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O Vaticano anunciou nesta quinta-feira que o papa Francisco decidiu cancelar novamente as audiências gerais das quartas-feiras na presença de fiéis, devido à aceleração da pandemia de Covid-19 na Itália.

"A partir da próxima quarta-feira, 4 de novembro, as audiências gerais do Santo Padre recomeçarão a ser transmitidas da biblioteca do Palácio Apostólico. Esta decisão foi tomada porque se detectou um caso positivo de Covid-19 na audiência geral de 21 de outubro, e com o objetivo de evitar qualquer possível risco futuro para a saúde dos participantes", indicou o Vaticano em um comunicado.

É a mesma medida tomada em março após o primeiro surto de coronavírus na Itália, quando o Vaticano decidiu aplicar as mesmas restrições adotadas pelas autoridades da península.

Francisco realizava as audiências e oração do Angelus de domingo sozinho na biblioteca papal, no palácio apostólico, que eram transmitidas ao vivo para as televisões e páginas na internet.

No entanto, desde 2 de setembro, passou a admitir um grupo de fiéis nas audiências gerais, que passaram a ser realizadas primeiro no pátio de San Damaso e, há algumas semanas, na tradicional sala Paulo VI do Vaticano.

Devido à emergência de saúde pelo novo surto do coronavírus na Europa, o pontífice realizará agora as audiências de quarta-feira e a missa para os mortos de 2 de novembro de forma privada e sem público.

Temer "a senhora covid"

Francisco evitou na quarta-feira cumprimentar pessoalmente, como costuma fazer, alguns dos fiéis que assistiam a audiência geral na sala Paulo VI.

"Adoraria descer e cumprimentar todos, mas devemos manter a distância", explicou aos fiéis, todos com máscara.

"Se desço, as pessoas se agrupam e isso é contrário ao cuidado e às precauções que devemos ter diante desta senhora chamada covid e que nos faz tanto mal", explicou.

O papa e seus assistentes, que celebraram a audiência no palco, não usavam máscaras, enquanto os guardas suíços e os fotógrafos oficiais têm a obrigação de usá-las.

O Vaticano anunciou em 17 de outubro que registrou um caso de coronavírus na residência Santa Marta, onde vive o papa Francisco, destacando que a pessoa infectada "deixou temporariamente" o local.

No total, onze guardas suíços já resultaram positivo à Covid-19 em meados de outubro, segundo o comandante do corpo militar encarregado da segurança do papa e da Cidade do Vaticano.

O papa foi criticado por sua tendência de não usar a máscara e foi fotografado com ela em poucas ocasiões, apesar de ser obrigatória na Cidade do Vaticano.

A recente declaração do papa Francisco de apoio à união civil de homossexuais retomou a discussão sobre o espaço da população LGBT também dentro da Igreja Católica. Embora enfrente ainda grande resistência, em que sua conduta sexual e afetiva é majoritariamente vista como pecado, esse grupo tem se organizado em coletivos e ações pastorais e até ganhado apoio de paróquias e lideranças religiosas.

No Brasil, a Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT já integra pelo menos 20 grupos das regiões Sul, Sudeste, Centro-oeste e Nordeste do País. Há, ainda, outras entidades de nível nacional, como a Diversidade Católica, fundada em 2007.

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Católica "de berço", a psicóloga Marianne Luna, de 25 anos, esteve à frente de iniciativas variadas dentro da igreja desde a adolescência. Por alguns anos, chegou a afastar-se, mas retornou em 2013, "tentando ter uma relação mais saudável com os dogmas" e de desconstrução de alguns tabus, como discussões sobre feminismo e racismo dentro da religião.

Hoje, é uma das coordenadoras do Movimento Pastoral LGBT Marielle Franco, também chamado de Mopa. Fundado em 2018, o grupo realiza atividades na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Itaquera, que integra a diocese de São Miguel Paulista. Embora fique na zona leste, Marianne diz que as ações acolhem pessoas "da cidade inteira", sendo ela mesmo da região sul paulistana.

Os encontros são formativo-religiosos, com acolhimento e discussões, e ocorrem em uma sala da paróquia, com divulgação em murais na igreja e durante a própria missa, embora por vezes haja resistência de alguns frequentadores. Eventualmente, o grupo consegue a participação pontual de algum religioso "Muitos dos jovens que vão até os encontros são de famílias que não sabem (que são LGBT), não têm um lugar pra conversar", comenta.

Embora esse tipo de ação seja realizada por leigos (fiéis não ordenados), a psicóloga conta que grupos como o que ela coordena recebem suporte informal de religiosos. "Não tem muito apoio público (pelo receio de serem repreendidos), mas acontece."

Para ela, a fala recente e posicionamentos anteriores do papa Francisco ajudam na redução da intolerância. "LGBTs dentro da igreja católica sempre existiram, mas foram silenciados por muito tempo. Mas a fala não me dá certeza de que um dia pessoas LGBT poderão se casar na igreja, o que seria o meu sonho", lamenta.

Outro coletivo com proposta semelhante é o Grupo Diversidade, anteriormente conhecido como Pastoral da Diversidade Sexual, de Belo Horizonte, que tem um foco no apoio à população transgênero e travesti que mora no entorno da Paróquia São Francisco das Chagas. "Estávamos inquietos com essa realidade. Algumas vinham na paróquia quando uma morria, queriam a presença do padre", afirma um dos coordenadores do grupo, criado em 2017, o professor Felipe Marcelino, de 30 anos.

Segundo ele, a paróquia tem um número expressivo de frequentadores gays, cuja orientação sexual é conhecida no local. "Toda paróquia tem pessoas LGBTs, gays, lésbicas. As comunidades toleram, mas isso não é discutido", comenta. "Todo mundo na paróquia sabia que eu era gay, mas ninguém dizia, era uma coisa velada. A gente trabalha muito a questão de como inserir o debate da diversidade sexual e de gênero dentro de igreja."

Do interior mineiro, Marcelino sempre participou da igreja e foi até coroinha, mas sofreu na adolescência ao se sentir culpado pela própria sexualidade. "Aos 15 anos, tive minha primeira experiência afetiva, foi muito forte para mim. Lembro dessa confusão, recorri à igreja, chorei muito, ficava arrependido, tinha a sensação de que era impuro. Esse discurso é muito pesado, gera sentimento de culpa."

Para ele, a receptividade a esse tipo de tema é maior hoje em dia. "O que o papa fala é muito coerente pela própria doutrina igreja, que defende o estado laico. Ele não fala de casamento religioso, fala de direito civil", destaca. "É um avanço, uma fala impactante, toca no assunto com tranquilidade, sem tabu. E ele sabe do peso que a palavra dele tem. É importante porque muita gente utiliza o discurso religioso para se justificar como homofóbico."

Casamento religioso ainda é sonho distante

Um dos pontos de mais difícil inserção é o de reconhecimento do casamento. No Brasil, nos últimos anos, padres de diferentes localidades chegaram a ser afastados e punidos por participarem da cerimônias de matrimônio de casais LGBT, mesmo que fora da igreja. Outros foram criticados por setores conservados por abordar o assunto em alguma fala.

Em Goiânia, por exemplo, o padre César Garcia foi afastado após dar uma bênção no casamento dos arquitetos Leo Romano, de 49 anos, e Marcelo Tentro, de 45 anos, de quem era amigo. "Ele estava com uma roupa normal (terno, não batina), falou lindamente palavras de amor, contra o preconceito, foi uma cerimônia super respeitosa e afetiva", recorda Romano. "Foi uma repercussão no Brasil todo. Por uma coisa que deveria ser cotidiana, deu uma tempestade."

