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O Banco Central Europeu (BCE) inesperadamente cortou as taxas básicas de juros, dando um passo decisivo para combater os crescentes riscos para a perspectiva econômica e a estabilidade financeira da zona do euro. O BCE anunciou um corte de 0,25 ponto porcentual na taxa de refinanciamento - a taxa cobrada em sua principal operação de refinanciamento semanal -, de 1,50% para 1,25%. A taxa de depósito passou de 0,75% para 0,50% e a taxa de empréstimo caiu de 2,25% para 2,00%. As mudanças terão efeito a partir de 9 de novembro.

A maioria dos especialistas previa que o BCE manteria as taxas de juros inalteradas, mesmo diante do fraco crescimento econômico e do aumento das incertezas em torno da crise de dívida da zona do euro. Os observadores do mercado vão avaliar sinais sobre se o corte anunciado hoje é uma medida extraordinária para tentar conter a intensificação da crise europeia ou se há uma série de cortes no horizonte. As informações são da Dow Jones.

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O banco central da Austrália cortou as taxas de juros pela primeira vez em dois anos em meio, calibrando a política econômica na medida em que a inflação se enfraquece, o desemprego aumenta e a perspectiva global se deteriora. O Reserve Bank of Australia (RBA) reduziu sua taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, para 4,5%. A medida ficou em linha com a expectativa do mercado.

"Com o crescimento global moderado, a inflação agora provavelmente próxima à meta e a confiança deprimida fora do setor de matérias-primas, o Conselho concluiu que uma posição mais neutra de política monetária seria consistente com a obtenção de um crescimento sustentável e de uma inflação de 2% a 3% ao longo do tempo", afirmou Glenn Stevens, presidente do RBA, em um comunicado.

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O corte da taxa básica de juros se segue à divulgação de dados favoráveis sobre a inflação do terceiro trimestre e vem no momento em que alguns setores industriais anunciaram demissões, por causa da perda de competitividade e da fraca demanda dos consumidores. Os principais bancos se apressaram em reduzir as taxas de juros dos financiamentos imobiliários, repassando integralmente o corte do juro básico. As informações são da Dow Jones. (Hélio Barboza)

A taxa média do empréstimo pessoal cobrada pelos sete maiores bancos do País apresentou queda em outubro em relação a setembro de 0,01 ponto porcentual, para 5,85% ao mês, segundo pesquisa da Fundação Procon-SP. Essa é a segunda redução seguida, novamente com uma leve variação, já que a taxa havia recuado de 5,87% ao mês em agosto para 5,86% no levantamento seguinte.

Já a taxa média do cheque especial caiu pela primeira vez após nove meses de alta, de 9,57% ao mês em setembro para 9,55% em outubro. "Em pontos porcentuais as reduções não foram muito expressivas, o que demonstra ainda uma cautela do mercado financeiro", afirma o Procon-SP.

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Dois bancos reduziram a cobrança do empréstimo pessoal: Banco do Brasil (de 5,39% para 5,35% ao mês) e Bradesco (de 6,37% para 6,33%). A instituição estatal é ainda a que cobra a menor taxa entre os bancos pesquisados, enquanto o Itaú, a maior (6,45%). Quanto às taxas cobradas no cheque especial, três bancos apresentaram redução em outubro ante setembro. O Banco do Brasil recuou de 8,49% ao mês para 8,45%, o Bradesco, de 8,95% para 8,93%, e a Caixa Econômica Federal (CEF) passou de 8,27% para 8,20%.

De acordo com o Procon-SP, o cenário segue desfavorável para os empréstimos financeiros por conta das "altas taxas de juros" cobradas pelos bancos. "O Brasil continua com os maiores juros reais do mundo. Desta forma, o Procon-SP orienta que o consumidor deve manter a cautela, procurando analisar todas as opções de empréstimos e financiamentos."

A pesquisa foi realizada no dia 18 de outubro com Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander, e antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto porcentual, para 11,50% ao ano.

A taxa básica de juros deve chegar a 10% ao ano até março de 2012, prevê a LCA Consultores. De acordo com nota divulgada pela consultoria, a redução da Selic em 0,5 ponto porcentual, para 11,5% ao ano, decidida hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), veio em linha com a expectativa e reforça a percepção de que o ajuste da taxa deve continuar a ser promovido a cada 50 pontos-base, desde que não haja uma deterioração adicional no cenário internacional.

