinador e isso não está longe. Na última conversa que tivemos, avançamos muito na parte orçamentária e deixamos bem claro a ele que vamos ‘vencer 2014’ no sentido de quitar o que está pendente. Pretendemos entrar em 2015 com tudo pago”. O dirigente reforçou o pensamento do Alvirrubro para 2015: “A filosofia é manter o pé no chão e ter critério nas contratações”. 

O técnico Dado Cavalcanti não tem dúvidas para escalar o time do Náutico para enfrentar o Oeste, em Itapólis, nesta terça-feira (18). Entretanto, a escalação não foi divulgada pela imprensa porque, primeiro, o treinador conversará com o elenco. O certo é de que haverá alterações na equipe. Neílson, Renato Chaves, Marinho e Cañete voltam de suspensão, enquanto Vinícius recebeu o terceiro cartão amarelo e é o único desfalque.

“O único motivo de eu não dizer o time é que não conversei com os jogadores ainda. Não cai bem o atleta saber se vai jogar ou não pela imprensa. Como deu para perceber, o treinamento foi dividido e não tive contato com o grupo para dizer a eles quais serão os que vão entrar. À noite, no hotel, vou me reunir com eles”, esclareceu o comandante alvirrubro.

Pelo que foi dito na entrevista coletiva, no CT Wilson Campos, Dado Cavalcanti pode optar por deixar um dos quatro jogadores que voltam de suspensão no banco. Porém, o treinador não comentou sobre quem será esta opção. Neílson e Renato Chaves são os que mais correm risco devido ao bom desempenho de David e William Alves, na vitória sobre o Luverdense. Porém, o lateral direito foi elogiado pelo técnico.

“Neílson já vinha fazendo bons treinamentos. Ele teve a sequência de finalizar dois jogos e foi bem. Por isso, a tendência é o retorno. Se não dos quatro, talvez três desses jogadores. Mas já está definido e nessa reunião com os jogadores, passarei para eles”, disse o comandante alvirrubro.

Cañete foi confirmado pelo treinador que, inclusive, sinalizou a alteração destacando as qualidades do substituto. Enquanto Marinho deve ganhar a vaga de Bruno Furlan ou Crislan. “Perdemos um homem que chuta da entrada da área, mas vamos ganhar um cara que passa, que tem assistência. Muda um pouco as características, mas o formato se mantém”, completou Dado ao falar de Cañete.

O Náutico havia jogado a toalha na Série B e desistido do acesso. Porém, a vitória por 1 a 0 sobre o Luverdense colocou o Náutico a cinco pontos do G4 faltando quatro rodadas para o fim da competição. A missão é complicada, quase impossível. Contudo, o técnico Dado Cavalcanti ainda enxerga uma possibilidade. Porém, é preciso vencer o próximo jogo contra o Oeste, fora de casa.

“Eu passo a acreditar em chances de acesso se a gente vencer o próximo jogo. Se permanecer viável em duas rodadas, podemos acreditar. Mas sei que na terça-feira será uma guerra grande, conheço aquilo lá. Sei como o universo conspira, com aquele vestiário sombrio e o gramado desgraçado. Deixa passar terça para ver o que vai acontecer”, reconheceu o treinador.

Dado ainda lamentou as chances desperdiçadas na vitória por 1 a 0. E alertou que isso não se pode repetir no próximo jogo, independente de acreditar ainda ou não no acesso à Série A. Os atacantes precisarão de mais capricho.

“Poderíamos ter goleado o Luverdense. Tivemos muitas chances. E, em certo momento, fiquei assustado porque poderíamos ter tomado num contra-ataque e não teríamos como reagir. Não pode achar que fará o gol a qualquer momento. Temos de ficar alertas quanto a isso para enfrentar o Oeste”, completou.

Enquanto a maior parte dos que formam o Náutico, divididos entre jogadores, treinador, dirigentes e comissão técnica, já está com o pensamento na próxima temporada, o uruguaio Gaston Filgueira, que fez primeiro jogo como titular no confronto contra o Santa Cruz, garante: “Não posso pensar no futuro porque esse ano ainda não terminou”.

Apesar da sequência sem vitórias que o Timbu amargou na reta final do campeonato, Filgueira segue focado nos jogos que restam para o fim da competição. “Penso primeiro em trabalhar muito durante a semana para, se tiver oportunidade, jogar a próxima partida. Pensar no ano que vem, pra mim, ainda não é prudente”, disparou o jogador. 

