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O Opinião Brasil desta semana traz um debate sobre a renúncia do Papa Bento XVI e o Conclave, a reunião de cardeais para escolher o novo Papa da Igreja Católica, que terá início nesta terça-feira (12). Para falar sobre o assunto, o apresentador Thiago Graf recebe o Pe. Valdir Manoel dos Santos Filho, que é especialista em direito canônico, e o téologo Degislando Nóbrega.

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Sobre a renúncia do Papa Bento XVI, o Pe. Valdir Manoel destaca que esse foi um ato de coragem e sabedoria, pois o pontífice expôs suas dificuldades físicas em continuar à frente da Igreja Católica. "Num primeiro momento, todos nós ficamos surpreendidos", comenta o especialista em direito canônico. 

No Conclave, 115 cardeais estão habilitados a escolher o sucessor de Bento XVI, já que as normas não permitem que cardeais com mais de 80 anos tenham poder voto. Entre os desafios do novo Papa, de acordo com os convidados, está a capacidade de dialogar com outras religiões e culturas, além de enfrentar problemas disciplinares internos, como a questão da pedofilia.

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Além dos 265 pontífices que se sentaram no trono de Pedro ao longo de 2.000 anos de história do catolicismo, existem outros 36 "antipapas" reconhecidos pela Igreja.

Embora estes "antipapas" (ou seja, que exigiram de maneira ilegítima o trono) não tenham alcançado a dignidade pontifícia, a Igreja considera oportuno conservá-los na memória, porque em torno deles ocorreram momentos e movimentos que marcaram o caminho desta instituição milenar.

Foi o caso da eleição, no dia 20 de setembro de 1.378, do antipapa Clemente VII contra Urbano VI, que deu origem ao Grande Cisma do Ocidente de 1378 a 1417.

O fenômeno dos antipapas começou a tomar forma a partir do ano 200 e esteve muito presente até o ano 1.000. Depois teve início seu declínio gradual até meados de 1.400.

Vários deles foram inclusive eleitos legitimamente Papas e outro chegou a ser proclamado santo, como no caso de Hipólito, um sacerdote romano, antipapa entre 217 e 235, o primeiro da história eleito contra o papa legítimo Calixto por motivos doutrinários.

O último antipapa foi um expoente da Casa de Sabóia, Felix V, eleito no Concílio da Basileia contra Eugênio IV no dia 24 de julho de 1.440. Depois, foi deposto neste mesmo Concílio. Submeteu-se ao Papa Nicolau V, de quem recebeu a Púrpura Cardinalícia.

Além da lista de 36 antipapas "autênticos", existiram outros sete antipapas duvidosos e nove "antipapas assim chamados de forma indevida". E há dois que nem sequer estão reconhecidos como tais.

A hierarquia da Igreja católica iniciará na terça-feira o Conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI, o primeiro Papa em sete séculos que renuncia ao seu posto, consciente do desafio histórico que o novo pontífice deverá encarar diante da grave crise atravessada pela milenar instituição.

À frente de uma Igreja atingida por escândalos e pela perda de credibilidade na sociedade moderna, 115 cardeais eleitores deverão escolher em um prazo relativamente curto o pontífice número 266 da história, enquanto seu antecessor de 85 anos ainda vive, alheio aos ruídos mundanos na residência papal de Castelgandolfo.

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O solene rito da eleição será realizado na imponente Capela Sistina, um dos monumentos artísticos mais visitados do mundo, de onde sairá a famosa fumaça branca que anuncia ao mundo a eleição do Papa.

Os conclaves do último século duraram no máximo quatro dias, já que o ritmo de quatro votações por dia acelera o processo para identificar o favorito, explicou o porta-voz do Vaticano, o jesuíta Federico Lombardi.

Desafios da Igreja católica

Para iniciar uma nova era para a Igreja, marcada pela inédita renúncia de Bento XVI, que alegou falta de forças, mais de 150 cardeais abordaram por quase uma semana no Vaticano os temas mais espinhosos que afetam a entidade, de modo a poder definir o perfil do líder de 1,2 bilhão de católicos.

O novo Papa deverá combinar capacidades administrativas e organizacionais, manter as tradições e também ser poliglota, carismático, além de se comprometer a reformar a fundo a Cúria Romana, alvo de duras críticas após os escândalos do Vatileaks, que apresentou uma trama de abusos de poder, tráfico de influências e até sexo.

A Igreja também enfrenta uma onda de críticas internas que pedem reformas: mais democracia interna, modificar as regras do celibato dos sacerdotes e da ordenação de mulheres e que os divorciados que tenham voltado a se casar possam comungar.

A pressão da opinião pública e dos familiares das vítimas de abusos sexuais cometidos por padres obrigou inclusive o cardeal britânico Keith O'Brien a desistir de participar do conclave, depois de ter reconhecido que teve um comportamento sexual impróprio na década de 1980. Cerca de 12 cardeais, inclusive alguns da América Latina, foram acusados de terem acobertado tais crimes durante anos.

O casamento homossexual, a bioética, o aborto ou a eutanásia são valores considerados inegociáveis para a Igreja e é muito provável que o próximo Papa adote a tradicional linha de condenação.

Os papabilis

Sem um favorito claro, a lista de papabilis inclui europeus, italianos, sul-americanos, africanos e um filipino. Dos 115 "príncipes da Igreja" com direito a voto por terem menos de 80 anos, 60 são europeus (28 italianos), 19 latino-americanos, 14 norte-americanos, 11 africanos, 10 asiáticos e um australiano.

A lista de favoritos inclui o brasileiro Odilo Scherer, de 63 anos, arcebispo de São Paulo, a maior diocese da América Latina, considerado um conservador moderado com muito carisma, o que contaria com o apoio da Cúria Romana.

Também conta com o italiano Angelo Scola, arcebispo de Milão de 72 anos, ex-patriarca de Veneza, teólogo reconhecido, disposto a varrer todos os males e intrigas que atingem o governo central.

