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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta quarta-feira (18) nota na qual reprova com o que caracteriza como "iniciativas que sinalizem para a flexibilização do aborto". No texto, cita a saída do Brasil da Convenção de Genebra, acordo antiaborto encabeçado pelos ex-presidentes americano Donald Trump e brasileiro Jair Bolsonaro. A entidade também critica revogação, pelo governo Lula, de portaria que dificultava acesso ao aborto legal.

"A hora pede sensatez e equilíbrio para a efetiva busca da paz. É preciso lembrar que qualquer atentado contra a vida é também uma agressão ao Estado Democrático de Direito e configura ataques à dignidade e ao bem-estar social", diz a nota.

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O desligamento do Brasil da Declaração do Consenso de Genebra sobre Saúde da Mulher e Fortalecimento da Família foi anunciado na terça-feira (17) pelo governo federal. A gestão de Luiz Inácio Lula da Silva justificou que o acordo contém "entendimento limitativo dos direitos sexuais e reprodutivos e do conceito de família e pode comprometer a plena implementação da legislação nacional sobre a matéria, incluídos os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)".

Após o americano Joe Biden assumir a Casa Branca, em janeiro de 2021, os EUA também saíram desse grupo. Egito e Hungria, outros países de governos conservadores, também fazem parte da Declaração do Consenso de Genebra sobre Saúde da Mulher e Fortalecimento da Família.

Já a portaria a qual o CNBB se refere foi revogada na segunda-feira (16)junto a outras medidas que, conforme o Ministério da Saúde, "contrariam os preceitos básicos do SUS". A regra criada durante a gestão Bolsonaro estabelecia uma série de etapas, documentos e declarações para que mulheres vítimas de violência sexual realizassem o aborto legal.

Tanto o acordo quanto a portaria revogada eram criticados por ativistas e especialistas em saúde reprodutiva e da mulher. Para esses grupos, ambos desconsideravam o preceito de universalidade do SUS e desprezavam o direito ao aborto legal. No Brasil, o procedimento é permitido quando a gravidez causa de risco à vida da gestante, resulta de violência sexual ou em casos de anencefalia fetal.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se disse "perplexa" com os "atos antidemocráticos" em Brasília.

Em nota em seu site, a entidade define como "vândalos" os bolsonaristas que invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

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"A presidência da CNBB pede serenidade, paz e o imediato cessar dos ataques criminosos ao Estado Democrático de Direito", afirma o comunicado.

A conferência ainda pede que os organizadores dos atos antidemocráticos sejam "responsabilizados com os rigores da lei". "Os cidadãos e a democracia precisam ser protegidos", conclui. 

Da Ansa

Em um roteiro por Minas Gerais a ser realizado amanhã, 13, o candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB) tem um encontro privado com o presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo, Dom Walmor, em Belo Horizonte. A agenda com Walmor foi um pedido do próprio ex-governador. Católico praticamente, Alckmin é visto como peça-chave para atrair eleitores indecisos deste segmento religioso.

Como mostrou o Broadcast Político, a mais recente pesquisa Quaest encomendada pelo banco Genial trouxe dados comemorados nos bastidores do PT: indecisos e adeptos à terceira via somam 22% entre católicos. Tendo em vista que esse segmento religioso corresponde a 52% da população, como revela o perfil da amostra, o espaço para crescimento é significativo.

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O roteiro por Minas, Estado decisivo nas eleições presidenciais, incluirá mais duas cidades. Em Poços de Caldas, Alckmin vai se reunir com empresários do setor turístico. Em Uberlândia, ele se encontrará com representantes do setor empresarial e do agronegócio, além de entidades da sociedade civil e partidos que apoiam a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Vai também receber uma carta de representantes de igrejas evangélicas.

Na última etapa do roteiro, em Belo Horizonte, ele vai participar de uma reunião com a diretoria da Santa Casa, uma agenda também feita a seu pedido. Posteriormente, encontrará Walmor e, por fim, terá um encontro com movimentos sociais no Comitê do candidato a governador Alexandre Kalil (PSD) e ao Senado Alexandre Silveira (PSD).

Após ser atacada pelo deputado estadual Frederico d'Ávila (PSL) no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma carta de repúdio e defendeu o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes. Em seu discurso favorável ao armamento, o político xingou a Igreja e o papa Francisco de 'safados', 'vagabundos' e 'pedófilos'.

O deputado bolsonarista rechaçou o comentário do arcebispo feito durante a celebração no Santuário de Nossa Senhora da Aparecida, no Interior de São Paulo, no último dia 12. "Pátria amada não pode ser pátria armada", afirmou o religioso.   

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Como resposta aos insultos de Frederico, a carta assinada pelo presidente e gestores do alto escalão da CNBB, D. Walmor Oliveira de Azevedo, D. Jaime Spengler, D. Mário Antônio da Silva e D. Joel Portella Amado, pontua sobre o "ódio descontrolado" do parlamentar e rejeitou "as abomináveis agressões".

Ao analisar o "deplorável fato", a CNBB reforçou que "jamais se acovardou diante das mais difíceis situações, sempre cumpriu sua missão merecedora de respeito pela relevância religiosa, moral e social na sociedade brasileira. Também jamais compactuou com atitudes violentas de quem quer que seja. Nunca se deixou intimidar. Agora, diante de um discurso medíocre e odioso, carente de lucidez, modelo de postura política abominável que precisa ser extirpada e judicialmente corrigida pelo bem da democracia brasileira, a CNBB, mais uma vez, levanta sua voz".

