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O juiz federal de plantão Wilson José Witzel intimou a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) a enviar um representante para participar da audiência de conciliação que ocorre neste domingo na sede da Justiça Federal no Rio de Janeiro. Estão presentes cerca de 20 índios retirados pela manhã do Museu do Índio, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.

A Justiça Federal chegou a emitir uma ordem de prisão contra os índios, que acabou sendo revogada, após negociação para a saída deles do local. "O motivo da audiência é fazer uma conciliação com a Funai para tentar uma solução amigável, ainda que provisória. Se não tiver, terei que dar uma decisão ainda hoje (domingo)", disse o juiz.

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O índio Urutau Guajajara, de 53 anos, afirmou que o objetivo do grupo é obter a reintegração de posse do antigo Museu do Índio, ao lado do estádio do Maracanã, na zona Norte da cidade, de onde, segundo ele, foi retirado com truculência pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar na última sexta-feira. "A nossa pauta é única. Queremos a reintegração da Aldeia Maracanã", afirmou Guajajara.

Ele contou que o grupo foi na tarde de sábado para o Museu do Índio, em Botafogo, para tentar um diálogo com o presidente da instituição, José Carlos Levinha. Sem sucesso, eles ficaram no local até a madrugada de hoje.

Desde então, o grupo de indígenas ocupa o museu e se nega a aceitar a proposta do governo estadual de encaminhá-los a um terreno no bairro de Jacarepaguá. Os indígenas criticam as condições da área, uma ex-colônia para hansenianos, e disseram também repudiar a hospedagem oferecida pela Prefeitura do Rio, no Hotel Acolhedor, destinado ao pernoite de população de rua.

Foi suspensa nessa terça-feira (30) a liminar que determinava a retirada do acampamento dos índios guaranis kaiowás da Fazenda Cambará, em Mato Grosso do Sul. O anúncio foi feito pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante reunião com líderes indígenas na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH). De acordo com a decisão da Justiça, os cerca de 170 índios que vivem no acampamento devem permanecer no local até que a demarcação de suas terras seja definida.

A decisão da desembargadora Cecilia Mello, do Tribunal Regional da 3ª Região (TRF-3) em São Paulo, acata o recurso apresentado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e pelo Ministério Público Federal (MPF). O agravo de instrumento, apresentado dia 16, representava contra uma liminar anterior, favorável à manutenção de posse proposta por Osmar Luis Bonamigo, dono da fazenda.

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Em seu despacho, a desembargadora considerou que “o caso dos autos reflete, de um lado, o drama dos índios integrantes da Comunidade Indígena Pyelito Kue que, assim como outros tantos silvícolas brasileiros, almejam de há muito a demarcação de suas terras. E, de outro lado, o drama não menos significativo daqueles que hoje ocupam terras supostamente indígenas que, na maioria das vezes, adquiriram a propriedade ou foram imitidos na posse de forma lícita e lá se estabeleceram”. A magistrada declara ainda que “os indígenas se encontram em situação de penúria e de falta de assistência e, em razão do vínculo que mantêm com a terra que creem ser sua, colocam a vida em risco e como escudo para a defesa de sua cultura”.

A decisão foi recebida com entusiasmo pelos presentes à reunião. A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, que presidiu o encontro, disse que o próximo passo é agilizar o processo de estudos para demarcação da terra indígena. “Essas pessoas têm empreendido uma luta com o apoio de toda a etnia guarani kaiowá e todos os guaranis e comunidades indígenas do Brasil”, disse referindo à luta dos guaranis kaiowás e de outras etnias em Mato Grosso do Sul pela demarcação de suas terras.

Solano Pires, líder guarani kaiowá do Acampamento Puelyto Kue, falando em guarani, expressou sua alegria com a decisão da Justiça e reafirmou a ancestralidade dos índios sobre a terra. “Essa tekoha [terra sagrada] é nossa. Meu avô e meu tataravô estão enterrado lá”, disse.

