Tópicos | febre amarela

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o risco de uma proliferação da febre amarela pela América do Sul por transmissão de animais. Segundo a entidade, o vírus pode ser levado para Argentina, Paraguai ou Venezuela.

Em informe publicado nesta sexta-feira (3), a entidade destaca que apenas o Brasil, por enquanto, tem casos confirmados do surto. No Peru e Colômbia, os dados apontam apenas para "possíveis casos". Ainda assim, a entidade insiste que não recomenda que governos estabeleçam uma restrição de viagens para locais com o surto confirmado.

##RECOMENDA##

O alerta sobre o risco de proliferação derivou do registro de 1,2 mil animais mortos em diversas regiões do Brasil por mais de 400 doenças epizooticas (que afeta vários animais em uma mesma região). Os estudos já confirmaram que 259 deles haviam sido contaminados pela febre amarela. "A ocorrência de doenças epizooticas em Roraima, fronteira com a Venezuela, assim como no Mato Grosso do Sul e Paraná, na fronteira com a Argentina e Paraguai, representa um risco de circulação do vírus a países fronteiriços, especialmente em áreas em que se compartilha o mesmo ecossistema ", indicou.

Para a OMS, porém, nada disso justifica qualquer tipo de barreiras a viagens. "A Organização Panamericana de Saúde e a OMS não recomendam qualquer tipo de restrições de viagem ou no comércio para países onde exista um surto neste momento de febre amarela ", destaca o relatório.

Por enquanto, a OMS aponta que não existem indícios de que o mosquito Aedes aegypti esteja implicado na transmissão do atual surto. "Entretanto, o potencial risco de uma reurbanização não pode ser descartado", aponta.

Vacina

Na avaliação da entidade, governos precisam começar a estocar vacinas contra a febre amarela, assim como desenhar mapas das regiões que deveriam receber as doses de forma prioritária. O motivo: "a limitação na disponibilidade de vacinas".

Dada essa situação, a OMS "recomenda que autoridades nacionais conduzam avaliações sobre a cobertura de vacinação contra a febre amarela em áreas de risco para poder focar a distribuição das vacinas". "Além disso, é recomendado que se mantenha um estoque de vacinas em um nível nacional para responder a possíveis surtos", disse.

"A medida mais importante de prevenção é a vacina", diz a OMS, que sugere que isso seja feito em campanhas de imunização, seja de forma sistemática, para regiões afetadas ou para viajantes que estejam pensando em ir a zonas afetadas.

A entidade insiste que a vacina disponível no mercado é "segura e barata" e garante uma imunidade, num período de dez dias, de 80% a 100%. Segundo a OMS, essa taxa chega a 99% para vacinas de 30 dias. "Uma só dose é suficiente", afirma, apontando que o governo brasileiro já distribuiu 7,8 milhões de doses.

Mortalidade

Até o dia 2 de fevereiro, a entidade somou 901 casos relatados no Brasil, sendo 151 confirmados e 708 sob investigação. Outros 42 deram resultados negativos. Desse total, a OMS aponta para 143 mortes, das quais 54 foram confirmadas como tendo sido causadas pela febre amarela, contra 86 sob investigação.

A taxa de mortalidade também chama a atenção da entidade. Na média, o índice de fatalidade é de 16%. Considerando contudo apenas os casos confirmados, ele chega a 36%.

Segundo o relatório, no Brasil, cinco estados já foram afetados : Bahia (10 casos), Espírito Santo (67), Minas Gerais (802), São Paulo (7) e Tocantins (4). Em São Paulo, porém, o índice de mortalidade é de 43%, contra apenas 12% no Espírito Santo.

Em números absolutos, a OMS aponta para 48 mortes em Minas Gerais, 3 em São Paulo e 3 no Espírito Santo.

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (2) a antecipação de recursos para ações de prevenção e vigilância, além de um bônus para que a vacinação contra a febre amarela seja reforçada. O País vive a pior epidemia da doença desde a década de 1970. São 157 casos confirmados, com outros 876 ainda em investigação. Até agora, 57 mortes pela doença foram confirmadas.

Para tentar bloquear o avanço da febre, a pasta liberou verba para municípios considerados prioritários. Serão repassados R$ 13,885 milhões para ações de reforço da vacinação realizadas a partir de janeiro em 256 municípios de Minas, Espírito Santo, Rio, Bahia e São Paulo. Será feito também adiantamento de 40% nos recursos extras para ações de vigilância em saúde, de R$ 26,3 milhões. Esse recurso tradicionalmente é encaminhado às prefeituras a partir de abril.

##RECOMENDA##

Além disso, a previsão é de ressarcir despesas extras locais para tratamento de pacientes. "Tudo o que for necessário para novos leitos, para contratação de médicos, será ressarcido", afirmou o secretário de Atenção à Saúde, Francisco Figueiredo. O ministro Ricardo Barros vai para Minas nesta sexta-feira (3) para anunciar os repasses.

Até agora, foram aplicadas pouco mais de 1,2 milhão de doses em 185 municípios mais atingidos - o equivalente a 90% da cobertura vacinal.