"Nosso cenário base pressupõe que a crise fiscal europeia e o conturbado cenário político norte-americano continuarão a provocar volatilidade nos mercados globais e a pesar sobre o crescimento das economias maduras, mas sem provocar eventos extremos - como, por exemplo, o colapso de alguma grande instituição financeira", afirma a LCA. "Nessas circunstâncias, seguimos projetando redução da Selic para 10% ao ano até março de 2012 - em contexto de crescimento doméstico abaixo do potencial e lenta desaceleração da inflação (corrente e projetada)."

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O presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, avaliou como "muito pequena" decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que reduziu nesta quarta-feira em 0,5 ponto porcentual a taxa básica de juros, a Selic. O dirigente sindical considerou que a autoridade monetária "acertou no remédio", mas "errou na dose". "Infelizmente, os membros do Banco Central se transformaram em fiéis escudeiros dos especuladores", criticou. "A redução é positiva, mas insuficiente", frisou.

O presidente da Força Sindical ressaltou que a queda de 12% para 11,5% ao ano reflete a pressão da sociedade para a redução da taxa básica de juros. "Ela reflete a pressão da sociedade, especialmente do movimento sindical, que constantemente tem se manifestado a favor de queda ousada na taxa básica de juros", afirmou. "Esperamos, agora, que o Copom ao menos mantenha esse ritmo de queda, que, apesar de suave, serve de alento para a economia", acrescentou.

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Contraf-CUT - Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, o ritmo de redução da taxa básica de juros é "muito lento". Na avaliação do dirigente da entidade, a autoridade monetária deve "ousar" e "acelerar" o corte da taxa básica de juros. "O Brasil ainda mantém o título de campeão mundial dos juros, o que freia o emprego, a produção e o desenvolvimento", avaliou. "E somente incentiva a entrada de capital especulativo", acrescentou.

O presidente da Contraf-CUT considerou ainda que o atual patamar da taxa básica de juros "é um problema e deve ser combatido", uma vez que, segundo ele, penaliza a população de baixa renda. "Trata-se do maior programa de transferência de renda do mundo aos donos de títulos públicos, a chamada bolsa-banqueiro, cujo orçamento prevê o repasse da ordem de R$ 240 bilhões, em 2011", criticou. "É uma obrigação do governo eleito acabar com esse nefasto programa de transferência de renda às avessas que está sangrando o povo brasileiro", emendou. O dirigente da entidade defendeu ainda que, além das metas de inflação, a autoridade monetária fixe também metas sociais, como o aumento do emprego e da renda dos trabalhadores e a redução das desigualdades sociais.

A nova redução de 0,5 ponto porcentual na taxa de juros Selic, anunciada hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), mantém a coerência do Banco Central, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). "A decisão do Copom é acertada e vem em linha com as preocupações crescentes sobre o agravamento da crise econômica mundial e seus efeitos na expansão da economia brasileira", diz a entidade em nota divulgada hoje.

Para a CNI, a deterioração do cenário mundial justifica essas preocupações. "As dificuldades da economia americana em sustentar sua recuperação e a crise fiscal na Europa podem se transmitir à economia doméstica por diversos canais, como a redução da corrente de comércio e do fluxo de investimentos, condições de crédito mais restritivas e piora na confiança de consumidores e empresários, diagnostica a entidade".

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A avaliação da entidade, é de que essa situação internacional já começa a provocar uma desaceleração da economia brasileira e vai acabar se refletindo num cenário inflacionário, não se justificando assim a manutenção de uma política monetária restritiva.

A CNI adverte, no entanto, que é preciso acompanhar o cenário inflacionário e não se pode deixar o compromisso com a meta de inflação de 2012. Diante disso, a entidade espera uma atuação mais forte da política fiscal, com controle do aumento dos gastos públicos. "Essa é a forma de coordenar as políticas macroeconômicas para manutenção do crescimento em um quadro de baixa inflação", diz a nota da CNI.

