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Na tarde deste sábado, 27, o Papa Francisco presidiu o oitavo Consistório de seu pontificado, criando 20 novos cardeais, dos quais 16 têm menos de 80 anos e serão, portanto, eleitores em um futuro Conclave. Há quatro não eleitores, por terem ultrapassado o limite de idade. Entre os novos cardeais estão dois brasileiros, o arcebispo de Brasília, dom Paulo Cezar Costa e o arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner.

Um a um, os novos cardeais se aproximaram da cadeira do papa para receber os símbolos do cardinalato de joelhos: solidéu vermelho, barrete, anel, a bula com a atribuição do título/diaconia. Pela primeira vez, quatro países estarão representados no Colégio Cardinalício: Mongólia, Paraguai, Cingapura e Timor Leste.

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Na homilia, o Papa falou do espírito que deve animar a missão dos cardeais: abertura a todos os povos da terra e atenção aos pequenos, aqueles que são grandes diante de Deus. "Um cardeal ama a Igreja, sempre com o mesmo fogo espiritual, tanto nas grandes questões como nas pequenas; tanto no encontro com os grandes deste mundo, como com os pequenos, que são grandes diante de Deus."

Também foi votada a causa de canonização de dois beatos: João Batista Scalabrini, bispo de Piacenza, fundador da Congregação dos Missionários de São Carlos e da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, mais conhecidos como Scalabrinianos; e Artêmides Zatti, leigo professo dos Salesianos.

Na segunda e na terça-feira, 29 e 30, o papa convocou uma reflexão de cardeais de todo o mundo sobre a nova "Constituição Apostólica Praedicate Evangelium", promulgada em 19 de março passado e que contém e sistematiza muitas reformas já implementadas nos últimos anos na Cúria Romana. A Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou pela manhã os detalhes sobre as participações e a organização dos trabalhos. Em um comunicado, lê-se que dos 197 atualmente considerados presentes, além dos cardeais, estarão os patriarcas orientais e os superiores da Secretaria de Estado.

Muitos consideram que o evento pode ser um "pré-conclave", já considerando a possibilidade de uma renúncia de Francisco. Neste sábado, os purpurados presentes no Vaticano foram unânimes em desconsiderar esta visão. "Eu não acredito nesses boatos, ainda mais agora que o vi pessoalmente. Teremos o papa Francisco por muito tempo ainda", afirmou o arcebispo emérito de Cartagena das Índias (Colombia), Jorge Enrique Jiménez Carvajal. "O santo padre está lúcido, de boa saúde. Me disse apenas sentir uma certa dor no joelho, mas o vi com total capacidade de exercer suas funções."

O cardeal canadense Marc Ouellet, que ocupa um alto cargo no governo do Vaticano, foi acusado de abuso sexual em uma ação coletiva envolvendo mais de 80 membros da diocese de Quebec, tornada pública nesta terça-feira (16).

O clérigo, atual prefeito da Congregação para os Bispos, é acusado de ter tocado de maneira inadequada uma estagiária entre 2008 e 2010, enquanto era arcebispo de Quebec, segundo documentos da ação legal, admitida pelo Tribunal Superior dessa província francófona em maio.

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As revelações são divulgadas três semanas após uma visita do Papa Francisco ao Canadá, durante a qual ele se desculpou pelos abusos perpetrados por membros da Igreja em internatos para indígenas.

Procurada pela AFP, a diocese de Quebec afirmou ter "tomado nota das acusações contra o cardeal Marc Ouellet" e não querer "fazer absolutamente nenhum comentário sobre o tema".

As acusações estão entre os depoimentos de 101 pessoas "que foram agredidas sexualmente" por membros do clero e funcionários leigos entre junho de 1940 e os dias atuais, apontam os documentos judiciais.

No caso de Marc Ouellet, uma mulher identificada pela letra "F." afirma ter sido abusada várias vezes pelo cardeal. Segundo sua denuncia, Ouellet supostamente a "beijou" e "deslizou a mão" por suas costas "até as nádegas" em 2010.

Em fevereiro, durante um importante simpósio no Vaticano que contou com a presença do Papa Francisco, o cardeal Ouellet fez alusão ao "drama dos abusos sexuais cometidos por clérigos" e criticou os "comportamentos criminosos encobertos durante muito tempo para proteger a instituição". "Estamos todos divididos e humilhados por essas questões cruciais, que nos desafiam todos os dias como membros da Igreja", disse na época.

As reformas divulgadas na sexta-feira, 5, pelo papa Francisco que reduzem a autonomia e a independência formal da congregação Opus Dei pretendem agir também sobre polos de concentração de poder dentro da Igreja Católica e promover integração entre grupos diferentes nas dioceses. Essa é a análise de estudiosos sobre o documento papal Ad carisma tuendum (Para tutelar o carisma).

O Opus Dei havia sido elevado em 1982 pelo papa João Paulo II à categoria de prelazia pessoal, ou seja, uma parte da Igreja estruturada de modo hierárquico, com um prelado (dirigente), sacerdotes e diáconos. Esse privilégio, único no mundo, equiparava a congregação a uma diocese, embora ela não tivesse um território específico. O papa mudou o status do prelado, que não será mais distinguido com o cargo de bispo e não poderá usar anel ou veste episcopal. A partir de agora, seu título será "protonotário apostólico supernumerário".

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Pelo documento, a medida pretende que a forma de governo do Opus Dei seja "baseada mais no carisma do que na autoridade hierárquica". Carisma pode ser entendido como o próprio espírito e o DNA da instituição, que deve estar acima dos cargos formais.

Reação

Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), observa que as mudanças sobre o Opus Dei fazem parte de um processo para aumentar a colegialidade e diminuir a influência dos polos de concentração de poder. "Dentro dessa lógica, as mudanças retiram do prelado a posição de bispo, o que leva à necessidade de uma integração maior da organização como um todo com os bispos diocesanos", afirma o professor.

Essa é a mesma avaliação de Rodrigo Coppe, professor do programa de pós-graduação em Ciências da Religião da PUC Minas. "É uma tentativa de tirar autonomia do grupo."

Neto observa, no entanto, que a maior dificuldade dentro das dioceses não é de ordem formal, mas sim de capacidade de articulação de grupos diferentes. "Em geral, os participantes e simpatizantes do Opus Dei já vivem uma integração com suas dioceses. Onde as dioceses têm essa capacidade de articulação, o Opus Dei já se mostra integrado. Onde as dioceses não têm essa capacidade, a mudança formal terá pouco efeito prático."

Além da mudança no status do prelado, o Opus Dei passará a se reportar ao Dicastério para o Clero, divisão administrativa da Cúria Romana que analisa temas relacionados a padres e diáconos e supervisiona a educação religiosa dos católicos. A instituição também deverá apresentar um relatório anual sobre o "desenvolvimento de seu trabalho apostólico". Até agora, a Obra, como também é conhecido o Opus Dei, só tinha de entregar um documento semelhante a cada cinco anos à Congregação para os Bispos, órgão do Vaticano a que estava vinculado.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Papa Francisco chegou nesta sexta-feira a Nunavut, no Ártico canadense, escala final de sua viagem para pedir perdão pelos abusos contra crianças indígenas ocorridos em internatos da Igreja Católica.