Outro papabile é o canadense Marc Ouellet, ex-arcebispo de Quebec de 67 anos, conhecido por seu rigor ao liderar uma das dioceses mais laicas de seu país, que preside a Pontifícia Comissão para a América Latina e é apreciado pelos países do sul, sobretudo pelos latino-americanos, onde residiu e conhece bem o idioma.

Desenvolvimento do conclave

Os 115 cardeais eleitores, provenientes de 51 países, se fecharão na Capela Sistina para eleger em segredo o novo pontífice, que deverá obter 77 votos.

A terça-feira começará com a grande missa "Pro eligendo Romano Pontifice" na basílica de São Pedro. Durante a tarde, os cardeais eleitores desfilarão da Capela Paulina à Capela Sistina cantando e orando para que o Espírito Santo os ilumine.

Já na Capela Sistina, sob os magníficos afrescos de Michelangelo e depois de terem jurado manter silêncio sob pena de excomunhão, o mestre de cerimônias pronunciará o "Extra omnes!" ("Fora todos"), ordenando que aqueles que não tiverem ligação com a eleição saiam da sala.

Os "príncipes da Igreja" não poderão se comunicar com o exterior, sem telefone ou computadores, e também não poderão enviar mensagens eletrônicas ou alimentar suas contas nas redes sociais.

O último ato do conclave é a pergunta que três cardeais fazem ao eleito: "Aceita sua eleição como Sumo Pontífice?". Após a resposta afirmativa, segue outra pergunta, "Quo nomine vis vocari?" ("Como quer ser chamado?").

Depois de ser parabenizado pelos cardeais, o sucessor do Papa alemão, que poderá escolher livremente seu nome, se dirigirá a uma pequena sala contígua onde o esperam três hábitos papais (de tamanhos pequeno, médio e grande) para se vestir. Costuma ser chamada de "Sala das Lágrimas", já que parece que todos os eleitos, sem exceção, choram ali em relativa intimidade diante da magnitude da responsabilidade que acabam de assumir.

Em seguida, o novo Papa vai à sacada da basílica de São Pedro depois que o protodiácono pronunciar o famoso "Habemus papam!" e é apresentado à multidão reunida na praça de São Pedro e ao mundo através das câmeras de televisão de diversos países que seguem ao vivo o evento.

No segundo domingo sem a presença do papa, a Praça São Pedro, no Vaticano, está vazia e em silêncio. Não há missa na Basília de São Pedro, nem Hora do Angelus (quando são feitas orações recordando o momento em que o anjo Gabriel anunciou a Maria que estava grávida do Cristo). Tradicionalmente, o papa participa da Hora do Angelus e envia mensagens para os fiéis em vários idiomas.

Poucos turistas estão no local, a maioria deles interessada em fotografar verdadeiros cartões postais de Roma, como a Basília de São Pedro, a própria praça e o Coliseu, que fica bem próximo. O Vaticano não marcou para este domingo (10) reuniões preparatórias do conclave, deixando o próximo e último encontro para esta segunda-feira (11). O conclave (reunião, a portas fechadas, para eleição do papa) será terça-feira (12).

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O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, informou que os cardeais que participaram nos últimos dias das reuniões estavam liberados hoje para celebrar missas. As igrejas ao redor do Vaticano e as dos bairros de Roma celebraram missas ressaltando o período da Quaresma e a necessidade de lembrar os ensinamentos bíblicos.

Em dois dias, começa o conclave. Apesar de a votação ser apenas na tarde de terça-feira, os 115 cardeais com direito a voto – todos os que têm menos de 80 anos – estarão preparados desde cedo. Cinco deles são brasileiros. No dia, haverá missa, momento de juramento (quando todos se comprometem com o sigilo) e o ritual de deixar o alojamento em direção à basílica.

Às vésperas do conclave, Roma parece ter recebido mais turistas que o habitual, e os preços de alguns serviços foram reajustados. Os estrangeiros que optaram pelo táxi como meio de transporte têm de se preparar para gastar, em média, 20 euros (pouco menos de R$ 30) entre o Vaticano e áreas próximas a ele. A garrafa de água sai por 2,50 euros (cerca de R$ 7) e a diária de um hotel três estrela vai de 100 a 200 euros (cerca de R$ 600) .

Nas ruas, os turistas, na sua maioria, são alemães, franceses e norte-americanos. Apesar de a América Latina ter um elevado número de católicos, eles estão mais presentes entre os religiosos – freiras e padres – que circulam em grande quantidade pelas ruas de Roma e do Vaticano.

A Igreja Católica não possui mais um chefe, pelo menos pelos próximos 20 dias. Nesta quinta-feira (28), o papa Bento XVI formalizou a sua renúncia ao pontificado, anunciada em 11 de fevereiro deste ano. O caso é quase inédito na história da Igreja, que teve apenas a abdicação do papa Celestino V, há mais de 700 anos.

No Recife, o padre Valdir Manoel dos Santos Filho SCJ*, pároco de Cruz de Rebouças e mestre em direito canônico, comentou a saída oficial do papa. De acordo com ele, mesmo com a renúncia do bispo de Roma, a Igreja não ficará desamparada. “A partir de amanhã o cardeal camerlengo assume o comando”, esclareceu. 

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Padre Valdir se refere ao italiano Tarcisio Bertone, que com o fim do papado de Bento XVI fica responsável por gerenciar a Igreja. Segundo o mestre em direito canônico, o cardeal também pode decidir sobre assuntos de menor importância. “Os assuntos mais importantes são decididos pelos cardeais em congregação”.

Sobre a expectativa da eleição para o novo líder da Igreja Católica, o pároco explicou que com as mudanças do decreto, feita por Bento XVI, o conclave, procedimento que elege seu sucessor, pode ser adiantado e ocorrer nos próximos 15 dias. “Com o novo Moto Próprio (decreto) não tem como a decisão ser prolongada por mais de 20 dias”. E observando a realidade global da Igreja é mais provável que não aconteça”.