O Programa Opinião Brasil 51 fala sobre os juros no cartão de crédito, e recebe, no estúdio, o gerente jurídico do Procon, Roberto Campos, o superintendente da CDL, Hugo Philippsen, e o advigado André Canuto. 

E você já sabe, o programa é uma produção dos alunos de comunicação social da Faculdade Maurício de Nassau com apresentação dos jornalistas Aldo Vilela e Cristiano Ramos.

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Os norte-americanos Thomas Sargent e Christopher Sims ganharam hoje o Nobel de Economia "por suas pesquisas empíricas sobre causas e efeitos na macroeconomia", informou a Real Academia de Ciências da Suécia. O comitê afirmou que os vencedores desenvolveram métodos para responder a questões como de que maneira o crescimento econômico e a inflação são afetados pelo aumento temporário na taxa de juros ou por um corte nessa taxa.

Sargent e Sims, ambos com 68 anos, realizaram suas pesquisas de modo independente, nos anos 1970 e 1980. "Hoje, os métodos desenvolvidos por Sargent e Sims são ferramentas essenciais na análise macroeconômica", destaca a academia em seu comunicado.

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Sargent é professor da Universidade de Nova York, enquanto Sims leciona na Universidade Princeton. O Nobel de Economia é o último a ser anunciado no ano, e os vencedores receberão a honraria em 10 dezembro, data da morte do fundador do prêmio, Alfred Nobel. A distinção na área da Economia não está entre as originais criadas por Nobel, mas foi estabelecida em 1968 pelo Banco Central da Suécia.

Os ganhadores de hoje dividirão o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,5 milhão), pagas pelo BC sueco. A quantia é a mesma das outras categorias do Nobel. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de juros inalterada em 1,5% pelo terceiro mês consecutivo, optando por não afrouxar as recentes altas das taxas, apesar de uma piora da crise da dívida. A decisão, que era amplamente esperada, ocorre após a taxa de inflação da zona do euro subir para 3% no ano em setembro, após registrar 2,5% no mês anterior.

Os indicadores de sentimento econômico pioraram significativamente desde a última reunião de política monetária, e o BCE espera que a inflação caia abaixo de sua meta de "menor, mas próximo a 2%" no próximo ano. No entanto, os mercados estarão observando os sinais sobre o prazo de qualquer corte da taxa de juros.

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O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, concederá entrevista a jornalistas para falar sobre a medida. Espera-se que ele não fale sobre a atual taxa de juros do BCE como "apropriada" e ainda destaque mais os riscos de baixa para o crescimento econômico. As informações são da Dow Jones.

O Banco da Inglaterra (BOE) anunciou hoje que vai comprar 75 bilhões de libras (US$ 114,6 bilhões) em títulos do governo em uma nova rodada de afrouxamento quantitativo que pretende estimular a estagnada economia do Reino Unido. Com isso, o programa de compra de ativos aumentou para 275 bilhões de libras. O comitê do BOE também decidiu manter a taxa básica de juros em 0,5%.

Segundo o BOE, o Comitê de Política Monetária concordou em financiar uma nova rodada de compras com dinheiro novo criado pelo banco central para garantir que a taxa de inflação não caia abaixo da meta de 2,0% no médio prazo.

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"O ritmo da expansão global se enfraqueceu, especialmente nos principais mercados de exportação do Reino Unido", declarou o BOE em um comunicado. "Vulnerabilidades associadas ao endividamento de alguns países e bancos da zona do euro têm resultado em graves obstáculos nos mercados de financiamento bancário e nos mercados financeiros mais gerais. Essas tensões na economia mundial ameaçam a recuperação do Reino Unido", acrescentou a instituição.

O BOE comprou 200 bilhões de libras em ativos, a maior parte bônus do governo, entre março de 2009 e fevereiro de 2010 em um esforço para estimular os gastos e evitar a deflação.

Embora uma segunda rodada de afrouxamento quantitativo já fosse esperada, o momento do anúncio foi uma surpresa. Economistas acreditavam que era mais provável um movimento como esse em novembro, já que a publicação do relatório trimestral de inflação do BOE daria ao presidente da instituição, Mervyn King, a oportunidade ideal para anunciar novos estímulos.

