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O imbróglio que elevou Michel Temer à cadeira presidencial deu destaque à figura do vice, mas ainda não mobiliza o eleitorado em geral, nem eliminou a visão superficial com a qual o cargo é visto. No Recife, a intensa articulação de pré-candidaturas abafa o mérito dos suplentes e posterga o fechamento das chapas.  

A cientista política Priscila Lapa explica que a Legislação criou a figura do vice para descentralizar poder, e assim, evitar riscos à democracia. No entanto, a Lei não especifica com clareza a participação administrativa que o papel carrega. "Ele funciona como uma espécie de conselheiro. Uma segunda visão para tomar certas medidas. A ideia é que crie uma harmonia e não seja um ator que vai tá ali necessariamente para discordar", avalia.

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Geralmente os critérios de escolha envolvem os ganhos que determinado candidato pode conceder durante a campanha. Além do financiamento em si, os vices fecham alianças partidárias, conseguem angariar apoios políticos pela popularidade e estendem o tempo de campanha na televisão. Lembrado apenas como o substituto nas ausências do prefeito, Lapa reforça a função de acompanhar sistematicamente o desenvolvimento de ações da gestão. "Muitas vezes ele assume projetos ou uma secretaria. Como se fosse uma secretaria executiva dentro do Governo", acrescenta a cientista. 

Por outro lado, “a imagem de sucessor natural” faz com que o titular evite transferir atribuições por medo de criar um cenário interno de concorrência. "Na prática, o vice vira uma figura meramente decorativa, sob a tutela do chefe do executivo, quando não era para ser. É uma distorção do papel do vice", sugere.  

Escolhas

Para a líder local do Democratas, a deputada estadual Priscila Krause, postergar o anúncio faz parte do movimento natural da eleição. "Normalmente o vice é escolhido um pouco mais no final do processo. Têm duas perspectivas dessa importância, tanto da composição política, e também alguém que tem uma participação especial no governo", entende. A expectativa é que o vice candidato, que se aliará ao pré-candidato Mendonça Filho (DEM), seja revelado na convenção da sigla, agendada para 16 de setembro.

O presidente do PT no Recife, Cirilo Mota, garante que o vice tem papel fundamental na gestão e oferece experiência à chapa. "Se o candidato precisa de um vice que leve uma aproximação que ele não tem com determinado setor político, o vice vai fazer essa complementação", analisa.

A escolha tardia dá certo impulso na reta final da campanha, contudo, a decisão é do próprio candidato majoritário. "O partido tem o papel de opinar, mas a decisão final cabe ao candidato por que é uma questão de unidade", conclui. 

O PT, que também deve confirmar a candidatura da deputada Marília Arraes apenas nos últimos dias do prazo para o fim das convenções partidárias, ainda não fechou o nome que ocupará a vice da chapa, mas já tem pretendente: o PSOL, único partido aliado da legenda até agora, colocou à disposição o nome de Severino Alves, presidente da sigla no Estado.

Policiais que participam das manifestações que estão acontecendo na Bolívia cortaram de seus uniformes o símbolo do Whipala, reconhecido como um símbolo do Estado Plurinacional da Bolívia que, segundo afirmado pela deputada Taliria Petrone, “incorporou as diversas nações indígenas no seio da institucionalidade boliviana desde a instauração da atual constituinte”. 

A Whipala é apontada como um símbolo de identificação cultural dos povos da Bolívia, representando a unidade, a solidariedade e a harmonia entre as diferentes etnias da região. Taliria, por meio de sua conta do Instagram, diz que “não é à toa que ela (Whipala) passou a ser muito atacada pelos ‘setores golpistas’, pois vai contra todo o racismo, colonialismo e fundamentalismo cristão que norteia os golpistas bolivianos”.