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Sem o pontífice no poder, algumas decisões não podem ser tomadas e por isso é necessário que o novo chefe assuma o papado nos próximos dias. “Por exemplo, se havia uma diocese a ser criada tem que aguardar que o novo papa tome posse”, disse.

Sem querer eleger um favorito, dentre os 115 cardeais que vão participar do conclave – incluindo cinco brasileiros, padre Valdir revelou apenas esperar que o próximo papa dê continuidade ao que foi definido no conselho do Vaticano. “Independente de nome, eu peço que ele tente aproximar a igreja”, concluiu. 

Entenda como funciona o conclave – As votações do conclave devem ocorrer de 15 a 20 dias após a renúncia de Bento XVI, o que pode ser antecipado para que a Igreja não fique sem papa neste período. Durante o conclave, os cardeais realizam quatro votações, duas pela manhã e duas à tarde, e pode se estender por mais de um dia, caso o novo papa não seja eleito no primeiro dia de votação, com dois terços dos votos. Eles devem votar entre si, mas não neles próprios. 

A cada votação as cédulas são queimadas. Os papéis são molhados e colocados em uma espécie de forno já preparado na Capela com saída para uma chaminé de onde sai a fumaça preta, que indica que o papa não foi escolhido. Se a fumaça for branca, o mundo já tem um novo chefe da Igreja. 

 

*SCJ - O padre Valdir pediu que fosse colocado esta sigla após seu nome, que significa Sagrado Coração de Jesus.

 

O sucessor de Bento XVI será eleito antes do feriado da Semana Santa, em 28 e 29 de março, afirmou nesta quarta-feira o cardeal peruano Juan Luis Cipriani, um dos 116 eleitores do conclave papal.

"A eleição irá ocorrer certamente antes da Semana Santa, e assim penso que será", disse sem titubear Cipriani, de 69 anos, em declarações por telefone à rádio peruana RPP de Roma.

"As reuniões de coordenação não começaram e ainda não foi decidido quando o conclave começará, mas espero claramente que antes da Semana Santa tenhamos conosco o novo Santo Padre", reiterou Cipriani, único cardeal do Opus Dei na América Latina.

"Peço ao Espírito Santo que nos ajude", afirmou o também Arcebispo de Lima e um dos homens da Cúria romana próximo ao cardeal Tarcisio Bertone, número dois do Vaticano e braço direito de Bento XVI.

O cardeal peruano admitiu que a Igreja católica se encontra "em um momento muito importante", embora tenha evitado pronunciar a palavra crise e enumerar os desafios deste grupo religioso no âmbito da eleição do novo Papa.

"Estamos em um momento muito importante. Não podemos esconder as muitas circunstâncias que tornam mais difícil a tarefa (da eleição) do Santo Padre, mas nenhuma delas nos leva a ter pouca fé", afirmou Cipriani sem entrar em detalhes.

O cardeal ultraconservador afirmou que "a igreja é uma instituição humana e divina. A divindade está na fé e a parte humana nos leva a trocar ideias" entre os cardeais nos dias anteriores ao conclave.

"Evidentemente, aproveitamos estes dias para poder conhecer melhor a situação da igreja e, em especial, de Roma, para tentar encontrar a melhor solução" na eleição, afirmou o cardeal Cipriani.

Normalmente, o conclave deve começar entre 15 e 20 dias depois que for declarada a "sede vacante", que neste caso terá início na quinta-feira às 20h00 locais (16h00 de Brasília), mas o Papa expressou seu desejo de adiantar a data, sem fixá-la formalmente.

Os oito anos de Bento XVI à frente do Vaticano significaram para a América Latina, região com as maiores disparidades entre ricos e pobres e que concentra 46% dos católicos do mundo, a consolidação do conservadorismo imposto por seu antecessor, João Paulo II, como parte de sua ofensiva contra a Teologia da Libertação (TL), consideram analistas.

O papado de Joseph Ratzinger projeta em sua reta final a imagem de um pontífice pouco transcendente para a região, que cumpriu com menos agressividade o roteiro traçado por seu antecessor, João Paulo II (1978-2005), e que lidou com os escândalos de pedofilia do clero no México, nos Estados Unidos e na Europa.

"Ratzinger não queria gerar conflitos na Igreja na América. Foi um papa de transição, que não fez grandes mudanças e manteve as coisas em seu lugar", disse à AFP o professor Jeffrey Klaiber, historiador de religiões na Universidade Católica de Lima.

Segundo Klaiber, "Bento XVI seguiu na América Latina a pauta de João Paulo II, só que foi menos agressivo porque em certo sentido a Teologia da Libertação já havia passado como movimento intelectual".

"Para além da Teologia da Libertação, é difícil falar de um legado específico de Bento XVI para a América Latina", disse à AFP o especialista americano John L. Allen, vaticanista para o semanário National Catholic Reporter e para a rede CNN.

"Bento provavelmente consolidou uma forma madura de teologia da libertação, que esteve tomando forma durante muito tempo", indicou Allen sobre quem foi o executor como prefeito da Fé da ofensiva conservadora de João Paulo II contra os partidários desta teologia na década de 1980.

"O maior impacto foi a consolidação da linha conservadora que João Paulo II impôs durante seu papado", afirmou à AFP Luis Pásara, pesquisador sobre o catolicismo e professor da Universidade de Salamanca.

"Ratzinger foi o teórico por trás desta guinada para a direita, dando um voo intelectual do qual o polonês Karol Wojtyla carecia; como Bento XVI, aprofundou o caminho adotado", disse Pásara.

"Sua herança - acrescenta - pode ser medida em termos das nomeações de bispos na América Latina. Ao colocar como pastores do rebanho católico personagens conservadores ou ultraconservadores, Bento XVI buscou perpetuar esta característica que prevalece na Igreja Católica de hoje".

