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A fábrica de guitarras Gibson, cujos instrumentos passaram pelas mãos de John Lennon, Keith Richards, Elvis Presley, Bob Marley e B.B. King, luta para se salvar da falência.

Baseada em Nashville, a empresa americana conta a partir desta segunda-feira (19) com um novo diretor financeiro, Benson Woo, que tentará saldar suas dívidas e mantê-la viva.

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Gibson Brands, que também comercializa sistemas de áudio, trabalha atualmente com um banco de negócios para refinanciar suas dívidas, disse a empresa em um comunicado. Segundo o jornal Nashville Post, a Gibson tem um vencimento de 375 milhões de dólares em agosto.

"Embora os segmentos de 'instrumentos de música' e 'áudio profissional' sejam rentáveis e cresçam, mantêm-se abaixo do nível que tinham há alguns anos", disse em uma nota o presidente da Gibson, Henry Juszkiewicz.

Ele explicou que a empresa apostará em manter produtos de grande potencial de crescimento e eliminará os que não estejam à altura do que se necessita.

Gibson, cujo modelo Les Paul é um dos emblemas da música do século XX, foi fundada em 1894 em Nashville, um santuário do blues, rock e música country.

São incontáveis os astros que tocaram suas cordas, de Jimmy Page e Eric Clapton a Carlos Santana, Duane Allman, Slash e tantos outros.

Em 2016, uma Gibson Dove de Elvis Presley que ele ganhou de presente em 1969 foi leiloada por 334.000 dólares.

Em 2015, um modelo que John Lennon adorava e utilizou para compor canções dos Beatles como "She loves you" e "All my loving", foi vendido por 2,4 milhões de dólares.

O deputado federal Marco Feliciano (PSC) utilizou o seu Facebook para falar mais uma vez sobre a disputa presidencial de 2018. O parlamentar declarou, por meio de um vídeo, que foi lançado o nome de um não-político para ser presidente do país: o apresentador Luciano Huck. “O Brasil não pode ser governado por Luciano Huck. Luciano Huck é o candidato da esquerda, na falência de Lula, com certeza vão tentar dar um jeito de projetá-lo e quem está por trás disso é a rede esgoto”, disse em referência à Rede Globo. 

“Huck recebeu a aprovação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e apesar de Luciano dizer que não é candidato, foi muito sintomática a sua presença no programa do Faustão. Um verdadeiro ato de pré-campanha provocando ira de outros partidos. Só esqueceram de mostrar a foto de Luciano com os seus amigos Eike Batista, Joesley Batista e Aécio Neves, falam em até caros presentinhos”, alfinetou. 

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O deputado declarou que é preciso avisar à população sobre a situação. “Não podemos deixar que um pensamento populista porque uma pessoa que apresenta um programa de televisão é popular, inclusive arruma casas para as pessoas, faz até uma ação social bonita, que influencie a mente do povo brasileiro. Já fomos enganados várias vezes com esse discurso socialista”. 

O parlamentar também falou que é necessário que o conservadorismo seja impresso no Brasil. “Para resgatarmos tudo aquilo que perdermos com estes governos comunistas”. Feliciano ainda reiterou que o pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSC) está sendo “aclamado” por todos os lugares onde passa e apontado pelas pesquisas sempre entre os dois primeiros colocados. 

 

Iniciar um negócio nunca é uma tarefa fácil. Dados do Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontam que a maioria das empresas abertas no Brasil fecha até o segundo ano, enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 60% vão à falência em até cinco anos. 

Para evitar que isso aconteça, os empresários que não têm uma larga experiência na área do empreendedorismo devem estar atentos a pontos importantes. De acordo com José Edson, que é analista do Sebrae Pernambuco, o primeiro passo para quem quer manter a saúde do seu negócio é organizar as contas pessoais pois, segundo o especialista, “se você gasta mais do que ganha, usa muito cheque especial, parcela cartão, você vai levar esse mau costume na sua empresa”. 

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Saber separar bem o dinheiro da empresa e o dinheiro do empresário, segundo José Edson, também é primordial. “O dono é o mesmo, mas tem que ser dois bolsos, um da pessoa física e outro da pessoa jurídica. A retirada de dinheiro para si precisa ser fixa e inclusa no orçamento de despesas da empresa, sem variações se o lucro for maior ou menor no mês”, explica o especialista, que também destacou que o desequilíbrio financeiro é o maior causador de falência. 

O analista do Sebrae-PE também explana que é de extrema importância entender exatamente qual é a situação da empresa e quais objetivos se pretende alcançar para não cometer equívocos que tragam problemas. De acordo com ele, é necessário organizar por escrito todo o dinheiro que entra e sai da conta da empresa, com todos os dados organizados em um plano de negócio. “O plano deve ser baseado no tamanho da empresa e lá você verá o que está pensando através da criação de cenários de projeções futuras que permitirão avaliar se suas ideias são viáveis ou se é preciso mudar de tática”, orienta.  

José Edson lembra ainda que nenhum negócio tem garantia de sucesso, mas que ter um bom planejamento dos próximos passos a tomar minimiza os riscos envolvidos e eleva as chances de sucesso. “O negócio novo é como uma plantinha que a gente tem que regar e ter pé no chão para não tentar tirar frutos antes da hora, matando a planta”. 

A pressa de tentar crescer mais rápido do que podia foi o que levou a empresa criada pelo empreendedor e coordenador pedagógico de 23 anos, Lafaiete Luiz de Oliveira Junior, à falência com menos de um ano de “vida”. Diante do fracasso da primeira tentativa, o jovem empresário precisou reavaliar tudo o que tinha feito para descobrir como recomeçar sem insistir no erro.

Observar a área de atuação profissional de seu pai fez com que Lafaiete, que na época cursava duas graduações e tinha 17 anos, decidisse abrir uma empresa de fabricação, instalação e manutenção de esquadrias de alumínio e PVC em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Segundo ele, o negócio dava “um retorno financeiro interessante”. Maquinário comprado e firmada a parceria entre pai e filho que passaram a trabalhar juntos, a empresa apresentou um rápido crescimento e o aumento da demanda de serviços fez com que o jovem empreendedor decidisse fazer contratações para aumentar a produção, visando a obtenção de mais lucro atendendo a pedidos grandes. E então os problemas tiveram início. 