O pontífice, 85, viajou ao vasto território da capital de Nunavut, Iqaluit, que significa "lugar de muitos peixes". Ali, reuniu-se pela primeira vez com sobreviventes de internatos que abrigavam crianças indígenas retiradas de seus pais e obrigadas a abandonar seu idioma e cultura nativos.

Os moradores de Iqaluit, onde pequenas casas se alinham na costa rochosa do oceano, ouviram atentamente as palavras do Papa. "Ele tomou a iniciativa de vir a Nunavut e se desculpar, acho que isso é uma grande coisa", disse à AFP Evie Kunuk, 47, que vivie em Iqaluit, comunidade de pouco mais de 7 mil habitantes. "Esta visita é importante para Iqaluit, porque muitas pessoas daqui foram para os internatos."

"Esta visita está criando um rebuliço", comentou Steve Philippe, 52, morador de Quebec, que viajou até Iqaluit para ver o pontífice e estava entre a multidão que aguardava a sua aparição. A recepção foi "um pouco morna. Talvez as expectativas fossem muito altas, mas acredito que seja um passo na direção correta."

- 'Deveriam estar fazendo mais' -

Desde o fim do século XIX até a década de 1990, o governo do Canadá enviou de maneira forçada cerca de 150 mil crianças indígenas a internatos sob responsabilidade da Igreja Católica. Muitas sofreram abusos físicos e sexuais e acredita-se que milhares morreram de desnutrição, doenças, maus tratos e negligência.

Ao iniciar sua visita ao Canadá na última segunda-feira, o Papa pediu publicamente desculpas pelos abusos. Muitos sobreviventes disseram que esse pedido de perdão foi alentador, mas para outros foi apenas o começo de um processo de cura e reconciliação.

"Deveriam estar fazendo mais com orientação, centros de bem-estar, de recuperação", disse a moradora de Iqaluit, Israel Mablick, de 43 anos e sobrevivente de uma dessas escolas.

Outros afirmaram que o Papa não mencionou expressamente os abusos sexuais contra crianças das Primeiras Nações, inuits e métis e em Iqaluit vários advertiram o mesmo.

Francisco não "reconheceu o papel institucional da Igreja Católica Romana na proteção dos abusadores", disse Kilikvak Kabloona, diretora de uma organização inuit em Nunavut.

"Essa proteção permite que cresça a violência sexual e esperamos uma desculpa pelos abusos sexuais", disse.

Espera-se também que seja solicitado ao papa que se ocupe do caso do sacerdote fugitivo francês Johannes Rivoire, de 93 anos, acusado de abusar de crianças inuits em Nunavut, antes de ir para a França.

Este ano, a polícia do Canadá emitiu uma nova ordem de prisão contra ele e uma delegação da comunidade inuit pediu a Francisco que intervenha. "O Papa é o líder da Igreja Católica e pode pedir que Rivoire responda às acusações", disse Kasbloona.

O líder espiritual de 1,3 bilhões de fiéis começou na segunda-feira sua viagem de seis dias no oeste do Canadá, locomovendo-se principalmente de cadeira de rodas, devido a problemas em seu joelho direito.

No começo desta sexta-feira, o Papa discursou na cidade de Quebec para uma delegação de povos indígenas, a quem disse que voltaria "para casa muito enriquecido". "Também me sinto parte de vossa família."

O papa Francisco pediu perdão, nesta segunda-feira (25), "pelo mal que tantos cristãos cometeram contra os povos indígenas" do Canadá, no primeiro dia de uma visita centrada em abordar décadas de abusos cometidos em instituições católicas.

O arrependimento do líder religioso foi recebido com aplausos por uma multidão de nativos de grupos como Primeiras Nações, Metis e Inuit, reunidos em Maskwacis, onde crianças indígenas foram retiradas de suas famílias e submetidas ao que é considerado um "genocídio cultural".

"Peço perdão pela maneira como muitos membros da Igreja e das comunidades religiosas cooperaram, também por meio da indiferença, com esses projetos de destruição cultural e assimilação forçada", declarou o pontífice argentino, de 85 anos, que leu sentado sua mensagem.

"As políticas de assimilação e desvinculação, que também incluíam o sistema de escolas residenciais, foram nefastas para os povos dessas terras", reconheceu.

A emoção dos presentes era palpável durante seu discurso em Maskwacis, província de Alberta, cerca de cem quilômetros ao sul de Edmonton, onde se encontra o antigo internato de Ermineskin, um dos maiores do Canadá, em atividade de 1895 a 1975.

Centenas de pessoas, muitas vestidas com trajes tradicionais, se juntaram ao primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e Mary Simon, a primeira governadora-geral indígena do país, no ato. As lideranças indígenas apresentaram e colocaram no papa um tradicional cocar de penas.

"O lugar onde nos encontramos ecoa um grito de dor, um clamor sufocado que me acompanhou durante esses meses", disse Francisco, mencionando os "abusos físicos, psicológicos e espirituais" sofridos pelas crianças.

Vários conselheiros estiveram no local para dar apoio emocional. Pouco antes, voluntários distribuíram pequenos sacos de papel para "recolher as lágrimas".

- Lágrimas de amor -

"As Primeiras Nações acreditam que se chorar, você chora amor, você guarda as lágrimas em um pedaço de papel e as coloca de volta nesta bolsa", explicou Andre Carrier, da Federação Manitoba Metis Federation, antes do discurso do papa.

Os voluntários recolherão as bolsas e depois as queimarão com uma oração especial "para devolver as lágrimas de amor ao Criador", disse.

Desde o final do século XIX até a década de 1990, o governo do Canadá enviou em torno de 150.000 crianças para 139 internatos dirigidos pela Igreja, as separando de suas famílias, língua e cultura. Muitos alunos sofreram abusos físicos e sexuais por diretores e professores.

Acredita-se que esse sistema de assimilação cultural causou a morte de ao menos 6.000 menores por doenças, desnutrição, negligência ou abusos.

Uma delegação de indígenas viajou para o Vaticano em abril e se reuniu com o papa, que se desculpou formalmente por esse passado.

Mas pedir perdão em solo canadense tem um significado enorme para os sobreviventes e suas famílias, para quem a terra de seus ancestrais é de particular importância.

O argentino visitará também a igreja do Sagrado Coração dos Primeiros Povos de Edmonton, onde pronunciará um segundo discurso para as comunidades indígenas.

Para choque do Canadá e reconhecimento de um passado sombrio, mais de 1.300 sepulturas sem identificação foram descobertas nos locais dos antigos internatos desde maio de 2021.

O governo canadense, que indenizou ex-alunos com milhões de dólares, desculpou-se oficialmente há 14 anos por ter criado essas escolas para "matar o indígena no coração da criança".

Depois do governo, a Igreja Anglicana também pediu desculpas. Já a Igreja Católica, encarregada de mais de 60% destas escolas, recusou-se a fazer o mesmo inicialmente.

- Viagem de cura -

O Canadá está lentamente abrindo os olhos para esse passado descrito como "genocídio cultural" por uma comissão nacional de inquérito.