Para ele, a declaração do papa é importante. "É um degrau a mais, não deixa de ser uma conquista, tardia", comenta. "Infelizmente, a gente precisa de chancelas para que possam entender e ver que as coisas evoluem, o que era velado deixa de ser."

Outro caso, com resolução mais positiva, foi o do batismo dos três filhos (Alyson, Jéssica e Filipe, então com 16, 14 e 12 anos) do professor universitário Toni Reis, de 56 anos, e do tradutor David Harrad, de 62 anos, realizado em 2017 em Curitiba. "Eles que pediram (para serem batizados). Buscamos quatro igrejas diferentes, mas disseram não. Procurei o arcebispo, que aceitou."

Tempos após a cerimônia, o professor reuniu algumas fotos e mandou para o Vaticano. A resposta veio meses depois, em uma carta do monsenhor Paolo Borgia que trazia uma foto do pontífice. "O papa Francisco lhe deseja felicidades, invocando para a sua família a abundância das graças divinas, a fim de viverem constante a condição de cristãos", dizia um trecho.

Hoje, a carta está enquadrada na sala e emociona Toni, que na infância colocava os vestidos da mãe para brincar de celebrar missa. Anos depois, na adolescência, afastou-se por algum tempo do catolicismo após um religioso local lhe dizer que estava em pecado.

Ele também elogia a recente declaração do líder católico. "O amor cristão deve ser incondicional, não deve semear o ódio, seja contra gays, ciganos, ateus, judeus, agnósticos, veganos, corintianos. Todos fomos feitos à imagem e semelhança de Deus e temos que ter guarida na igreja."

O papa Francisco anunciou, neste domingo (25), que vai nomear 13 novos cardeais. Nove deles têm menos de 80 anos e serão elegíveis para entrar em um conclave para escolher o sucessor do papa após sua morte ou renúncia.

Os novos cardeais serão elevados ao alto escalão em uma cerimônia conhecida como consistório no Vaticano no dia 28 de novembro. Os nomes vêm de todo o mundo e aumentam a possibilidade de que o próximo papa seja uma pessoa que dará continuidade às políticas de Francisco. Recentemente o papa se tornou notícia por demostrar apoio à união civil entre pessoas do mesmo sexo.

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Entre os que têm menos de 80 anos está o arcebispo Wilton Gregory de Washington, D.C., que será o primeiro cardeal afro-americano. Os quatro com mais de 80 anos estão sendo elevados ao alto escalão por causa de seu longo serviço à Igreja. De acordo com as regras da Igreja Católica, eles não podem participar de um possível conclave.

Dois dos novos cardeais servem à Igreja na América Latina: o arcebispo de Santiago, Chile, Celestino Aós Braco, e Felipe Arizmendi Esquivel, arcebispo emérito de San Cristóbal de Las Casas, no México.

O papa fez o anúncio surpresa ao final do Angelus, oração dominical em que ele se dirige aos peregrinos de sua janela com vista para a Praça de São Pedro. Ainda não está claro se o aumento das restrições por causa da segunda onda de coronavírus na Itália pode interferir. na cerimônia.

Confira o nome dos 13 novos cardeais:

Dom Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos

Dom Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos

Dom Antoine Kambanda, arcebispo de Kigali, Ruanda

Dom Wilton Gregory, arcebispo de Washington

Dom José Advincula, arcebispo de Capiz, Filipinas

Dom Celestino Aós Braco, arcebispo de Santiago, Chile

Dom Cornelius Sim, bispo titular de Puzia di Numidia e vigário Apostólico de Brunei, Kuala Lumpur

Dom Augusto Paolo Lojudice, arcebispo de Siena-Colle Val d'Elsa-Montalcino

Frei Mauro Gambetti, franciscano conventual, guardião da Comunidade franciscana de Assis

Dom Felipe Arizmendi Esquivel, bispo emérito de San Cristóbal de las Casas, México

Dom Silvano M. Tomasi, arcebispo titular de Asolo, núncio apostólico

Frei Raniero Cantalamessa, capuchinho, pregador da Casa Pontifícia;

Mons. Enrico Feroci, pároco em Santa Maria do Divino Amore em Castel di Leva.

O presidente Jair Bolsonaro esteve nesta sexta-feira (9), na Ilha do Marajó, Pará, onde lançou o programa social "Abrace Marajó". No entanto, sua visita foi criticada pelo bispo Evaristo Pascoal Spengler, líder da Prelazia do Marajó, que é uma das circunscrições da Igreja Católica no Brasil. 

Segundo o líder religioso, "a solenidade, em pleno período eleitoral, integra um espetáculo midiático com questionáveis efeitos concretos". Na visita, o presidente causou aglomerações e não usou máscara de proteção.

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Por conta disso, o bispo Evaristo se posicionou dizendo soar estranho que "em uma região com um sistema de saúde precário, a realização de atividades que favoreçam a aglomeração social, sem respeito às normas sanitárias, onde as taxas de contágio e óbitos em decorrência da Covid-19 são preocupantes".

O religioso diz que se o programa Abrace Marajó fosse uma iniciativa do governo federal para favorecer às demandas da região, seria "indispensável um diálogo com o Governo do Estado, com os poderes municipais e, principalmente, com as lideranças da sociedade civil". "Um diálogo sincero, franco, responsável, envolvendo a pluralidade do tecido social da região", acrescentou.

Segundo a nota publicada por Evaristo, não houve essa construção com o coletivo e, para ele, a história do Brasil tem demonstrado o "fracasso de iniciativas governamentais que veem o povo como destinatário e não como interlocutor".

Abrace Marajó

O programa social lançado na ilha terá 110 iniciativas voltadas à geração de empregos e renda, melhoria da educação e da saúde. “Aqui já está orçado R$ 1 bilhão para Marajó na primeira fase. Até o final, vamos passar de R$ 4 bilhões”, disse a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, ao anunciar o plano de ação.

O presidente Jair Bolsonaro e uma comitiva de ministros participaram de cerimônia em Breves para o anúncio das medidas. O programa Abrace o Marajó visa promover o desenvolvimento socioeconômico dos 16 municípios paraenses que compõem a Ilha do Marajó e melhorar as condições de vida da população.

O papa Francisco denunciou as desigualdades e o "vírus do individualismo" em sua nova encíclica, com o título "Fratelli tutti" (Todos irmãos) e divulgada neste domingo, na qual pede o fim "do dogma neoliberal" e defende a fraternidade "com atos e não apenas com palavras".

Em sua terceira encíclica, de 84 páginas, o pontífice argentino retoma os temas sociais abordados ao longo de sete anos e meio de pontificado e reflete sobre um mundo afetado pelas consequências da pandemia de coronavírus.

No documento, escrito em espanhol e que permanecerá com o título em italiano em todos os idiomas, Francisco condena o "dogma neoliberal", um "pensamento pobre, repetitivo, que propõe sempre as mesmas receitas diante de qualquer desafio que se apresente".

"A especulação financeira com o lucro fácil como objetivo fundamental continua provocando estragos", adverte, antes de acrescentar que "o vírus do individualismo radical é o vírus mais difícil de derrotar".

"É possível aceitar o desafio de sonhar e pensar em outra humanidade. É possível desejar um planeta que assegure terra, teto e trabalho para todos", destaca o pontífice, um pedido que fez em várias oportunidades durante suas viagens aos países mais pobres e esquecidos.

Um mundo fechado

Em sua nova encíclica, Francisco reivindica o direito de todo ser humano de viver "com dignidade e desenvolver-se plenamente" e recorda que a pandemia evidenciou a incapacidade dos dirigentes de atuar em conjunto em um mundo falsamente globalizado.