“O custo de manutenção de três funcionários a mais foi o suficiente para começar a fechar no vermelho, pois ramo de negócio tem um piso salarial alto, dei um passo maior que a perna”, conta o empresário, que sofreu um processo trabalhista após demitir dois dos cinco funcionários que tinha e receber como pena uma multa de R$ 40 mil que o obrigou a decretar falência. “Demiti todos, paguei os direitos, encerrei de forma honesta e fiquei quase três anos pagando tudo, entrei para a estatística do Brasil em que mais da metade das empresas fecha ou decreta falência nos primeiros anos”, conta Lafaiete. 

No momento em que decidiu tentar de novo, a contratação de um software de gestão e a busca de ajuda especializada foram as primeiras mudanças implementadas por ele. “Com a falência eu fiquei muito tempo pensando no que havia dado errado, por um tempo você não quer admitir o fracasso e começa a jogar para outros a responsabilidade, mas quando eu entendi que eu era o único responsável, a minha visão mudou e aí eu pude começar a acertar”, conta o empreendedor, que recomeçou como microempreendedor individual em 2016, voltando ao patamar de pequena empresa no ano passado. 

Após fazer um planejamento através do software de gestão que contratou, Lafaiete percebeu, através de projeções de cenários, que poderia realizar a contratação de dois funcionários sem comprometer as contas da empresa e tem operado assim desde então. Além disso, ele também é cauteloso com o volume de trabalho e pedidos a que atende para não correr riscos desnecessários outra vez pois. "É preciso compreender meu tamanho para quem sabe mais adiante conseguir entregar um bom produto para um demanda grande. Só posso fazer o que dou conta, hoje eu tenho essa mentalidade”.

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A rede de farmácias Big Ben encerrou as atividades em Pernambuco nesta quarta-feira (31). De acordo com o Sindicato dos Farmacêuticos de Pernambuco (Sinfarpe), mais de 1200 profissionais foram demitidos, sendo mais de 200 desses farmacêuticos.

O fechamento da rede já foi sentido no estado do Pará. Cerca de 40 lojas foram fechadas e mais de 200 farmacêuticos desligados no estado paraense.

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A presidenta do Sinfarpe, Veridiana Ribeiro, diz que as notícias chegaram de surpresa. "A empresa foi nos sindicatos dizer que a ideia era demitir ninguém. Iriam fechar algumas lojas e remanejar esses farmacêuticos. Não iam contratar ninguém, mas não iam demitir. Só que de 15 dias para cá começou o 'zumzumzum' e acabou fechando hoje. O sindicato soube hoje que de fato estavam encerrando", ela conta.

O Sinfarpe realizará uma assembleia na próxima segunda-feira (5) às 10h em frente ao Memorial da Medicina de Pernambuco, no bairro do Derby, centro do Recife. O objetivo é juntar os profissionais de farmácia da Big Ben e discutir como proceder. "Temos rescisão, homologação. A empresa diz que vai pagar tudo com algumas condicionantes. Precisamos saber como vai ser isso. Esse processo tem que estar claro, não vamos dar tiro no escuro", complementa Veridiana.

As unidades estão fechadas e um aviso foi colocado na entrada. O texto diz: "A BIG BEN informa que, tendo em vista o deferimento da Recuperação Judicial desta empresa na 2ª Vara de Recuperação Judicial da Comarca de São Paulo, processo nº 1000990-38.2018.8.26.0100, se faz necessário o fechamento provisório desta unidade a fim de efetuar balanço interno do estoque e inventário patrimonial".

O processo de recuperação judicial foi ajuizado no último dia 10 de janeiro pela Brasil Pharma, empresa responsável pela franquia. A Brasil Pharma comanda outras drogarias como Farmaz, Farmácia Sant'Ann e Rosário. O valor da recuperação judicial apresentado pela empresa é de R$ 1,2 bilhão.

Em conversa com o LeiaJá, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) já havia destacado que a falência da Big Ben poderia estar associado com lavagem de dinheiro. É que a rede teria conexão com o Banco BGP, envolvido na Operação Lava Jato. "É difícil acreditar que as farmácias no Recife vivam apenas de venda de remédios. É muita farmácia", avaliou.

Para a presidente do Sinfarpe, o fechamento também foi problema de gerenciamento. "Foram deixando o problema se acumular. É um final triste". 

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A rede de farmácias Big Ben fechou pelo menos 40 lojas em Belém e outras cidades do Estado do Pará. Mais de 200 farmacêuticos, além de outros profissionais, foram demitidos. A estimativa é do Conselho Regional de Farmácia do Pará (CRF-PA).

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O fechamento é resultado do processo de recuperação judicial (medida requerida quando a empresa não tem mais condições de pagar suas dívidas) ajuizado no último dia 10, pela Brasil Pharma, empresa responsável pela franquia. A Brasil Pharma é um grupo brasileiro de varejo farmacêutico, que comanda a gestão de várias redes farmacêuticas pelo país. Dona das drogarias Farmaz, Farmácia Sant’Anna, Rosário e Big Ben, o grupo emprega mais de 4,5 mil pessoas. O valor do pedido de recuperação judicial apresentado pela empresa é de R$ 1,2 bilhão, de acordo com a agência Reuters.

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Há exatamente um ano, o deputado estadual Edilson Silva, do Psol de Recife, fez uma postagem em uma rede social dizendo que a falência da rede Big Ben está ligada à sua relação com o Banco BGP Pontual, investigado na operação Lava Jato, e que a rede era uma “lavanderia em forma de farmácia”.

Em entrevista ao Portal LeiaJá, o deputado contou por que levantou essa possibilidade. “Não é possível que o mercado seja tão grande para a quantidade de farmácias. É uma farmácia da mesma empresa, praticamente, em frente da outra”, disse.

