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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve, nesta terça-feira (18), o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O ex-auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve dar explicações sobre a condução da diplomacia brasileira durante a crise de Covid-19. Acompanhe ao vivo:

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O presidente Jair Bolsonaro vai enfrentar, a partir desta terça-feira (18) a fase mais dura até agora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que interroga, nesta semana, dois ex-ministros que saíram do governo sob ataque: Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Eduardo Pazuello (Saúde). Bolsonaro está preocupado com o teor dos dois depoimentos, que podem atingir sua gestão no combate da pandemia de Covid-19.

O primeiro a ser ouvido, hoje, será o ex-chanceler Ernesto Araújo, que deixou o Itamaraty "atirando" no Senado. Demitido em março e abandonado pela articulação política do governo, ele acusou o núcleo do Palácio do Planalto - influenciado por militares e congressistas - de ter perdido "a alma e o ideal". Até aqui, Araújo poupou Bolsonaro e recebeu manifestações de apoio do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente com quem fazia dobradinha na política externa.

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Araújo saiu do governo sob muitas críticas, como Pazuello. Foi acusado de atrapalhar o relacionamento com países-chave, como China e Estados Unidos, por causa de posições ideológicas adotadas ao lidar com temas sensíveis aos dois governos. O ex-chanceler sempre disse, no entanto, que as vacinas hoje disponíveis no Brasil foram negociadas quando ele esteve à frente da diplomacia.

O ex-ministro das Relações Exteriores foi um dos primeiros ícones da ala ideológica e da base conservadora bolsonarista a ser convocado à CPI. Na condição de testemunha, ele não pediu habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal para se manter em silêncio, como fez Pazuello, e traçou sua estratégia de defesa em reuniões com um advogado particular, Rafael Teixeira Martins, sem envolvimento do governo. Em tese, ele teria direito a ser representado pela Advocacia-Geral da União, como fará o ex-titular da Saúde.

"O ex-ministro está preparado, tranquilo e à disposição para prestar os esclarecimentos à CPI, sem nenhum tipo de dificuldade, constrangimento ou óbice. Ele quer contribuir e deixar clara sua participação no processo da pandemia. Não há nada que o implique, ele é uma testemunha, não teve envolvimento no processo decisório", disse Teixeira Martins.

Pazuello, por sua vez, conseguiu aval do Supremo para ficar calado diante de perguntas que possam incriminá-lo. Aliados do governo disseram que a medida é necessária para evitar "abuso de autoridade". O habeas corpus concedido pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski, porém, não dá a Pazuello o direito de permanecer em silêncio quando for questionado sobre Bolsonaro, por exemplo. A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã cloroquina", também acionou o STF pedindo para ficar calada. Ela depõe na quinta-feira.

Governistas tentarão blindar o chanceler, o general e a secretária insistindo nas investigações contra governadores e prefeitos. "Queremos convocar outros gestores. É preciso chegar onde chegou o dinheiro e saber o que foi feito com ele", afirmou Marcos Rogério (DEM-TO), membro da CPI e vice-líder do governo.

Araújo se reencontra com o Senado um mês e meio depois de passar por uma sabatina "infernal", às vésperas de sua demissão. "Nossa expectativa é obter esclarecimentos sobre a postura do Brasil na busca por vacinas e insumos no combate à pandemia. Além disso, há necessidade de esclarecer se o governo recebeu orientação ou teve sugestão da defesa de cloroquina e outras práticas medicamentosas sem nenhum tipo de eficácia científica", disse o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Na lista de perguntas que serão feitas pela CPI estão as orientações passadas a embaixadas para compra de medicamentos como a cloroquina; detalhes da missão oficial para conhecer um spray nasal em Israel; interferência dos filhos do presidente na política externa; e hostilidades em relação à China. "O Ernesto já não prezava pelos cuidados em lidar com os senadores quando era ministro, agora não sei se ele vai segurar a língua", disse o líder da Minoria, Jean-Paul Prates (PT-RN).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Solicitada pela maioria dos membros do Senado no início de fevereiro deste ano, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga ações e omissões no combate à pandemia pelo poder público, tem aquecido o cenário político nacional. Os depoimentos dos ex-ministros Ernesto Araújo e Eduardo Pazuello, considerados os mais aguardados até agora, acontecerão, respectivamente, na próxima terça (18) e quarta-feira (19).

Embora a gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) tenha tentado movimentar a CPI a seu favor, solicitando a ampliação do escopo da investigação para também indagar repasses a estados e municípios, as consequências da apuração já podem ser sentidas no Planalto. A baixa popularidade do presidente, que em maio, de acordo com o Datafolha, alcançou o pior índice de aprovação (24%) desde o início de seu mandato, indica um possível efeito das indagações feitas pelos senadores.

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Para a cientista política Priscilla Lapa, “as CPIs têm levado a muitas mexidas em tabuleiros políticos, principalmente quando elas contribuem para que alguns atores políticos percam credibilidade”. “Neste aspecto, as escolhas do presidente tiveram um impacto para o comportamento dos indivíduos e para a não criação de um comando nacional de combate à pandemia. A cada fala de ministros e outros convocados pela CPI, isso fica mais claro”, continua.

Conheça, a seguir, o perfil dos próximos convocados.

Ernesto Araújo - Relações Exteriores

À frente do ministério das Relações Exteriores de janeiro do ano passado até março de 2021, Ernesto Araújo tem o depoimento marcado para a terça-feira (18), e atende a pedidos de senadores que querem entender a condução da diplomacia durante a pandemia.

Mestre em ciências sociais, Arthur Nogueira destaca a relação do governo com a China como um dos pontos motivadores para a convocação do ex-ministro. “A oitiva de Ernesto Araújo na CPI da Pandemia busca compreender a relação diplomática do Brasil com a China, que além de ser o principal parceiro econômico do Brasil, em especial nas commodities, é de onde vem os insumos para os imunizantes Butanvac e CoronaVac”, explica.

Conhecido por suas frases controversas e por ser próximo ao guru da direita Olavo de Carvalho, Araújo deve prestar esclarecimentos, principalmente, sobre as declarações sinofóbicas feitas no período em que esteve na linha de frente do governo Bolsonaro. Em publicações feitas em seu blog no ano passado, o diplomata chegou a falar em “comunavírus”, sugerindo que a China seria responsável pela pandemia da Covid-19.