O comunicado pede que o desrespeito seja reparado por "medidas internas eficazes, legais e regimentais em proporção à sua gravidade - sinal de compromisso inarredável com a construção de uma sociedade democrata e civilizada". E ainda destaca que a instituição "reivindica sempre a liberdade a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem".

Eleito em 2018 como o principal representante do agronegócio paulista, Frederico d'Àvila foi assessor do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) entre 2011 e 2013. Antes de chegar a Alesp, compôs da diretoria e do conselho da Sociedade Rural Brasileira de 2017, a qual permaneceu até 2020.

Em 2019, apresentou um projeto para homenagear o ex-ditador chileno Augusto Pinochet no dia 10 de dezembro. Porém, a solicitação foi impedida pelo então presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB).

Sem citar a CPI da Covid - que investiga se o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime ao lidar com a pandemia -, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma nota nesta sexta-feira, dia 9, em que defende indiretamente os trabalhos da comissão ao exigir a "apuração, irrestrita e imparcial, de todas as denúncias" de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia, "com consequências para quem quer que seja". A nota foi emitida em meio à crise entre a CPI e a cúpula militar.

"A trágica perda de mais de meio milhão de vidas está agravada pelas denúncias de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia da COVID-19", diz o texto. "Apoiamos e conclamamos às instituições da República para que, sob o olhar da sociedade civil, sem se esquivar, efetivem procedimentos em favor da apuração, irrestrita e imparcial, de todas as denúncias, com consequências para quem quer que seja, em vista de imediata correção política e social dos descompassos", continua a nota.

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A CPI da Covid avalia a possibilidade de comunicar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a ocorrência de suposto crime cometido por Bolsonaro, no caso da compra da vacina Covaxin. Nesse caso, o mandatário teria conhecimento de um caso de corrupção e deixou de agir ou comunicar às autoridades competentes - inação que configura prevaricação. De acordo com o deputado Luis Miranda (DEM-DF), o mandatário sabia de ‘rolo’ na compra da Covaxin, cuja aquisição já foi cancelada devido às suspeitas de superfaturamento.

O aparente envolvimento de alguns militares nos crimes investigados foi tema de comentário do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o que acabou irritando a cúpula militar. Em reação - combinada com o presidente - o ministro da Defesa e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica emitiram uma nota na qual acusam Aziz de ter sido "leviano" ao afirmar que há militares envolvidos.

No contexto dos trabalhos da CPI, diversos integrantes das Forças Armadas - alguns dos quais detém ou detiveram altos cargos no governo Bolsonaro - foram citados nas investigações. Diversos militares já foram convocados para depor e um militar é citado como membro de um esquema de rachadinha em áudios da ex-cunhada do presidente da República.

Na fala que irritou a cúpula militar, Omar Aziz disse que "as Forças Armadas, os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do Governo".

Após a nota dos militares acusando Aziz de ser "leviano", diversos integrantes da CPI reiteraram a mensagem de que os senadores não vão se intimidar e darão continuidade aos trabalhos. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, foi um dos que proferiu falas nesse sentido.

Visando dissipar a tensão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e o comandante do Exército, general Paulo Sérgio de Oliveira, conversaram sobre o incidente na quarta-feira e reiteraram o respeito mútuo entre Forças Armadas e Senado.

Leia a íntegra da nota:

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB levanta sua voz neste momento, mais uma vez, para defender vidas ameaçadas, direitos desrespeitados e para apoiar a restauração da justiça, fazendo valer a verdade. A sociedade democrática brasileira está atravessando um dos períodos mais desafiadores da sua história. A gravidade deste momento exige de todos coragem, sensatez e pronta correção de rumos.

A trágica perda de mais de meio milhão de vidas está agravada pelas denúncias de prevaricação e corrupção no enfrentamento da pandemia da COVID-19. "Ao abdicarem da ética e da busca do bem comum, muitos agentes públicos e privados tornaram-se protagonistas de um cenário desolador, no qual a corrupção ganha destaque." ( CNBB, Mensagem da 56ª. Assembleia Geral ao Povo Brasileiro, 19 de abril de 2018).

Apoiamos e conclamamos às instituições da República para que, sob o olhar da sociedade civil, sem se esquivar, efetivem procedimentos em favor da apuração, irrestrita e imparcial, de todas as denúncias, com consequências para quem quer que seja, em vista de imediata correção política e social dos descompassos.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte (MG)

Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler

Arcebispo de Porto Alegre (RS)

Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva

Bispo de Roraima (RR)

Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado

Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Secretário-geral da CNBB

A 58ª Assembleia-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), encerrada nesta sexta-feira, 16, foi marcada por cobranças ao presidente Jair Bolsonaro, principalmente em relação à pandemia. Na mensagem ao povo brasileiro, o episcopado criticou o negacionismo e o desprezo às medidas sanitárias que caracterizaram as ações do governo federal durante a crise sanitária. Os bispos disseram que o momento exige "competência e lucidez" dos governantes e cobraram "auxílio emergencial digno pelo tempo que for necessário". Também defenderam o respeito às restrições impostas pela pandemia.

Segundo a CNBB, o País vive uma grave crise sanitária, econômica, ética, social e política, intensificada pela pandemia, que traz consequências mais desafiadoras na vida dos pobres e fragilizados. Nesta sexta-feira, o Brasil chegou a 369.024 mortos pela covid-19 e a 13,8 milhões de pessoas infectadas. Os bispos destacaram o papel da Igreja de, por exigência do Evangelho, assumir posicionamento em questões sociais, econômicas e políticas e disseram não poder se calar "quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a Justiça corrompida e a violência instaurada".