A crise nas lojas da franquia já havia sido notada pelos consumidores, que frequentemente reclamavam da falta de produtos e medicamentos em estoque. O CRF-PA elabora uma nota junto às entidades em defesa do farmacêutico sobre as ações a serem tomadas.

Em Belém, alguns pontos da Big Ben continuam funcionando, ainda que precariamente. O mais famoso e um dos maiores da cidade, localizado no bairro de Batista Campos, área nobre da capital paraense, não abriu nesta terça-feira.

O LeiaJá Pará não consegui contato com os diretores da Big Ben no Estado.

Por João Paulo Jussara.

O Modena Calcio foi excluído da campeonato da Série C da Itália nesta segunda-feira (6) após os jogadores não comparecerem ao jogo contra o Santarcangelo. Essa foi a quarta vez que o time não entrou em campo pelo grupo B.

A decisão foi tomada pelo juiz desportivo da Lega Pro, que administra a divisão, Pasquale Marino, que ainda anulou todas as partidas já disputadas pelo time em seu grupo - que conta com 17 equipes.

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O Modena, que disputou a primeira divisão, pela última vez, entre os anos de 2002 e 2004, está em uma profunda crise financeira, que o deixa próxima da falência. Os problemas se agravaram em 2012, quando o clube mudou de dono, e pioraram ainda mais neste ano.

Por conta do atraso nos pagamentos de salários de jogadores e funcionários, os atletas se organizaram e fizeram greves nas partidas do campeonato. O movimento foi apoiado até pelo presidente da Associação Italiana de Jogadores de Futebol (AIC, na sigla em italiano), Damiano Tommasi.

O cartola chegou a se reunir com os jogadores no dia 3 de novembro para averiguar as condições de trabalho no clube e afirmou que era "justo" uma pausa para tentar entender tudo que estava acontecendo no time.

Da Ansa

O socorro do governo federal ao Rio Grande do Sul esbarra em dois grandes impasses políticos para que o Estado consiga um alívio bilionário para suas finanças. O primeiro deles é a resistência do governador José Ivo Sartori (PMDB) em vender o Banrisul, ativo mais valioso do Estado, contrariando a posição da equipe econômica do governo federal. Há ainda dificuldade nas articulações com a Assembleia Legislativa, comandada pela oposição e que reclama da falta de diálogo com o Executivo gaúcho.

A equipe de Sartori se reuniu ontem para discutir as medidas que precisarão ser tomadas. A intenção é apresentar uma prévia do plano nesta semana ao Tesouro Nacional.

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Depois do Rio de Janeiro, o Rio Grande do Sul é o segundo Estado a tentar aderir ao programa de recuperação fiscal. Enquanto as negociações se arrastam, a situação das contas do governo gaúcho piora com atrasos de salários e pagamento de despesas, num movimento semelhante ao que ocorreu com o Rio. O governo gaúcho conseguiu liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender desde já o pagamento da dívida com a União, mas a avaliação é de que isso é insuficiente para equilibrar as contas.

Ainda há um entrave técnico: o governo gaúcho ainda não reconheceu a maquiagem nas despesas com pessoal. A recuperação fiscal só vale para Estados que ultrapassarem os 70% da Receita Corrente Líquida (RCL) com pessoal e serviço da dívida, mas o Rio Grande do Sul admite, oficialmente, um índice de 57,98%. Interpretações da lei que excluem certos gastos do cálculo contribuem para esconder o elevado comprometimento das contas com pagamento de pessoal.

Para tornar viável a venda das empresas estatais, os deputados estaduais precisam aprovar uma mudança na Constituição gaúcha, que exige a realização de plebiscito em caso de venda de empresas estatais. O governo Sartori tentou no ano passado derrubar esse trecho, mas não obteve apoio suficiente. A estratégia é reapresentar a proposta de emenda constitucional e buscar convencer os parlamentares. O presidente da Assembleia gaúcha, deputado Edegar Pretto (PT), duvida que isso seja possível. "O governador não tem base suficiente, isso é jogo de cena", afirma.

Privatizações

Sem destravar a venda de ativos, a União não tem como levar adiante as negociações com o Rio Grande do Sul. A lei que cria o RRF exige as privatizações para que o Estado em recuperação consiga quitar suas dívidas, e isso inclui todas as empresas, até que haja dinheiro suficiente para honrar todos os débitos, ressaltou um integrante da equipe econômica. Segundo a fonte, o governo não pode nem mesmo sentar à mesa para negociar sem a exigência das privatizações.

O Rio Grande do Sul quer escolher a dedo quais de suas empresas estatais serão repassadas à iniciativa privada para gerar receitas. A lei que criou o RRF diz que serão privatizadas companhias dos setores financeiro, energético e de saneamento. Mas o governo gaúcho fala apenas em vender a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Sulgás. "O Banrisul não existe essa possibilidade (de ser vendido), equipe econômica já sabe disso", afirma o secretário de Fazenda gaúcho, Giovani Feltes.

Em meio ao impasse, a situação financeira do Estado tem se agravado. No início de setembro, foi depositada a menor parcela inicial já paga aos servidores e pensionistas: R$ 350. Os gaúchos também têm uma das situações mais alarmantes na Previdência: 57,8% do quadro do funcionalismo estadual é inativo ou pensionista, e apenas 42,2% está em atividade. O rombo com o pagamento de benefícios deve chegar a R$ 9,5 bilhões neste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Divergências sobre o tratamento das dívidas com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pendências nas negociações com grupos detentores de títulos internacionais ("bondholders") levaram a Oi a pedir à Justiça do Rio o adiamento de sua assembleia geral de credores do dia 9 para 23 de outubro.

Protagonista da maior recuperação judicial do País, em que está em jogo uma dívida de cerca de R$ 65 bilhões, a operadora de telefonia não consegue chegar a um acordo com os credores. Diante do impasse, o governo afirma que cresce a hipótese de uma intervenção na tele.

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"O governo não quer a intervenção (na Oi), mas se prepara para isso. À medida que o tempo passa, aumenta a expectativa de uma intervenção, infelizmente", disse ontem o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Gilberto Kassab. "A dívida continua e os compromissos precisam ser cumpridos. Se não colocar dinheiro, não tem solução", completou.

