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A Polícia Federal decidiu indiciar o homem que expôs o filho menor de idade do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) em uma publicação no Facebook. Depois de ouvir o autor da postagem, os investigadores concluíram que ele cometeu crime de injúria, qualificada por se dirigir a funcionário público, em razão de suas funções, e na internet.

O homem fotografou o parlamentar ao lado do filho, de 7 anos, em uma praia em Vila Velha, no Espírito Santo. A imagem foi compartilhada na rede social com ataques ao senador, chamado de "infeliz" e "sem vergonha" e acusado de usar o "filho adotivo para fazer marketing".

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O próprio Contarato procurou a PF na semana passada para registrar o boletim de ocorrência.

Na ocasião, o senador disse a que a publicação é "preconceituosa" e direcionou "inadmissível ódio" ao filho.

Ao prestar depoimento, o autor da publicação, identificado como Giovani Loureiro, se disse arrependido e reconheceu que foi "infeliz" ao atacar Contarato.

Também afirmou que a intenção era criticar a atuação política, e não o filho do senador. A publicação foi apagada.

O policial militar Reinaldo Belmiro Lins, do Batalhão de Choque de Pernambuco, será indiciado pelos crimes de lesão corporal gravíssima e omissão de socorro. Afastado por medida disciplinar da corporação desde junho, o sargento entregou o armamento e carteira funcional da Polícia Militar, após ser identificado como o responsável por disparar uma bala de borracha contra o trabalhador Jonas Correia de França, durante um protesto contra Jair Bolsonaro (sem partido) no Recife, capital pernambucana, em maio deste ano. 

A vítima, um arrumador de contêiner de 29 anos, era alheia ao protesto e estava cumprindo jornada laboral quando atravessou a Avenida Conde da Boa Vista, no Centro da cidade, onde o protesto estava sendo finalizado e os disparos policiais começaram. Jonas foi atingido no olho esquerdo, perdeu parte da visão e terá que fazer uso de prótese ocular. Daniel Campelo, de 51 anos, foi a segunda vítima do mesmo protesto e também teve a visão comprometida. 

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A Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) informou que foi concluído também o inquérito sobre o caso da vereadora Liana Cirne (PT), agredida com spray de pimenta no rosto por PMs, mas não divulgou o resultado da investigação. O boletim-geral da SDS trouxe, no dia 5 de junho, a informação de que a Corregedoria instaurou um Conselho de Disciplina para apurar a conduta do sargento e realizou o afastamento por meio de portaria no dia 15 do mesmo mês. 

Jonas fez um acordo, em junho, com o governo estadual; o mesmo acordo atendeu também às demandas da família de Daniel Campelo. À época, ficou definido que as vítimas passariam a receber do Governo de Pernambuco um auxílio emergencial no valor de dois salários mínimos. O anúncio do benefício ocorreu em 4 de junho, na Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE), após reunião entre os familiares das vítimas, advogados, defensores públicos, além do procurador-geral de Pernambuco, Ernani Medicis, o procurador Antiógenes Viana, e o secretário executivo de Direitos Humanos, Diego Barbosa. 

De acordo com a Corregedoria Geral da SDS, dois dos sete Procedimentos Administrativos Disciplinares (PAD) foram finalizados. A instituição informou que os dois relatórios concluídos foram enviados para a análise do corregedor militar, mas não detalhou quais sobre quais casos eles tratam. 

O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou nesta terça-feira (26), durante a sessão para a votação do relatório, que vai incluir o nome do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) entre os indiciados. Renan atendeu a um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sob a alegação de difusão de notícias falsas. Com a inclusão, o relatório da CPI agora sugere o indiciamento de 81 pessoas.

"Essa CPI teve a coragem de pedir o indiciamento do presidente da República e do líder do governo. Não pode fechar os olhos com relação ao comportamento do seu colega parlamentar", afirmou Alessandro ao fazer a solicitação. Renan prontamente acatou o pedido, que foi contestado pelos senadores Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e Marcos Rogério (DEM-RO).

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A sugestão de Alessandro aconteceu logo após o Carlos Heinze, que é governista, concluir a leitura do seu voto em separado. Durante o voto, o progressista manifestou apoio ao Conselho Federal de Medicina (CFM) pela defesa da autonomia médica durante a pandemia e afirmou que seu relatório inclui centenas de estudos sobre o uso de substâncias como a cloroquina no tratamento da Covid-19 feitas por "cientistas, não charlatões". 

"São pesquisas que o Ministério Público a Procuradoria Geral da República vai se debruçar. Não são factóides, não são narrativas", apontou. 

Neste momento, o presidente Omar Aziz (PSD-AM) e Renan protestaram contra a defesa de Heinze de drogas comprovadamente sem eficácia contra o coronavírus. "Depois da declaração do presidente de que vacina dá Aids vem isso aí", criticou Renan.

Ajudantes de ordem

Luis Carlos Heinze ainda usou seu voto para classificar integrantes do chamado G7 da CPI como defensores de “concepções facciosas” e “ajudantes de ordem” de Renan Calheiros. O parlamentar disse que houve “muita incoerência, pressão e interrupção” nos trabalhos da comissão durante o depoimento de testemunhas entusiastas da cloroquina e do tratamento precoce, como a oncologista Nise Yamaguchi.

"Ninguém é contra vacina. Não se pode confundir prevenção com tratamento. A vacina e os fármacos são complementares. Diversos senadores, inclusive, confessaram ter usado a cloroquina", disse Heinze.

*Com a Agência Senado

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), classificou o pedido do senador Eduardo Braga (MDB-AM) para indiciá-lo na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid como um ataque eleitoral do parlamentar.

"O que ele quer é cavar manchetes nacionais com o objetivo de me atacar, uma vez que se ensaia para ser candidato em 2022", disse o governador ao Broadcast Político. Eduardo Braga se movimenta para enfrentar Lima na disputa pelo governo do Amazonas no próximo ano.

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A CPI do Senado avalia aumentar a lista de indiciados antes da votação do relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL), marcada para a próxima terça-feira (26).

Braga elaborou um adendo ao parecer e pediu o indiciamento do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e do ex-secretário de Saúde do Estado Marcellus Campêlo pela crise da falta de oxigênio em Manaus.