Segundo o vaticanista Allen, Bento XVI deixou ao seu sucessor a abordagem do "desafio ao catolicismo na América Latina representado pelo crescimento dos movimentos pentecostais e evangélicos, e pela indiferença religiosa básica".

"Na América Latina, as pessoas não saem da igreja por seu conservadorismo, e sim porque os sermões dos padres são tediosos. É uma mistura de um clero que não desperta atenção, pouco carismático, com um discurso ultrapassado", alerta Klaiber.

"Cuidado - afirma Klaiber - ao enfatizar apenas a questão doutrinal, como fez Bento XVI, porque, por exemplo, as igrejas pentecostais atraem muita gente pela maneira de realizar seus serviços, e não por sua doutrina".

Allen ressaltou as únicas viagens do pontífice à região: Brasil 2007 e México-Cuba 2012, para afirmar que ambas traçaram um perfil público dos temas que o interessaram e guiaram em torno de uma recuperação de algumas premissas da TL.

No Brasil, Bento XVI se "identificou com as aspirações básicas da Teologia da Libertação, com a crítica de um sistema econômico injusto e em colocar a igreja do lado dos pobres, mas insistiu na primazia da fé em oposição à análise sociológica", disse Allen, autor de "Dez coisas que o papa Bento XVI quer que saibas", entre outros livros.

A resistência em abordar temas capitais para o futuro da Igreja Católica em uma região considerada reduto do catolicismo por seu maior número de fiéis "deixa a impressão de que não é um homem dogmático, mas um homem desconectado do mundo real", afirma o historiador Klaiber.

Klaiber ressaltou que, no escândalo de pedofilia que atingiu a Igreja nos últimos anos, o Papa atual "não encobriu os fatos, mas não se deu conta de como a situação era grave".

"Teve a valentia de pedir perdão pessoalmente a muitas das vítimas nos Estados Unidos e na Europa", admitiu Klaiber.

A TL surgiu na América Latina há mais de quatro décadas para renovar a mensagem do catolicismo com a ideia central de que "os pobres eram a opção preferencial" desta religião. A reflexão foi acusada de desvios marxistas por João Paulo II.

O paradoxo na posição de Roma é que foram o Concílio Vaticano II (1962) e a Conferência Episcopal Latino-Americana de Medellín (1968) os que serviram de inspiração à TL.

O Papa Bento XVI designou o padre italiano Gabriel Machesi, da paróquia de São Pedro Apóstolo e Nossa Senhora do Rosário, no estado do Maranhão (MA), para assumir a diocese na cidade de Floresta, Sertão pernambucano.

O novo Bispo afirmou ter recebido a notícia com muita surpresa e disse que vai enfrentar uma realidade completamente nova. “Ainda não conheço a realidade de Pernambuco. Minha primeira atitude será fazer uma análise: escutar o testemunho das pessoas, valorizar as coisas boas que a Igreja está fazendo e tentar mantê-las", afirmou.

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Já o padre da diocese de Floresta, Henrique Sthucen, disse que espera que o novo bispo possa realizar melhorias na Igreja. “Espero que a nova diocese possa auxiliar na fé ligada a vivência do cotidiano, da realidade fria de cada dia, de uma Igreja tradicional e não de uma renovação alienada como a do padre Marcelo Rossi”, comentou.

O italiano alegou que a valorização da Renovação Carismática Católica (RCC) deve ser feita por membros da igreja já que o movimento faz parte da fé da Igreja. “Não podemos desprezar a contribuição da renovação para igreja, já que a nossa principal preocupação é com a mensagem de Jesus Cristo”, ressaltou.

O pároco da diocese de floresta afirmou que ainda não conhece o escolhido para a função de bispo mas espera que a nova gestão possa ter um diálogo adequado com as outras religiões. ”Atualmente vivemos uma diáspora na igreja e vemos que as tentativas de aproximação com as outras crenças não tem obtido êxito, acho que a aproximação deve vir desde a base da igreja", disse.

Sobre as possíveis mudanças na forma de organizar as igrejas de Floresta, o padre Henrique Sthucen afirmou que nada vai interferir no cumprimento da doutrina Católica. “Sabemos que com a mudança de gestor algumas alterações podem ser feitas. Mas assim como acontecerá com o novo papa, nada poderá mudar a essência das normas, como por exemplo a contrariedade em relação ao aborto”, afirma. Ainda não há uma data estabelecida para que o italiano tome posse, mas segundo ele, este momento já está sendo providênciado.















O cardeal indonésio que deveria participar ao lado dos 116 colegas no Conclave que escolherá o sucessor do Papa Bento XVI anunciou que não viajará a Roma por problemas de saúde. "Não irei. Minha vista não permite", anunciou o cardeal Julius Riyadi Darmaatmadja à revista católica indonésia Hidup, que chegará às bancas no domingo. "Peço perdão à Igreja da Indonésia por não poder representar (meu país) neste importante acontecimento", completou o ex-arcebispo de Jacarta, de 78 anos, na entrevista, da qual a AFP obteve uma cópia nesta sexta-feira.

A ausência do cardeal indonésio deixa em 116 os eleitores que devem participar no Conclave para designar o novo Papa. Bento XVI deixará oficialmente as funções às 20h00 (16h00 de Brasília) de 28 de fevereiro. A Constituição apostólica prevê o início do Conclave para 15 a 20 dias após o início do período de "sede vacante", ou seja, a partir de 15 de março. No entanto, um decreto pode antecipar a data para permitir que o escolhido se prepare melhor para a Páscoa, no fim de março, uma data muito importante para 1,2 bilhão de católicos.

O cardeal indonésio explicou que tem muitos problemas de visão, ao ponto de não conseguir ler os textos, documentos, regulamentações e demais que seriam necessários no Conclave. "Me sinto frágil e reduzido em minha capacidade de leitura. Estas tarefas exigem força, vivacidade e agilidade", completou, antes de manifestar compreensão com a decisão de renúncia do Papa.

O Conclave se reúne em estrito segredo na Capela Sistina até a eleição de um pontífice com maioria de dois terços.