A decisão de adiar a assembleia foi tomada por unanimidade em reunião do conselho de administração da companhia, no início da tarde de ontem. A segunda convocação iria para 27 de novembro. No fim do dia, o pedido foi protocolado na 7ª Vara Empresarial do Rio e agora depende de uma aprovação do juiz Fernando Viana, que acompanha o caso.

Tempo

A ideia é ganhar tempo. Caso a prorrogação seja aceita, a Oi poderá apresentar um novo plano de recuperação até 6 de outubro (dez dias úteis antes da assembleia).

Caso o magistrado negue o pedido, a assembleia de 9 de outubro continuará de pé e restará aos credores apreciar a primeira versão do plano, apresentada em setembro de 2016. Em outras palavras, as negociações voltarão quase à estaca zero, já que a proposta foi criticada por credores.

A expectativa era que na reunião de ontem o conselho aprovasse um novo plano, que previa um aumento de capital de R$ 9 bilhões. A Oi chegou a detalhar a proposta, que incluiria um aporte de R$ 3,5 bilhões vindos de "bondholders" apoiadores, conversão de R$ 3 bilhões em dívidas desse mesmo grupo em ações e a injeção de outros R$ 2,5 bilhões pelos atuais acionistas.

A preocupação em relação ao embate com a Anatel, entretanto, forçou uma mudança de estratégia. Como antecipou o Estadão/Broadcast, a agência recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que as dívidas públicas da tele, caso das multas aplicadas pelo órgão, sejam excluídas da recuperação. A Anatel é o maior credor individual da Oi, com uma dívida de R$ 11 bilhões.

A avaliação de fontes ouvidas pela reportagem é que essa situação de insegurança pode dificultar o salvamento da empresa. Ainda há pendências nas negociações com os detentores de títulos que assumiu o compromisso de aportar recursos novos na empresa, como o prazo de pagamento das dívidas.

"Quem vai colocar dinheiro na companhia sem saber qual será a solução para a questão da Anatel? A agência criou uma insegurança muito grande", ponderou uma fonte.

Linha dura

O presidente da Anatel, Juarez Quadros, declarou ontem que a agência não vai recuar e que seria prudente, inclusive, não participar da assembleia de credores.

Ele classificou de "não factível" a proposta apresentada pela tele em agosto, condicionando sua recuperação a fatores externos, como a aprovação da Nova da Lei Geral das Telecomunicações e a alteração da Medida Provisória sobre o Programa de Regularização de Débitos não Tributários.

Ao longo das próximas duas semanas, a Oi enviará oficialmente à Anatel um plano mostrando as formas de pagamento da dívida viáveis para a companhia. Não há a hipótese de a direção da tele retirar a dívida pública do processo.

Hoje o conselho diretor da Anatel decide se abre ou não um processo para cassar as concessões e as licenças da Oi para os serviços de telefonia fixa, celular, internet e TV por assinatura. A discussão foi um pedido do conselheiro Igor de Freitas, que aponta lentidão nas negociações entre a Oi e os credores. A empresa está em recuperação judicial desde junho do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois da homologação do acordo do Rio de Janeiro com a União, o Rio Grande do Sul pretende apresentar em até 15 dias sua proposta para adesão ao regime de recuperação fiscal, que garantirá a suspensão do pagamento da dívida do Estado com o governo federal e o acesso a empréstimos de bancos públicos.

Ontem, representantes do governo do Estado intensificaram as reuniões com a Advocacia- Geral da União (AGU) e o Tesouro Nacional para discutir os termos do acordo. Ao Estadão/Broadcast, o procurador-geral do Rio Grande do Sul, Euzébio Fernando Ruschel, disse que a expectativa é concluir um acordo até o fim do ano.

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"As negociações voltaram a andar com mais rapidez e houve uma reaproximação com a União. Nos reunimos com a AGU para discutir questões técnicas e interpretativas em relação a algumas exigências para a adesão ao regime", afirmou, após participar de reunião com a advogada-geral da União, ministra Grace Mendonça.

Cálculos do governo gaúcho apontam para déficit fiscal de R$ 6,8 bilhões em 2018. Para Ruschel, caso o Estado consiga fechar o acordo, o adiamento das parcelas da dívida com a União e os empréstimos com aval do Tesouro podem praticamente zerar esse rombo. "Já o reequilíbrio fiscal do Estado deve levar mais tempo, possivelmente os três anos previstos no regime."

Ruschel disse que ainda não há um valor estimado para o empréstimo que pretende ser tomado pelo Rio Grande do Sul porque isso depende dos valores dos ativos estaduais que serão vendidos e entrarão como garantia no financiamento. Uma das dificuldades é o fato de a legislação estadual exigir a realização de um plebiscito para que essas estatais sejam privatizadas. "O governo já enviou à Assembleia Legislativa os projetos necessários para a adesão ao regime."

O governo estadual pretende vender as estatais das áreas de energia elétrica, gás e mineração e afirma que o Banrisul não está na mesa de negociação. A adesão ao regime de recuperação fiscal depende da resolução de pendências jurídicas. A AGU é um dos órgãos que têm de dar aval para o acordo, que passa pelo Tesouro e pelo ministro da Fazenda e é homologado pelo presidente da República.

A crise fiscal gaúcha levou o Estado a decretar calamidade financeira na administração pública em novembro e o governador Ivo Sartori já disse em diversas ocasiões que deseja aderir ao regime de recuperação fiscal.

No Rio de Janeiro, o acordo envolveu a privatização da estatal de saneamento Cedae, a redução de incentivos fiscais, o aumento das alíquotas de impostos estaduais e um plano de redução de gastos. O programa de ajuste fiscal do Rio será de R$ 63 bilhões até 2020. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na década de 70, o Recife Monte Hotel, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, era a referência para receber personalidades de todo o mundo que vinham para Pernambuco. Na próxima quarta-feira (19), a unidade hoteleira fechará as portas. 