"Tudo isso já está sendo apurado pelos órgãos de controle e prestamos todos os esclarecimentos necessários", disse o governador à reportagem.

O relator da CPI da Covid, Renan  Calheiros, sugeriu o indiciamento de 70 pessoas, além de duas empresas, por um total de 24 crimes, em novo relatório entregue na noite da última segunda (18). Na lista, há médicos, empresários, políticos e ministros que defendem tratamentos ineficazes, citados como culpados por crimes de homicídio e infração de medidas sanitárias, entre outros. 

Segundo o relatório, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), quatro ministros, três ex-ministros, duas empresas, empresários e dois médicos teriam cometido crimes durante a pandemia. Ao presidente do país, o senador atribuiu 11 crimes, entre eles homicídio qualificado, emprego irregular de verbas públicas e infração de medida sanitária preventiva. 

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O ex-ministro da saúde Eduardo Pazuello, Marcelo Queiroga, atual responsável pela pasta, Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), Braga Netto (Defesa), Wagner Rosário (CGU), e os três filhos mais velhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), também são citados no relatório, além do pastor SIlas Malafaia, oito médicos, um diretor e dois dos donos da Prevent Senior. 

O relatório recomenda ainda que o Ministério Público Federal peça condenação e reparos por dano moral coletivo à sociedade brasileira de quem promoveu o uso de medicamentos sem eficácia e a imunidade de rebanho. A previsão de leitura do documento, na CPI da Covid, é nesta quarta (20), com votação prevista para a próxima terça (26). 

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou, nesta terça-feira (5), que certamente o presidente Jair Bolsonaro poderá ser indiciado após a conclusão da CPI. Ao ser perguntado por jornalistas sobre o assunto, Renan respondeu que "certamente será". 

"Pode ser? Com certeza será. Não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório", respondeu o relator, que também confirmou que esta é a última semana de depoimentos da CPI.

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Segundo o emedebista, a previsão é que o relatório esteja pronto em 15 de outubro. "A partir do dia 15 estarei com o relatório pronto e vou conversar individualmente com cada membro da CPI. E até lá continuaremos o debate, ouvindo juristas, caracterizando situações e escolhendo os tipos penais que nós vamos utilizar", disse.

Ainda de acordo com o relator, a cerimônia de encerramento está prevista para o dia 19,  quando também será lido o relatório. Já a votação está prevista para o dia 20.

Renan informou ainda que a CPI entregará relatórios separados à Procuradoria-Geral da República, ao Tribunal de Contas da União e aos Ministérios Públicos do DF e de estados.

"Vamos mandar para a Procuradoria-Geral da República  apenas o que couber à Procuradoria-Geral da República. E vamos destrinchar para mandar para o Ministério Público do Distrito Federal, o de São Paulo e os de outros estados, para o Tribunal de Contas da União os outros aspectos do próprio relatório", adiantou. 

*Com a Agência Senado

Nesta quarta-feira (29), a Polícia Civil do Ceará indiciou o cantor Wesley Safadão, sua esposa Thyane Dantas e mais seis pessoas pelos crimes de peculato e por infração a determinação do poder público, cujas penas somadas podem chegar a treze anos de prisão.

O inquérito da polícia investigava a vacinação irregular dessas pessoas em um shopping no bairro do Jóquei Club, em Fortaleza, Ceará, no dia oito de julho deste ano. Na época, o calendário municipal de vacinação da cidade previa a aplicação da vacina contra a Covid-19 apenas em pessoas com 32 anos ou mais - Thyane tinha 30 anos e não poderia ser vacinada.

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Já Wesley e a sua assessora, que foi indiciada apenas por infração de medida sanitária, estavam agendados para receberem a imunização no mesmo dia, no Centro de Eventos do Ceará, mas foram para outro posto de vacinação em um shopping. A polícia investiga se eles procuraram outro local a fim de escolher o tipo da vacina que estava sendo aplicada.

As investigações indicaram que três servidores públicos da Secretaria de Saúde de Fortaleza foram os responsáveis pela vacinação de Thyane, Wesley e da assessora de Safadão, contando ainda com o apoio e as participações de outras duas pessoas que não atuavam na administração pública.

A Polícia Civil afirma que os servidores agiram de maneira voluntária e deliberada, sem qualquer autorização ou conivência da Secretaria de Saúde municipal. 

O delegado responsável pelas investigações aponta que a vacinação de Wesley e das mulheres decorreu de um ajuste prévio entre eles e de uma pessoa próxima do cantor que possuía contato com os três servidores públicos. Por isso, a polícia descartou a hipótese de coincidência ou falha do sistema.

Ainda não existem provas de que houve alguma vantagem financeira entre as partes envolvidas. O inquérito policial foi enviado ao Poder Judiciário nesta quarta (29), onde segue para apreciação.

Com prazo para encerrar entre os dias 20 e 25 de setembro, o relatório final da CPI da Covid pode apontar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como indiciado. De acordo com o vice-presidente da Comissão Parlamentar, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), cerca de 25 nomes devem compor a lista.

"Diria que teremos de 25 a 30 nomes de indiciados. Não vejo como o presidente da República pode escapar de indiciamento. Ele já responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por prevaricação, tem um conjunto de outros crimes, não tem como não constar o nome do presidente da República", considerou Randolfe em entrevista ao Uol.

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Na sua visão, Bolsonaro já cometeu crimes suficientes para ser preso. "Bastava mostrar os vídeos dele oferecendo cloroquina, desdenhando da vacina, convocando os brasileiros a se jogarem ao vírus. Olhando o tipo penal de epidemia e charlatanismo, nem precisava de CPI", afirmou.

Evitar o PGR

O senador ainda explicou que pretende encontrar meios jurídicos para contornar a Câmara e a exigência da denúncia do procurador-geral da República, Augusto Aras. A alternativa poderia ser uma ação penal subsidiária da pública. "Não aceitaremos ficar nas mãos somente do PGR", assegurou.

Aras foi reconduzido ao cargo neste mês. Ele foi indicado pelo próprio presidente em setembro de 2019. A movimentação foi considerada atípica por desconsiderar a lista tríplice do órgão.

