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João Gilberto de Prado Pereira de Oliveira (1931-2019) nasceu em Juazeiro, na Bahia, no dia 10 de junho de 1931. Membro de uma família de músicos, ainda na adolescência montou seu primeiro grupo musical, conhecido como “Enamorados do Ritmo”. Em 1947, João deixou sua cidade natal e mudou-se para Salvador, onde deveria completar seus estudos, porém, abandonou estes quando entrou para o cast da Rádio Sociedade da Bahia.

João mudou-se para o Rio de Janeiro em 1950, onde fez parte do conjunto “Garotos da Lua”, que se apresentava frequentemente na Rádio Tupi. Foi expulso do conjunto por indisciplina, após o lançamento de dois discos. O músico passou alguns anos se dedicando para o estudo do violão após o incidente. Em 1958, fez participação como violonista no disco “Canção de Amor Demais”, de Elisete Cardoso, disco que contava com composições de Tom Jobim e Vinícius de Morais.

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A ascensão de João veio junto à música “Chega de Saudade”, que inaugurou o estilo da “Bossa Nova” no mesmo ano. A faixa composta por Tom Jobim lançou não somente a carreira de João Gilberto, mas um novo estilo musical a uma nova geração de compositores, letristas e instrumentistas.

Em 1963, João Gilberto gravou com o músico Stan Getz, para o disco Getz/Gilberto, lançado no ano seguinte. O álbum tornou-se um marco consagrado, levando ao mundo a música Garota de Ipanema. O artista foi premiado em 1965 com o Grammy (Melhor Álbum) pelo disco em colaboração com Getz.

Depois de uma vasta carreira internacional, em 1980 João voltou a residir no Brasil, fixando-se no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, o artista grava o especial João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, apresentação que contou com participações da filha, Bebel Gilberto e Rita Lee.

Os últimos lançamentos de João Gilberto foram: João, Voz e Violão (2000), premiado com Grammy na categoria de Best World Music Album, e o CD João Gilberto in Tokyo (2004). Após diversos anos longe dos palcos, em 2008 o cantor apresentou-se no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, celebrando os 50 anos da Bossa Nova. João Gilberto viveu seus últimos anos em seu apartamento no Leblon, Rio de Janeiro. O cantor, compositor e instrumentista faleceu no dia 06 de julho de 2019.

Por Matheus de Maio

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) decidiu não decretar luto oficial no Brasil devido à morte do cantor João Gilberto. O porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta segunda-feira (8) que o presidente reconhece a importância do músico, mas que não haverá o decreto do luto.

João Gilberto morreu no último sábado (6) de causas naturais no seu apartamento. Ele tinha 88 anos e foi enterrado neste domingo (7) em um cemitério no Rio de Janeiro.

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Após a morte do cantor, Bolsonaro fez um breve comentário sobre o acontecido durante entrevista com jornalistas em Brasília. "Uma pessoa conhecida. Nossos sentimentos à família", afirmou. 

João Gilberto é considerado o criador da Bossa Nova, gênero musical que leva o Brasil para o exterior há anos. Cantor, violonista e compositor, sua morte foi sentida por integrantes de diversas áreas da sociedade brasileira.

Durante toda a manhã e início da tarde desta segunda-feira (8), fãs, amigos e parentes passaram pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia, região central da cidade, para se despedir de João Gilberto. O cantor, compositor e violonista faleceu no sábado (6), aos 88 anos. 

Por muitos considerado o pai da bossa nova, João Gilberto é tido pelo pesquisador e historiador da música brasileira Ricardo Cravo Albim como o responsável por mostrar para o mundo o talento musical do Brasil. 

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“Não dá para mensurar o tamanho da perda de João Gilberto, porque ele é a criação da música brasileira contemporânea e a criação da música brasileira internacionalizando pela primeira vez todo um contexto de samba. Porque a bossa nova, que ele criou, e ele dizia com toda a razão, não é senão samba. Portanto, é o gênero mais autêntico do Brasil. A bossa nova é a criação de João Gilberto pela voz e pelo violão”. 

A cantora Teresa Cristina diz ter sido influenciada por ele, mesmo sem ter tido a oportunidade de ver pessoalmente João Gilberto cantar. 

“Ele está na base da música brasileira, é um farol. Do jeito dele, recluso, diferente, ele influenciou todos os meus mestres. Todas as pessoas que eu admiro, que tenho carinho e respeito à obra, têm o João Gilberto como mestre. Esse jeito dele cantar influenciou muita gente, acredito que eu também fui influenciada por esse jeito descansado dele cantar. Mas eu acho que ele era tão gênio que ele influenciou muita gente que nem sabe que tem a influência de João Gilberto no seu canto”.