O BOE informou que vai manter o tamanho do programa de compra de títulos em revisão. Alguns investidores esperam mais aumentos no programa, com alguns prevendo que 400 bilhões de libras em ativos serão comprados. As informações são da Dow Jones.

A presidente Dilma Rousseff quer aproveitar a crise internacional para reduzir a taxa básica de juros para pelo menos 9% no ano que vem, mas com cautela, segundo fontes do governo, para evitar que a inflação coloque em risco o consumo da nova classe média. A estratégia embute o risco de os preços continuarem elevados, com a inflação rodando acima da meta do governo por mais tempo que o desejado, o que corrói o poder de compra do consumidor.

O plano de voo traçado pelo Planalto e relatado à reportagem por dois ministros e um secretário de governo, prevê uma queda de 3 pontos porcentuais na taxa Selic, hoje em 12%. O corte seria possível, na avaliação do governo, porque a crise internacional provocaria queda de preços. A ordem é cortar juros, mas sempre dizendo que o ritmo vai ser determinado com "prudência".

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Para o Planalto, ainda há "margem de manobra" para que a Selic caia, depois que o BC cortou a taxa preventivamente, em agosto, em meio ponto porcentual. "Estamos tomando todo o cuidado para que o excesso de remédio não prejudique o paciente", resumiu o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. "O governo vai zelar para que aqueles que ascenderam a um nível de consumo maior não percam isso de jeito nenhum." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff disse hoje que o governo pretende manter a trajetória de redução de juros, mas com muita cautela e responsabilidade. Dilma participou do Exame Fórum 2011, na capital paulista, e falou para uma plateia de empresários pautada pelo tema "A Construção de Um Brasil Competitivo".

A presidente ressaltou que o governo não vai baixar os juros básicos movido simplesmente pela reivindicação de agentes econômicos. "Vamos manter a trajetória de redução de juros de acordo com as condições econômicas do País", afirmou, reforçando que o governo tem tomado as medidas necessárias para enfrentar os reflexos da crise internacional e vem sendo beneficiado pelo cenário deflacionário causado pelo baixo crescimento das economias centrais.

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Dilma citou medidas já adotadas pelo governo, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no mercado de derivativos e a redução da taxa Selic em 0,5 ponto porcentual no fim de agosto. "Sabemos que vamos enfrentar muitos desafios, mas temos instrumentos para zelar pela competitividade. Temos instrumentos para garantir o Brasil competitivo. Nós somos fortes para enfrentar os efeitos da crise", disse a presidente, antes de ressalvar: "Não vamos para o vale-tudo da competição de mercados que estão fora de controle, fora do País".

Dilma disse que o Brasil deve criar uma muralha para defender a economia nacional e conclamou os empresários e a sociedade civil a participar da construção desta proteção. "Isto não é um trabalho só do governo, é da sociedade civil como um todo", afirmou. "Não vamos fechar os olhos, pelo fato de não haver uma crise aqui dentro, para uma crise lá fora".

O impacto de uma provável redução da Selic para 11% no encerramento de 2011 sobre o crédito para o tomador pessoa física será de uma queda média de 1,75% nos juros. O cálculo é do vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira. O executivo resolveu fazer as contas estimulado pelas perguntas sobre o quanto as taxas de juros no crediário cairiam se o BC mantivesse nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano - outubro e novembro - o corte de 0,50 ponto porcentual da Selic promovido em agosto.

"O impacto é pequeno porque a taxa nominal de juros encontra-se muito alta", explica Oliveira. Pelas simulações, com a Selic em 12,50% ao ano, patamar em que estava antes da redução em agosto, a taxa média de juros era de 6,84% ao mês e de 121,21% ao ano. Considerando uma Selic de 11% ao ano, a taxa média mensal de juros para o consumidor pessoa física ficaria em 6,72% e a taxa anual, em 118,25%.

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Em termos nominais, a maior queda média mensal, de 5,06%, seria a da taxa de juros sobre o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) dos bancos para financiamentos de automóveis, que passaria de 2,37% ou 32,46% para 2,25% ao mês ou 30,60% ao ano. O Empréstimo Pessoal sofreria uma queda média de 2,57%, passando de 4,67% ou 72,93% para 4,55% ao mês ou 70,56% ao ano.