Além disso, Ernesto Araújo foi citado em uma matéria da Folha de São Paulo, que nesta segunda-feira (11) publicou telegramas diplomáticos nos quais o ex-ministro negociava com a Índia a compra de remédios para o chamado “tratamento precoce” contra o novo coronavírus. Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) já tivesse alertado para a ineficácia das drogas, Araújo permaneceu à frente da articulação importação de hidroxicloroquina para o Brasil.

Eduardo Pazuello - Ministério da Saúde

O general Eduardo Pazuello assumiu o posto de ministro da Saúde, interinamente, em maio do ano passado, sendo efetivado na função em setembro do mesmo ano, onde permaneceu até março de 2021. Marcado para o início de maio, o depoimento de Pazuello foi adiado no último dia 4, quando o ex-ministro afirmou ter tido contato recente com pessoas que contraíram a Covid-19. Ele deve comparecer ao plenário na quarta-feira (19).

Arthur Nogueira chama atenção para as supostas habilidades logísticas de Pazuello, que teriam sido decisivas para a nomeação à frente do Ministério. “Indicado ao cargo pela sua especialidade em logística, interessa aos senadores a compreensão do atraso na compra das vacinas e medicações para entubação e falta de cilindros de oxigênio”, diz o cientista social, mencionando o colapso do sistema de saúde do Amazonas, em janeiro deste ano.

Além disso, a proximidade entre Bolsonaro e o general também configura um ponto sensível para a CPI. No final de janeiro, embora o Supremo Tribunal Federal (STF) já tivesse aberto um inquérito para apurar a omissão de Eduardo Pazuello no combate à pandemia no estado do Amazonas, o presidente elogiou publicamente a atuação do até então ministro, que, segundo ele, seria “excepcional”, classificando o general como “um excelente gestor”.

Em outubro do ano passado, o ex-ministro também protagonizou uma polêmica ao afirmar que obedecia integralmente as ordens de Jair Bolsonaro. O episódio aconteceu após o presidente desautorizar o ministro, que havia anunciado a intenção de compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Somente em fevereiro deste ano o contrato foi assinado, sendo hoje o imunizante de maior cobertura vacinal no território brasileiro.

Na última quinta-feira (13), a AGU (Advocacia-Geral da União) apresentou um habeas corpus ao STF para que fosse garantido ao ex-ministro Pazuello o direito de se manter em silêncio na CPI da Covid. A devolutiva de Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo, foi a concessão em parte da ordem de habeas corpus, sob a justificativa de que o general já é investigado em um inquérito com relação a sua conduta no Ministério da Saúde durante a crise da falta de oxigênio em Manaus, portanto, possui o direito de não se “autoincriminar”.

Lewandowski afirmou, no entanto, que Pazuello está obrigado a comparecer à CPI como testemunha e a revelar "tudo o que souber ou tiver ciência" sobre "fatos e condutas relativas a terceiros".

‘Capitã Cloroquina’

Na quinta-feira (20) o depoimento de Mayra Pinheiro, conhecida nas redes sociais como “Capitã Cloroquina”, também promete ser decisivo. Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra deverá explicar aos senadores a defesa de medicamentos antivirais durante a crise de oxigênio no Amazonas no início do ano.

Possíveis desfechos jurídicos da CPI

Embora exista um longo caminho pela frente, levando em consideração que uma CPI dura, em média, três meses, a cientista política Priscilla Lapa ressalta as implicações legais da investigação. “Caso seja identificada alguma culpabilidade em relação às responsabilidades do governo, órgãos de controle poderão atuar. As investigações que concedem quebras de sigilos, conduzidas pela Polícia Federal, e o próprio envolvimento do Supremo Tribunal Federal na apuração de fatos são exemplos disso. Tudo vai depender do quão provado fique e da sustentação jurídica dos acontecimentos levantados e apurados pela CPI”, explica.

Ainda segundo Priscilla, a base bolsonarista está em plena articulação. “Nós estamos falando de um governo que tem suas estratégias e está buscando reagir, e apesar de ainda muito entregue ao Centrão para fazer a coordenação dessas estratégias, também conta com um núcleo bolsonarista que faz o patrulhamento das redes sociais, portanto não será uma CPI sem reação, ela será com uma reação à altura do que os fatos venham a revelar”, finaliza.

Na terceira semana de depoimentos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve dois ex-ministros do governo Jair Bolsonaro: Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Eduardo Pazuello (Saúde). Os dois são considerados peças-chave para esclarecer a condução do governo federal no enfrentamento da crise sanitária da Covid-19. 

Agendada para quarta-feira (19), às 9h, a audiência de Pazuello é a mais esperada. Dos quatro ministros que comandaram o Ministério da Saúde durante a pandemia, Pazuello foi o que ficou mais tempo no cargo. O general do Exército e especialista em logística assumiu interinamente o ministério em 16 de maio de 2020, após a saída de Nelson Teich. Ele foi efetivado no cargo em 16 de setembro e exonerado no dia 23 de março de 2021. Estava no comando da pasta quando a Pfizer fez uma oferta de 70 milhões de doses de imunizantes ao Brasil, segundo o presidente regional da empresa na América latina, Carlos Murillo. Em 11 de fevereiro deste ano, durante sessão no Plenário do Senado, Pazuello afirmou que eram somente 6 milhões ofertadas pela Pfizer.

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Em depoimento à CPI na quinta-feira (13), o representante da Pfizer detalhou três ofertas feitas em agosto de 2020 ao governo brasileiro. Todas, segundo ele, ficaram sem resposta. Somente em 19 de março de 2021 foi assinado contrato com a empresa.

No requerimento de convocação de Pazuello, feito pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), este afirma que os depoimentos dos ex-ministros da Saúde são imprescindíveis para elucidar as providências tomadas pela pasta para enfrentar a pandemia. Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Alessandro Viera (Cidadania-SE) também apontam que Pazuello precisa explicar a insistência do governo no chamado “tratamento precoce” e a crise de oxigênio em Manaus (AM).

Mas ainda há incerteza se Pazuello falará aos senadores. Convocado para prestar depoimento na condição de testemunha, é obrigado a dizer a verdade sob o risco de ter sua prisão decretada. Mas, na quinta-feira (13), a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal que o ex-ministro da Saúde possa permanecer calado, sem correr o risco de ser preso. Até a publicação desta matéria, o ministro Ricardo Lewandowski, que ficou responsável por analisar o pedido, ainda não havia proferido uma decisão. 

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), escreveu em sua conta em uma rede social que o depoimento de Pazuello é importante para o aprofundamento da investigação. 