"A fragilidade dos sistemas mundiais diante das pandemias evidenciou que nem tudo se resolve com a liberdade de mercado", completa.

"Vimos o que aconteceu com as pessoas mais velhas em alguns lugares do mundo por causa do coronavírus. Não tinham que morrer assim (...) cruelmente descartados", lamenta o pontífice.

Em sua encíclica mais social, depois de reiterar sua oposição à "cultura dos muros", Francisco pede uma nova ética nas relações internacionais.

"Uma sociedade fraternal será aquela que conseguir promover a educação para o diálogo com o objetivo de derrotar o 'vírus do individualismo radical' e permitir que todos deem o melhor de si mesmos".

Reforma da ONU, oposição à pena de morte

"O mundo de hoje é, em sua maioria, um mundo surdo", escreve o papa, que também defende a reforma estrutural da Organização das Nações Unidas, reitera a total oposição da Igreja à pena de morte e comenta a questão da dívida externa dos países que "deve ser paga, mas sem prejuízo ao crescimento e subsistência dos países mais pobres".

"Hoje afirmamos com clareza que a pena de morte é inadmissível e a Igreja se compromete com determinação para propor que seja abolida em todo o mundo", escreveu.

No documento, o pontífice também pede o diálogo e defende novos caminhos para alcançar a reconciliação entre os povos.

"Não é possível decretar uma 'reconciliação geral' com a pretensão de fechar por decreto as feridas ou cobrir as injustiças com um manto de esquecimento", ressalta Francisco, que cita o Holocausto, os bombardeios em Hiroshima e Nagasaki, a perseguições, o tráfico de escravos e os massacres étnicos.

"Esta encíclica representa a síntese de seu pontificado e a apresentou sozinho, sem estar acompanhado por outras autoridades da Igreja, porque é o símbolo de sua autoridade", comentou o vaticanista Filippo di Giacomo ao canal italiano RaiNews24.

No texto, o papa afirma que "muitos ateus cumprem melhor a vontade de Deus que muitos crentes", em uma espécie de advertência aos muitos políticos de todos os continentes que se sentem “autorizados por sua fé a apoiar diversas formas de nacionalismos fechados e violentos, atitudes xenófobas, desprezos ou inclusive maus-tratos aos que são diferentes", lamenta.

"Com esta encíclica o papa argentino toma posições claras", declarou Carlo Petrini, fundador do movimento internacional Slow Food, ex-comunista, ecologista e autor de um livro sobre seus diálogos com o papa sobre a ecologia integral.

O Papa Francisco deu passos decisivos nesta semana para acelerar sua reforma das finanças do Vaticano, cenário de inúmeros escândalos por seus controversos investimentos. Escolhido em 2013, há sete anos, para mudar as estruturas econômicas e financeiras da Santa Sé e garantir sua transparência, Francisco deu esta semana mais um importante passo de sua ambiciosa missão.

Todos os fundos de todos os diferentes órgãos e ministérios da Santa Sé serão administrados por uma única entidade, a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (Apsa), que administra entre outros as milhares de propriedades imobiliárias do Vaticano em Roma, explicou o presidente da entidade, o bispo Nunzio Galantino, em entrevista ao jornal Il Corriere della Sera.

O objetivo do Papa é impedir que os dicastérios, isto é, ministérios, assim como a poderosa Secretaria de Estado, manejem fundos que em alguns casos chegam a várias dezenas de milhões de euros e centralizem sua gestão para garantir também seu controle e transparência ao monitorar as contas do Vaticano.

A ideia vem do prefeito para a Economia, o jesuíta espanhol Antonio Guerrero Alves, nomeado no ano passado para substituir o cardeal australiano George Pell, acusado e absolvido em seu país por um caso de abuso infantil.

"O sistema de controle das operações financeiras era insuficiente. Levamos sete anos trabalhando nisso", afirmou o cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, coordenador do grupo de seis cardeais que assessora o papa em suas reformas econômicas.

Os inimigos internos

O maior obstáculo para a realização das reformas são os "inimigos internos" do papa, ressaltou Rodríguez Maradiaga ao jornal italiano La Stampa. Para o especialista em Vaticano, Marco Politi - autor de vários livros sobre o pontificado, incluindo "A solidão de Francisco" - o papa está sozinho nessa batalha.

Apesar de ter usado a "mão de ferro" na sexta-feira contra o cardeal italiano Angelo Becciu, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, ao retirar todos os seus direitos de cardeal por causa do uso irregular de fundos da Secretaria de Estado, Francisco não tem recebido manifestações públicas de apoio até ao momento.

"Com este terremoto você pode ver a solidão de Francisco. O Papa está sozinho: os conservadores estão felizes que os escândalos estourem, há outro setor que nunca fala, nem com ele nem contra ele, e a frente reformista, que deveria apoiá-lo, também não quer interferir sobre a má gestão do dinheiro da Igreja", explicou Politi à AFP.

Em meio ao clima marcado por investigações e suspeitas de manipulação dos fundos do Vaticano, o cardeal australiano George Pell retorna a Roma esta semana, o poderoso "ex-ministro da Economia".

Em sete anos de pontificado, uma série de etapas importantes foram concluídas na luta contra a lavagem de dinheiro, que tiveram a aprovação do órgão de controle europeu denominado Moneyval.

Em 2015, foram encerradas 5.000 contas suspeitas do banco do Vaticano, e foi introduzida uma lei que rege as licitações, assim como as despesas internas, com o objetivo de prevenir outros escândalos de corrupção e evitar a adjudicação de contratos a amigos ou familiares.

Depois de desejar a morte dos fiéis que não vão à missa por conta da Covid-19, o padre Antônio Firmino, da paróquia São João Batista, localizada em Visconde do Rio Branco, Minas Gerais, publicou um vídeo de desculpas e pedindo para que as pessoas rezassem por ele, já que ele é “pecador”. Além disso, o padre também afirma que se empenha em “preservar a vida em todos os sentidos”. 

“Eu tenho que pedir desculpas àquelas pessoas que se sentiram ofendidas e machucadas com as minhas palavras. Tenho certeza que vocês, que tem um coração bom, irão reconhecer o meu erro e me perdoar por isso. Rezem por mim. Eu sou fraco também, eu sou pecador”, diz o padre no vídeo publicado no site da Diocese de Leopoldina.

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No domingo (24), durante a celebração, Antônio disse: "aí a gente vai ver quem realmente ama a eucaristia, porque tem alguns católicos engraçados que têm saúde, têm tudo e diz: 'só vou na igreja quando tiver a vacina'. Tomara que não apareça vacina para essas pessoas, espero que morram antes da vacina chegar. Não têm fé nenhuma". Essa declaração ganhou uma grande repercussão negativa nas redes sociais.

 

O arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, anunciou na noite desta quinta-feira (6) que as procissões do Círio de Nazaré 2020, em Belém, estão canceladas por causa da pandemia do novo coronavírus. Dom Alberto disse que a festividade católica terá limitações para evitar aglomeração de pessoas nas ruas. A Igreja também divulgou como serão as celebrações em homenagem a Nossa Senhora, a maioria por meio virtual. Veja o anúncio oficial aqui.

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Será a primeira vez, em 227 anos, que a procissão do Círio, no segundo domingo de outubro, deixará de ocorrer. Nos últimos anos, segundo levantamento da Igreja e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Círio levou dois milhões de fiéis às ruas da capital paraense.

Com as mudanças, na sexta-feira que antecede o segundo domingo de outubro, haverá a apresentação do manto de Nossa Senhora. No sábado, a missa na capela do Colégio Gentil Bittencourt, de onde sai a Trasladação, ocorrerá a portas fechadas e poderá ser acompanhada pela televisão e canais oficiais do Círio na internet.

