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Depois de dizer ao vivo que a ativista Greta Thunberg "precisa de sexo" e que era "histérica", o jornalista Gustavo Negreiros foi demitido da rádio 96 FM de Natal, Rio Grande do Norte, onde apresentava o programa 96 minutos. O desligamento aconteceu nesta última quarta-feira (25), depois que o locutor voltou para pedir desculpas pelo que disse contra a garota que tem apenas 16 anos.

Ênio Sinedino, diretor da 96 FM, pediu desculpas pelo discurso de seu empregado e afirmou que a empresa é "radicalmente contra qualquer forma de discriminação - seja ideológica, machista, homofóbica ou ambientalista."

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A repercussão do discurso do jornalista Gustavo Negreiros foi tão grande que, das cinco empresas que patrocinavam o programa, quatro retiraram o investimento, restando apenas uma - até a publicação dessa matéria. A Unimed, uma das principais patrocinadoras do 96 Minutos, revelou que não dá para manter a imagem da empresa atrelada ao discurso do jornalista.

De acordo com a agência de notícias Saiba Mais, Gustavo ainda foi afastado do programa Radar da Notícia, da TV Tropicana, afiliada da Rede Record no Rio Grande do Norte. O jornalista ficará afastado temporariamente, sendo substituído na bancada do programa pela jornalista Suzy Noronha. A agência revela que ainda tentou entrar em contato com o superintendente da TV, mas ele não quis se pronunciar sobre o caso.

O ex-deputado Jean Wyllys disparou contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por ter publicado uma imagem falsa da ativista ambiental, Greta Thunberg, nas redes sociais. Para Wyllys, a família do presidente Jair Bolsonaro (PSL) age como “uma máfia” e um a “organização criminosa que usa mentiras” como arma para destruir quem se opõe aos objetivos deles. 

“Eduardo Bolsonaro está fazendo contra Greta Thunberg o que sempre fez contra adversários na Câmara: MENTIR [sic] e falsificar. Estranha é a impunidade dele!”, escreveu Jean, em publicação no Twitter. 

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Eduardo Bolsonaro postou uma imagem em que Greta aparece confortável e em uma mesa farta dentro de um trem, enquanto crianças pobres a observam da janela. A imagem real foi retirada do Instagram de Thunberg, em um post feito em janeiro. Nela, a ativista aparece comendo em um trem, mas a janela reflete apenas árvores e não as crianças.

Greta fez parte de um grupo de 16 adolescentes que foi até a Cúpula do Clima na Organização das Nações Unidas, em Nova York, para denunciar o Brasil e outros países por não fazerem o suficiente para impedir o aquecimento global.

Na ótica de Wyllys, “a família Bolsonaro e o PSL agem como uma máfia, uma organização criminosa que usa mentiras, fake news, calúnias, falsificações e teorias conspiratórias como armas de destruição dos que contrariam seus objetivos”. 

Falsificação de vídeo

Ao falar da postura do filho do presidente sobre Greta, Jean relatou que Eduardo, em 2016, teria adulterado “criminosamente” um vídeo para mover um processo contra ele no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. 

“Processo que os demais canalhas aliados dele acataram! Havia, na origem daquele processo contra mim, não só UM CRIME [sic] comprovado pela polícia, mas algo kafkiano: como escroques e desonestos poderiam levar, para ser julgado ao Conselho de Ética, alguém que era ético e estava sendo acusado num processo fraudulento? O processo seguiu por um ano”, contou, reclamando também da atuação da imprensa.

“A homofobia social também esteve por trás da maneira como deputados e jornalistas silenciaram sobre (e pactuaram com) a violência que era aquele processo fraudulento contra mim no Conselho de Ética da Câmara, processo movido e acatado por conhecidos escroques da política”, salientou.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) publicou, no Twitter, uma imagem falsa da ativista ambiental Greta Thunberg, que vem sendo alvo de ataques na internet após discurso feito na Cúpula do Clima na Organização das Nações Unidas (ONU). O filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) compartilhou uma imagem em que Greta aparece confortável e em uma mesa farta, em um trem, enquanto crianças pobres a observam da janela. 