A informação foi confirmada pela própria equipe do hotel, que não quis dar mais detalhes. Na quarta-feira, o advogado da rede deve emitir um comunicado anunciando oficialmente o fechamento do hotel. 

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De acordo com o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE), Carlos Maurício, o fechamento do histórico hotel pode estar relacionado com uma situação de crise vivido pela rede hoteleira de modo geral. ”É a situação econômica do país e de Pernambuco. Isso causou com que 80% dos hóspedes do Recife eram de turismo de negócio, não turismo de lazer”, comenta.

“Além disso’, ele continua, ‘houve o surgimento de vários novos hotéis e flats, o que aumentou a oferta de leitos, mas diminuiu a demanda de hóspedes”.  Carlos Maurício conta que os hoteleiros estão fazendo grande esforço para que não aconteça o mesmo em seus hotéis. O fato do Recife Monte Hotel ser antigo, pode ter influenciado, já que sua manutenção tende a ser mais custosa.

O Monte Hotel era o último de seu proprietário, Gustavo Monte Dubeux. Ele chegou a ter outros estabelecimentos entre as décadas de 60, 70, 80, dos quais se desfez quando o turismo do centro do Recife passou a cair.

Carlos Maurício tem cautela ao falar o que poderia ter evitado o fechamento do empreendimento. “Temos que ter cautela ao falar o que é responsabilidade do governo e da iniciativa privada. Na mesma hora que o governador tem que decidir se vai incentivar a área de educação, saúde, segurança ou turismo, qual ele vai decidir, não é?”, questiona. A ABIH procura fazer uma ação comercial de divulgação do turismo em todas as capitais do Nordeste em agosto deste ano. 

Homicídio culposo – A última vez que o Recife Monte Hotel apareceu com destaque na mídia foi de forma muito negativa – e pode também ter pesado em seu fechamento. Em janeiro de 2017, a Polícia Civil indiciou Luciano Dubeux do Monte e o gerente Lino Maurício Ferreira de Medeiros por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, pela morte de duas pessoas na piscina do hotel em março de 2016.

O delegado à frente do caso, Carlos Couto, concluiu que havia irregularidades no projeto da piscina. Os peritos constataram que a piscina não tinha os padrões especificados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 

Os setores de comércio, indústria e serviços bateram recorde de pedidos de recuperação judicial em 2016. O resultado, divulgado hoje (12) pela Serasa Experian, é o pior desde 2005, início da série histórica do levantamento.

No total, foram 1.770 processos deste tipo no ano passado: 713 no setor de serviços, 611 no comércio e 446 na indústria.

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“O aprofundamento da recessão econômica em 2016 atingiu de forma significativa o consumo das famílias, seja pela elevação do desemprego, seja pelo encarecimento do crédito. Assim, o comércio foi o setor econômico que acabou sofrendo mais intensamente a redução do consumo, provocando dificuldades financeiras às empresas deste setor”, destaca a Serasa.

Na comparação com 2015, o comércio foi o setor que apresentou a maior elevação no número de recuperações judiciais requeridas em 2016, com aumento de 51,2% nos pedidos. O setor de serviços vem em seguida, com 48,5% a mais. Já na indústria, os pedidos de recuperação judicial cresceram 24,2%, de um ano para o outro.

Falências

O levantamento mostra também que aumentou o número de pedidos de falência no ano passado em relação a 2015. Foram 1.846 solicitações em 2016 ante 1.760 no ano anterior. O setor de serviços também liderou os pedidos de falência, com 746 processos. Em seguida, aparecem a indústria, com 676 falências requeridas, e o comércio, com 424 pedidos.

Aos 82 anos, Maria Thereza Sombra não se lembra de um Rio de Janeiro mais arruinado que o de hoje. Preocupada com as penúrias na delegacia do bairro do Catete, perto de onde mora, convenceu os vizinhos a abastecer o local produtos de todos os tipos - de papel higiênico a câmeras de segurança.

A grave crise do estado do Rio, que em junho decretou estado de calamidade pública pela crise financeira, teve efeitos especialmente dramáticos nos setores da saúde e segurança. Há hospitais carentes de materiais, funcionários públicos lutando para receber seus salários e delegacias sem papel para registrar denúncias ou sem gasolina para patrulhas.

Além de tudo, os cariocas observam a intensificação da violência e dos tiroteios. "Se na crise atual que o Rio está passando a polícia fica com pés e mãos atados, o que vai ser de nós? Temos de ajudar aos que têm de nos defender; senão, ninguém poderá sair de casa", argumenta Maria Thereza, professora aposentada e presidente de uma associação de moradores do Flamengo.

Esta idosa elegante sabe que a coleta de produtos é apenas um paliativo para o problema, mas empilha com satisfação em uma mesa da portaria do seu edifício os rolos de papel higiênico, os produtos de limpeza e os pacotes de folhas de papel ofício doados nos últimos dias por moradores dos 35 condomínios que administra.

Assim que recebe as provisões, Maria Thereza as risca da lista que recebe periodicamente da chefe da 9ª Delegacia de Polícia do Rio. Uma vez, após um roubo no velho edifício policial, a lista incluiu 12 câmeras de vigilância, que foram doadas por um morador que é dono de uma empresa de segurança.

"Juntos com a Polícia"

Mas a ajuda espontânea que estes moradores começaram a oferecer em abril passou a ser insuficiente. No início de novembro, a Polícia Civil do Rio lançou um pedido de socorro a empresários, para garantir a prestação de seus serviços em meio à crise do Estado.

A falência do segundo estado mais rico e populoso do Brasil é tão grave que, no início de novembro, a polícia oficializou esse tipo de doação em um programa batizado como "Juntos com a Polícia". O objetivo era pedir aos cidadãos e às empresas para receber doações de material de escritório, de limpeza e, inclusive, ajuda para "pequenos reparos" nas instalações policiais ou para coleta de lixo.

A segurança pública é considerada constitucionalmente como responsabilidade do Estado, mas "é um dever de todos". O plano de auxílio "busca garantir a prestação de um serviço essencial para a sociedade e com a qualidade que o cidadão merece", limitou-se a comentar a Polícia à AFP. Depois de estourar champanhes e esquecer momentaneamente seus problemas com os Jogos Olímpicos, a realidade bate à porta do Rio.