A desembargadora também revogou a multa diária de R$ 500 contra a Funai por descumprimento da decisão de retirar os índios do local. A Funai argumentou no tribunal que “não detém a tutela da comunidade indígena, não influencia na sua cultura, no modo de viver e nem mesmo foi responsável pela retomada da área em conflito”.

Cecilia Mell diz também que a Funai deve adotar todas as “providências no sentido de intensificar os trabalhos e concluir o procedimento administrativo de delimitação e demarcação de terras”. Também autoriza que outros órgãos governamentais possam ter acesso ao acampamento para prestar assistência aos índios.

Durante a reunião, José Eduardo Cardozo anunciou que já tomou várias medidas para assegurar melhores condições para os índio. Ele destacou o reforço no contingente da Força Nacional e da Polícia Federal para garantir a segurança no local, e que solicitou que a Funai agilize o processo de demarcação de terras.

O ministro disse que em até 30 dias será apresentado o relatório final definindo se a área reivindicada pelos índios. “Nós vamos aprovar dentro de 30 dias. Falta apenas a questão do levantamento fundiário para que o processo possa ser aprovado”. Apesar disso, o ministro reconheceu que o processo de demarcação das terras indígenas ainda deve demorar. “A questão da demarcação de terras indígenas é extremamente conflituosa. Nós temos decisões liminares que interrompem o processo. É difícil estimar um tempo para o próximo passo”, ressaltou.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) negou, em nota, que haja intenção de suicídio coletivo dos índios guaranis kaiowás, do Mato Grosso do Sul. A entidade, vinculada ao Ministério da Justiça, informou que as lideranças indígenas foram ouvidas e informaram que há é uma "determinação de não deixar o local que consideram sua terra tradicional". A Funai também informou que interpôs um recurso para reverter a situação perante o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, e que aguarda a apreciação.

Nos últimos dias, o assunto ganhou espaço na mídia com uma suposta ameaça de suicídio coletivo. O assunto também está entre os mais comentados nas redes sociais, chegando ao Trending Topics do Twitter e com várias manifestações de apoio aos índios no Facebook.

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Tudo começou depois a Justiça Federal de Naviraí determinou que os 170 índios (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) deixassem a Fazenda Cambará, onde estão acampados há um ano, às margens do rio Hovy. Em carta endereçada ao governo brasileiro e a Justiça, a tribo condenou a liminar e considerou a ação como parte "de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena". Em um dos trechos, os índios ressaltaram o descrédito à Justiça brasileira, que não dá a eles "a esperança de sobreviver dignamente e sem violência" na região e que não têm mais a quem recorrer, se a própria Justiça está contra eles.

Na carta, os índios também explicaram que os antepassados também viveram no local e ali estão enterrados e pediram para que não fosse decretada a ordem de despejo. O trecho que causou o alarde no País foi o que os índios pediram para que fosse decretada a morte coletiva deles e que os corpos fossem enterrados no local.

"Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos", diz a carta.

Apesar de ser considerada pela imprensa e internautas como uma declaração de suicídio coletivo, o líder indígena, Eliseu Lopes, esclareceu que se trata de uma decisão de lutar pela terra, de não abandoná-la, mesmo que todos sejam mortos, já que pistoleiros foram contratados pelos fazendeiros para ameaçar os índios.

“Estamos fazendo esse ato para dizer que muitas lideranças já foram mortas, derramaram sangue pelas suas terras, mas não queremos mais isso. Já decidimos coletivamente que não vamos sair das terras porque nós não temos para onde ir”, frisou ele, durante uma manifestação pacífica na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na semana passada.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que também participou da mobilização na capital federal, também negou a ideia de suicídio e reivindicou a homologação e demarcação de terras. De acordo com a entidade, entre 2003 e 2011, 503 índios foram assassinados no Brasil, sendo 279 do povo Guarani Kaiowá. “Precisamos que o Estado tome as iniciativas adequadas que são de direito e dever do Estado brasileiro para a proteção física das pessoas, dos indivíduos guaranis kaiowás e, especialmente, tome as iniciativas estruturantes no sentido de implementar suas terras tradicionais e assim, superar os conflitos naquela região”, explicou o secretário executivo do Cimi, Cleber Buzatto.