Jeito Brasileiro

Para a cantora Adriana Calcanhoto, João Gilberto inspirou gerações de artistas. “Muitos artistas, de música e outras áreas, são influenciados pelo João até sem saber que são. É uma coisa muito bonita, é muito profundo o que ele fez. Não é só na camada muito superficial, só da música. É o jeito de falar, a própria arte, a música e o Brasil. A gente tem que se espelhar nisso. O João Gilberto é um exemplo para nós todos, representa um Brasil muito grande”. 

Pouco antes das 14h, uma homenagem foi feita no hall do Theatro com integrantes do coro e da orquestra do Theatro, regidos pelo maestro e compositor Tim Rescala, que tocaram e cantaram Jesus Alegria dos Homens, de Johann Sebastian Bach, e Ave Verun Corpus, de Wolfgang Amadeus Mozart.

Após a primeira parte da apresentação musical, o padre Omar Raposo, reitor do santuário do Cristo Redentor, celebrou uma missa. A cerimônia foi encerrada com a execução de Air, de Bach e Chega de Saudades, obra de Tom Jobim imortalizada na voz de João Gilberto, que foi acompanhada por todo o público presente cantando junto. 

A filha de João, Bebel Gilberto, disse que a homenagem foi à altura do pai. “Que a gente continue tocando, cantando, apreciando a música como ele tanto quis. E que a gente resgate na música o amor para sempre e celebre a vida”. 

O velório de João Gilberto terminou às 14h20. O corpo do cantor foi levado para Niterói, na região metropolitana, onde será enterrado no cemitério Parque da Colina.

 

No último sábado (6), a música popular brasileira ficou de luto com a morte de João Gilberto, considerado o pai da Bossa Nova. Entre as homenagens que repercutiram na internet, uma em especial causou confusão no programa "Mais Você" nesta segunda-feira (8).

Enquanto iniciava o programa matinal da Globo, Ana Maria Braga lamentou a "morte" de Gilberto Gil, cometendo a gafe ao vivo ao trocar o nome de João Gilberto. Após o erro, a apresentadora foi rapidamente corrigida pelo Louro José, personagem do Tom Veiga.

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Além de trocar os nomes dos artistas, Ana Maria Braga errou novamente. Ela fez a internet vibrar ao parabenizar Felipão pela vitória do Brasil na Copa América, mas só que na verdade o atual técnico da seleção é o Tite. Os usuários do Twitter não deixaram barato e tiraram sarro da situação. "Ana Maria Braga dando parabéns ao Felipão pelo título da seleção brasileira. Foi a melhor coisa para começar o dia", comentou um dos internautas.

Cantores e artistas brasileiros lamentaram hoje (6) a morte do cantor e compositor João Gilberto. Por meio das redes sociais, amigos e fãs postaram suas homenagens ao Pai da Bossa Nova.

Em seu perfil no Instagram, a cantora Gal Costa postou um foto antiga ao lado cantor e disse: "Se foi João Gilberto o maior gênio da música brasileira. Influência definitiva no meu canto.
Fará muita falta mas seu legado é importantíssimo para o Brasil e para o mundo".

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O cantor Ed Motta também postou uma mensagem no Instagram em homenagem a João Gilberto. "Um capítulo seminal da arte desse planeta descansa hoje. Que artista imenso, descanse em paz mestre supremo".

O escritor e dramaturgo Walcyr Carrasco prestou condolências aos familiares do cantor e afirmou que João Gilberto foi um dos músicos mais importantes e influentes do Brasil.

A cantora Maria Bethânia também lembrou dos momentos ao lado do amigo e disse que a cultura brasileira perdeu uma personalidade lendária.

"Todo e total respeito e reverência a essa entidade da Música Brasileira. Descanse em paz, João Gilberto!", publicou a cantora.

Mais cedo, a morte de João Gilberto foi confirmada pelo filho do artista Marcelo Gilberto, que também é músico, em seu perfil na rede social Facebook. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Cantor, compositor e considerado um dos pais da bossa nova, João Gilberto faleceu neste sábado (6) no Rio de Janeiro. Músico tinha 88 anos e deixa três filhos. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Gilberto, que imortalizou canções como "Garota de Ipanema" e "Chega de Saudade", estava no centro de uma disputa entre seus filhos mais velhos, os músicos João Marcelo e Bebel Gilberto, e sua última ex-mulher, Cláudia Faissol, uma jornalista 40 anos mais nova com quem João tinha uma filha adolescente.