Esperada por muito tempo, a visita papal, que se estenderá por seis dias, gera esperança entre alguns sobreviventes e suas famílias. Muitos também esperam gestos simbólicos, como a restituição de objetos de arte indígenas mantidos no Vaticano por décadas.

Na terça-feira, o papa celebrará uma missa no estádio Commonwealth de Edmonton onde cerca de 65.000 pessoas são esperadas, antes de seguir para o lago Sainte-Anne, local de uma importante peregrinação anual. Na quarta-feira, o pontífice visitará Quebec antes da última etapa da viagem, na sexta-feira em Iqaluit (Nunavut), cidade do norte canadense, no arquipélago ártico.

Enfraquecido por dores nos joelhos, o jesuíta argentino apareceu em uma cadeira de rodas durante sua chegada a Edmonton, no domingo. Sua agenda foi acomodada para evitar grandes viagens devido ao seu estado de saúde, segundo os organizadores.

O Papa Francisco partiu para o Canadá neste domingo (24)para uma visita de seis dias durante a qual se espera que ele peça desculpas aos sobreviventes indígenas de abusos em escolas residenciais administradas pela Igreja Católica.

O avião do Papa decolou de Roma pouco depois das 09h00 hora local (04h00 no horário de Brasília). Em uma cadeira de rodas, o pontífice argentino de 85 anos, que sofre com o joelho direito, teve que usar uma plataforma elevatória para embarcar, segundo um jornalista da AFP que o acompanha.

A "peregrinação penitencial", como o pontífice a descreveu, é vista como um passo importante para enfrentar o escândalo global de abuso sexual infantil por parte do clero e décadas de encobrimento.

Antes de sua partida, o papa enviou uma mensagem no Twitter em inglês e francês para seus "queridos irmãos e irmãs no Canadá".

“Venho entre vocês para me encontrar com os povos indígenas. Espero que, com a graça de Deus, minha peregrinação penitencial possa contribuir para o caminho de reconciliação já iniciado. Por favor, acompanhe-me com a oração”, escreveu.

Francisco começará sua 37ª viagem internacional desde que se tornou pontífice em Edmonton, na província ocidental de Alberta, antes de seguir para a cidade de Quebec e depois para Iqaluit, cidade mais ao norte do país.

O pontífice pretende reiterar as desculpas feitas às delegações canadenses que visitaram o Vaticano em abril. É importante para as comunidades indígenas que o pedido de perdão seja feito em solo canadense, pois a terra de seus ancestrais é de particular importância para eles.

A descoberta, desde o ano passado, de centenas de restos mortais de crianças indígenas em sepulturas sem identificação no local das escolas públicas administradas pela Igreja Católica forçou o Canadá a enfrentar sua política fracassada de assimilação forçada.

Da mesma forma, destacou o papel da igreja no que uma comissão nacional de verdade e reconciliação chamou de "genocídio cultural".

Cerca de 150.000 crianças das Primeiras Nações, Metis e Inuit foram matriculadas desde o final do século XIX até a década de 1990 em 139 escolas residenciais, onde passaram meses ou anos isoladas de suas famílias, idioma e cultura. Muitos deles foram abusados física e sexualmente por diretores e professores. Acredita-se que milhares morreram de doenças, desnutrição ou negligência.

Em maio de 2021, mais de 1.300 sepulturas não marcadas foram descobertas nos locais das antigas escolas.

Francisco começa sua peregrinação na segunda-feira com uma parada na cidade de Maskwacis, cerca de 100 quilômetros ao sul de Edmonton, que abriga uma das maiores escolas residenciais do Canadá.

Uma multidão esperada de cerca de 15.000 pessoas, incluindo ex-alunos de todo o país, assistirá ao seu discurso.

A Igreja Católica venezuelana informou nesta quarta-feira (6) que abriu uma investigação sobre os casos de abuso sexual cometidos contra menores por parte de membros da instituição, após a reportagem do jornal americano The Washington Post sobre a readmissão de padres condenados.

“Nos sentimos profundamente consternados e magoados diante das situações de abuso”, disse o primeiro vice-presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, Mario Moronta, em coletiva de imprensa, na qual garantiu que a Igreja “colaborou para o esclarecimento dos fatos”.

“Os bispos não se opuseram nem se opõem à atuação dos órgãos competentes da justiça civil nessa questão dos abusos”, ressaltou o religioso. Segundo ele, essa investigação levará “meses ou muito mais tempo”.

“É preciso verificar todos os dados, não apenas das vítimas, mas também de outras pessoas”, afirmou. “Mantemos os dados [de abusos na investigação] em confidencialidade por respeito às vítimas, mas também porque estamos fazendo um estudo bastante sério a respeito”, explicou.

The Washington Post publicou há duas semanas uma investigação de 10 casos que “envolvem denúncias de abuso sexual infantil” por parte de sacerdotes na Venezuela. O jornal descobriu que metade dos condenados por abuso entre 2001 e 2022 “foram libertados antes do tempo” ou “não cumpriram nenhum” tempo na prisão, e que foi permitido o retorno de ao menos três deles ao ministério.

De acordo com a Conferência Episcopal, as denúncias desses casos estão sendo tratadas em suas respectivas dioceses, onde estão sendo realizados este ano procedimentos penais e administrativos, além de suspensões.

“Cada diocese é autônoma, compartilhamos informações (...), mas quando há um caso, é diretamente com o Vaticano e há um relatório para a Conferência Episcopal”, explicou Moronta, que acrescentou que só a Santa Sé pode agir e decidir sobre o futuro do religioso acusado.

O jornal americano relatou casos nos estados venezuelanos de Zulia, Falcón, Anzoátegui, Mérida e Lara, onde um padre condenado a sete anos por abusar sexualmente de um menino de seis anos não finalizou sua pena e voltou à igreja.

“Ele foi suspenso ao longo deste ano e, em todo caso, há um processo judicial contra ele”, justificou Moronta.

A Igreja Católica foi abalada por centenas de acusações e revelações de abusos sexuais cometidos por sacerdotes em todo o mundo, com um alto impacto na América Latina.

A Conferência Episcopal da Venezuela disse que está trabalhando em uma “comissão de prevenção”, com oficinas e cursos, e que impôs medidas como proibir que crianças vivam em casas paroquiais e convidar os pais para as catequeses de seus filhos.

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O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, presidiu, nesta quinta-feira (16), a missa de Corpus Christi, liturgia tradicional da Igreja Católica. É nesta data que fiéis celebram o sacramento da Eucaristia e peregrinam por todo o Brasil. A missa deste ano foi presidida na Igreja Madre de Deus, no Recife Antigo, sendo iniciada às 10h. Cerca de 1.500 pessoas já estavam presentes no local no início da celebração.

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Após a benção do Santíssimo Sacramento, realizada por volta das 11h30, foi iniciada a procissão pelo Centro do Recife, que deve seguir o seguinte roteiro: saída da igreja Madre de Deus pela avenida Marquês de Olinda, Ponte Maurício de Nassau, Rua 1º de Março, Praça do Diário e Avenida Dantas Barreto, até a Igreja Santo Antônio do Santíssimo Sacramento, para a benção final.