O estado, que vive principalmente das renda obtida com a exploração do petróleo, tem um buraco avaliado em 17,5 bilhões de reais no orçamento de 2016.

"As Olimpíadas tiveram seu efeito, mas não tanto. A crise chegou antes no Rio por uma falência na arrecadação por cargas salariais de funcionários muito elevadas e, principalmente, pela crise dos preços do petróleo", resume Vilma Pinto, professora da economia da Fundação Getúlio Vargas.

O governador do Rio, Luís Fernando Pezão, apresentou recentemente um duro pacote de cortes e aumento de impostos que está sendo fortemente criticado nas ruas.

Pezão já alertou que dividirá em sete partes o salário de novembro dos funcionários e aposentados públicos e não sabe se poderá pagar o 13º no Natal, mas Maria Thereza e seus vizinhos acham que não lhes resta outra saída a não ser conter os gastos e fazer modestamente parte do trabalho do governo.

E o fazem com revolta, sentindo que estão pagando pato pela corrupção dos ex-governadores do Rio, que foram presos na semana passada.

"Eu, na realidade, pago impostos duas vezes. Pago meus tributos obrigatórios e agora também estou pagando pelos governos ruins que tivemos, mas disso a polícia não tem culpa", lamenta Maria Thereza.

O Papa Francisco condenou neste sábado (5) a quantidade "escandalosa" de dinheiro que governos e instituições mundiais arranjaram para salvar bancos em crise, mas não fazem o mesmo para ajudar pessoas em sofrimento. Segundo o pontífice, essas políticas representam a "falência da humanidade".

Os comentários foram feitos durante uma reunião com um grupo internacional no Vaticano, que incluía ambientalistas, sindicalistas e ativistas dos direitos indígenas. Na plateia estava também o ex-presidente do Uruguai, Jose Mujica.

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"O que acontece no mundo hoje é que quando um banco quebra, somas escandalosas de dinheiro aparecem imediatamente para salvá-lo, enquanto muito menos dinheiro não pode ser disponibilizado para salvar nossos irmãos que sofrem tanto", afirmou Francisco. Fonte: Associated Press.

A Justiça aprovou o pedido de recuperação judicial apresentado em agosto deste ano pelo parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, interior de São Paulo. A decisão do juiz Fabio Marcelo Holanda, da 1ª Vara Cível de Vinhedo, divulgada nesta quarta-feira, 26, determina o congelamento das ações de cobrança e execução contra a empresa por seis meses, com exceção das ações fiscais e trabalhistas, permitindo que as atividades sejam retomadas.

Os credores serão notificados para apresentar em 15 dias as habilitações para receber o crédito ou contestar a medida. O juiz já nomeou um administrador judicial para acompanhar o processo de reabilitação da empresa. O Hopi Hari terá de apresentar um plano de recuperação que deve ser sujeito à aprovação da Justiça.

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Na prática, o empreendimento ganha um prazo para retomar as atividades e tentar sanar as finanças. O parque abriu pela última vez em 12 de outubro. O pedido de recuperação judicial é uma forma de evitar a falência. Existe um pedido de falência em tramitação na Justiça de Vinhedo, mas o processo será paralisado.

O empreendimento tem dívidas estimadas em R$ 330 milhões com credores - metade desse valor refere-se a empréstimos tomados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nos últimos meses, o Hopi Hari também enfrentou paralisações de funcionários por atraso de salários.

O pedido de recuperação, inicialmente protocolado pela empresa em agosto, havia sido rejeitado no mês passado. O Hopi Hari entrou com recurso, que foi acatado nesta quarta-feira.

Um grupo de trabalho formado por integrantes do governo e especialistas do mercado vai fazer uma revisão das regras para recuperação judicial e falência das empresas. Há uma suspeita que ela tem funcionado mal para empresas, sobretudo as pequenas, que se enredam em processos intermináveis e acabam se transformando em "zumbis".

O grupo de trabalho conta com especialistas que faziam parte do governo quando a legislação foi formulada, como Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica, e Daniel Goldberg, ex-secretário de Direito Econômico. Lisboa chegou ao Ministério da Fazenda, em 2003, após ter integrado um grupo que elaborou a chamada Agenda Perdida, centrada na microeconomia. Em sua passagem pelo governo, implementou medidas que, por exemplo, ajudaram a destravar o crédito imobiliário à época.

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Também como parte da agenda microeconômica, a Receita Federal trabalha em um levantamento sobre a burocracia enfrentada pelas empresas, na linha da pesquisa Doing Business, do Banco Mundial - onde o Brasil aparece no posto 116 em facilidade de negócios, atrás de países como Kosovo e Tonga. "O resultado não é bom, mas também não é tão ruim como aparece na pesquisa", adiantou o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida.

A Receita também trabalha em um levantamento sobre os regimes especiais de tributação, um emaranhado de regras para reduzir os impostos em setores específicos. "Alguns desses regimes têm poucas empresas beneficiadas", disse o secretário. A ideia é fazer uma racionalização desses regimes.

Mas a "cereja do bolo", segundo Mansueto, é a reformulação dos programas de financiamento pelos bancos oficiais. Parte dessa agenda já foi divulgada, por exemplo, em relação à participação do BNDES, Caixa e Banco do Brasil no novo programa de concessões em infraestrutura. Em tempos de ajuste fiscal, a participação dessas instituições ficará menor, podendo chegar a 50% do valor do investimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No pequeno município de Capanema, no Paraná, um frigorífico acabou de contratar 650 pessoas para iniciar, na próxima quarta-feira, um segundo turno de trabalho. Se hoje a situação surpreende, por ocorrer no meio da crise, há dois anos ela era considerada impossível.