Um levantamento feito pela entidade mostra que, desde 1991, apenas oito terras foram homologadas para os indígenas, que somam 43 mil pessoas. Sobre suicídios, o Conselho revelou que ocorreram 555, entre 2003 e 2010, causados por “situações de confinamento, falta de perspectiva, violência aguda e variada, afastamento das terras tradicionais e vida em acampamentos às margens de estradas”. "Nenhum dos referidos suicídios ocorreu em massa, de maneira coletiva, organizada e anunciada", explicou em nota.

Com informações da Agência Brasil.

Marcada para amanhã (15), a audiência pública de conciliação entre representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Norte Energia, empresa responsável pela construção da Hidrelétrica de Belo Monte (PA), sob a presidência do Ministério Público Federal (MPF) foi suspensa. Não há nova data. De acordo com a empresa, a suspensão foi definida pela Justiça Federal porque o canteiro de obras do sítio Pimental ainda está ocupado.

A audiência está condicionada, segundo a Justiça Federal, à saída dos invasores. O objetivo é que os integrantes das comunidades indígenas e de entidades civis que ocupam o canteiro de obras apresentem suas reivindicações à Norte Energia.

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Ontem (13), um oficial de Justiça sobrevoou a área e constatou que o local permanece ocupado. A Justiça deverá avaliar o descumprimento da ordem e proferir nova sentença. Mas não há prazo para a nova determinação. A expectativa é que ocorra ao longo desta semana.

O juiz federal Marcelo Honorato, de Altamira, determinou a realização da audiência há três dias. Porém, ele recomendou que os cerca de 60 invasores deixassem o canteiro de obras do Sítio Pimental, em Belo Monte, até o fim da manhã de ontem. A ocupação do local ocorreu no dia 8.

Por questões de segurança, o Consórcio Construtor Belo Monte retirou da área os 900 funcionários, interrompendo os trabalhos. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), participam da ocupação índios das etnias Xipaia, Kuruaia, Parakanã, Arara, Juruna e Assurini, que se uniram a pescadores que há 26 dias protestam contra o barramento do Rio Xingu.

Brasília – A Fundação Nacional do Índio (Funai) aguarda a Justiça fazer a notificação dos ocupantes ilegais da Terra Indígena (TI) Marãiwatsédé, pertencente aos índios xavantes, para iniciar a desocupação da área de 165 mil hectares, localizada no norte do Mato Grosso (nos municípios de São Félix do Araguaia e Alto Boa Vista). O plano para a retirada pacífica dos ocupantes foi apresentado à Justiça.

Advogados dos fazendeiros dizem que 7 mil pessoas ocupam o território, número não confirmado pela Funai. A data exata do início da operação (prevista para setembro) ainda não está definida e, por razões estratégicas, não será divulgada. A desocupação mobilizará a Força Nacional de Segurança, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal. O Exército poderá ser acionado para dar apoio logístico.

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Além do aparato policial e militar, o trabalho requer o cruzamento de dados sobre as ocupações irregulares. Algumas informações, como o dado de desmatamento, têm como origem o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama); outras, como a situação fundiária, são fornecidas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Segundo dados do Censo 2010, divulgados no início do mês, mais de 30 mil pessoas declaradas não índias habitam 505 terras indígenas que foram reconhecidas pelo governo até 31 de dezembro de 2010. A TI Marãiwatsédé foi homologada em 1998 por decreto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e está registrada na Secretaria do Patrimônio da União.

De acordo com a Funai, o plano apresentado à Justiça prevê todas as ações para a retirada pacífica dos ocupantes. “Esta tudo pronto para iniciar a retirada desses ocupantes em atendimento à decisão inicial”, disse à Agência Brasil, o diretor de Proteção Territorial da Funai, Aluízio Azanha.