Para os fiéis que não puderem acompanhar a solenidade pessoalmente, houve transmissão pelo canal oficial da arquidiocese no YouTube.

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Tapete de Corpus Christi no Grande Recife

- Na Paróquia de Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife, o tapete fica montado o dia todo, até a missa presidida à noite. O pároco é o padre João Carlos Magalhães.

- Na Paróquia da Torre, na Zona Norte do Recife, o tapete foi montado pelos fiéis na quarta-feira (15) e fica intacto até às 18h desta quinta-feira (16), quando será pisado pela procissão do Santíssimo. O administrador paroquial é o padre Luciano Brito.

- Na Paróquia Dom Bosco, em Caetés, Abreu e Lima, a missa será às 19h30. O forte da paróquia, no entanto, são as procissões: das pequenas capelas até as igrejas maiores.

Neste domingo (17), dia em que é celebrada a Páscoa e a ressurreição de Jesus, segundo a fé cristã, alguns líderes da igreja Católica usaram as redes sociais para mandar mensagens aos seus fiéis. Entre eles, padres 'artistas' como Marcelo Rossi e Fábio de Melo, e até mesmo o Papa Francisco, aproveitaram os canais digitais para celebrar a data. 

Em vários idiomas, entre eles o português, o Papa Francisco falou sobre a paz e sua importância. “Deixemo-nos vencer pela #paz de Cristo! A paz é possível, a paz é um dever, a paz é responsabilidade primária de todos“. Já o Padre Fábio de Melo publicou um vídeo falando que "a dinâmica da vida cristã é Pascal".

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O Padre Marcelo Rossi compartilhou fotos da missa realizada por ele neste domingo (17) e celebrou: "Jesus ressuscitou. Ele vive". Já o Padre Patrick desejou que "a alegria da ressurreição" estivesse no coração de todos e o Padre Reginaldo Manzotti, mencionando "o salmista", disse que este é "o dia que o Senhor fez para nós". 

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O papa Francisco defendeu neste domingo (17) o acesso "livre" aos lugares sagrados de Jerusalém, onde nos últimos dias confrontos entre fiéis muçulmanos e forças israelenses deixaram dezenas de feridos na Esplanada das Mesquitas.

"Que os israelenses, os palestinos e todos os habitantes da Cidade Santa, juntamente com os peregrinos, possam experimentar a beleza da paz, viver em fraternidade e acessar livremente os Lugares Sagrados, respeitando mutuamente os direitos de cada um", disse o papa na tradicional benção "Urbi et Orbi" do domingo de Páscoa, proferida da varanda da Basílica da Praça de São Pedro.

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O pontífice também rezou por "paz para o Oriente Médio, devastado por anos de divisão e conflito".

Neste domingo, uma dúzia de pessoas ficaram feridas em tumultos entre manifestantes palestinos e policiais israelenses em torno da Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro lugar sagrado do Islã que já foi palco de violentos confrontos na sexta-feira.

Esses incidentes ocorrem quando a missa cristã da Páscoa é celebrada neste domingo, e as orações para Pessach, a Páscoa judaica, e para o mês muçulmano do Ramadã na Cidade Velha de Jerusalém, um centro às vezes conflituoso onde as três religiões monoteístas coincidem.

A Igreja Católica conta com 1,34 bilhão de fiéis em todo o mundo, um número que cresceu em todos os continentes, com exceção da Europa, segundo as estatísticas publicadas nesta quinta-feira (21) pelo Vaticano.

Em 31 de dezembro de 2019, o número de católicos chegava a 1.344.403.000, ou seja 15.410.000 pessoas a mais em relação ao ano anterior, segundo os dados coletados pela agência Fides, o órgão de informação dos missionários católicos.

Em 2009, dez anos atrás, a agência Fides contabilizou 1.180.665.000 católicos.

A Europa registrou uma queda de 292.000, enquanto a África registrou o maior aumento (+8,3 milhões), seguida pelas Américas (+5,3 milhões), Ásia (+1,9 milhão) e Oceania (+118.000).

Nas Américas, não foi especificada a quantidade para América do Norte e do Sul.

No total, os católicos representam 17,74% da população mundial, calculada em 7.577.777.000.

O número de padres foi estabelecido em 414.336 (+271 em relação a 2018), mas diminuiu na Europa (-2.608), América (-690) e Oceania (-69).

Já África (+1,649) e Ásia (+1,989) registraram um aumento dos padres, o que confirma que o futuro da Igreja se encontra nesses dois continentes e compensa o declínio na Europa e nas Américas.

Há dez anos, em 2009, Fides fez a mesma observação sobre a Europa, com uma queda do número de padres (-1.674).

Novamente foi registrada uma crise vocacional, já que o número de seminaristas está em 114.058, com uma queda de 1.822. Somente a África registrou um aumento (+509).

A Igreja Católica foi abalada nos últimos anos por vários escândalos de abusos sexuais contra menores cometidos por religiosos.

As estatísticas foram retiradas do último "Anuário Estatístico da Igreja" e oferecem uma visão geral da Igreja Católica no mundo, devido à 95ª Jornada Mundial dos Missionários que se acontece no domingo.

Em um dos pontos de sua mensagem para o encontro mundial dos movimentos populares neste sábado (16), o papa Francisco elogiou os atos antirracistas que surgiram nos Estados Unidos após a morte de George Floyd.

"Sabem o que vem na minha mente agora, com os movimentos populares, quando penso no Bom Samaritano? Os protestos pela morte de George Floyd. Claro que esse tipo de reação contra a injustiça social, racial ou machista pode ser manipulada ou instrumentalizada por maquinações políticas ou coisas do tipo. Mas, o essencial é que ali, naquela manifestação contra aquela morte, havia o 'samaritano coletivo', que não era nada estúpido", disse aos participantes do encontro.

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Para Francisco, as manifestações do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) não tiveram dúvida em agir "quando viram que a ferida da dignidade humana foi atingida por um abuso de poder".

"Os movimentos sociais são, além de poetas sociais, 'samaritanos coletivos'", acrescentou.

Os atos contra do assassinato de George Floyd pelo policial branco Derek Chauvin, no dia 25 de maio de 2020, se espalharam por todos os Estados Unidos e também para outros continentes.

Além de protestar contra a morte, os manifestantes queriam pedir mudanças na polícia e alertar para o racismo estrutural que existe na sociedade.

Da Ansa

O papa Francisco recebeu, neste domingo (10), no Vaticano, a freira colombiana Gloria Cecilia Narváez, que foi libertada no sábado (9) depois de ter sido sequestrada por extremistas islâmicos em 2017 no Mali, anunciou o porta-voz da Santa Sé.

"Esta manhã, antes da celebração da Santa Missa de abertura do Sínodo dos Bispos, o papa saudou a irmã colombiana Gloria Cecilia Narváez, sequestrada em 2017 e recentemente libertada", disse Matteo Bruni em um breve comunicado.

De acordo com a agência especializada do Vaticano I-media, após a celebração, o papa Francisco foi até ela para abençoá-la.

A irmã Gloria Cecilia Narvaez foi mantida refém com o padre italiano Pierluigi Maccalli, que foi libertado no ano passado, de acordo com a mesma fonte.