A imagem real foi retirada do Instagram de Thunberg, em um post feito em janeiro. Nela, a ativista aparece comendo em um trem, mas a janela reflete apenas árvores e não as crianças. O que mostra que a foto foi alterada. 

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Na publicação, Eduardo Bolsonaro frisa uma das falas de Greta e ironiza: "'Vocês roubaram minha infância...' disse a garota financiada pela Open Society de George Soros". 

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Eduardo, que é cogitado pelo pai como futuro embaixador do Brasil em Washington, também faz referência no posta a George Soros. Uma teoria tem observado que Greta seria neta do filantropo, vilanizado por movimentos de direita.

Em Nova York, a ativista sueca responsabilizou os adultos pela falta de proteção ao meio ambiente. "Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias", disparou. Ela e outros 15 jovens estiveram na ONU para apresentar uma queixa contra cinco países, entre eles o Brasil, por não fazerem o suficiente para impedir o aquecimento global.

A líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB), reagiu ao post de Eduardo e disse que Greta está promovendo a verdade. 

“O deputado que sonha com a Embaixada (que não vai ter) postou uma foto falsa para atacar uma jovem de 16 anos ativista ambiental. Ontem, um radialista usou das agressões mais baixas para atacar a mesma pessoa: Greta. Greta Thunberg está promovendo a verdade. E a verdade incomoda”, rebateu a comunista.

A Rádio 96 FM, do Rio Grande do Norte, está sentindo no bolso o resultado das declarações do apresentador Gustavo Negreiro. Durante o programa '96 minutos', Negreiro disse que a adolescente Greta Thunberg, de 16 anos, ativista pelas causas climáticas do mundo, "precisa de sexo" e que é "histérica". Não compactuando com as coisas ditas, algumas empresas - antes parceiras -, anunciaram nessa quarta-feira (25), que não vão mais patrocinar o programa.

As declarações do Gustavo, que também é advogado, foram dadas ao vivo nesta última terça-feira (24), depois que Greta participou do encontro promovido pela Organização das Nações Unidas em Nova York. 

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Por meio de sua conta no facebook, a Oral Sin Implantes lançou nota dizendo que não compactua com a opinião do jornalista. "Nós, inclusive, retiramos o patrocínio do programa", afirma. Procurada pelo LeiaJá, a Comjol construções também confirmou que não mais vai patrocinar o '96 minutos' "por não compactuar com as declarações do jornalista."

Ao site Saiba Mais, a Unimed Natal garantiu que suspendeu o testemunhal do programa. Em nota, a empresa disse que entender que o questionamento foi "muito forte". "Estamos trabalhando na expansão do hospital e não há como alinhar as duas imagens", acentuou a Unimed. A Unique Tecnologia e Segurança declarou que não investirá mais no programa por conta dos comentários que classificou como "machista, misógino e preconceituosos".

Arrependido

No programa desta quarta-feira (25), o apresentador mudou o tom e pediu perdão pelo que disse sobre a adolescente. Confira o vídeo

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A sueca Greta Thunberg carrega a paixão de uma geração que decidiu enfrentar o monstro das mudanças climáticas, mas também sofre com o desprezo daqueles que a veem como uma marionete messiânica da consciência ecológica.

Aos 16 anos, a adolescente é o rosto e a voz de uma juventude preocupada, que recicla lixo, limpa as praias, evita carne e aviões e vota em partidos ambientais nas eleições.

Há pouco mais de um ano, no início do ano letivo de 2018, Greta deixou sua mochila em casa e passou a se manifestar toda sexta-feira em frente ao Parlamento sueco em Estocolmo com uma placa feita a mão para tentar sensibilizar os deputados sobre a emergência climática.

