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O vice-procurador-geral Eleitoral, Renato Brill de Góes, se manifestou contra a destinação dos R$ 959 milhões do fundo partidário para o combate ao coronavírus. Uma consulta sobre o tema foi deita pelo Partido Novo ao Tribunal Superior Eleitoral. No entanto, para Góes, a legislação somente prevê que a verba não utilizada pelas legendas deve retornar ao próprio fundo.

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Luis Felipe Salomão negou na segunda, 6, um pedido liminar do Novo para que seus R$ 34 milhões do fundo partidário fossem redirecionados à Saúde. O magistrado não adentrou o mérito, e rejeitou o pleito de urgência para aguardar o resultado da consulta, que tramita paralelamente.

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A manifestação do vice-procurador-geral foi no âmbito da consulta, que também é relatada por Salomão. A consulta do Partido Novo deve ser decidida pelo TSE em sessão de julgamento prevista para a próxima semana. Segundo Góes, a "devolução dos recursos oriundos do Fundo Partidário diretamente ao Tesouro Nacional demanda previsão legal, que inexiste para o caso".

"Não há disposição normativa que obrigue o recebimento de recursos dessa natureza pelas agremiações partidárias - o que a lei objetiva não é impor, mas assegurar a distribuição do Fundo Partidário às legendas de acordo com a sua representatividade", escreve.

De acordo com o vice-PGE, decisões do TSE seguem a mesma orientação. "Ao prescrever que os recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha que não forem utilizados nas campanhas eleitorais deverão ser devolvidos ao Tesouro Nacional (artigo 16-C, §111), entende-se, diversamente do que aduz o consulente, que o contexto normativo evidencia a necessidade de disposição expressa para o recolhimento direto ao Tesouro Nacional, o que não ocorre com o Fundo Partidário".

Segundo o PGR, a "eventual autorização para a devolução perseguida acabaria por violar o princípio da legalidade estrita, na medida em que alteraria a lei orçamentária já aprovada e vigente". Com efeito, ao Poder Judiciário não é dado fazer o papel do legislador, sendo-lhe vedado criar uma fonte ou rubrica orçamentária não prevista em lei ou alterar uma existente".

E, nesse sentido, rememora-se que o próprio Partido Novo uma emenda rejeitada pela Câmara dos Deputados por 299 a 144 votos, sendo que, após tramitação no Senado Federal e retorno à Casa Iniciadora, o referido PL foi sancionado (Lei 13.831/2019), sem que tenha sido contemplada a possibilidade de devolução de recursos oriundos do Fundo Partidário diretamente ao Orçamento-Geral da União.

Possibilidade semelhante também foi afastada quando da votação na Câmara dos Deputados da chamada "PEC do Orçamento de Guerra", estando ainda a proposta de emenda constitucional a ser concluída no Senado Federal.

Nesse contexto, Goes afirma que 'eventual autorização para a devolução perseguida acabaria por violar o princípio da legalidade estrita, na medida em que alteraria a lei orçamentária já aprovada e vigente', o que seria vedado ao Estado-Juiz, ante o princípio da separação dos Poderes, concluindo que "ao Poder Judiciário não é dado fazer o papel do legislador, sendo-lhe vedado criar uma fonte ou rubrica orçamentária não prevista em lei ou alterar uma existente".

O presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Carlos Moreira Alves, suspendeu a liminar da Justiça Federal em Brasília que bloqueou os R$ 3 bilhões dos fundos partidário e eleitoral e deixou o valor à disposição do governo federal para o combate ao coronavírus.

A decisão do desembargador acolhe pedido da Advocacia-Geral da União. O desembargador afirma que a decisão liminar do juiz Itagiba Catta Pretta, da 4ª Vara Federal de Brasília, não indicou "nenhuma omissão dos Poderes constituídos da República, no âmbito de suas respectivas esferas de competência" e ainda "interfere em atos de gestão e de execução do orçamento público, da mesma forma como interfere no exercício de competências constitucionalmente outorgadas a autoridades dos Poderes Executivo e Legislativo".

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Segundo o desembargador, a liminar impôs, "efetivamente, grave lesão à ordem pública, sob viés da ordem administrativa". "Se medidas para o combate à pandemia necessitam de ser adotadas, devem ser levadas a efeito, repita-se, mediante ações coordenadas de todos os órgãos do poder público federal, estadual, municipal e distrital, dentro de suas respectivas esferas de atribuições constitucionais, com intervenção apenas excepcional do Poder Judiciário".

O magistrado afirma que "tem demonstrado a experiência internacional que para um enfrentamento minimamente eficaz da pandemia em referência, se fazem necessárias ações coordenadas de todos os órgãos do poder público federal, estadual, municipal e distrital, nas suas respectivas esferas de atribuições constitucionais, com intervenção apenas excepcional do Poder Judiciário".

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Tribunal Regional Federal que suspenda a liminar da Justiça Federal em Brasília que determinou o bloqueio dos fundos eleitoral e partidário com o fim de destinar a verba, que chega aos R$ 3 bilhões, para o combate ao coronavírus. A verba deverá ficar à disposição do governo Jair Bolsonaro para ser usada "em favor de campanhas para o combate à pandemia ou amenizar suas consequências econômicas", determinou Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara Federal Cível de Brasília. A decisão acolheu ação popular movida por um advogado.

Em recurso endereçado ao desembargador Carlos Eduardo Moreira Alves, presidente do TRF-1, a AGU afirma que a decisão "revela manifesta ameaça à separação de poderes e anseio de ruptura institucional entre os Poderes da República" sob a justificativa de que tal decisão, em torno da mudança na destinação da verba, seria de competência do Legislativo e do Executivo.

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"Consoante se observa do caso em apreço, a decisão impugnada interfere na execução orçamentária federal sem sequer indicar qualquer omissão imputável à União ou suas autoridades no tocante ao combate ao novo coronavírus, seja no campo médico, seja no campo econômico-social", diz a AGU.