O processo de eleição do sucessor do papa Bento XVI pode ser antecipado, segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. O conclave – quando os 117 cardeais se reúnem para a eleição do futuro papa – pode começar antes do período de 15 a 20 março, se todos os religiosos tiverem chegado ao Vaticano. De acordo com Lombardi, a antecipação está prevista na Constituição e na sua interpretação.

O processo de eleição do papa segue um rito que não tem prazo definido para ser concluído. A aprovação do nome do sucessor deve contar com o apoio de dois terços dos eleitores presentes. Ao ocorrer consenso, há uma fumaça branca divulgando que o nome do papa foi escolhido.

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"O papa [Bento XVI] olha para a eleição de um sucessor que tenha, como ele disse, vigor no corpo e no ânimo e uma personalidade que possa enfrentar os desafios do nosso tempo no modo adequado, o que ele sentia mais difícil com o passar do tempo e com o diminuir das forças", ressaltou o porta-voz.

No próximo dia 28, Bento XVI renuncia. A partir desta data ele ficará, por dois meses, na residência pontifícia de Castel Gandolfo. Em seguida, ele viverá no mosteiro de clausura, no Vaticano, que está sendo reformado. Segundo o porta-voz, a decisão de viver no local é para estar perto da Basílica de São Pedro. “[Por motivos de caráter] logístico organizativo, de comunhão, de apoio de continuidade espiritual com o seu sucessor", disse.

Ao longo desta semana, o papa ficará em retiro espiritual. O período acaba no dia 23. Segundo o porta-voz, três meditações diárias do cardeal Gianfranco Ravasi, que serão divulgada pela Rádio Vaticano. No próximo dia 27, Bento XVI tem uma audiência geral com 35 mil pessoas. A estimativa é que esse número aumente.

O papa Bento XVI busca ter "mais calma para sua velhice" com sua renúncia no fim deste mês, disse seu irmão Georg em uma entrevista publicada neste domingo (17) pelo jornal espanhol ABC. "Ele já não tem as forças. Está em um processo natural de envelhecimento, no qual eu também estou", declarou Georg Ratzinger, de 89 anos, sobre seu irmão, de 85, na entrevista publicada pelo ABC.

"Meu irmão deseja mais calma para sua velhice. É que, com a idade, as forças vão se perdendo. É uma decisão benéfica para a Igreja", explicou na entrevista, concedida por telefone a partir de sua casa em Regensburg, no sul da Alemanha. "Além disso, teve que enfrentar tarefas difíceis para as quais fez tudo o que pôde. É uma decisão que simplesmente ocorreu. É o curso da vida e ninguém se livra dele".

"Eu espero que ele seja lembrado como um Papa que se empenhou com todas as suas forças para aprofundar e ampliar a fé da Igreja", acrescentou.

O pontífice surpreendeu o mundo ao anunciar na última segunda-feira (11) que renunciará ao papado no dia 28 de fevereiro.

O papa Bento XVI convocou a Igreja e todos os seus membros a se "renovarem" e "se reorientarem em direção a Deus, rejeitando o orgulho e o egoísmo", neste domingo (17) durante seu penúltimo Ângelus antes de sua renúncia, prevista para 28 de fevereiro.

"A Igreja convoca todos os seus membros a se renovarem (...), o que envolve uma luta, um combate espiritual, porque o espírito do mal quer nos desviar do caminho em direção a Deus", declarou o Papa a partir do balcão do Palácio Apostólico, diante de dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

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Líderes muçulmanos do Egito acreditam que a renúncia de Bento XVI poderá reabrir o caminho do diálogo com a Igreja Católica, interrompido após declarações polêmicas do Papa feitas em 2006.

No entanto, para que haja uma melhora na relação entre a Igreja e Al-Azhar, a mais alta autoridade do Islã sunita no Cairo, dependerá da postura do futuro Papa sobre o mundo muçulmano, afirmam.

"A retomada das relações com o Vaticano depende da nova atmosfera criada pelo futuro Papa", declarou Mahmoud Azab, conselheiro do imã de Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb, para as questões inter-religiosas.

"A iniciativa está agora nas mãos do Vaticano", ressaltou.

Em 2006, Bento XVI provocou mal-estar ao citar um imperador bizantino que descrevia o profeta Maomé como alguém que propagava ideias "más e desumanas" por meio da violência.

O diálogo chegou a ser retomado em 2009, antes de ser interrompido novamente após o Papa fazer um apelo pela proteção das minorias cristãs, depois de um ataque suicida contra uma igreja em Alexandria, no Egito, na noite de 31 de dezembro de 2010.

Na ocasião, Al-Azhar decidiu suspender suas reuniões com o Vaticano, por considerar as declarações de Bento XVI sobre os cristãos do Oriente como "repetidos ataques contra o Islã".

O influente teólogo qatari de origem egípcia Yusef al-Qaradawi indicou que a União Internacional de Sábios Muçulmanos boicota o Papa desde suas afirmações de 2006.

"Agora, se Deus quiser, retomaremos o diálogo após a eleição de um novo Papa", declarou, se mostrando "otimista".

O diálogo poderá se concretizar em um momento em que os islâmicos se tornaram a principal força política em vários países da região após as revoluções árabes de 2011, o que complica ainda mais as relações com as minorias cristãs.

Grupos pragmáticos, como a Irmandade Muçulmana no poder no Egito, provavelmente acolhem o diálogo de maneira favorável "devido ao seu desejo de manter uma boa aparência", segundo Ashraf al-Sherif, professor de Ciência Política da Universidade Americana do Cairo.

Já os movimentos salafistas, muçulmanos fundamentalistas, são tradicionalmente menos abertos ao diálogo interreligioso, mas, de acordo com Sherif, não devem criar problemas, já que "o diálogo é essencialmente uma formalidade".

Al-Azhar e o Vaticano mantiveram discussões sobre a coexistência religiosa durante o papado de João Paulo II, antecessor de Bento XVI.

