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A Arquidiocese de São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 5, a criação de um sistema de notificação de abusos sexuais por integrantes da Igreja Católica. A iniciativa atende a uma determinação do Papa Francisco, que, em maio de 2019, deu prazo de um ano para todas as dioceses do mundo criarem serviços de queixa e resposta para relatos de violência sexual e assédio.

"Podemos dizer é tarde, mas veio (a comissão). Para as vítimas sempre é tarde. Mas não é de agora que estamos avaliando denúncias", declarou o arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal D. Odilo Scherer, em coletiva de imprensa.

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Conforme o decreto papal "Vos estis lux mundi" ("Vós sois a luz do mundo", em latim), as investigações devem garantir a confidencialidade dos envolvidos e ser rápidas - a duração prevista é de até 90 dias. Os religiosos que acobertarem relatos também podem ser punidos.

As denúncias poderão ser apresentadas de modo presencial, por e-mail e em carta, mas não serão aceitas informações anônimas. Elas deverão fornecer "de forma detalhada", segundo regulamento da arquidiocese, dados sobre o caso, como nome e contatos do denunciante, datas e locais em que ocorreram os supostos abusos. Também é recomendada a apresentação de material documental, fotos ou gravações, além de contatos de testemunhas.

Os casos na Arquidiocese de São Paulo - instituição que contempla paróquias da região central e parte das zonas oeste, sul, norte e leste - serão investigados pela "Comissão Arquidiocesana para a Aplicação do Motu Proprio Vox Estis Lux Mundi", criada pela Cúria Metropolitana em 26 de fevereiro e que terá atuação "por tempo indeterminado".

"Tem a incumbência de zelar para que todas as instituições e organizações católicas presentes e/ou atuantes no âmbito desta Arquidiocese sejam lugares seguros e livres de abusos sexuais", diz o decreto de criação da comissão, que entrará em vigor neste domingo, 8.

Antes mesmo da criação comissão, denúncias foram feitas contra padres da Arquidiocese de São Paulo, sendo que alguns casos foram levadas à Justiça comum, mas os números de afastados não foram divulgados

"É fato. Há muitos anos, esses escândalos de abusos sexuais vindos à tona fazem mal às vítimas e trazem danos à credibilidade da pregação da própria igreja", disse D. Odilo. "Denúncia anônima e 'eu ouvi dizer' não tem como ir adiante. Denúncia assumida, iremos atrás."

Sobre a relação entre o processo conduzido dentro da arquidiocese com a Justiça comum, D. Odilo explica que irá proceder de acordo com o estabelecido na lei civil. "Deverá haver colaboração com a Justiça nos termos da lei. As pessoas serão orientadas sobre a possibilidade de também fazerem a denúncia perante a autoridade civil competente".

A comissão será composta por ao menos oito membros, incluindo clérigos, religiosos e leigos, considerados "peritos" em Direito Canônico, Direito Civil e Penal, Psicologia, Assistência Social e Pastoral, com mandato por tempo indeterminado. Ela irá se reunir ao menos a cada duas semanas para avaliar denúncias recebidas.

"A comissão não é um tribunal. É uma comissão de ouvidoria que tem a competência de receber denúncias sobre os delitos tipificados. Fazer um primeiro discernimento sobre os fatos. Ela não será um tribunal nem emitirá sentenças. Se for o caso, a parte de tribunal será o passo seguinte. A investigação mais aprofundada passa a ter uma comissão de investigação própria, sendo decidido depois se irá ao Tribunal Eclesiástico, mas suas diversas instâncias", afirmou o arcebispo metropolitano de São Paulo.

Além de informar o arcebispo sobre as denúncias, a comissão também deverá informar a suposta vítima e o suposto agressor sobre os encaminhamentos e propor medidas para acompanhar e ajudar os afetados.

O regulamento da comissão prevê, ainda, a obrigação de "acolher com caridade e escutar as vítimas e seus familiares que apresentarem uma denúncia de abuso sexual contra menores e/ou contra pessoas em situação de vulnerabilidade". "A recusa ou omissão na observância das normas ou na execução do estabelecido neste regulamento serão passíveis de sanções canônicas."

O coordenador da comissão será o padre Ricardo Anacleto, nomeado pelo arcebispo, sendo o responsável pela organização dos trabalhos da comissão. O regulamento prevê o encaminhamento "imediato" o das denúncias recebidas para "a instauração dos procedimentos cabíveis".

Segundo o regulamento, os trabalhos serão acompanhados e avaliados periodicamente. Durante as investigações, a comissão deverá "adotar e promover políticas de transparência, no respeito à privacidade e à reputação das pessoas".

A Igreja considera passíveis de investigação casos em que algum religioso praticou alguma das seguintes ações: forçar alguém, com violência, ameaça ou abuso de autoridade, a atos sexuais; ter atos sexuais com um menor de idade ou com uma pessoa vulnerável; produzir, exibir, portar ou distribuir material pornográfico infantil; e atuar no recrutamento ou indução de um menor ou pessoa vulnerável a participar em exibições pornográficas.

Arquidiocese pioneira

A arquidiocese pioneira no cumprimento da medida do pontífice foi a de Porto Alegre, no dia 26. Na capital gaúcha, a Comissão Arquidiocesana Especial de Promoção e Tutela de Crianças ficará responsável por combater e denunciar o abuso infantil vindos de membros da Igreja nos 29 municípios sob sua circunscrição.