Originária do departamento de Nariño, no sudoeste da Colômbia, a irmã Gloria integrava a congregação suíça das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada, criada em 1893 no país sul-americano e com presença em 17 países.

Ela foi sequestrada em 7 de fevereiro de 2017 perto da cidade de Koutiala, 400 quilômetros a leste da capital, Bamako. Na época, trabalhava como missionária havia seis anos na paróquia de Karangasso.

De acordo com a presidência do Mali, sua libertação foi fruto de "quatro anos e oito meses de esforços combinados dos serviços de inteligência".

"Agradeço às autoridades do Mali, ao presidente, a todas as autoridades do Mali, pelo esforço que fizeram para que fôssemos libertados, que Deus os abençoe, que Deus abençoe o Mali", disse a freira no sábado em declarações à televisão estatal ao lado do presidente interino do Mali, o coronel Assimi Goita, e do arcebispo de Bamako, Jean Zerbo.

"Estou muito feliz por ter tido boa saúde por cinco anos, graças a Deus", acrescentou a freira de 59 anos.

O arcebispo Zerbo assegurou à AFP que a freira "está bem". "Rezamos muito pela sua libertação. Agradeço às autoridades do Mali e a outras pessoas boas que tornaram possível esta libertação", acrescentou. A freira embarcou em um avião para Roma na noite de sábado.

- Anos de negociações -

Uma fonte próxima à delegação que trabalhou pela libertação de Narváez garantiu à AFP que a freira não foi maltratada durante o sequestro e que ela conheceu o Alcorão. "Não vamos dar detalhes. As negociações duraram meses, anos", acrescentou a fonte.

A vice-presidente e ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, disse estar feliz com a libertação, que atribuiu ao governo e a um trabalho de "múltiplas conversas e pedidos de ajuda internacional" com vários líderes da África e da França.

De acordo com a polícia colombiana, seis comissões foram para Gana e Mali durante os quatro anos de cativeiro.

Em diferentes entrevistas à AFP, alguns colaboradores próximos de Narváez manifestaram negligência por parte do governo no caso da freira sequestrada. A mãe da freira faleceu em setembro de 2020 aguardando a libertação de sua filha.

Os sequestros são comuns no Mali, mergulhado numa grave crise de segurança, especialmente no centro do país, um dos focos da violência islamita. Desde março de 2012, várias áreas são controladas por grupos ligados à rede Al-Qaeda.

O presidente Aissimi Goita aproveitou a libertação de Narváez para garantir a seus cidadãos e à comunidade internacional que "está trabalhando muito" para libertar todas as pessoas sequestradas neste país do Sahel.

Durante o cativeiro, quatro evidências de que Narváez estava viva foram reveladas, segundo a polícia colombiana. A última foi uma carta datada de 3 de fevereiro de 2021 e divulgada em julho por seu irmão Edgar.

Num documento de "onze linhas, de próprio punho, com letras maiúsculas porque sempre usou maiúsculas", a freira implorava por sua libertação.

Segundo a polícia colombiana, "embora publicamente" o grupo que a mantinha cativa não exigisse "determinada cifra, foi possível estabelecer que o objetivo final" era "econômico".

Em recente entrevista à AFP, a irmã Carmen Isabel Valencia, superiora das Irmãs Franciscanas de Maria Imaculada, destacou a "coragem" da freira na hora do sequestro.

De acordo com Valencia, homens armados estavam prestes a sequestrar duas freiras mais jovens, mas Narváez se entregou aos sequestradores dizendo "eu sou a superiora, me levem".

"Ela é uma mulher de uma qualidade humana muito especial, da mais alta qualidade humana, sacrificada para morrer, movida pelo amor pelos pobres", disse Valencia.

O papa Francisco pediu, neste domingo (26), "um mundo cada vez mais inclusivo", por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.

"É necessário caminhar juntos, sem preconceitos e sem medo, ao lado daqueles que são mais vulneráveis: migrantes, refugiados, deslocados, vítimas do tráfico e abandonados", declarou o papa de uma janela do palácio apostólico na Praça São de Pedro, após a tradicional oração do Angelus.

"Somos chamados a construir um mundo cada vez mais inclusivo, que não exclua ninguém", disse.

"Uno-me àqueles que, em diferentes partes do mundo, estão celebrando este dia", disse o pontífice ao saudar as numerosas comunidades estrangeiras na Praça de São Pedro.

O papa, que vem de uma família de emigrantes italianos radicados na Argentina, fez do acolhimento dos migrantes um dos principais temas de seu pontificado, iniciado em 2013.

Ele pediu aos fiéis e turistas que fossem contemplar uma escultura monumental instalada na Praça de São Pedro em setembro de 2019 e representando 140 emigrantes de vários países, religiões e épocas históricas, em um barco.

"Antes de deixar a praça, convido-os a se aproximarem daquele monumento ali, onde está o Cardeal Czerny: o barco com os migrantes, e parar e olhar para aquelas pessoas e ver naquele olhar a esperança que todo migrante tem hoje de começar a viver novamente. Vão até lá. Vejam esse monumento. Não fechemos as portas à sua esperança".

Um pouco antes, o papa havia denunciado o "fechamento", que considera a "raiz de muitos males da história, do absolutismo que muitas vezes gerou ditaduras e de muitas violências contra os diferentes".

Nesta sexta-feira (16), celebra-se o dia de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife. Vivendo em um momento de pandemia da Covid-19, boa parte dos devotos foram aos pés da santa agradecer a cura da doença, que já matou mais de 18 mil pernambucanos.

Viviane de Lima, 27 anos, revela que toda a sua família foi contaminada pela Covid-19. No entanto, a jovem acredita que a fé e devoção em Nossa Senhora do Carmo fez com que nenhum familiar enfrentasse uma situação mais grave provocada pela doença, conseguindo todos saírem curado dessa “batalha”. 

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“Todos tiveram a Covid-19, mas graças a Deus e a nossa senhora pegamos os sintomas mais leves e a gente saiu dessa. Acredito que a fé da gente ajuda a passar por isso - sem a fé a gente não estaria nem aqui hoje”, assegura.

Sua mãe, Ana Cristina, de 53 anos, é mais uma devota que, mesmo com receio da multidão, foi até a praça do Carmo agradecer, não só pela sua vida, mas principalmente pela saúde do meu esposo, que teve os sintomas mais graves da Covid-19, chegando a ser socorrido e entubado duas vezes neste ano.

“Eu fui assintomática, mas meu marido foi quem teve bem forte mesmo. Na época, eu pedi intercessão de Nossa Senhora do Carmo para curar e hoje eu estou aqui agradecendo. É muito importante agradecer porque hoje meu marido está bem e já voltou até a trabalhar”, revela. 

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Pernambuco ultrapassou, nesta sexta-feira (16), 577 mil casos da Covid-19 e dona Arleide Alexandre de Carvalho, 61 anos, foi aos pés da santa agradecer por ter passado todo esse período pandêmico sem ter se infectado, o que considera mais importante: está curada do câncer de mama que enfrentou durante algum tempo.