O juro do comércio cairia 2,11%, na média das taxas de juros para pessoa física na variação mensal, de 5,70% ao mês ou 94,49% ao ano para 5,58% ao mês ou 91,86% ao ano.

A taxa sobre o uso do cartão de crédito, modalidade mais cara de financiamento ao consumidor, é a que cairia menos (1,12%), considerando a redução de 1,50 ponto porcentual na Selic de agosto a novembro. O juro do cartão de crédito passaria de 10,69% ao mês ou 238,30% ao ano para 10,57% ou 233,92%.

Ainda pelos cálculos do vice-presidente da Anefac, o juro sobre a utilização do limite do cheque especial cairia, em média, 1,45% ao mês, passando de 8,27% ou 159,48% para 8,15% ao mês ou 156,05% ao ano. O juro sobre o empréstimo pessoal das financeiras cairia de 9,34% ao mês (191,98% ao ano) para 9,22% ao mês (188,15% ao ano). Neste caso, a queda seria de 1,28%.

A compra de uma geladeira no valor de R$ 1.500,00 financiada em 12 vezes sem entrada a uma taxa de juros que era de 5,70% ao mês antes do corte da Selic em agosto sairia por R$ 2.111,76. Com a queda da Selic para 11% no fim do ano, o valor da mesma geladeira cairia ao final de 12 meses para R$ 2.097,84. As prestações seriam reduzidas de R$ 175,98 para R$ 174,82.

Na mesma comparação, o pagamento do juro sobre a utilização do rotativo de R$ 1.000,00 do cartão de crédito por 30 dias sairia de R$ 106,90 ao mês para R$ 105,70. A utilização dos mesmos R$ 1.000,00 no cheque especial por 20 dias cairia de R$ 55,13 antes da queda da Selic em agosto para R$ 54,33 num cenário de Selic a 11% no fim do ano.

A Caixa Econômica Federal anunciou hoje a redução de juros em algumas linhas de crédito para famílias e empresas. A decisão, segundo o banco, foi tomada após a redução do juro básico da economia (Selic), de 0,50 ponto porcentual no fim do mês passado. Na pessoa física, a redução principal ocorre no crédito pessoal. O cheque especial e o cartão de crédito, porém, não serão beneficiados.

Entre as operações para os consumidores, todas as linhas com redução terão diminuição do juro de 0,73 ponto porcentual. Para o crédito pessoal, a taxa mínima recuou de 4,84% para 4,11% ao mês. Para o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), a redução foi de 6,14% para 5,41%. Para a antecipação da restituição do Imposto de Renda, queda de 3,28% para 2,55%.

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Algumas linhas de crédito para empresas também foram beneficiadas. Para o capital de giro parcelado, o juro caiu de 3,67% para 2,14%. Para o desconto de títulos, retração de 2,80% para 1,93% na taxa mínima mensal. As novas taxas passam a vigorar na próxima semana.

O consumidor está pagando juros menores sobre as operações de crédito desde agosto, mas a redução ainda não embute o impacto do corte de 0,50 ponto porcentual da Selic no último dia 31, de 12,50% para 12,00% ao ano, segundo pesquisa divulgada hoje pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A taxa média de juros nas linhas de financiamento da pessoa física caiu de 6,84% ao mês (121,21% ao ano) em julho para 6,75% ao mês (118,99% ao ano) em agosto, voltando ao nível de agosto de 2010. Para a pessoa jurídica, a taxa média mensal fechou agosto em 3,99% ao mês (59,92% ao ano), ante 4,05% ao mês (61,03% ao ano) em julho e 3,82% ao mês (56,81% ao ano) em agosto do ano passado.

De acordo com o presidente da Anefac, Miguel de Oliveira, a diminuição foi influenciada pela redução da taxa de juro futuro, que incorporava a expectativa do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), iria parar de elevar juros em sua reunião de agosto e os cortes começariam só em outubro. Com este cenário, diz Oliveira, as instituições financeiras anteciparam a redução nas taxas de financiamentos.