Sua "greve escolar", transmitida pelas redes sociais, atravessou fronteiras e promoveu o movimento global "Sexta-feiras para o futuro".

O fenômeno "Greta" se tornou planetário.

Suas contas no Twitter e no Instagram têm mais de seis milhões de assinantes.

Os jovens a escolheram como porta-voz das preocupações com as mudanças climáticas.

E o tom é claramente acusatório.

"Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias", disse ela, com lágrimas nos olhos, aos líderes mundiais reunidos para a cúpula climática em Nova York, na segunda-feira, evento do qual participou após atravessar o Atlântico em um veleiro "zero carbono".

A adolescente e sua causa mobilizam milhões de jovens nas ruas, fascinados por sua determinação.

Para seus críticos, Greta é um oráculo vergonhoso, cujas "utopias mortíferas" expõem as neuroses de uma adolescente autista (ela foi diagnosticada com Síndrome de Asperger), manipulada pelos agentes do "capitalismo verde" e por seus pais.

Essas reações são porque ela "é poderosa", diz Severn Cullis-Suzuki, uma bióloga canadense que tinha 12 anos quando desempenhou um papel semelhante durante a Cúpula da Terra, organizada no Rio de Janeiro em 1992.

"Ela pede uma revolução. É por isso que eles tentam silenciá-la", afirma Cullis-Suzuki à AFP.

- Milagre, ou ciborgue -

Quando se trata de Greta, nascida em 3 de janeiro de 2003 no país menos "religioso ou espiritual" do planeta, referências místicas, mágicas ou clínicas são recorrentes.

O fotógrafo Yann Arthus-Bertrand a vê como "um milagre", e o ex-presidente americano Barack Obama, como a personificação de uma juventude que "muda o mundo".

Outros a veem como "um ciborgue", nas palavras do filósofo francês Michel Onfray, ou "uma doente mental" que cedeu à "histeria climática", segundo o comentarista conservador Michael Knowles, da Fox News.

Em abril, o papa Francisco recebeu a jovem em Roma por ocasião do segundo aniversário da "Laudato si" (Louvado seja), a segunda encíclica do pontífice. A legenda "Aos cuidados da casa de todos" ecoa as palavras de Greta: "a casa está pegando fogo".

Segundo alguns críticos, ela utiliza uma semântica mágica que desfoca a mensagem científica, prejudica a inovação tecnológica e oculta alguns desafios ecológicos.

"A questão climática ofuscou todos os outros problemas ambientais, como abuso de animais, indústria de carne, ou pesticidas", diz a cientista política Katarina Barrling, da Universidade de Uppsala.

Nesse contexto, as vozes que questionam as posições de Greta são imediatamente suspeitas de "ceticismo climático", acrescenta a especialista.

Ela também é acusada de gerar ansiedade em vez de produzir um discurso racional.

No Fórum Econômico de Davos, ela disse: "Quero que entrem em pânico, que sintam o medo que sinto todos os dias". Na semana passada, falando ao Congresso dos EUA, a adolescente moderou o discurso: "Quero que vocês ouçam os cientistas".

- Pensamento crítico -

O dedo que acusa os adultos incomoda no exterior, mas não tanto na Suécia.

Tudo nela - a irreverência, o espírito de desobediência e as tranças - lembra o personagem de Pippi Meialonga, criado pela autora sueca Astrid Lindgren, um paradigma da criança liberta da tutela dos adultos e que aprende por si mesma como é o mundo.

"Não é por acaso que Greta é sueca. Acho que ela não existiria sem Pippi, ou Lisbeth Salander", diz a ensaísta sueca Elisabeth Asbrink, referindo-se à especialista em computadores com um dragão tatuado nas costas, personagem dos romances da saga Millennium.

"Durante décadas, o currículo escolar sueco priorizou a formação do pensamento crítico dos alunos, e não o acúmulo de conhecimento", destaca Barrling.