Previsão

Para o ministro, a febre pode continuar fazendo vítimas, mas em ritmo menor do que em janeiro. Os relatos até agora são silvestres, mas ele não descartou o risco do aparecimento de casos urbanos. "Estamos fazendo esforço máximo para conter a febre amarela para que isso não aconteça." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O estado de São Paulo registrou três pacientes com diagnóstico confirmado para febre amarela, um em Ubatuba, na Baixada Santista, e dois em Diadema, na Grande São Paulo. Além desses casos, seis pessoas morreram por causa da doença, nas cidades de Assis, Bauru, Botucatu, São José do Rio Preto, Batatais e Américo Brasiliense.

O último balanço da Secretaria Estadual de Saúde cita duas mortes de casos autóctones nos municípios de Batatais e Américo Brasiliense. Os outros quatro casos de mortes são importados, ou seja, as infecções ocorreram fora do estado, todos em Minas Gerais.

##RECOMENDA##

Os dois pacientes de Diadema, um menino de 11 anos e um homem de 60 anos, contraíram febre amarela em viagem a Minas Gerais. Segundo a prefeitura, os dois pacientes estão curados e receberam alta médica.

Em Ubatuba, um adolescente de 16 anos contraiu a doença ao viajar para Ladainha, Minas Gerais. Ele foi para o município mineiro no dia 2 de janeiro e retornou para Ubatuba no dia 9, sendo internado dias depois. Ele recebeu alta no último dia 20 e passa bem.

A cidade de Ubatuba ainda investiga o caso de um homem de 40 anos, que esteve em Setubinha, Minas Gerais, e não chegou a ficar hospitalizado. Ele aguarda o resultado do exame. Segundo a prefeitura, o estoque de vacinas nas regiões da Figueira, Sumaré e Taquaral esgotou. A previsão é que o atendimento volte ao normal na próxima semana, com a chegada de nova remessa de 7 mil doses.

Neste primeiro dia de fevereiro, o Ministério da Saúde divulgou um balanço sobre os casos de febre amarela no Brasil. Em janeiro, foram 809 pacientes sob suspeita, sendo 737 em Minas Gerais. De todos, 651 casos seguem em investigação. 

De acordo com os dados do Ministério, houve 128 mortes. Destas, 47 foram confirmadas serem provenientes da doença. Além de Minas, o Espírito  Santo confirmou 11 casos e, em São Paulo, foram três mortes pela enfermidade. 

##RECOMENDA##

A vacinação contra a febre amarela está no calendário de 19 estados do país. Todos os moradores de locais em risco devem tomar duas doses da vacina ao longo da vida. Também precisam se vacinar, neste momento, pessoas que vão viajar para as determinadas localidades: leste de Minas Gerais, oeste do Espírito Santo, noroeste do Rio de Janeiro e oeste da Bahia.

Em áreas florestais, o principal vetor da febre amarela é o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do já conhecido mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue, zika e chikungunya).

Segundo o Ministério da Saúde, não há necessidade de corrida aos postos de saúde, pois as doses são suficientes para atender as regiões com recomendação de vacinação.

Com informações da Agência Brasill

O surto de febre amarela fez com que o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) aumentasse a produção de imunizantes contra a doença, passando de 4 milhões para 9 milhões de doses por mês, capacidade máxima de produção da vacina.

Segundo o instituto, a produção da vacina tríplice viral, que protege contra caxumba, rubéola e sarampo, chegou a ser afetada pela medida, mas a população não sentirá o impacto. "A população não foi afetada por essa priorização temporária, visto que as doses necessárias foram compradas no mercado internacional para atender à demanda nacional", informou, em nota.

##RECOMENDA##

O laboratório produz as vacinas que fazem parte do Programa Nacional de Imunização (PNI), como poliomielite e rotavírus humano.

O reforço na produção da vacina contra a febre amarela começou no ano passado, após uma solicitação do Ministério da Saúde, de acordo com o Bio-Manguinhos, mas para suprir a demanda de países africanos, que enfrentavam um surto da doença. "No Brasil, desde que começaram a surgir os primeiros casos da doença, em janeiro, Bio-Manguinhos reforçou a produção, priorizando a demanda nacional."

O laboratório informou que, entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, entregou 13,1 milhões de doses da vacina para o PNI. "Não temos informação de quantas doses foram distribuídas no País, pois quem controla a distribuição é a Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi)."

Surto

Em boletim divulgado na segunda-feira (30), o Ministério da Saúde informou que há 120 casos confirmados da infecção. Já foram registradas 51 mortes no País.

As autoridades sanitárias investigam ainda 623 casos. O Estado que concentra mais registros suspeitos é Minas Gerais, com 584 casos em investigação, 126 confirmados, 44 mortes e outros 72 óbitos em análise. No Estado de São Paulo, o número de óbitos confirmados chegou a seis, dos quais quatro são de pessoas que se infectaram em Minas.

O governo de Minas Gerais, Estado mais afetado pela febre amarela, divulgou nesta terça-feira (31) que o Estado já registra 126 casos confirmados da doença. Ao todo, 739 casos suspeitos foram notificados e, destes, apenas 29 estão descartados.

Segundo informe epidemiológico divulgado nesta terça, 44 mortes por causa da doença já foram confirmadas em Minas Gerais e há ainda 116 óbitos suspeitos. Trinta cidades mineiras já registram casos confirmados de febre amarela.

##RECOMENDA##

A maioria dos registros da doença no Estado refere-se a homens - 87%, contra 13%, entre mulheres. Em relação às mortes confirmadas, 90,9% foram de pessoas do sexo masculino, com média de idade de 44,3 anos.