“[O relatório] será vastíssimo, apontando não somente crimes de responsabilidade, mas uma infinidade de crimes comuns, e também contra a humanidade, o que pode levar a responsabilização em tribunal internacional. Os crimes cometidos aqui não prescreverão em dois anos. Há aqueles que acham que podem estar protegidos pelo presidente da Câmara (Arthur Lira, PP-AL) e da PGR (Procuradoria Geral da República), mas alguns tipos penais não irão prescrever", alertou o senador, que completou: “Vamos trabalhar para que o que foi apurado não ficar somente como um longo texto".

Após a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) decidir propor o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro pelo crime de charlatanismo por incentivo ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, o mandatário negou as acusações da comissão. "Não sou charlatão nem curandeiro, só dei uma alternativa", afirmou o presidente.

Em entrevista à Rádio Capital Notícia - Cuiabá/MT, na manhã desta terça-feira (17), Bolsonaro negou que tenha buscado sozinho outras alternativas de tratamento para a doença, mas que teve o apoio de equipes médicas para orientá-lo. "Por que essa onda toda contra o tratamento precoce?", questionou o presidente. "Será que é um grande negócio para a indústria farmacêutica para comprar vacina?", emendou.

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Em críticas a um dos seus rivais políticos, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o chefe do Executivo disse que "ninguém tem coragem de falar", mas que "gente que tomou as duas doses (da Coronavac), foi infectado e está morrendo". "Por que está morrendo? Porque acreditou nas palavras do governador de São Paulo de dizer que quem tomar as duas doses da Coronavac e for infectado jamais morrerá".

Bolsonaro pediu para que a população procure médicos e, se os profissionais recomendarem tratamento precoce, "faça, mesmo sem ter sido vacinado duas vezes". "Se você esperar, ir para casa, mesmo vacinado, esperar até sentir falta de ar para voltar ao hospital, o que eu chamo de 'Protocolo Mandetta', pode ser tarde demais", pontuou.

Segundo o presidente, assim como páginas que defendem o tratamento precoce estão saindo do ar, páginas que contestam a inviolabilidade das urnas eletrônicas também estão sendo derrubadas, em referência à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de desmonetizar canais de fake news. Na avaliação de Bolsonaro, "é hipocrisia, pouca gente tem coragem de falar a verdade". "Nós temos que resistir, não podemos aceitar ditadura no Brasil", declarou.

A cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid decidiu encaminhar ao Ministério Público Federal o pedido de indiciamento do presidente Jair Bolsonaro pelos crimes de charlatanismo e curandeirismo, sob o argumento de que ele incentivou o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus. A medida foi discutida por senadores nesta quarta-feira (11) e fará parte do relatório final da CPI, a ser apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Na avaliação da CPI, Bolsonaro foi o principal "garoto-propaganda" de medicamentos como a ivermectina e a cloroquina durante a pandemia, disseminando informações falsas à população e levando pessoas à morte.

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Renan também avalia sugerir o indiciamento de Bolsonaro pelos crimes de publicidade enganosa e homicídio. "É para desespero daquelas pessoas que achavam que essa CPI ia dar em pizza", disse ele.

O senador pretende antecipar o relatório, que ainda terá de ser aprovado pela CPI. A maioria dos integrantes da comissão é aliada de Renan. Além do indiciamento por charlatanismo, o relator anunciou que vai propor uma onda de ações de indenização para que as famílias de vítimas da covid-19 processem a União e as empresas que lucraram com medicamentos sem eficácia comprovada. A iniciativa dependerá das próprias famílias, mas Renan sugeriu que as Advocacias dos Estados auxiliem nos processos.

Bolsonaro fez propaganda de cloroquina em várias ocasiões e também foi o maior influenciador digital da cloroquina no Facebook, como mostrou o Estadão. As postagens que ele publicou sobre o assunto geraram 11 milhões de interações e 1,7 milhão de compartilhamentos na rede social, de março de 2020 até o fim de maio de 2021.

Em julho do ano passado, o presidente chegou a exibir uma caixa do medicamento para as emas do Palácio da Alvorada. Naquele mês, ele também havia recebido o diagnóstico de covid e disse várias vezes que tomou o remédio. O Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército produziu 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina somente em 2020. Antes, até 2019, a média de produção era de 250 mil comprimidos a cada dois anos.

A cloroquina é um medicamento indicado contra malária e doenças autoimunes. Bolsonaro também já quis mudar a bula do remédio para incluir a indicação contra covid-19, mas não obteve sucesso na empreitada. No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou "fortemente" que a substância não fosse usada para esse fim, pois não apresentava eficácia no tratamento para coronavírus.

O Código Penal diz que o crime de charlatanismo ocorre quando alguém anuncia "cura por meio secreto ou infalível". A conduta de curandeirismo, por sua vez, é configurada quando uma pessoa prescreve substâncias usando gestos, palavras e fazendo diagnósticos que deveriam ser restritos a especialistas.

O Estadão/Broadcast apurou que Renan Calheiros vai indiciar Bolsonaro com base nos artigos 283 e 284 do Código Penal, que punem os crimes de charlatanismo e curandeirismo. As penas para as duas condutas variam de três meses a dois anos de prisão e multa. O relatório da CPI deve ser encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), responsável por encaminhar uma denúncia contra o presidente por crime comum.

Nesta quarta-feira, 11, o depoimento do diretor executivo da Vitamedic, Jailton Batista, uma das fabricantes da ivermectina no Brasil, reforçou a decisão da CPI de enquadrar Bolsonaro por charlatanismo. Batista admitiu que a empresa teve ganhos com a venda do remédio na pandemia. Disse, ainda, que patrocinou a publicação de anúncios a favor do tratamento precoce, contrariando evidências científicas. Batista negou, no entanto, qualquer lobby ou articulação em parceria com o governo. O faturamento da empresa com a venda do medicamento aumentou de R$ 15,7 milhões em 2019, antes da pandemia, para R$ 470 milhões em 2020, durante a crise de covid-19 no Brasil.

"Tenho consciência de que não fizemos nada que fugisse ao aspecto legal, e não nos beneficiamos de maneira exacerbada de algum oportunismo mercadológico em função da pandemia. Na verdade, houve demanda e a empresa é uma empresa como qualquer empresa e atendeu essa demanda", disse Batista.