No domingo do Círio, haverá uma programação na TV Nazaré e TV Círio, com início às 6 horas. Em seguida a imagem peregrina fará um sobrevoo pelos hospitais de Belém que atenderam pacientes acometidos pela covid-19. O encerramento será às 11h30 com uma missa na Basílica Santuário.

Programação do Círio 2020

Dia: 09/10 (sexta-feira) 18h - Missa na Basílica 19h - Apresentação do Manto para o Círio 2020 20h - Live Musical dentro da Basílica com o Grupo Ama;

Dia: 10/10 (sábado) Pregação na Basílica Descida da Imagem Original do Glória 17h - Missa na Capela do Colégio Gentil 18h - Exibição do documentário Plácido 19h - Live Musical a partir da Estação dos Carros, com transmissão ao vivo da declaração da berlinda 20h30 - Queima de fogos 20h45 - Benção do Cônego Roberto Cavalli;

Dia: 11/10 (domingo) 7h - Missa celebrada por Dom Alberto Taveira 8h - Programação televisiva 9h - Sobrevoo da imagem peregrina sobre hospitais da cidade 11h30 - Missa de encerramento*Todos os eventos terão transmissão da TV Nazaré e redes sociais da arquidiocese e Basílica Santuário e TV Círio no Youtube.

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https://www.leiaja.com/noticias/2020/05/21/pandemia-pode-impedir-realizacao-do-cirio-de-nazare/

O documentário "O Amor Mais profundo", que aborda a trajetória de vida do padre Reginaldo Veloso, estreia na próxima segunda-feira (3) nas plataformas digitais. A produção traz um olhar sentimental para a história de amor e caridade vivida pelo religioso. 

O filme, que teve uma produção de cerca de três anos, tem a direção assinada por Daniela Kyrillos e é uma produção da Manguezal Filmes. 

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A estreia acontece realizada na data de aniversário do padre, que foi pároco por mais de duas décadas (1970 e 1980) da Igreja do Morro da Conceição, no Recife, até a sua expulsão, por ligações com a Teologia da Libertação. Por causa da pandemia do novo coronavírus, a estreia do documentário será feita online, através do YouTube e Facebook: 'O amor mais profundo'. 

A produção mostra o trabalho do religioso com a população carente, além de sua luta por justiça social, suas contestações as normas conservadoras da Igreja e seu incentivo ao povo na luta por direitos básicos, como: água, habitação, transporte e por acesso ao poder público. 

O filme traz depoimentos de pessoas importantes na comunidade, todo o contexto histórico dos movimentos sociais, aborda a época da ditadura militar no Brasil e a mudança no diretório da Igreja Católica. 

Serviço  

Pré-estreia do filme “Reginaldo Veloso: O Amor mais Profundo”, de Daniela Kyrillos 

Segunda-feira (3) | 20h 

YouTube e Facebook  

Disponível por 48 horas

O Brasil é um dos países com dificuldades para enfrentar o Covid-19 e, por isso, receberá ajuda do Papa Francisco. Dos 35 respiradores pulmonares que estão sendo doados pelo líder da Igreja Católica, quatro serão enviados para o Brasil.

O país, inclusive, é um dos que o Papa Francisco tem se mostrado preocupado, chegando a ligar para os líderes nacionais para saber como anda o combate ao novo coronavírus. 

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Segundo o UOL, os outros respiradores serão distribuídos para o Haiti (4), República Dominicana (2), Bolívia (2), Colômbia (3), Equador (2), Honduras (3), México (3), Venezuela (4), Camarões (2), Zimbábue (2), Bangladesh (2) e Ucrânia (2).

Uma das principais emissoras de inspiração católica no País, a TV Pai Eterno desautorizou o pedido de ajuda em forma de verbas publicitárias feito por um de seus padres-apresentadores ao presidente Jair Bolsonaro, acompanhado de uma oferta para apresentar notícias positivas sobre ações do governo. O episódio, revelado pelo Estadão, repercutiu mal na Igreja e agravou a divisão interna entre a ala conservadora, mais simpática ao presidente, e os considerados progressistas, críticos a Bolsonaro.

O missionário redentorista Welinton Silva apelou ao presidente citando que a TV Pai Eterno passa por "dificuldades" de arrecadação e que o segmento católico de comunicação como um todo tem ficado "esquecido". "A nossa realidade é muito difícil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doações, com baixa comercialização, e dentro dessa dificuldade estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse País, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo", disse o presbítero.

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"Esse é um segmento que tem ficado esquecido, que é o segmento de comunicação católico. Precisamos ter mais atenção para que esses microfones não sejam desligados, para que essas câmeras não se fechem."

A TV Pai Eterno disse que o padre Welinton Silva, apresentador que participou em 21 de maio de videoconferência com Bolsonaro, havia recebido um convite pessoal do líder do governo na Câmara dos Deputados, major Vitor Hugo (PSL-GO). Por isso, a emissora considera que o encontro era "informal" entre o presidente, a Frente Parlamentar Católica e convidados da Igreja.

Em verdade, o encontro virtual era uma agenda pública oficial do presidente, transmitida pela Presidência da República, e o padre Welinton Silva disse representar a TV Pai Eterno. Além disso, parlamentares também o citaram como representante da TV.

"Na ocasião, a participação do Pe. Welinton se deu, unicamente, enquanto religioso e comunicador, já que é jornalista e, atualmente, faz parte também do quadro de colaboradores da TV. Mesmo que ele tenha referenciado sua participação como representativa, afirmamos que ele não estava representando a emissora. A TV Pai Eterno não recebeu convite e nem enviou nenhum representante com pauta específica para a videoconferência", disse a TV, em nota divulgada no domingo, dia 7. "Percebemos que o Pe. Welinton fez uso de seu livre direito de expressão não representativa, mesmo tendo afirmado de forma diferente, para manifestar seu pensamento do modo que considerou apropriado."

No ar desde 2019, a TV Pai Eterno é ligada ao santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), sendo a mais nova das geradoras de conteúdo católicas. O padre Welinton convidou Bolsonaro para visitar o local. A TV e o santuário são iniciativas dos missionários redentoristas, que também mantêm a TV Aparecida, e haviam manifestado "desconforto e discordância". A Comissão de Mídias Redentoristas afirmou que a oferta dos padres e leigos católicos a Bolsonaro era um "atentado à unidade da Igreja" e "falta de compromisso com o Evangelho".

"A TV Pai Eterno nunca fez e não faz barganhas", disse a emissora, em nota que repete as palavras usadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reproduzidas pelo veículo oficial do Vaticano. A emissora disse trabalhar em comunhão com a CNBB e a Signis Brasil, rede católica que congrega veículos de comunicação.

A CNBB se disse "indignada" com a conversa entre Bolsonaro, deputados de Frente Parlamentar Católica e representantes de emissoras, entre eles sacerdotes e leigos. A entidade dos bispos brasileiros, que não participou do encontro, afirmou que a Igreja não faz "barganha".

O Estadão apurou que as verbas estatais, de diversas esferas de governo, são uma importante fonte de receita para veículos de comunicação de cunho religioso, que recebem doações de fiéis e têm poucas inserções de propaganda comercial. Um exemplo é o da Rede Vida, uma das maiores emissoras comerciais de viés católico no Brasil. Segundo seu presidente, o empresário João Monteiro de Barros Neto, a publicidade federal caiu 85% no governo Bolsonaro. A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus agravou o desfalque no caixa.