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Bebel e João Marcelo acusam Faissol de se aproveitar do músico baiano. Já Faissol alegava que a má fase de Gilberto era resultado de má administração de anos de carreira e falta de incentivo governamental.

Em 2016, Bebel conseguiu na Justiça a interdição do pai para gestão pessoal, financeira e patrimonial.

Desde 2011, o cantor passava por dificuldades financeiras. Ele cancelou uma turnê e não efetuou a devolução do cachê pago adiantado. Solicitou empréstimo de R$ 10 milhões a um banco em 2013 para sanar a dívida. Como garantia, o banco ficou com cerca de 60% dos direitos autorais dos quatro primeiros trabalhos de Gilberto.

Sua voz delicada cantando "Garota de Ipanema" continua a cativar o mundo, quase 60 anos depois de sua gravação, mas João Gilberto, o pai perfeccionista da Bossa Nova, agoniza longe da placidez de sua música.

Arruinado, doente e vivendo sozinho em um apartamento emprestado no Rio de Janeiro, a tristeza que cerca este artista, de 86 anos, parece não ter fim.

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Há anos, João Gilberto está no centro de uma truculenta disputa entre seus filhos mais velhos, os músicos João Marcelo e Bebel Gilberto, e sua última ex-mulher, Cláudia Faissol, uma jornalista 40 anos mais jovem que ele e mãe de sua filha adolescente.

Bebel e João Marcelo acusam Faissol de se aproveitar do lendário músico baiano, mas o enredo não é apenas sobre dinheiro.

"Em sua obsessão pelo controle, João Gilberto tinha como ambição apenas parar o mundo para exercer sua arte. Diante do microfone, conseguiu. Fora do palco, foi o contrário — nunca teve controle sobre sua vida. Habituou-se a delegá-la a outros (...) mas a vida escreve seus próprios arranjos e, pior, às vezes desafina feio", escreveu Ruy Castro, autor do livro sobre a Bossa Nova "Chega de Saudade", no jornal Folha de S. Paulo.

- Um gênio excêntrico -

Apesar, ou em razão de sua genialidade, João Gilberto nunca foi uma pessoa fácil de lidar.

Seu perfeccionismo obsessivo e suas excentricidades - como sua reclusão em casa ou fobia social (entreabria a porta apenas para receber diariamente a comida de um restaurante) o fizeram tão famoso quanto suas belas interpretações de "Desafinado", "Corcovado" ou "Chega de Saudade", muitas vezes em dupla com sua primeira esposa, Astrud Gilberto.

"A importância dele é incalculável porque ele foi a principal voz do movimento musical brasileiro mais conhecido do mundo e foi revolucionário quase que involuntariamente. Ele foi, pelo menos no Brasil, o primeiro cantor que não precisou de um vozeirão para cantar. Ele cantava baixinho, como um sussurro, com um violão virtuoso de acompanhamento", disse à AFP Bernardo Araújo, crítico musical do jornal O Globo.

Mas ao mesmo tempo...

"Gilberto é como Michael Jackson ou Prince, um artista brilhante e raro, embora sua raridade tenha se tornado cada vez mais aguda até atingir essa situação terrível de hoje", estima Araújo.

No final de 2017, o homem que internacionalizou a música brasileira ao lado do compositor Tom Jobim e do poeta Vinícius de Moraes foi interditado pela Justiça a pedido de sua filha Bebel, que justificou que o pai não tem condições de cuidar de sua saúde ou finanças por sua fragilidade física e mental.

"Eu queria que meu pai tivesse um final de vida feliz e tranquilo", disse João Marcelo, primogênito de Astrud Gilberto, à revista Veja.

Finalmente, João Gilberto foi forçado a deixar o apartamento que alugava no Leblon por falta de pagamento e, desde o final de abril, mora em outro, supostamente emprestado por Paula Lavigne, mulher de Caetano Veloso, na Gávea.

- A queda -

Se o início do declínio de João Gilberto pudesse ser datado, seria 2011.

Naquele ano, Cláudia Faissol o convenceu a fazer uma turnê para comemorar seu aniversário de 80 anos, mas o artista acabou cancelando o projeto alegando problemas de saúde.

O cantor já havia recebido 1 milhão de reais como adiantamento e foi forçado a devolver a quantia.

Em meio a uma longa batalha judicial travada com sua primeira gravadora, sem nenhum álbum novo desde 1989 e sem se apresentar publicamente desde 2008, acabou vendendo 60% dos direitos autoriais de seus quatro primeiros álbuns ao banco Opportunity em 2013.