O frigorífico Dip Frangos, que vai ampliar o abate de aves em 70% e para isso precisou contratar, é a antiga Diplomata, do deputado federal Alfredo Kaefer (PSL/PR), que teve falência decretada em dezembro de 2014 por má gestão e fraudes. Apesar dos problemas financeiros, o juiz Pedro Ivo Lins Moreira, da 1ª Vara Cível de Cascavel, entendeu que a empresa era viável e nomeou um gestor judicial. O frigorífico mudou de nome e manteve suas atividades enquanto o processo corre na Justiça.

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Passado mais de um ano da decisão, a empresa consegue gerar recursos para pagar funcionários e custos de manutenção. Os R$ 10 milhões investidos para a ampliação da produção são de recursos próprios. Dívidas com salários atrasados, agricultores, fornecedores, credores e tributos ainda não foram saldadas. Para a administradora da massa falida, a Capital Administradora, isso só será possível quando a empresa for vendida, após liberação da Justiça para a realização de leilões.

No ano passado, a Dip Frangos lucrou R$ 669 mil. Antes da falência, o grupo operava com prejuízos mensais na casa dos R$ 2 milhões. Segundo o administrador judicial Cesar Luiz Scherer, com a ampliação, o abate de frangos saltará de 70 mil para 120 mil aves ao dia, o que exige reforço na mão de obra.

O frigorífico é o principal motor da economia de Capanema, que tem cerca de 19 mil habitantes. De acordo com dados da prefeitura, a empresa é responsável por 60% da arrecadação de ICMS, que no ano passado totalizou R$ 13,9 milhões. O negócio gira cerca de R$ 3 milhões mensais na economia da cidade por conta dos salários dos trabalhadores e da renda de caminhoneiros, postos de combustíveis, mecânicas e outras atividades vinculadas ao frigorífico, que também tem atividades em Cascavel.

Incomum

O caso da Dip Frangos não é a regra quando o assunto é falência. Segundo Juliana Bumachar, sócia do Bumachar Advogados Associados, é, na verdade, uma exceção. "Não é comum a continuidade de uma empresa com falência decretada, principalmente pequenas e médias, que compõem a maioria das que fecham as portas", diz.

Segundo dados da Serasa Experian, em 2014 houve 648 pedidos de falência de indústrias, número que praticamente se repetiu no ano seguinte, com 644 pedidos. "Prosseguir com as atividades permite que não se tenha um patrimônio estagnado, fadado à depreciação", afirma Luis Cláudio Montoro, da Capital.

Além da Dip Frangos, também foram mantidos em funcionamento a rede de distribuição de combustíveis Diplomata Petróleo (antiga Dial), que fatura em média R$ 8 milhões por mês, e o jornal O Paraná, da RCK Comunicações, que ainda é deficitário. Ao todo, o grupo conta com cerca de mil empregados e obteve receita de R$ 42,4 milhões em janeiro (último dado disponível), a maior parte com a Dip Frangos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com 19 anos no frigorífico de aves, o gerente comercial Lauri Ortigara, de 49 anos, aposta na recuperação da Dip Frangos e no pagamento de débitos atrasados, que somam cerca de R$ 110 mil. "Hoje, o pagamento dos salários está em dia", diz. Ele conta que só não passou por sufoco maior durante o período em que a empresa atrasava os salários porque tem outro rendimento. "A gente dava um jeito de empurrar o vencimento das contas no final do mês e ia ajeitando o orçamento para não sofrer tanto."

Ortigara ainda não tem planos sobre o que fará quando receber o dinheiro da massa falida. "Penso que será uma poupança para a aposentadoria." Ele torce para que o frigorífico continue gerando emprego e renda para a região.

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Rosemeri Berté, de 30 anos, é outra funcionária que aguarda o desfecho em relação aos débitos pendentes com a massa falida. Ela é auxiliar de produção desde 2012 e tem R$ 4,2 mil a receber. "É um dinheiro que viria em boa hora para ajudar no orçamento em casa", diz. Segundo ela, o período da gestão do deputado Alfredo Kaefer foram tempos difíceis. "A gente não recebia o salário em dia. Consegui me segurar graças à ajuda do meu marido. A gente pagava uma parte das contas e a outra, negociava."

O marido trabalha como motorista de ônibus escolar e o casal tem uma filha, Kemely, de 6 anos. Além do pagamento do salário e da distribuição da cesta básica em dia, Rosemeri vê mudanças no ambiente de trabalho. "Antes a gente ficava apreensiva se o frigorífico ia fechar as portas ou não. Agora temos mais esperança. Até a comida no refeitório ficou mais saborosa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A dívida total do Diplomata é de R$ 1,5 bilhão, segundo a Capital Administradora, responsável pela massa falida. Criado nos anos 70, o grupo chegou a faturar R$ 1 bilhão em 2011 e já teve 5,2 mil funcionários. Formado por cerca de 30 empresas, era um dos maiores e mais tradicionais do Paraná.

Após o pedido de recuperação judicial de cinco das empresas (Diplomata, Attivare, Klassul, PaperMidia e Jornal Hoje), em 2012, elas passaram por auditoria feita pela Deloitte, a pedido do juiz Pedro Ivo Lins Moreira, da 1ª Vara Cível de Cascavel.

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Em cinco meses de investigações, a consultoria constatou evidências de fraudes processuais e confusão patrimonial, além de descumprimento do programa de recuperação judicial. Em razão disso, a Justiça decretou a falência. Como as irregularidades envolviam as demais empresas, Moreira estendeu a falência para todo o grupo, que incluía, por exemplo, fábrica de ração, shopping center, supermercado e instituições financeiras.

Segundo a ação judicial, o grupo do deputado federal Alfredo Kaefer - que por dez anos foi filiado ao PSDB, mas neste ano ingressou no PSL - dilapidou o patrimônio das cinco empresas que pediram recuperação, transferindo-o para as demais, consideradas sadias, algumas delas recém-criadas. Também foram detectadas movimentações irregulares de compra e venda de empresas e imóveis, simulação de empréstimos, transferência de propriedade e alteração contratual, entre outras.

O processo cita ainda que, em 2010, quando empresas do grupo já apresentavam problemas financeiros e deixaram de depositar o FGTS de funcionários, o Diplomata doou R$ 1,7 milhão para a campanha de Kaefer ao Congresso.