Segundo o governo do Estado, o aumento no número de notificações se deve à atualização de dados, que incluem casos com início dos sintomas. "A atualização não reflete o aumento no número de casos apenas nos últimos dias", diz o informe.

Até esta terça-feira, o Estado de Minas Gerais havia distribuído 3,4 milhões de doses de vacina para prevenção da doença. Destas, já foram aplicadas 1,7 milhão de doses, a maior parte nos municípios com surto de febre amarela.

Até o momento, especialistas não conseguiram identificar as causas de um número tão significativo de casos no País. Uma das hipóteses é de que tenha havido demora no reforço da vacinação em Minas. Há também a possibilidade de que o rompimento da barragem de Mariana possa ter agravado uma situação de desequilíbrio já existente na região.

O Brasil vive o pior surto de febre amarela desde 1980, quando os dados da doença começaram a ser registrados pelo Ministério da Saúde. Até quinta-feira (26), foram confirmados 88 casos, com 43 mortes. Minas concentra quase a totalidade dos registros: 84 confirmações, com 40 óbitos. Além da explosão dos números, a infecção se alastra pelo País. Mato Grosso do Sul e Goiás, que este ano ainda não haviam notificado suspeitas, informaram quinta-feira (26) dois casos sob investigação.

Desde 1980, o pico havia sido em 2000, quando foram confirmados 85 casos. Os registros em análise também subiram de forma expressiva. Em Minas, são 383. No Espírito Santo, Estado que até este ano nunca havia registrado nada, 32. Outros 6 estão em análise na Bahia. Contando casos de Mato Grosso do Sul e Goiás, são 423 suspeitas.

##RECOMENDA##

Para o diretor do departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, o que mais chama a atenção no surto deste ano é a velocidade de expansão. Os primeiros registros foram em Minas, no início do mês. Depois disso, o governo mineiro já notificou 486 casos, em 51 municípios. Desse total, 19 foram descartados, 84 foram confirmados e 383 estão em análise.

Hage afirma não haver uma explicação para a expansão de casos tão rápida. Ele avalia ser remota, por exemplo, a possibilidade de que o surto deste ano seja provocado por um vírus mais agressivo. "O vírus da febre amarela é bastante estável." O diretor, no entanto, chama a atenção para a localização dos primeiros casos: cidades mineiras onde as taxas de imunização contra a doença são consideradas baixas e municípios do Espírito Santo, onde até este ano não havia registro de casos e, justamente por isso, não tinham indicação para vacina.

Tanto Mato Grosso do Sul quanto Goiás são Estados classificados como área de risco para febre amarela e, portanto, onde a vacinação contra a doença é feita de forma rotineira. Mesmo assim, foram enviadas para Goiás 30 mil doses extras de vacina. Para Mato Grosso do Sul, outras 25 mil.

A vacina contra febre amarela é indicada para populações que residem em 18 Estados, além do Distrito Federal. A imunização pode ser feita a partir dos 6 meses de idade, desde que respeitadas contraindicações. Embora esteja no calendário vacinal de boa parte do território do País, a cobertura nacional é baixa: 65%. O recomendado é que pelo menos 95% da população da área de risco esteja imunizada contra a doença.

Apesar de a baixa cobertura vacinal ser evidente, a prioridade, neste momento, será imunizar as áreas consideradas de maior risco: Estados onde há casos suspeitos e confirmados de febre amarela, municípios próximos das regiões atingidas e áreas com registros de morte de macacos. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, afirmou que somente passado o surto um esforço deverá ser feito para tentar melhorar a cobertura vacinal de Estados onde há recomendação da vacina, mas que apresentam indicadores considerados ruins. Também será discutida a ampliação da recomendação da vacina para todas as crianças do Brasil, e não apenas para as regiões consideradas de risco.

Rio e São Paulo O Ministério da Saúde tem afirmado que a produção de vacina no País é suficiente para atender o aumento da demanda. Na quinta-feira, o governo do Rio solicitou uma segunda remessa, de 350 mil doses. O Estado já havia solicitado e recebido outras 350 mil doses, que começaram a ser distribuídas às prefeituras fluminenses na terça-feira.

Em São Paulo, a vacina contra a doença está em falta na maioria das clínicas particulares da capital paulista, segundo levantamento da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp). "Os lotes importados, do laboratório Sanofi Pasteur, terminaram por causa da grande procura", disse a entidade, em nota divulgada na quinta-feira.

Questionada, a Sanofi Pasteur afirmou que a distribuição das doses da vacina "encontra-se dentro da normalidade no mercado privado brasileiro" e acaba de receber um novo lote do produto, que deverá começar a ser distribuído em todo território nacional no início de fevereiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil vive o maior surto de febre amarela em 14 anos. Até terça-feira (24), foram confirmados 70 casos da doença, com 40 mortes. Desse total, 21 são de pacientes que apresentaram os primeiros sintomas em meados de dezembro. O maior número de casos até então havia sido em 2003, quando foram confirmados 64 pacientes com febre amarela. Há ainda no País outros 364 casos em investigação, incluindo 49 óbitos.

Além do aumento expressivo do número de casos, a doença atinge um número maior de Estados e municípios neste ano. Em 2003, com o surto em Minas, os casos se espalharam por menos de 20 municípios do Estado. Agora, pelo menos 40 cidades apresentam registros de pacientes com suspeita da infecção. Há notificações também em Espírito Santo, Bahia e São Paulo. No total, 60 cidades do País já relataram casos suspeitos.