“Esperamos que o Supremo deixe que a CPI continue seus trabalhos e cumpra sua função. Até agora não há prejulgamento de ninguém. Todos os depoentes estão sendo chamados como testemunhas. Até agora, repito, ninguém é investigado”, apontou. 

Em ofício enviado nesta sexta-feira (14) ao ministro Lewandowski, Renan Calheiros afirmou que a eventual concessão de habeas corpus para Pazuello prejudicará os trabalhos de investigação da comissão.

“Negar-se a responder à CPI é esconder do povo brasileiro informações cruciais para compreender o momento histórico, responsabilizar quem tenha cometido irregularidades e evitar que se repitam os erros que levaram à morte de quase meio milhão de brasileiros”, aponta o relator no ofício. 

Vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues aponta que Pazuello já vinha demonstrando pouca disposição de comparecer à comissão, lembrando a alegação de que o ex-ministro havia tido contato com pessoas com Covid-19 para evitar o depoimento na semana passada.

Ernesto Araújo

Marcado para terça-feira (18) às 9h, o depoimento do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo atende a pedidos de senadores que querem que ele explique a condução da diplomacia brasileira durante a pandemia. A relação do Brasil com a China deve ser um dos pontos mais questionados pelos parlamentares da CPI da Pandemia. Segundo o senador Marcos do Val (Podemos-ES), a política externa sob a gestão do ex-chanceler pode ter atrasado a compra de vacinas. 

“É fato público e notório que o senhor Ernesto Henrique Fraga Araújo, durante o período em que foi ministro de Relações Exteriores, executou na política externa o negacionismo de Bolsonaro na pandemia, o que teria feito o Brasil perder um tempo precioso nas negociações por vacinas e insumos para o combate à covid-19”, aponta o senador.

Outro requerimento para ouvir Araújo, exonerado do ministério no fim de março, é assinado por Alessandro Vieira.

Mayra Pinheiro

Está marcado para quinta-feira (20) o depoimento de Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde. Conhecida nas redes sociais como “capitã cloroquina”, Mayra Pinheiro deverá explicar aos senadores a defesa de medicamentos antivirais durante a crise de oxigênio em Manaus (AM) no início do ano. 

A convocação atende a pedidos feitos pelos senadores Alessandro Vieira, Randolfe Rodrigues, Renan Calheiros e Humberto Costa (PT-PE).

Depoimentos anteriores

Os depoimentos tiveram início no dia 4 de maio, com Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde. No dia seguinte, Nelson Teich, sucessor de Mandetta no cargo, compareceu à CPI. Em seguida (dia 6), foi a vez do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A segunda semana foi aberta com o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres (11). Na quarta-feira (12), a CPI ouviu o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da Repúlica, Fabio Wajngarten; e na quinta-feira (13), o representante da Pfizer, Carlos Murillo.

*Da Agência Senado

Na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, teria mobilizado o aparato do Itamaraty para a obtenção de doses de cloroquina. Em março do ano passado, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter comentado publicamente sobre a suposta eficácia do medicamento no combate à Covid-19, o ex-chanceler entrou em contato com a Índia, na intenção de otimizar o envio de mais doses da droga. As informações são da Folha de São Paulo.

Segundo os telegramas diplomáticos obtidos pela Folha, no dia 21 de março do ano passado, Araújo pediu que os diplomatas tentassem "sensibilizar o governo indiano para a urgência da liberação da exportação dos bens encomendados pelas empresas”. Na sequência, em 15 de abril, o ministério das Relações Exteriores pede que a embaixada da Índia faça gestões junto ao governo indiano para liberar uma carga de cloroquina comprada pela empresa Apsen, que seria enviada ao Brasil.

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No final do mesmo mês, em 24 de abril, Araújo articulou o ministério para solicitar apoio de uma farmacêutica brasileira para conseguir importar o sulfato de hidroxicloroquina, e relata que o medicamento seria fornecido para a FURP (Fundação para o Remédio Popular), Fiocruz, LAQFA (Laboratório Químico-Farmacêutico da Aeronáutica) e Laboratório do Exército. Embora a Sociedade Brasileira de Infectologia já tivesse desaconselhado o uso da cloroquina no combate ao novo coronavírus, foram encontradas trocas de mensagens desta natureza até maio de 2020.

Ernesto Araújo pediu demissão do ministério das Relações Exteriores em março deste ano, e é um dos convocados da CPI da Covid, com depoimento marcado para esta quinta-feira (13).

O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo afirmou, numa série de mensagens publicadas neste sábado, dia 1º, que o governo Jair Bolsonaro perdeu a "alma" e o "ideal". A postagem no Twitter é uma crítica direta à articulação política do Palácio do Planalto, sob influência de generais da reserva do Exército e comandada por deputados licenciados. Desde a crise na Esplanada que derrubou o embaixador do Itamaraty e atingiu outros ministros, a Secretaria de Governo é chefiada pela ministra Flávia Arruda (PL), e a Casa Civil, por Luis Eduardo Ramos, desafeto do ex-chanceler.

"Um governo popular, audaz e visionário foi-se transformando numa administração tecnocrática sem alma nem ideal. Penhoraram o coração do povo ao sistema. O projeto de construir uma grande nação minguou no projeto de construir uma base parlamentar", disse o embaixador, atualmente numa função de terceiro escalão no Itamaraty. "Assisti a esse processo com angústia e inconformidade, e fiz o que pude, até onde pude, para preservar a visão original. Nisso estive quase sozinho. Vi confiscarem ao presidente seu sonho, anularem suas convicções, abafarem sua chama. (Não deixei que abafassem a minha)."

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Ícone do conservadorismo ideológico, o ex-chanceler foi demitido do cargo no fim de março, após meses de intensa pressão de diversos setores da sociedade e do próprio governo. Aliados do embaixador sempre atribuíram sua queda a articulações de militares e parlamentares do Centrão, ambos pilares de sustentação política do presidente no Palácio do Planalto. Ele teve apoio apenas de próceres do núcleo ideológico bolsonarista para se manter no cargo, entre eles o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho 03 do presidente, mas não resistiu à pressão.

"Muitos desprezam o sonho do presidente de mudar o Brasil. Eu, ao contrário, sempre acreditei, sempre estive e estarei com ele no seu amor pela liberdade e sua luta para libertar o povo de um sistema opressor. Com o apoio popular estou certo de que ele terá a força necessária para vencer", disse, em mensagem de apoio pessoal a Bolsonaro, que ao mesmo tempo serve como forma de isolar as críticas ao núcleo duro do Palácio do Planalto que assessora o presidente.