Na reunião presidencial, também houve pedidos para liberar mais outorgas para rádios e TVs da rede católica, por parte do padre Reginaldo Manzotti, da Tv Evangelizar. Ele sugeriu que os veículos católicos poderiam "estar juntos" do presidente, no momento que o governo sofre exposição "negativa" na imprensa.

Procurados pelo Estadão por mais de uma vez, a TV Pai Eterno e o padre Welinton Silva não responderam, tampouco o padre Reginaldo Manzotti. O líder do governo e a Presidência da República não retornaram os contatos da reportagem. O espaço está aberto para as manifestações.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) repudiou, nesse sábado (6), pedidos de verba feitos ao governo federal por uma ala da Igreja Católica que, em troca, veicularia notícias favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro em canais de rádio e TV, conforme revelou reportagem publicada no sábado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Por meio de nota, a CNBB demonstrou indignação com a atitude de representantes desses canais, afirmou que eles não falam pela instituição e que a Igreja não atua em troca de favores.

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"Recebemos com estranheza e indignação a notícia sobre a oferta de apoio ao governo por parte de emissoras de TV em troca de verbas e solução de problemas afeitos à comunicação. A Igreja Católica não faz barganhas", informou a CNBB. "Não aprovamos iniciativas como essa, que dificultam a unidade necessária à Igreja, no cumprimento de sua missão evangelizadora, 'que é tornar o Reino de Deus presente no mundo'", diz a nota, em citação a discurso do papa Francisco.

A nota também é assinada pela Associação Católica Internacional Signis Brasil e a Rede Católica de Rádio (CRC). Como mostrou no sábado a reportagem, padres e leigos conservadores, ligados a uma ala que diverge da CNBB e que controla parte do sistema de emissoras católicas, prometeram "mídia positiva" para ações do governo na pandemia do novo coronavírus. Em contrapartida, pediram anúncios estatais e outorgas para expandir sua rede de comunicação.

A proposta foi feita no dia 21, em reunião pública, por videoconferência e transmitida nas redes sociais, com a participação de Bolsonaro, sacerdotes, parlamentares e representantes de alguns dos maiores grupos católicos de comunicação.

Segundo a CNBB, emissoras intituladas "de inspiração católica" possuem naturezas diferentes, podem ser geridas por associações e organizações religiosas ou por particulares, seguindo seus próprios estatutos e princípios editoriais. "Contudo, nenhuma delas e nenhum de seus membros representa a Igreja Católica, nem fala em seu nome e nem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil", informou a instituição.

Ainda de acordo com a nota, "é urgente que nestes tempos difíceis em que vivemos, agravados seriamente pela pandemia do novo coronavírus, que já retirou a vida de dezenas de milhares de pessoas e ainda tirará muito mais, que trabalhemos verdadeiramente em comunhão, sempre abertos ao diálogo".

Emissoras de TV ligadas a grupos religiosos receberam, no ano passado, R$ 4,6 milhões em pagamentos da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) por veiculação de comerciais institucionais e de utilidade pública. Os veículos católicos ficaram com R$ 2,1 milhões e os protestantes, com R$ 2,2 milhões. Em 2020, emissoras de TV católicas receberam, até agora, R$ 160 mil, enquanto as evangélicas, R$ 179 mil, de acordo com planilhas da Secom.

Também por meio de nota, a Frente Parlamentar Católica informou que, na reunião, "não se condicionou verbas de publicidade a apoio ao governo, nem mesmo apoio político pelos membros da Frente".

No encontro do dia 21, o padre Welinton Silva, da TV Pai Eterno, ligada ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), disse que a emissora passa por dificuldades e espera uma aproximação com a Secom para oferecer uma "pauta positiva das ações do governo" na pandemia da covid-19.

"Dentro dessa dificuldade, estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse país, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo", disse o padre.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro tem atraído propostas de alianças em troca de recursos públicos. Uma das mais tentadoras partiu de padres e leigos conservadores que controlam boa parte do sistema de emissoras católicas de rádio e TV. Ligados à ala opositora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dentro da Igreja, eles prometeram "mídia positiva" para ações do governo na pandemia do novo coronavírus. Pediram em contrapartida, porém, anúncios estatais e outorgas para expandir sua rede de comunicação.

A proposta foi feita no último dia 21, em videoconferência com a participação de Bolsonaro, sacerdotes, parlamentares e representantes de alguns dos maiores grupos católicos de comunicação, no Palácio do Planalto. A reunião foi pública e transmitida pelas redes sociais do Planalto e pela TV Brasil. Na "romaria virtual", o grupo solicitou acesso ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e, principalmente, à Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).

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Dona do quinto maior orçamento do Executivo, a Secom tem R$ 127,3 milhões em contratos com agências de publicidade. Bolsonaro prometeu tratar pessoalmente do assunto. Um dos pedidos mais explícitos foi feito pelo padre Welinton Silva, da TV Pai Eterno, ligada ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO).

Silva afirmou que a emissora, há um ano no ar, passa por dificuldades e espera uma aproximação com a Secom para oferecer uma "pauta positiva das ações do governo" na pandemia da covid-19. "A nossa realidade é muito difícil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doações, com baixa comercialização. Dentro dessa dificuldade, estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse país, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo", disse o padre. "Precisamos ter mais atenção para que esses microfones não sejam desligados, para que essas câmeras não se fechem."

O padre e cantor Reginaldo Manzotti, da Associação Evangelizar é Preciso, com rádios e TV próprias, cobrou agilidade e ampliação das outorgas e destacou o contraponto que os católicos podem fazer para frear o atual desgaste na imagem de Bolsonaro e do governo. "Nós somos uma potência, queremos estar nos lares e ajudar a construir esse Brasil. E, mais do que nunca, o senhor sabe o peso que isso tem, quando se tem uma mídia negativa. E nós queremos estar juntos", disse Manzotti, dirigindo-se ao presidente da República.

O empresário João Monteiro de Barros Neto, da Rede Vida, afirmou que "Bolsonaro é uma grande esperança". Declarou, ainda, que veículos católicos precisam ser "verdadeiramente prestigiados". Barros Neto pediu não apenas mais entrevistas, como também a participação do presidente em eventos promovidos por católicos. "A Rede Vida é a quarta maior rede de TV digital do País, mas, para que possamos crescer, precisamos ter mais investimentos", argumentou ele.

‘Ciúmes’

Emissoras de TV ligadas a grupos religiosos receberam no ano passado R$ 4,6 milhões em pagamentos da Secom por veiculação de comerciais institucionais e de utilidade pública. Os veículos católicos ficaram com R$ 2,1 milhões e os protestantes, com R$ 2,2 milhões. Em 2020, emissoras de TV católicas receberam, até agora, R$ 160 mil, enquanto as evangélicas, R$ 179 mil, de acordo com planilhas da Secom.

O encontro virtual foi intermediado pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), com a Frente Parlamentar Católica. O deputado frequentava grupos de oração da Renovação Carismática Católica. Enciumado com o acesso da Frente Parlamentar Evangélica ao Planalto, o presidente da bancada católica, deputado Francisco Jr. (PSD-GO), pediu que o presidente promova, mensalmente, um café da manhã de conversa e oração com eles.

"Estamos um pouco enciumados. Nós somos a maioria e a maioria é que ganha eleição sempre", alegou Francisco Jr., para quem as pautas da bancada "têm a cara de Jair Bolsonaro." O deputado Diego Garcia (Podemos-PR) afirmou, por sua vez, que a bancada quer fortalecer o governo. "O senhor pode contar 100% nas matérias pertinentes em apoio ao governo", disse Garcia a Bolsonaro.