Mas a pergunta que muitos se fazem é: para que serve Greta?

Para defender os direitos humanos, disse a ONG Anistia Internacional, que concedeu a ela o prêmio de "embaixadora da consciência".

Seu nome também é mencionado como um possível candidato ao Prêmio Nobel da Paz de 2019.

O Comitê Nobel da Paz já concedeu prêmios com cores ambientais no passado - como Al Gore, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ou o ativista queniano Wangari Maathai -, vinculando-os a questões democráticas.

A contribuição de Greta ainda deve ser demonstrada, afirma o diretor do Oslo Peace Research Institute (Prio), Henrik Urdal.

"O vínculo entre paz e aquecimento global é baseado em alegações que a pesquisa não apoia. Ela deu um impulso impressionante às questões da mudança climática, mas a pergunta permanece: é relevante para o Prêmio? O Prêmio Nobel da Paz?", questiona.

A jovem sueca Greta Thunberg, ícone da luta contra a mudança climática, e a associação Yanomami Hutukara, que defende a biodiversidade da Amazônia, foram premiados nesta quarta-feira com o 'Right Livelihood', concedido por um fundação sueca de mesmo nome e conhecido como "Nobel alternativo".

A associação Yanomami Hutukara e seu porta-voz Davi Kopenawa receberam o prêmio pela "luta firme e determinada para proteger as florestas e a biodiversidade da Amazônia, assim como as terras e a cultura de seus povos autóctones".

Thunberg, 16 anos, venceu o prêmio por "ter inspirado e encarnado as reivindicações políticas a favor de uma ação climática urgente de acordo com os dados científicos".

"Sua compreensão da crise climática baseada na ciência e a falta de respostas da sociedade e dos políticos a este tema levaram Greta Thunberg a dedicar-se à causa e a reclamar atos contra a mudança climática. Personifica a ideia de que todos podemos modificar o curso das coisas", escreveu a fundação em um comunicado.

O movimento da ativista adolescente contra a mudança climática, "Fridays For Future" ("Sextas-feiras pelo Futuro") começou há um ano, em 20 de agosto de 2018, quando ela fez, sozinha diante do Parlamento sueco, sua primeira "greve escolar pelo clima".

Desde então o movimento ganhou força, da Suécia à Austrália, passando pela Europa e Estados Unidos, graças em parte a jovens ativistas como Greta.

Na sexta-feira passada, mais de quatro milhões de pessoas, de acordo com os organizadores, saíram às ruas em 160 países para uma "greve mundial pelo clima" e para exigir que os governantes adotem ações contra a catástrofe climática prevista pelos cientistas.

O prêmio Right Livelihood também foi concedido este ano à ativista saharaui dos direitos humanos Aminatou Haidar por seu combate pela autodeterminação do Saara Ocidental, assim como à advogada chinesa especializada no direito das mulheres Guo Jianmeic.

Cada premiado recebe um milhão coroas suecas (103.000 dólares).

O prêmio Right Livelihood foi criado em 1980 por Jakob von Uexkull, que foi eurodeputado pelo Partido Verde, após a recusa da Fundação Nobel a criar um prêmio par ao meio ambiente e o desenvolvimento. Por este motivo, a fundação que concede prêmio o considera o "Nobel alternativo".

O presidente americano, Donald Trump, ironizou nesta terça-feira a ativista ambiental Greta Thunberg, cujo discurso apaixonado no dia anterior foi o ápice da cúpula climática na ONU, escrevendo que a adolescente sueca "parece uma menina muito feliz".

Com olhos lacrimejantes e voz trêmula, Thunberg, de 16 anos, acusou os líderes mundiais de trair sua geração por sua inação para limitar o aquecimento global.

"Roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias (...) Estamos no início de uma extinção em massa, e a única coisa que vocês falam é sobre dinheiro e contos de fadas de crescimento econômico eterno. Como se atrevem? ", lançou a ativista, a nova face de um movimento mundial de jovens que exige ações urgentes contra o aquecimento global.