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Para a entidade, "são inaceitáveis discursos e atitudes que negam a realidade da pandemia, desprezam as medidas sanitárias e ameaçam o estado democrático de direito", numa referência também aos ataques do bolsonarismo a outros poderes. "É necessária atenção à ciência, incentivar o uso de máscara, o distanciamento social e garantir a vacinação para todos o mais breve possível", defendeu a CNBB.

Judicialização

Os bispos dedicaram várias horas à discussão da posição da Igreja frente às medidas restritivas às missas e atividades religiosas presenciais devido à pandemia. Conforme o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, prevaleceu o respeito às normas. "O anúncio do evangelho é essencial, mas tem compromisso com a vida em todas as etapas", disse. Ele criticou o uso político da religião e sua manipulação para atender interesses particulares, de seitas ou de grupos fechados. "Não podemos deixar crescer as polarizações ou a judicialização das questões religiosas."

Na semana passada, o STF julgou contra um pedido do PSD, partido aliado de Bolsonaro, para suspender decreto do governo paulista que impedia missas e cultos presenciais devido ao aumento nos casos de covid-19. Nesse tema, não houve consenso total entre os clérigos, mas ampla maioria defendeu as restrições.

A preservação da Amazônia voltou ao debate no conclave do clero, no momento em que o presidente Bolsonaro afirma estar disposto a cumprir as metas ambientais do país no Acordo de Paris, desde que o Brasil seja remunerado pelos serviços ambientais. "Esperamos que os representantes do povo cumpram aquilo que de fato dizem. Não basta dizer, é preciso comprovar (o cumprimento)", disse dom Walmor.

É a primeira vez que uma assembleia geral da CNBB, que reúne cerca de 480 participantes, acontece de forma virtual. No ano passado, o conclave não foi realizado devido à pandemia. Conforme o vice-presidente dom Jaime Splenger, o sistema online permite tratar questões que não exigem de forma radical a presencialidade. "Estamos aprendendo também a usar as novas tecnologias, sempre no sentido de respeito à vida e às pessoas." Foram cinco dias de debates para nortear os rumos do clero católico.

Mensagem papal

Na quinta-feira, 15, o papa Francisco enviou mensagem de vídeo ao episcopado brasileiro reunido na assembleia, pedindo que a Igreja brasileira se mantenha unida para servir de inspiração aos governantes. Depois de manifestar solidariedade às centenas de milhares de famílias que perderam entes queridos na pandemia, Francisco disse que os governantes devem trabalhar juntos "para superar, não só o coronavírus, mas também outro vírus que há muito tempo infecta a humanidade, o vírus da indiferença que nasce do egoísmo e gera injustiça social".

Em julho do ano passado, mais de 150 bispos e arcebispos da Igreja Católica assinaram uma carta com críticas pesadas ao presidente Jair Bolsonaro. No texto, os religiosos afirmaram que o governo demonstrava "omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres", além de "incapacidade para enfrentar crises". O documento apontava demonstrações de raiva do governo pela educação pública, apelo a ideias obscurantistas e erros grosseiros na escolha de ministros. Na época, a CNBB informou que o documento representava a opinião dos signatários.

A reportagem pediu um posicionamento do governo Bolsonaro sobre as críticas da CNBB, mas o Palácio do Planalto não se manifestou até a publicação deste texto.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança, nesta quarta-feira (17), sua nova Campanha da Fraternidade Ecumênica, que tece críticas contra "discursos negacionistas sobre a realidade e fatalidade da Covid-19", "a negação da ciência" e a "cultura de violência contra as mulheres, as pessoas negras, os indígenas, as pessoas LGBTQI+".

O texto-base da ação, divulgado em outubro, ainda afirmou que o "lobby religioso" reivindicou o direito de algumas igrejas permanecerem abertas na pandemia, apesar de contaminações e mortes. A temática formal da campanha é "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor".

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A iniciativa foi alvo de críticas de grupos conservadores, que criaram um abaixo-assinado contra o tom adotado pela CNBB. Eles alegam que a campanha promove "deturpações dentro da moral católica". O escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, também tem defendido o boicote. A adesão à campanha depende de cada diocese.

Em resposta, a CNBB divulgou, na terça-feira da semana passada, uma nota em que explica as referências católicas que motivam a campanha. Depois, na sexta-feira, divulgou outra nota na qual afirma que o objetivo maior da campanha deste ano é o diálogo e que, por ser "construída ecumenicamente", segue a linha de pensamento do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e não da CNBB. "São duas compreensões distintas, ainda que em torno do mesmo ideal de servir a Jesus Cristo", diz o texto, acrescentando que a Igreja Católica tem doutrina sobre de gênero e se mantém fiel a ela.

Ao concluir, a nota diz que as dificuldades de uma campanha ecumênica não devem levar ao rompimento da comunhão, "um tesouro que o Senhor Jesus nos deixou".

'Polarização ideológica'

O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, defendeu a campanha. "Acho que essa polêmica precisa baixar a fervura, acho que ela está movida por um monte de preconceitos, está movida por paixão anti-ecumênica e por acusações infundadas contra a CNBB. Enfim, é uma polêmica marcada por polarização ideológica", disse em vídeo gravado na semana passada. A Campanha da Fraternidade é realizada anualmente pela CNBB, no período da Quaresma. A cada cinco anos, é promovida de maneira ecumênica, em conjunto com o Conic.