Acusada de fazê-lo assinar contratos sem o seu pleno conhecimento, em meados do ano passado Faissol chamou os bombeiros para arrombar o apartamento de João Gilberto. Segundo seus filhos, sua ex-mulher queria levá-lo à força para a entrega de um prêmio nos Estados Unidos.

"O Brasil deve muito a João Gilberto e precisa encontrar maneiras de apoiá-lo neste momento", afirmou o empresário Nizan Guanaes.

Guanaes está mobilizando artistas para ajudar o cantor, apesar de quase 20 anos atrás o artista ter arruinado a inauguração de uma sala de espetáculos em São Paulo, repreendendo e mostrando a língua para o público irritado com o som do local.

Uma das últimas vezes que os brasileiros o viram foi em 2015, quando o cantor, muito magro, apareceu em um vídeo caseiro vestindo pijama e tocando "Garota de Ipanema" com sua filha mais nova.

"Tristeza não tem fim", diz uma de suas canções mais célebres. Caetano Veloso preferia o verso: "Melhor que o silêncio, só o João".

Com 86 anos, o músico João Gilberto está desde outubro sob os cuidados da filha Bebel Gilberto. A cantora, que reside em Nova York, conseguiu esta semana na justiça a interdição do genitor para gestão pessoal, financeira e patrimonial. A decisão dá a Bebel curatela, em caráter provisório, de 120 dias e foi publicada no Diário de Justiça do Rio de Janeiro.

A medida jurídica é destinada às pessoas declaradas incapazes de realizar ações como movimentação financeira e assinaturas de contrato. Ainda assim, João Gilberto passará por uma perícia para comprovar o estado de saúde. Desde 2011, o cantor passa por dificuldades financeiras, quando cancelou a turnê e não efetuou devolução do cachê pago adiantado. Assim, o artista solicitou empréstimo, no valor de R$ 10 milhões com o banco Opportunity, em 2013, a fim de sanar a dívida. Na época, como garantia, o banco ficou com cerca de 60% dos direitos autorais dos quatro primeiros trabalhos de Gilberto.

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Diante da situação financeira e de saúde do 'pai da Bossa Nova', o primogênito João Marcelo Gilberto chegou a acusar a atual esposa do pai, Cláudia Faissol, pela situação. Em entrevista ao site Uol, em julho de 2017, João Marcelo falou sobre Cláudia. “Ela manda a filha para uma escola de R$ 11 mil por mês e acredito que ela não trabalha. Meu pai está perdendo sua casa, mas sua filha está bem. Ele está quebrado. Ela o sangrou até secar.” No entanto, para Faissol, a má fase de João Gilberto é resultado da má administração de anos de carreira e falta de incentivo governamental.

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João Gilberto estava ali e não estava. Sua presença era sentida nas harmonias do jazz e no puxar das cordas de samba com as quais criou um universo nos anos 50. Se tivesse parado aí, Gilberto Gil já teria um Rio São Francisco para mergulhar, apenas transpondo a voz e o violão de João para si, como se o palco do novo Teatro Net São Paulo fosse o sofá de sua casa. Mas não. Gil se aproxima primeiro e pede a bênção. Depois, se distancia e deixa evidente o que o faz Gilberto Gil e não João Gilberto.

E, quando se passam três ou quatro músicas, os dois desaparecem.

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João Gilberto Gil surgiu no fim de semana quando o cantor baiano passou por São Paulo com a turnê do novo disco, Gilbertos Samba, que gravou para homenagear o pai da bossa. Gil estreou um teatro médio em São Paulo, para 799 pessoas. Ainda que fosse visível que a casa não está pronta - faltava acabamento ao chão e às bordas do palco -, o espaço era apropriado para acolher a proposta acústica do artista. Gil parecia perto de todos e, em um palco menor, ainda mais afetuoso com o baterista Domenico, com o filho guitarrista e percussionista Bem Gil, e com o acordeonista Mestrinho.

Mostrou canções do disco e outras que poderia ter gravado. E voltou a ser Gil, revisitando o próprio repertório com pequenas revisões nos arranjos.

O novo Gil que João dá forma tem a voz atuando nas regiões mais graves, às vezes em seu limite. Gil tem tido problemas vocais com seus 72 anos. Há notas agudas que um dia gravou em seus discos e que não atinge mais.