O governo vem sofrendo uma série de derrotas políticas no Congresso, com o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia da covid-19, no Senado, que mira na convocação do próprio Araújo e deve investigar sua condução da chancelaria.

O ex-ministro foi criticado por ter colecionado atritos diplomáticos com parceiros estratégicos e, embora negue, os parlamentares atribuem a ele uma certa indisposição de países como China, Índia e Estados Unidos em colaborar prontamente para a obtenção mais célere de vacinas. O então chanceler era visto como um entrave a negócios e colaborações sanitárias.

O ex-ministro sempre se disse alinhado ao pensamento do presidente, como afirmou na última entrevista que deu no cargo, ao Estadão/Broadcast, dias antes de ser demitido. Ele considerava injustas críticas ao desempenho do governo no combate à pandemia e à imagem do País como ameaça global.

Ernesto Araújo afirmou agora que a mudança no governo começou justamente com o recrudescimento da pandemia, em meados de 2020, e disse que o sistema se aproveitou do momento.

"Ao eleger o presidente Bolsonaro, em 2018, o povo brasileiro ganhou a chance de transformar o Brasil, de uma cleptocracia numa verdadeira democracia. Chegamos a avançar. Mas, a partir de meados de 2020, a reação do sistema, cavalgando a pandemia, começou a desmantelar essa esperança", afirmou. "Leilões, privatizações, reformas tributária e administrativa? Se não for combatida a essência do sistema, estas serão reformas 'Gattopardo': mudanças para que tudo permaneça igual. Nenhuma 'articulação política' vai mudar o Brasil. Somente a pressão popular."

Araújo disse, ainda, que o povo deve pedir a Bolsonaro que simplesmente volte a ser o presidente eleito em 2018, "aquele que prometeu derrotar o sistema, o líder de uma transformação histórica e constitucional, o portador de uma missão".

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Menos de um mês depois de sua queda no Ministério das Relações Exteriores, Ernesto Araújo será um dos primeiros alvos dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid. A CPI vai analisar se a atuação do ex-chanceler atrapalhou a compra de vacinas e de insumos necessários para o combate à pandemia do coronavírus e seu pedido de convocação para prestar depoimento já faz parte do pré-roteiro de trabalhos da CPI.

Assim que a convocação for aprovada, Araújo deverá enfrentar um clima bastante adverso na CPI. Um dos principais integrantes da chamada ala ideológica do governo e bastante desgastado pelo seu desempenho, acabou perdendo o posto justamente depois de atacar a senadora Katia Abreu (PP-TO), insinuando que ela teria interesses na discussão sobre a tecnologia 5G. A senadora o chamou de "marginal" e a pressão da Casa fez com que Jair Bolsonaro assinasse sua demissão. Assim, sua volta ao Senado - dessa vez, sem a blindagem do cargo de ministro - deve se transformar em mais um round dessa briga.

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Para se defender das suspeitas da CPI, Araújo usou suas redes sociais e afirmou que sua atuação à frente do Itamaraty "não foi empecilho para nada".

"Pelo contrário. Ajudei a implementar a estratégia traçada pelo Ministério da Saúde, que mantém o Brasil - como já em minha gestão - na posição de 5º país que mais vacina no mundo e um dos únicos com previsão de vacinar toda a população ainda em 2021, tal qual os EUA, Israel e Reino Unido", escreveu o diplomata.

Apesar de todo o atraso e dificuldade do Brasil para comprar vacinas e da lentidão do processo de imunização, Araújo pretende insistir na versão de que o governo trabalhou para garantir a vacinação - embora o próprio Jair Bolsonaro tenha sido crítico à vacina e anunciou que não pretendia tomá-la.

"Nunca houve uma crise de vacinas", alegou na sua postagem. "A política externa que conduzi jamais acarretou problemas à vacinação. O que houve foi a armação de uma falsa narrativa, como parte da tentativa de extinguir a chama transformadora e popular do governo e retirar o MRE desse projeto", acrescentou.

Visto como um dos responsáveis pelo Brasil ter demorado a comprar vacinas, Araújo será fortemente questionado sobre essa situação quando prestar depoimento na CPI. Ele diz que, desde sua saída do Ministério, não chegaram novas doses. "Todos esses 50 milhões de doses foram: a) adquiridos no exterior durante a gestão do General Pazuello no Ministério da Saúde e minha no Ministério de Relações e; ou b) produzidos no Brasil com insumos importados durante as gestões de Pazuello e minha. Desde que deixei o cargo, não chegaram novas vacinas", escreveu.

Na CPI, Araújo também será cobrado se a sua visão ideológica contrária à China emperrou as negociações para o fornecimento de vacinas e de insumos para o Brasil. Mas, de novo, o ex-chanceler minimiza a questão.

"A China já havia liberado a exportação de novos lotes de insumo da AstraZeneca ao Brasil durante minha gestão. Segundo informado pela Fiocruz em 25/3, o primeiro desses carregamentos chegou no próprio dia 25 e os demais chegariam na semana seguinte, para um total de 23 milhões de doses", escreveu Araújo. "Autoridade chinesa informou, em 26/3, que o Brasil era, naquele momento, líder entre 50 países que recebem vacinas e insumos de vacinas produzidos na China. (Já após minha saída do MRE noticiou-se que a China atrasaria o fornecimento de insumos ao Butantã.)", publicou nas suas redes.

Ciente da inconstância dos cargos de liderança nos ministérios do Governo Bolsonaro, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub apoiou o ex-companheiro de gestão, Ernesto Araújo. Após insatisfação do Congresso, o chanceler entregou o Ministério das Relações Exteriores nessa segunda-feira (29).  

Weintraub publicou a imagem de um cavaleiro templário em seu perfil no Twitter e, embora afastado da gestão, disse estar orgulhoso em dividir o "combate" ao lado do ex-gestor do Itamaraty.

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Na sua visão, a passagem de Ernesto serve como exemplo de "postura" e "coragem", mesmo com o colega criticado pela falta de articulação internacional que dificultou a compra de vacinas contra a Covid-19.

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A ordem militar da Idade Média foi criada para defender os peregrinos de Jerusalém, mas ficou conhecida pelas Cruzadas e gerou dúvidas quanto sua idoneidade diante de casos de crimes como estupros e saques.

O presidente Jair Bolsonaro indicou nesta segunda-feira (29) um diplomata da "cozinha" do Palácio do Planalto como novo ministro das Relações Exteriores. O embaixador Carlos Alberto Franco França será o substituto do chanceler Ernesto Araújo, que entregou o cargo após forte pressão dentro e fora do governo e em choque com o Congresso.