"Temos de reconhecer que não se deu a devida atenção ao longo do tempo a esses casos de abuso. É uma realidade sem dúvida e que explodiu mundo afora, em torno de 20, 30 anos atrás e de repente nós começamos a ser informados", disse no lançamento do serviço dom Jaime Spengler.

Nessa arquidiocese, o trabalho incluirá denúncias por e-mail e telefone próprio e a comissão de análise terá uma assistente social, um jurista, uma procuradora de Justiça do Ministério Público e a delegada chefe do departamento de Grupos e Pessoas Vulneráveis da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.

Como denunciar abusos na Arquidiocese de São Paulo:

- De forma presencial: sede da Comissão (Rua Xavier de Almeida, 818, Ipiranga)

- Pelo e-mail: tutela.arquisp@gmail.com

- Por carta registrada: sede da Comissão (Rua Xavier de Almeida, 818, Ipiranga - CEP 04211-001)

Os ministros das Relações Exteriores da China e do Vaticano, que não mantêm relações diplomáticas formais, realizaram uma reunião incomum em Munique, na Alemanha, informou neste sábado o órgão oficial do Partido Comunista da China (PCC).

O chinês Wang Yi e o arcebispo Paul Gallagher se encontraram à margem de uma conferência sobre segurança e defesa, em um contexto de aproximação bilateral após um acordo firmado em 2018 sobre a nomeação de bispos na China.

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O Diário do Povo indicou que Gallagher e Wang conversaram sobre os esforços da China para combater o novo coronavírus e observaram que era o primeiro encontro entre as duas partes.

Já o site oficial do Vaticano, o Vatican News, citou um comunicado dizendo que a reunião, realizada durante a Conferência de Segurança de Munique, se concentrou no acordo de 2018.

Os dois lados concordaram "em continuar o diálogo institucional em nível bilateral para promover a vida da Igreja Católica e o bem do povo chinês", afirmou o Vatican News.

Os cerca de 12 milhões de católicos chineses se dividiram por décadas entre uma associação liderada pelo governo, cujo clero foi eleito pelo partido comunista, e uma igreja clandestina não oficial e leal ao Vaticano.

Mas, segundo com os termos do acordo frimado em setembro de 2018, Pequim e o Vaticano agora participam da nomeação de bispos católicos.

Em um livro-entrevista publicado na Itália nesta terça-feira (11), o papa Francisco critica a "teoria de gênero" que, segundo afirma, "quer minar a humanidade em todas as variações educacionais possíveis". Além disso, Francisco se coloca em sintonia com o pensamento do papa polonês João Paulo II no que diz respeito ao ensinamento sobre o celibato na igreja. 

Marcado como um papa nada tradicional, Francisco afirma no livro "San Giovanni Paolo Magno" que suas observações sobre a "teoria de gênero" não se referem de maneira alguma aos homossexuais, que são bem-vindos à Igreja Católica. 

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"Minha referência é mais ampla e se refere a uma perigosa raiz cultural. Ela se propõe, de forma implícita, a destruir o projeto de Deus para a criação que Deus quis para cada um de nós: a diversidade, distinção. Quer converter tudo em homogêneo, neutro. É um ataque à diferença, à criação de Deus e a homens e mulheres", esclarece o pontífice.

Francisco continua sua avaliação sobre o assunto dizendo que "na teoria de gênero se quer impor uma ideia à realidade, de maneira sutil. O objetivo é minar a base da humanidade em todos os âmbitos e em todos os programas educativos possíveis, e está se convertendo em uma imposição cultural que, em vez de nascer de baixo é imposta do alto por alguns Estados como único caminho cultural possível a se adequar", declara Francisco.

Sobre o celibato, a Gazeta do Povo mostra que o líder máximo da Igreja Católica se referiu à condição como uma "graça". "Estou convencido de que o celibato é um dom, uma graça e, seguindo os passos de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, sinto fortemente a obrigação de pensar no celibato como uma graça decisiva que caracteriza a Igreja Católica Latina. Repito: é uma graça", pontua o papa.

Dois padres foram condenados a mais de 40 anos de prisão por agressão sexual grave contra meninos surdos no Instituto de Ensino Próvolo, de Mendoza, um caso que abala a Igreja Católica argentina.

O padre argentino Horacio Corbacho foi sentenciado a 45 anos de prisão e o italiano Nicola Corradi a 42, segundo a decisão lida nesta segunda-feira no tribunal.

Nos dois casos, se considerou como agravante o fato de eles serem responsáveis pela guarda dos meninos e ministros de culto, e das vítimas serem menores de idade.

O jardineiro do centro de ensino, Armando Gómez, também foi condenado, com pena de 18 anos de prisão, por agressão sexual.

Nas portas do tribunal, um grupo de jovens do instituto esperaram a decisão com cartazes de apoio às vítimas.

Corbacho, de 59 anos, e Corradi, de 83, se encontravam até agora em prisão preventiva.

O julgamento começou em 5 de agosto, a portas fechadas. Nas audiências avaliou os testemunhos de 13 vítimas.

O Instituto Próvolo, em Mendoza, 1.000 km a oeste de Buenos Aires, foi fechado em 2016 após as primeiras denúncias na justiça por abusos cometidos desde 2004.

Só se fala em Irmã Dulce. Ou, a partir deste domingo (13), oficialmente Santa Dulce dos Pobres. Uma caminhada pelos arredores da Praça São Pedro, no Vaticano, na manhã ensolarada deste sábado (12) é a certeza de ouvir - em bom português - alguma história de devoção, admiração ou agradecimento pela freira baiana que será a 37ª santa brasileira.