O padre Antônio Firmino, da paróquia São João Batista, em Visconde do Rio Branco, Minas Gerais, desejou a morte de católicos que optaram por só retornar à missa quando houvesse vacina contra a Covid-19. A celebração em que a fala foi dita aconteceu neste domingo (24) e pode ser vista no perfil oficial da igreja. 

No vídeo, ele contextualizava que, apesar da pandemia, a missa respeitou as normas de distanciamento, mas criticou que não está frequentando as celebrações. "Aí a gente vai ver quem realmente ama a eucaristia, porque tem alguns católicos engraçados que tem saúde tem tudo e diz: 'só vou na igreja quando tiver a vacina'. Tomara que não apareça vacina para essas pessoas, espero que morram antes da vacina chegar. Não têm fé nenhuma", afirmou o padre. A Arquidiocese de Belo Horizonte ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.

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A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) chamou de "hediondo" o aborto feito em uma menina de 10 anos que havia sido estuprada por um tio. A criança descobriu a gravidez no dia 7 de agosto e teve a gestação interrompida na última segunda-feira (17), em Recife (PE), após médicos de um hospital em Vitória, no Espírito Santo, seu estado de origem, terem se recusado a conduzir o procedimento.

Em nota, o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, disse que o caso "encerra dois crimes hediondos". "A violência sexual é terrível, mas a violência do aborto não se explica, diante de todos os recursos existentes e colocados à disposição para garantir a vida das duas crianças", ressaltou.

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Além disso, dom Walmor declarou ser "lamentável presenciar aqueles que representam a Lei e o Estado, com a missão de defender a vida, decidirem pela morte de uma criança de apenas cinco meses, cuja mãe é uma menina de 10 anos".

A legislação brasileira permite o aborto voluntário em casos de risco de morte para a mãe, estupro ou anencefalia. O Ministério da Saúde recomenda que, nessas condições, a interrupção seja feita até a 22ª semana de gestação e com o feto pesando até 500 gramas, mas não existe nenhum prazo estipulado por lei.

A menina estava com 22 semanas e quatro dias de gestação e feto de 537 gramas, o que se deve também à recusa do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes, de Vitória, em realizar o procedimento, alegando não ter "capacidade técnica".

Extremistas religiosos chegaram a protestar em frente ao hospital de Recife onde o aborto foi realizado, instigados pela ativista de extrema direita Sara Giromini (Sara Winter), que divulgou na internet o nome da menina e o local em que ela estava internada.

Prisão - O tio suspeito de estuprar e engravidar a criança foi preso na madrugada desta terça-feira (18), em Betim (MG). Ele tem 33 anos e não ofereceu resistência.

Após a captura, o suspeito, indiciado por estupro de vulnerável e ameaça, foi levado para uma penitenciária em Vila Velha, nos arredores de Vitória. 

Da Ansa

Uma das principais emissoras de inspiração católica no País, a TV Pai Eterno desautorizou o pedido de ajuda em forma de verbas publicitárias feito por um de seus padres-apresentadores ao presidente Jair Bolsonaro, acompanhado de uma oferta para apresentar notícias positivas sobre ações do governo. O episódio, revelado pelo Estadão, repercutiu mal na Igreja e agravou a divisão interna entre a ala conservadora, mais simpática ao presidente, e os considerados progressistas, críticos a Bolsonaro.

O missionário redentorista Welinton Silva apelou ao presidente citando que a TV Pai Eterno passa por "dificuldades" de arrecadação e que o segmento católico de comunicação como um todo tem ficado "esquecido". "A nossa realidade é muito difícil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doações, com baixa comercialização, e dentro dessa dificuldade estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse País, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo", disse o presbítero.

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"Esse é um segmento que tem ficado esquecido, que é o segmento de comunicação católico. Precisamos ter mais atenção para que esses microfones não sejam desligados, para que essas câmeras não se fechem."

A TV Pai Eterno disse que o padre Welinton Silva, apresentador que participou em 21 de maio de videoconferência com Bolsonaro, havia recebido um convite pessoal do líder do governo na Câmara dos Deputados, major Vitor Hugo (PSL-GO). Por isso, a emissora considera que o encontro era "informal" entre o presidente, a Frente Parlamentar Católica e convidados da Igreja.

Em verdade, o encontro virtual era uma agenda pública oficial do presidente, transmitida pela Presidência da República, e o padre Welinton Silva disse representar a TV Pai Eterno. Além disso, parlamentares também o citaram como representante da TV.

"Na ocasião, a participação do Pe. Welinton se deu, unicamente, enquanto religioso e comunicador, já que é jornalista e, atualmente, faz parte também do quadro de colaboradores da TV. Mesmo que ele tenha referenciado sua participação como representativa, afirmamos que ele não estava representando a emissora. A TV Pai Eterno não recebeu convite e nem enviou nenhum representante com pauta específica para a videoconferência", disse a TV, em nota divulgada no domingo, dia 7. "Percebemos que o Pe. Welinton fez uso de seu livre direito de expressão não representativa, mesmo tendo afirmado de forma diferente, para manifestar seu pensamento do modo que considerou apropriado."

No ar desde 2019, a TV Pai Eterno é ligada ao santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), sendo a mais nova das geradoras de conteúdo católicas. O padre Welinton convidou Bolsonaro para visitar o local. A TV e o santuário são iniciativas dos missionários redentoristas, que também mantêm a TV Aparecida, e haviam manifestado "desconforto e discordância". A Comissão de Mídias Redentoristas afirmou que a oferta dos padres e leigos católicos a Bolsonaro era um "atentado à unidade da Igreja" e "falta de compromisso com o Evangelho".