##RECOMENDA##

"Não há dúvidas de que os casos vêm em maior número e atingem uma área maior", afirma o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz, André Siqueira. Para ele, não há um fator único que explique a expansão.

Entre as causas estariam maior circulação do vírus, desmatamento e mudanças do clima que favorecem a proliferação dos mosquitos transmissores da forma silvestre da doença. Ao jornal O Estado de S. Paulo, na terça-feira, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que o governo também analisa a tese de que o surto em Minas pode estar relacionado à tragédia do rompimento da barragem em Mariana, que afetou o equilíbrio ecológico do Rio Doce em 2015. "Isso é uma tese que está sendo desenvolvida e nós estamos aguardando eventual confirmação."

Ação tardia

Siqueira não descarta a possibilidade de que medidas de contenção tenham sido feitas de forma tardia. "Desde o fim do ano passado há registros de morte de macacos, um indício de que o vírus da febre amarela poderia estar circulando de forma mais intensa", disse Siqueira. Para ele, com as notificações, seria necessário intensificar a vacinação da população suscetível.

O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas, Rodrigo Said, garante, porém, que medidas foram adotadas rapidamente. "Os registros de casos em humanos começaram na primeira semana de janeiro. Providenciamos imediatamente vacinação de bloqueio." De acordo com ele, não foram identificadas com antecedência mortes de animais. "Começaram a ser notadas simultaneamente aos registros de casos suspeitos na população."

Siqueira avalia que óbitos provocados pela doença poderiam ter sido evitados. "Os casos aconteceram, em sua maioria, em áreas consideradas de risco. Por que a população não estava vacinada?" Para o pesquisador, o argumento de que o País vive ciclo de aumento de casos da doença a cada 7 ou 10 anos não é suficiente para explicar os casos. "Isso é um atestado de incapacidade de autoridades de saúde. Existe uma vacina contra a doença, uma vacina eficaz. Se há maior risco a cada ciclo de 7, 10 anos, por que medidas não são adotadas?" Ele defende, por exemplo, que campanhas periódicas sejam feitas, sobretudo em áreas de risco.

O professor da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Tauil, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo considerar necessária, passado esse período de aumento expressivo de casos, uma discussão mais aprofundada sobre a forma como a vacina é ofertada para a população. Uma das possibilidades que precisam ser discutidas, disse, é incluir o imunizante na rotina de imunização.

Na terça-feira, o ministro Barros ressaltou que "o Brasil tem capacidade técnica, de assistência, pessoal, infraestrutura e de vacinas, para bloquear esse surto". "Agora, depende efetivamente de as pessoas irem à vacinação e de técnicos agirem corretamente quando surge cada caso."

Barros declarou que a pasta não trabalha com a hipótese de o surto se alastrar para as áreas urbanas. "Mas, evidentemente, se a pessoa pega a doença na mata e vem para a cidade, pode transmitir. O fato concreto é que temos controle máximo dos casos para evitar que isso aconteça", ressaltou, considerando a possibilidade de retomada da transmissão por meio do Aedes aegypti.

Imunização

A imunização em Minas é considerada baixa. Cerca de 50% da população está vacinada contra febre amarela. Em São Paulo, onde também há casos, o índice chega a 80%. O coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, o infectologista Marcos Boulos, no entanto, afirma ser necessário atingir a marca de 95% em áreas consideradas de risco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma mulher de 47 anos, moradora de Paulínia, interior de São Paulo, morreu após apresentar sintomas da febre amarela. A notificação de caso suspeito de óbito foi confirmada nesta terça-feira, 24, pela Vigilância Epidemiológica do município.

A paciente, Joversi do Prado Santos Guardia, esteve na cidade de Delfinópolis, em Minas Gerais, entre os dias 4 e 10 de janeiro, por isso o caso está sendo tratado como importado.

##RECOMENDA##

A paciente apresentou os primeiros sintomas da doença quando retornou a Paulínia, no último dia 10. Ela foi internada, com quadro de febre e vômitos, no Hospital da Clínicas da Unicamp, em Campinas, mas o quadro evoluiu rapidamente para a morte.

Uma sobrinha de Joversi, que também esteve na cidade mineira, apresentou sintomas da doença e recebeu atendimento no mesmo hospital, mas já teve alta. A Secretaria de Saúde informou que adotou os procedimentos previstos para os casos suspeitos da doença e aguarda o resultado dos exames.

O estado de São Paulo registrou três mortes por febre amarela desde o início do ano. Os casos aconteceram nas cidades de Américo Brasiliense e Batatais, na região de Ribeirão Preto, e na cidade de Santana de Parnaíba. Nesse último caso, a vítima havia viajado para Minas Gerais. Além desses, outras três casos de pessoas mortas, que voltaram recentemente da região com surto da doença, estão sendo investigados pela Secretaria da Saúde do estado.

No fim de 2016, um homem morreu, em decorrência da doença, na cidade de Ribeirão Preto. Ele vivia em uma região de mata densa, próximo de onde vivem macacos, que podem ser hospedeiros do vírus. Outra hipótese analisada é a de que uma variação de Aedes aegypti silvestres tenham transmitido a febre amarela para o homem.