Assim como o antecessor, França assume a chancelaria sem ter chefiado previamente nenhum posto no serviço exterior. Ele foi promovido a ministro de primeira-classe, o topo da carreira, já no fim de 2019 e, segundo diplomatas ouvidos pela reportagem, fez quase toda a carreira na área de cerimonial.

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Já no primeiro ano do governo Bolsonaro, foi cedido pelo agora ex-ministro Ernesto Araújo para assumir a chefia do Cerimonial da Presidência da República. Atualmente, era assessor-chefe na Assessoria Especial do Presidente, onde trabalham assessores ligados ao núcleo ideológico apelidado de "gabinete do ódio", como Tércio Arnaud Tomaz e José Matheus Sales Gomes.

No Itamaraty, o novo chanceler é descrito como uma pessoa "executiva" e "discreta" pelos colegas. E que, sobretudo, tem familiaridade com o poder. França trabalhou no Planalto nos governos Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff e Michel Temer, sempre da área do Cerimonial.

Antes de Bolsonaro assumir, ele era adjunto do chefe do Cerimonial de Temer, o embaixador Pompeu Andreucci, atualmente em Madri, Espanha, onde faz defesa sistemática do governo. França assumiu o cargo de chefe em outubro de 2018 e foi mantido por Bolsonaro até o ano passado, quando foi trocado para a Assessoria Especial da Presidência.

Em outros cargos, ele passou pelas embaixadas brasileiras em Washington (Estados Unidos), Assunção (Paraguai) e La Paz (Bolívia), onde se dedicou a estudar temas ligados à energia, uma de suas especialidades. Ele tem livros sobre a exploração do potencial hidrelétrico do Rio Madeira e as relações entre Brasil e Bolívia. Foi chefe da Divisão de Ciência e Tecnologia no Itamaraty, em Brasília.

O novo ministro tem 56 anos e é natural de Goiânia (GO) e tem dois filhos. É formado em Direito e Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB).

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, deixou a gestão Bolsonaro nesta segunda-feira (29). Silva foi indicado pelo presidente e estava no governo desde 2018. "Saio na certeza da missão cumprida", afirma em nota oficial. A exoneração ainda não foi publicada no "Diário Oficial da União". A saída do general é a segunda baixa de Bolsonaro em um só dia, após Ernesto Araújo ter concretizado a deixa do cargo na manhã de hoje.

"Agradeço ao presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao país, como Ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado", continuou o ex-ministro em carta.

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O documento não justifica o motivo da demissão. Os assessores de Azevedo não haviam sido notificados sobre a decisão. Até o momento desta publicação, substitutos para o assento não foram mencionados abertamente.

O general Fernando Azevedo e Silva era integrante da chamada “ala ideológica” do governo desde o início da atual gestão, mas assim como outros membros da equipe Bolsonaro, vinha sofrendo pressão de diferentes alas políticas. O ex-ministro também foi chefe do Estado Maior do Exército e comandante da Brigada Paraquedista antes de ir para a reserva.

 

Após especulações, o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi concretizado com a entrega do cargo nesta segunda-feira (29). Entre os nomes cotados para a substituição de Araújo, está o de Luís Fernando Serra, convidado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para ocupar a pasta. Serra é embaixador do Brasil na França e é considerado uma esperança do retorno do “pragmatismo” no Palácio do Itamaraty, após meses de crise e pressão do Congresso para a desocupação do carro-chefe.

A saída do chanceler deverá ser oficialmente comunicada ainda nesta segunda-feira (29). Caso aceite o convite, o novo diplomata trocaria o posto em Paris pelo assento em Brasília. Estima-se que a sua presença possa estreitar as relações do Brasil com os Estados Unidos e a China. Além do embaixador, foram cogitados o senador e ex-presidente Fernando Collor (PROS-AL), que não teria passado por uma boa avaliação entre os aliados de Bolsonaro.

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São mais fortemente mencionados, também, a embaixadora Maria Nazareth Farani, cônsul em Nova York, o embaixador Nestor Forster e o secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flavio Rocha.

Protagonista entre as indicações, Serra chama atenção pelo seu histórico conflituoso com a imprensa e representantes franceses. No comando da embaixada de Paris, o convidado do presidente tem atuação consistente em rebater críticas da imprensa francesa ao governo Bolsonaro. Desde o início do seu mandato, o líder brasileiro protagonizou atritos com o mandatário da França, Emmanuel Macron.

Em 2019, a tensão foi testemunhada mundialmente, após as discussões sobre o desmatamento na Amazônia. À época, Jair Bolsonaro trocou ofensas com Macron e chegou a falar mal da aparência da primeira-dama francesa, Brigitte Macron.

Luís Fernando Serra se tornou próximo a Bolsonaro quando o presidente ainda era um deputado federal e pré-candidato à presidência. O encontro ocorreu em Seul, capital sul coreana, em fevereiro de 2018.

 

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, informou a assessores próximos que vai deixar o cargo nesta segunda-feira (29). De acordo com o G1, ele já apresentou o pedido ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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Nem o Governo Federal, nem o Itamaraty oficializaram a saída de Ernesto, que desocupa o cargo após ser fritado pelo Congresso, com apoio de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente.

O chanceler foi duramente criticado pela falta de articulação internacional, sobretudo nas negociações envolvendo a compra de insumos e imunizantes contra a Covid-19. Na quarta (24), Ernesto participou de uma audiência no Senado, onde foi atacado pela conduta adotada no enfrentamento da pandemia.

Antes de ser chamado de 'marginal' pela senadora Kátia Abreu (PP-TO), ele já tentava reverter a demissão ao buscar apoio em reuniões fora da agenda com Arthur Lira (PP-AL) e com o próprio presidente Bolsonaro.

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Ao longo de pouco mais de dois anos como chefe diplomata, Ernesto esteve envolvido em uma série de polêmicas. Além dividir com Bolsonaro a opinião sobre o nazismo ser comunista, ele distanciou a relação com a China, parceira fundamental para a economia brasileira, e não se preocupou em parabenizar o presidente norte-americano Joe Biden quando eleito.

A senadora Katia Abreu (PP-TO) chamou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, de "marginal" em uma resposta dura à acusação do chanceler de que a senadora teria defendido interesses da China durante um almoço entre os dois. Kátia disse que Ernesto "insiste em viver à margem da boa diplomacia" e "à margem da verdade dos fatos" e cobrou a demissão do ministro.

"O Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal", escreveu a senadora em nota distribuída à imprensa neste domingo, 28.