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A situação política da Bolívia se complicou depois que Evo Morales foi reeleito para um mandato de 6 anos. Oposição e até a Organização dos Estados Americanos (OEA) apontaram falhas no processo eleitoral como "manipulação ao sistema de computação de voto e assinaturas falsificadas". 

Nesta última semana, Morales renunciou ao seu mandato após três semanas de protestos contra a sua reeleição e depois de perder o apoio das Forças Armadas. Atualmente existe um vácuo no país e ninguém sabe quem está comandando a Bolívia. Nesta segunda-feira (11), o agora ex-presidente boliviano aceitou a oferta de asilo oferecida pelo México.

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O deputado federal Jean Wyllys (PSOL), que se diz vítima de perseguição dentro da Câmara dos Deputados, lamentou mais uma vez as fake news que circulam envolvendo o seu nome. “Segundo a revista Veja que, como vocês sabem, não é nada simpática às minhas ideias políticas, eu sou a figura pública mais difamada do país, já que não há, em relação ao meu nome, fake news divulgadas com o sentido de beneficiar a minha imagem”, lamentou. 

O psolista garantiu os boatos e mentiras criadas é pelo fato de ser homossexual. “Isso acontece porque eu, ao estar deputado federal e ocupar uma cadeira no parlamento brasileiro como autoridade da República, rasuro o imaginário das pessoas em relação ao lugar que os homossexuais ocupam na sociedade”. 

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O ex-BBB disse que sua presença no Congresso é como uma esfera de aço que entrou nas engrenagens que movimentam as estruturas da velha política. “Eu sou visto como um corpo estranho no parlamento e eles querem, a todo custo, me expulsar de lá, não vão conseguir”, avisou. 

Recentemente, o parlamentar lançou sua pré-candidatura à reeleição. Na ocasião, disse que em alguns momentos se sentia exausto e enfraquecido, mas que não podia deixar de ter esperança. Ele ainda salientou que era necessário enfrentar a velha política e construir um mundo novo. 

 

O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC) utilizou um trecho de uma polêmica entrevista antiga que o pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) concedeu no qual fala que para não ser preso "é só não estuprar e não praticar latrocínio" para comentar a prisão decretada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

No vídeo publicado em seu facebook, Flávio, sem tocar no nome de Lula, detona ao indagar: “Você está com peninha de bandido, vagabundo, corrupto, ladrão? Ouve isso aqui?”. Em seguida, aparece o trecho da entrevista concedida pelo seu pai Jair Bolsonaro. 

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Na entrevista, Jair Bolsonaro dispara: “É só você não estuprar, não sequestrar, não praticar latrocínio que tu não vai para lá, porra, acabou. Quer dar vida boa para aqueles canalhas? Ele f... nós a vida toda e daí nós, trabalhadores, vamos manter esses caras presos na vida boa? Tem é que se f.., acabou”, dispara o presidenciável. 

Por sua vez, em seu Twitter, Jair Bolsonaro apenas usou a frase “boa noite” e uma figura com a bandeira do Brasil. Apesar de preferir não se pronunciar até agora, Bolsonaro comentou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de negar o habeas corpus a Lula. “Após a decisão do STF, cabe a cada um de nós se empenhar para mudar o destino da nossa Pátria. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, disse. 

Com coroa de rei na cabeça, Marcio Mizael Matolias repara com esmero seu castelo, apesar do calor de 40 graus que castiga os banhistas em uma tarde ensolarada de janeiro na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Marcio retoca uma torre aqui, uma porta majestosa ali... Também rega sua fortaleza para evitar que afunde. Há 22 anos, Marcio mora em um castelo de areia. Na Barra, vizinhos e amigos o chamam "o rei".

Marcio assume a majestade para atrair curiosos e posa com boa vontade para fotos com cetro em punho no trono que instalou em frente ao seu castelo praiano.