"Ela parece uma menina muito feliz, olhando para um futuro brilhante e maravilhoso. Que lindo de ver!", escreveu Trump, um cético sobre as mudanças climáticas que retirou seu país do Acordo de Paris, em tuíte com um vídeo do discurso.

O tuíte sobre Thunberg, que sofre da síndrome de Asperger, um distúrbio do espectro autista, causou nas redes sociais, com 16.000 respostas em três horas, muitas delas atacando o presidente dos EUA.

"Donald Trump mexer com uma jovem inocente é absolutamente nojento", escreveu um internauta.

Mas outros se colocaram do lado do presidente americano, acusando a ativista de ter sofrido "uma lavagem cerebral".

Greta Thunberg e Donald Trump se encontraram brevemente durante a cúpula climática da ONU em Nova York, onde o presidente americano fez uma aparição surpresa de alguns minutos.

Um vídeo do momento em que eles se cruzam e mostra a jovem fuzilandoTrump com os olhos viralizou na internet.

Dezesseis jovens, incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, anunciaram nesta segunda-feira (23) uma nova ofensiva, desta vez no campo legal, ao denunciar a inação de líderes mundiais como uma violação da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança.

Embora representantes dos países denunciados, entre eles o Brasil, tenham assinado esta convenção há 30 anos, comprometendo-se a proteger a saúde e os direitos das crianças, eles "não cumpriram suas promessas", declarou a sueca à margem da cúpula climática da ONU, na qual voltou a condenar a inação diante da emergência climática.

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Quase todos os países, com exceção dos Estados Unidos, ratificaram esta convenção para proteger a saúde e os direitos das crianças. Mas "violaram todos nós e negaram nossos direitos. Nosso futuro está sendo destruído", acrescentou Alexandria Villasenor, apelidada de a 'Greta Thunberg' americana.

Na prática, esta denúncia sem precedentes de jovens com idades entre 8 e 17 anos, dirige-se a cinco países poluentes: Brasil, França, Alemanha, Argentina e Turquia. Os jovens são de 12 países diferentes e contam com a ajuda do escritório internacional de advocacia Hausfeld e o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A denúncia se refere a um "protocolo opcional" pouco conhecido da convenção: desde 2014, este autoriza as crianças a apresentarem queixas perante o Comitê de Direitos das Crianças da ONU, se considerarem que seus direitos foram violados.

O comitê deverá investigar as supostas violações e depois fazer recomendações aos países para suspendê-las.

As recomendações são vinculantes, mas os 44 países que ratificaram este protocolo estão de acordo em princípio a respeitá-las, explicou Michael Hausfeld, que espera que se emitam diretrizes nos próximos 12 meses.

Os cinco países incluídos na queixa ratificaram o protocolo, mas estão entre os mais contaminantes do mundo e são influentes no seleto clube de países ricos e emergentes do G20.

Por este motivo foram incluídos no lugar de Estados Unidos, China e Índia, os maiores emissores de poluentes do mundo, mas que não ratificaram o protocolo.

Antigos países industriais, como França e Alemanha, são responsáveis por grande parte das emissões na história, apesar de atualmente não serem os maiores emissores de gases de efeito estufa, argumentou o gabinete Hausfeld.

Um grupo de 16 jovens ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg, apresentou nesta segunda-feira (23) uma denúncia contra o Brasil e mais quatro potências - Alemanha, Argentina, França e Turquia - ao Comitê das Nações Unidas (ONU) para os Direitos das Crianças.

Os signatários sustentam que a incapacidade desses Estados de enfrentar a crise climática constitui uma "violação dos direitos" dos menores de idade. Além disso, exortam o comitê a ordenar que os cinco países atuem para proteger as crianças dos efeitos "devastadores" das mudanças no clima.