Já o deputado Eros Biondini (Pros-MG) afirmou que há "empresários católicos alinhados com o governo" interessados em investir no Brasil e defendeu a liberação de verbas para entidades filantrópicas do setor que mantêm unidades de saúde.

Audiência

A Rede Católica de Rádio possui oito geradoras que distribuem conteúdo para mais de mil emissoras e transmitem em cadeia para cerca de 430. O sistema de TV também é expressivo. No Brasil, há nove emissoras católicas de TV, geradoras de conteúdo: Aparecida, Nazaré, Imaculada, Horizonte, Pai Eterno, Rede Vida, Canção Nova, Século 21 e Evangelizar - as três últimas ligadas a movimentos da Renovação Carismática Católica. As primeiras não participaram da videoconferência. Já a Rede Vida, a maior delas, tem na grade programas de ícones do movimento, como O Terço Bizantino, do padre Marcelo Rossi, e o Rede Vida Sertaneja, do padre Periquito.

Na videoconferência com Bolsonaro, o padre João Henrique, da Aliança de Misericórdia, descreveu o presidente como alguém que enfrenta uma "batalha espiritual" que exige "armas espirituais". "A gente se identifica muito com as batalhas que o senhor está travando, somos muitos na Igreja Católica que oramos pelo senhor. Sentimos saudade do senhor. A Igreja Católica quer abraçar o seu filho e desejaria tê-lo mais próximo e mais atuante dentro da Igreja", insistiu.

O flerte entre Bolsonaro e veículos de comunicação católicos simpáticos ao governo representa uma investida do Planalto na divisão latente na Igreja. De um lado, conservadores alinhados ao governo, principalmente aqueles ligados à Renovação Carismática Católica e, de outro, progressistas e críticos do bolsonarismo vinculados à CNBB. Alguns episódios recentes marcaram uma escalada no tensionamento.

A presença constante do presidente em manifestações antidemocráticas e a posição dele contrária às recomendações sanitárias no combate à pandemia da covid-19 fizeram a CNBB elevar o tom contra o governo e dizer que Bolsonaro "ameaça a saúde" e perdeu "credibilidade" social. Entidades ligadas ao episcopado chegaram a defender o impeachment do presidente.

Padres identificados com movimentos de leigos (católicos praticantes não ordenados) conservadores e carismáticos, por outro lado, se aproximaram do Planalto. 

No auge da pandemia do novo coronavírus, grupos que se identificam como católicos estão usando as redes sociais para pedir a volta das missas nas igrejas. As celebrações presenciais estão suspensas desde o início de março, em atendimento às regras de isolamento social editadas pelo Ministério da Saúde e acatadas pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Um dos grupos usou a página Sou Católico Brasil para angariar assinaturas em uma petição dirigida aos "bispos do Brasil", pedindo a volta das celebrações. "O que pode ser mais essencial para nós? Por favor, devolvam-nos as santas missas", dizem os jovens em vídeo. A mobilização teria se iniciado no dia 19 de abril, na Áustria, espalhando-se pelo mundo. Manifestações semelhantes acontecem no Reino Unido, Canadá e Estados Unidos. Os jovens se dizem dispostos a arrecadar máscaras, produtos de higiene e luvas e permanecer nas portas dos templos para assegurar que os fiéis guardem distância entre si. "Limparemos os bancos, faremos que as igrejas sejam mais seguras do que supermercado."

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O padre Junior Vasconcelos do Amaral, da Paróquia de Nossa Senhora do Guadalupe, em Belo Horizonte (MG), reagiu, pedindo prudência aos fiéis. "Não repliquem tais notícias tendenciosas, sem antes refletir as circunstâncias atuais que estamos vivendo. A vida é dom de Deus e merece ser preservada", postou na internet.

Recuos

Os grupos que defendem a volta das missas citam que a Arquidiocese de Florianópolis (SC) liberou a volta dos fiéis às igrejas. No dia 21, o arcebispo d. Wilson Tadeu Jönck publicou recomendação para que as missas e outras celebrações fossem retomadas, com lotação máxima de 30% da capacidade de cada templo. Foi proposto que os fiéis usassem máscaras e guardassem distância de 1,5 metro. Na quarta, porém, em carta aos fiéis, d. Wilson revisou sua posição anterior.

Na terça-feira, a Arquidiocese de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, publicou decreto permitindo a reabertura das igrejas para as orações dos fiéis, sem a celebração de missas. A medida havia se baseado em decreto da prefeitura, que acabou suspenso pela Justiça. No dia seguinte, o arcebispo d. Moacir Silva publicou novo decreto, anulando o anterior.

Sem se referir ao movimento pela volta das missas, a CNBB reforçou a necessidade de manter o isolamento social pelo crescimento dos casos e mortes pela Covid-19. "Recomendamos atenção e consideração irrestrita às orientações dos especialistas de saúde e autoridades competentes. As indicações sobre o modo como celebrar a fé cabem aos bispos de cada diocese. Todas as normas visam à proteção das pessoas, buscando evitar a contaminação e preservar a vida", informou.

Na página oficial da CNBB na internet, foi publicado um artigo contrário ao movimento de dom José Carlos de Souza Campos, bispo de Divinópolis (MG). "Quem vai fazer a seleção na entrada? Quem vai estar na porta do templo para mandar de volta para casa o idoso, o cardíaco, o diabético, o fumante e outros dos grupos de riscos que teimosamente desejarem participar? Quem não levar sua máscara e seu álcool vai ser excluído da 'sadia' assembleia celebrante? Quem garante para si mesmo o vírus inexiste na sua exuberante saúde aparente? Vale passar na igreja de carro ou a pé e pegar 'seu pedaço' de Eucaristia e ir embora, sem celebração, sem assembleia litúrgica, sem saborear a vida comunitária celebrante?" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo em meio à pandemia do coronavírus, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) segue com cronograma mantido. Algumas datas comemorativas do nosso calendário, como a Páscoa, festividade religiosa celebrada no próximo domingo (12), pode indicar abordagens cobradas na prova. Estabelecendo uma interdisciplinaridade entre filosofia, sociologia e história, professores analisam as questões para o Enem .

Em entrevista ao LeiaJá, o professor de história, sociologia e filosofia Hilton Rosas explica que, desde o início dos tempos, existem marcas da relação do ser humano com alguma religião. Trata-se de uma relação que culmina na formação dos indivíduos através do tempo, considerada uma instituição social.

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Construídos em uma correlação entre as filosofias das épocas, existiram os costumes pagãos e adaptações. “A religião é embasada em seus elementos culturais, que definem outras relações da complexa vida em sociedade. Sendo assim, é nossa necessidade quase que essencial nos prendermos ao metafísico como contemplação ou satisfação no que remete ao espiritualidade”, completa o professor.

Rosas ainda explica que esta relação ocorre em mesmo nível para os ocidentais, regidos pela moral judaica-cristã. Desde a queda do Império em 476 d. c., a Igreja Cristã inicia a sua consolidação, mesclando pensamentos de “Platão com a filosofia patrística de Agostinho de Hipona, e relacionando os conceitos filosóficos do autor citado aos dogmas da Igreja, enquanto instituição”.

Neste primeiro momento do Cristianismo, esses conceitos foram fundamentais para “criar um pensamento de ideias, juízos e valores que determinaram a imposição cultural do Cristianismo durante a Idade Média na Europa como ideologia dominante”. Através das obras de Aristóteles, resgatadas pelos muçulmanos, os cristãos passam a conhecer e desenvolver “dentro da filosofia aristotélica a sua conciliação com os dogmas da instituição religiosa".