Apesar de já dispor de alguns dados, a Funai ainda não tem informação fechada sobre o número de ocupantes irregulares, aguardando levantamento que está sendo feito pelo Incra. Segundo os advogados dos fazendeiros que tentaram ações para suspender a demarcação e a desocupação da TI, entre as 7 mil pessoas que moram na área estão 800 alunos do ensino fundamental. Alegam também que a TI demarcada não corresponde ao território original dos xavantes.

Em ação apresentada ao Tribunal Regional Federal (TRF), os advogados “desafiam” a Funai a explicar “qual o motivo lógico e plausível para que as antigas aldeias e antigos cemitérios xavantes não se encontrem dentro dos limites da área demarcada” e “qual o motivo do Rio Xavantinho, que tem este nome evidentemente por causa dos xavantes, não margear a área demarcada”.

Em resposta, o diretor de Proteção Territorial da Funai admite que “eventualmente, se deixou parcelas de áreas tradicionais, mas isso não atesta que a área [demarcada] não é de ocupação tradicional”. Ele lembra que “nenhuma demarcação de terra indígena, com raras exceções, corresponde à totalidade do território tradicional”; e pondera: “se partirmos dos pressupostos desses argumentos, deveremos demarcar o Brasil todo”.

Para o prefeito de São Félix do Araguaia, Filemon Gomes Limoeiro, o processo de desocupação poderá resultar em conflitos, como o ocorrido durante a retirada de produtores rurais da Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, em 2009.

De acordo com imagens de satélite usado pelo Ibama (Sistema Prodes), o desmatamento da área aumentou na última década (após a homologação). Segundo Aluízio Azanha, as TI em litígio são “as mais vulneráveis” e “mais desmatadas”. Em compensação, as TI onde concluíram o processo de regularização fundiária são as mais protegidas do ponto de vista ambiental - “porque tem a posse dos indígenas”, ressaltou.

A recuperação ambiental será objetivo do plano de gestão dos territórios, que ainda não foi elaborado. A Funai espera a desocupação – que chama de desintrusão - para iniciar as discussões com os próprios xavantes. O plano também vai tratar da reocupação de aldeias, da vigilância do território e atividades econômicas na área, que já foi o maior latifúndio do Brasil, iniciado com a expulsão dos xavantes em 1966.

Ele ainda garante que os agricultores familiares que estejam na TI serão reassentados. “Isso é uma obrigação do Estado”. Com a mesma contundência, o diretor nega que os grandes fazendeiros terão direito à indenização. “Lucraram em cima da terra da União, nunca pagaram imposto territorial, nunca pediram licença ambiental, nunca pagaram multas de infração ambiental. Eles não têm título, lucram em cima de uma área da União e ainda querem ser indenizados?”.

Índios da tribo xacriabá em São João das Missões, no norte de Minas, mantiveram quatro funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) reféns por aproximadamente 16 horas. Segundo a Polícia Militar (PM), as vítimas foram libertadas ilesas após um acordo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde para melhorias no atendimento na região.

Os servidores são ligados ao órgão e foram feitos reféns por volta das 18h de terça-feira (24), quando chegaram para prestar assistência médica na aldeia do Brejo Mata Fome, uma das maiores da reserva xacriabá, com cerca de 2 mil habitantes. Ainda de acordo com a PM, os índios fizeram os trabalhadores reféns para protestar contra o atendimento de saúde prestado na área.

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Para libertar os funcionários, a Sesai se comprometeu a construir, ainda este ano, uma unidade básica de saúde na reserva, um hospital e um centro de odontologia em São João das Missões. Os índios também reivindicam captar água do rio São Francisco, mas ainda deve ser feita uma pesquisa para verificar a viabilidade da ação. A Polícia Federal participou das negociações junto com representantes do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (Dasi).