O grupo Diplomata recorreu da decisão da falência e o processo está no Superior Tribunal de Justiça (STJ), nas mãos do ministro Luiz Felipe Salomão. Constam da massa falida 164 imóveis e 56 veículos.

Decisão arbitrária

O advogado da empresa, Laercion Antônio Wrubel, reclama que o plano de recuperação do grupo sequer foi homologado pela Justiça, que "arbitrariamente" decretou a falência. "O plano previa o pagamento dos débitos trabalhistas em seis meses, mas, com a decisão, ninguém recebeu um centavo até agora." Segundo ele, ao tirar as posses dos bens da empresa e bloquear a conta corrente, "o juiz privou a empresa de seus meios de obter recursos".

Wrubel afirma que a dívida das cinco empresas que estavam no pedido de recuperação judicial era de R$ 400 milhões, valor mais que triplicado após a inclusão dos demais negócios no processo, até porque foram acrescentadas dívidas de planos fiscais, além das correções. O advogado vê a gestão atual da massa falida, que mantém três empresas em funcionamento, como temerária, "pois a receita mal dá para pagar os custos da operação". Ele defende a suspensão da falência e a retomada da recuperação judicial.

O processo do Diplomata é complexo. Segundo a Capital Administradora, há 622 ações vinculadas à falência. O grupo também é objeto de 4.286 reclamações trabalhistas, 245 processos fiscais e 487 ações em juízos cíveis. O juiz Moreira chegou a ser processado pelo Diplomata por calúnia e difamação, mas a ação foi rejeitada. Desde abril, já saíram três decisões favoráveis à massa falida, todas passíveis de contestação. A filha do deputado, Érica Marta Ceccato Kaefer, foi condenada a devolver R$ 290 mil recebidos da Diplomata entre 2008 e 2012, período em que ocupou a função de conselheira fiscal, mas não a exerceu. Ela já recorreu da decisão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público já trabalha com a possibilidade de falência da Samarco, por causa das despesas com reparação ambiental pelo rompimento da barragem da empresa no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e estuda cobrar participação das duas controladoras da mineradora, Vale e BHP Billiton, na cobertura dos prejuízos.

Segundo o procurador Bruno Magalhães, do Ministério Público Federal (MPF) em Governador Valadares, Leste de Minas, e o promotor Mauro da Fonseca Ellovitch, do Ministério Público Estadual (MPE), além de decisões judiciais exigindo recursos da Samarco, e acordos prevendo a criação de um fundo para reparação, é preciso estudar também medidas para garantir arresto de patrimônio físico da mineradora.

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Magalhães e Ellovitch, que fazem parte de força-tarefa respectivamente no MPF e no MPE para investigar as causas do rompimento da barragem da empresa, participaram na terça-feira, 1, de reunião da comissão extraordinária aberta na Assembleia Legislativa também para apurar a queda da represa.

Segundo Magalhães, depois da fase inicial da força-tarefa, que foi de acompanhamento de pedidos feitos pelo MPF, como o de que a Samarco garantisse o fornecimento de água para população ao longo do Rio Doce, atingido pela lama da barragem, o momento agora é de se preocupar em garantir que a empresa tenha os recursos suficientes para pagar pelos danos.

"Além do termo prevendo R$ 1 bilhão (já definido pela Justiça), é necessário garantir que algum patrimônio da empresa seja reservado", afirmou ele. Para o promotor Ellovitch, se for necessário, a empresa tem de trazer recursos de fora do País.

"Caso a empresa se torne insolvente, vamos pedir reparação às controladoras", disse. O defensor público Aylton Magalhães, que atua na área dos direitos humanos, tem o mesmo posicionamento.

A reunião não contou com representantes da mineradora. Procurada, a Samarco reiterou que "o foco da empresa neste momento continua sendo o atendimento às pessoas e a mitigação de consequências ao meio ambiente".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O conselho de administração da Eletrobras aprovou nesta quinta-feira, 26,a assinatura de um memorando de entendimentos para viabilizar o levantamento de falência da Eletronet. O documento foi celebrado entre a Eletropar, controlada da Eletrobras e controladora da Eletronet, com os credores LT Bandeirante, Furukawa Industrial e Alcacent-Lucent. Com isso, as obrigações da Eletronet com as empresas que assinaram o memorando ficam extintas.

A Eletronet é uma empresa criada pelo governo federal em 1999 para administrar a rede de fibras ópticas das subsidiárias da Eletrobras. Pouco depois de criada, o governo federal leiloou 51% das ações ao grupo AES. Os 49% ficaram com as subsidiárias elétricas, reunidas na atual Eletropar, que à época se chamava Lightpar. Em 2002, a Eletropar assumiu o controle da Eletronet, por falta de cumprimento do plano de investimentos pela AES.

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Em 2003, por conta do alto endividamento da companhia, a Eletropar pediu a autofalência da Eletronet. A AES decidiu sair da companhia em 2004, e vender sua participação integral à Contem Canada, que, em 2006, acabou vendendo metade de sua participação (cerca de 25%) à offshore Star Overseas, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, pertencente ao empresário Nelson do Santos, por R$ 1.

Em 2010, foi revelado que o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula José Dirceu recebeu R$ 620 mil por uma consultoria para a Star Overseas, que pretendia vender a rede de fibras ópticas da Eletronet por R$ 200 milhões. Mas o governo barrou o negócio, pois pretendia usar essa rede para reativar a Telebrás. A Eletronet possuía cerca de 16 mil quilômetros de fibras.

As subsidiárias da Eletrobras, que estavam utilizando a rede como cedentes, pedem na Justiça a posse das fibras ópticas e a rescisão do contrato que cede à Eletronet o direito de uso dos cabos. Os credores da Eletronet, capitaneados por Alcatel-Lucent e Furukawa, recorrem, querendo a rede para cobrir o passivo, que em 2010 era superior a R$ 628 milhões.

A Eletrobras não informou maiores detalhes sobre o memorando de entendimentos, e se algum valor foi desembolsado para chegar a esse acordo com os credores da Eletronet.

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