A retomada do diálogo deve ser baseada em uma relação entre instituições, e não em laços pessoais, considerou Waguih Hasan, professor de Ciência Política da Universidade Al-Azhar.

"O perigo está no fato de reduzir a relação a uma relação pessoal. Este deve ser um relacionamento institucional", ressalta.

Segundo ele, o futuro Papa deverá resolver os problemas entre o Vaticano e os muçulmanos e promover o "respeito mútuo".

Após suas declarações de 2006, que provocaram protestos em países muçulmanos, Bento XVI tentou reparar as relações ao visitar a Mesquita do Sultão Ahmet, em Istambul, naquela que foi a segunda visita de um pontífice a uma mesquita na história papal.

"O futuro Papa não deve atacar o Islã", declarou um alto funcionário da Al-Azhar, Mahmoud Ashur, para quem as relações com o Vaticano devem basear-se no princípio de que as religiões "se completam, ao invés de competir".

O Papa Bento XVI denunciou nesta quarta-feira a "hipocrisia religiosa" e as "atitudes que buscam os aplausos e a aprovação", na missa de Quarta-Feira de Cinzas, última de seu pontificado antes de sua renúncia definitiva, no dia 28 de fevereiro.

Vestindo uma casula violeta, o Papa entrou na Basílica de São Pedro com um semblante cansado enquanto os cardeais e bispos cantavam "Ora pro Nobis" (Orai por nós).

A Igreja "está desfigurada" pela "divisões em seu corpo eclesiástico", proclamou.

"A qualidade e a verdade da relação com Deus é o que certifica a autenticidade de todos os sinais religiosos", disse Bento XVI antes de denunciar a "hipocrisia religiosa, o comportamento dos que querem aparentar, as atitudes que buscam os aplausos e a aprovação".

Nesta manhã, em sua primeira aparição pública após a renúncia, o Papa Bento XVI explicou a peregrinos de todo o mundo que deixa o trono de Pedro "pelo bem da Igreja" e pediu que orem pelo seu sucessor, que será eleito em um conclave a partir de meados de março.

"Como sabem, decidi renunciar ao ministério que o Senhor me encomendou no dia 19 de abril de 2005. Decidi com plena liberdade pelo bem da Igreja depois de ter rezado por um longo tempo e de ter examinado perante Deus minha consciência", disse.

Visivelmente emocionado, o Papa admitiu estar "profundamente consciente da gravidade de tal gesto", mas reiterou "já não ter a capacidade de exercer o ministério de São Pedro com o vigor que ele mesmo requer".

"Sigam rezando pelo futuro Papa e pela Igreja", pediu Bento XVI diante de 3.500 fiéis reunidos na sala Paulo VI do Vaticano para sua penúltima audiência geral, que presidiu normalmente.

Acolhido com gritos de "Benedetto!, Benedetto!", o pontífice, vestido com a tradicional batina branca, agradeceu a calorosa recepção: "Agradeço a todos por vosso amor e vossas orações".

Improvisando perante a multidão, Bento XVI confessou que "nestes dias não fáceis sente quase fisicamente o amor" dos peregrinos diante de uma decisão de tal envergadura que surpreendeu o mundo e, sobretudo, os católicos.

Durante a tradicional catequese, já mais tranquilo, mas com o mesmo cansaço no rosto, o Papa falou da Quaresma e das tentações de Jesus durante os 40 dias que passou no deserto.

Como é habitual durante estes encontros semanais, o Papa saudou em vários idiomas, incluindo o português, diante de vários peregrinos brasileiros.

O Papa prosseguirá suas atividades durante a tarde, presidindo a missa da Quarta-Feira de Cinzas na basílica de São Pedro na companhia de diversos cardeais e bispos da Cúria Romana.

A cerimônia desta quarta-feira, que costuma ocorrer na basílica de Santa Sabina, na colina romana do Aventino, foi transferida pelo Vaticano para São Pedro pelo desejo de diversos cardeais de acompanhar a missa.

"Muitos fiéis querem vir, muitos cardeais disseram que queriam participar. Santa Sabina ficou muito pequena", explicou o padre Lombardi.

Na quinta-feira, o Papa conversará com os sacerdotes de Roma para uma catequese programada.

Entre suas últimas intervenções públicas confirmadas, figura o tradicional Ângelus do domingo, depois do qual Bento XVI se retirará para uma semana de exercícios espirituais coincidindo com a Quaresma.

Na quarta-feira dia 27 de fevereiro, um dia antes de sua renúncia, o Papa dirá adeus aos fiéis na Praça de São Pedro, onde é esperada a presença de milhares de pessoas. A cerimônia será transmitida ao vivo por meios de comunicação de todo o mundo.

Enquanto isso, a imprensa analisa os feitos dos candidatos a suceder Bento XVI.

Analistas ressaltam o fato de que em novembro, quando Bento XVI designou o último grupo de cardeais, entregou o título a seis novos membros, entre os quais não havia italianos ou europeus, o que foi interpretado como o desejo do pontífice de equilibrar o Colégio Cardinalício, dominado por europeus.

Entre os candidatos a futuro Papa, figura o cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, presidente da Caritas, que não se considera apto para o cargo.

"É um trabalho implacável, não sou adequado", confessou em uma entrevista ao jornal italiano La Stampa.

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O veterano cardeal português José Saraiva Martins considerou que o escândalo do ano passado pelo vazamento de documentos internos e confidenciais e a traição de seu mordomo, Paolo Gabriele, "podem ter influenciado na decisão" do pontífice.

A imprensa italiana também revela que o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, e o secretário privado do Papa, Georg Ganswein, foram informados da decisão há 15 dias.

Os católicos que participam de um retiro religioso de Carnaval no Centro Pastoral Arquidiocesano, localizado no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, foram surpreendidos com a renúncia do papa Bento XVI, anuciada nesta segunda-feira (11). O Portal LeiaJá foi ouvir a opinião de alguns fiéis sobre a saída do religioso, que estava coordenando a Igreja Católica há sete anos.