“Foi Nossa Senhora quem me proporcionou essa graça de estar em pé. Sou devota desde que nasci e tudo o que eu peço ela intercede ao filho dela e ele me dá e por isso eu só vim agradecer hoje”, pontua. 

Mudanças provocadas pela Covid-19

Por conta da Covid-19, algumas mudanças foram feitas para celebrar o 324º aniversário de Nossa Senhora do Carmo. Para a realização do evento, a arquidiocese de Recife e Olinda diminuiu o número das celebrações religiosas, passando de 100 para 55 celebrações. O acesso ao templo também foi reduzido para 30% da capacidade da igreja, o que corresponde a 120 devotos participando de cada cerimônia. 

No dia dedicado à santa foram realizadas cinco missas ao longo do dia. No horário da manhã ás 5h, 8h, e às 10h, Santa Missa Solene de Encerramento, com a presidência do arcebispo metropolitano de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. No período da tarde foram realizadas outras duas celebrações, às 13h e 16h.

O papa Francisco não presidirá a missa de ano-novo nesta sexta-feira, 1º de janeiro, nem a da tarde desta quinta-feira, 31, devido a uma crise de dor no nervo ciático, informou a Santa Sé. "Devido a uma dolorosa ciática, as celebrações desta quinta-feira e de amanhã no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro não serão presididas pelo Santo Padre Francisco", disse o porta-voz do Vaticano Matteo Bruni, em uma nota.

Em seu lugar, o cardeal Giovanni Battista Re presidirá nesta quinta-feira a missa, na qual será cantado o hino de louvor a Deus "Te Deum", de ação de graças.

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A cerimônia das Primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, será realizada às 17 horas (horário local) e se concluirá com o hino cristão pelo ano transcorrido marcado pela covid-19.

Já a Santa missa de 1º de janeiro será realizada pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

Francisco apenas fará a oração do Angelus na Biblioteca do Palácio Apostólico, conforme planejado. Mas o pontífice permanecerá o tempo todo sentado para evitar esforço.

O Vatican News irá transmitir a celebração com comentários em português a partir das 12h55, horário de Brasília.

O papa Francisco, defensor de corredores humanitários para acolher os migrantes na Europa, insistiu em um novo livro, divulgado nesta segunda-feira (23), que "a migração não é uma ameaça ao cristianismo".

"Rejeitar um migrante em dificuldades, seja de qual confissão religiosa for, por medo de diluir nossa cultura 'cristã' é uma falsificação grotesca tanto do cristianismo quanto da cultura", escreveu o papa no livro intitulado "Vamos sonhar juntos", amplamente inspirado em suas reflexões sobre a pandemia do novo coronavírus.

"A migração não é uma ameaça para o cristianismo, exceto na imaginação daqueles que se beneficiam simulando-o. Promover o Evangelho e não acolher o estrangeiro necessitado, nem afirmar sua humanidade como filho de Deus é querer fomentar uma cultura cristã apenas de nome; vazia de toda a sua novidade", reitera Francisco.

A insistência do sumo pontífice em repreender os países ricos, sobretudo na Europa, pelo tema dos migrantes, lhe rende às vezes críticas que o acusam de ingenuidade, inclusive entre os católicos.

Mas, o papa considera que estas críticas vêm frequentemente de cidadãos pouco praticantes.

"Uma fantasia do nacional-populismo em países de maioria cristã é defender a 'civilização cristã' de supostos inimigos, seja do islã, dos judeus, da União Europeia ou das Nações Unidas", afirma.

"Esta defesa é atraente para aqueles que com frequência não são mais crentes, mas que consideram o patrimônio de sua nação como uma identidade. Aumentam seus medos e sua perda de identidade, ao mesmo tempo em que diminui sua participação nas igrejas", ressalta.

Em seu novo livro, o papa insiste na precariedade dos migrantes, que vivem confinados em acampamentos insalubres em plena pandemia do novo coronavírus.

"Estes acampamentos de refugiados transformam o sonho de conquistar uma vida melhor em câmaras de tortura", escreveu, acrescentando: "se a covid entrar em um campo de refugiados, pode gerar uma verdadeira catástrofe".

Para Jorge Bergolgio, neto de migrantes italianos radicados na Argentina, "a dignidade dos nossos povos exige corredores seguros para migrantes e refugiados, de forma que possam se mudar sem medo de zonas de morte a outras mais seguras".

"É inaceitável deixar que centenas de migrantes morram em perigosas travessias marítimas ou em travessias pelo deserto", avaliou.

Nesta nova declaração, o papa lembrou que os migrantes "mal pagos" costumam constituir a mão de obra de sociedades mais desenvolvidas e continuam sendo "desprezados".

Era para ser um grande evento público, com participação de mais de 3 mil inscritos de 100 países diferentes para debater, em Assis, na Itália, os rumos da economia atual. Mas veio a pandemia e o encontro, com palestras de prêmios Nobel, acadêmicos e líderes empresariais convocados pelo papa Francisco, contudo, foi prorrogado de março para novembro. E agora, com a Covid-19 ainda em estágio preocupante, ocorrerá online, entre os dias 19 e 21.

Apelidado de "a Davos do papa" - em alusão ao mais importante fórum econômico mundial -, o encontro mobiliza principalmente jovens católicos. No Brasil, eventos preparatórios começaram há um ano. "Mais importante do que o próprio evento, é a amplitude das discussões pelo mundo afora", afirma o economista Ladislau Dowbor, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

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Para ele, o atual contexto mundial "é eticamente vergonhoso". "Não foram os pobres que criaram esta desigualdade. O mundo produz o equivalente a 85 trilhões de dólares de bens serviços ao ano, o que dividido pela população mundial daria R$ 15 mil por mês por família de quatro pessoas", afirma Dowbor. "Uma desigualdade um pouco mais moderada poderia assegurar a todos uma vida digna e confortável."

Integrante da Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação dos Frades Capuchinhos do Brasil, frei Marcelo Toyansk Guimarães destaca a importância dos vários encontros realizados no País como preparação para o evento, nos quais se discutiu o tema a partir da realidade brasileira. "Houve um grande encontro na PUC e isso tem se replicado em cidades como Campinas, Piracicaba, Belo Horizonte, Marília, Porto Alegre e muitas outras."

Para o sociólogo Eduardo Brasileiro, que atua no coletivo Igreja Povo de Deus em Movimento e trabalha com educação popular e mobilizou os jovens brasileiros, o evento não se encerra em Assis. "Aguardamos ansiosos o evento. Acreditamos que mais do que Assis nos pautar, nós pautaremos Assis com iniciativas reflexivas, de organização social e de mudança de paradigma."

Nova economia

Mas o que é, afinal, essa "nova economia" proposta por Francisco? "É uma provocação para um mundo em ruínas", diz Brasileiro. "O encontro convocado pelo papa deve olhar para o avançar da concentração de renda nas mãos de poucos e a miséria crescendo em vários países."

Já o vaticanista brasileiro Filipe Domingues, doutor pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, define a proposta como um contraponto ao pensamento dominante da economia mundial. "Não é uma ruptura à economia capitalista, mas a defesa de uma economia não tão focada no crescimento econômico e sim na melhor distribuição de renda, no social, no que é melhor para as pessoas."