“São muitas coisas que ainda motivam a gente. Tenho minha família e os amigos que construí aqui, apesar do pouco tempo. Além do mais, tem muita gente vendo os jogos, muitos empresários, isso é motivador. Eu desejo crescer na profissão, então treino forte para poder entrar em todos os jogos e ter um futuro melhor. Apesar da situação difícil do clube, jogar é sempre motivador”, disse Gaston Filgueira. 

Apesar de evitar falar na próxima temporada, o lateral esquerdo aprova uma provável permanência de Dado Cavalcanti no comando da equipe. “É preciso manter a regularidade do time e isso começa pelo técnico. Se derem confiança e sequência a Dado, tenho certeza que ele vai deixar frutos e bons resultados. Se for mantido o estilo de jogo e os jogadores, em conjunto com treinador e comissão técnica, os resultados voltarão a aparecer”, finalizou o jogador. 

As escalações de Náutico e Santa Cruz – escondidas durante a semana e reveladas momentos antes do Clássico das Emoções-, apontavam um confronto interesse no meio-campo. O técnico Dado Cavalcanti mandou a campo o que tinha de melhor: João Ananias, Paulinho, Vinícius e Cañete. Enquanto Oliveira Canindé, por sua vez, tinha o desfalque de Tony e apostou na criação com: Danilo Pires, Natan, Wescley e Keno. A diferença foi na montagem desse setor e, neste ponto, o treinador alvirrubro levou vantagem. Contudo, não foi o suficiente para a vitória. Ainda assim, o 0 a 0 trouxe mais aspectos positivos ao Alvirrubro do que ao Tricolor.

No 4-4-2, Dado Cavalcanti armou um losango no meio-campo do Timbu (imagem abaixo, do lado esquerdo). João Ananias à frente da defesa, Paulinho e Vinícius próximo ao círculo central e Cañete mais avançado, fazendo as vezes de falso-nove. Com esses três primeiros e ainda contando com o recuo do argentino, o Náutico teve superioridade numérica na zona central do campo. Assim, foi mais eficiente na marcação e também na criação. Embora Paulinho pudesse ter participado mais da partida.

A superioridade do Náutico aconteceu devido à escolha de Oliveira Canindé em armar o Santa Cruz no 4-1-4-1. Com Keno e Danilo Pires muito aberto pelos lados, Natan e Wescley, jogadores mais centralizados, foram facilmente anulados. Por consequência, Léo Gamalho foi pouco municiado na frente. Sem a aproximação dos jogadores de criação para troca de passes, os melhores lances do Tricolor foram em jogadas individuais. Duas delas com Wescley, que poderiam ter resultado em gol.

O Náutico foi melhor em boa parte do clássico. Coincidentemente – ou não -, os momentos de perigo que passou foram nos minutos finais do primeiro e segundo tempo. Mas apesar de ter sido superior, faltou ao Timbu o destaque individual. Cañete fez um jogo regular, assim como Vinícius. Enquanto Paulinho foi abaixo do que apresenta. Coletivamente foram eficientes, mas para superar a defesa coral e Tiago Cardoso precisava de algo a mais. Quem ficou mais próximo de ultrapassar esta barreira foi Marinho, em jogadas de habilidade e velocidade. Mas a finalização não é o forte do atacante.

Ao Santa Cruz, a pressão pelo resultado pesou e atrapalhou. Outra vez o Tricolor do Arruda desperdiçou uma chance de entrar no G4 da Série B. Entretanto,  não se pode aplicar apenas a este fator o mau desempenho do time na Arena Pernambuco. Apesar de sentir a falta de Tony, peça importante no setor ofensivo pelo lado direito, jogadores como Natan e Danilo Pires, que costumam desequilibrar, estiveram longe de mudar o panorama da partida. Assim como Keno, atuando pelo lado esquerdo, não conseguiu puxar os contra-ataques em velocidade.

“Estou muito orgulhoso do trabalho que fiz durante a semana e do que a equipe rendeu no clássico”, disse Dado Cavalcanti, satisfeito com a atuação alvirrubra, apesar do empate em 0 a 0 no Clássico das Emoções deste sábado (8), disputado na Arena Pernambuco.

Apesar de possuir as melhores chances na partida, o Timbu não conseguiu mexer no placar e ficou mesmo no empate. Quanto a isso, o treinador do Náutico retrucou: “Esse é o tipo de jogo que dá pena olhar para a ficha e ver um 0 a 0. Tivemos uma leve vantagem sobre o Santa Cruz, mas deixamos as oportunidades escaparem e infelizmente a vitória não veio”.

Questionado sobre a entrega dos atletas alvirrubros em campo, Dado Cavalcanti revelou como motivou os jogadores durante a semana. “Ambiente de clássico já motiva por si só. Todo jogador quer vencer o seu adversário local. Foi simples para motivar eles. Fomos até melhores em campo. Respeito muito o Santa Cruz, mas fomos superiores. Era um jogo para vencer”, lamentou.