##RECOMENDA##

Apesar do aumento da procura por vacinas contra a doença, a Secretaria de Saúde e infectologistas não recomendam a vacinação de pessoas que não estão com suspeita de febre amarela ou que não irão viajar para os locais afetados nos próximos dias. Para aqueles que vão se deslocar até uma das áreas de risco (áreas florestais ou rurais), a vacina deve ser tomada com dez dias de antecedência. Gestantes, menores de seis meses e maiores de 60 anos não devem se vacinar.

Subiu de 4 para 6 o número de casos de febre amarela investigados no Estado de São Paulo, de acordo com balanço da Secretaria de Estado da Saúde. Até sexta-feira (20), quatro pessoas haviam morrido com suspeita da doença - três na capital e uma em Américo Brasiliense, na região de Araraquara.

Todas viajaram para Minas Gerais, Estado que enfrenta surto da doença, com 272 casos suspeitos. A Secretaria de Saúde de São Paulo pediu 235 mil doses extras da vacina para imunizar a população do interior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

##RECOMENDA##

O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira, 18, a oitava morte por decorrência de febre amarela em Minas Gerais. 

Segundo a pasta, exames nas amostras de sangue desses pacientes detectaram o vírus. Em quatro das oito mortes confirmadas, o ministério já conseguiu confirmar que a doença foi contraída no meio rural, a chamada febre amarela silvestre. Nos outros quatro casos, o governo investiga a possibilidade que a aplicação da vacina contra a febre amarela, que contém o vírus atenuado, tenha causado os óbitos.

##RECOMENDA##

Até a tarde desta quarta-feira, a pasta listava 206 casos de suspeita de febre amarela em 29 cidades do leste mineiro. Destes pacientes, 53 pessoas morreram, incluindo os oito com relação compravada com a doença.

Não há registro ou suspeita de contágio em ambiente urbano.

O Ministério da Saúde vai confirmar nesta quarta-feira (18) sete mortes provocadas por febre amarela em Minas Gerais. A divulgação deve ser feita com base nos exames realizados em vísceras de pacientes que morreram com sintomas da doença neste ano, residentes naquele Estado.

A análise para confirmação do material foi feita no Instituto Evandro Chagas, do Pará. Testes preliminares já haviam indicado a presença do vírus no material coletado e encaminhado para o instituto para uma segunda análise.

##RECOMENDA##

As confirmações de óbitos, referentes às primeiras semanas de janeiro, já superam a marca registrada durante todo o ano de 2016, quando cinco casos foram comprovados. Em 2009, ano em que foi identificado um surto da doença em vários Estados do País, 17 pacientes tiveram a morte confirmada pela doença.

O diretor do Instituto Evandro Chagas, Pedro Vasconcelos, afirmou que ao longo da semana outros resultados deverão ser divulgados. Até o momento, a Secretaria de Saúde de Minas informou haver 184 casos suspeitos de febre amarela no Estado, com 53 óbitos. Desse total, 37 pacientes são considerados como portadores prováveis da infecção. Outros 15 casos (além dos 7 que serão anunciados como confirmados) são considerados como prováveis. Recebem essa classificação os casos em que um exame preliminar já indicou a presença do vírus.

Para Vasconcelos, o número de óbitos considerados prováveis pela febre amarela é considerado expressivo. Questionado se a situação é preocupante, o diretor mostrou cautela. "Preocupante é. Mas vamos primeiro confirmar a causa das mortes consideradas prováveis. É prematuro fazer um julgamento antes de ter o resultado dos demais exames."

Vasconcelos afirmou que as primeiras amostras começaram a ser recebidas na sexta-feira. "Fizemos uma força-tarefa para analisar. Há sempre risco de contaminação. Por isso todos os testes são checados, duas, três vezes."

Além da circulação da febre amarela em Minas, há suspeita de que o vírus esteja presente no Espírito Santo, Estado que registrou nos últimos meses um aumento acentuado do número de mortes entre macacos. Esse tipo de evento é considerado por infectologistas como um sinal de recrudescimento da circulação da febre amarela. Uma vacinação de bloqueio deverá ser feita em 26 municípios capixabas.

São Paulo

Depois de achar no dia 13 um segundo macaco morto muito próximo da área urbana, a pequena Marapoama, na região de São José do Rio Preto, entrou em alerta máximo. Entre os 2.633 habitantes, aqueles sujeitos a contrair a doença estão sendo vacinados.

Desde dezembro, quando foi encontrado o primeiro macaco morto, a população da zona rural já vinha sendo vacinada. Os exames comprovaram que ele tinha a doença. Em outras 12 cidades da região, houve registro de mortes desses animais, a maioria com confirmação da doença. Em Bady Bassit, foi confirmado o primeiro caso de óbito por febre amarela em humanos, em 2016. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo registrou a morte de 54 macacos por suspeita de febre amarela nas regiões Sul e Noroeste do Estado desde o início do ano. O número, no entanto, pode chegar a 80, com a confirmação de outros casos por prefeituras. A atualização será feita na segunda-feira (16).

Parte das mortes ocorreu em Colatina, a 220 quilômetros de Governador Valadares, no Leste de Minas Gerais, cidade sede de uma das quatro regionais de saúde que tiveram decretado situação de emergência nesta sexta-feira, 13, pelo governador Fernando Pimentel (PT), depois do registro de 38 mortes de pessoas por suspeita da doença.