Renan disse que o custo dessa operação foi pago em vidas. "Está aqui a tragédia. E, com certeza, a Vitamedic colaborou para que isso acontecesse ao continuar produzindo e comercializando, para tratamento da covid, um medicamento inútil, ineficaz, tido como tal pela ciência, por todos de responsabilidade no Brasil e no mundo", afirmou o senador na CPI, exibindo uma placa com o número de mortos pela doença no País, que chegou a 564.890 na terça-feira, 10.

A sessão foi marcada por críticas à política de incentivo do tratamento precoce, adotada por Bolsonaro. "O senhor Jair Bolsonaro atuou como se fosse um curandeiro, anunciando cura infalível para uma doença em que isso efetivamente não existe", afirmou o senador Humberto Costa (PT-CE). "É um constrangimento ver o presidente da República se prestar a um papel desses, ou seja, de charlatão, ao prescrever sem autorização para tal", observou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).

Com prazo final marcado para 5 de novembro, os senadores da CPI já discutem o rol de crimes pelos quais Bolsonaro será acusado no relatório final. Outra conduta apontada contra ele é a prevaricação no caso da vacina indiana Covaxin. Nesta quinta-feira, 12, a CPI ouvirá o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), acusado de participar de um esquema de corrupção na compra do imunizante. O deputado nega a atuação irregular.

Nego do Borel foi indiciado pelo crime de lesão corporal no âmbito da violência doméstica contra a ex-namorada Swellen Sauer e, através de um comunicado, declarou estar lidando com a situação com tranquilidade. Agora, de acordo com o jornal Extra, parece que a única preocupação do cantor para com a situação é ter seu passaporte apreendido.

Nego teria planos de morar permanentemente nos Estados Unidos, país onde já estava passando uma temporada. Com isso, Nego só teria retornado ao Brasil para comemorar seu aniversário de 29 anos de idade, celebrado no dia 10 de julho, e para tratar da locação da casa onde morava no Rio de Janeiro.

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Diante das acusações, no entanto, ele parece com pressa em deixar o Brasil, como teria relatado uma fonte próxima ao artista:

"Sua intenção era viajar o mais depressa possível de volta para o exterior, onde pretendia morar em definitivo. No momento, ele está tenso, correndo contra o tempo, com medo de não poder voltar."

O Extra também afirma que Nego do Borel pretende registrar uma ocorrência contra Swellen Sauer, tida como vítima no caso do indiciamento contra o cantor, alegando ser alvo de alegações mentirosas por parte da ex-namorada. De acordo com o veículo, a defesa do artista quer processar e desmentir a moça para tentar livrá-lo da acusação. Assim como está fazendo com Duda Reis.

Duda Reis é acusada de 31 crimes diferentes

De acordo com o colunista Alessandro Lo-Bianco, Nego do Borel entrou com uma queixa crime contra Duda Reis no dia 12 de julho, pedindo sua condenação por 31 crimes diferentes, como injúria, calúnia e difamação.

No documento, ele afirma ter namorado a atriz durante três anos, e diz que, após o término, ela teria publicado uma série de vídeos nas redes sociais com o intuito de prejudicar sua imagem.

Já na noite da última quinta-feira, dia 22, Duda Reis decidiu se pronunciar através do Twitter sobre a situação, destacando que a atitude de Nego não passa de uma tentativa de silenciamento por parte de seu agressor.

A advogada de Duda Reis, Izabella Borges, também acabou se pronunciando sobre o caso nas redes sociais, ressaltando que a tentativa de impedir a vítima de violência doméstica de se manifestar publicamente constitui crime contra a liberdade de expressão:

- A verdade é que essa queixa-crime tenta transformar em ré uma vítima de violência doméstica em grave ofensa ao seu direito constitucional à liberdade de expressão. Na outra ocasião, quando ele tentou impedir que ela falasse a público, a Justiça reconheceu que a mulher em situação de violência doméstica tem o direito de falar, de se expressar, em especial quando os fatos que ela publica ou se manifesta publicamente são objetos de inquérito policial.

Nos comentários, Duda agradeceu o trabalho da profissional e ressaltou que não pretende se deixar abalar pela situação:

"Sempre tentam nos calar! Mas eu escolho levantar minha voz e lutar por nossos direitos! Grata por ter o privilégio de ter você comigo e obrigada por defender toda essa causa com maestria! Agressores não passarão".

Ao indicar o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo Jair Bolsonaro na Casa, e seu filho, deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE) pelo suposto recebimento de R$ 10,4 milhões em propinas, a Polícia Federal também apontou evidências de caixa 2 nas campanhas da dupla para as eleições 2012 e 2014. Segundo os investigadores, o 'recebimento clandestino de verbas' soma R$ 3,2 milhões em ambos os pleitos.

Além da omissão de prestação de contas à Justiça Eleitoral, os investigadores também apontaram suposta compra de apoio político por parte da família Bezerra, por isso pediram ao Supremo Tribunal Federal o compartilhamento do inquérito com a Procuradoria-Geral Eleitoral 'para ciência e adoção das providências que entender pertinentes'.

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A indicação da delegada Andréa Pinho Albuquerque da Cunha consta no relatório de 300 páginas sobre a investigação aberta em 2017, a partir das delações de operadores financeiros pernambucanos alvo da Operação Turbulência - que investigou o acidente aéreo que matou o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na campanha presidencial de 2014. Fernando Bezerra e seu filho foram alvos de um desdobramento de tal investigação, batizada Operação Desintegração, em setembro de 2019.

Ao abordar especificamente os indícios de abuso de poder econômico com a compra de apoio político, a PF diz que Fernando Bezerra e seu filho tinham um 'projeto de expansão política' pelo sertão pernambucano, se valendo 'de artifícios espúrios' para cumprir tal objetivo, 'desregulando a necessária isonomia entre os candidatos no sufrágio'. Os investigadores citam ao menos quatro transferências de valores a empresas ou pessoas ligadas a políticos expoentes nas regiões de interesse da família Bezerra.

A PF lembra que nas eleições de 2012, Fernando Bezerra Coelho Filho se candidatou à prefeitura de Petrolina, mas não foi eleito - 'a despeito de todos os recursos obtidos e de todas as despesas efetuadas à margem do conhecimento da Justiça Eleitoral'. Por outro lado, os investigadores apontam que 'não pairam dúvidas' de as compras de apoio político surtiram efeito já no pleito seguinte, em 2014, quando membros da família conquistaram vagas em distintas Casas Legislativas - Fernando Bezerra no Senado, Fernando Bezerra Coelho Filho na Câmara dos Deputados e Miguel de Souza Leão Coelho (neto do líder do governo no Senado) na Assembleia Legislativa estadual.