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"Nesta pesquisa não tem o impacto da Selic. Ela se refere a todo o mês de agosto e o corte da Selic ocorreu apenas no dia 31. Ninguém esperava a redução já em agosto. Mas como é o juro futuro que determina as taxas dos bancos, o mercado resolveu antecipar o corte", explicou Oliveira.

Para o presidente da Anefac, além da influência do mercado futuro de juros, outros fatores contribuíram para a redução das taxas. A maior oferta de crédito, frente a redução do ritmo de aumento da concessão dos empréstimos, está entre os fatores que contribuíram para o declínio dos juros de mercado.

De acordo com a pesquisa da Anefac, de junho para julho as operações de crédito cresceram 1,1%. De maio para junho, o crescimento tinha sido de 1,67%. De abril para maio, a expansão havia sido de 1,72% e, de março para abril, de 1,83%. De fevereiro para março, o aumento havia sido menor, de 1,26%, mas de janeiro para fevereiro havia crescido 2,01%, segundo números fornecidos pelo presidente da Anefac à Agência Estado.

Ainda de acordo com Oliveira, a redução dos juros começou mesmo após todas as medidas restritivas implementadas em dezembro pelo BC para reduzir a demanda interna e combater a inflação, como a elevação dos depósitos compulsórios, o aumento da exigência de capital para operação de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses e o aumento de exigência de capital das instituições financeiras nas operações de crédito consignado feitas através do cartão de crédito com prazos superiores a 36 meses.

IPC-Fipe

As taxas de juros para a pessoa física em agosto, de acordo com a pesquisa da Anefac, caminharam na contramão da inflação medida no período pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Enquanto a inflação subiu 0,09 ponto porcentual, de 0,30% para 0,39%, os juros do comércio, por exemplo, caíram 0,10 ponto, de 5,70% em julho para 5,60% em agosto. A taxa do cheque especial caiu 0,02 ponto porcentual, de 8,27% para 8,25%.

Na mesma comparação, a taxa incidente sobre as operações de Crédito Direto ao Consumidor (CDC) nos bancos caiu de 2,37% para 2,29%. O empréstimo pessoal caiu de 4,63% para 4,58% e o empréstimo pessoal das financeiras caiu de 9,34% em julho para 9,11%. A única taxa que se manteve foi a do cartão de crédito: 10,69%.

Para a pessoa física, a taxa de juro sobre capital de giro fechou agosto em 2,95%, ante 3,07% em julho. O juro cobrado sobre as operações de descontos de duplicatas caiu 0,05 ponto porcentual, de 3,18% em julho para 3,13% em agosto, enquanto a taxa cheque especial recuou 0,02 ponto, de 5,90% para 5,88%.

O comércio decidiu adiar as encomendas de fim de ano às indústrias e projeta um Natal moderado, com crescimento de 5% sobre o de 2010, que foi o melhor da década. Apesar de positivo, o acréscimo é bem menor que o registrado em 2009 e 2010, quando a taxa foi de dois dígitos (15%). O desempenho também está aquém da projeção inicial da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que era de 7% e foi reduzida para 5%.

A cautela do varejo se mantém mesmo após o Banco Central (BC) ter cortado em 0,5 ponto porcentual os juros básicos, hoje em 12% ao ano. Estoques elevados nas fábricas, perda de fôlego no consumo em julho e agosto e acirramento da crise nos EUA e na Europa aumentaram as incertezas em relação aos volumes de pedidos para o Natal. "As lojas vão esperar até o último momento para fechar as encomendas", diz o economista da ACSP, Emílio Alfieri, relatando depoimentos feitos por varejistas em recentes reuniões.

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Ele observa que, apesar de os números ainda serem positivos, houve uma forte desaceleração das vendas nos últimos dois meses. Em julho e agosto, a média de consultas para vendas à vista e a prazo cresceu 2,6% em relação a igual período de 2010. No primeiro e no segundo trimestres deste ano, as taxas anuais de crescimento haviam sido de 7,7% e 5,7%, respectivamente. "Foi uma queda forte", diz.