Assim, abaixou as tonalidades de quase todas as músicas. Ao fazer João, reencontrou o conforto. Foi justamente na baixa emissão de volume e nos graves, aprendidos nos discos de Chet Baker nos anos 50, que João inventou seu canto. Ou o seu 'não canto'. Quando abre o show, com Aos Pés da Santa Cruz, já fica claro que é por ali que Gil também vai andar.

João Gilberto Gil não está só. Seu grupo, o mesmo que atuou nas gravações do disco, tem interferência decisiva na atitude das canções. A sustentação está apenas no violão de Gil, deixando que os outros criem clima, com fios de ruídos ou pequenas linhas em contraponto com a melodia. Ainda que bem mais discreto, há algo da Banda Cê, o grupo com o qual Caetano Veloso se reinventou em seus últimos discos, nos conceitos da 'limpeza áspera' de Gil cantando, por exemplo, Desafinado. Quando tudo parece estar calmo, na percussão minimalista à base de lixas de parede raspadas umas às outras, Gil faz uma dinâmica crescente com o efeito de um pedal de guitarra. Algo que João não imaginaria nem em sonho.

Não é um Gil experimental, mas um Gil livre, que não visita João para copiá-lo, mas para experimentá-lo. Seu violão, mesmo na bossa, continua sendo mais percussivo do que harmônico, mais de quintal do que de teatro, ainda que venha com a grande quantidade de acordes estudados para a turnê. Gil ama criar pontes, as passagens ou introduções, sobretudo nos baixos, entre primeiras e segundas partes de canções, chamadas pelos músicos de convenções. O Pato e Tim Tim por Tim Tim deixam esse passeio evidente.

Apesar de os recursos reinventarem João com discrição o tempo todo, nada soa estranho e Gil faz uma apresentação próxima, pop, fácil e empolgante.

Do que não está no disco, mostra Rosa Morena, de Dorival, e uma série de músicas do próprio repertório. Já em festa, canta com a plateia Aquele Abraço. Para o bis, deixa uma música que os internautas escolheram pelas redes sociais: Desde Que o Samba É Samba.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Gilberto Gil, ícone da música brasileira, fará três apresentações da turnê do disco Gilbertos Samba no Nordeste, em Natal (RN) e no Recife (PE). Na capital pernambucana, os shows serão realizadas nos próximos dias 21 e 22 de maio, às 21h, no Teatro RioMar, Zona Sul do Recife. Os ingressos custam R$ 100 (Balcão Nobre, Plateia Alta e Plateia Baixa) e estão à venda no site Ingresso Rápido e na bilheteria do teatro.

O álbum Gilbertos Samba é uma reinterpretação de clássicos gravados por João Gilberto de autores como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Carlos Lyra e Caetano Veloso. Este é o primeiro trabalho de Gil com a gravadora Sony Music e foi gravado em estúdio com tecnologia analógica no Rio de Janeiro, com produção musical de Moreno Veloso e Bem Gil.

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Na ocasião, Gilberto Gil (voz e violão) se apresentará acompanhado dos músicos Bem Gil (violões, guitarra e percussão), Domenico Lancellotti (bateria, percussão e MPC) e Mestrinho (sanfona e percussão).

Serviço

Gilberto Gil no show Gilbertos Samba

21 e 22 de maio; às 21h

Teatro RioMar (Avenida República do Líbano, 251 - L4, Pina)

R$ 100

(81) 4003 1212

João Gilberto flanou pelas redes sociais nos últimos dias. Áudios em ótimo estado do chamado El Concierto Del Día Siguiente foram compartilhados aos montes por quem gosta da obra do músico baiano. A voz de um locutor anuncia detalhes da gravação logo no início da primeira canção, Tim tim por Tim tim. "Fazem 25 anos neste 2010 do concerto feito em Madri... que teve como protagonista um senhor vestido de cinza com um violão espanhol." Trata-se de uma apresentação de João feita em 19 de julho de 1985 no Patio Central del Conde Duque de Madri.

Aos 54 anos, João havia acabado de realizar uma apresentação lendária no Festival de Montreux, na Suíça. Ao chegar à Espanha para o evento organizado pela prefeitura de Madri, chamado Verões da Vila, pediu uma mudança na programação. Tom Jobim estava escalado para cantar no primeiro dia e João, no segundo. Mas o violonista alegou problemas de saúde e pediu para trocar de dia com Tom. O público que havia comprado ingressos para ver um viu outro e houve reclamação. Mas, como mostram as gravações que aparecem em ótimo estado, João estava em um dia inspirado. Canta Wave, O Pato, Garota de Ipanema, Chega de Saudade, Desafinado. A reportagem entrou em contato com Claudia Faissol, jornalista e representante de João para assunto jurídicos. "Eu tenho dó do João quando fico sabendo disso. Isso não passou por nós. Já pedi uma conversa no Ministério da Cultura para resolvermos questões assim, mas nunca fui atendida." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Foi enterrada na quinta-feira (28), pelo Supremo Tribunal Federal a última tentativa de João Gilberto de proibir biografia sua não autorizada, de Walter Garcia, editada pela Cosac Naify.