Domingues lembra que criticar problemas mundanos não é uma novidade de Francisco. Leão XIII (1810-1903), em sua encíclica Rerum Novarum, discutiu as agruras do operariado pós-Revolução Industrial, Paulo VI (1897-1978) demonstrou preocupação com o avanço da globalização, João Paulo II (1920-2005) defendeu o direito ao trabalho e Bento XVI criticou o fato de que a técnica está se sobrepondo ao ser humano.

"Há uma doutrina social da Igreja. Mas Francisco chega com uma crítica mais forte e mais objetiva. Ele fala que a economia tal como está é uma economia que mata", explica Domingues. "Antes, nenhum papa havia falado desta forma. Francisco aponta que a economia justa é aquela que dá terra, casa e trabalho para todo mundo. E isso não é uma crítica vazia. Ele diz que do jeito que está o mundo não vai mais funcionar. Para o papa, a gente pode e é capaz de ter um sistema mais justo."

Personalidades

Entre os participantes do evento, há nomes de peso como o economista e banqueiro bengali Muhammad Yunus, Nobel em 2006, o economista norte-americano Jeffrey Sachs, a ativista e ambientalista indiana Vandana Shiva, o sociólogo, ativista e escritor italiano Carlo Petrini e Pauline Effa, que atua no Fórum Internacional Social e de Economia Solidária.

"Nutro a esperança de que o evento seja o começo de uma jornada que, por mais trabalhosa e complexa que seja, valha a pena iniciar, que dela advenha um autêntico projeto de transformação - não apenas reformista - da ordem social atual", afirmou ao Estadão o economista italiano Stefano Zamagni, que está entre os palestrantes. "Progredimos com as raízes que desenvolvemos. E, para tal empreendimento, as raízes são profundas e muito vigorosas."

Meio ambiente

Em sua carta de apresentação, Francisco lembrou que o encontro não deve ser simplesmente católico. "Ele convocou todas as pessoas, mesmo aquelas que não têm o dom da fé", diz frei Guimarães.

As discussões devem trazer à tona problemas ambientais, tema caro ao papado de Francisco. "Estamos em um cenário de colapso ambiental e humano. Os primeiros prejudicados são os mais pobres", prossegue Guimarães. "O papa visa à sobrevivência da humanidade. Não há outro caminho, senão o cuidado com a casa comum, que hoje vem sendo atropelada."

Outro dos palestrantes confirmados, o economista Bruno Frey, professor da Universidade da Basileia, aponta as direções que seu pronunciamento deve tomar. "A crise climática é apenas um dos muitos desafios. Há ainda as questões de guerras, mobilidade, refugiados, pandemia", diz. "O importante é que a geração mais jovem apareça com ideias criativas para lidar com esses problemas de maneira humana." Mais: www.francescoeconomy.org

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Vaticano explicou em uma nota interna a posição do papa Francisco sobre as uniões homossexuais após a controvérsia provocada pelo documentário "Francesco" e reiterou que o matrimônio católico acontece entre um homem e uma mulher, informaram fontes religiosas nesta segunda-feira.

Um documento, emitido pela Secretaria de Estado do Vaticano - comandada pelo número dois da Santa Sé, o cardeal Pietro Parolin - e enviado às nunciaturas ou embaixadas em todo o mundo, aborda o tema delicado após mais de uma semana de silêncio, devido ao escândalo provocado pelas palavras do pontífice no documentário do americano de origem russa Yevgeny Afineevsky.

Exibido em meados de outubro no Festival de Cinema de Roma, no documentário o papa argentino defende o direito dos casais homossexuais, "filhos de Deus", a contar com uma "lei de convivência civil", que os proteja legalmente.

"As pessoas homossexuais têm o direito de estar em uma família, são filhos de Deus, possuem direito a uma família. Não se pode expulsar ninguém de uma família, nem tornar sua vida impossível por isso. O que temos que fazer é uma lei de convivência civil, eles têm direito a estarem legalmente protegidos. Eu defendi isso", explica o papa no filme.

Uma frase que provocou a revolta dos setores mais conservadores da Igreja, incluindo vários bispos e cardeais, e elogios das associações de defesa dos homossexuais, que a consideraram histórica.

Frases retiradas de contexto

Para a Secretaria de Estado, as declarações do papa "geraram confusão" porque o diretor do documentário resumiu em apenas uma resposta as diferentes respostas dadas pelo pontífice em uma entrevista concedida à jornalista mexicana Valentina Alazraki em 2019.

"Há mais de um ano, durante uma entrevista, o papa Francisco respondeu duas perguntas distintas em dois momentos diferentes que, no mencionado documentário, foram editadas e publicadas como uma só resposta, sem a devida contextualização, o que gerou confusão", explica a nota interna do Vaticano, repassada à imprensa por várias nunciaturas.

Para o Vaticano trata-se de explicar o caso aos bispos e religiosos que fazem perguntas sobre as palavras surpreendente do papa e, ao mesmo tempo, evitar desmentir o cineasta, premiado por seu filme pelas mesmas autoridades da Santa Sé.

O documento interno do Vaticano, que não tem selo ou assinatura oficial, ao que parece foi enviado às nunciaturas a pedido do próprio pontífice.

O papa "se referia às leis adotadas pelos Estados", quando citou as leis civis e "não a doutrina da Igreja", ressalta a nota. O texto cita as palavras do papa em diversas ocasiões e recorda que em 2014 ele explicou que "o matrimônio é entre um homem e uma mulher".

"Os Estados laicos querem justificar as uniões civis para regulamentar diversas situações de convivência, movidos pela exigência de regulamentar aspectos econômicos entre as pessoas, como por exemplo assegurar a assistência de saúde", explicou na ocasião o pontífice.

Para a Secretaria de Estado "é evidente que o papa Francisco se referiu a determinados dispositivos estatais, certamente não à doutrina da Igreja, muitas vezes reafirmada no curso dos anos", destaca o texto.

Com os 13 novos cardeais anunciados pelo papa Francisco no domingo passado - que serão empossados no consistório marcado para 28 de novembro -, consolida-se na cúpula da Igreja Católica uma tríade que se torna marca deste pontificado: descentralização, rejuvenescimento e pluralidade.

Dentre os purpurados que assumem, nove são eleitores em um eventual conclave - ou seja, têm menos de 80 anos. As vozes da periferia seguem bem representadas. Torna-se cardeal o bispo Cornelius Sim, o único de Brunei, país muçulmano onde a evangelização cristã é proibida. Também recebem o barrete cardinalício o arcebispo Antoine Kambanda, sobrevivente do genocídio de Ruanda - praticamente toda a família morreu no massacre de 1994 - e o arcebispo filipino José Advincula.

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"Um cardeal viaja várias vezes em sua vida a Roma - pelo menos uma vez por ano. Ao nomear o bispo Cornelius Sim cardeal, administrador apostólico de uma diocese com apenas três padres em Brunei, uma monarquia muçulmana, o papa torna essa realidade ‘periférica’ da Igreja ainda mais presente no Vaticano", afirma ao Estado a vaticanista argentina Inés San Martín, diretora do escritório romano da Crux Catholic Media. Para ela, isso proporcionará ao Vaticano uma "experiência muito diferente" se comparada com a trazida pelos purpurados de um país onde católicos são maioria.