Prestes a completar 40 anos, este carioca brincalhão garante que não poderia viver de outra forma. "Cresci na Baía de Guanabara, sempre vivi na praia. As pessoas pagam aluguéis exorbitantes para morar de frente para o mar. Eu não tenho contas e aqui vivo bem", diz à AFP, mostrando a vasta praia de areia fina e duas belas ilhas no horizonte.

Apesar do entorno idílico, seu lar se limita a um espaço interno de uns 3 metros quadrados, dentro do castelo. Solteiro e sem filhos, Marcio amontoa ali dezenas de livros e alguns tacos de golfe - suas paixões, junto com a pesca.

Sua cama é um saco no chão. O banheiro é em um posto dos bombeiros a 30 metros dali, onde pode usar ducha e sanitário por R$ 2,5.

Marcio acredita que tem tudo o que precisa. Seu único problema é o calor intenso. "A areia retém o calor. Então, às vezes não consigo dormir aqui e vou dormir na casa de um amigo, mas a verdade é que prefiro aqui, mesmo quando tenho que dormir à beira-mar", diz.

Antes de se instalar nessa praia, Marcio morou em diferentes locais do litoral carioca. Ele decidiu deixar para trás o município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde nasceu, e se mudar para a zona sul da capital, onde começou a morar na rua.

Atração turística

Um dia, um amigo o ensinou a construir uma pirâmide de areia. E ele nunca mais parou de fazer esculturas temporárias. "Aprendi muito lendo e acho que meu castelo é uma mistura de estilos, entre Niemeyer e Gaudí", diz a respeito do palácio real, reforçado com sacos de areia e troncos.

A Prefeitura, conta, nunca lhe causou problemas. "Virei uma atração turística de alguma forma e também um serviço social", reforça Marcio, mostrando sua biblioteca na rua.

"O Rei" da Barra da Tijuca montou um estande de livros a alguns metros de seu castelo. E não pede dinheiro por eles, apenas que as pessoas levem os exemplares que quiserem em troca de outros.

Para ganhar a vida, Marcio conta apenas com uma caixa para doações na entrada de sua construção de areia. Mas, ao longo desta tarde, das cerca de 20 pessoas que pararam para tirar fotos, ninguém deixou uma moeda. Marcio parece não se importar. "Com frequência roubam a caixa. Antes ficava chateado, queria dormir com uma pedra na mão para impedir isso. Mas comecei a viver com essa paranoia e não quero isso, eu faço isto por prazer", garante.

De vez em quando, um shopping center lhe paga para fazer uma de suas magníficas esculturas de areia para algum evento especial. Mas, às vezes, Marcio gostaria de que suas obras não fossem tão efêmeras. A chuva pode destruir em minutos o trabalho que lhe consumiu 10 ou 20 horas. Um dia, a maré subiu e chegou até o interior de sua "casa".

Otimista por natureza, Marcio espera poder realizar seu grande sonho no ano que vem: fazer esculturas e obras com outros materiais, além de areia, no espaço de um amigo.

Enquanto isso, não se cansa de talhar seu frágil palácio com uma faca ou uma pá. A exemplo da Sagrada Família de Gaudí, o arquiteto que mais o inspira, sua criação é uma obra inacabada.

Os feras que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio também precisam se preparar para questões de língua estrangeira. Espanhol é uma das matérias abordadas e, nesta edição do Vai Cair no Enem, os estudantes entenderão como uma simples figura pode ser trabalhada na prova.

O professor Marcos Nascimento, do Colégio Boa Viagem, é o convidado desta edição. O programa Vai Cair no Enem é uma produção do LeiaJá, com exibições todas as quintas-feiras. Confira a aula de hoje:

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Recentemente, um dos maiores heróis dos quadrinhos tem sido visto com frequência no Rio de Janeiro. Mas, ao contrário do 'Cavaleiro das Trevas' de Gotham City, na cidade ensolarada a luta do Batman brasileiro não é contra os bandidos na calada da noite, e sim, ao lado do povo, por justiça social. Desde os protestos realizados no Rio durante a Copa das Confederações, no ano passado, Batman surge em meio aos manifestantes, atraindo as atenções de todos.

