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Após a invasão de um grupo apoiador de Juan Guaidó na Embaixada da Venezuela, em Brasília, por volta das 4h30 desta quarta-feira (13), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) utilizou o Twitter para apoiar o movimento e classificá-lo como 'justo'. Opositor ao governo de Nicolás Maduro, o Brasil reconhece a autoproclamação de Guaidó como presidente venezuelano.

"Nunca entendia essa situação. Se o Brasil reconhece Guaidó como presidente da Venezuela por que a embaixadora Maria Teresa Belandria, indicada por ele, não estava fisicamente na embaixada? Ao que parece agora está sendo feito o certo, o justo", avaliou Eduardo, mesmo com a confusão e os acessos bloqueados pelo grupo.

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Segundo relatos, cerca de 20 venezuelanos e brasileiros pró-Guaidó pularam os muros do local onde residem funcionários e diplomatas do país vizinho junto às suas famílias. Crítico da política de Jair Bolsonaro, desde 2016 Nicolás Maduro retirou seu representante do solo brasileiro em protesto ao impeachment da então presidente Dilma Roussef (PT). Desde então, a cadeira estava desocupada.

Já a equipe de Guaidó aponta que funcionários da embaixada permitiram o acesso ao local. Vale destacar que a embaixadora Maria Teresa Belandria, indicada pelo presidente autoproclamado, não está no País.

A polícia acompanha a confusão do lado de fora, pois, mesmo sendo no Brasil, a embaixada trata-se de um território estrangeiro e os invasores não podem ser retirados.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um apelo às milícias civis, na terça-feira (12) para que patrulhem as ruas do país em meio às ameaças de protestos da oposição. O líder oposicionista Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, convocou uma manifestação contra o regime para o sábado (16).

Em pronunciamento televisivo, Maduro, sentado entre líderes militares, ordenou que os cerca de 3,2 milhões de civis venezuelanos que integram milícias intensifiquem as rondas nas ruas em todo o país. Ele disse que as mesmas forças "imperialistas" que derrubaram o presidente boliviano Evo Morales no domingo (10), querem tirá-lo do poder.

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O presidente Nicolás Maduro aumentou a renda mínima na Venezuela em 361%, elevando-a ao equivalente a US$ 15 por mês, de acordo com decreto publicado nesta segunda-feira (14). Na Venezuela, a renda mínima é composta pelo salário mínimo e complementada por outros benefícios sociais, entre eles o bônus-alimentação.

O salário mínimo passou de 40.000 bolívares (pouco menos de US$ 2) para 150 mil bolívares (US$ 7,6), em meio à inflação projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1.000.000% para 2019. Enquanto isso, o bônus em alimentos, que complementa o salário mínimo venezuelano passou de 25 mil bolívares (US$ 1,3) para 150 mil bolívares.

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Mesmo após esse ajuste, o terceiro do ano, a renda mínima mal dá para comprar quatro quilos de carne bovina no país. O presidente socialista ordenou seis aumentos em 2018, que não recuperaram o poder de compra necessário.

Os venezuelanos sofrem a pior crise de sua história contemporânea, com uma economia reduzida pela metade em cinco anos. Maduro atribui a culpa às sanções americanas que incluem um embargo de petróleo, fonte de 96% da receita do país. Em setembro, a produção caiu abaixo de 800 mil barris por dia, em comparação com os 3,2 milhões diários, que foram registrados há uma década.

Já a oposição ao governo atribui o colapso a altos gastos públicos e à corrupção registrados durante o maior boom do petróleo da Venezuela, no período de 2004 a 2014. Em agosto de 2018, Maduro lançou um pacote de medidas econômicas que vincularam o salário mínimo à criptomoeda "petro", que é alvo de uma sanção dos Estados Unidos e tem pouca incidência no sistema de pagamentos do país.

As principais entidades patronais da Venezuela ainda não se pronunciaram sobre o aumento, assim como os sindicatos de trabalhadores, que exigiam há vários meses uma melhoria substancial no valor do salário. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se encontrou com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em Moscou nesta quarta-feira, em meio à crise política do país sul-americano.

Maduro chegou à capital russa ontem, numa visita não anunciada.