Em decisão do último dia 8 de novembro, o Supremo Tribunal Federal rejeitou, definitivamente, a Reclamação de João Gilberto contra a editora. O músico havia notificado judicialmente a editora à época do lançamento do livro João Gilberto, em junho de 2012, sobre uma possível retirada da obra de circulação.

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A decisão pode ser um prenúncio de como o STF decidirá no caso das biografias não autorizadas. É a primeira vez que uma ação do tipo chega até o Supremo.

Em julho, João Gilberto já tinha tido uma derrota na 9.ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele tinha pedido uma liminar de busca e apreensão do volume nas livrarias, o que foi negado. O papa da bossa nova ainda teve de arcar com as custas e honorários do processo.

O baiano argumentava que o livro de Garcia apresentava "conteúdo ofensivo à imagem e intimidade, por meio de exposição não autorizada do retrato pessoal do autor".

João Gilberto também vê "calúnia e difamação" no trabalho, dizendo que o autor passa uma ideia de "homem displicente no cumprimento de suas obrigações trabalhistas, de alguém que emite conceitos desfavoráveis a outras figuras artísticas" e que João é "acometido de neurose obsessiva e paranoia", desmoralizando-o.

O livro "João Gilberto", de Garcia, dividido em quatro partes, apresenta uma seleção de entrevistas concedidas pelo cantor e depoimentos de pessoas próximas, como Dorival Caymmi e Vinicius de Morais. Traz também ensaios e textos críticos escritos especialmente para a edição, entre eles Caetano Veloso, Mario Sergio Conti, José Miguel Wisnik e Lorenzo Mammì.

Segundo o texto da decisão, o Tribunal nega "por unanimidade e nos termos do voto da Relatora (...) provimento ao agravo regimental".

O tema foi alvo de audiência pública há duas semanas no Supremo Tribunal Federal de Brasília. Uma Ação Direta de Inconstitucionalidade será votada pelos ministros em breve. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

João Gilberto não quer esperar mais. Aos 82 anos, decidiu remasterizar como bem entender e recolocar no mercado o quanto antes seus discos Chega de Saudade (1959), O Amor, o Sorriso e a Flor (1960) e João Gilberto (1961), além de João Gilberto Cantando as Músicas do Filme Orfeu do Carnaval (1961). Todos eles estão no centro de uma disputa judicial envolvendo o artista e sua gravadora, a EMI, desde os anos 80.

João acusava a gravadora de ter sumido com suas gravações originais e sucateado sua obra, mas um laudo técnico elaborado a pedido da Justiça pelo produtor Marco Mazzola mostrou nesta semana que as gravações são mesmo originais, que as fitas não se deterioraram com o tempo e que não foram adulteradas. Em matéria publicada no dia 24 de julho, o jormal "O Estado de S.Paulo" antecipou que as primeiras conclusões técnicas absolviam a gravadora de adulteração do material.

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Embora o processo não tenha chegado ao fim, João já providencia, segundos seus representantes, o relançamento de seus discos, que não foram mais para o mercado desde o fim dos anos 80, quando a briga começou. Os três álbuns formam aquilo que é conhecido como a ‘santíssima trindade’ durante o processo de formação da bossa nova, no início dos anos 60. Diante da notícia, a gravadora EMI faz um alerta:

"Se eles fizerem isso (lançarem o material), estarão tomando uma decisão provisória da Justiça como decisão definitiva. E aí vão ter de pagar indenizações para a gravadora", diz Raphael Miranda, advogado da companhia. Flávio Galdino, advogado de João, rebate: "E vamos fazer o quê? Esperar o João Gilberto morrer para depois psicografarmos a forma como ele quer lançar seus discos? João quer dedicar seus últimos anos de vida à sua obra, quer deixá-la intacta para a posteridade da forma que a cultura brasileira merece, não da forma sucateada como a EMI permitiu que ficasse."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A perícia nas fitas masters dos três principais discos de João Gilberto, Chega de Saudade (1959), O Amor, o Sorriso e a Flor (1960) e João Gilberto (1961), além do compacto João Gilberto Cantando as Músicas do Filme Orfeu do Carnaval (1961), começaram a ser realizadas na tarde de ontem, 23, pelo produtor Marco Mazzola, no Rio de Janeiro.