##RECOMENDA##

Óbitos em grande número de macacos em curto período de tempo são considerados como indício da ocorrência da febre amarela e funcionam como alerta para evitar que a doença atinja humanos. Apesar da morte dos animais, o Espírito Santo ainda não é considerado área de incidência da doença, conforme informações da Secretaria de Estado da Saúde.

As outras três áreas que tiveram situação de emergência decretada pelo governador - Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), Coronel Fabriciano (Vale do Aço) e Manhumirim (Zona da Mata) - também não estão distantes do Espírito Santo. Ao todo, o decreto envolve 152 cidades.

O registro de mortes por suspeita da doença vem aumentando a cada dia em Minas. Conforme levantamento de quinta-feira, 12, da Secretaria de Estado da Saúde, o total de óbitos era de 30, passando para 38 na Sexta-feira.

Há um total, até o momento, de 20 mortes prováveis pela doença (quando exames iniciais comprovaram a doença, mas restam outros testes a serem feitos). O relatório de sexta-feira aponta ainda registro de 133 casos suspeitos da doença, 23 a mais que no relatório anterior.

Em viagem à região com incidência da doença em Minas nessa sexta-feira, o governador do Estado pediu a prefeitos que abrissem os postos de vacinação no fim de semana. A imunização é a única forma de combater a doença.

O aumento de casos suspeitos de febre amarela em Minas pode estar relacionado à tragédia de Mariana, em 2015, segundo a bióloga da Fiocruz Márcia Chame. A hipótese tem como ponto de partida a localização das cidades mineiras que identificaram até o momento casos de pacientes com sintomas da doença. Grande parte está na região próxima do Rio Doce, afetado pelo rompimento da Barragem de Fundão, em novembro de 2015.

"Mudanças bruscas no ambiente provocam impacto na saúde dos animais, incluindo macacos. Com o estresse de desastres, com a falta de alimentos, eles se tornam mais suscetíveis a doenças, incluindo a febre amarela", afirmou a bióloga, que também coordena a Plataforma Institucional de Biodiversidade e Saúde Silvestre na Fiocruz. "Isso pode ser um dos motivos que contribuíram para os casos. Não o único", completa. Márcia observa que essa região do Estado já apresentava um impacto ambiental importante, provocado pela mineração. "É um conjunto de coisas que vão se acumulando", disse.

##RECOMENDA##

Além dos casos em Minas, foram notificadas também mortes de macacos na região próxima da cidade capixaba de Colatina, afetada pelos reflexos do acidente de Mariana. Não há ainda comprovação de que os macacos dessa área morreram por febre amarela. Técnicos estão no local para investigar as causas dos óbitos. O Espírito Santo integra atualmente o grupo de 8 Estados que são considerados livres de risco para a febre amarela.

Márcia afirma que os episódios deste ano se assemelham aos que foram registrados em 2009, quando um surto de febre amarela foi identificado no Rio Grande do Sul, área que por mais de 50 anos foi considerada livre da doença. "Ambientes naturais estão sendo destruídos. No passado, o ciclo de febre amarela era mantido na floresta. Com a degradação do meio ambiente, animais acabam também ficando mais próximos do homem, aumentando os riscos de contaminação."

Na floresta, o vetor da febre amarela é o inseto Haemagogus. Ao picar um macaco contaminado, o mosquito recebe o vírus e, por sua vez, passa a transmiti-lo nas próximas picadas. Quando um homem sem estar vacinado entra nesse ambiente, ele também pode fazer parte do ciclo: transmitir ou ser infectado pela picada do mosquito. Essa corrente aumenta quando animais, por desequilíbrios ambientais, deixam seus ambientes e passam a viver em áreas mais próximas de povoados ou cidades. "Com o desmatamento, animais também se deslocam, aumentando o risco de transmissão."

Para a coordenadora da Fiocruz, a curto prazo a medida a ser adotada é reforçar a vacinação nas áreas de risco. O imunizante, embora seguro, deve ser aplicado de acordo com as recomendações de autoridades sanitárias e, em caso de pacientes com doenças que afetam o sistema imunológico, de acordo com a orientação do médico. A médio prazo, completa a bióloga, é essencial a manutenção de unidades de conservação. "Os animais têm de ter espaço para viver, evitando assim a migração para áreas próximas de centros urbanos", disse. "Animais agem como filtros de doenças."

Samarco

A Fundação Renova, criada pela Samarco para coordenar ações de reparação na área atingida pelo desastre de Mariana, não se manifestou sobre as declarações da bióloga da Fiocruz. Por meio de nota, informou estar em curso um diagnóstico sobre a biodiversidade na região. "Todas as informações que tenham aderência às ações em andamento serão incorporadas pela Fundação."

A procura pela vacina contra a febre amarela triplicou no último ano no Hospital Emílio Ribas, na zona oeste de São Paulo.

A população ficou em alerta após ocorrerem 30 mortes neste ano no noroeste de Minas Gerais e duas no noroeste paulista. Os médicos afirmam que não há motivo para a corrida aos hospitais, já que no último ano não houve registros da doença na região metropolitana da cidade.

##RECOMENDA##

A Agência Nacional de Vigilância Nacional Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina com doenças como lúpus, câncer e HIV, nem para os que possuem baixa imunidade, para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a ovo e gelatina.