"Neste período medieval, o Cristianismo vem a sofrer seu primeiro cisma [separação de um grupo, organização ou movimento]. O oriente dividindo-se em católico e ortodoxa”, explica o professor.

Já na Idade Moderna, teremos a segunda divisão através da reforma protestante. Neste período, a Igreja Católica era acusada de corrupção e com isso perdia fiéis para os princípios protestantes. Para se recuperar das perdas, a Igreja de Roma instituiu o contragolpe para difundir a instituição de roma pelo Novo Mundo, o continente Americano. “Foi pela mão do colonizador que a os catequistas, missionários de Roma, impuseram o etnocentrismo [quando uma cultura se sobrepõe a outra] aos povos nativos [povos indígenas]”, aponta o professor de história. “Hoje, por exemplo, nós brasileiros somos cristãos por uma imposição cultural”, ressalta Rosas.

Agora, entendendo melhor como o Cristianismo tomou forma ao longo do tempo, estudantes que se preparam para o Enem devem ficar atentos às abordagens durante o Exame. O LeiaJá, em parceria com o projeto Vai Cair no Enem (@vaicairnoenem), preparou uma lista com exemplos de abordagens do tema na prova. Para traçar as resoluções, tivemos ajuda dos professores de história Hilton Rosas, Thaís Almeida e Everaldo Chaves, parceiros do projeto. Confira as questões: 

Questão 1

Uma explicação de caráter histórico para o percentual da religião com maior número de adeptos declarados no Brasil foi a existência, no passado colonial e monárquico, da:

A) Incapacidade do cristianismo de incorporar aspectos de outras religiões.

B) Incorporação da ideia de liberdade religiosa na esfera pública.

C) Permissão para o funcionamento de igrejas não cristãs.

D) Relação de integração entre Estado e Igreja.

E) Influência das religiões de origem africana.

Resolução: A resposta correta é: letra “D”. No período colonial, quando o Brasil estava subordinado ao governo português, a religião católica era oficial e a única admitida. Qualquer outra expressão religiosa estava proibida e sujeita a perseguição. Após a independência, o Brasil manteve essa tradição e se constituiu como um ‘Estado Católico’, ainda oficial, no qual a Igreja estava subordinada ao Estado através de práticas como o padroado e o beneplácito.

Questão 2

Na América inglesa, não houve nenhum processo sistemático de catequese e de conversão dos índios ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido. Brancos e índios confrontaram-se muitas vezes e mantiveram-se separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios começou com o próprio processo de colonização, e a mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na América inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram muito sacrificadas. Os índios não tinham defesas contra as doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas de fogo destes últimos e, muitas vezes, escravizados. No processo de colonização das Américas, as populações indígenas da América portuguesa:

A) Foram submetidas a um processo de doutrinação religiosa que não ocorreu com os indígenas da América inglesa.

B) Mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos indígenas da América inglesa.

C) Passaram pelo processo de mestiçagem, que ocorreu amplamente com os indígenas da América inglesa.

D) Diferenciam-se dos indígenas da América inglesa por terem suas terras devolvidas.

E) Resistiram, como os indígenas da América inglesa, às doenças trazidas pelos brancos.

Resolução: A resposta correta é: letra “A”. Os dois processos de colonização ocorreram em contextos distintos. A América portuguesa teve sua colonização iniciada no século XVI, época da contra reforma apoiada no Concílio de Trento, quando a questão religiosa era determinante, principalmente nos reinos católicos. A América inglesa foi colonizada no século XVII e aqueles que buscaram o novo continente o faziam para exploração, no Sul, usando o escravo africano; ou como refugiados, no Norte, dada a situação de crise da Inglaterra devido à Revolução Puritana e a seus efeitos. Não havia, por parte da igreja anglicana ou dos protestantes, uma política de conversão dos nativos.

Questão 3

O texto a seguir reproduz parte de um diálogo entre dois personagens de um romance: - Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? perguntou Sofia. - Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus nasceu à meia-noite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia-noite e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma. Até às três da manhã a fé cristã foi mais ou menos proibida. (...) Até às dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação. Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades. Adaptado de GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia. São Paulo, Cia. das Letras, 1997. O ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto, que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que:

A) As Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.

B) A Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.

C) O Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da Idade Média.

D) As peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã.

E) Os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.

Resolução: A resposta correta é: letra “A”. Se o texto apresentado considera que cada hora corresponde a um século, a queda do Império Romano, no século V, ocorreu às 5 horas e as grandes navegações do século XV ocorreram às 15 horas; mesmo momento em que se iniciou a Idade Moderna em 1453. A Propagação do cristianismo começou na primeira hora, no primeiro século da Era Cristã e os mosteiros perderam o monopólio da educação entre os séculos X e XI, sendo que a Idade Média termina no século XV.

Questão 4

Tomás de Aquino, filósofo cristão que viveu no século XIII, afirma: a lei é uma regra ou um preceito relativo às nossas ações. Ora, a norma suprema dos atos humanos é a razão. Desse modo, em última análise, a lei está submetida à razão; é apenas uma formulação das exigências racionais. Porém, é mister que ela emane da comunidade, ou de uma pessoa que legitimamente a representa. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia cristã. Petrópolis: Vozes, 1991 (adaptado). No contexto do século XIII, a visão política do filósofo mencionado retoma a/o:

A) Pensamento idealista de Platão

B) Conformismo estoico de Sêneca

C) Ensinamento místico de Pitágoras

D) Paradigma de vida feliz de Agostinho

E) Conceito de bem comum de Aristóteles

Resolução: A resposta correta é: letra “E”. Essa questão faz referência à um período importante da história do cristianismo, que é o período da Baixa Idade Média. Nele, a igreja já era institucionalmente forte e coesa, sendo a maior detentora de terras. Então o poder do clero era grande e a doutrina da cristã, da qual Aquino é um dos mais importantes representantes e tinha forte influência nas mentalidades sociais. Fica evidente, na questão, quando observamos que a filosofia cristã está legitimando o poder da lei a partir dos princípios que vinculam razão e cristianismo. Além de evidenciar a forte influência da produção filosófica clássica na construção da filosofia cristã.

Questão 5

O cristianismo incorporou antigas práticas relativas ao fogo para criar uma festa sincrética. A igreja retomou a distância de seis meses entre os nascimentos de Jesus Cristo e João Batista e instituiu a data de comemoração a este último de tal maneira que as festas do solstício de verão europeu com suas tradicionais fogueiras se tornaram “fogueiras de São João”. A festa do fogo e da luz no entanto não foi imediatamente associada a São João Batista. Na Baixa Idade Média, algumas práticas tradicionais da festa (como banhos, danças e cantos) foram perseguidas por monges e bispos. A partir do Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja resolveu adotar celebrações em torno do fogo e associá-las à doutrina cristã. CHIANCA, L. Devoção e diversão: expressões contemporâneas de festas e santos católicos. Revista Anthropológicas, n. 18, 2007 (adaptado). Com o objetivo de se fortalecer, a instituição mencionada no texto adotou as práticas descritas, que consistem em:

A) Promoção de atos ecumênicos

B) Fomento de orientação bíblicas

C) Apropriação de cerimônias seculares

D) Retomada de ensinamentos apostólicos

E) Ressignificação de rituais fundamentalistas

Resolução: A resposta correta é: letra “C”. Após a adoção do cristianismo como religião oficial na Europa ocidental e, principalmente, a partir do início do feudalismo no século V, a igreja católica, diante da necessidade de conversão dos pagãos à nova religião, acabou por sincretizar celebrações seculares, ou seja, pagãs, aos ritos católicos.5

O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, assinou, nesta quarta-feira (18), novas determinações para as celebrações religiosas durante a pandemia do novo coronavírus. Entre as decisões, está a realização de missas com portas fechadas e transmissão ao vivo por internet. 