Suas aparições são recebidas, geralmente, com aplausos entusiasmados da multidão. E, assim, o Batman carioca se tornou uma celebridade. Quando chega, todos vão rapidamente saudá-lo. Como nas histórias em quadrinhos e nos filmes, ele é visto como o defensor da justiça.

Quando a versão brasileira do super-herói surge à noite nos Arcos da Lapa ou apertando a mão de um indígena durante um protesto, parece que o super-herói de Gotham realmente saiu das telas de cinema.

Na verdade, o Batman brasileiro está longe de levar a vida do magnata Bruce Wayne. Ele chama-se Eron Morais de Melo. É um protético de 32 anos e começou a se vestir de Batman depois de confeccionar a própria roupa, durante as grandes manifestações de junho de 2013. Eron decidiu ser o homem-morcego porque, para ele, Batman é um símbolo da luta contra a opressão.

Segundo Eron, no Brasil há uma ditadura disfarçada de democracia. E deixou claro à AFP que vai participar das manifestações até que a Constituição seja plenamente respeitada e os cidadãos tenham moradia, educação e saúde.

O Batman do Rio de Janeiro se transformou em uma figura acompanhada pela mídia e já recebeu vários convites para se filiar a partidos políticos. Mas ele se recusa a fazer parte de um sistema contra o qual luta.

Sua esposa se acostumou a vê-lo sair com a roupa especial. Eron chegou a ser detido pela polícia por ter desrespeitado uma lei proibindo manifestantes mascarados. Os heróis hollywoodianos estão muito presentes nas manifestações no Brasil e, durante a onda de protestos que arrastou para as ruas milhares de pessoas na primavera, muitos usavam as máscaras de 'Anonymous', do personagem histórico britânico Guy Fawkes, apresentado no filme inspirado no HQ "V de Vingança".

Também é comum encontrar Hulks, Super-homens e até Jack Sparrow, anti-herói do filme "Piratas do Caribe". Mas principalmente muitos 'Anonymnous' se misturam à multidão junto com outros mascarados do grupo anarquista 'Black Bloc', que entram em confronto com as forças de segurança, em atos que, quase sempre, terminam em depredações.

Desde que foi proibido o uso de disfarces, Batman vem usando, muitas vezes, uma cartolina que indica seu nome e o número de sua carteira de identidade, para provar que não usa sua máscara para se esconder das autoridades. Por algum tempo, ele deixou de ir às manifestações e as pessoas começaram a exibir cartazes perguntando: "Onde está o Batman?" Teria ficado o Rio sem o seu super-herói justiceiro?

Mas ele voltou e, recentemente, vem aparecendo também em outros eventos, como a 'Zombie Walk', um 'flash mob' planetário durante o qual as pessoas se fantasiam de zumbis. Naquele dia em Copacabana, ele apareceu com uma arma de brinquedo para "eliminar" os mortos-vivos.

No dia 9 de janeiro, lá estava Batman na Favela do Metrô, uma pequena comunidade situada entre o metrô e uma rocha perto do Maracanã. A favela deve ser totalmente eliminada antes da Copa do Mundo de 2014 para dar lugar a um centro comercial.

Em 2010, 637 famílias dessa comunidade foram removidas, mas outras pessoas se alojaram nas casas desocupadas. Esses novos ocupantes se recusam a sair e ergueram barricadas para impedir as autoridades de desalojá-los. E lá estava Batman para visitá-los e atrair a atenção da imprensa para o destino dessas pessoas.

Hoje, Batman é uma figura inevitável em todos os movimentos sociais no Rio e vai continuar assim durante a Copa. Sua presença parece levar algum conforto e estímulo a todos. Sem dúvida, dá aos manifestantes a esperança de que seu grito seja ouvido.

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