O órgão ainda ressalta que "diante da gravidade da emergência causada pela pandemia do COVID19 (Coronavírus), as autoridades brasileiras, em todos os níveis de governo, têm adotado todas as medidas possíveis para o apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de Saúde, especialmente mediante destinação de recursos públicos com vistas a atenuar os graves riscos à saúde e à segurança públicas, bem como garantir a real e efetiva proteção a esses direitos fundamentais'.

A AGU menciona, por exemplo, o decreto de calamidade pública, do presidente Jair Bolsonaro, e a destinação de R$ 600 milhões para o combate à pandemia, oficializada em portaria do Ministério da Saúde, no dia 25 de março.

"Vê-se que o Poder Executivo Federal, em conjunto com o Poder Legislativo, não tem medido esforços visando à atuação urgente, duradoura e coordenada de todos as autoridades federais, estaduais e municipais em defesa da vida, da saúde e da própria subsistência econômica de grande parcela da sociedade brasileira", diz a Advocacia-Geral da União.

Em razão disso, a AGU conclui que não há "qualquer omissão administrativa que permita concluir pela existência de periculum in mora suficiente à interferência do Poder Judiciário na execução orçamentária federal".

Valores

Em janeiro, o presidente Jair Bolsonaro sancionou integralmente o Orçamento de 2020, que inclui o Fundo Eleitoral. Conhecido como "fundão", o dispositivo prevê gasto de R$ 2 bilhões para financiar as campanhas dos candidatos nas eleições municipais previstas para outubro. O valor de R$ 2 bilhões foi aprovado pelo Congresso em dezembro do ano passado. Já o Fundo Partidário foi aprovado no valor de R$ 959 milhões.

Ação

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Luis Felipe Salomão negou na segunda-feira, 6, pedido do partido Novo para destinar recursos do fundo partidário para o combate ao novo coronavírus. A verba, no caso da legenda, seria de R$ 34 milhões.

A transferência do fundo partidário para o combate ao coronavírus foi levada ao TSE após o Novo não conseguir incluir emenda na PEC do Orçamento de Guerra que permitiria o repasse de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral.

Neymar Jr. teria doado R$ 5 milhões para ajudar no combate do novo coronavírus, segundo o programa Fofocalizando, do SBT.

Parte do valor foi para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e parte para um fundo de solidariedade criado por artistas e liderado por Luciano Huck.

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O jogador brasileiro havia sido criticado após o anúncio de que ele e outras celebridades arrecadaram R$ 1,5 milhão para comunidades carentes do Rio de Janeiro. 

Além do jogador, participavam do grupo Luciano Huck, Thiaguinho, Gabriel Medina, Rafael Zulu e Bruninho Rezende. O valor foi considerado baixo e internautas apontaram que cada um dos amigos teria condições financeiras de fazer uma maior doação.

 Em coletiva de imprensa realizada na noite desta quinta (19), o Governo de Pernambuco anunciou novas medidas de enfrentamento ao COVID-19. O estado informou que criará um um fundo de doações para reunir recursos para medidas como a garantia de insumos hospitalares, embora tenha reiterado que não faltam materiais para os atendimentos. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) irá suspender a conta de água para usuários da tarifa de uso social.

De acordo com o secretário Estadual de Saúde, André Longo, Pernambuco chegou a 508 notificações do COVID-19, com três prováveis, 166 descartados, 311 em investigação e 28 casos confirmados. “É muito importante que a gente tenha um cuidado especial com a pessoa idosa, é muito importante que essas pessoas guardem maior isolamento social, evitando sair de casa desnecessariamente. Que os jovens possam proteger essas pessoas idosas”, comentou Longo.

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A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) irá suspender a conta de água para usuários da tarifa de uso social. (Reprodução)

Também presente, o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia destacou a abertura de uma seleção para contratação de mais de 100 profissionais de saúde, incluindo médicos, fisioterapeutas e enfermeiros, com contrato de um ano. “As inscrições acontecem até o próximo domingo (22) e os detalhes do edital estarão no site da PCR. Os candidatos devem ter até 59 anos de idade, pois eles estão menos expostos. Devem apresentar declaração de que não se encontram no grupo de risco da COVID-19, porque serão os profissionais escalados para enfrentar esse desafio”, explicou Correia.

Correia colocou ainda que serão suspensas as cirurgias eletivas, que tem grande impacto em hospitais como o Maria Lucinda e o Hospital da Mulher. “No esforço de gerar leitos para que tenhamos enfermarias de retaguarda para o plano de contingência municipal”, completou.

Compesa

A secretária de Infraestrutura e Recursos Hídricos, Fernandha Batista, anunciou o investimento de mais de R$ 9,5 milhões para obras de pequeno porte e rápida ação. “Aumento da produção em Tapacurá, mais de 150% de incremento de carros pipa, serão mais de 360 deles em Pernambuco, e mais ações que ao longo do tempo serão anunciadas”, acrescentou.

Navio retido

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach, o governo do estado pretende anunciar, até a próxima sexta (20), a saída do primeiro vôo, com destino à Grã Bretanha, de passageiros do navio retido no Porto do Recife. “Todos os esforços estão sendo feito para devolver esses passageiros em segurança sanitária para seus países. O cruzeiro tem uma equipe médica, a Anvisa tem dado o suporte de acompanhamento de passageiros e a gente espera que possa, nos próximos dias, anunciar a retirada dos passageiros em segurança”, acrescentou André Longo.

A Fifa anunciou nesta terça-feira (11) que reservou US$ 16 milhões (aproximadamente R$ 69 milhões) para ajudar jogadores que não foram pagos pelos seus clubes. O financiamento cobre o período até 2022, e a entidade também quer criar um comitê de monitoramento com o sindicato mundial dos atletas, o FIFPro, para avaliar as necessidades dos jogadores.

O fundo oferecerá uma "rede de segurança" para os atletas, disse a Fifa em um comunicado. O presidente da entidade, Gianni Infantino, destacou que o órgão governamental queria mostrar seu "compromisso em ajudar os jogadores em uma situação difícil".

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"Estamos aqui para chegar aos necessitados, especialmente na comunidade do futebol, e isso começa com os jogadores, que são as principais figuras do nosso jogo", acrescentou Infantino.

A Fifa orçou US$ 3 milhões (R$ 13 milhões) para o segundo semestre deste ano e US$ 4

milhões (R$ 17 milhões) para 2021 e 2022, cada. Há também US$ 5 milhões (R$ 22 milhões) disponíveis para casos de salários não pagos de julho de 2015 a junho de 2020.

"Mais de 50 clubes em 20 países fecharam nos últimos cinco anos, mergulhando centenas de jogadores de futebol em incertezas e dificuldades", disse o presidente do FIFPro, Philippe Piat. "Este fundo fornecerá um apoio valioso para aqueles jogadores e famílias mais necessitados. Muitos desses clubes fecharam para evitar pagar salários pendentes, imediatamente se transformando nos chamados novos clubes".

A indústria de fundos de investimento imobiliários, os FIIs, teve forte aquecimento neste ano. Puxado pelo ciclo de corte do juro (Selic), que caiu para 4,5% ao ano, o setor se beneficiou com a queda nas taxas para financiamento imobiliário e com a migração de investidores que buscam alternativas à renda fixa.

As novas emissões desses fundos levantaram mais de R$ 34 bilhões em captações até novembro, ante R$ 11 bilhões em 2018. Só as pessoas físicas ficaram com 52,8% das novas cotas, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

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Especialistas, porém, alertam para riscos em 2020. Com tanto crescimento em um ano, é esperada uma oscilação maior nos fundos imobiliários daqui para frente, sem desconsiderar uma correção em determinados fundos que adquiriram "muita gordura" em 2019. Segundo levantamento da Economática, dos 100 fundos com maior liquidez, 85% operam em alta, boa parte acima de 10% de rendimento de um ano para outro. Esse dado, na opinião dos gestores do mercado financeiro, sugere que haverá movimento de correção em 2020.

"Em média, os fundos vinham com oscilação de 10% de um ano para outro, em anos muito positivos. Crescimentos maiores que isso, mesmo em 2019, não se justificam, já que não houve ganho de patrimônio líquido que sustente tamanha valorização", diz o gestor de um grande banco multinacional, que preferiu não se identificar.

Ibovespa

A animação com FIIs ficou explícita no crescimento do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix). Com alta de 29,7%, chegou a passar, em alguns momentos, o Ibovespa, cesta com as principais ações negociadas na Bolsa.

"O segmento de FIIs que teve a maior valorização foi o de ativos logísticos, com alta de mais de 50%, se ajustarmos o indicador aos dividendos distribuídos", diz Anita Scal, sócia da área de investimentos imobiliários da Rio Bravo.

Se comparada à valorização que os imóveis que dão lastro aos FIIs tiveram neste ano, porém, a alta dos fundos pode parecer exagerada. De um ano para cá, os preços subiram, na média, 0,7%, segundo levantamento do coordenador do Laboratório de Finanças do Insper, Michel Viriato, feito a pedido do jornal O Estado de S. Paulo. "Os preços dos imóveis demoram a reagir. Os donos não baixam facilmente e, assim, quando há recuperação econômica ainda estão quase no mesmo patamar pré-crise. Dessa maneira, a valorização será menor que a de fundos que se desvalorizaram durante a crise."

Viriato diz que a liquidez dos fundos e as vantagens dos cotistas não arcarem com custos da vacância dos imóveis - como água, luz e condomínio - e ainda receberem dividendos com isenção de Imposto de Renda são fatores essenciais para a maior valorização desse investimento.

Mesmo assim, ele não vê para os próximos meses crescimento tão acentuado quanto o deste ano. "Ainda vejo dois anos de alta, mas como o crescimento neste ano foi muito forte, nos próximos deve ser algo entre 10% a 15%, e abaixo do Ibovespa."

A especialista em fundos imobiliários do Itaú BBA, Larissa Nappo, explica que FIIs são o primeiro passo de muitos investidores para fora da renda fixa. "Eles são atrativos pela isenção de IR e o acesso de fluxo de caixa, pois são obrigados a distribuir aos cotistas 95% dos dividendos." Para ela, correções pontuais de alguns fundos podem ocorrer em 2020 mas, no geral, ela espera continuidade no crescimento. "Como o principal fator de alta, que é o patamar de juros, deve continuar, vejo um cenário ainda favorável."

O sócio-diretor da Valora Investimentos, Alessandro Vedrossi, diz que o reajuste esperado para os aluguéis, motivado pela redução de imóveis vagos, pode motivar novas altas para a categoria. "Os preços estavam depreciados. Ainda há espaço para subir." Mas, por ser um contato inicial com um tipo diferente de produto financeiro, vale a pena o investidor prestar atenção em algumas dicas.

"É importante saber no que se está investindo. Quais são os ativos do fundo, os imóveis? Como é a vacância? Como foram os últimos dividendos? Se for um fundo de papéis de dívidas do setor imobiliário é preciso avaliar a classificação de risco e compará-la com a valorização que prometem", diz Daniel Chinzarian, analista de fundos imobiliários da Guide Investimentos.

Ele também chama atenção para o risco de comprar FIIs com um só imóvel e um inquilino. Num curto prazo pode render acima da média, "mas se o inquilino sair, pode penalizar o cotista". Além disso, é bom evitar fundo novo e buscar os estabelecidos, com dados para serem analisados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária anunciou nesta quinta-feira (10) que foi alcançado o objetivo de arrecadar os 14 bilhões de dólares necessários para o combate a estas doenças nos próximos três anos.

Este dinheiro está destinado a salvar cerca de 16 milhões de vidas adicionais - 32 milhões já foram - e evitar 234 milhões de novas infecções até 2023.

O Fundo, criado em 2002, também registrou a chegada de novos contribuintes. Os países da África contribuíram o dobro que na ocasião anterior.

No entanto, a Rússia e a América Latina não responderam ao chamado do fundo e se destacaram por sua ausência.

Peter Sands, diretor-executivo do fundo, declarou que está "muito orgulhoso" pelo dinheiro arrecadado. "Amanhã focaremos em qual é a melhor maneira de utilizá-lo", disse.

 

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (Mctic), Marcos Pontes, defendeu nesta terça-feira, 17, que os R$ 250 milhões do fundo da Lava Jato separados para sua pasta sejam usados em ações previstas para 2020 em vez de para pagamentos de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Para pagar bolsistas até o final deste ano, Pontes afirma que pediu ao Ministério da Economia recursos novos. "Se tiver de usar em emergência (o recurso do fundo da Lava Jato), vou usar. Mas é preciso lembrar que usando esses R$ 250 milhões estou cortando orçamento de outros projetos importantes. Então, o ideal era que Ministério da Economia transferisse recursos novos. Isso que tenho batalhado com Paulo Guedes", disse Pontes.

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O Mctic tem enfrentado cortes no orçamento. Recentemente, Pontes remanejou R$ 82 milhões do orçamento de fomento do CNPq para pagar bolsas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, validou nesta terça-feira, 17, acordo para uso do fundo da Petrobras, de cerca R$ 2,6 bilhões.

Pelo acordo, assinado pelo governo federal, representantes da Câmara, Senado e pela Procuradoria-Geral da República, cerca de R$ 1,6 bilhão irá para a educação, sendo R$ 250 milhões ao Mctic para alocar em ações de inovação, empreendedorismo e educação, como as bolsas de pesquisa do CNPq. Outro R$ 1,06 bilhão será destinado para ações na Amazônia de prevenção, fiscalização e combate a desmatamentos e incêndios.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), validou nesta terça-feira, 17, o acordo que remete R$ 1,06 bilhão do Fundo da Lava Jato para as ações de prevenção, fiscalização e combate ao desmatamento e outros ilícitos ambientais nos Estados da Amazônia Legal, e que destina outro R$ 1,6 bilhão para a Educação. Desse montante, R$ 250 milhões irão para o Ministério de Ciência e Tecnologia alocar em ações de inovação, empreendedorismo e educação, como as bolsas de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O acordo foi fechado na semana retrasada entre a Procuradoria-Geral da República (PGR), a Câmara dos Deputados e o Palácio do Planalto, mas precisava ainda ser homologado pelo STF.

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A decisão sobre o destino do dinheiro foi divulgada seis meses após a PGR questionar no Supremo o acordo fechado entre a Petrobras e a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, que reverteu para o Brasil cerca de R$ 2,5 bilhões de uma multa paga pela estatal na justiça norte-americana.

"O acordo realizado pelos autores da ADPF 568 (Procuradora-Geral da República) e RCL 33.667 (Presidente da Câmara dos Deputados) com a União (representada pelo Advogado-Geral da União), e com a interveniência do Presidente do Senado Federal e do Procurador-Geral da Fazenda Nacional, respeita integralmente os preceitos fundamentais anteriormente analisados e, consequentemente, afasta as nulidades existentes no anterior e ilícito 'acordo de assunção de compromissos', para a destinação do valor depositado pela Petrobras", escreveu Moraes em sua decisão.

Na decisão, Moraes destacou que houve um consenso dos diferentes agentes no novo acordo, após audiência no início deste mês com representantes dos órgãos envolvidos na discussão do tema.

"A vinculação desses valores a fonte específica de custeio, conforme informado pela Advocacia-Geral da União, além de outros compromissos assumidos pelas autoridades mencionadas nesses autos, afasta qualquer possibilidade de configuração do risco de retorno desses valores à Petrobras, bem como de efetiva utilização nas ações indicadas e fiscalização pelas instâncias de controle", observou o ministro.

Valores

Do dinheiro destinado a Amazônia, R$ 630 milhões irão bancar tarefas diretas da União. Entre elas, as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e ações de responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente e Ibama. Além disso, o reforço chegará também ao Ministério da Agricultura, para amparar orçamento de regularização fundiária e do serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural. Os R$ 430 milhões restantes deverão ser investidos de forma descentralizada para a articulação entre o governo federal e os Estados da região amazônica.

Conforme a decisão de Moraes, a execução dos recursos de "maneira descentralizada" será feita observando os seguintes critérios: área territorial dos Estados, população estimada na data da homologação do acordo, o inverso do PIB per capita dos Estados, o número de focos de queimadas e a área desmatada total por unidade da federação.

Do dinheiro para a Educação, cerca de R$ 1 bilhão será destinado para ações relacionadas à educação infantil. Ainda, R$ 250 milhões irão para o Ministério da Cidadania para iniciativas de desenvolvimento integral na primeira infância, como o Programa Criança Feliz.

Outros R$ 250 milhões ficarão a cargo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para ações voltadas ao empreendedorismo, inovação e educação, como a manutenção de bolsas de pesquisa do CNPq, e a construção da fonte de luz Síncrotron de 4° geração.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, queria que parte do dinheiro fosse destinado ao CNPq, que sofre com as restrições orçamentárias.

Por fim, R$ 100 milhões deverão ser alocados em ações socioeducativas em cooperação com os Estados, preferencialmente dentro do escopo do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Controvérsia

O acordo entre a Petrobras e a força-tarefa da Lava Jato foi questionado na Suprema Corte em março. Quando fechou o tratado com a estatal, o Ministério Público paranaense definiu que parte do dinheiro fosse gerido por um fundo, o que gerou forte polêmica à época.

Moraes, então, suspendeu o acordo três dias após Raquel Dodge questionar a medida no STF. Desde então, os órgãos públicos tentavam chegar a um consenso sobre onde o dinheiro deveria ser aplicado.

Com a situação gerada pelas queimadas que afetam a região amazônica, a Câmara dos Deputados entrou no debate e pediu em agosto que parte da multa fosse destinada à prevenção e combate de incêndios florestais. Antes, as conversações entre a AGU, o STF e a PGR se encaminhavam para destinar o dinheiro apenas a projetos da área de educação e cidadania.

A Procuradoria-Geral da República, a Câmara dos Deputados e o Palácio do Planalto - por meio da Advocacia-Geral da União (AGU) - fecharam acordo para que R$ 1,06 bilhão do Fundo da Lava Jato seja direcionado às ações de prevenção, fiscalização e combate ao desmatamento e outros ilícitos ambientais nos Estados da Amazônia Legal, incluindo a faixa de fronteira. Outro R$ 1,6 bilhão será destinado para a Educação. Um requerimento conjunto para destinação dos valores ainda deverá ser homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Fundo da Lava Jato é resultado de acordo firmado entre o Ministério Público Federal no Paraná, a Petrobras e os Estados Unidos, via Departamento de Justiça, para destinar parte da multa imposta à petrolífera em ações no Brasil.

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André Mendonça, ministro-chefe da AGU, e Raquel Dodge, procuradora-geral da República, se reuniram com Moraes para tratar sobre o tema nesta quinta-feira, 5. "Acho que é o momento de o Brasil celebrar que aquele valor aplicado de multa pelos Estados Unidos, a partir desse consenso vai ser possível uma destinação pública, correta, justa e que atenda ao interesse público", disse André Mendonça.

Amazônia

O acordo prevê que, da quantia global, R$ 630 milhões deverão ser destinados para ações diretas da União, como operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), ao Ministério do Meio Ambiente e ao Ibama, e ainda ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para ações de apoio à regularização fundiária e de assistência técnica e extensão.

Os R$ 430 milhões restantes deverão ser investidos de forma descentralizada para articulação entre governo federal e Estados. Para Raquel, a defesa da Amazônia vai viabilizar recursos para a prevenção de queimadas. "São áreas muito importantes que serão atendidas com esse dinheiro." Nas últimas semanas, a Amazônia entrou no centro das preocupações após avanço das queimadas. O número de focos de incêndio em agosto foi quase o triplo do registrado no mesmo mês de 2018. Nesta quinta, a H&M, segunda maior varejista de moda, informou que parou de comprar couro do País temporariamente por causa das preocupações ambientais.

Educação

O acordo sobre o dinheiro da Lava Jato ainda prevê R$ 1,6 bilhão para a Educação - R$ 1 bilhão será para ações de educação infantil e R$ 250 milhões para o Ministério da Cidadania com foco em iniciativas de desenvolvimento integral na primeira infância.

Outros R$ 250 milhões ficarão a cargo do Ministério da Ciência para ações de empreendedorismo e manutenção de bolsas de pesquisa. Por fim, R$ 100 milhões deverão ser colocados em ações socioeducativas em cooperação com os Estados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Além do combate a queimadas, a Câmara quer usar parte dos recursos recuperados pela Lava Jato para pagar bolsas de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Um pedido foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para que reserve R$ 250 milhões de um fundo da Petrobras para destinar aos pesquisadores.

Na terça-feira, 27, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhou uma manifestação ao STF na ação em que Moraes irá decidir sobre o destino dos R$ 2,5 bilhões originados de um acordo entre a Justiça dos Estados Unidos e a estatal brasileira. Do montante, Maia pede que R$ 1 bilhão seja usado para o combate a incêndios na floresta amazônica.

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Maia e Moraes se reuniram na semana passada para tratar do assunto. A ideia é que o montante previsto em seu pedido para projetos ligados à popularização da ciência e educação seja direcionado pelo Ministério da Economia para amenizar a situação do ensino superior.

Nesta semana, Pontes disse à Globonews que sua pasta não terá recursos para pagar bolsas do CNPq até o fim do ano e "implorou" por mais recursos. O déficit orçamentário do órgão é de R$ 330 milhões.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) fala sobre o risco de 85 mil pesquisadores ficarem sem bolsas a partir de setembro.

O destino dos R$ 2,5 bilhões do fundo da Lava Jato parou no STF em março, depois de a Procuradoria-Geral da República questionar o acordo fechado entre a Petrobrás e a força-tarefa da operação no Paraná. A medida estabeleceu, entre outros pontos, a criação de uma fundação para gerir parte da multa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O plenário da Câmara deve votar nesta terça-feira, 27, um projeto de lei que altera regras para partidos políticos. O projeto que está na pauta é uma matéria de 2018 apresentada pelos deputados Domingos Neto (PSD-CE), Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP) que trata sobre remunerar funcionários das legendas com recursos do fundo partidário.

No entanto, o texto que deve ir à votação hoje será um substituto de autoria do deputado Paulinho da Força (SD-SP), que ainda não está concluído. Segundo fontes, Paulinho deve avançar em outras mudanças que vão beneficiar o caixa dos partidos. O texto deve tentar mudar ainda critérios de distribuição do fundo eleitoral.

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Um acordo para que o substituto de Paulinho seja aprovado foi costurado mais cedo na reunião entre as lideranças da Câmara. A matéria deve ir à votação depois que os deputados concluírem o projeto que trata sobre os peritos do INSS.

Outros projetos que estão na pauta são a urgência do projeto sobre pagamento por serviços ambientais e a medida provisória que trata sobre o Programa de Parceria e Investimentos (PPI), a 882.

O projeto que trata sobre porte e posse de armas deve ficar para semana que vem.

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): em 2019, a restituição obedece a duas modalidades e, as contas ativas e inativas poderão sacar até R$ 500. Em entrevista ao LeiaJá, o consultor econômico financeiro Tiago Monteiro explicou as exigências e tirou dúvidas sobre a restituição. Acompanhe a matéria, fique atento ao calendário de saques e ainda receba dicas de investimento.

Além do saque imediato, o Governo também disponibilizou o saque aniversário, que a partir de 2020 permitirá a retirada parcial do saldo no mês do aniversário do trabalhador. Vale lembrar que o saque aniversário não é permanente. Quem o deseja deve solicitar a Caixa Econômica Federal partir do dia 1º de outubro. Nessa modalidade, o colaborador perde o direito de receber o valor integral, caso seja demitido sem justa causa.

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Confira as dicas no vídeo:

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Sobre o valor limite de R$ 500, Tiago lembrou que a maioria dos brasileiros ganha um ou dois salários. Desse modo, a intenção é proporcionar poder de compra ou a possibilidade de quitar dívidas. O consultor também lembrou da relação do fundo com um dos pilares da economia nacional, "boa parte do FGTS é utilizado para financiar imóveis, incluindo o 'Minha Casa Minha Vida'. Então a gente precisou fazer uma gangorra que seja interessante para quem consome e para quem produz", e continuou "se a gente sufocar a construção civil, que depende visceralmente desse capital que tá no FGTS, a gente tá desestimulando um dos setores que mais empregam pessoas no nosso país. O tiro poderia sair pela culatra".

Quem optar por retirar o limite de R$ 500 ainda terá direito à multa de 40% sobre o valor total da conta, bem com a retirada integral do valor do FGTS, caso seja demitido sem justa causa. Para mais informações, contactar a Caixa Econômica Federal atráves do site ou pelo telefone 0800 726 0207.

Fique atento às datas de saque:

Crédito automático aos correntistas Caixa para contas abertas até 24/07/19

Recebimento em outros canais Caixa

Calendário do Saque Aniversário - a partir do Abril de 2020 

Reprodução/ CEF

 

Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu o uso de R$ 1,2 bilhão dos recursos do Fundo da Lava Jato para o combate às queimadas na região amazônica.

O destino dos R$ 2,5 bilhões do Fundo da Lava Jato parou na Suprema Corte em março, depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) questionar o acordo fechado entre a Petrobras e a força-tarefa da Lava Jato no Paraná que estabeleceu, entre outros pontos, a criação de uma fundação para gerir parte da multa. O caso caiu com Alexandre de Moraes, que resolveu suspender o acordo entre a estatal e o Ministério Público paranaense.

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"Nessa perspectiva, considero necessário ao interesse público a repartição dos valores e destinação dos recursos para incluir a proteção ambiental sustentável, o que atende a toda a sociedade brasileira", afirmou Raquel Dodge.

A procuradora quer que a maior parte dos recursos do Fundo da Lava Jato (R$ 1,3 bilhão) seja destinada à educação (com foco em educação, tecnologia e primeira infância) e o restante - R$ 1,2 bi - deve ter como destino o Ministério do Meio Ambiente.

A procuradora, que tenta ser reconduzida ao cargo por mais dois anos, também pediu a criação de um comitê com integrantes dos ministérios do Meio Ambiente, Agricultura, Defesa, Justiça, além do Incra, Ibama e do Ministério Público Federal e Poder Judiciário.

Na avaliação de Raquel Dodge, a criação do grupo é necessária para a elaboração de um plano sustentável de proteção da floresta amazônica.

Governo

Já a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais cinco dias para que órgãos do governo federal (o Ministério da Economia, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e a própria AGU) enviem ao tribunal uma manifestação sobre a possibilidade de destinar R$ 800 milhões - oriundos de multa paga pela Petrobrás em acordo com a Justiça americana - à prevenção e ao combate de incêndios florestais na região amazônica.

A proposta de destinação de recursos do Fundo da Lava Jato para combater os incêndios na Amazônia foi apresentada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.

A Câmara pede ainda que R$ 200 milhões sejam usados para descontingenciar o bloqueio orçamentário que existe em desfavor de programas relacionados à proteção do meio ambiente, seja relacionado diretamente ao Ministério do Meio Ambiente ou demais órgãos e entidades a ele vinculados.

O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou a suspensão do pagamento de R$133 milhões ao Fundo Amazônia.

Desde a criação do Fundo, a Noruega já contribuiu com cerca de R$ 3,69 bilhões, sendo responsável por quase 95% dos recursos da iniciativa. Os repasses variam de acordo com a área desmatada.

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"Isso é muito sério para toda a luta pelo clima. A Amazônia é o pulmão do mundo e todos nós dependemos inteiramente da proteção da floresta tropical lá. Não há cenários para atingir as metas climáticas sem a Amazônia", declarou o ministro para o jornal Dagens Næringsliv.

A suspensão dos recursos foi uma resposta às mudanças realizadas pelo atual governo brasileiro no Comitê Orientador do Fundo Amazônia.

"O Brasil rompeu o acordo com a Noruega e a Alemanha desde que o país fechou a diretoria do Fundo Amazônia e o Comitê Técnico", declarou Elvestuen.

"O que o Brasil fez mostra que ele não quer mais conter o desmatamento", acrescentou o ministro.

O governo brasileiro pretende utilizar parte dos recursos do Fundo para indenizar ruralistas por desapropriações de terras. A notícia repercutiu mal na Noruega e na Alemanha, que também participa da iniciativa.

A Alemanha, inclusive, também anunciou a suspensão do financiamento ao Fundo Amazônia.

O governo de Jair Bolsonaro, por outro lado, afirmou não precisar do dinheiro do país europeu.

Da Sputnik Brasil

Os partidos do Centrão e a chamada "ala ideológica" do Ministério da Educação (MEC) disputam a indicação de nomes para a diretoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão cobiçado pelo orçamento superior a R$ 50 bilhões e que trata desde a compra de livros escolares ao Financiamento Estudantil (Fies). As siglas esperam conseguir ao menos quatro das seis diretorias do órgão.

Alguns nomes já foram convidados, mas ainda não está definido qual dos partidos do bloco - DEM, PP, PL, PRB e Solidariedade - ficaria com cada diretoria. O acordo é metade das vagas para indicados da Câmara e a outra parte do Senado.

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A principal disputa é para escolher o novo diretor de Gestão, Articulação de Projetos Educacionais (Digap), área que serve de intermediária para parlamentares destinarem recursos de emendas a Estados e municípios. A reportagem apurou que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) tem interesse em emplacar neste posto um aliado. No entanto, segundo uma fonte que acompanha as articulações, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, avalia indicar Ana Cristina Bittar Oliveira, hoje em outra diretoria do FNDE.

Segundo mais de uma fonte ouvida pela reportagem, as indicações do Senado devem passar, além de Ciro, pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na Câmara, o PRB deve emplacar um indicado e Rodrigo Maia (DEM-RJ) teria o direito de dar o aval a outro. Maia e Alcolumbre negam participar da negociação.

A articulação com o governo está sendo feita com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM). Conforme o jornal O Estado de S. Paulo antecipou, a distribuição de cargos, além da liberação de emendas parlamentares, foi uma das estratégias adotadas pelo governo para conseguir levar adiante a reforma da Previdência.

As trocas em diretorias ocorrem em momento de crise no FNDE. O déficit de funcionários tem atrasado a análise de milhares de processos judiciais sobre o Fies, além da transferência de recursos para construção e reformas de creches. A falta de funcionários ocorre após o MEC anular, por suspeita de irregularidades, contrato com a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), que vigorava desde 2008.

Duas fontes envolvidas nas indicações ao órgão acreditam que as mudanças podem acirrar conflitos internos. Hoje, há entre os diretores desde militares a funcionários de carreira do FNDE. Uma hipótese será acomodar os atuais dirigentes em cargos menores, como secretarias do fundo. Outro possível conflito, segundo as mesmas fontes, será conciliar interesses dos partidos do Centrão com os da ala ideológica do ministério, influenciada pelo escritor Olavo de Carvalho, considerado o guru do bolsonarismo.

O governo anunciou na semana passada que o advogado Rodrigo Sergio Dias irá substituir o professor Carlos Alberto Decotelli como presidente do FNDE. A nomeação de Dias ainda não foi publicada no Diário Oficial da União.

O advogado é primo e braço direito de Alexandre Baldy (PP-GO), secretário de Transportes Metropolitanos no governo de São Paulo e aliado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Dias presidiu em 2018 a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão com função similar à do FNDE, de executar ações do ministério, mas que apresenta orçamento inferior, na casa de R$ 3 bilhões.

Investigações

Na Funasa, Dias foi alvo de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeita de superfaturamento de produtos e fraude em licitações no período em que comandou a Funasa - o que ele negou à época.

O advogado chegou a ser indicado em 2018 para a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas o processo travou nas mãos da ex-senadora Marta Suplicy (sem partido). O motivo seria, além dos questionamentos do TCU, uma ação a que Dias respondia sobre agressão contra a ex-mulher. A indicação à agência foi retirada.

Em maio deste ano, Dias foi absolvido da acusação de agressão, mas foi condenado pelo crime de lesão corporal contra o então advogado dela. Nos bastidores, especula-se que a absolvição retirou o "veto político" e cacifou o advogado para retornar a Brasília. Procurado, Dias não quis se manifestar.

O senador Ciro Nogueira e o Ministério da Educação não responderam aos questionamentos da reportagem enviados desde anteontem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O promotor de Justiça Ricardo Manuel Castro moveu ação de improbidade administrativa contra o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) por suposto desvio de R$ 3 bilhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para cobrir déficit financeiro do sistema previdenciário estadual (SPPrev), destinado a servidores do Estado, em 2018.

O Ministério Público pede que o tucano e o ex-secretário da Fazenda, Helcio Tokeshi, também no polo passivo da ação, devolvam aos cofres públicos o mesmo valor que teria sido alocado indevidamente.

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O cálculo foi feito pelo Ministério Público de Contas, que já havia emitido parecer contrário a prática na análise das contas de 2016 do governo Alckmin.

Em 2017, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) recomendou que o governo paulista deixasse de computar como gasto mínimo obrigatório em educação o pagamento de aposentados. A Constituição Estadual exige que 30% das receitas sejam investidas na manutenção e desenvolvimento da Educação, enquanto que a Constituição Federal determina um piso de 25%.

O governo paulista, contudo, só atingia o piso constitucional paulista de 30% aplicados em Educação contabilizando os gastos com os servidores inativos. Sem incluir os repasses à previdência, o índice só atenderia à Constituição Federal. Só de 2011 até 2018, segundo o Ministério Público de Contas, o governo repassou R$ 25 bilhões do Fundeb para cobrir o déficit da previdência estadual.

"Considerando que a conduta acima descrita se repete, no âmbito da gestão orçamentária do Estado de São Paulo, desde o exercício de 2011 e considerando, ainda, que, a partir do exercício de 2017, houve afronta a recomendação expressa do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo no sentido de que os recursos provenientes do Fundeb fossem utilizados com exclusividade para a manutenção e desenvolvimento do ensino, resta caracterizado evidente desvio de finalidade, apto a evidenciar a prática de ato de improbidade administrativa", afirma o promotor.

Na ação, que foi distribuída na 8ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, Castro pede que a Justiça proíba imediatamente o governo do Estado de custear as despesas com pagamento de pensões e aposentadorias com recursos do Fundeb e de considerar esses gastos como investimento em Educação.

O promotor também pediu à Justiça o bloqueio de bens de Alckmin, Tokeshi e da SPPrev até o valor de R$ 9,1 milhões, a restituição dos R$ 3 bilhões que teriam sido desviados e a condenação do tucano e do ex-secretário a perda de cargo público e suspensão dos direitos políticos.

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ao Estado que a destinação de recursos da Educação para a previdência estadual sempre foi aceita pelo TCE e que após a recomendação feita pelo tribunal para as contas de 2018, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou uma lei regulamentando a prática.

"O governo do Estado sempre fez dessa forma e isso sempre foi aceito pelo Tribunal de Contas. Como surgiu uma nova interpretação do tribunal, a Assembeia aprovou uma lei específica em 2018 regulamentando que esses 5% a mais que São Paulo gasta com Educação pode ter essa flexibilidade", disse Alckmin

"São Paulo é o único Estado que investe 30% em Educação. Mesmo tirando os inativos (do cálculo) estamos acima dos 25% que exige a Constituição Federal. No fundo é uma questão de interpretação, porque o Estado sempre fez desta forma. Agora para ficar mais claro foi aprovada lei específica no ano passado", completou o tucano.

A Lei Complementar 1.333/18, mencionada por Alckmin, foi aprovada no dia 14 de dezembro do ano passado pela Assembleia Legislativa e sancionada três dias depois pelo ex-governador Márcio França (PSB).

A proposta de autoria do deputado tucano Gilmar Gimenes tratava apenas sobre educação profissional e tecnológica, mas recebeu uma emenda do deputado Carlão Pignatari (PSDB) incluindo um artigo permitindo aplicação dos recursos acima do piso federal de 25% em despesas com o sistema previdenciário.

No início do mês, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, braço do Ministério Público Federal (MPF), defendeu a inconstitucionalidade do artigo incluído na lei complementar 1.333/18. Para a Procuradoria Federal, além de ferir o artigo 6.º da Constituição Federal, que assegura o direito à educação, a lei paulista fere o artigo 22, que estabelece como competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional.

Mais de mil projetos nas mais diversas áreas da arte e da cultura avançam para a próxima etapa do edital Funcultura Geral 2017/2018. Realizado pelo Governo de Pernambuco, a iniciativa vai destinar 17 milhões e 640 mil reais para a produção, a difusão, a pesquisa e a formação cultural no Estado.

O Secretário de Cultura Marcelino Granja comemora o recebimento de projetos oriundos de todas as regiões de Pernambuco, pois “aponta para a crescente qualificação dos fazedores de cultura e ainda para uma avaliação positiva do Ciclo de Capacitações realizado no início do ano, que contemplou mais de 20 municípios e realizou também uma formação específica para agentes culturais com algum tipo de deficiência”.  A lista dos projetos habilitados para a segunda fase do edital está neste link.

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 Outros fatores que apontam para ampliação do acesso dos pernambucanos a projetos culturais, como os critérios de acessibilidade, também foram comprovados nesta edição. “Dos 1.133 projetos inscritos, 73,34% deles, ou seja, 831 projetos previram ações de acessibilidade. Um número que demonstra o avanço e o amadurecimento das discussões com a produção cultural local e uma maior preocupação com a inclusão deste segmento”, comenta Márcia Souto, Presidente da Fundarpe.

*Da assessoria de imprensa

Se uma grande parte dos eleitores brasileiros estão esperançosos com uma possível renovação política na disputa eleitoral de 2018 diante dos escândalos ocorridos no país nos últimos tempos, uma notícia pode desanimar muita gente: a taxa de reeleição de mandato dos políticos atuais pode girar em torno de 60%, no mínimo. 

A avaliação foi feita pela cientista política Priscila Lapa. Apesar de 2018 ser considerada uma prova de fogo diante das novas regras eleitorais com a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que vai custear as campanhas partidárias nas eleições gerais, podendo chegar ao valor de R$ 1,71 bilhão, há uma questão muito maior que muitos desconhecem: são os partidos que definem, internamente, como vão distribuir os valores entres seus candidatos. 

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De acordo com Lapa, a distribuição dessa verba fica mais concentrada no presidente do partido, que tende a investir em quem já possui mandato para manter a bancada. “Não há uma regra que diga que tem que distribuir proporcional ao tamanho do colégio eleitoral ou proporcional a quantidade de votos que teve a bancada. A questão é: como vai dividir esses quase dois bilhões dentro dos partidos? Porque, dentro dessa divisão, você tem 2% desse dinheiro para todos os partidos, 35% para os deputados que já tem mandato, que é proporcional a quantidade de parlamentares que o partido tem já eleitos, dessa forma, quem tem um mandato, de certa forma está privilegiado e mais assegurado antemão com esses recursos para a sua campanha”, explicou. 

Mais exatamente, a divisão dos recursos do fundo eleitoral de acordo com o texto aprovado, será: 2% igualitariamente entre todos os partidos; 35% divididos na proporção do percentual de votos por eles obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados, desde que o partido tenha pelo menos 1 deputado federal; 48% divididos na proporção do número de representantes na Câmara dos Deputados no dia 10 de agosto de 2017; 15% divididos na proporção do número de representantes no Senado no dia 10 de agosto de 2017.

Lapa frisou que este ano será o grande teste com a aprovação desse fundo. “Não tem uma regra muito clara para isso. Então, acaba prevalecendo o entendimento do diretório do partido e aí algumas campanhas ficam privilegiadas, aqueles que têm uma ligação mais forte com o núcleo central do partido e outros ficam mais distante, ficam mais prejudicadas. Se já existia uma grande tendência de reeleição no Brasil, já que o país trabalha com uma taxa de cerca de 50% de reeleição ou pouco mais, esses deputados de mandato já tendo um acesso privilegiado a esses recursos, a tendência é que a gente tenha uma taxa de reeleição em torno de, no mínimo, 60%”, explicou. 

Quem pretende disputar pela primeira vez, o cenário não será muito favorável por dois principais motivos: não poderá captar dinheiro de empresa, se restringindo a contribuição de pessoas físicas, regra que já valia em 2016, bem como por não ter uma parte do fundo bilionário assegurado para a campanha. “Então, esses partidos menores, esses estreantes na política, vão ter que achar estratégias que não tenham custos muito altos para conseguir assegurar sua visibilidade”, disse a cientista. 

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