Ele ressalta que a correlação entre as vendas no varejo e o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) é grande e que a desaceleração é o primeiro estágio da recessão. Observando esses sinais, provavelmente, diz ele, o BC decidiu cortar os juros agora para evitar que a variação do PIB seja nula ou negativa no primeiro trimestre do ano que vem. Outros especialistas dizem que, como o emprego e a renda ainda apresentam bom desempenho, é pouco provável que a economia sofra uma retração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O corte de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic) decidido ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) contribuirá para manter a confiança do empresário do comércio em alta em um horizonte de médio prazo, na análise do economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), João Felipe Araújo. Ele fez o comentário ao destacar que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), calculado pela instituição, atingiu em agosto o maior nível em quatro meses.

No entanto, Araújo destacou que, entre os fatores que têm puxado para cima o otimismo do setor varejista este ano, a proximidade do Natal deve ser preponderante para manter em patamar elevado a confiança do comerciante até o final de 2011. Ele lembrou que há uma defasagem entre a decisão do corte da Selic pelo Copom e seu efeito prático na economia real. "Acho que o comércio vai começar a sentir este ajuste nos juros no começo do ano que vem", afirmou.

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Para o especialista, a âncora da sustentabilidade da confiança do empresário do comércio continua a ser o mercado de trabalho. Araújo lembrou que a projeção da CNC para as vendas do comércio varejista em 2011 é de alta de 6%, abaixo da taxa de elevação apurada no ano passado (11%) mas ainda acima das projeções de Produto Interno Bruto (PIB) para 2011, que oscilam entre 4% e 4,5%. "O comerciante está vendendo porque as pessoas estão empregadas, com renda em alta. Enquanto estas condições continuarem, eles (os empresários do setor do comércio) vão continuar confiantes", avaliou.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu, pela primeira vez no ano, a taxa básica de juros (Selic). O índice foi definido nesta quarta-feira (31) em 12% ao ano, abaixo das projeções dos analistas de mercado ouvidos pela pesquisa semanal da instituição financeira.
 
Todas as sextas-feiras, o BC consulta os analistas para medir as expectativas da iniciativa privada em relação aos principais indicadores da economia. O Copom tomou a decisão de reduzir a Selic por 5 votos a 2, sem viés, ou seja, sem possibilidade de revisão até a próxima reunião, que ocorre em 45 dias.
 
Em nota, a autoridade monetária disse que "reavaliando o cenário internacional, o Copom considera que houve substancial deterioração consubstanciada em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos".
 
Essa foi a sexta reunião do Copom no ano. Nas cinco vezes anteriores, houve sempre revisão para cima, no total de 1,75 ponto percentual. Com isso, a Selic passou dos 10,75%, no final de 2010, para os 12,5% que vigoravam até a reunião passada, sob a justificativa da autoridade monetária de que a economia estava aquecida e era necessário conter as pressões inflacionárias.

Em meio à crise econômica mundial, a presidente Dilma Rousseff deve anunciar nesta segunda-feira (29) medidas de aperto fiscal para permitir que o Banco Central inicie o mais rápido possível a redução da taxa básica de juros. O pacote com o arrocho fiscal será discutido pela primeira vez em reunião do Conselho Político, convocada às pressas para hoje de manhã pela presidente. A estratégia de Dilma é mostrar o contorno real da crise para frear o apetite por gastos da base aliada.

Nas últimas semanas, rachas internos nas legendas aliadas, insatisfações com a "faxina" promovida pela presidente - afastamento de ministros e servidores envolvidos em denúncias de corrupção - em órgãos públicos e uma crise de articulação política desencadearam no Congresso um movimento pela liberação de emendas parlamentares e de aprovação de propostas com aumentos de gastos. Para minimizar a reação da base e evitar a deterioração do clima no Congresso, a presidente Dilma Rousseff quer um clima de "sociedade" com os partidos nas medidas a serem anunciadas.

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Baixo crescimento

A presidente escalou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para apresentar aos líderes partidários um quadro detalhado da economia brasileira e internacional e fazer um relato das preocupações do governo com o agravamento da crise mundial. A grande inquietação do governo é não deixar que o baixo crescimento econômico nos países avançados afete a expansão da economia no Brasil.