Não há um número exato do tamanho da caravana brasileira que deve marcar presença durante a cerimônia deste domingo. Estimativas extraoficiais que circulam entre jornalistas variam de 6 mil a 15 mil pessoas. No total, a missa deve reunir 30 mil fiéis na Praça São Pedro, a partir das 10h15 (5h15, horário de Brasília).

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O rito de canonização costuma ocorrer logo no início da cerimônia, após a oração inicial e a saudação do papa. Além de Irmã Dulce (1914-1992), serão oficializados santos o teólogo e cardeal inglês John Henry Newman (1801-1890), a religiosa italiana Giuditta Vannini (1859-1911), a religiosa indiana Maria Thresia Chiramel Mankidiyan (1876-1926) e a catequista e costureira suíça Margherita Bays (1815-1879).

Os cinco nomes serão apresentados oficialmente pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o posto ocupado atualmente pelo cardeal italiano Giovanni Angelo Becciu. Quando o papa rezar a fórmula da canonização, os cinco se tornam canonizados.

Será um momento de festa. A expectativa é grande, sobretudo dos brasileiros. A auditora federal Sheila Weber, de 42 anos, veio de Salvador "não para pedir nada para a nova santa, mas só para agradecer". Filha de mãe judia e de pai que não segue religião, ela conta que quando tinha 6 anos descobriu que fazia aniversário no mesmo dia que a Irmã Dulce, 26 de maio. Com uma curiosidade: no mesmo dia em que ela completaria 7 anos, a freira faria 70. "Quis conhecê-la pessoalmente e minha mãe me levou", conta.

Foi o começo de uma tradição. Até a morte da religiosa, todos os anos elas se viam no aniversário. "Quando eu era criança eu levava moedinhas. Era meu jeito de tentar ajudar nas obras dela", recorda-se. "Também fazia desenhos que mostrava para ela. Sempre atenciosa e acolhedora."

Depois da morte de Irmã Dulce, ela diz que decidiu se tornar voluntária das obras sociais criadas pela freira. Atua na Osid, a instituição, há 19 anos.

A médica hemoterapeuta Marília Sentges, de 61 anos, também conviveu de perto com a religiosa. Quando estava no quinto ano da faculdade, na Escola Bahiana de Medicina, conheceu as obras da freira. E começou a atuar na instituição. Hoje coordena o banco de sangue do hospital. "Da convivência com ela, o que mais me marcou foi o olhar humano com que ela lidava com médicos e pacientes. Circulava e conversava com todos, sempre com carinho e amor", comenta. "E isso não dependia de religião: ela tratava a todos da mesma maneira, fosse o católico, fosse do candomblé. Ela não fazia distinção."

Marília revela que havia uma coisa que deixava a Irmã Dulce brava. "Ela não gostava nem de ouvir quando alguém chamava o hospital de 'hospital da Irmã Dulce'", relata. "Corrigia na hora: 'o hospital é de Deus, não é meu'. Falava que se fosse dela, a obra acabaria com sua morte. Sendo de Deus, jamais iria acabar."

A religiosa realmente atraiu e segue atraindo a admiração de adeptos de outras religiões. Evangélica, a administradora de empresas Maria de Oliveira, de 29 anos, saiu de Salvador e veio para Roma para acompanhar de perto a canonização da sua conterrânea. "Mesmo não sendo católica, vejo em Irmã Dulce a essência do amor de Deus. Ela é o amor de Deus manifestado", explica.

No caso dela, a Osid marcou profundamente a vida pessoal. Quando sua mãe sofreu um AVC, ela passou por vários hospitais públicos e, segundo Maria, não foi tratada como ela esperava. "Então ela foi assistida pela Osid. Ali teve mais do que assistência médica. Teve amor, carinho, assistência humana", relata. A mãe acabou morrendo em 2014. Mas, nas lembranças de Maria, ficou a gratidão pela dignidade recebida - método Irmã Dulce de cuidar dos doentes.

A Diretoria da Festa de Nazaré apresentou, na noite de quinta-feira (10), o manto que a imagem peregrina de Nossa Senhora usará a partir desta sexta-feira (11) nas procissões do Círio, em Belém. Fiéis lotaram a Basílica Santuário durante a cerimônia.

Já havia devotos na Basílica desde as 16h. A missa foi presidida pelo cônego Vladian Alves da Silva, pároco da Paróquia São Pio X.

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No manto de Nossa Senhora de Nazaré de 2019, a figura de “Maria, Mãe da Igreja”, simples e bela, homenageia o Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia, coordenado pelo Papa Francisco, no Vaticano, e os 300 anos de criação da Diocese de Belém, hoje Arquidiocese. A samaumeira, dado o seu significado de árvore da vida para os povos originários da região amazônica, exalta a natureza.

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O tema expressa: na flor, a delicadeza de Maria; na árvore, a fortaleza, virtude vivida por Maria aos pés da Cruz. O broche do manto traz a homenagem à Diocese de Belém, com a Igreja Mãe, a Catedral, sobre um barco.

O manto é uma doação voluntária e anônima de um casal devoto de Nossa Senhora de Nazaré. A peça foi desenhada por Celeste Heitmann e confeccionada pela estilista Káthia Novelino.

Por Beatriz Reis

O papa Francisco pediu neste domingo (29) "atenção especial aos estrangeiros" e a todas as pessoas rejeitadas, durante a Jornada Internacional dos Migrantes e Refugiados.