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Os fiéis lamentaram a saída de Bento XVI do cargo, mas entenderam o motivo. “Pelo que eu vi, a decisão dele foi por questão de saúde. O papa falava muito sobre as coisas que a Igreja Católica reprime, como o homossexualismo e ele sofre também por isso. É difícil lidar com tudo devido a idade dele. Espero que o novo papa estabeleça a mesma responsabilidade com a Igreja que Bento teve até agora”, afirmou o estudante João Victor, de 15 anos.

“Eu fiquei triste, mas devido à saúde fragilizada, a gente entende. Ele dava muita assistência aos jovens e acho que especificamente eles vão sofrer com a saída. A gente podia ler as cartas dele pela internet, com tudo que ele relatava sobre a situação atual dos jovens. Agora, espero que o sucessor também faça isso para termos um gesto conforto”, lamentou Damiana Lucia (esquerda), 30, participante do retiro.

A professora Andréa Feitosa (direita), 30, disse que vai orar pelo católico. “Se ele, em Deus, avaliou que é necessária a saída, só basta a todos nós a reza. Vamos rezar para que Bento se recupere na saúde e para que o próximo papa seja uma pessoa que traga o bem à igreja, assim como ele”, relatou. 

Ana Elisa, 24, analista de departamento pessoal, disse que com certeza o próximo vai amparar a igreja como um todo. “O nosso futuro papa terá com certeza toda a plenitude do seu antecessor”, disse.

O retiro funciona neste Carnaval com cerca de 200 pessoas e tem como objetivo proporcionar um momento de reflexão, além de brincadeiras católicas com músicas, missas, louvor, dentre outras atividades. Os católicos vão participar do retiro até esta terça-feira (12).

O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, também comentou a saída de Bento XVI. Confira neste link.

A Comissão Pastoral para a Juventude da Arquidiocese de Olinda e Recife comemora, nesta quarta-feira (16), um ano da primeira edição do Bote Fé Recife. Para celebrar a data, será realizada uma festa no Marco Zero, às 17h, com a réplica da Cruz peregrina. Um bolo será servido aos fiéis.

Além de comemorar, a ideia é divulgar a segunda edição do evento, que ocorre no próximo dia 27 de janeiro, no Chevrolet Hall, em Olinda. Durante a festa, os ingressos para Bote Fé Recife 2013 serão vendidos.

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A Igreja Católica espera deixar os assuntos entre os temas mais comentados no dia, na internet, através da hastag #eufuiboteferecifevou, já a partir das 12h, desta quarta. 

 

A Arquidiocese de Olinda e Recife irá promover a segunda edição do Bote Fé Recife, no último domingo de janeiro (27). Este ano, o evento será realizado no Chevrolet Hall e terá um cunho solidário. 

Para entrar na casa de shows, os participantes terão de entregar um quilo de alimento não perecível ou um litro de água mineral, além do ingresso. O valor das entradas será revertido para a campanha Tem Gente com Sede de Solidariedade e para a Semana Missionária.

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Nesta terça-feira (1°), o mundo inteiro celebra o dia da paz, festividade instituida pelo Papa Paulo VI no dia oito de dezembro de 1967, sempre comemorado no primeiro dia do ano civil. A Igreja Católica também dedica esta data a Santa Maria Mãe de Deus.

O padre Adriano Araújo, da Paróquia de Santo Antônio, no bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, destaca a importância da celebração. “Todo fiel deve celebrar, pedir pela paz, pois todos somos chamados à fazer uma reflexão, pedir mais solidariedade, principalmente neste momento onde o Sertão do Nordeste está passando por um período de seca”, comentou.

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No Dia Mundial da Paz os católicos também celebram a data dedicada a Santa Maria Mãe de Deus. “É uma data de grande importância para a família, porque ela é a base da sociedade. Então, se a família vai bem tudo fica melhor. Maria é Mãe de Cristo que é o príncipe da paz, então devemos sempre olhar para o modelo da sagrada família”, afirmou o padre José Roberto da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, no bairro de Casa Amarela, também na Zona Norte.

O pároco do Morro da Conceição indica o caminho para que os fiéis encontrem a paz. “Se tivessemos melhores políticas públicas, bem estar financeiro e se cada um buscasse a paz interior tudo seria melhor, porque a paz está dentro de cada um”, afirmou. O padre ainda comenta as dificuldades da sociedade atual. “Hoje em dia nos deparamos com cenários de tanta violência, até em casa, na própia família, as pessoas tratam mal uns aos outros e a família é a base da sociedade, então a paz deve começar nela”, ressaltou o padre José Roberto.

 

O Papa Bento XVI, 85 anos, presidirá as cerimônias de Natal e Ano Novo, e se prepara para visitar o Rio de Janeiro em 2013, quando presidirá a Jornada Mundial da Juventude.

Após um ano marcado por uma agenda cheia, o pontífice iniciará o programa de cerimônias natalinas desta segunda-feira com a Missa do Galo de 24 de dezembro.

O Papa, que sofre de artrose devido à idade, costuma ser ajudado quando sobe ou desce escadas, chegará a bordo de uma plataforma móvel à basílica de São Pedro.

Em seu habitual discurso aos cardeais e à Cúria Romana por ocasião do Natal, o Papa condenou com firmeza o casamento gay e afirmou que essa luta "põe em jogo a visão do ser humano".

O mesmo tom da mensagem que será lida no próximo primeiro de janeiro, divulgado anteriormente, em que o pontífice ataca o aborto, o casamento gay e a eutanásia porque, "põem a paz em perigo".

Em uma ofensiva mundial a favor dos valores tradicionais da Igreja católica, o pontífice defendeu com força o conceito de família "composta pelo pai, mãe e filho" e alertou que "se até agora tínhamos visto como causa da crise da família um mal-entendido da essência da liberdade humana, agora está claro que aqui está em jogo a visão do ser, do que significa realmente ser homens", afirmou.