"A TV Pai Eterno nunca fez e não faz barganhas", disse a emissora, em nota que repete as palavras usadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reproduzidas pelo veículo oficial do Vaticano. A emissora disse trabalhar em comunhão com a CNBB e a Signis Brasil, rede católica que congrega veículos de comunicação.

A CNBB se disse "indignada" com a conversa entre Bolsonaro, deputados de Frente Parlamentar Católica e representantes de emissoras, entre eles sacerdotes e leigos. A entidade dos bispos brasileiros, que não participou do encontro, afirmou que a Igreja não faz "barganha".

O Estadão apurou que as verbas estatais, de diversas esferas de governo, são uma importante fonte de receita para veículos de comunicação de cunho religioso, que recebem doações de fiéis e têm poucas inserções de propaganda comercial. Um exemplo é o da Rede Vida, uma das maiores emissoras comerciais de viés católico no Brasil. Segundo seu presidente, o empresário João Monteiro de Barros Neto, a publicidade federal caiu 85% no governo Bolsonaro. A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus agravou o desfalque no caixa.

Na reunião presidencial, também houve pedidos para liberar mais outorgas para rádios e TVs da rede católica, por parte do padre Reginaldo Manzotti, da Tv Evangelizar. Ele sugeriu que os veículos católicos poderiam "estar juntos" do presidente, no momento que o governo sofre exposição "negativa" na imprensa.

Procurados pelo Estadão por mais de uma vez, a TV Pai Eterno e o padre Welinton Silva não responderam, tampouco o padre Reginaldo Manzotti. O líder do governo e a Presidência da República não retornaram os contatos da reportagem. O espaço está aberto para as manifestações.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recomendou, nesta segunda-feira (16), a suspensão de encontros, assembleias, seminários e eventos em que haja aglomeração de pessoas. A entidade indicou ainda que atividades previstas para os próximos dias devem ser remarcadas, pediu maior atenção com os cuidados de limpeza nos ambientes eclesiais, com a disponibilização de álcool em gel para os fiéis, e sugeriu cuidado com informações falsas relativas à pandemia do coronavírus.

Afirmou ainda que os idosos e pessoas doentes não precisam ir às missas, ressaltando que poderão permanecer "em comunhão e unidos à comunidade de fé" acompanhando as celebrações transmitidas pelos meios de comunicação católicos.

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A CNBB também recomendou que a catequese seja suspensa por 15 dias.

O Brasil tem 200 casos confirmados de coronavírus em 14 Estados e o Distrito Federal - a maioria em São Paulo.

A nota da CNBB recomenda que é preciso prestar atenção nas recomendações do Ministério da Saúde e redobrar cautela para não compartilhar informações falsas. "A mentira, além de prejudicar o enfrentamento da doença, gera pânico, agravando a situação. Nesse sentido, oportuno é checar cada informação recebida pesquisando em outras referências."

"Solicitamos aos evangelizadores que organizem celebrações em espaços abertos, especialmente as que reúnem mais pessoas, e mantenham as igrejas mais arejadas", afirmou a CNBB no documento.

Ações como o abraço da paz e dar as mãos na oração do Pai-Nosso não são recomendadas.

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Inspirada na parábola do Bom Samaritano e no trabalho que foi desenvolvido por Santa Dulce dos Pobres, a Campanha da Fraternidade 2020 abriu oficialmente a Quaresma - período de 40 dias que, na tradição católica, vai da Quarta-feira de Cinzas até o Domingo de Ramos. Tendo como tema “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, a CF 2020 incentiva as pessoas a praticarem gestos de solidariedade para com o próximo.

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Lançada anualmente e realizada há mais de cinco décadas, a Campanha da Fraternidade é uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em Belém, teve sua abertura solene no dia 29 de fevereiro, no ginásio do Cesep, em celebração iniciada às 8h30, presidida pelo arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira, e por seu auxiliar, dom Antônio de Assis Ribeiro. Contou ainda com a participação dos representantes clericais das paróquias e público formado por movimentos, grupos, serviços e pastorais da Igreja Católica.

Logo no início, monsenhor Raimundo Possidônio apresentou os grupos e pastorais das regiões arquidiocesanas que desenvolvem trabalho solidário em prol das comunidades carentes.

Durante sua homilia, dom Alberto enfatizou que “devemos viver a caridade na Quaresma, esse é o objetivo da Campanha da Fraternidade. Nosso compromisso com o valor da vida”.

Destacou ainda três olhares que o cristão deve ter, em especial no período quaresmal, que são o olhar de fraternidade, o olhar de entender e ter compaixão e o de cuidar do outro. “O que estiver ao seu alcance, faça!”, destacou o arcebispo. 

No momento das orações pessoais, dom Alberto pediu que os presentes  lembrassem de orar pela saúde de todos e, em particular, aos que lhes são próximos.

Considerando as orientações da Santa Sé sobre a prevenção contra a propagação do coronavírus, antes da comunhão, foram dadas algumas recomendações que devem ser seguidas durante as missas, como receber a Hóstia Sagrada somente nas mãos, não realizar a oração do Pai-Nosso de mãos dadas e também não dar o aperto de mãos durante a saudação da paz entre os fiéis.

Antes da bênção final, o Grupo de Teatro da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro encenou a parábola do Bom Samaritano e homenageou nomes importantes ligados ao trabalho caritativo, entre os quais Irmã Dulce, agora Santa Dulce dos Pobres, e a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança.