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Mais cedo, Ernesto fez uma postagem nas redes sociais sobre o conteúdo de uma conversa reservada com a senadora durante um almoço no Itamaraty, insinuando que ela teria defendido interesses da China, especificamente na questão do mercado de 5G de telefonia.

"Em 4/3 recebi a senadora Kátia Abreu para almoçar no MRE. Conversa cortês. Pouco ou nada falou de vacinas. No final, à mesa, disse: "Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado." Não fiz gesto algum", escreveu Ernesto em sua conta no Twitter neste domingo. "Desconsiderei a sugestão inclusive porque o tema 5G depende do Ministério das Comunicações e do próprio Presidente da República, a quem compete a decisão última na matéria".

Katia considerou uma "violência" resumir o conteúdo da conversa em um tuíte. "É uma violência resumir três horas de um encontro institucional a um tuíte que falta com a verdade. Em um encontro institucional, todo o conteúdo é público. Defendi que os certames licitatórios não podem comportar vetos ou restrições políticas", afirmou a senadora.

A parlamentar disse ter alertado "esse senhor" dos prejuízos que um veto à China na questão 5G poderia dar às nossas exportações, especialmente para o setor do agronegócio. "Defendi também que a questão do desmatamento na Amazônia deve ser profundamente explicada ao mundo no contexto da negociação para evitar mais danos comerciais ao Brasil".

"Se um Chanceler age dessa forma marginal com a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado da República de seu próprio país, com explícita compulsão belicosa, isso prova definitivamente que ele está à margem de qualquer possibilidade de liderar a diplomacia brasileira. Temos de livrar a diplomacia do Brasil de seu desvio marginal", concluí Katia Abreu.

A publicação do Ernesto foi um contra-ataque ao Senado, após parlamentares da Casa cobrarem publicamente sua demissão, e uma tentativa de endossar a narrativa sustentada nos bastidores por aliados do chanceler sobre qual seria o motivo de sua "fritura", a de que, sem ele no governo, o caminho estaria livre para os asiáticos entrarem no mercado brasileiro do 5G.

Há, no entanto, uma avaliação generalizada e vocalizada de que Ernesto é responsável pelo fracasso das negociações internacionais para a compra de vacinas contra a covid-19 e isso é o que tem motivado a pressão recente pela sua saída do cargo. A gestão dele à frente da política externa brasileira está sendo contestada e reprovada não só por parlamentares, mas também por economistas, empresários, militares, governadores, prefeitos e até por diplomatas.

O presidente do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que "a tentativa do ministro Ernesto Araújo de desqualificar a competente senadora Kátia Abreu atinge todo o Senado Federal". A declaração foi publicada no Twitter na noite deste domingo, 28. A manifestação de Pacheco refere-se à acusação feita pelo chanceler brasileiro de que a senadora teria atuado em favor de interesses do 5G da China durante um almoço reservado entre eles no Itamaraty.

Pacheco, que assim como boa parte do Congresso, vem cobrando do governo uma mudança na política externa do País, com a consequente demissão de Ernesto, ressaltou que o episódio protagonizado pelo chefe das Relações Exteriores ocorre "justamente em um momento que estamos buscando unir, somar, pacificar as relações entre os Poderes". "Essa constante desagregação é um grande desserviço ao País", disse.

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Mais cedo, Ernesto fez uma postagem nas redes sociais sobre o conteúdo de uma conversa reservada com a senadora durante um almoço no Itamaraty insinuando que ela teria defendido interesses da China, especificamente na questão do mercado de 5G de telefonia.

"Em 4/3 recebi a senadora Kátia Abreu para almoçar no MRE. Conversa cortês. Pouco ou nada falou de vacinas. No final, à mesa, disse: "Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado." Não fiz gesto algum", escreveu Ernesto em sua conta no Twitter neste domingo. "Desconsiderei a sugestão inclusive porque o tema 5G depende do Ministério das Comunicações e do próprio Presidente da República, a quem compete a decisão última na matéria".

Em seguida, Kátia rebateu o ataque. "O Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal", escreveu a senadora em nota distribuída à imprensa neste domingo, 28.

A senadora também considerou uma "violência" resumir o conteúdo da conversa em um tuíte. "É uma violência resumir três horas de um encontro institucional a um tuíte que falta com a verdade. Em um encontro institucional, todo o conteúdo é público. Defendi que os certames licitatórios não podem comportar vetos ou restrições políticas", afirmou a senadora.

A publicação do Ernesto foi um contra-ataque ao Senado, após parlamentares cobrarem publicamente sua demissão, e uma tentativa de endossar a narrativa sustentada nos bastidores por aliados do chanceler sobre qual seria o motivo de sua "fritura", a de que, sem ele no governo, o caminho estaria livre para os asiáticos entrarem no mercado brasileiro do 5G.

Há, no entanto, uma avaliação generalizada e vocalizada de que Ernesto é responsável pelo fracasso das negociações internacionais para a compra de vacinas contra a covid-19 e isso é o que tem motivado a pressão recente pela sua saída do cargo. A gestão dele à frente da política externa brasileira está sendo contestada e reprovada não só por parlamentares, mas também por economistas, empresários, militares, governadores, prefeitos e até por diplomatas.

Senadores como o presidente do Progressistas, Ciro Nogueira (PI), Weverton (PDT-MA) e Simonte Tebet (MDB-MS) saíram em defesa da colega e do Parlamento neste domingo. Tebet escreveu: "Ernesto e democracia não andam juntos". "Não há opção. Democracia fica. Ernesto tem de sair".

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta quarta-feira (24) que as boas relações do governo com os principais países produtores de vacinas estão trazendo resultados significativos na importação de imunizantes e insumos para o combate à pandemia do coronavírus. Ele negou atrasos nas compras de vacinas e no ritmo de imunização, e também refutou dificuldades de relacionamento com algumas nações. Ernesto Araújo participou de audiência pública da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, onde foi criticado pela posição brasileira de não apoiar a quebra de patentes no enfrentamento da Covid-19.

O chanceler destacou as conversas com Estados Unidos, Reino Unido e Índia, que, segundo ele, resultaram em um portfólio diversificado de imunizantes. Ernesto Araújo acrescentou que mesmo os recentes conflitos com a embaixada da China no Brasil não prejudicaram a aproximação com o parceiro comercial nem a entrega de insumos para as vacinas.