Bento XVI deverá realizar em 2013 sua terceira viagem à América Latina, e segunda ao Brasil, depois das realizadas em 2007 a Aparecida e deste ano ao México e a Cuba.

O Papa deverá celebrar a missa de encerramento em julho de 2013 no Rio de Janeiro para a qual são esperados cerca de dois milhões de jovens, sendo o Brasil o país com mais católicos do mundo: 123 milhões de seus 194 milhões de habitantes.

O Vaticano e a cidade do Rio decidiram celebrar a vigília e a missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude em duas fazendas em Guaratiba (zona oeste), a cerca de 55 km do centro do Rio.

Como um gesto paterno, o Papa perdoou o sábado passado a seu ex-mordomo Paolo Gabriele, condenado em outubro a 18 meses de prisão por ter subtraído documentos confidenciais de Bento XVI, após ter passado 117 dias detido em uma cela do Vaticano.

A maratona de cerimônias continuará no dia de Natal, com a benção "Urbi et Orbi" (à Cidade e ao Mundo) ao meio-dia (horário local), retransmitida ao vivo pela Mundovisión à maior parte dos países.

No dia 31 de dezembro, o chefe da Igreja Católica presidirá um "Te Deum", uma oração de ação de graças pelo ano passado e no dia primeiro de janeiro celebrará a Jornada Mundial da Paz com uma missa, na qual será lida a mensagem divulgada precedentemente.

No dia 6 de janeiro, a festividade dos Reis Magos, o pontífice ordenará vários religiosos arcebispos, entre eles seu secretário pessoal, o monsenhor Georg Gänswein.

Oito anos e várias promessas de inauguração depois, será aberto em 2 de novembro, com a missa de Finados, o megatemplo do famoso padre Marcelo Rossi, na região de Santo Amaro, zona sul. "Será um novo cartão-postal de São Paulo", entusiasma-se o sacerdote. "Uma construção para durar 700 anos." Com capacidade para 20 mil pessoas - e mais até 80 mil na área externa -, será a maior igreja católica de São Paulo.

Para a missa de inauguração, às 11h do dia 2, estão confirmadas as presenças dos cantores Alexandre Pires e Agnaldo Rayol. Batizado de Santuário Theotokos - Mãe de Deus, a igreja foi construída em um terreno de 30 mil m² na Avenida Interlagos. Antes, o local abrigava uma indústria de cervejas.

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Trata-se do quarto endereço das badaladas missas do sacerdote mais pop do Brasil. Nos outros locais, sempre galpões alugados na região de Santo Amaro, ele enfrentou uma série de problemas com vizinhos, incomodados com o barulho dos eventos religiosos e o grande número de peregrinos católicos.

O terreno definitivo foi comprado em julho de 2004. "Custou R$ 6 milhões", conta padre Marcelo, ressaltando que pagou mais da metade e o restante foi doado pelo empresário Antônio Ermírio de Moraes. Depois disso, toda a renda obtida com a venda de seus produtos é revertida à construção da igreja.

Ainda em 2004 surgiu um parceiro de renome. "O arquiteto Ruy Ohtake doou o projeto", conta o padre. "Como católico, quero o bem da humanidade", comenta o arquiteto. "Quando elaborei o projeto, desenhei o espaço procurando reflexão e meditação."

O que seria um presente acabou se revelando um problema. "Com o projeto cheio de curvas, tudo passou a custar dez vezes mais", diz o padre. Ele não revela, de jeito nenhum, o valor gasto nas obras. De acordo com suas contas, o templo terá capacidade para 100 mil pessoas. "Será o maior do mundo", exagera - na Basílica de São Pedro, no Vaticano, cabem 60 mil fiéis apenas na área interna. Ohtake é mais comedido: diz que a igreja comportará em torno de 20 mil pessoas, mais 60 mil no pátio descoberto.

A maquete foi apresentada em dezembro de 2004. No projeto, uma cruz de 44 metros de altura que pode ser vista a 1 km de distância. Tudo em estilo moderno contemporâneo, bem longe da estética tradicional dos templos do catolicismo. Graças às curvas, o pé-direito varia de 6 a 25 metros. A marca principal é o altar, de 5 metros. Outro ponto nobre: uma cripta, sob o altar, onde serão guardados restos mortais de padres e bispos da Diocese de Santo Amaro.

Foram muitas as promessas de inauguração: novembro de 2005, maio de 2006, Natal de 2006, julho de 2007 e... "Será em algum agosto. O de Deus", passou a esquivar-se, de quatro anos para cá.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o padre contou que dinheiro foi o principal problema. "Em 2009, em um almoço, d. Fernando (Figueiredo, bispo de Santo Amaro) disse que nem com décadas de venda de CDs conseguiríamos pagar o Santuário", relata. "Fiquei muito chateado." Mas o padre foi salvo por um best-seller. Lançado em 2010, o livro Ágape vendeu 8,2 milhões de cópias. E trouxe na esteira outros sucessos: o CD Ágape (1,9 milhões de cópias vendidas), o livro infantil Agapinho (600 mil), o DVD Ágape Amor Divino (302 mil) e o CD de mesmo nome (283 mil). "Isso tudo viabilizou nossa obra", conta.

Considerado um polo gerador de tráfego por reunir mais de 500 pessoas, o santuário teve de cumprir uma lista de exigências da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para reduzir impactos no trânsito. Mas o pacote de obras viárias não tem alcance para evitar longos congestionamentos em dias de maior movimento. O órgão solicitou apenas instalação de semáforos, placas de sinalização, câmera de monitoramento e guias rebaixadas, entre outras medidas paliativas.

Erguida em uma das vias mais congestionadas da cidade, a igreja tem acesso pelo corredor norte-sul ou pela Marginal do Pinheiros. Segundo os responsáveis pela obra, a maior parte dos fiéis usa fretados ou transporte público. Nesse caso, a preocupação recai sobre o tamanho do estacionamento para ônibus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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