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A denúncia é assinada por jovens entre oito e 17 anos provenientes de 12 países, incluindo Thunberg, sueca que lidera a greve global de estudantes em prol do meio ambiente. "Faço isso porque os líderes do mundo estão fracassando em proteger os direitos dos menores, continuando a ignorar a crise climática", disse Thunberg. A sueca é uma das estrelas da cúpula da ONU sobre o clima, que acontece em Nova York.

O evento antecede a abertura da sessão de debates da Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre nesta terça (24), com a presença do presidente Jair Bolsonaro. O governo brasileiro é alvo de pressões internacionais por causa das queimadas na Amazônia e deve usar o palco da ONU para se defender das acusações de negligência na proteção da floresta.

Da Ansa

Quando a ugandense Leah Namugerwa completou 15 anos, no mês passado, ela decidiu plantar 200 árvores ao invés de celebrar a data com uma festa de aniversário, em um esforço para dar visibilidade aos danos ambientais em seu país.

Equilibrando-se entre a escola, a participação em protestos e discursos oferecidos em capitais regionais pedindo ação para salvar o planeta, ela pertence a uma geração de jovens inspirada na ambientalista sueca Greta Thunberg.

"Se os adultos não querem assumir a liderança, eu e outras crianças vamos fazê-lo. Por que eu deveria ficar olhando enquanto injustiças ambientais acontecem diante dos meus olhos?", questionou-se Namugerwa em Kigali, capital de Ruanda, na semana passada, sendo aplaudida de pé por sua resposta à emergência climática.

De volta a Kampala, ela disse à AFP ter tido a ideia de fazer greves escolares semanais após tomar consciência da "inação" do próprio governo em questões ambientais, e ao descobrir os protestos de Thunberg em frente ao Parlamento sueco, que deram origem ao um movimento juvenil mundial.

Namugerwa faz parte do grupo de ativistas do movimento Sextas-feiras pelo Futuro a receber esta semana o prêmio de direitos humanos da Anistia Internacional por seu trabalho.

Ela liderou uma campanha para exigir de Kampala a implementação de uma restrição às sacolas plásticas e fez soar o alerta sobre o desmatamento maciço, assim como às secas prolongadas e cheias atribuídas às mudanças climáticas.

"O que fez eu me preocupar e me envolver nesta campanha foram as mudanças climáticas e seus efeitos nas nossas vidas, como as altas temperaturas que hoje experimentamos como nunca antes, as cheias que sofremos... As doenças que se disseminam", acrescentou.

Ela diz que os jovens "precisam se manifestar".

"Se não o fizermos, nosso futuro não estará garantido. Os líderes atuais terão partido, mas nós ficaremos para sofrer as consequências de suas inações", emendou.

Um perigo real

A primeira vez que ela organizou um protesto pedindo ação pelo clima foi numa sexta-feira de fevereiro deste ano, sozinha, em um subúrbio de Kampala.

"Senti que estava fazendo a coisa certa e no caminho certo, mas a maioria das pessoas, inclusive alguns membros da minha família, achavam estranho. Eles olhavam para mim, balançando a cabeça em descrédito enquanto eu exibia meus cartazes", lembrou.

Agora, um grupo de adolescentes se juntou a ela semanalmente e 'matam aula' para participar das greves às sextas-feiras.

"Algumas pessoas me criticaram. Elas dizem que na minha idade eu devia estar em sala de aula às sextas-feiras, e não nas ruas fazendo greves. Que bom que meus pais me apoiaram. Eles me encorajaram", acrescentou.

Namugerwa - que vai participar na sexta-feira dos protestos climáticos coordenados em todo o mundo - disse se sentir animada com o interesse crescente pelas questões ambientais em Uganda.

"Questões sobre as mudanças climáticas não estão sendo priorizadas como merecem... Mas o debate está crescendo com a nossa campanha", prosseguiu.