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O ministro salientou que o País é o quinto do mundo em número de vacinados e que é o melhor colocado entre as nações que não são autossuficientes na produção de imunizantes. Ele disse que, apesar da restrição de alguns países para exportar vacinas, o Brasil pretende comprar doses excedentes e comemorou também as perspectivas de produção nacional.

“Eu acho que não há nenhum outro país do mundo, não das nossas proporções, que, partindo de uma base sem produção de vacinas, sem disponibilidade de vacinas, tenha essa diversidade de portfólio e essa perspectiva de ganhar autonomia.”

Deputados governistas elogiaram os benefícios das relações com os países produtores de vacina e afirmaram que problemas no abastecimento dos imunizantes não são exclusivos do Brasil. Já os deputados de oposição reclamaram de decisões do governo sobre a compra de vacinas e do tom otimista do chanceler, que contrastaria com a situação real da crise sanitária.

Patentes

Vários parlamentares questionaram a não adesão do Brasil ao pedido de quebra de patentes para facilitar a produção de vacinas e medicamentos para o tratamento da Covid-19. Ernesto Araújo informou que o governo adotou uma posição intermediária, alinhada à nova direção da Organização Mundial do Comércio (OMC), porque, segundo ele, não haveria garantia de que a quebra de patentes iria resultar em aumento na oferta de imunizantes e insumos.

“Nós fazemos parte dessa tentativa de criar uma coordenação geral, mundial, para produção de vacinas, sem a necessidade de uma quebra generalizada de patentes, que poderia desarticular todo o sistema de propriedade intelectual", explicou. Araújo avalia positivamente o sistema de propriedade intelectual, que possibilitou, em tempo recorde, que várias empresas chegassem com vacinas ao mercado. "Não há indícios de abuso de preços, porque não há monopólio, as empresas todas estão colaborando, então não se vê essa necessidade (de quebrar patentes).”

Atraso na vacinação

Durante a audiência pública, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), evidenciou a marca alcançada de 300 mil mortes em decorrência do coronavírus e o atraso na vacinação no país. Ele também demonstrou preocupação com as consequências sanitárias e econômicas no pós-pandemia.

“Ou nós enfrentamos, de forma adequada, unindo todos os esforços possíveis, na busca da ampliação e universalização da vacinação, acelerando esse processo – que a mim, pessoalmente, ainda parece lento no Brasil – ou nós, além das dramáticas mortes que diariamente nos sensibilizam a todos, nós teremos ainda maiores dificuldades de superar, do ponto de vista econômico, os danos que essa pandemia também nos traz.”

Além dos temas referentes à pandemia do coronavírus, o ministro das Relações Exteriores apontou ações de fortalecimento do Mercosul e as negociações do acordo entre o bloco e a União Europeia, que ainda dependem da análise de questões ambientais. Ele também ressaltou como prioridades da pasta o combate ao crime organizado e a promoção de produtos brasileiros no exterior.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

 

 

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) desmentiu, na noite desta quarta-feira, 10, e chamou de "fake news" uma sequência de publicações feitas pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Twitter, sobre a condução da pandemia no Brasil. Nas mensagens, em inglês, o chanceler repetiu a afirmação feita pelo presidente Jair Bolsonaro de que uma decisão da Corte tirou o poder do governo federal para determinar medidas de enfrentamento à covid-19. O ministro, também em inglês, classificou o comentário como "fake news".

Os comentários de Araújo foram feitos na esteira de uma matéria veiculada na rede americana CNN, que repercutia o "dia mais mortal" da covid-19 no Brasil. Antes da briga virtual dos ministros, em novo recorde, o País registrou 2.349 mortes pela covid-19 em 24 horas, segundo o consórcio de imprensa formado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL.

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"A CNN entende tudo errado sobre Brasil e Covid. Aqui estão os fatos: Após uma decisão da Suprema Corte de abril de 2020, os governadores estaduais - não o presidente - têm, na prática, toda autoridade para estabelecer / administrar todas as medidas de distanciamento social", escreveu Araújo.

Também em inglês, Gilmar Mendes rebateu a informação distorcida pelo chanceler. "A verdade é que o Supremo Tribunal Federal decidiu que as administrações federal, estadual e municipal têm competência para adotar medidas de distanciamento social. Todos os níveis de governo são responsáveis pelo desastre que enfrentamos", afirmou o ministro do STF.

Na manhã desta quinta-feira, 11, dando continuidade ao bate-boca, Araújo fez sua réplica. O chanceler escreveu ao ministro que sua publicação anterior não afirmava que a decisão do STF "literalmente" tinha decidido tirado a autoridade do governo federal, mas sim que "na prática", esse foi o efeito da medida.

"Leia de novo por favor. Eu disse 'após uma decisão da Suprema Corte' que significa 'como consequência de', não 'como literalmente declarado em'. E eu disse 'na prática', indicando o efeito da decisão na vida real. Na prática, os governadores tomaram todas as medidas que desejavam e o governo do Fed paga a conta", comentou.

No início do ano, o Supremo publicou nota, no dia 18 de janeiro, esclarecendo que nunca proibiu o governo federal de estabelecer medidas de combate ao coronavírus. "Na verdade, o Plenário decidiu, no início da pandemia, em 2020, que União, Estados, Distrito Federal e municípios têm competência concorrente na área da saúde pública para realizar ações de mitigação dos impactos do novo coronavírus. Esse entendimento foi reafirmado pelos ministros do STF em diversas ocasiões", diz o texto.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, viajará a Israel no sábado para assinar um acordo que permitirá a realização no Brasil de ensaios clínicos de um spray nasal contra a covid-19 desenvolvido por um instituto israelense, anunciou o presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (4).

Araújo, que chefiará uma delegação de 10 pessoas, "vai ser recebido pelo primeiro-ministro Benajmin Netanayhu (...) E vamos a fazer um acordo para começar a aplicar a terceira frase [de testes] do spray aqui no Brasil", disse o presidente em seu programa semanal no Facebook.

A delegação visitará o Centro Médico Ichilov, que desenvolveu o spray nasal EXO-CD24, descrito por Netanyahu como "milagroso".

Com mais de 260.000 mortes e 10,7 milhões de infecções, o Brasil enfrenta a fase mais mortal da pandemia e um lento processo de vacinação.

O presidente brasileiro, cético quanto à gravidade da pandemia, defendia constantemente o uso de um tratamento precoce com medicamentos sem evidências científicas de eficácia contra a covid-19. Ultimamente ele tem demonstrado entusiasmo pelo spray nasal israelense, na esperança de que a Agência Nacional de Vigilância Santária (Anvisa) aprove seu uso.