Após a celebração, houve caminhada até à Santa Casa de Misericórdia, onde dom Alberto Taveira abençoou todos que necessitam de cuidados e procuram atendimento e os profissionais que lá trabalham.

Por Rosângela Machado.

 

 

O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Joel Portella Amado, indicou nesta quarta-feira, dia 26, que a Igreja Católica poderá questionar o presidente da República, Jair Bolsonaro, por difundir vídeos que convocam para manifestações de apoio a ele e contra o Poder Legislativo, conforme revelado pelo site BR Político, do Grupo Estado. O bispo cobrou "responsabilidade" de quem foi eleito e "equilíbrio" entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

"A Igreja estará apoiando as iniciativas que preservem a democracia. Qualquer outra nós precisaremos ouvir, conhecer e até quem sabe interpelar", disse dom Joel Portella, também bispo auxiliar do Rio de Janeiro. "Existe a corresponsabilidade de cada cidadão e a responsabilidade daqueles que pelo voto foram investidos."

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A cúpula dos bispos ainda deve ser reunir para analisar e decidir como se pronunciar sobre a convocação feita pelo presidente da República para a manifestação de 15 de março, cujo alvo é o Congresso Nacional e os "políticos de sempre".

Outros materiais de divulgação do protesto contra o poder Legislativo, de cunho "conservador e patriota", também exibem fotos de generais do Exército que "aguardam ordens de povo", numa alusão à intervenção militar. Apoiadores de Bolsonaro dizem que o ato será em defesa dele, apresentado como "única esperança" e um presidente "trabalhador, incansável, cristão, patriota, capaz, justo, incorruptível".

"Se nós queremos defender a vida, precisamos defender o diálogo e a democracia. Isso é a CNBB, isso é a Igreja, isso é o Evangelho. De algumas coisas não podemos abrir mão: a primeira delas é a vida, e a segunda, como consequência da vida, é a defesa da democracia. Ela implica no equilíbrio sadio dos três poderes", disse d. Joel Portella, sob aplausos na sede da entidade em Brasília, ao lançar a Campanha da Fraternidade de 2020.

Apesar de citar uma possível "interpelação" ao presidente, o secretário-geral da conferência deu um sinal de que a entidade se dispôs a deixar divergências com o governo para trás.

Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou na segunda-feira, o governo abriu, com aval de Bolsonaro, um canal de aproximação com a CNBB por meio da ministra Damares Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Ela se dispôs a ser uma ponte com o presidente para distensionar uma relação conflituosa até então.

"Foi uma conversa muito fraterna, na qual se disse as preocupações da CNBB. Ela apresentou as preocupações do governo, nesse quadro geral de vida ameaçada, e as duas assessorias ficaram de entrar em contato posteriormente para ver o que é possível fazer. Se for para o bem das pessoas, de modo especial para quem precisa e está sofrendo, qualquer diferença, qualquer situação, precisa ser deixada de lado", disse o bispo Portella. "Faz parte da longa tradição de seis décadas da CNBB dialogar sempre. Até na cruz Jesus dialogou. Essa é uma casa de portas abertas para quem quer venha falar, mas também venha ouvir."

Por meio de uma assessoria política e da comissão episcopal de ação sócio transformadora, a CNBB mantêm conversas com representantes dos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário.

Campanha da Fraternidade

A CNBB divulgou nesta quarta a Campanha da Fraternidade de 2020. O tema é a preservação da vida. Um dos tópicos do texto-base é o uso de redes sociais para disseminar conteúdos violentos. A Igreja alerta para o risco de cristãos entrarem na "dinâmica perversa" da redes.

"As redes sociais, infelizmente, têm funcionado, em muitos casos, como uma caixa amplificada que reverbera todos esses tipos de violência, causando grande mal à vida. A banalização da vida alcançou o mundo virtual por meio das fake news, dos perfis falsos e da disseminação de notícias caluniosas e raivosas sem nenhuma preocupação em verificar a veracidade do que se compartilha ou do que se curte. Esse cenário vem crescendo e ceifando vidas", diz o texto-base.

O documento também aborda temas como aborto, feminicídio, mortes no trânsito, assassinatos de crianças e de indígenas, desemprego, conflitos por terra e água, e preservação ambiental, contra o uso de agrotóxicos e a mineração.

"Essas manifestações de morte estão fazendo parte da paisagem cotidiana. Nós estamos acostumados, passamos por cima de todos os sofrimentos. Aí chamamos de indiferença. Existe essa segunda atitude, a morte, o sofrimento, a violência, como proposta. Está me incomodando, eu mato. Será que isso resolve o problema? Eutanásia social? Eutanásia da humanidade inteira quando tem algum problema? Essa é a pergunta que a Campanha da Fraternidade faz", afirmou d. Joel Portella.

A CNBB reproduz uma crítica do papa Francisco a governos, ao afirmar que atualmente o Estado se decida mais ao viés econômico do que ao cuidado com as pessoas.

"Se, por qualquer razão, o Estado se omite, ele se equipara àquelas que promovem a morte como nos casos de guerra", afirma a CNBB. "A incapacidade do Estado de frear a violência contribui para a banalização do mal, na medida em que grupos de extermínio determinam os que devem viver e os que devem morrer. Os poderes paralelos são fortalecidos por um Estado distante e acuado. Com isso, eles impõem a violência e a morte. Como se este fato já não fosse grave em si, ainda mais grave é a concepção daqueles que nutrem uma visão na qual o extermínio do outro soa como alívio."

A Campanha da Fraternidade existe desde 1962, sendo lançada após o carnaval, na Quarta-feira de Cinzas, quando se iniciam os 40 dias da Quaresma até a Páscoa.