O governo de Minas Gerais decretou nesta sexta-feira (13) situação de emergência em 152 municípios com incidência de casos de febre amarela. A decisão abrange as regionais de saúde que têm como sede as cidades de Coronel Fabriciano (Vale do Aço), Governador Valadares (Leste), Manhumirim (Zona da Mata) e Teófilo Otoni (Vale do Mucuri).

O decreto vale por 180 dias e tem como objetivo "adoção de medidas administrativas necessárias à contenção do surto, em especial à aquisição de insumos materiais e à contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial".

##RECOMENDA##

O governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), visita nesta sexta-feira cidades incluídas no decreto.

Segundo o último boletim da Secretaria de Estado de Saúde, há a suspeita de que 30 pessoas tenham morrido em 2017 em Minas Gerais por causa da doença. Exames estão sendo realizados para comprovação da causa dos óbitos. Há ainda 110 casos suspeitos de infecção.

Na prática, o decreto de situação de emergência dispensa a necessidade de licitação para compra de medicamentos e contratação de profissionais durante a vigência da decisão. Uma "sala de emergência" foi criada pelo governador para acompanhar a o surto da doença no Estado.

O grupo é composto por representantes da Secretaria de Saúde, Gabinete Militar, Secretaria de Agricultura e Secretaria do Meio Ambiente.

Em boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (12), a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que o número de casos suspeitos de febre amarela no estado já somam 110 este ano. Destes, 20 são tratados como casos prováveis, cujos pacientes apresentaram exame laboratorial preliminar positivo. No entanto, a confirmação final demanda investigação de outros fatores. Os outros 90 casos ainda estão sendo analisados.

O governo mineiro também informa que, dos 30 óbitos suspeitos, 10 já são considerados prováveis. As mortes ocorreram nos municípios de Ladainha, Ubaporanga, Ipanema, Itambacuri, Malacacheta e Piedade de Caratinga. A recomendação para a população é manter em dia a vacinação contra febre amarela, disponibilizada gratuitamente nos postos de saúde através do Sistema Único de Saúde (SUS). A aplicação ocorre em dose única, devendo ser reforçada após 10 anos.

##RECOMENDA##

No caso de recém-nascidos, é administrada uma dose aos nove meses e um reforço aos quatro anos. Mas, como se trata de uma situação atípica, que inspira cuidados, nas regiões afetadas, bebês com seis meses estão recebendo duas doses com intervalo de 30 dias.

A SES-MG alerta que pessoas que nunca se imunizaram contra a febre amarela e moradores das áreas suspeitas devem se vacinar com urgência. Quem for viajar a estes locais deve ir ao posto de saúde com 10 dias de antecedência. O governo mineiro está realizando vacinação domiciliar nas regiões mais distantes do centro das cidades com registro da doença. Esta é, porém, uma medida complementar. A recomendação é que a população em geral se dirija a um posto de saúde.

O Ministério da Saúde enviou 285 mil doses da vacina, para reforçar o estoque de 280 mil que Minas já possuía. O governo mineiro afirma que não há risco de desabastecimento, mas informa que as prefeituras devem se organizar para solicitar o quantitativo suficiente. "Pode haver a falta pontual em alguns municípios, pois alguns não dispõem de estrutura para armazenar grande quantidade da vacina", disse a SES-MG em nota.

Nesta quinta-feira (12), o governador Fernando Pimentel participou de seminários sobre o assunto em Caratinga, no Vale do Aço, e em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, duas regiões afetadas. Os eventos mobilizaram representantes de 152 municípios, onde vivem aproximadamente 2,4 milhões de pessoas.

Também foi lançada uma página especial onde a SES-MG disponibiliza orientações sobre vacinação, dicas de prevenção, respostas para as perguntas mais frequentes e esclarece dúvidas da população. O objetivo é combater mitos, dar as últimas notícias sobre o assunto e oferecer informações claras à comunidade.

Transmissão rural

A febre amarela é causada por um vírus da família Flaviviridae e ocorre em alguns países da América do Sul, da América Central e da África. No meio rural e silvestre, ela é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Já em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e febre chikungunya.

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. Até o momento, todos os casos suspeitos em Minas Gerais são considerados de transmissão silvestre.

Com o risco de volta da febre amarela urbana, a SES-MG reforça o pedido à população para adotar medidas de combate ao vetor Aedes aegypti, eliminando seus criadouros. No caso do Haemagogus, não se recomenda o controle do vetor. Além de tomar a vacina, no meio rural, as pessoas podem fazer uso de repelentes e roupas compridas.

As primeiras manifestações da doença são repentinas e caracterizadas por febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. Segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a maioria das pessoas infectadas apresenta melhora após três dias, se recupera, e cria imunidade contra o vírus.

A forma mais grave se manifesta após o paciente apresentar um breve período de bem-estar. Nesses casos, podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) anunciou hoje (9) que está analisando exames laboratoriais de 23 pessoas que podem ter contraído febre amarela no estado. Destes, 14 morreram. No mês passado, seis casos de malária em Diamantina (MG) também levantaram o alerta do governo mineiro.

Os casos suspeitos de febre amarela ocorreram em 15 municípios. A lista das cidades não foi divulgada. Porém, na semana passada, a SES-MG já havia diagnosticado 12 ocorrências nos municípios Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de Caratinga e Imbé de Minas. O último caso de contágio da doença dentro do estado havia sido registrado em 2009, em Ubá (MG).