Outro adolescente que se juntou às greves, Jerome Mukasa, também de 15 anos, disse que Namugerwa abriu os olhos dos jovens ugandenses para as crises ambientais em seu país.

"Antes, a mensagem sobre o clima e o meio ambiente não estava clara para alguns de nós, mas Lea simplificou para a gente, de que isto é real e um perigo para todos nós", concluiu.

A jovem ativista sueca contra o aquecimento global, Greta Thunberg, de 16 anos, anunciou nesta quarta-feira (28) sua chegada a Nova York depois de cruzar o Atlântico em um veleiro "zero carbono" por 15 dias.

"Terra! As luzes de Long Island e a cidade de Nova York à frente!", escreveu Thunberg em sua conta no Twitter depois de viajar 3.000 milhas náuticas do sul da Inglaterra.

A ativista disse depois que o navio já ancorou em frente a Coney Island, a famosa praia de Nova York com um enorme parque de diversões, e que a tripulação deve passar pela alfândega e pela imigração. "Nós chegaremos em terra na marina de North Cove às 14h45h (16h45 de Brasília), se a maré permitir", acrescentou.

A ativista viajou para Nova York para participar de uma cúpula da ONU sobre Ação Climática no final de setembro. Ela se recusou a viajar de avião devido às altas emissões causadas pelas viagens aéreas.

Pierre Casiraghi, filho da princesa Caroline de Mônaco, ofereceu então à jovem ativista um barco de forma gratuita para a viagem.

O "Malizia II", um veleiro de 18 metros de comprimento capitaneado pelo próprio Casiraghi e pelo marinheiro alemão Boris Herrmann, está equipado com painéis solares e turbinas submarinas que permitem gerar a eletricidade que alimenta os instrumentos de navegação, o piloto automático, os equipamentos de dessalinização e um laboratório para medir o nível de CO2 das águas.

A adolescente sueca militante da luta contra as mudanças climáticas, Greta Thunberg, respondeu nesta terça-feira (23) aos ataques que recebeu por falar sobre o aquecimento global, durante visita ao parlamento francês.

Vários deputados de direita e extrema direita boicotaram o discurso de Thunberg na Assembleia Nacional, e a chamaram de "guru do apocalipse" ou "profetisa de short".

"Não contem comigo para aplaudir uma profetisa de short, Prêmio Nobel do Medo", tuitou Julian Aubert, candidato a líder do partido conservador LR, enquanto o deputado ultradireitista Sébastien Chenu se recusou a "aplaudir o Justin Bieber da ecologia".

Mas Thunberg, de 16 anos, respondeu às críticas afirmando que tudo o que estava fazendo era expor os riscos aos quais o mundo, e especialmente as gerações futuras, enfrentam com o aquecimento global.

"Alguns decidiram não vir hoje, alguns optaram por não nos ouvir. Muito bem. Não são obrigados, afinal somos apenas crianças. Mas eles devem escutar a ciência. É tudo o que pedimos", frisou.

Acusou a políticos, líderes empresariais e jornalistas de não comunicarem a verdade científica e deixarem essa responsabilidade nas mãos dos jovens.

"Nós nos tornamos os errados que têm de contar às pessoas coisas que não são fáceis, porque nada querem fazer ou se atrevem a fazer", acrescentou Thunberg.

"Ou talvez não sejam suficientemente maduros para dizer as coisas como são", disse ainda em tom irônico.

Greta Thunberg deu cara a um movimento que se tornou mundial, com centenas de milhares de jovens que se reuniram em torno de seu nome em dezenas de países nas manifestações da chamada "Friday For Future" (Sexta Pelo Futuro).

No domingo, ela recebeu o Prêmio da Liberdade 2019 em Caen (noroeste da França), dedicado a quem se compromete com a luta pela liberdade em todo o mundo.

A jovem prometeu que entregará os 25.000 euros do prêmio a quatro organizações que trabalham "pela justiça climática e para ajudar às pessoas no sul do planeta afetadas pela emergência climática".

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