A avaliação técnica do material foi uma determinação da Justiça do Rio para atestar o estado das obras, já que João afirmava que sua gravadora poderia ter abandonado as gravações e mesmo entregue a ele cópias, e não as versões originais de seus discos. Ainda sem um laudo conclusivo, que só deve ficar pronto na semana que vem, uma fonte que teve acesso à perícia inicial informou à reportagem que as primeiras audições apontaram que as fitas não são cópias e que não estão em estado crítico de conservação.

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O perito Marco Mazzola, procurado pela reportagem, não foi localizado. Sua secretária informou que ele estava incomunicável em Guaratiba, no Rio de Janeiro, cuidando da produção das apresentações que serão feitas para o Papa Francisco. Mazzola foi também quem produziu o disco oficial para a Jornada Mundial da Juventude. Já sua assessoria de imprensa disse que o produtor não pode se pronunciar até que o trabalho termine, uma vez que é obrigado a cumprir um acordo de confidencialidade. Nem os advogados das partes puderam acompanhar seus trabalhos no estúdio.

Se a originalidade e o bom estado das masters for confirmado, a gravadora EMI ganha um argumento de peso. Seu advogado Raphael Miranda já defendeu a empresa dizendo que João criou uma "cortina de fumaça" ao dizer que a gravadora havia estragado suas gravações, e até mesmo desaparecido com elas. Na visão da gravadora, João usa esse argumento para ganhar na Justiça a posse de um material que pertence à EMI, já que a gravadora pagou pelas masters quando eles foram gravados nos anos 1960. A posse das masters nada tem a ver com os direitos autorais das obras. "Ele quer dinheiro. Esse homem não é confiável", disse Miranda em recente entrevista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cantor João Gilberto sofreu esta semana a segunda derrota em sua tentativa de tirar das livrarias uma biografia não autorizada sua, João Gilberto, de Walter Garcia, editada pela Cosac Naify. Em 2012, o músico já tivera um pedido para suspender a publicação do livro negado pela Justiça.

Na quinta-feira, 27, a 9.ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo negou a João Gilberto liminar de busca e apreensão do volume nas livrarias. O papa da bossa nova ainda terá de arcar com as custas e honorários do processo.

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O baiano argumentava que o livro de Garcia apresentava "conteúdo ofensivo à imagem e intimidade, por meio de exposição não autorizada do retrato pessoal do autor".

João Gilberto também vê "calúnia e difamação" no trabalho, dizendo que o autor passa uma ideia de "homem displicente no cumprimento de suas obrigações trabalhistas, de alguém que emite conceitos desfavoráveis a outras figuras artísticas" e que João é "acometido de neurose obsessiva e paranoia", desmoralizando-o.

O livro de Garcia, dividido em quatro partes, apresenta uma seleção de entrevistas concedidas pelo cantor e depoimentos de pessoas próximas, como Dorival Caymmi e Vinicius de Morais. Traz também ensaios e textos críticos escritos especialmente para a edição, entre eles Caetano Veloso, Mario Sergio Conti, José Miguel Wisnik e Lorenzo Mammì.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os advogados do cantor João Gilberto, Flávio Galdino e Rafael Pimenta, receberam da gravadora EMI as masters dos discos "Chega de Saudade", "O Amor, O Sorriso e a Flor" e "João Gilberto", além do compacto com músicas do filme "Orfeu do Carnaval".

O material foi entregue pela EMI depois de uma decisão judicial determinar que João tenha a guarda das fitas até que venha o julgamento em 2.ª instância na 7.ª Vara Cível do Rio de Janeiro. Os discos seguem semana que vem para serem periciados pelo produtor Marco Mazzola.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

É melhor que João Gilberto não esteja lendo os jornais desta semana. Pois quando os ventos pareciam soprar a seu favor, sensibilizando juízes sobre seus pedidos para adquirir os direitos sobre seus discos Chega de Saudade (1959); O Amor, O Sorriso e a Flor (1960); e João Gilberto (1961), além de um compacto em que canta as músicas do filme Orfeu da Conceição, o mundo fica bem menos poético e, agora, parece querer engolir o genitor da bossa nova. Depois de saber que uma nova decisão judicial publicada ontem (15) pela reportagem deixa seus álbuns em poder da gravadora EMI, seu nome volta à tona de maneira nada elegante a menos de um mês de seu aniversário de 82 anos, no dia 10 de junho. João está sendo cobrado na Justiça por um calote histórico.