##RECOMENDA##

Como ainda não há confirmação para febre amarela, os casos são tratados como febre hemorrágica aguda. Não está descartado que outras doenças tenham levado a esse quadro, como dengue, leptospirose e febre maculosa.

A febre amarela é causada por um vírus da família Flaviviridae e ocorre em alguns países da América do Sul, da América Central e da África. No meio rural e silvestre, ela é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Já em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e febre chikungunya.

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. A SES-MG informa que todos os casos suspeitos em Minas Gerais ocorreram em regiões rurais e envolvem pessoas do sexo masculino, com idades entre 7 e 53 anos.

Sintomas da febre amarela

As primeiras manifestações da doença são repentinas e caracterizadas por febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. Segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a maioria das pessoas infectadas apresenta melhora após três dias, se recupera, e cria imunidade contra o vírus.

A forma mais grave se manifesta após o paciente apresentar um breve período de bem-estar. Nesses casos, podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso.

A vacina contra a febre amarela existe desde a década de 1930 e é disponibilizada gratuitamente à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É altamente recomendável que ela seja tomada por quem mora ou vai viajar para áreas com indícios da doença. A aplicação ocorre em dose única, devendo ser reforçada após um período de 10 anos. Segundo a SES-MG, o estado possui atualmente um estoque de aproximadamente 300 mil doses do imunizante e já foi feita uma solicitação de reforço ao Ministério da Saúde de 150 mil doses.

A população também deve ficar atenta a outras medidas de prevenção. A principal é a eliminação de água parada, que são os criadoudos dos vetores. O uso de repelentes em áreas com incidência da febre amarela também é recomendado.

Malária

Outra preocupação da SES-MG é a confirmação, no mês passado, de seis casos de malária em Diamantina (MG), na região do Vale do Jequitinhonha. O último diagnóstico para a doença no município havia ocorrido em 2012, de um paciente que se infectou ao viajar para Rondônia.

Segundo a SES-MG, Minas Gerais registrou 53 casos de malária em 2016, com duas mortes. Entre essas infecções, 46 foram importadas - o paciente se infectou fora do estado - e sete autóctones, quando a doença é contraída no próprio estado. Além dos seis casos de Diamantina identificados em dezembro, o outro foi registrado em Simonésia (MG).

O número evidencia um aumento. Em 2015, o estado teve 39 casos, nenhuma morte e apenas uma infecção autóctone. Entre 2010 e 2014, Minas Gerais não registrou nenhum caso autóctone.

O governo mineiro aponta que o local provável das infecções é o garimpo de Areinha, nos distritos de Inhaí e Maria Nunes, a 140 quilômetros do centro de Diamantina. Vivem no local entre 1 mil e 2 mil habitantes. Os seis pacientes já receberam alta e seguem o tratamento com medicamentos em casa.

A SES-MG está adotando medidas para controlar a doença, entre eles a distribuição de kits para diagnóstico e tratamento e a borrifação de inseticidadas no garimpo de Areinha e nos distritos. Os municípios próximos à Diamantina também foram alertados dos riscos.

A malária é uma doença infecciosa de regiões tropicais da África, Ásia e América. No Brasil, sua maior incidência é na região da Amazônia. A doença é causada por quatro tipos de protozoário. O mais letal é o Plasmodium falciparum. Já o de maior incidência é o Plasmodium vivax, que foi encontrado nas seis vítimas de Diamantina. Normalmente, ele não provoca morte.

O protozoário é transmitido por meio da picada de mosquitos do gênero Anopheles. Os sintomas da doença são calafrios fortes e temperatura alta, acompanhados de dor de cabeça, náusea e suor. Eles aparecem e desaparecem diversas vezes, compondo um ciclo, que pode ocorrer diariamente, em dias alternados ou a cada três dias. Esta situação pode durar de uma semana a um mês.

Devido à possibilidade de maior número de casos de febre amarela, entre dezembro e maio, no território nacional, o Ministério da Saúde orienta população a se vacinar contra a doença. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (5). 

A vacina contra a febre amarela é oferecida pelo Sistema Único de Saúde e, segundo o Ministério, enviada mensalmente para todo o país. Mais de 16 milhões de doses foram encaminhadas no ano passado. A imunização pode ser aplicada a partir dos seis meses de idade (em situações de surto da doença). 

##RECOMENDA##

Segundo o Governo Federal, as pessoas mais propícias ao contágio são aquelas que viajam ou moram em regiões silvestres, rurais ou de mata, as chamadas Áreas com Recomendação da Vacina. O vírus da febre amarela se mantém naturalmente num ciclo silvestre de transmissão, que envolve primatas não humanos (hospedeiros animais) e mosquitos silvestres.

O Ministério registrou uma morte por febre amarela no último dezembro, em Ribeirão Preto, São Paulo. O caso foi acompanhado de perto e a vítima morava em região de mata. 

Para a Organização Mundial da Saúde, apenas uma dose da vacina é suficiente para proteção por toda a vida. Porém, o Ministério da Saúde definiu a manutenção de duas doses, para as pessoas de dois a 59 anos,

SOBRE A DOENÇA - Os sintomas iniciais incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20-50% das pessoas que desenvolvem doença grave, podendo vir a óbito.

Com informações do Ministério da Saúde

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando