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Ao suspender as diligências do inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cancelou os depoimentos do parlamentar e de testemunhas, inicialmente marcados para cumprimento em 90 dias, e a coleta de evidências na documentação e arquivos apreendidos pela Operação Lava Jato que pudessem contribuir no caso. Na decisão que barra o avanço do inquérito e manda o pedido de apuração de volta para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para sua reavaliação, o ministro considerou não haver elementos novos que justificassem a continuação da investigação. Entre a abertura do inquérito para investigar o senador e o cancelamento das diligências foram cerca de 24 horas.

O procurador-geral havia pedido ainda à Corte autorização para obtenção e juntada aos autos de cópias de documentos da Operação Norbert, de apreensões feitas na Youssef Câmbio e Turismo, na época da deflagração do caso Banestado - - escândalo de evasão de cerca de R$ 30 bilhões do Banco do Estado do Paraná na década de 1990. Estas diligências também foram suspensas.

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Uma das bases do pedido de Janot é a delação do senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT-MS), em que ele liga Aécio Neves à suposta corrupção na estatal de energia em Furnas. A outra é a Operação Norbert, deflagrada no Rio. Na petição ao Supremo, por meio da qual pede abertura de inquérito contra o senador tucano, Janot afirmou que a investigação sobre a suspeita de corrupção 'merece reavaliação'.

Em março de 2015, o Supremo arquivou, a pedido do próprio Janot, a investigação sobre o presidente nacional do PSDB. O procurador apontou 'inexistência de elementos mínimos'. Naquela época, os investigadores tinham em mãos a delação premiada do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, citando Aécio.

Delcídio Amaral disse que 'sem dúvida' o tucano recebeu propina em um esquema de corrupção em Furnas que, segundo o ex-líder do Governo Dilma Rousseff, era semelhante ao da Petrobras, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.

O ex-senador, cassado na semana passada por suspeita de tramar contra a Lava Jato, tem experiência no setor elétrico, conhece o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, apontado como o responsável pelo esquema de corrupção, e disse ter ouvido do próprio ex-presidente Lula, em uma viagem em 2005, que Aécio o teria procurado pedindo que Toledo continuasse na estatal.

Janot afirmou ao Supremo. "Diante do novo depoimento, colhido no bojo da colaboração celebrada por Delcídio do Amaral, no qual trata dos mesmos fatos agora, sob a perspectiva de alguém que ocupava uma posição privilegiada no que diz respeito ao conhecimento dos fatos, o quadro merece reavaliação."

Segundo o procurador-geral, a versão apresentada por Delcídio, 'que se agrega ao anterior relato de Alberto Youssef, mostra-se plausível'. Janot sustenta que 'orbitam em torno de ambos os relatos alguns elementos confirmatórios'.

No documento ao Supremo, Janot cita uma denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-diretor de Furnas Dimas Fabiano Toledo e contra Airton Antonio Daré, em 2012, perante a 2ª Vara Federal do Rio 'por participação num esquema de arrecadação de vantagens indevidas (propinas) no âmbito de Furnas, custeadas mediante superfaturamento de obras e serviços'.

A denúncia, afirma Janot, posteriormente declinada à Justiça Estadual, 'narra modus operandi muito semelhante ao noticiado pelos colaboradores Alberto Youssef e Delcídio do Amaral, com o pagamento de vantagens indevidas para servidores públicos e políticos no âmbito da empresa Furnas por empresas interessadas em contratar'.

"Há menção ao ex-diretor de Furnas, Dimas Fabiano Toledo. Este seria o responsável por gerenciar uma espécie de 'fundo' de valores ilícitos, que eram recursos disponibilizados a políticos para financiar campanhas", aponta o procurador-geral da República.

"Ouvido no Inquérito 1835/2005 perante a Polícia Federal do Rio de Janeiro em 10 de fevereiro de 2006, Dimas Fabiano Toledo afirmou que conhece o então governador de Minas Gerais Aécio Neves e que este último 'costumava procurar o declarante em Furnas para assuntos envolvendo os municípios onde o atual governador tinha base eleitoral' , que 'mantém com o sr. Aécio Cunha [pai de Aécio Neves], conselheiro de Furnas, relação de amizade, já que o avô do declarante já era companheiro de partido do avô de Aécio Cunha."

Ao Supremo, Janot citou ainda a irmã do presidente nacional do PSDB. "A irmã de Aécio Neves, mencionada por Delcídio do Amaral e Alberto Youssef, possui (ou ao menos possuía) diversas empresas em seu nome e, na época dos fatos, mantinha inclusive empresa de factoring, criada em 1993 e que teve atividades ate 2010, conforme pesquisa na Junta Comercial de Minas Gerais."

O procurador apontou também a Operação Norbert, que tramitou perante a Justiça Federal do Rio. Na ação, foram apreendidos 'diversos documentos, por ordem judicial, na casa dos doleiros Christiane Puchmann e Norbert Muller'.

"Referidos documentos revelaram que diversas pessoas, valendo-se das atividades dos doleiros, criaram mecanismos de interposição de personalidade jurídica, com o intuito de manter e ocultar valores no exterior, inclusive na Suíça e no Principado de Liechtenstein, na Europa. Como fruto das referidas apurações, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro ofereceu denuncia em face de Christine Puschmann (viúva de Norbert Miiller) e suas filhas Christine Miiller e Ingrid Maria Miiller Lusguinos", destacou o procurador.

O inquérito, que fazia referência à Inês Maria Neves Faria, mãe do senador Aécio Neves, foi posteriormente arquivado. De acordo com o Ministério Público Federal no Rio o arquivamento 'alude ao fato de os valores dos depósitos no exterior serem inferiores àquele fixado pelo Banco Central como de comunicação obrigatória, além da inviabilidade de colaboração internacional [com Liechtenstein] com o fim de dar prosseguimento às investigações'.

Quando o inquérito foi aberto, o senador Aécio Neves se manifestou desta forma:

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), divulgou nota na quinta-feira, 12, e voltou a chamar de falsas as acusações feitas contra ele pelo ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

"Quando uma delação é homologada pelo Supremo Tribunal Federal, como ocorreu com a delação do ex-senador Delcídio Amaral, é natural que seja feita a devida investigação sobre as declarações dadas. Trata-se de temas que já foram analisados e arquivados anteriormente", diz o comunicado. "O senador Aécio Neves tem convicção de que, como já ocorreu no passado, as investigações irão demonstrar a falsidade das citações feitas."

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, vai ser o relator do pedido de abertura de inquérito contra o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG), por suposto envolvimento no esquema de corrupção de Furnas. Já a investigação sobre o envolvimento no caso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) será analisada pelo ministro Dias Toffoli.

Cabe aos relatores definirem se há elementos suficientes para autorizar a abertura dos inquéritos. Se isso acontecer, os dois políticos começam a ser formalmente investigados no STF.

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Na terça-feira, o ministro Teori Zavascki considerou não haver conexão com a Lava Jato dos pedidos de investigação contra Aécio e Cunha no caso ligado à estatal de energia. Como considerou não haver a chamada prevenção, ele pediu, então, que os pedidos fossem redistribuídos. A distribuição dos processos foi feita por sorteio eletrônico.

Suspeita

Os pedidos de investigação contra Aécio e Cunha foram feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base na delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS).

Sobre Aécio, Delcídio afirmou que, "sem dúvida", o tucano recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal. De acordo com o delator, o caso envolvia inclusive as mesmas empreiteiras investigadas na Lava Jato.

Já em relação a Cunha, Janot aponta que ele é um dos líderes de uma "célula criminosa" que teria atuado em Furnas.

Os dois negam envolvimento no caso. Aécio afirma que a delação de Delcídio é só de ouvir dizer. Já Cunha, diz que Janot é "seletivo" ao envolvê-lo em novas linhas de investigação.

Há também pedido para abertura de um segundo inquérito contra Aécio sobre sua atuação para maquiar dados obtidos no Banco Rural pela Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios, que foi presidido por Delcídio.

Cunha já é réu em um processo no Supremo, além de ser alvo de uma outra denúncia, três inquéritos e outros pedidos de investigação.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de liderar uma célula criminosa em Furnas, empresa subsidiária da Eletrobras investigada na Operação Lava Jato. A conclusão do procurador está no pedido de abertura de um inquérito contra Cunha, feito ontem ao Supremo.

“Sabemos que a organização criminosa é complexa e que, tudo indica, operou muitos anos  por meio de variados esquemas estabelecidos dentro de Furnas e da própria Câmara dos Deputados, entre outros órgãos públicos. Essa célula tem como um dos seus líderes o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro.”, afirma Janot.

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Janot afirma que Cunha, conforme depoimento de delação premiada do senador sem partido Delcídio do Amaral (MS), atuou na Câmara para alterar a legislação do setor elétrico, entre 2007 e 2008, a fim de favorecer a empresa Serra da Carioca II, na venda de ações para Furnas, e o doleiro Lúcio Funaro, considerado operador financeiro de Cunha, por desvio de dinheiro em contratos de Furnas.

No mesmo depoimento, Delcídio relatou que Eduardo Cunha tinha pessoas indicadas em Furnas. Segundo ele, Cunha usava requerimentos para convocar empresários que tinham contratos com a estatal. “Este procedimento de fazer requerimentos e usar expedientes parlamentares é muito comum do Eduardo Cunha”, destacou outro trecho.

Agência Brasil entrou em contato com assessoria de Eduardo Cunha e aguarda retorno. 

Passados dez anos do surgimento das primeiras informações sobre um esquema de corrupção semelhante ao mensalão montado na companhia estatal Furnas Centrais Elétricas em benefício de políticos e partidos, a ação judicial ainda está longe de apontar culpados. Responsável há quase quatro anos pelas investigações, a Polícia Civil do Rio ainda não apresentou conclusões ao Ministério Público do Estado.

Inicialmente atribuição da Justiça Federal, a ação passou para a Justiça do Estado do Rio após a apresentação pelo Ministério Público Federal de denúncia contra 11 acusados, entre empresários, lobistas, dirigentes e funcionários da estatal vinculada ao sistema Eletrobrás. A remessa do processo ao Judiciário fluminense ocorreu em 26 de março de 2012, por determinação do juízo federal.

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O caso ficou conhecido como "lista de Furnas" e envolvia políticos supostamente beneficiados com dinheiro desviado da estatal com sede no Rio. O esquema reproduzia o praticado no mensalão, segundo a procuradoria. A corrupção em Furnas foi citada nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do lobista Fernando Moura, na Operação Lava Jato. Ambos apontam o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como beneficiário de desvios. Ele nega.

Os documentos do MPF foram enviados à Justiça Estadual e ao Ministério Público Estadual dois meses após a procuradora da República Andréa Bayão ter denunciado 11 pessoas à 2ª Vara Federal Criminal do Rio, em 25 de janeiro de 2012, entre elas o ex-diretor Dimas Toledo, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) e o lobista Nilton Monteiro. O juiz Roberto Dantes de Paula, da Justiça Federal no Rio, entendeu que a análise da denúncia competia à Justiça estadual, pelo fato de Furnas ser uma empresa de capital misto. Daí a transferência para a Justiça local.

Desde então, a apuração se arrasta. O caso está na Delegacia Fazendária do Rio desde 4 de outubro de 2012, mas o inquérito - com 26 caixas de documentos - ainda não foi remetido ao MPE. A delegada Renata Araújo disse que aguarda um depoimento, provavelmente em março, para finalizar a investigação. O procurador-geral de Justiça no Estado, Marfan Martins Vieira, não respondeu ao jornal O Estado de S. Paulo sobre a demora na conclusão do caso.

O desvio de recursos públicos, conforme o MPF, ocorreu na contratação de empresas para realizar obras nas Usinas Termoelétricas de São Gonçalo e de Campos (RJ) e para prestar serviço de assessoria técnica à Furnas. Os valores desviados - R$ 54,9 milhões, segundo o MPF - seriam usados para abastecer campanhas eleitorais.

Pressão

Para a Procuradoria, os desvios eram comandados por Dimas Toledo, então diretor de Planejamento de Engenharia e Construção de Furnas. Em 2003, sob risco de perder o cargo, ele teria elaborado uma relação com nomes de políticos beneficiados pelos desvios, como forma de pressionar o governo a mantê-lo no cargo.

Constam na lista os nomes de 1.556 políticos que fizeram campanha eleitoral em 2002. A autenticidade, contudo, sempre foi contestada pelos citados. O documento veio a público pelo lobista Nilton Monteiro, que chegou a ser preso em Belo Horizonte acusado de estelionato.

Duas versões da lista foram apresentadas à PF, para perícia. A Procuradoria da República, ao oferecer a denúncia, se baseou nos relatórios policiais. Um trecho do laudo da PF diz que a lista original não tem evidências de montagem ou alterações e que foram "constatadas diversas convergências" entre a assinatura contida no documento e as fornecidas por Toledo para comparação. Mas a PF faz uma observação sobre a assinatura: "Não se pode afirmar isso com certeza". Em 2006, o relatório final da CPI dos Correios concluiu que a lista é falsa, com base na análise de dois institutos de perícia.

A lista de Furnas voltou a ser mencionada em delações da Lava Jato. Youssef e Moura afirmaram que Aécio teria recebido propina proveniente da estatal. Youssef disse ter ouvido do ex-deputado José Janene (PP), morto em 2010, que parte dos recursos desviados de Furnas seria dividida com o senador.

Moura afirmou à Justiça que Aécio receberia um terço da propina de Furnas. Disse ainda ter ouvido do ex-ministro José Dirceu, logo após as eleições de 2002, que o diretor de Furnas era "o único cargo que o Aécio pediu pro Lula", quando este foi eleito presidente. Lula e Aécio mantinham boa relação à época.

Em nota, o PSDB qualificou a lista de Furnas como fraude. Sobre as citações dos delatores, a equipe de Aécio considerou como "declarações absurdas e irresponsáveis que se baseiam apenas em ‘ouvi dizer’ e já foram desmentidas pelos próprios citados". A assessoria de Aécio acrescentou que ele entrará com pedido de interpelação de Moura para que confirme a citação a seu nome para tomar as medidas legais cabíveis.

Em relação a Youssef, disse que o próprio já afirmou nunca ter tido contato ou relação com Aécio, "não havendo, portanto, no que diz respeito ao senador, sequer do que se defender".

A Procuradoria-Geral da República, responsável pela denúncia de políticos com foro, não informou se a apuração iniciada pelo MPF no Rio teve continuidade. O Supremo Tribunal Federal não confirmou se há processo em tramitação neste caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Companhia Energética de Brasília (CEB) confirmou nesta tarde de sexta-feira (18) que um problema em uma linha de transmissão de Furnas - integrante do Sistema Interligado Nacional - levou a distribuidora a cortar cerca de 48% da energia direcionada ao Distrito Federal a pedido do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O problema ocorreu por volta das 15h desta sexta-feira e ainda afeta quase meio milhão de unidades consumidoras no DF. A CEB não informou o prazo para o religamento da energia nas áreas afetadas.

A área central de Brasília, onde estão localizados o Congresso Nacional, os tribunais, o Palácio do Planalto e os ministérios, sofreu piques de energia, mas não chegou a ter a eletricidade totalmente cortada.

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Nem mesmo as chuvas que atingiram a região sul de Minas Gerais foram capazes de reverter a queda do nível da represa de Furnas. Nesta segunda-feira, 2, ela operava com apenas 9,46% da capacidade, porcentual que tem mantido tendência de queda. Para se ter ideia do que isso representa, no início de fevereiro do ano passado o reservatório tinha 34%, nível que já era considerado muito baixo para o período.

Hoje o Lago de Furnas está mais de 15 metros abaixo do limite e se houver uma redução de mais quatro metros o sistema pode entrar em colapso. Em seu volume máximo, o reservatório fica a 768 metros em relação ao nível do mar, mas hoje está a apenas 752,81 metros.

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A Usina de Furnas fica na Bacia do Rio Grande e responde por 17,42% da capacidade dos reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste. Hoje a hidrelétrica opera com capacidade inferior a 2001, ano do chamado "apagão" no Brasil. O motivo é a estiagem recorde e que voltou a ser sentida no mês passado, quando novamente choveu bem abaixo da média.

Atualmente Furnas tem duas turbinas paradas, mas a hidrelétrica não fornece detalhes sobre a geração de energia. A companhia alega apenas seguir as orientações do ONS (Operador Nacional do Sistema), que é o regulador do serviço no País.

O Rio Grande, fonte de água do Lago de Furnas, abastece ainda outras hidrelétricas da região que também sentem os efeitos da estiagem. São o caso da Usina de Marimbondo, hoje com 11,45% de sua capacidade, e da Mascarenhas de Moraes, que opera com 17,32%.

A empresa Furnas, subsidiária da Eletrobras, lançou o edital de ocupação do 'Espaço Furnas Cultural' para o ano de 2015. O investimento é de R$ 1,3 milhão e será destinado a projetos culturais de música erudita ou popular, teatro, dança e exposições. O Estado de Pernambuco já foi representado em programações anteriores. Todas as apresentações são gratuitas.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até 20 de janeiro de 2015. Os documentos necessários para formalizar a inscrição do interessado podem ser encontrados no site oficial da empresaProjetos culturais de todo o Brasil podem concorrer.

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No edital de 2013, a peça interativa Aquilo Que Meu Olhar Guardou para Você, do grupo pernambucano Magiluth, foi selecionada. O espetáculo utilizou cenas fragmentadas para fazer com que a plateia participasse de reflexões sobre a cidade em que vivemos. 

Em 2014, a aprogramação contou com espetáculos de teatro adulto e infantil, exposições, além de atrações musicais consideradas nomes de peso do cenário cultural brasileiro, como Elba Ramalho, João Donato, Paulinho Moska, Danilo Caymmi e, num tributo a Elis Regina, Tunai e Wagner Tiso.

Um casal morreu e o piloto ficou ferido na queda de um helicóptero no início da tarde deste sábado (20), no Lago de Furnas, próximo ao município de Fama, no sul de Minas Gerais. Somente as três pessoas estavam na aeronave que havia levantado voo pouco tempo antes de, descontrolada, cair sob os olhares de muitas pessoas que estavam perto do local.

O piloto, de 34 anos, foi salvo por pescadores e levado até um hospital em Elói Mendes (MG), onde chegou apresentando confusão mental, mas sem ferimentos graves. O casal não conseguiu sair do helicóptero e afundou dentro dele. Até o final da tarde, mergulhadores continuavam trabalhando no local.

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A aeronave estaria fazendo voos panorâmicos com turistas, aproveitando o movimento de uma festa de peão que acontece nas imediações. O homem que morreu é um sargento de 38 anos da Polícia Militar e estaria com sua mulher. O piloto é do Rio de Janeiro e estaria usando uma área às margens da represa para pegar os passageiros.

Buscas

O sargento estaria há pouco tempo no comando do policiamento da cidade de Fama. O helicóptero caiu a cerca de 100 metros das margens da represa, mas em um local profundo e de água mais escura, o que prejudica as buscas. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave estava com a documentação em dia.

Ainda sem encontrar um novo sócio privado, Furnas entregou nesta segunda-feira, 28, ao governo a documentação para assumir a concessão da usina hidrelétrica Três Irmãos junto com o grupo empresarial do ex-secretário de Assuntos Estratégicos Pedro Paulo Leoni Ramos. A estatal quer um novo parceiro para o negócio e Leoni Ramos já concordou em vender suas cotas, mas eles entregaram os papéis assim para cumprir o prazo dado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A entrega dos documentos não indica necessariamente que a sociedade permanecerá nesse formato. Na semana passada, circulou a informação de que havia pelo menos três interessados em comprar a parte de Leoni Ramos no negócio. As normas da Aneel permitem que a troca de sócios ocorra.

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Do ponto de vista formal, o governo vai agora avaliar se os vencedores do leilão de concessão da usina têm condições de assumir e tocar o negócio. A análise considera dados como patrimônio, regularidade fiscal e outros. A rigor, a Aneel tem até o dia 13 de maio para dizer se os integrantes do consórcio estão habilitados a assinar o contrato.

A ordem no governo é não atrasar o processo, por isso a tendência é que a avaliação comece a ser feita, mesmo diante da informação de que o sócio privado deverá ser outro. Pelo calendário da Aneel, o contrato deverá ser enviado ao Ministério de Minas e Energia até o dia 6 de agosto, para que este faça uma avaliação final e marque a data da assinatura do contrato.

Empurra

A expectativa do governo é que, até lá, esteja encaminhada uma solução sobre o destino da eclusa e dos canais da usina, que hoje são objeto de um jogo de empurra entre União e governo estadual. O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu a assinatura do contrato até que haja uma resposta.

A concessão da usina hidrelétrica Três Irmãos, hoje administrada pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp), foi leiloada no dia 28 de março. Ela foi a primeira oferecida pelo mercado depois da adoção do novo marco regulatório do setor elétrico.

Num leilão sem concorrência nem deságio, o vencedor foi o consórcio Novo Oriente, formado por Furnas e o fundo de investimento Constantinopla. Este, por sua vez, é composto por quatro empresas do grupo de Pedro Paulo Leoni Ramos (GPI, Goldenbank, Cialo e Darjan) e pela gestora de recursos Cypress.

Furnas, que havia selecionado o Constantinopla entre 16 sócios potenciais, passou a pressionar para desfazer a parceria após a GPI aparecer em documentos apreendidos pela Polícia Federal na operação Lava Jato, numa suposta associação com o doleiro Alberto Youssef no laboratório Labogen. A GPI confirma que construiu a estrutura física do Labogen, mas que a parceria estratégica na produção e comercialização de medicamentos não foi adiante.

No último dia 18, a GPI confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que havia concordado em vender 95% de sua parte no negócio.

Documentos enviados pela Suíça ao Brasil revelam que um lobista acusado de pagar propina da Alstom a agentes públicos do Estado de São Paulo firmou contrato com uma subsidiária da multinacional francesa para prestação de consultoria em um projeto de Furnas. Investigadores suíços suspeitam que a empresa também subornou funcionários da empresa federal em 1998.

Romeu Pinto Jr. é um dos 11 réus no processo criminal aberto pela Justiça Federal em São Paulo em janeiro. Ele é acusado de lavar dinheiro da Alstom que serviria para pagar ex-diretores de uma extinta estatal de energia entre 1998 e 2008. Em troca da propina, segundo procuradores, a Alstom conseguiu obter um aditivo de contrato no valor atualizado de R$ 181,3 milhões com a Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE).

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Os documentos suíços mostram que a MCA Uruguay, offshore pertencente a Pinto Jr., assinou em 5 de julho de 1998 um contrato com a Cegelec, subsidiária da Alstom, para consultoria em um projeto que envolvia o fornecimento de um sistema de telecomunicações para Furnas. Quatro dias depois, a Cegelec assinaria um contrato após ter vencido uma licitação da empresa federal de cerca de US$ 13,4 milhões, em valores da época.

Além do contrato, também constam da cooperação jurídica prestada pela Suíça uma série de recibos emitidos pela MCA à Cegelec, assinados por Pinto Jr., em que o lobista solicita o depósito de diversos valores na conta 707440 do banco Audi, em Nova York. Ao todo, são cinco recibos emitidos pelo lobista, num total de US$ 1,2 milhão.

Além dos recibos, os procuradores suíços enviaram as respectivas ordens de transferência bancária emitidas pela Cegelec aos bancos franceses Societé Generale e Credit Agricole. Nelas, a subsidiária da Alstom solicita às instituições financeiras que transfiram para a conta da MCA no banco Audi os mesmos valores indicados por Pinto Jr. nos recibos da consultoria.

Outras ordens de transferência levantadas pela investigação mostram que Pinto Jr. transferiu US$ 222 mil para a conta Long Hill Finance Corp., que por sua vez repassou valores para a conta de Sabino Indelicato, também réu no mesmo processo. Indelicato fez diversas transferências para uma conta na Suíça pertencente ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil no primeiro mandato do governador Mário Covas (PSDB).

Sem serviço

Em depoimento prestado em 2009 ao Ministério Público, Pinto Jr. admitiu que não prestou os serviços pelos quais emitiu recibos à Alstom em nome da offshore MCA Uruguay, de sua propriedade. Ele disse que repassou o dinheiro recebido da multinacional a motoboys indicados por doleiros, não tendo ficado com qualquer quantia.

O advogado de Pinto Jr., contudo, contradisse hoje seu cliente e afirmou que os serviços foram prestados. O próprio lobista afirmou, em outro depoimento, que "não esteve envolvido em qualquer projeto de telecomunicações envolvendo a Cegelec/Alstom e a companhia Furnas".

Pinto Jr. também afirmou que a offshore foi criada por um ex-diretor financeiro da Alstom na França, que também controlava as contas da empresa na Suíça e em Luxemburgo.

A prática de contratação de consultorias fictícias para o pagamento de propina levou a Alstom a ser condenada judicialmente fora do Brasil. Em dezembro, a multinacional anunciou que decidiu abolir a contratação de consultorias para atividades comerciais.

Em 2006, em depoimento na Polícia Federal, um ex-superintendente da Toshiba, José Antonio Talavera, afirmou que a Alstom integrava um "clube da propina" que subornava políticos e dirigentes de empresas do setor elétrico para obter contratos. Outras quatro empresas privadas também participariam do esquema. Entre as estatais, segundo ele, estava Furnas.

Além de investigada por integrar um cartel no setor metroferroviário, a Alstom é suspeita de formar cartel no setor elétrico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A seca do Lago de Furnas vem causando prejuízo a dezenas de municípios do Sul de Minas Gerais, onde está localizado, e deixando o sistema elétrico brasileiro em alerta. Responsável pela geração de 17,46% da energia consumida nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o reservatório da Usina de Furnas, a principal das que operam no lago, segue em queda acentuada.

Mesmo com o Verão - o melhor período das chuvas caminhando para o fim, o reservatório viu o volume de água baixar mais de um metro e meio em duas semanas e perder 14% de seu índice em pouco mais de um mês. Hoje, Furnas opera com somente 32,3% de sua capacidade, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema), contra 46,26% do primeiro dia de fevereiro.

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A Usina Hidrelétrica de Furnas foi a primeira a ser construída pela companhia de quem ela herdou o nome. Ela é uma das quatro usinas que operam no Rio Grande. Entre as demais a situação é mais crítica em Água Vermelha, que funciona hoje com apenas 19,77% de sua capacidade, e Marimbondo, cujo nível está em 20,13%.

A Bacia do Rio Grande é responsável por 25,8% do fornecimento de energia ao Sudeste e Centro-Oeste. Hoje, o Lago de Furnas está 10 metros abaixo do nível máximo. E, se de um lado existe a preocupação com relação à produção de energia nas usinas, de outro o represamento da água com esta finalidade é sentido diretamente pelos municípios que dependem economicamente do rio.

Desemprego - Com a seca no lago pousadas, hotéis, restaurantes e outros negócios que sobrevivem graças a sua água se preparam para dias difíceis. A pesca e a navegação quase que deixaram de existir em muitos locais com a estiagem. Isso porque a represa se tornou perigosa em determinados pontos para as embarcações, enquanto que pescar às suas margens está ficando complicado com a falta de água.

"Ainda estou trabalhando, mas muitos colegas aqui da região já pararam", conta Fábio Maciel, dono da Pousada da Garça, no município de Fama (MG), que ainda consegue oferecer a pesca esportiva aos turistas. Mas ele mesmo diz que a expectativa é que o lago esteja seco dentro de 40 dias. "Aí, tudo por aqui vai fechar e muitas pessoas serão prejudicadas", prevê.

A última vez que a represa secou foi em 2001, ano em que o sistema elétrico brasileiro ficou à beira do colapso com o chamado "apagão". Maciel lembra que na época as pousadas também fecharam, mas muitas conseguiram reabrir menos de dois meses depois. "Espero que dessa vez, também, a reabertura não demore", disse.

As chuvas dos últimos dias não reverteram a tendência de queda no Lago de Furnas que bateu um recorde negativo de 13 anos. Das quatro usinas que operam no Rio Grande, entre a região Sul de Minas Gerais e o Norte de São Paulo, somente a de Marimbondo registrou uma pequena alta nos últimos três dias. Ela estava funcionando com 12,33% de sua capacidade na última sexta-feira, 14, e agora este porcentual é de 13,45%.

Nas demais usinas houve redução no volume de água e em alguns casos bem consideráveis, como em Furnas - a principal delas, que agora está operando com apenas 39,11% da capacidade, bem abaixo dos 41,41% de três dias atrás. Esta usina responde por 17,46% da energia elétrica fornecida ao Sudeste e Centro-Oeste do País.

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A Bacia do Rio Grande, computando as outras três usinas, é responsável por 25,8% do fornecimento de energia a essas regiões. Nas outras duas usinas a situação também é de queda na quantidade de água, tendo a de Água Vermelha recuado de 37,11% para 35,39%, enquanto que a Mascarenhas de Moraes, a única que não vem sentindo tanto a estiagem, caiu de 76,58% para 75,85%.

Nesta segunda-feira, o reservatório estava 8,5 metros abaixo do nível máximo, mas a empresa responsável pelas usinas, Furnas Centrais Elétricas, garante que a energia elétrica está sendo gerada normalmente. A companhia argumenta que, ainda assim, o nível da represa está 9,5 metros acima da cota mínima para operar e gerar energia. Por outro lado, o lago está 759,14 metros acima do nível do mar, altura bem menor que os 767,40 metros registrados há menos de dois anos.

Recorde.

A medição dos reservatórios é feita pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) e a diminuição do nível do Lago de Furnas preocupa porque a cada ano o volume de chuva, única fonte de recuperação, tem sido menor. Agora, em fevereiro de 2014, o nível da represa chegou a um recorde negativo histórico, tendo estado em situação tão crítica somente em fevereiro de 2001, o ano do "apagão".

Foi quando o sistema energético se aproximou de um colapso e o País se viu obrigado a racionar energia, contabilizando prejuízo de mais de R$ 50 bilhões. Se somadas todas as 17 usinas de responsabilidade de Furnas, que está presente em 15 Estados, a energia gerada corresponde a mais de 40% do total consumido pelo Brasil.

O consórcio Mata de Santa Genebra, formado por Copel Geração e Transmissão (50,1%) e Furnas (49,9%), foi o vencedor da disputa do lote A do terceiro leilão de transmissão de 2013 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A proposta vencedora contou com uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 174,447 milhões, sem deságio em relação ao valor mínimo estabelecido pela Aneel.

O consórcio foi o único a apresentar proposta pelo lote composto por três linhas de transmissão, totalizando 847 quilômetros de extensão, e três subestações nos Estados de São Paulo e Paraná.

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Lote B

A Abengoa Concessões Brasil Holding foi a vencedora da disputa do lote B. A companhia propôs Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 52,405 milhões, deságio de 10,1% em relação à RAP de R$ 58,292 milhões estabelecida pela Aneel. O Consórcio Corumbataí, formado por Copel Geração e Transmissão (50,1%) e Furnas (49,9%), foi derrotado após apresentar proposta de RAP de R$ 55,319 milhões (deságio de 5,09%).

O lote B é composto por uma linha de transmissão de 367 quilômetros de extensão nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. As obras têm prazo de conclusão de 36 meses.

 

Leilão

O terceiro leilão de transmissão de 2013, realizado pela Aneel no prédio da Bolsa de Valores, em São Paulo, ofertará 13 lotes - inicialmente eram 17, mas quatro foram excluídos pela comissão especial de licitação por erros em suas publicações.

O leilão prevê a licitação de 14 linhas de transmissão, totalizando 2,604 mil quilômetros de extensão, e 18 subestações. Os projetos serão construídos nos Estados do Acre, Ceará, de Goiás, do Mato Grosso do Sul, de Minas Gerais, do Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal e devem demandar investimento total de R$ 3,6 bilhões. O prazo de conclusão dessas obras será de 24 a 48 meses, com contratos de 30 anos.

Para este leilão, a somatória das Receitas Anuais Permitidas (RAP) máximas estabelecidas pela Aneel é de R$ 309,3 milhões. Segundo as regras da licitação, vence a disputa por um lote a empresa/consórcio que oferecer o maior deságio em relação à RAP fixada para construir e operar os ativos. Um total de 26 interessados deve participar da concorrência. Colaborou Wellington Bahnemann

A estatal Furnas, subsidiária da Eletrobras, estuda a possibilidade de constituir uma nova empresa para administrar e disputar os contratos de hidrelétricas que não foram renovados por seus antigos concessionários durante as discussões da Medida Provisória (MP) 579. "São mais de 9 mil MW em usinas que não foram renovadas", afirmou a diretora de Gestão de Novos Negócios e de Participações de Furnas, Olga Simbalista, que participou do Fórum Fontes Energéticas Alternativas, nesta segunda-feira, 23.

O interesse de Furnas por esses ativos surgiu da experiência da estatal na operação de quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCH) devolvidas ao governo federal. "A lei diz que, em caso de devolução dos ativos, o governo pode indicar um ente da administração federal para geri-los até os leilões", explicou. As PCH são: Sinceridade e Neblina (ambas usinas devolvidas pela Brookfield), Dona Rita (Cemig) e São Domingos (Celg).

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Segundo Olga, a gestão desses ativos mostrou que a remuneração baseada nos custos de operação e manutenção (O&M) pode ser bastante atrativa. "A gente parou para analisar e viu que pode ser um bom negócio. Dependendo da quantidade (de ativos), pode ser um bom negócio. Ganha-se em escala. Se nós otimizarmos a gestão, passarmos a gerir em conjunto e de forma telecomandada, pode ser bastante interessante", justificou a diretora de Furnas.

A executiva afirmou que Furnas teria grande interesse em disputar as usinas não renovas pela Cesp (como Três Irmãos) e Cemig (Jaguara, São Simão e Miranda). "Essas usinas estão próximas à área de atuação de Furnas", disse. As principais hidrelétricas do parque gerador de Furnas estão localizadas, principalmente, no Sudeste, sobretudo em Minas Gerais (MG).

Mais 400 funcionários deverão sair de Furnas até o fim do ano por causa do plano de incentivo ao desligamento (PID) executado pelo acionista controlador, a Eletrobras. Até o momento, Furnas já contabiliza a saída de 1,204 mil empregados de sua força de trabalho, afirmou o diretor-presidente de Furnas, Flávio Decat, que participou nesta segunda-feira, 23, do Fórum Fontes Energéticas Alternativas.

Decat afirmou que, a partir do ano que vem, no entanto, a ideia da empresa é iniciar um processo de recomposição de sua força de trabalho. A intenção de Furnas é de convocar, por ano, em torno de 150 pessoas aprovadas em concursos públicos realizados em anos anteriores e que estavam no cadastro de reservas da companhia. Além disso, a estatal irá investir no treinamento da mão de obra para evitar que a renovação do quadro de funcionários afete a operação dos seus ativos.

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O PID é uma das ações adotadas pelo Grupo Eletrobras para fazer frente aos efeitos da Medida Provisória (MP) 579, que reduziu a receita anual da estatal em R$ 8,75 bilhões a partir deste ano. Há duas semanas, o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, afirmou que o PID deve fechar com uma adesão de 5,4 mil funcionários, o que diminuiria a força de trabalho da estatal dos atuais 28 mil funcionários para 23 mil funcionários.

Segundo a última parcial anunciada pela Eletrobras, 4,3 mil empregados já haviam aderido ao PID. Para atingir a meta de 5,4 mil funcionários, a estatal conta com a abertura do programa na Eletronuclear, o que ainda não ocorreu, e com a retomada do plano de desligamento em Furnas. Os gastos com mão de obra representam uma das maiores despesas do Sistema Eletrobras.

Leilões

Decat afirmou que a Furnas está interessada em duas das quatro hidrelétricas que o governo federal pretende licitar no leilão de energia nova A-5 (início de entrega da energia em 2018), marcado para dezembro deste ano. Os projetos em questão são as usinas São Manoel (PA/MT), no Rio Teles Pires, e Itaocara (RJ), recentemente devolvida ao governo pela Light e pela Cemig.

Furnas informou nesta terça-feira que distribuiu R$ 221,3 milhões de royalties da água em 2012, a chamada Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH). Houve crescimento de 19,8% em relação ao volume registrado em 2011, apontou a empresa, em comunicado.

Os recursos foram para administrações estaduais e 146 municípios de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso, além do Distrito Federal e órgãos da administração direta da União. A empresa contabiliza que, nos últimos dez anos, houve repasse de cerca de R$ 1,5 bilhão em royalties da água.

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Do total arrecadado em 2012, R$ 88,5 milhões foram pagos aos Estados e o restante repartido entre os municípios. Minas Gerais, que tem o maior número de hidrelétricas de Furnas, recebeu o maior repasse: R$ 48,5 milhões.

São Paulo recebeu R$ 20,6 milhões no ano passado. A administração estadual ficou com R$ 10,3 milhões, enquanto o restante foi distribuído entre 29 municípios paulistas na região de influência dos reservatórios de hidrelétricas da empresa. Guaraci teve a maior arrecadação municipal no Estado, com R$ 3 milhões em royalties, seguido por Colômbia, com R$ 1,8 milhão, e Guaíra, com R$ 1,7 milhão.

O Rio de Janeiro recebeu R$ 3 milhões, sendo R$ 1,5 milhão para a administração estadual e o resto distribuído entre o município de Resende, que arrecadou R$ 1,2 milhão, e Itatiaia, que recebeu R$ 279,2 mil.

Goiás teve o maior aumento nos repasses em 2012, com alta de 25,4% em relação a 2011. O Estado ficou com R$ 27,3 milhões em royalties da água no ano passado. O município que mais recebeu recursos de Furnas foi Niquelândia, com R$ 8,5 milhões.

Furnas comunicou nesta quinta-feira à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que pretende obter a prorrogação da concessão de todos os ativos com vencimento até 2017, pelo prazo de até 30 anos, em atendimento à Medida Provisória (MP) 579, informou a empresa em nota. A empresa pediu a prorrogação para as usinas de Furnas (MG), Luiz Carlos Barreto de Carvalho (SP-MG), Marimbondo (MG), Funil (RJ), Corumbá (GO) e Porto Colômbia (MG-SP). Juntas, elas somam 4.617 MW de capacidade instalada. Já o sistema de transmissão compreende 46 subestações e 151 linhas que totalizam 18.500 quilômetros de extensão, pelas quais passam 40% de toda a energia consumida no País.

A companhia entregou ainda os documentos comprobatórios de regularidade fiscal, trabalhista e setorial e de qualificação jurídica, econômico-financeira e técnica relativos ao serviço prestado, além dos projetos básicos de cada um dos empreendimentos de geração. Na nota, o presidente de Furnas, Flavio Decat, disse que a análise preliminar dos números mostra que a empresa está ajustada ao novo cenário do setor elétrico brasileiro, com os custos equilibrados, e preparada para as receitas previstas com os parâmetros estabelecidos pelo governo. "Isso permite que Furnas continue cumprindo o objetivo da empresa, o de operar e manter as suas usinas, linhas e subestações", afirmou.

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A presidente Dilma Rousseff decidiu acelerar mudanças na estrutura e na administração de Furnas. Preocupada com "incidentes" que interromperam, por duas vezes num intervalo de 11 dias, o abastecimento de energia em várias regiões do País, ela quer antecipar mudanças preventivas que seriam feitas nos próximos meses.

Para Dilma, a subsidiária da Eletrobrás não fez investimentos necessários no setor de transmissão. Atualmente, 40% da energia do País passa pelo sistema Eletrobrás/Furnas, que opera em 11 Estados. Foi um incêndio provocado por curto-circuito na subestação de Furnas em Foz de Iguaçu que provocou o "apaguinho" da última quarta-feira e atingiu áreas das Regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste, além de Acre e Rondônia.

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A estatal, porém, não tem responsabilidade sobre os demais episódios recentes. A falha de fornecimento do dia 22, que deixou sem luz o Nordeste, além de Tocantins e Pará teve origem numa subestação da Eletronorte, em Imperatriz (MA). O blecaute do centro de Brasília na quinta-feira teve como causa uma queimada, que atingiu uma linha de transmissão da distribuidora local, a Companhia Energética de Brasília (CEB).

Em encontros e conversas recentes, Dilma demonstrou ter pressa no desenvolvimento de um plano de reestruturação de Furnas, com enxugamento de pessoal e mudanças de atribuições. Desde o começo do governo, a presidente reduz os poderes de grupos políticos no setor elétrico, área onde fez carreira. Em fevereiro de 2011, ela nomeou o engenheiro Flavio Decat para presidir Furnas. A escolha foi uma resposta ao grupo do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que controlava a estatal.

Respaldado por lideranças do PMDB como o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o senador José Sarney (AP), Decat tem a confiança de Dilma, que já conhecia o seu trabalho. Em agosto, o PR perdeu a diretoria de Engenharia e o PMDB, as diretorias Financeira e de Construção. À época, foram extintas as diretorias de Engenharia e Construção e criada a de Expansão. O PT ainda conta com as diretorias de Gestão Corporativa e Operação do Sistema e Comercialização.

A presidente avalia que as mudanças não foram suficientes. Setores do governo avaliam que Decat está amarrado por problemas na estrutura da empresa. O governo identificou as áreas que emperram o gerenciamento de Furnas. Possíveis substituições na administração da empresa deverão obedecer a critérios técnicos, afirmam pessoas próximas da presidente.

A estatal também tem sido frequentemente criticada pela falta de rigor na operação do sistema. Por isso, há expectativa de que sejam criadas novas normas técnicas para a empresa seguir. Os últimos autos de infração emitidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que Furnas não tem obedecido a uma série de normas técnicas previstas para a operação das linhas de transmissão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, condenou atos de vandalismo nos últimos dias em protestos contra a usina de Belo Monte. O projeto conta com financiamento do banco. "O vandalismo é sempre condenável. A ferramenta numa sociedade democrática é o diálogo, a negociação", afirmou durante fórum corporativo na Rio+20.

Coutinho disse desconhecer informações de invasão da sede do BNDES nesta segunda-feira por índios que participam da Rio+20 e se declarou sempre aberto ao diálogo com movimentos sociais.

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O presidente de Furnas, Flávio Decat, também condenou os atos de vandalismo contra Belo Monte. "Esta não é uma discussão muito racional." Ele defendeu o projeto, dizendo ter baixo impacto ambiental e social, com inundação de uma área restrita e remoção de famílias de construções de palafitas para casas melhores.

Decat diz que o maior impacto vem das milhares de pessoas que são transferidas para o local, para erguer o empreendimento. No entanto, ele ressalva que o projeto conta com um orçamento bilionário para amenizar impactos.

Um laudo de 56 páginas, encomendado pelo PSDB ao perito americano Larry F. Stewart, ex-integrante do serviço secreto dos Estados Unidos e especialista em fraude de documentos, ajuda a desmontar a Lista de Furnas - uma relação de 156 políticos de oposição, a maioria tucanos, supostamente beneficiados com doação de caixa 2 na eleição de 2002. A lista falsa trazia os nomes dos ex-governadores José Serra (São Paulo), Eduardo Azeredo e Aécio Neves (Minas).

No laudo, o perito assegura que o documento, trazido a público em 2006 pelo lobista Nilton Monteiro, é uma fraude grosseira. "Após análise da combinação de todas as incompatibilidades e fatores relatados, concluo que a fotocópia apresentada e o original da lista de Furnas são, de fato, fraudulentos", afirma. A direção do PSDB afirmou ter pago R$ 200 mil.

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Segundo ele, "há indicações de que os dois documentos podem ter sido assinados pelo mesmo autor", o falsário. A relação de supostos beneficiários de caixa dois é descrita em cinco folhas assinadas pelo então presidente de Furnas Centrais Elétricas, Dimas Fabiano Toledo. O documento teria sido fabricado à base de colagem sobre folhas diferentes, com enxerto posterior de nomes e aposição de assinaturas e rubricas falsas.

Em algumas folhas, a assinatura verdadeira do ex-diretor de Furnas teria sido colada. Em outras, conforme o perito, ela foi simplesmente falsificada, seja por decalque, ou imitação livre. "A caligrafia encontrada nos dois documentos questionados (original e cópia) muito provavelmente não é a de Dimas", diz o especialista. "Estou convencido de que a letra não é a dele e que trata-se de falsificações."

Conforme o laudo, a lista de furnas foi montada com duas partes de documentos diferentes e depois xerocopiada, como se fosse uma peça única e coerente. A primeira parte, das páginas 1 a 4, quando analisada sob luz ultravioleta, "comporta-se diferente da página 5", possivelmente enxertada em outra ocasião.

Além disso, acrescenta, "a página 5 parece ter uma composição de fibras diferente das outras páginas". As duas observações foram baseadas na análise química, que mostrou que a copiadora usada para produzir a página 5 é diferente da que foi usada para produzir as quatro primeiras. Até os logotipos da empresa, segundo Stewart, "são incompatíveis com os verdadeiros, fornecidos pela empresa".

Embora o laudo do perito americano não faça parte dos autos do processo sobre o chamado mensalão mineiro, que corre na 2.ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio, o PSDB o usará como argumento técnico e de convencimento da Justiça, por ocasião das alegações finais. Segundo o deputado federal Marcus Pestana, presidente do PSDB em Minas, a lista de Furnas foi montada para "salvar a barra" do governo Lula, às voltas com o escândalo do mensalão petista em 2005.

Com a expectativa de julgamento próximo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o laudo do perito americano será usado também como blindagem frente à estratégia petista de defesa. "Com essa fraude grosseira, eles pretendiam provar que todos os partidos são iguais e fazem captação de recursos de caixa dois para financiar suas campanhas", disse Pestana.

Processado por dezenas de políticos citados na lista, Monteiro está preso desde outubro por estelionato e falsificação.

Pestana acusa dois políticos petistas - o deputado estadual Rogério Correia (MG) e o ex-deputado estadual Agostinho Valente (hoje no PDT), de serem cúmplices na montagem da fraude, conforme revelou inquérito da Polícia Civil de Minas. Correia deverá ser alvo de um processo ético por quebra de decoro. Ele negou que a lista de Furnas seja fraude e Valente, hoje filiado ao PDT e sem mandato, não foi localizado.

Para o advogado William dos Santos, defensor de Monteiro e do deputado Correia, o laudo de Stewart "foi comprado" pela parte interessada e, por isso, não tem credibilidade. "Ele (Stewart) foi contratado para dizer o que o PSDB queria", afirmou. "Não é uma perícia oficial, não tem valor jurídico algum e foi feita só para confundir."

Pestana explicou que o PSDB recorreu ao especialista americano ao perceber que o PT, a cada eleição, requenta a lista de Furnas e certamente repetirá a estratégia nas eleições deste ano.

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