Assim que foram fechadas as datas dos shows que faria em 2011 e os lugares em que seriam realizados, os ingressos começaram a ser vendidos a preços que chegavam a R$ 1.400. No Rio, sua apresentação seria em 21 de dezembro, no Teatro Municipal, com entradas entre R$ 600 e R$ 1.400. Em São Paulo, com bilhetes entre R$ 500 e R$ 1 mil, a casa escolhida foi o Via Funchal. A imprensa divulgou que a venda dos ingressos não teve a procura esperada e, dias antes do início de uma temporada que iria também a Salvador e Porto Alegre, João alegou problemas de saúde. Foi ao geriatra Jamil Jamile e saiu com um diagnóstico de infecção das vias respiratórias. Todas as apresentações foram canceladas.

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Em outubro de 2011, os empresários do Via Funchal, representados pelo advogado Sergio D'Antino, entraram na Justiça com uma ação de arresto e convenceram os magistrados de que foram lesados. Segundo a decisão judicial que permanece inalterada, João Gilberto deve depositar em juízo a renda de todas as bilheterias dos shows que fizer em território nacional até que o prejuízo dos empresários paulistas seja ressarcido. D'Antino calcula que ele esteja hoje em torno de R$ 900 mil. "Os assessores do João Gilberto fizeram um ótimo trabalho para acabarem com a carreira dele. Ele vai quebrar. João não faz mais shows no Brasil depois desta ação", diz D'Antino. Claudia Faissol, mulher de João que responde por ele, não se pronunciou até o fechamento desta reportagem.

O Teatro Municipal do Rio também quer receber o que perdeu com o cancelamento dos shows. Quantia: R$ 570 mil, referentes aos R$ 270 mil pagos antecipadamente a João mais juros e multas rescisórias. Maurício Pessoa, produtor da turnê, informa que repassou todo o valor recebido para João. "Tenho muito respeito por João, mas as pessoas têm de ter ética. Se ele recebeu R$ 210 mil para fazer este show e não fez, deveria devolver." Ao todo, João teria recebido R$ 1 milhão pela turnê de seus 80 anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

João Gilberto tem festejado seus 80 anos no melhor estilo "João Gilberto" - sem dar sinais de vida a produtores, empresários, casas de show ou assessores de imprensa, deixa de novo a incerteza no ar. Os shows previstos para os dias 18, em São Paulo, e 21, no Rio, não devem mais ocorrer, segundo sua mulher, Claudia Faissol. Enquanto ela justificava que João não pode sair de casa por estar gripado, empresários da turnê, sem notícias do cantor, aguardavam os advogados de João para uma posição oficial.

"Não posso afirmar com certeza o cancelamento porque não me passaram", disse à reportagem o empresário Maurício Pessoa, na noite desta terça-feira (13). "Minha posição é a pior possível. Nunca passei por isso na minha vida", desabafou Pessoa.

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Sobre os motivos dos primeiros cancelamentos da turnê em São Paulo e em Salvador, ele disse que nada têm a ver com a baixa venda de ingressos. "Afirmo com toda a pureza da minha alma. Tivemos dificuldades na busca de patrocínio, mas sabíamos que venderia. As vendas estavam indo bem, sem que tivéssemos feito anúncios. O show aconteceria com ou sem público." Sobre os efeitos de tantos cancelamentos, ele diz: "A certeza vai se deteriorando. As pessoas ficarão desconfiadas. Em vez de comprar antes, vão para as portas das casas de show."

Após adiar a turnê "80 anos - Uma vida bossa nova" por conta de uma forte gripe, o cantor João Gilberto anunciou hoje a nova data de seu show no Rio. A apresentação no Theatro Municipal, no centro, que estava agendada para 15 de novembro, foi transferida para 21 de dezembro, às 21h.

Os ingressos já adquiridos serão automaticamente válidos para a nova data. Quem desistir de ver o show será ressarcido. Se o ingresso tiver sido comprado na bilheteria do teatro, a pessoa deve ligar para o telefone (0xx21) 2332-9191. Quem comprou convite pela internet deve ligar para 4003-2330 ou acessar o site www.ingresso.com.

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A data do show em Salvador será divulgada em breve, segundo a assessoria do cantor. Como ainda não há novas datas confirmadas para os shows em Brasília e Porto Alegre, todos os ingressos serão reembolsados. Em São Paulo, o show será em 18 de dezembro, às 20h, no Via Funchal, na Vila Olímpia, zona sul da cidade.

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