Já os indícios de caixa 2 são detalhados em segmento do relatório que descreve as imputações a Fernando Bezerra. A PF diz que as investigações 'demonstram veementemente' que o senador solicitou, por intermédio de Iran Padilha Modesto (pessoa de sua confiança), um empréstimo de R$ 1,5 milhão João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite, delatores da Operação Turbulência. Segundo os investigadores, tais valores não foram declarados à Justiça Eleitoral, com exceção de uma doação de R$ 45 mil que partiu de uma concessionária cujo 'real dono' seria o próprio Fernando Bezerra.

Os valores teriam sido destinados, em parte, à campanha de Fernando Bezerra Coelho Filho ao cargo de Prefeito de Petrolina em 2012, bem como a outros candidatos de municípios localizados no sertão pernambucano, 'os quais compõem o seu curral eleitoral'. Além disso, os investigadores dizem que há 'provas cabais' de que o político omitiu, na prestação de contas de sua campanha ao Senado em 2014, receitas de R$ 1,8 milhão também oriundas dos delatores da 'Turbulência'.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS ANDRÉ CALLEGARI E ARIEL WEBER, QUE REPRESENTAM FERNANDO BEZERRA E FERNANDO FILHO

"A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho e do deputado federal Fernando Filho esclarece que o relatório final do Inquérito 4513 não passa de opinião isolada de seu subscritor, que, inclusive, se arvora em atribuições que sequer lhe pertencem, sem qualquer força jurídica vinculante. Essa investigação, nascida da palavras falsas de um criminoso confesso, é mais uma tentativa de criminalização da política, como tantas outras hoje escancaradas e devidamente arquivadas."

Em relatório final enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal concluiu que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder do governo Bolsonaro no Senado, recebeu propina de R$ 10 milhões de empreiteiras quando era ministro da Integração Nacional no governo Dilma Rousseff.

Além de Fernando Bezerra Coelho, a polícia também indiciou o deputado Fernando Coelho Filho (MDB), ambos por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e omissão de prestação de contas. 

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A PF diz que os pagamentos são vantagens indevidas em contrapartida à execução de obras atreladas ao Ministério da Integração Nacional, que FBC comandou entre janeiro de 2011 e outubro de 2013. Uma das obras citadas no relatório da Polícia Federal é a transposição do rio São Francisco, onde as empreiteiras PAS, Barbosa Mello, S/A Paulista e Constremac atuaram.

A delegada Andrea Pinho Albuquerque da Cunha utilizou depoimentos colhidos, dados de quebras de sigilo bancário e telemático para detalhar valores das empreiteiras que teriam transitado por empresas dos operadores e chegaram a pessoas e firmas ligadas ao senador Fernando Bezerra.

Provas colhidas pela PF mostram que as empresas repassaram valores para a revendedora de veículos Bari Automoveis, de Petrolina, Sertão de Pernambuco, território eleitoral da família Bezerra Coelho.

"A OAS também pagou parte das vantagens indevidas por meio de doações oficiais às campanhas políticas dos candidatos ou a seus partidos", diz a PF.

Além do indiciamento do senador e seu filho, a delegada pede no relatório enviado ao STF o bloqueio de R$ 20 milhões em bens de ambos. Segundo a polícia, o valor foi estimado como proveito econômico por eles auferidos com as práticas criminosas.

À Folha de São Paulo, a defesa do senador afirmou que o relatório "não passa de opinião isolada de seu subscritor que, inclusive, se arvora em atribuições que sequer lhe pertencem, sem qualquer força jurídica vinculante". Além disso, os advogados apontam que a investigação "é mais uma tentativa de criminalização da política, como tantas outras hoje escancaradas e devidamente arquivadas".

O médico e vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Junior, o doutor Jairinho, de 43 anos, foi indiciado nesta terça-feira, 1º, pela Polícia Civil do Rio por torturar um menino de 3 anos, filho de uma mulher com quem ele namorou e chegou a morar. As torturas aconteceram em 2016. A mãe da criança também foi indiciada, por omissão, porque não impediu Jairinho de ter contato com o filho mesmo sabendo de pelo menos um episódio de violência. O relacionamento entre ambos se manteve até 2020. Jairinho está preso desde 8 de abril e responde por tortura e morte de seu enteado Henry Borel, de 4 anos, filho de sua namorada Monique Medeiros, que também está presa. Ele também já era réu por torturar a filha de outra namorada, entre 2011 e 2012.

Durante a investigação das agressões a Henry, a polícia descobriu relatos de que Jairinho já tinha agredido filhos de namoradas anteriores. Débora Melo Saraiva seria um desses casos - uma pessoa denunciou ter flagrado Jairinho agredindo o filho dela. Débora então foi à Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) no dia 22 de março e contou que mantivera um relacionamento conturbado com o vereador, a partir do final de 2014, quando ela trabalhava na Câmara Municipal (e ele já era vereador). Mas ela omitiu as agressões. Em 16 de abril, oito dias após a prisão de Jairinho, Débora voltou à delegacia e mudou sua versão: disse ter sido agredida pelo vereador em várias ocasiões, tendo até quebrado um dedo dela, e também narrou agressões dele ao filho.

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A criança também foi ouvida e relatou agressões. "A criança reviveu parte de episódios sofridos, como sufocamento com saco na cabeça, pisões na barriga e uma grave fratura de fêmur", contou nesta terça-feira o delegado Adriano França, titular da DCAV.

Segundo a polícia, em 2016 o menino de 3 anos foi obrigado por Jairinho a entrar no carro e, com medo, vomitou dentro do veículo. Depois, na tentativa de fugir, pulou do carro e quebrou o fêmur. Ao levar a criança ao hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca (zona oeste), Jairinho e Débora contaram que o menino havia sofrido um acidente casual, e negaram agressão - por isso o casal está sendo indiciado também por falsidade ideológica. Nos documentos relativos àquele atendimento, apresentados à polícia pelo hospital Lourenço Jorge, uma psicóloga relatou que o menino, ao ser atendido ferido, contou que não queria entrar no carro do qual havia saltado. No prontuário, além da fratura, constam hematomas nas bochechas e assaduras nos glúteos - sinais das agressões que ele havia sofrido e devido as quais tentara fugir.