"Temos que dar atenção especial aos estrangeiros, da mesma maneira que às viúvas, aos órfãos e a todos os que são rejeitados", disse o pontífice durante a missa realizada na Praça de São Pedro.

Na 105ª edição desta jornada mundial, o papa inaugurou uma escultura em homenagem aos migrantes na mítica praça do Vaticano.

A obra de bronze e argila, criada pelo artista canadense Timothy Schmalz e batizada de "Angels Unaware" (Anjos Inconscientes), representa um grupo de 140 migrantes de diferentes culturas e períodos históricos, amontoados em um barco.

A escultura é acompanhada por uma citação da Epístola aos Hebreus: "Não vos esqueçais de praticar a hospitalidade; pois agindo assim, mesmo sem perceber, alguns acolheram anjos".

"Não se trata apenas dos estrangeiros, mas de todos os habitantes das periferias existenciais que, como os migrantes e os refugiados, são vítimas da cultura da espoliação humana", afirmou Jorge Bergoglio, filho de uma família de italianos que emigraram para a Argentina.

Após sua nomeação como papa em 2013, Francisco defendeu em várias ocasiões a necessidade de acolher os refugiados e migrantes de maneira digna.

Alguns meses após sua eleição, ele viajou para a ilha italiana de Lampedusa, uma das portas de entrada para estrangeiros na Europa. Em abril de 2016, realizou uma visita à ilha grega de Lesbos, acompanhado por uma família de três refugiados muçulmanos sírios.

No final de julho, o papa pediu à comunidade internacional que aja "de maneira rápida e decisiva" para evitar novas tragédias no Mar Mediterrâneo.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), entre o início de 2014 e julho de 2018, foram encontrados os cadáveres de 5.773 migrantes e o registro de 11.089 desaparecidos no Mediterrâneo.

A maioria dessas mortes ocorreu na área central do Mediterrâneo, entre as costas da Líbia, Tunísia, Malta e Itália.

Vários países europeus, como Itália, França, Alemanha e Malta, concordaram com um mecanismo de distribuição automática de refugiados, cujo objetivo é encerrar a aplicação do 'caso a caso' do último ano.

Este novo dispositivo será votado por todos os países da União Europeia durante o Conselho Europeu de "Justiça e Assuntos Internos", a ser realizado no Luxemburgo no início de outubro.

O cardeal George Pell, ex-número três do Vaticano, apresentou oficialmente nesta terça-feira (17) ao Tribunal Supremo australiano seu último recurso contra a condenação por pedofilia - anunciaram fontes judiciais em Canberra.

No mês passado, o Tribunal Supremo de Victoria, sul da Austrália, rejeitou a apelação contra a condenação de seis anos de prisão do religioso por abusos contra dois coroinhas em 1996 e 1997.

O cardeal australiano, de 78, foi arcebispo de Melbourne e Sydney nos anos 1990.

Pell, que alega inocência, é o principal nome da Igreja Católica condenado por pedofilia e está preso atualmente.

Em dezembro, ele foi considerado culpado de cinco acusações, incluindo ter forçado um garoto de 13 anos a fazer sexo oral em 1996 e de ter-se masturbado, esfregando-se em outro jovem.

Os eventos ocorreram na sacristia da Catedral de São Patrício, em Melbourne, da qual Pell foi arcebispo, e onde as duas vítimas haviam se escondido para beber o vinho da missa.

Dois meses depois, Pell colocou um dos adolescentes contra a parede e tocou seu órgão genital.

Os advogados do cardeal encaminharam 13 objeções à decisão de primeira instância, incluindo a de que era "fisicamente impossível" que os supostos atos tenham acontecido em uma catedral lotada.

Também questionaram os períodos em que as agressões sexuais teriam ocorrido, alegando ser "impossível", se considerados os deslocamentos dentro da catedral.

Também afirmaram que a pena imposta era questionável, porque se baseava no depoimento de uma única vítima sobrevivente. Uma delas morreu de overdose em 2014 sem nunca ter revelado publicamente os abusos.

O sobrevivente, agora adulto e cujo nome não pode ser divulgado por motivos legais, afirmou que os "estressantes quatro anos de batalha legal o levaram a lugares dos quais temia não conseguiu retornar".

O homem disse que a morte do amigo por overdose o motivou a quebrar o silêncio.

Em uma nota, o Vaticano afirmou que Pell tinha o direito de apresentar o recurso de apelação.

- Ascensão -

Antes da queda em desgraça, Pell viveu uma rápida ascensão. Foi nomeado arcebispo de Melbourne, posteriormente de Sydney e, em 2003, entrou para o poderoso Colégio de Cardeais. Isso permitiu que votasse nos conclaves que escolheram os papas Bento XVI e Francisco.

Em 2013, Francisco o selecionou para integrar o conselho de nove cardeais (C9) responsável por ajudá-lo a reformar a Cúria.

E, em 2014, o pontífice o nomeou secretário de Economia, o que transformou o australiano no número três da Santa Sé.

Durante o julgamento, a Santa Sé aproveitou uma ordem que estabelecia o silêncio dos meios de comunicação sobre o processo para afastar Pell de suas funções, sem apresentar explicações.

Após a condenação, o australiano foi destituído do cargo de secretário de Economia do Vaticano e perdeu o posto no C9.

O Vaticano também abriu uma investigação sobre as ações do cardeal.