A participação dos fiéis está cancelada não só nas igrejas, mas também nas capelas, oratórios, santuários e basílicas. As missas de domingo na Igreja Catedral e na Matriz de cada paróquia deverão ser celebradas com equipe reduzida e transmitidas ao vivo. As celebrações da Semana Santa também seguirão as mesmas regras.

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Em comunicado anterior, da terça-feira (17), a Arquidiocese destacava: "Diante dos inadiáveis compromissos econômicos das paróquias, apelamos à consciência dos fiéis a manter a fidelidade ao dízimo". No novo documento, o arcebispo solicita que cada paróquia, por meio da Comissão Pastoral para o Dízimo, oriente os fiéis como implementar este apelo.

Os padres foram orientados a permanecer nas paróquias. Aqueles com mais de 60 anos deverão entrar em período de quarentena. Confissões serão realizadas somente em caso de real necessidade. "No tocante às celebrações de casamentos e batizados, recomendamos que sejam transferidas para um tempo oportuno. Não sendo possível a transferência do casamento, seja celebrado em privado, com reduzido número de pessoas", escreve o arcebispo.

A Arquidiocese de Olinda e Recife possui arquidioceses também nos municípios de Abreu e Lima, Amaraji, Araçoiaba, Fernando de Noronha, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Escada, Igarassu, Ipojuca, Itamaracá, Itapissuma, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Paulista, Pombos, Primavera, São Lourenço da Mata e Vitória de Santo Antão.

Um pastor americano chamado Jonathan Shuttlesworth gravou um longo vídeo no qual dispara críticas contra igrejas europeias que estão de portas fechadas em virtude do coronavírus . "Bando de maricas", disse o religioso sobre as autoridades que decidiram pelo fechamento temporário das igrejas. 

No vídeo publicado nas redes sociais, o pastor cita a bíblia para justificar seu argumento de que o governo não pode "mandar nas igrejas". "A bíblia diz para a sua nação ficar unida", proferiu. 

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O pastor ainda ironizou a igreja Católica. "A Igreja Católica não tem água benta? O quão sagrada é a água então? Isso deve ser um sinal de que a religião católica é uma fraude", contrariou o pastor que ainda disse que "qualquer fé que não funcione na vida real é uma fé totalmente falsa". 

Na Itália, a maioria das paróquias, inclusive as mais visitadas pelos turistas, permanecem sem funcionamento. O país predominantemente católico é o segundo mais prejudicado pelo vírus no mundo.

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Em comunicado publicado nas redes sociais nesse sábado (15), a Arquidiocese de Olinda e Recife divulgou orientações aos católicos diante da pandemia do coronavírus. Há casos confirmados em Pernambuco, além da informação do Governo do Estado de que já existe transmissão local.

Na publicação, a Arquidiocese enumera uma série de procedimentos que devem ser adotados pelos fiéis, a fim de combater a propagação da doença entre os católicos. Uma das recomendações sugere que idosos com mais de 70 anos não frequentem, por enquanto, missas e demais celebrações religiosas, uma vez que esse grupo é considerado frágil diante da propagação do vírus.

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Outro ponto destacado pela entidade religiosa é em relação à celebração da “Paixão do Senhor”, na “Sexta-Feira Santa”. De acordo com a Arquidiocese de Olinda e Recife, a “adoração da cruz” deverá ser feita sem o beijo. Confira, a seguir, o comunicado na íntegra:

Também sob a tensão da pandemia do coronavírus, o Vaticano divulgou que as missas semanais não devem contar com a presença de fiéis. Veja os detalhes na matéria do LeiaJá.

O Vaticano anunciou que com a "emergência sanitária internacional" causada pelo novo coronavírus, as celebrações da Semana Santa serão realizadas sem a presença física de fiéis. Até o domingo de Páscoa, as audiências do Papa Francisco e o Angelus serão transmitidos ao vivo pelo serviço de notícias do Vaticano.

Serão afetadas as missas do Domingo de Ramos (5 de abril), quinta-feira Santa (9 de abril), Sexta-feira Santa (10 de abril), Sábado Santo (11 de abril) e do domingo de Páscoa (12 de abril), além da bênção Urbi et Orbi, que acontece também em 12 de abril. A missa de 19 de abril, domingo da Divina Misericórdia, também não contará com a presença de fiéis.

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Ontem, a Santa Sé havia anunciado que o Papa decidiu que a Santa Missa na Santa Marta, celebrada às 7 horas da manhã, também seria transmitida ao vivo hoje e durante a semana.

De acordo com os dados mais atualizados, a Itália registra 21.157 casos confirmados da covid-19, com 1.441 mortes. É o país europeu mais afetado pela doença. O Vaticano registrou um caso.

O papa Francisco aceitou a renúncia do arcebispo de Lyon, o cardeal Philippe Barbarin, questionado por seu silêncio diante dos abusos sexuais de um ex-sacerdote de sua diocese, acusação da qual foi absolvido na Justiça - anunciou a Igreja Católica nesta sexta-feira (6).

"Essa renúncia não é uma surpresa. Ele anunciou, renunciou. De todo modo, sentimos que vivemos um momento muito importante para a diocese", declarou o monsenhor Michel Dubost, administrador apostólico que se ocupa da gestão diária da diocese de Lyon, no centro-oeste da França, desde que Barbarin se afastou.

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Em uma declaração divulgada ao mesmo tempo no canal católico KTO, Barbarin enfatizou que "esses quatro anos foram anos de grande, grande sofrimento".

"Acho que há um grande sofrimento que as vítimas sofreram primeiro, e é realmente por elas que precisamos rezar. Foram atos horríveis, e é importante que a página seja virada e que venha alguém que percorra um novo caminho com toda diocese de Lyon", afirmou.

Pouco depois de ser absolvido pelo Tribunal de Apelações de Lyon em 30 de janeiro, Barbarin disse estar colocando sua sua renúncia mais uma vez à disposição do papa, para permitir "virar a página" neste caso muito simbólico sobre pedofilia e seu acobertamento por parte da Igreja.

O papa Francisco havia se dado um tempo de reflexão para responder à nova demanda por demissão. Argumentando a presunção de inocência, o pontífice rejeitou sua renúncia em março. A renúncia de Francisco se deu após a sentença de seis meses em primeira instância, enquanto se aguardava a decisão da Corte de Apelação, que finalmente o absolveu.

O prelado de 69 anos foi acusado de não ter denunciado à Justiça as agressões cometidas por Bernard Preynat, um padre de sua diocese, contra jovens escoteiros, entre 1971 e 1991.

- "Adeus e obrigado" -

A designação do sucessor de Monsenhor Barbarin pode acontecer dentro de um período de "dois a quatro meses".

Por enquanto, Monsenhor Dubost continuará interino. No dia 15 de maio, uma assembleia solene será realizada em Lyon, na presença de Monsenhor Barbarin, para "dizer adeus e obrigado", anunciou o prelado.

Em entrevista à revista "Le Point" publicada em 5 de fevereiro, o cardeal Barbarin declarou que, apesar da absolvição que o "consolou", ele "mudou".

Assim como fez em seu julgamento, o cardeal repetiu que ignorou as ações do padre antes de encontrar uma vítima em 2014. Na origem do caso, o destino de Preynat, despojado de seu status de clérigo em julho passado, será definido em 16 de março.

Suas vítimas relataram os abusos sofridos, entre eles toque, beijos na boca e masturbações impostos pelo religioso.

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