Débora não comunicou o episódio do carro às autoridades nem à equipe de profissionais de saúde que atendeu a criança. Mesmo ciente das agressões de Jairinho ao filho, ela permitiu que o vereador saísse com a criança, que, segundo a polícia, acabou "sofrendo novo episódio de intensa dor e sofrimento". Ela também continuou dividindo a casa com Jairinho, em Jacarepaguá (zona oeste). "Débora continuou a ficar na condição de amante até o fim de 2020, ainda com alguns encontros esporádicos em 2021, preferindo fingir que nada aconteceu com seu filho", disse o delegado.

A reportagem tentou localizar representantes de Débora para que se pronunciem sobre o indiciamento, sem sucesso até a publicação deste texto. Também procurada, a defesa de Jairinho não se manifestou sobre a decisão da polícia.

Além das duas acusações referentes a Henry (por tortura e homicídio) e do indiciamento anunciado nesta terça-feira, Jairinho já era réu em um processo por tortura a outra criança.

Em 3 de maio a Justiça do Estado do Rio aceitou denúncia contra Jairinho por tortura praticada nos anos de 2011 e 2012 contra uma menina de 4 anos, filha de uma cabeleireira que conheceu Jairinho em 2010 e manteve um relacionamento com ele até 2013. Nesse intervalo, chegaram a ficar noivos. A menina, que à época tinha de 3 a 5 anos e hoje tem 13, disse que o vereador bateu a cabeça dela contra a parede do box de um banheiro e pisou sobre o corpo dela no fundo de uma piscina, tentando impedir que ela emergisse para respirar. "À época, essa criança tinha entre 3 e 5 anos. Essa criança sofreu uma série de violências e até tortura", disse o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), em entrevista coletiva concedida quando o indiciamento foi anunciado, em 30 de abril.

"A criança tinha pavor e pânico ao ver o carro de Jairinho. A figura dele trazia lembranças das agressões. Ela ficava segurando na perna da avó para não ir ao encontro do doutor Jairinho. Quando identificaram a ânsia de vômito e o pânico da criança, ela foi afastada do convívio (com ele). A criança foi praticamente criada pela avó por questões familiares", contou o delegado Adriano França, titular da DCAV, em 30 de abril.

"Por medo, a mãe da criança acabou não denunciando. Com o caso do Henry, ela criou coragem e acabou denunciando. Esse caso não tem nada a ver com o caso Henry, mas surgiu no bojo da investigação e serve para corroborar o perfil de violência do doutor Jairinho contra menores filhos das pessoas com quem ele têm relacionamento amoroso", completou o delegado Felipe Curi. A mãe da criança é considerada pela polícia vítima de violência doméstica e não foi indiciada por não ter denunciado as agressões dele à filha.

A Polícia Legislativa do Senado decidiu indiciar o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, pelo gesto com conotação racista feito com a mão durante uma sessão da Casa no dia 24 de março. Martins dá expediente no Palácio do Planalto e integra a 'ala ideológica' do governo de Jair Bolsonaro.

O assessor de Bolsonaro foi enquadrado no artigo 20 da lei 7.716, que trata dos crimes de preconceito de raça ou de cor. A legislação prevê pena de um a três anos de reclusão e multa para quem "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".

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Agora, caberá ao Ministério Público Federal no DF decidir se apresenta uma denúncia contra Martins ou se pede o arquivamento do caso. O episódio fez o Senado aprovar uma moção de repúdio e levou Martins a prestar depoimento no mês passado.

Sentado atrás do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência provocou polêmica ao juntar as pontas do indicador e do polegar, como num sinal de "Ok", estendendo os três dedos restantes e movimentando a mão para cima e para baixo. O gesto é usado por extremistas e associado a símbolos de ódio.

O vídeo viralizou nas redes sociais e causou críticas. Senadores associaram a atitude ao símbolo de supremacistas brancos, já que o gesto representaria as letras WP (White Power). Outros classificaram o gesto como obsceno. Martins negou as duas versões e disse que estava apenas ajeitando o paletó.

Procurada pela reportagem, a defesa de Martins afirmou que "os esclarecimentos preliminares já foram devidamente apresentados perante a autoridade policial do Senado Federal". "Não posso apresentar maiores esclarecimentos, haja vista o sigilo processual", disse o advogado João Manssur.

O médico e vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos, o Dr. Jairinho, de 43 anos, e sua namorada, a professora Monique Medeiros, de 33 anos, foram indiciados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro pela morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos, em 8 de março, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio).

O casal, que está preso temporariamente desde 8 de abril, vai responder por homicídio doloso (intencional) duplamente qualificado (por emprego de tortura e impossibilidade de defesa da vítima). Jairinho também foi acusado por dois crimes de tortura contra Henry, e Monique foi indiciada por um crime de tortura contra o próprio filho. A Polícia Civil pediu ainda à Justiça a conversão da prisão temporária, que se encerraria no próximo dia 8, em prisão preventiva, que não tem prazo para terminar.

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O inquérito foi encaminhado ao promotor Marcos Kac, da 1ª Promotoria de Investigação Penal da Zona Sul e da Barra da Tijuca Ele será responsável por analisar a peça e decidir se denuncia Jairinho e Monique à juíza Elizabeth Louro , titular do 2º Tribunal do Júri do Rio.

Investigações colocaram em xeque versão de morte por queda

O inquérito foi concluído sem que Monique fosse ouvida pela segunda vez, como ela desejava. No primeiro depoimento, em 17 de março, ela disse ao delegado Henrique Damasceno, responsável pela investigação, que assistia TV em um cômodo da casa, e o filho dormia em outro, na noite de 7 de março. Quando acordou, de madrugada, e foi até o quarto encontrou o filho caído e machucado. À polícia ela cogitou a hipótese de a criança ter se ferido sozinha, ao cair da cama.