"Pode ser aplicado em quem esta em estado grave e não é invasivo, é um spray, eu acredito que a Anvisa dê um parecer favorável a esta terceira fase no Brasil", declarou após conversa telefônica com Netanyahu no mês passado.

O Centro Médico Ichilov anunciou em janeiro que um de seus pesquisadores conduziu um ensaio de Fase 1, a primeira das três fases de ensaios clínicos, com um spray nasal desenvolvido contra sintomas respiratórios relacionados à covid-19.

O pesquisador Nadir Arber relatou que administrou o spray a 30 pacientes em estados moderados a graves, 29 dos quais tiveram alta do hospital três a cinco dias depois. O paciente restante também acabou se recuperando, embora tenha demorado mais.

O centro médico não disse se administrou placebo a um grupo de controle e ainda não publicou suas descobertas em uma revista científica revisada por pares.

"As primeiras noticias são as mais auspiciosas possíveis, tem tudo para dar certo. Então boa sorte para essa equipe, vamos lá para Israel", declarou Bolsonaro nesta quinta-feira.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse nesta sexta-feira, 29, que usaria uma expressão talvez um pouco forte para algo que é uma de suas preocupações em relação à democracia no mundo: o "totalitarismo tecnológico". "Pelo mundo, vemos desafios para a democracia", disse durante o painel "Redefinindo Geopolíticas", que é parte da versão online do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).

Também participaram das discussões a ministra dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação da Espanha, Arancha Gonzalez Laya; e o ministro da Inovação, Ciência e Indústria do Canadá, François-Philippe Champagne.

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De acordo com o chanceler, a questão do totalitarismo não é especificamente uma questão de China contra Estados Unidos ou o contrário. "O que sabemos é que não queremos um controle total. Temos que evitar o controle totalitário", afirmou, acrescentando que não estava comentando sobre países ou empresas específicos.

O presidente do WEF, Borge Brende, perguntou ao ministro sobre a importância do relacionamento do País com os Estados Unidos, principalmente depois da eleição. "Qualquer mudança nos EUA é muito importante para nós, para todo o mundo", respondeu Araújo. "Assim como os EUA, o Brasil também está focado na mudança climática. O principal são os fundamentos e a liberdade", afirmou.

Segundo ele, o Brasil é favorável a alianças que respeitem a democracia e negou que haja algum tipo de rejeição a um país ou outro. "Somos a favor da ideia de alianças e democracia. Não somos contra específicos atores."

O chanceler defendeu a existência de instrumentos, como a Organização Mundial de Comércio (OMC), para criar condições para competir independente de onde os agentes estiverem. "Precisamos de diálogo em várias áreas, como o comércio eletrônico", citou.

O ministro chamou atenção ainda para a importância de os países abrirem suas economias. "O Brasil está abrindo sua economia", destacou, acrescentando que subsídios não fazem parte do jogo.

Na quarta-feira, 27, o chanceler brasileiro foi "fritado" pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que chegou a dizer que a demissão do ministro poderia ocorrer depois da eleição no Congresso, marcada para a próxima segunda-feira, 1º. Mourão deu a declaração momentos antes de participar do fórum, num painel sobre a Amazônia.

Na quinta-feira, 28, o presidente Jair Bolsonaro desautorizou Mourão e disse que, dos 23 ministros sob o seu comando, há expectativa de apenas uma troca no momento. Ele afirmou ainda que tudo o que o governo não precisa neste momento é de "palpiteiro". Araújo vem sendo muito criticado por seu posicionamento aberto contra a China num momento que o Brasil precisa de insumos do país asiático para produzir vacinas contra o novo coronavírus.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, vai tirar cinco dias de férias na próxima semana. O afastamento do ministro será de 18 a 22 de janeiro, período que abrange o dia da posse novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

A posse na Casa Branca está marcada para o dia 20 de janeiro. O despacho das férias de Ernesto Araújo está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (12).

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O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, minimizou a invasão do Congresso norte-americano em Washington por manifestantes favoráveis ao presidente Donald Trump, derrotado nas eleições do ano passado. Em uma série de posts publicados em sua conta no Twitter, o ministro em nenhum momento responsabilizou o aliado Trump, que incitou os violentos protestos que resultaram na morte de quatro pessoas.

Araújo defendeu os militantes, a quem chamou de "cidadãos de bem", que, na avaliação dele, têm direito a questionar o processo eleitoral, e levantou dúvidas sobre a participação de "elementos infiltrados" no protesto.

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"Há que lamentar e condenar a invasão da sede do Congresso ocorrida nos EUA ontem. Há que investigar se houve participação de elementos infiltrados na invasão. Há que deplorar e investigar a morte de quatro pessoas incluindo uma manifestante atingida por um tiro dentro do Congresso", disse.

"Há que parar de chamar 'fascistas' a cidadãos de bem quando se manifestam contra elementos do sistema político ou integrantes das instituições. Deslegitimar o povo na rua e nas redes só serve para manter estruturas de poder não democráticas e seus circuitos de interesse."

Araújo deu respaldo às desconfianças dos manifestantes a respeito da segurança do processo eleitoral. Sem apresentar provas, Trump disse que houve fraude nas eleições dos EUA, realizadas com cédulas impressas de forma presencial e também pelo correio. É o mesmo argumento citado pelo presidente Jair Bolsonaro, que, também sem provas, questiona as urnas eletrônicas no Brasil.

"Há que reconhecer que grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral. Há que distinguir 'processo eleitoral' e 'democracia'. Duvidar da idoneidade de um processo eleitoral NÃO significa rejeitar a democracia", disse.

A todo momento, o ministro evitou condenar com veemência o ato e deixou subentendido que considera a invasão do Congresso um ato democrático. "Nada justifica uma invasão como a ocorrida ontem. Mas ao mesmo tempo nada justifica, numa democracia, o desrespeito ao povo por parte das instituições ou daqueles que as controlam", disse.

"O direito do povo de exigir o bom funcionamento de suas instituições é sagrado. Que os fatos de ontem em Washington não sirvam de pretexto, nos EUA ou em qualquer país, para colocar qualquer instituição acima do escrutínio popular", afirmou.

Sem citar o Brasil, o ministro aproveitou para ligar a manifestação de ontem nos EUA aos protestos de militantes bolsonaristas realizados ao longo do ano passado contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Há que perguntar, a propósito, por que razão a crítica a autoridades do Executivo deve considerar-se algo normal, mas a crítica a integrantes do Legislativo ou do Judiciário é enquadrada como atentado contra a democracia."

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