O procurador-geral do estado do Missouri, Eric Schmitt, acusou nesta sexta-feira a Igreja Católica de fazer vista grossa diante de uma longa lista de abusos sexuais em seu interior, e denunciou uma dúzia de sacerdotes.

"O abuso sexual de menores por parte de membros das quatro dioceses católicas romanas do Missouri tem sido um escândalo de longo alcance e permanente", disse Eric Schmitt, o procurador de mais alto nível do Meio Oeste americano.

"Durante décadas e diante de informações críveis de abusos, a Igreja se negou a reconhecer as vítimas e concentrou seus esforços em proteger os sacerdotes", disse Schmitt em entrevista coletiva.

O procurador destacou que a investigação envolvendo as dioceses em todo o estado revelou que 163 sacerdotes e outros membros do clero eram alvo de denúncias internas de abuso sexual ou má conduta contra menores.

Deste total, cerca de 80 já morreram, mas o procurador encontrou e denunciou uma dúzia de envolvidos às autoridades locais.

"A resposta padrão aos comunicados de abuso por parte dos líderes da Igreja foi retirar o sacerdote envolvido para um curto tratamento e depois colocá-lo em uma nova paróquia", disse Schmitt.

"Nestes casos, os membros das paróquias - antigas e novas - de um sacerdote acusado não foram informados da razão de sua transferência.

Em relação às vítimas, no melhor dos casos receberam ofertas de serviços de acompanhamento psicológico para "ajudar na recuperação".

Um porta-voz do gabinete de Schmitt disse ao The New York Times que os investigadores foram informados de mais de 100 vítimas de abuso e conseguiram contactar 45 vítimas ou seus familiares.

"Há um sacerdote que fez 21 vítimas, e podemos assumir que abusou de centenas", declarou o porta-voz Chris Nuelle.

O Vaticano está lutando para enfrentar uma epidemia mundial de agressões sexuais por parte de sacerdotes, em particular contra menores.

O papa Francisco irá à Tailândia e ao Japão em novembro, uma viagem inédita para um pontífice em quase quatro décadas, e visitará Hiroshima e Nagasaki, onde reiterará suas advertências contra o perigo de uma guerra nuclear.

O papa argentino de 82 anos será recebido na Tailândia de 20 a 23 de novembro e depois no Japão de 23 a 26 de novembro, dois países de maioria budista, anunciou a Santa Sé nesta sexta-feira em comunicado.

A Conferência Episcopal da Tailândia deu uma coletiva de imprensa em Bangcoc. Seu porta-voz, Joseph Anucha Chaiyadej, disse à AFP que duas missas serão organizadas na capital tailandesa.

O papa Francisco será o primeiro a viajar para esses dois países na Ásia em quase 40 anos: João Paulo II visitou o Japão em 1981 e a Tailândia em 1984.

A Tailândia tem uma maioria budista, assim como o Japão, onde o xintoísmo também predomina.

Nestes dois países, a comunidade católica representa uma pequena minoria da população.

Os quase 388.000 cristãos na Tailândia estão no norte do país, especialmente entre algumas minorias étnicas, como os Jarai e os Akha.

Outros grupos étnicos cristãos que fugiram de perseguições religiosas, como no Vietnã comunista, refugiaram-se no reino.

No Japão, existem cerca de 450.000 católicos, dos 127 milhões de habitantes do arquipélago.

A viagem do papa ao Japão é muito simbólica, pois ele visitará Hiroshima e Nagasaki, onde, em agosto de 1945, a bomba atômica deixou 140.000 e 74.000 mortos, respectivamente.

Fascínio

O pontífice expressou repetidamente seu fascínio pelo Japão, para onde, durante a juventude, ele queria viajar como missionário, um projeto que teve que abandonar após uma operação no pulmão.

Ele também mencionou muitas vezes o perigo de uma guerra nuclear.

Em janeiro de 2018, a bordo do avião que o levava à América Latina, ele mandou jornalistas distribuir um cartão com uma foto tirada em 1945 após a explosão da bomba atômica em Nagasaki e mostrou um menino japonês carregando seu irmão morto em as costas.

No verso do cartão, estava escrito à mão: "O fruto da guerra".

Naquela época, quando houve um falso alerta de um ataque de míssil no Havaí que causou pânico, o pontífice declarou:

"Acho que estamos no limite. Estou com muito medo. Um acidente seria suficiente para que tudo se precipitasse".

A visita à Tailândia também é simbólica, pois o reino celebra 350 anos da primeira missão católica no país, estabelecida pelo papa Clemente IX.

Esta é a 32a. viagem do papa desde o início de seu pontificado, há seis anos e meiio.

O Papa Francisco, atacado por católicos conservadores que o tacham de "comunista", assumiu nesta terça-feira (10) seu discurso social, inspirado em João Paulo II, e disse não temer um cisma na Igreja.

"Rezo para que não haja cisma, mas não tenho medo", declarou Francisco à imprensa, no avião de retorno a Roma após visitar Moçambique, Madagascar e ilhas Maurício.

Alguns bispos católicos conservadores, em particular nos Estados Unidos, consideram que o papa argentino fala muito sobre desigualdades sociais, migrantes e excluídos, em detrimento de pontos da doutrina tradicional sobre a família e a moral sexual.

Alguns inclusive chegaram a pedir sua saída, argumentando que Francisco semeia "a confusão" entre os crentes.

"As críticas não vêm só dos americanos, [provêm] de outras partes e também na Cúria (governo do Vaticano)", admitiu o Pontífice. Mas "as coisas sociais que digo são as mesmas que disse João Paulo II. As mesmas coisas. Eu as copio!", insistiu.