Depois de ter essa versão desmentida pela investigação da polícia, ser presa e mudar de advogado, Monique acusou o namorado de obrigá-la a mentir e pediu para prestar novo depoimento. Três pessoas - a babá de Henry, a faxineira da família e uma ex-namorada de Jairinho - foram ouvidas pela segunda vez. Para a Polícia Civil, no entanto, essas pessoas comprovaram estar sob ameaça de Jairinho ou de familiares, enquanto Monique, na avaliação da polícia, em nenhum momento demonstrou estar sendo coagida.

A mãe de Henry terá oportunidade de apresentar sua nova versão em depoimento à Justiça, quando o processo for iniciado.

A reportagem procurou ouvir as defesas de Jairinho e Monique sobre o indiciamento, mas não houve retorno até a publicação deste texto.

O médico e vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Junior, o doutor Jairinho (sem partido), preso temporariamente desde 8 de abril e acusado de agredir até a morte seu enteado Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), foi indiciado nesta sexta-feira, 30, pelo crime de tortura, praticado entre 2010 e 2013 contra a filha de uma então namorada dele. O inquérito, instaurado a partir de informações colhidas durante a investigação da morte de Henry, tramitou na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) do Rio. Hoje a vítima tem 13 anos. Além do indiciamento, a polícia pediu à Justiça a prisão preventiva de Jairinho por esse crime. A DCAV ainda investiga outra denúncia contra Jairinho, referente a supostas agressões ao filho de outra ex-namorada.

No caso já concluído, a vítima é a filha de uma cabeleireira que conheceu Jairinho em 2010 e manteve um relacionamento com ele até 2013. Nesse intervalo, chegaram a ficar noivos. A menina, que à época tinha de 3 a 5 anos e hoje tem 13, disse que o vereador bateu a cabeça dela contra a parede do box de um banheiro e pisou sobre o corpo dela no fundo de uma piscina, tentando impedir que ela emergisse para respirar.

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"À época, essa criança tinha entre 3 e 5 anos. Essa criança sofreu uma série de violências e até tortura", disse o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), em entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira.

"A criança tinha pavor e pânico ao ver o carro de Jairinho. A figura dele trazia lembranças das agressões. Ela ficava segurando na perna da avó para não ir ao encontro do doutor Jairinho. Quando identificaram a ânsia de vômito e o pânico da criança, ela foi afastada do convívio (com ele). A criança foi praticamente criada pela avó por questões familiares", contou o delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da DCAV, que também participou da entrevista coletiva nesta sexta-feira.

"Por medo, a mãe da criança acabou não denunciando. Com o caso do Henry, ela criou coragem e acabou denunciando. Esse caso não tem nada a ver com o caso Henry, mas surgiu no bojo da investigação e serve para corroborar o perfil de violência do doutor Jairinho contra menores filhos das pessoas com quem ele têm relacionamento amoroso. Isso ficou comprovado na investigação que foi concluída e na investigação que está em andamento", completou o delegado Felipe Curi. A mãe da criança é considerada pela polícia vítima de violência doméstica e não será indiciada por não ter denunciado as agressões dele à filha.

Ao ser preso (pela investigação referente a Henry), Jairinho prestou depoimento ao delegado França e negou as acusações. Disse que mantinha com a criança uma relação "amistosa", sem "grau de intimidade", e negou ter saído sozinho com ela ou a levado a qualquer lugar que tivesse piscina. Também contestou as agressões. Mas a investigação concluiu que ele mentiu. "Toda a versão apresentada por doutor Jairinho foi derrubada pelas provas documentais e pelo depoimento", disse França durante a entrevista coletiva desta sexta-feira. "Em determinados momentos ele (Jairinho) diz não estar com determinadas crianças em determinados locais. Porém, fotos mostram o contrário. O crime é de tortura, majorada por ser criança e por um período de dois anos", afirmou o delegado.

O inquérito que ainda tramita na DCAV contra Jairinho investiga agressões supostamente cometidas por ele ao filho da estudante Débora Melo Saraiva, que começou a se relacionar com Jairinho em 2014. O menino tem 8 anos e, em depoimento, afirmou que o vereador colocou um papel e um pano em sua boca, avisou que ele não poderia engoli-los, deitou a criança em um sofá de sua casa em Mangaratiba e pisou sobre seu corpo. No mesmo depoimento de 8 de abril, Jairinho também negou essas acusações.

O advogado Braz Sant’Anna, que defende Jairinho tanto no caso Henry como neste investigado pela DCAV, afirmou que o indiciamento realizado pela Polícia Civil poderá ser alterado pelo Ministério Público do Estado do Rio, por isso é "melhor aguardar o entendimento do promotor".

Um alemão, suspeito de ter transmitido para a Rússia dados e planos do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão, foi indiciado em Berlim - anunciou o Ministério Público federal nesta quinta-feira (25).

"Entre final de julho e início de setembro de 2017, o suspeito decidiu, por sua própria iniciativa, transmitir informações sobre as propriedades do Bundestag alemão para os serviços de Inteligência russos", disse o MP em um comunicado.

Identificado como Jens F., o suspeito "trabalhava para uma empresa que foi contratada várias vezes pelo Bundestag alemão", relatou o órgão.

Ele era encarregado, principalmente, de supervisionar os dispositivos portáteis usados na Câmara baixa do Parlamento.

"Nesse contexto, o suspeito teve acesso a arquivos em PDF com os planos das propriedades" do Bundestag, acrescentou.

De acordo com o MP, o acusado enviou esses documentos, em formato PDF, para um funcionário da embaixada russa em Berlim. Este último seria membro do serviço de Inteligência militar russo, o GRU.

Indiciado pelo Ministério Público Federal, o suspeito poderá ser processado, se o tribunal competente assim o decidir.

- Vários casos de suspeita de espionagem

As relações diplomáticas entre Berlim e Moscou foram ofuscadas recentemente por vários casos de suspeita de espionagem atribuídos à Rússia. Um deles, de 2015, teria envolvido a chanceler Angela Merkel.

O assassinato de um georgiano de origem chechena em Berlim, em agosto de 2019, acusado de pertencer ao GRU, e o caso do opositor russo Alexei Navalny deixaram as relações bilaterais ainda mais tensas.

Desde o final de 2019, o caso do georgiano provocou a expulsão de diplomatas russos de Berlim, em protesto por sua falta de cooperação na investigação. O suposto autor do assassinato está sendo julgado em Berlim desde o outono boreal (primavera no Brasil). Moscou rejeita todas as acusações neste caso.