Americanos

Altamente simbólicas foram as indicações de dois arcebispos de grandes dioceses do continente americano. Ex-presidente da conferência episcopal dos Estados Unidos, o arcebispo de Washington, Wilton Gregory, será o primeiro negro americano cardeal - em um momento em que o país vive onde de protestos raciais (mais informações nesta página). Olhando para um Chile também tomado por manifestações e vandalização de igrejas, Francisco tornará purpurado o espanhol Celestino Aós Braco, arcebispo de Santiago.

Para o vaticanista italiano Andrea Gagliarducci, o nome de Braco "foi uma escolha quase óbvia", já que a Igreja chilena "passa por forte mudança após o escândalo de abusos" e "precisa de um cardeal, um guia". No caso do norte-americano, Gagliarducci acredita que "não é o fato de ele pertencer ao Black Lives Matter que conta, mas sim o desejo do papa de "mudar o perfil dos cardeais americanos". O vaticanista entende que o recado é que a Igreja busca, no episcopado dos Estados Unidos "não guerreiros culturais, mas construtores de pontes, mesmo em questões candentes como as de vida e gênero".

Europeus. Este é o primeiro papado em que os europeus não compõem a maioria do colégio cardinalício. Em 1903, no primeiro conclave do século 20, 98,4% dos cardeais eram originários da Europa. No entanto, essa cifra chegou a 42,9% no consistório do ano passado e cairá para 42,2% a partir do dia 28, considerando os cardeais eleitores. Quando o argentino Jorge Mario Bergoglio se tornou papa Francisco, em 2013, a Europa detinha 60,9% do colégio.

"A geopolítica de Francisco é pautada pelas periferias. Vemos isso nas suas viagens, nas pautas que defende e nas nomeações, tanto de cardeais quanto de bispos", comenta ao Estadão a vaticanista Mirticeli Medeiros, pesquisadora de História do Catolicismo na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. "Foi a lugares que jamais tinham sido visitados por um papa ou onde os cristãos são minoria, como Mianmar, Bangladesh, Tailândia e Emirados Árabes. Escolhe cardeais de países que nunca sonharam em ter um."

"O papa Francisco pensa de forma poliédrica. Ou seja, várias facetas para compor o cenário multilateral da Igreja e do colégio de cardeais. Todos precisam ouvir a todos para realizar a sinfonia", afirma o teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Junior, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Tornou-se comum no pontificado atual a nomeação de cardeais já com mais de 80 anos. É o caso de quatro dos nomes anunciados no último domingo. Francisco costuma fazer isso como forma de reconhecimento. "Em muitos casos, a trajetória pastoral da pessoa, bem como o povo sofrido que ela representa, pesam muito mais do que o currículo acadêmico na hora da escolha", diz Mirticeli.

Minoria da minoria, o primeiro afro-americano já é nome forte

Dentre os novos anunciados por Francisco para compor o cardinalato, as vozes baixas dos corredores do Vaticano já elegeram o norte-americano Wilton Daniel Gregory, arcebispo de Washington, como o nome mais forte. Aos 72 anos, o primeiro cardeal norte-americano negro da história sintetiza valores muito caros ao pontificado de Francisco. Ao mesmo tempo, ele está no centro de movimentos importantes do mundo contemporâneo.

"É uma mensagem muito clara não apenas no contexto do Black Lives Matter, mas em um momento em que o país norte-americano está profundamente dividido pelo racismo, polarização e radicalização do discurso público", afirma a vaticanista argentina Inés San Martín, diretora do escritório romano da Crux Catholic Media.

Nascido em Chicago, filho de pais divorciados, Gregory decidiu se tornar padre aos 11 anos, antes mesmo de ter se convertido ao catolicismo. Foi ordenado em 1973, doutorou-se em Liturgia Sagrada em Roma e tornou-se bispo em 1983. Ao longo de seu episcopado, ficou conhecido pela postura de acolhimento a católicos LGBT e pela defesa da importância de uma maior representatividade dos negros na Igreja dos Estados Unidos.

O religioso é enfático no discurso antiarmamentista. Em pelo menos duas ocasiões, criticou publicamente o presidente Donald Trump.

Em meio aos atuais movimentos antirracistas, sua voz se ergue em defesa dos negros norte-americanos. Entre 2001 e 2004, Gregory presidiu a conferência episcopal norte-americana (USCCB, na sigla em inglês). Nessa época, conduziu uma política de tolerância zero frente a casos de abusos sexuais do clero. Em 2019, quando a Arquidiocese de Washington estava no epicentro de escândalos sexuais, ele foi nomeado pelo papa Francisco para assumir o posto e recuperar a confiança dos fiéis. A partir daí, já se ventilava que Gregory estava cotado para receber o barrete cardinalício.

Pesquisadora de História do Catolicismo na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, a vaticanista Mirticeli Medeiros concorda que Francisco "só esperava o momento certo para fazê-lo" cardeal. "E o clamor popular, os protestos, o debate em torno do tema talvez o tenham motivado a lançar, de uma vez, essa nomeação", comenta ela.

"Parece ser uma pessoa moderada. Fala pouco mas, quando fala, fala forte", pontua o vaticanista Filipe Domingues, da Universidade Gregoriana de Roma. "Por ser um negro nos Estados Unidos, onde os negros católicos são a minoria da minoria, ele traz uma bagagem que não estava representada no colégio cardinalício."

Para o teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Junior, da PUC de São Paulo, a nomeação de Gregory mostra que "a Igreja segue seu caminho sem submeter-se aos imperialismos ou decisões dos grandes detentores do poder mundial". Os cardeais, acrescenta, "são escolhidos sintonizados com o projeto de uma Igreja missionária e próxima dos povos". "São novos horizontes de sentido, um novo modo de ser bispo e ser cardeal."

Na lista, nenhum representante de Brasil e Amazônia

Havia uma expectativa de que o papa Francisco, atento às questões ambientais e na sequência do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia realizado no ano passado, fizesse cardeal algum bispo amazônico. Da lista dos 13 anunciados pelo pontífice, contudo, não consta nenhum novo nome brasileiro ou da região.

Com nove cardeais, o País segue bem representado no colégio cardinalício. Quatro deles ainda são eleitores: o arcebispo de São Paulo, d. Odilo Pedro Scherer; o do Rio, d. Orani João Tempesta; o de Salvador, d. Sérgio da Rocha; e o atual prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano, d. João Braz de Aviz.

"Por que nenhum brasileiro?", indaga-se o teólogo e filósofo Fernando Altemeyer Junior, da PUC-SP, ao ver a lista dos novos indicados por Francisco. "Creio que algum bispo amazônico poderia ser nomeado em um próximo consistório…"

O papel de representante amazônico dentre os purpurados do Vaticano vem sendo cumprido por um amigo pessoal do papa Francisco, o cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo e presidente da recém-criada Conferência Eclesial da Amazônia.

"Olhando para o atual colégio, o Brasil tem um número adequado de representantes", analisa o vaticanista Filipe Domingues, doutor pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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