Dado Cavalcanti reforçou que a equipe ainda possui, matematicamente, chances para chegar ao G4, mas preferiu deixar clara a realidade do clube no momento. “Esses sete pontos tem nos acompanhado há muito tempo e matematicamente ainda é possível chegar ao G4, mas sabemos que na prática a coisa muda. Lamentamos não ter entrado com a garra de hoje nos jogos passados. Agora é hora de ter bastante serenidade para acertar nas escolhas para os próximos jogos”, finalizou o mandatário alvirrubro.

Depois de acertar a rescisão com o volante Gilmak, nesta semana, outro atleta está deixando o Náutico. Sem espaço no elenco alvirrubro, o zagueiro Edvânio pediu a rescisão de contrato e não vestirá mais a camisa do Timbu. O jogador conversou com o técnico Dado Cavalcanti antes de tomar a decisão.

“Edvânio veio conversar comigo na semana passada. Como não estava sendo aproveitado e tem outros jogadores na posição dele, disse para conversar com a diretoria e resolver os trâmites contratuais. Foi uma situação normal”, afirmou o treinador alvirrubro.

O zagueiro de 26 anos foi contratado em maio, por indicação do ex-gerente de futebol Lúcio Surubim. Porém, tanto com Sidney Moraes quanto com Dado Cavalcanti, o defensor teve poucas oportunidades na equipe titular. Agora, o elenco atual do Náutico conta com seis jogadores para a zaga: Mario Risso, William Alves, Renato Chaves, Flávio, Diego e Luiz Alberto.

Com algumas dúvidas e também para despistar, o técnico Dado Cavalcanti fez um treinamento diferente nesta quarta-feira (5), no CT Wilson Campos. O time titular, na atividade, teve 14 titulares e indicou as interrogações que o treinador tem para o clássico. As principais são no setor defensivo, mais precisamente na lateral esquerda e na zaga.

No setor esquerdo, a dúvida de Dado Cavalcanti é entre Raí e Gastón Filgueira. O primeiro é titular da vaga, mas não vem agradando e foi substituído pelo uruguaio no segundo tempo do confronto diante do Icasa. Gastón ainda leva vantagem por ser um jogador mais defensivo e, com isso, segurar o lado direito do Santa Cruz, que é uma das principais forças do rival.

Na zaga são três jogadores brigando por duas vagas. Luiz Alberto e William Alves formaram a dupla defensiva no último jogo, mas não foram bem. Renato Chaves, que já chegou a atuar tanto com Luiz Alberto quanto com William Alves, volta de contusão e pode ser testado novamente.

No meio-campo o problema de Dado Cavalcanti é menor. Apesar de ter colocado Guilherme entre os 14 titulares, o setor deve mesmo ter Vinícius e Cañete na criação, além de Paulinho e João Ananias na proteção dos zagueiros. No ataque, Marinho e Crislan seguiram no time. Enquanto Sassá treinou oura vez entre os reservas.

O time titular com 14 jogadores foi formado por: Julio Cesar; Neilson, R. Chaves, L. Alberto, W. Alves, Raí e Gaston; J. Ananias, Paulinho, Vinicius, Guilherme e Cañete; Crislan e Marinho.

A derrota para o Icasa por 3 a 1, no Romeirão, já ficou no passado para o técnico Dado Cavalcanti. Após lamentar o limite técnico que o time atingiu, o comandante alvirrubro foca no clássico contra o Santa Cruz, no próximo sábado (8), na Arena Pernambuco. Para o Timbu, o jogo valerá mais pela rivalidade do que pretensões na Série B, já que não tem mais chances de acesso.

“Temos um jogo muito importante nesta semana e é um clássico. Uma partida diferente para o torcedor. Temos de ter tranquilidade para uma semana como essa. Lógico que se esquece as estatísticas e as camisas falam por si. Mas quem joga não são elas, são os jogadores. Vamos ter uma semana de trabalho para colocar a cabeça no lugar e fazer o melhor para a nossa equipe”, ressaltou Dado Cavalcanti.

Para enfrentar o Santa Cruz, o treinador alvirrubro planeja fazer alterações na equipe. Uma delas é certa: Bruno Furlan, suspenso, que está fora do jogo. As outras o técnico analisará durante a semana, principalmente levando em consideração o lado psicológico.

“Vamos para o clássico com o que temos de melhor. Mas o melhor não significa que são os melhores jogadores tecnicamente. Podem ser escolhidos os que estão melhor psicologicamente, os que ainda desejam algo neste campeonato”, concluiu.