Para ele, seus críticos que repetem, por exemplo, que "'o papa é muito comunista'", fazem "a ideologia entrar na doutrina".

"E quando a doutrina está cheia de ideologia, existe a possibilidade de um cisma", afirmou.

"Não tenho medo de cismas. Rezo para que não haja nenhum, porque está em jogo a saúde espiritual de muita gente", insistiu o papa, lembrando dos vários cismas que a Igreja atravessou em sua história.

O sumo pontífice assegurou que sempre está disposto a responder às críticas "construtivas" e "leais", abertas ao diálogo.

"Não gosto quando as críticas são feitas debaixo dos panos" ou "os que te sorriem e depois te apunharam pelas costas", acrescentou.

Esta atitude não consiste, segundo ele, em "querer o bem para a Igreja", mas só em perseguir "ideias fixas (...) como mudar de papa, mudar de estilo, criar um cisma", criticou. E é exclusiva de "pequenos grupos fechados que não querem escutar a resposta à crítica".

O papa também advertiu contra os padres e bispos "rígidos", que causam "problemas".

"Hoje, temos tantas escolas de rigidez na Igreja, que não são cismas, mas são caminhos cristãos de tipo carismático. No final, vão acabar mal", vaticinou.

Consultado por uma jornalista espanhola sobre viagens, o papa respondeu que "a prioridade na Europa são os países pequenos", e que depois irá aos maiores.

O papa Francisco denunciou novamente neste domingo a lei do silêncio que imperava ao redor dos casos de abusos sexuais cometidos por padres e reiterou o pedido de "transparência, sinceridade e solidariedade" com as vítimas.

"Nos últimos tempos conseguimos ouvir com maior clareza o grito, tantas vezes silencioso e silenciado, de nossos irmãos, vítimas de abuso de poder, consciência e sexual por parte de ministros ordenados", escreveu o pontífice em uma carta enviada aos padres por ocasião do 160º aniversário da morte do francês Jean-Baptiste-Marie Vianney, conhecido como Santo Cura de Ars.

"Como vocês sabem, estamos firmemente comprometidos com a aplicação das reformas necessárias para estimular, a partir da raiz, uma cultura baseada no cuidado pastoral de maneira tal que a cultura do abuso não encontre espaço para desenvolver-se e, menos ainda, perpetuar-se", completou.

"Se no passado a omissão pode ter se transformado em uma forma de resposta, hoje queremos que a conversão, a transparência, a sinceridade e a solidariedade com as vítimas se converta em nosso modo de fazer a história e nos ajude a estar mais atentos ante todo sofrimento humano", afirmou o papa

Diante de uma série de escândalos de abusos sexuais que mancharam a imagem da Igreja católica, o papa Francisco organizou em fevereiro uma reunião mundial de bispos sobre o tema e prometeu adotar ações concretas.

No início de maio, o pontífice modificou a legislação interna da Igreja para estabelecer a obrigação de que os padres denunciem qualquer suspeita de agressão ou assédio sexual.

Também obriga os membros da igreja a apontar qualquer tentativa da hierarquia de acobertar os abusos sexuais cometidos por padres ou religiosos.

Francisco se referiu aos padres que lamentam ser marcados por crimes que não cometeram.

"Muitos me manifestaram sua indignação pelo ocorrido, e também certa impotência, pois viveram o dano provocado pela suspeita e o questionamento, que em alguns ou muitos pode ter introduzido a dúvida, o medo e a desconfiança", escreveu o papa.

"Sem negar e repudiar o dano causado por alguns de nossos irmãos, seria injusto não reconhecer tantos sacerdotes que, de maneira constante e honesta, entregam tudo o que são e têm para o bem dos demais", completou.

"São inúmeros os sacerdotes que fazem de sua vida uma obra de misericórdia em regiões ou situações tantas vezes inóspitas, afastadas ou abandonadas, inclusive colocando a própria vida em risco".

"Reconheço e agradeço vosso corajoso e constante exemplo que, em momentos de turbulência, vergonha e dor, nos manifesta que vocês seguem atuando com alegria pelo Evangelho", concluiu o papa.

O papa Francisco pediu à comunidade internacional, neste domingo (28), que aja "rapidamente e com decisão" para evitar novas tragédias no mar, após o naufrágio que deixou mais de 110 migrantes mortos e desaparecidos, na última quinta-feira, frente à costa líbia.

"Soube, com dor, da notícia do dramático naufrágio, ocorrido nos últimos dias nas águas do Mediterrâneo, no qual dezenas de migrantes - entre eles, mulheres e criança - perderam a vida", declarou o papa em tom grave, após a oração do Ângelus, na praça de São Pedro.

"Renovo meu apelo sincero para que a comunidade internacional aja rapidamente e com decisão, para evitar que se repitam tragédias similares e garantir a segurança e a dignidade de todos", insistiu.

O papa convidou os milhares de fiéis reunidos na praça, apesar da chuva e do vento, a refletirem por alguns momentos em silêncio e rezarem pelas vítimas e por seus familiares.

Na sexta-feira, os serviços de resgate líbios anunciaram que foram recuperados 62 corpos de migrantes, depois que sua embarcação afundou, na véspera, frente à costa de Khoms.

Cerca de 145 pessoas foram resgatadas, mas pelo menos 110 morreram, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O papa Francisco pediu "perdão" aos ciganos em nome da Igreja pelas "discriminações, segregações, maus-tratos", durante um encontro neste domingo (2) com representantes desta comunidade na Romênia.