A meta oficial de crescimento econômico para 2011 ainda é 4,5%, mas Mantega já admitiu que pode ficar em 4%. A preocupação é para 2012. Se o governo deixar a economia desacelerar demais este ano, será necessário um esforço maior para evitar que o crescimento fique abaixo dos 4% em 2012. A meta de superávit primário deste ano (economia que o governo faz para pagamento de juros da dívida) está praticamente cumprida, segundo os dados de julho divulgados na sexta-feira.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fará um apelo aos líderes pela não aprovação no Congresso de propostas que, na prática, aumentam os gastos do governo. A ideia é bloquear a pauta existente na Câmara e no Senado com projetos como o que estabelece o piso salarial para policiais civis e militares e bombeiros (conhecida como PEC 300), a regulamentação da Emenda 29 - que amplia os gastos mínimos com ações e serviços públicos de saúde -, a proposta de aumento para o Judiciário e o fim do fator previdenciário.

Ao escalar Mantega para dar explicações aos parlamentares, dois dias antes de encaminhar ao Congresso o Orçamento de 2012, Dilma quer mostrar as dificuldades que o País poderá enfrentar caso o governo não mantenha o cinto apertado. A presidente cobrará apoio dos parlamentares da base para que evitem a aprovação de projetos com aumento de gastos para o Tesouro, sem o devido respaldo no Orçamento. O governo está convencido, e dirá isso claramente aos aliados, que com os reflexos imediatos da crise financeira internacional é preciso conter gastos. A incógnita é se, com a tensão política dos últimos dias, a base de Dilma será afável.

Fundo Soberano

O ministro Guido Mantega deve anunciar hoje o reforço do Fundo Soberano do Brasil (FSB), a poupança fiscal criada em 2008 para enfrentar eventuais dificuldades econômicas. Como a meta de superávit primário deste ano já está praticamente cumprida em função da forte arrecadação de impostos nos últimos meses, o excedente deve ser direcionado para o Fundo, segundo uma fonte do governo. De janeiro a julho, o governo cumpriu 80% de toda a meta fiscal estabelecida para o ano, que é R$ 117,9 bilhões. O governo federal, Estados, municípios e estatais economizaram R$ 91,9 bilhões para o pagamento de juros da dívida, o maior resultado para o período em dez anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel, afirmou nesta sexta-feira que o resultado primário de julho, de R$ 13,789 bilhões, foi o melhor para o mês dos últimos 10 anos. A série da autoridade monetária teve início em 2001. "As contas do setor publico apresentaram bom resultado", avaliou.

Maciel ressaltou também que cerca de 80% da meta do primário para 2011 (R$ 117,9 bilhões) já foi cumprida nos primeiros sete meses do ano. O quadro positivo, segundo ele, se dá em função da expansão da atividade no País. "O crescimento da economia tem sido o principal determinante desse desempenho", disse, citando variáveis como emprego e renda, entre outros.

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Com o desempenho positivo da atividade econômica, há uma contribuição maior para o aumento da arrecadação e das receitas, conforme o técnico. "Temos um cenário mais confortável e bem melhor para o fiscal este ano comparativamente ao ano passado", considerou. Ele salientou que, em 2010, a economia cresceu mais, mas sobre uma base deprimida em função da crise econômica externa que apresentou impactos no Brasil. "Isso trazia restrições em termos fiscais." Este ano, segundo Maciel, a economia continua crescendo em cima de um patamar mais alto da atividade.

O chefe do departamento evitou falar sobre as decisões da autoridade monetária em relação ao rumo da política monetária. "Sobre eventuais decisões do Copom, prefiro não me manifestar."

Impostos

Maciel destacou que o crescimento da arrecadação no País está ligado aos impostos relacionados à expansão da atividade econômica. Ele mencionou que o aumento da arrecadação pela Receita Federal registrou avanço de 22% de janeiro a julho na comparação com idêntico período de 2010.

O chefe do Departamento Econômico do BC citou, por exemplo, que a expansão da arrecadação com IPI no período foi de 17% e de imposto de renda, 19%. "Com a maior arrecadação de impostos, consegue-se perceber que esse é o principal fator que tem predominado para o quadro fiscal e são impostos ligados à produção", considerou. Ele disse também que se observa no período uma moderação no aumento das despesas, sobretudo em relação a 2010. "Com a continuidade dessa evolução e com crescimento da economia, a perspectiva é de que o cenário para o fiscal continue favorável", previu.

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