Foi nomeada a nova presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). É a antropóloga Marta Maria do Amaral Azevedo. Ela assume no lugar de Marcio Augusto Freitas de Meira, que foi exonerado "a pedido". Em outro ato, Márcio foi nomeado assessor especial do ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Os decretos de nomeação e exoneração foram publicados hoje, no Diário Oficial da União. Marta Maria é a primeira mulher a ocupar a presidência da Fundação.

Cerca de 150 índios de 9 etnias do Acre fecharam o prédio da coordenação regional da Funai, sediada em Rio Branco. Eles reclamam da ineficiência da gestão pública nas áreas de saúde e na demarcação de 14 terras indígenas. Os funcionários da instituição ficaram impedidos de sair durante toda a manhã desta quarta-feira. Os índios só permitiram a saída no horário de almoço "para que se ouvissem as dificuldades dos povos". Durante as falas, muita reclamação sobre eficiência do poder público.

"As nossas referências do movimento indígena, quando entram nos governos, se esquecem das dificuldades que viveram aqui", afirmou a liderança indígena Ninawá Huni Kui."Há muitas coisas na política indigenista, principalmente no que se refere à saúde, que não está bem", reconhece a coordenadora da Funai, Evanízia Puyanáwa. "Em relação à demora nas demarcações, isso é um problema de caráter político, de prioridade política do governo federal". A demarcação de terras indígenas não tem como ser agilizada. Em todo o País, só há 16 antropólogos da Funai para atuar nesse trabalho.

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De 2006 a 2010, o governo concluiu os processos demarcatórios de 35 terras indígenas no País e entregou aos índios um total de 8,9 milhões de hectares. No mesmo período, a Fundação Nacional do Índio (Funai) oficializou e pôs em andamento um conjunto de processos fundiários que pode acrescentar outros 3 milhões de hectares, o que elevaria as reservas a 13% do território nacional. Apesar disso, os conflitos da questão fundiária indígena aumentaram nesses cinco anos, revela um estudo que será lançado hoje.

Segundo informa a publicação Povos Indígenas no Brasil 2006-2010, o que se viu nos últimos cinco anos foi o agravamento das tensões e conflitos. Na maior parte das vezes, os problemas se devem à disputa pelo controle da terra com posseiros e fazendeiros. Mas também envolvem garimpo ilegal, avanço descontrolado de madeireiras e carvoarias e até tráfico de drogas. Há casos descritos pelo estudo em que há apoio ostensivo de líderes indígenas para a invasão das reservas, cooptados financeiramente por esses grupos.

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Tudo isso é agravado pelo desenvolvimento econômico do País. Grandes projetos de hidrelétricas, de novas rodovias e no setor do agronegócio estão em andamento na Amazônia Legal, onde se concentram 98,6% das terras indígenas do País.

Um dos casos mais preocupantes envolve a terra ianomâmi, com 9,5 milhões de hectares, entre Roraima e Amazonas, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela. A crise internacional provocou a valorização do ouro e, no rastro dela, uma incontrolável onda de invasões do garimpo ilegal na região. "Pelo fato de não dispor de estradas nem de muitos rios navegáveis, é uma terra difícil de fiscalizar", explica a antropóloga Fany Ricardo, coordenadora do estudo da ONG Instituto Socioambiental (ISA).

Ainda segundo Fany, para conquistar apoio dos ianomâmis, garimpeiros distribuem armas de fogo entre os diferentes subgrupos indígenas da região. "Isso potencializa as tradicionais disputas que existem entre eles. Já se constatou que o número de mortos nesses conflitos aumentou." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e outros 13 servidores foram libertados na madrugada de hoje após negociações com os índios guaranis, que sequestraram o grupo na tarde de ontem, em Viamão, no Rio Grande do Sul.

Segundo a Polícia Federal, que participou das negociações para a liberação do grupo, ninguém ficou ferido. Os índios guaranis mantiveram reféns o presidente Márcio Augusto Freitas de Meira, de 47 anos, e outros 13 membros do órgão federal, na aldeia Estiva, desde o fim da tarde de ontem com o objetivo de conseguir informações e tentar um diálogo sobre demarcações de terra e outros direitos do grupo.

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