"Peço perdão, em nome da Igreja, ao Senhor e a vocês, pelas vezes em que, no curso da história, nós os discriminamos, maltratamos ou os olhamos mal", declarou o pontífice em um discurso dirigido à comunidade cigana da cidade de Blaj, na região central da Romênia.

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Na última etapa de sua viagem de três dias à Romênia, o papa se reuniu com integrantes da minoria cigana, que tem entre um e dois milhões de pessoas em um país com 20 milhões de habitantes, onde constituem uma comunidade pobre e com frequência marginalizada.

Francisco foi recebido por milhares de pessoas no bairro de Barbu Lautaru, construído ao redor de uma rua estreita, de casas pequenas.

Depois de saudar uma família e receber flores de um menino, o pontífice se dirigiu aos fiéis de uma pequena igreja do bairro e pediu aos ciganos que "assumam seu papel preponderante, sem ter medo de compartilhar e oferecer estas notas particulares", que são parte de sua identidade, citando seu senso de "família, de solidariedade, de hospitalidade".

Na Europa, o número de ciganos é calculado em entre 10 e 12 milhões.

Assuero Gomes, médico e escritor, publica amanhã, sexta-feira (31), seu novo livro independente “Minhas Memórias da Igreja de Olinda e Recife”. O evento de lançamento da obra será realizado na sede do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, no bairro da Boa Vista, às 19hrs.

A publicação de Gomes é consequência de mais de quatro décadas de experiências e vivências na Igreja Católica das cidades de Recife e Olinda. O livro também traz menções à Dom Hélder Câmara, ex-arcebispo das duas cidades e patrono brasileiro dos direitos humanos. Todo o valor arrecadado com a venda dos livros será revertida para a fazenda Esperança.

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O Sindicato dos Médicos de Pernambuco fica localizado na Av. João de Barros, 58, Boa Vista, na área central da capital pernambucana.

Pelo menos três pessoas morreram e várias ficaram feridas no domingo (26) em um ataque contra uma igreja católica no norte de Burkina Fasso, durante uma missa.

Apesar de a autoria do ataque não ter sido reivindicada por nenhum grupo, Burkina Fasso vem sofrendo ataques jihadistas que se tornaram recorrentes desde abril de 2015. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pessoas que estavam reunidas em comemoração de crisma - sacramento da Igreja Católica em que o fiel recebe uma unção - denunciam agressões praticadas por policiais que, segundo relatos, invadiram a residência onde o grupo estava. A pessoa que havia sido crismada é um adolescente que tem transtornos mentais. O caso aconteceu na noite do último sábado (18), em São Paulo.

Toda a confusão teria começado depois que os policiais abordaram e agrediram um adolescente em frente à residência onde estava acontecendo a comemoração religiosa. O pai do jovem crismado ouviu os gritos e interferiu a ação questionando o motivo da violência.

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Em seguida, o homem entrou em sua residência e trancou o portão. Populares que viram a ação policial confirmam que os PMs foram atrás e derrubaram a grade da casa.

Ao Diário do Nordeste, testemunhas relatam que os agentes agrediram os presentes, incluindo uma senhora de 80 anos; spray de pimenta também foi usado. Três pessoas, incluindo o pai do adolescente crismado, foram detidas e encaminhadas para a delegacia - sendo liberados três horas depois.

Em nota, a Polícia Militar explica que pessoas em uma residência jogaram pedras enquanto a viatura passava pelo local. A PM acentua que vai investigar a conduta dos policiais envolvidos no caso.

Um vídeo divulgado mostra como ficou a casa invadida. Confira

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Durante discurso para estudantes do instituto público Ennio Quirino Visconti, escola secundária clássica de Roma, o papa Francisco pediu aos jovens, neste sábado (13), no Vaticano, que se "libertem da dependência" do telefone celular, que é "como uma droga."

"Libertai-vos da dependência do celular! Por favor!", clamou Francisco. Ele explicou "que os telefones celulares são um grande progresso de grande ajuda, e é preciso usá-los, mas quem se transforma em escravo do telefone perde a sua liberdade".

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O papa lembrou que "o telefone celular é uma droga" que "pode reduzir a comunicação a simples contatos".

"A vida é comunicar e não somente simples contatos", disse Francisco, que também pediu aos estudantes que lutem contra o assédio escolar, que é como "uma guerra", e confessou que lhe dói saber que, em muitos colégios, existe este fenômeno.

Por ocasião da visita da escola ao Vaticano, o pontífice aludiu a um ensinamento de Santo Agostinho, doutor da Igreja Católica, em latim: "in interiore homine habitat veritas" – "A verdade vive no interior do homem".

Inclusão e diversidade

A escola deve educar em prol da inclusão, do respeito à diversidade e da cooperação, sublinhou o papa. Nesse contexto, o pontífice disse aos estudantes que não tenham medo "das diversidades" e lembrou que "o diálogo entre as diferentes culturas enriquece um país, enriquece a pátria, e nos faz olhar para uma terra de todos e não só para alguns".

Outro dos conselhos do papa aos meninos e meninas do instituto romano foi que "na vida afetiva são necessárias duas dimensões: o pudor e a fidelidade".

Francisco recomendou "amar com pudor e não descaradamente, e ser fiel", e acrescentou que "o amor não é um jogo e é a coisa mais bela que Deus nos doou".