A Igreja arrecada doações nas dioceses para apoiar projetos sociais em todo o País, entre eles as APACs, (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados). Coordenador executivo de campanhas da CNBB, o padre Patriky Samuel Batista disse que a "mão da Igreja" chega onde práticas usuais não alcançam.

Esperança, diálogo e disposição para enfrentar e vencer as dificuldades são os alguns dos principais itens do programa do episcopado para os próximos quatro anos. O novo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), D. Walmor Oliveira de Azevedo, anunciou as metas de gestão ao lado do cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, que até agora ocupava a presidência, do até ontem vice-presidente d. Murilo Krieger, arcebispo-primaz de Salvador, e dos 12 membros eleitos para as Comissões Episcopais Pastorais da CNBB.

O anúncio apostólico no Brasil, d. Giovanni D'Aniello, leu na cerimônia de encerramento uma mensagem do papa Francisco em resposta à carta que os bispos do Brasil enviaram a ele durante o evento. Na correspondência, o papa agradeceu a manifestação de comunhão da CNBB, fez votos de que os compromissos assumidos durante a assembleia ajudem os bispos a ser mais fiéis à sua missão evangelizadora.

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D. Walmor disse que "a nova presidência assume consciente de que as dificuldades são imensas e de que as complexidades são quase indescritíveis". Acrescentou que os bispos sabem que o Evangelho ajuda a dar novas respostas para dentro da Igreja como também para a sociedade. "Assumimos o compromisso de ser uma presença solidária".

Os vice-presidentes eleitos nessa 57.ª Assembleia Nacional dos Bispos do Brasil - d. Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, e dom Mário Antônio da Silva, de Roraima, que também participaram das cerimônia de posse, falaram da realidade de suas dioceses na entrevista coletiva. Dom Mario comentou o drama dos refugiados venezuelanos em Roraima.

A quatro dias do segundo turno das eleições no país, o Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), defendeu nesta quarta-feira (24) que a democracia seja respeitada e valores, como justiça e paz social sejam preservados. Citando o clima de violência, o órgão fez um apelo ao bom senso.

“Exortamos a que se deponham armas de ódio e de vingança que têm gerado um clima de violência, estimulado por notícias falsas, discursos e posturas radicais, que colocam em risco as bases democráticas da sociedade brasileira”, diz comunicado divulgado pela CNBB

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Para a organização, é fundamental que cada um se policie para evitar o acirramento de ânimos. “Toda atitude que incita à divisão, à discriminação, à intolerância e à violência, deve ser superada. Revistamo-nos, portanto, do amor e da reconciliação, e trilhemos o caminho da paz.”

Os bispos se reuniram ontem e hoje em Brasília, na sede da CNBB. No encontro, reiteraram a disposição do diálogo e de colaboração: “A CNBB reafirma seu compromisso, sobretudo através do diálogo, de colaborar na busca do bem comum com as instituições sociais e aqueles que, respaldados pelo voto popular, forem eleitos para governar o país.”

No comunicado, os bispos ressaltam a importância das eleições. “Eleições são ocasião de exercício da democracia que requer dos candidatos propostas e projetos que apontem para a construção de uma sociedade em que reinem a justiça e a paz social.”

Os bispos destacam ainda que cabe ao eleitor decidir em quem votar e aos líderes religiosos seguir o que prega o Evangelho. “Cabe à população julgar, na liberdade de sua consciência, o projeto que melhor responda aos princípios do bem comum, da dignidade da pessoa humana, do combate à sonegação e à corrupção, do respeito às instituições do Estado democrático de direito e da observância da Constituição Federal”, diz a nota.

O comunicado acrescenta ainda que não é possível se calar diante de injustiça: “Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada”.

A Cáritas Brasileira, que é um braço da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), divulgou o edital de um processo se seleção de articuladores e educadores sociais. O processo seletivo se destina à contratação de profissionais para atuar no "Programa Pana: Contribuindo para condições de vida dignas para migrantes venezuelanos vulneráveis e solicitantes de refúgio no Brasil”.

São oferecidas 29 vagas para atuação nas cidades do Recife, Boa Vista, Manaus, São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Brasília, em regimes de trabalho com 30 a 40 horas semanais de jornada. Os salários foram divulgados apenas como sendo “compatíveis com as funções, conforme Programa Pana”. 

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A seleção será realizada através da análise de currículos e documentos, que devem ser enviados até a próxima quarta-feira (15) para o endereço de e-mail selecaoprm@caritas.org.br. Ainda estão previstas entrevistas (que podem ser realizadas por videoconferência) entre os dias 24 e 28 de agosto. O resultado será publicado no dia 31 de agosto. Para mais detalhes, acesse o edital do certame

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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta quarta-feira (30) nota "sobre o momento nacional" se solidarizando com os caminhoneiros, trabalhadores e trabalhadoras que realizam manifestações pelo País e conclamando "toda a sociedade para o diálogo e para a não violência".

O texto da CNBB assinala que "as eleições se aproximam" e "é preciso assegurar que sejam realizadas de acordo com os princípios democráticos e éticos, para restabelecer nossa confiança e nossa esperança". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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As suspeitas de corrupção na diocese goiana de Formosa, a 80 quilômetros de Brasília, vinham sendo investigadas desde 2015, mas a prisão do bispo d. Ronaldo Ribeiro, 61 anos, surpreendeu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O setor jurídico da entidade está analisando o caso para verificar o que ocorreu e tomar posição, provavelmente com a divulgação de uma nota oficial.