Em relação ao opositor russo, Navalny foi internado na Alemanha após uma tentativa de envenenamento, da qual acusa o Kremlin. Quando voltou para a Rússia, no início de 2021, foi detido e, desde então, Berlim reivindica sua soltura.

A Alemanha, assim como Suécia e Polônia, expulsaram diplomatas russos em 8 de fevereiro passado, em represália por medidas similares adotadas por Moscou contra diplomatas acusados de participar de manifestações de apoio a Navalny.

Apesar dessas tensas relações, Moscou e Berlim mantêm o pragmatismo e continuam defendendo, contra todas as críticas, seu polêmico projeto do gasoduto Nord Stream 2, que unirá os dois países.

Merkel, que deixará o cargo no final do ano após 16 anos na Chancelaria, considera que Nord Stream é "uma questão econômica", na qual o governo "sempre se recusou a interferir", segundo uma porta-voz da dirigente alemã.

Berlim também faz gestões para desenvolver a vacina russa contra o coronavírus Sputnik V na Europa. O laboratório alemão IDT Biologika poderia participar da produção do imunizante russo.

A chanceler propôs ainda que a Agência Alemã de Medicamentos "apoie a Rússia" em seu pedido de aprovação por parte da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).

A Polícia Civil indiciou por lesão corporal e homicídio culposo na direção de veículo, nesta segunda-feira, 22, o motorista do ônibus envolvido no acidente com um caminhão que matou 42 pessoas, em novembro do ano passado, em Taguaí, interior de São Paulo. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado, as empresas de confecção onde as vítimas trabalhavam foram indiciadas por falsidade ideológica e por expor a perigo a vida de outras pessoas. Já a empresa de transporte foi indiciada por exercício irregular da profissão e também por expor ao risco outras pessoas.

Conforme a pasta, a decisão foi tomada após análise dos laudos periciais pela autoridade policial. De acordo com a delegada Camila Rosa Alves, que conduziu a investigação, a perícia não apontou falhas ou irregularidades no sistema de freios do ônibus. Em seu depoimento, o motorista Mauro Aparecido de Oliveira, que dirigia o coletivo, disse que tentou frear quando outro veículo parou à sua frente, mas o freio não funcionou. Para não sair da estrada, ele jogou o ônibus para a outra pista. A manobra resultou em colisão frontal com uma carreta que vinha em sentido oposto.

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A delegada concluiu que, na verdade, o motorista tentou uma ultrapassagem em local proibido. Segundo ela, o conjunto de provas, que incluem laudos periciais, depoimentos de testemunhas e simulações em computador, indica que ele poderia evitar a colisão com a traseira do ônibus que seguia à sua frente se tivesse manobrado para a direita, saindo da estrada. Quando aconteceu a colisão, o ônibus estava a 89 km/h, 10% a mais que a velocidade permitida. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que ainda vai se pronunciar.

O acidente aconteceu na manhã de 25 de novembro de 2020, quando Oliveira dirigia um ônibus da Viação Star Turismo pela rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, levando funcionários de três indústrias de confecção para o trabalho, em Taguaí. Em uma curva, o ônibus invadiu a pista contrária e bateu em uma carreta de carroceria dupla, carregada com esterco. O impacto praticamente cortou o ônibus ao meio. As vítimas ficaram presas nas ferragens. Foi o acidente rodoviário com maior número de vítimas no Estado de São Paulo.

A Polícia Civil ouviu 28 depoimentos e, além das perícias nos veículos envolvidos, realizou inspeções na rodovia. Os técnicos do Instituto de Criminalística realizaram uma reconstituição em três dimensões do cenário da tragédia. Conforme a polícia, a empresa Star Turismo não tinha autorização para transportar passageiros e não fazia a manutenção adequada do veículo, já que foram encontrados pneus "carecas" em uso. A defesa da Star Turismo informou que os ônibus eram revisados semanalmente e que ainda não foi notificada sobre o fim do inquérito.

O advogado do motorista, Hamilton Antônio Gianfratti, disse que sustentará a versão do condutor do ônibus, pois há testemunhas que confirmam que ele não tentou uma ultrapassagem. "À frente dele seguia um colega em outro ônibus e, na frente dos dois, um caminhão reduziu de forma demasiada a velocidade. Ele tentou frear, mas sentiu que faltou o freio." Segundo o advogado, havia mato com árvores do outro lado da estrada e o motorista ficou sem opção, a não ser sair para a esquerda.

Gianfratti pretende contestar os laudos que indicaram a integridade dos sistemas de freios. "Se o ônibus tinha pneus carecas, é razoável aceitar que os freios, que são os primeiros a serem checados na revisão, também podiam não estar bons." O advogado ainda não tinha sido informado do indiciamento do seu cliente, mas disse que esperava que o caso fosse de crime culposo, pois se trata de acidente de trânsito. Ao fim, se houver condenação, ele vai pedir o perdão judicial para o motorista. "Ele tinha uma relação de afetividade com as vítimas, pois as transportava há oito anos e também está sofrendo com as perdas."

A reportagem entrou em contato com o advogado das confecções e não teve retorno até a publicação desta matéria.

A Polícia Federal indiciou, nesta segunda-feira, 22, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, seu irmão Renato Kassab e o ex-tesoureiro do partido Flávio Castelli Chuery pelos crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O indiciamento marca a conclusão, pela corporação, de investigação da Operação Lava Jato aberta com base nas delações premiadas de executivos do Grupo J&F, entre eles o empresário Wesley Batista. Os crimes pelos quais os suspeitos foram indiciados, cujas penas variam de 3 a 12 anos de prisão, teriam sido cometidos entre 2010 e 2016 por meio do pagamento de propinas e doações eleitorais com contrapartida de apoio político. A PF informou que o inquérito e o relatório foram entregues à 1ª Zona Eleitoral de São Paulo para as providências cabíveis.

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"Além da colaboração premiada, foram realizadas diversas outras diligências, dentre elas: quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados e das empresas por eles utilizadas, análise de material em sede de busca e apreensão, análise conversas por aplicativos de mensagens e a oitiva de testemunhas e de outras pessoas relacionadas aos fatos", acrescenta a Polícia Federal.

Defesa

A reportagem procurou a assessoria de imprensa de Kassab, mas não obteve retorno até o momento.

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