Além disso, o papa aconselhou os estudantes a "nunca deixar de sonhar grande e desejar um mundo melhor para todos".

O Liceu Ennio Quirinio Visconti foi fundado em 1871, um ano após o fim do Estado Pontifício, na sede do antigo "Collegio Romano", no coração do centro histórico da Cidade Eterna.

 * Com informações da Deutsche Welle, emissora internacional da Alemanha

A Igreja católica do Japão anunciou que fará uma investigação interna sobre acusações de abuso sexual de menores por membros do clero. O comitê permanente da conferência episcopal do Japão decidiu, na semana passada, fazer uma investigação nas 16 dioceses do arquipélago, disse à AFP um porta-voz dessa instância.

No Japão, que receberá a visita do papa Francisco em novembro deste ano, a Igreja católica conta com cerca de 450.000 pessoas. Esta é a primeira visita de um papa em quase 40 anos. A última foi a de João Paulo II em 1981.

As investigações realizadas em 2002 e 2012 revelaram pelo menos cinco casos de pedofilia na Igreja católica japonesa. A nova investigação vai examinar a forma como os bispos trataram esses cinco casos e, em particular, "que sanções foram aplicadas aos envolvidos e a resposta que foi dada às vítimas", afirmou o porta-voz.

Em uma segunda etapa está previsto investigar novas acusações, indicou a fonte. No domingo, várias pessoas que afirmam terem sofrido abusos sexuais por parte de integrantes do clero se reuniram em Tóquio.

O arcebispo de Nagasaki (sudoeste), Joseph Mitsuaki Takami, assistiu à reunião e pediu perdão por não ter "conseguido fazer mais" para revelar e resolver esses casos, segundo o jornal japonês Mainichi Shimbun.

Durante missa realizada na Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, em Brasília, o bispo dom José Francisco Falcão citou a canção "É proibido proibir", de Caetano Veloso, e afirmou que gostaria de dar veneno de rato para o cantor e compositor.

A missa foi realizada no último dia 31 de março, em comemoração ao golpe militar de 64, contando com a presença de Joseita Brilhante Ustra, viúva do coronel e ex-chefe do Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) Brilhante Ustra.

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Por meio de uma nota oficial assinada por Dom Fernando Guimarães, Arcebispo Militar do Brasil, e Dom José Francisco Falcão de Barros, Bispo Auxiliar do Ordinariado Militar do Brasil, a Paróquia Militar diz que "em nenhum momento do transcurso da Missa falou-se de 'ditadura' ou de 'golpe' ou se agradeceu a Deus por outro motivo senão pelos novos promovidos", a igreja acentua também que "em nenhum momento do transcurso da Missa fez-se alusão ao nome de qualquer cantor ou compositor".

Caetano Veloso, até a publicação dessa matéria, não se pronunciou. Sua mulher e produtora, Paula Lavigne, comentou o caso no Twitter. "Ainda bem q Dona Canô não está viva pra ver isso! Q vergonha pra igreja católica, um Padre querer matar uma pessoa? O q está acontecendo? Coitado de @caetanoveloso ainda ter q passar por isso depois de tudo q viveu na ditadura militar?!!"!!! #Chocada", postou Lavigne.

Em um show realizado na Argentina no último dia 31, o artista aproveitou o momento para erguer faixas com os dizeres "Ditadura Nunca Mais", em repúdio às menções a favor da ditadura e do golpe militar de 1964.

Confira a nota da Arquidiocese Militar do Brasil na íntegra

A respeito da matéria “Missa pela ditadura tem generais, viúva de Ustra e críticas a Caetano”, publicada pela edição eletrônica de VEJA, de 1º de abril de 2019, a Arquidiocese Militar do Brasil tem a dizer:

A referida Missa, celebrada na Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, em Brasília (DF), no dia 31 de março de 2019, às 19h30, foi em ação de graças pelas promoções dos oficiais generais do Exército Brasileiro. Tais promoções ocorrem na referida data desde a década de sessenta do século passado;

A Missa de ação de graças a Deus pelos oficiais generais promovidos é uma tradição em todas as capelanias e paróquias militares católicas, dentro e fora do Distrito Federal, desde o século passado;

Sendo dia de domingo numa Paróquia militar, é natural a presença de militares ou familiares de militares na celebração da Eucaristia;

Em nenhum momento do transcurso da Missa falou-se de “ditadura” ou de “golpe” ou se agradeceu a Deus por outro motivo senão pelos novos promovidos, um dos quais, o Gen. de Divisão Ayres, usou da palavra para agradecer a Deus;

Em nenhum momento do transcurso da Missa fez-se alusão ao nome de qualquer cantor ou compositor;

No transcurso da homilia, gravada em áudio, que comentou exclusivamente as leituras litúrgicas, ao se falar da atitude do filho pródigo ao abandonar a casa do Pai, em busca de uma liberdade sem proibição, aludiu-se ao correto significado de “liberdade”, que comporta um conjunto de restrições, portanto de proibições; de fato, dos dez mandamentos da Lei de Deus, seis são proibições. Daí que, na visão cristã, não se pode falar de “liberdade” e, ao mesmo tempo, de “proibição à proibição”;

Os cristãos procuram pautar sua conduta pela obediência à Verdade (1Pedro 1, 22), como de fato ela é.

Brasília, DF, 1º de abril de 2019

Dom Fernando Guimarães

Arcebispo Militar do Brasil

Dom José Francisco Falcão de Barros

Bispo Auxiliar do Ordinariado Militar do Brasil

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