Como os bispos têm autonomia no governo de suas dioceses, a CNBB nada poderá fazer contra d. Ronaldo e seus colaboradores, se forem considerados culpados. A questão depende diretamente do papa, dispensando também a intervenção da Nunciatura Apostólica, representante diplomática da Santa Sé no Brasil.

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Em outubro de 2013, sete meses após sua posse, Francisco demitiu o bispo Franz-Peter Tebartz, da diocese de Limburg, na Alemanha, por ter construído para sua residência uma mansão ao custo de 31 milhões de euros (quase R$ 150 milhões).

Quando um grupo de católicos de Formosa denunciou o escândalo, d. Ronaldo declarou, ano passado, que não havia irregularidade no emprego dos fundos arrecadados com a contribuição dos fiéis. Os paroquianos suspenderam a coleta do dízimo, em janeiro. Formosa tem 33 paróquias e 43 padres.

Em 2011, tinha 346.760 habitantes, sendo 82% católicos. Prelazia apostólica desde 1956, foi elevada a diocese em 1979. D. Ronaldo, até então bispo de Janaúba, em Minas, foi transferido para Formosa em 2014.

Mineiro de Uberaba, onde nasceu em 1957, d. Ronaldo exerceu várias funções na arquidiocese de Brasília. Foi vigário geral e membro do Conselho do Conselho Arquidiocesano para Assuntos Econômicos.

Nomeado pelo papa Bento XVI em junho de 2007, foi ordenado bispo pelo então arcebispo de Brasília, d. João Braz de Aviz, atualmente prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Formosa faz parte da Província Eclesiástica de Brasília.

Após dois anos com temáticas ambientais, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aproveita a campanha que promove anualmente em todas as dioceses do País para discutir a superação da violência com base em uma cultura de paz. O tema foi escolhido ainda em 2016, ano em que o Brasil teve recorde de mortes violentas intencionais, como homicídios e latrocínios: 61.619 vítimas, o equivalente a 168 por dia, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A preocupação da Igreja Católica com os problemas relacionados à violência também tem por base dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo os pesquisadores, com "3% da população do planeta, o Brasil responde por quase 13% dos assassinatos".

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O mote deste ano vem amparado no lema "Vós sois todos irmãos" (Mt 23,8). O texto tem uma dimensão pessoal e familiar, mostrando que ações violentas podem começar em casa e, por isso, é necessário criar uma cultura de paz.

Mas para o secretário executivo da Campanha da Fraternidade (CF), padre Luís Fernando, a superação da violência também "exige comprometimento e ações envolvendo a sociedade civil organizada, a Igreja e os poderes constituídos para a formulação de políticas públicas emancipatórias que assegurem a vida e o direito das pessoas em uma sociedade". A cobrança por ações governamentais deve estar entre as chaves do debate, uma vez que o tema da CF 2019, já escolhido, é justamente "Fraternidade e Políticas Públicas".

O texto-base da Campanha destaca que "o Estado combate as consequências, mas não as causas" da violência. Ressalta ainda que a descrença na segurança pública e a certeza da impunidade levam a população a viver encarcerada. O lançamento da CF será na sede provisória da CNNB, em Brasília, e terá a presença da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

Discussão

Entre as propostas de ação apresentadas pela CNBB tem destaque a Justiça restaurativa, que chegou ao País há dez anos e é incentivada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também presidido por Cármen Lúcia.

Na prática, o sistema escuta agressores e agredidos e busca soluções intermediárias que não só a punição. Há nesse sentido iniciativas em São Paulo e também no Rio Grande do Sul. Fortemente influenciado pela Pastoral Carcerária, o texto aponta que o sistema penal brasileiro não pode ser "mera expressão de vingança".

Entre outros indicativos de ação pública, aparecem a defesa da Lei Maria da Penha, do Estatuto do Desarmamento e das diversas legislações sobre direitos humanos, além da participação em conselhos paritários.

A CNBB ainda recomenda aos católicos a "vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota dois dias depois da sessão da Câmara dos Deputados que impediu a investigação do presidente Michel Temer por obstrução à Justiça, na qual condena a "barganha na liberação de emendas parlamentares pelo governo" e faz um alerta sobre a situação social e política do País. De acordo com a CNBB, existe um divórcio entre a classe política e a sociedade brasileira.

"A barganha na liberação de emendas parlamentares pelo governo é uma afronta aos brasileiros (…). O divórcio entre o mundo político e a sociedade brasileira é grave", disse CNBB na nota.

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O jornal O Estado de S. Paulo revelou na última quarta-feira que o custo das medidas e concessões feitas a parlamentares para barrar as duas denúncias contra Temer pode chegar a R$ 32 bilhões.

De acordo com a CNBB, as práticas políticas causam apatia e descaso pela democracia na população em geral e até nos movimentos sociais, tradicionalmente mais engajados. O cenário, dizem os bispos, propicia o surgimento de salvadores da pátria, "radicalismo e fundamentalismos" e coloca em risco a democracia.

"Tais práticas ferem a política e a esperança dos cidadãos que parecem não mais acreditar na força transformadora e renovadora do voto. É grave tirar a esperança de um povo. Urge ficar atentos, pois, situações como esta abrem espaço para salvadores da pátria, radicalismos e fundamentalismos que aumentam a crise e o sofrimento, especialmente dos mais pobres, além de ameaçar a democracia no País", disse a CNBB no texto.

Os bispos afirmam ainda que só a reação do povo é capaz de "purificar a política". A nota incentiva que a população se manifeste de forma pacífica contra a retirada de direitos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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