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A Rússia tem sido um dos poucos aliados firmes de Caracas, apoiando Maduro com generosos empréstimos num momento em que a Venezuela enfrenta uma grave crise econômica e política.

Putin e Maduro não fizeram comentários hoje sobre assistência financeira de Moscou aos venezuelanos.

O encontro de Maduro com Putin ocorre um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fazer um alerta à Venezuela durante discurso na Assembleia Geral da ONU. Fonte: Associated Press.

O líder opositor Juan Guaidó afirmou neste sábado que terá delegados na Assembleia Geral da ONU, para denunciar a atuação na Venezuela de "grupos irregulares" da Colômbia amparados pelo governo de Nicolás Maduro.

"A delegação da Venezuela estará presente para denunciar a presença de grupos irregulares no país e a liderança destes terroristas por Maduro", declarou Guaidó, líder do Parlamento, de maioria opositora, reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por meia centena de governos estrangeiros.

O opositor liderou uma jornada de pequenas manifestações opositoras em Caracas, um dia depois que a Justiça venezuelana abriu uma investigação criminal contra ele, após Guaidó aparecer em fotografias com membros do grupo criminoso colombiano Los Rastrojos, surgido de paramilitares desmobilizados em 2016 e dedicado ao narcotráfico.

Guaidó acusou Maduro de proteger Iván Márquez e Jesús Santrich, dissidentes da desmobilizada guerrilha das Farc que anunciaram seu rearmamento, bem como combatentes do ELN.

O líder opositor não detalhou como seus delegados participariam da Assembleia Geral da ONU, que terá início na próxima terça-feira. O órgão internacional reconhece Maduro.

Guaidó afirmou que seus representantes também irão denunciar a "emergência humanitária e crise migratória", com o êxodo de 3,6 milhões de venezuelanos desde 2016, segundo a ONU.

O opositor insistiu em que não conhece os integrantes dos Rastrojos. "Me pedem milhares de fotos", comentou sobre as imagens, que teriam sido registradas na véspera do último 23 de fevereiro, quando ele liderou uma tentativa fracassada de fazer passar pela fronteira com a Colômbia carregamentos de alimentos e insumos médicos vindos dos Estados Unidos.

Maduro não participará da Assembleia Geral da ONU, mas seu governo enviará um documento assinado por cidadãos venezuelanos contra as sanções aplicadas pelos Estados Unidos a seu país. O presidente socialista afirma que a iniciativa foi apoiada por 12 milhões de assinaturas, em um país de 30 milhões de habitantes.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na quinta-feira, 5, que instalará um sistema de defesa antiaérea na fronteira com a Colômbia por considerar que o governo colombiano planeja uma guerra na região. "Vamos instalar o sistema de mísseis de defesa antiaérea, terrestre e blindada entre os dias 10 e 28 de setembro", disse Maduro, citando o período em que os militares venezuelanos realizarão exercícios na fronteira.

No discurso, Maduro lembrou que decretou alerta laranja para as unidades militares nos Estados de Zulia, Táchira, Amazonas e Apure, todos na fronteira com a Colômbia, onde ocorrerão as manobras militares. Sem apresentar qualquer tipo de evidência, o chavista afirmou que o presidente da Colômbia, Iván Duque, tem um plano para iniciar um confronto entre os dois países.

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"Ele pretende montar um falso positivo, agredir a Venezuela para ir ao Conselho de Segurança da ONU e armar um show político barato à custa de um conflito armado", disse.

Para Maduro, Duque levou a Colômbia de volta a uma "situação de guerra" em razão do rearmamento de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). "A violência da Colômbia tem de ficar na Colômbia. Não a queremos aqui", declarou Maduro.

Em resposta, Duque acusou Maduro de espalhar "bravatas", como instalar um sistema antimísseis aéreos na fronteira. O presidente colombiano aconselhou o chavista a gastar dinheiro com "comida para seu povo". Ontem, Duque disse que Maduro deve acabar com "a ditadura" e permitir que os venezuelanos "recuperem a liberdade, para que tenham um futuro melhor".

Em um momento de tensão com o país vizinho, Duque descartou a possibilidade de intervenção militar na Venezuela. "A Colômbia não ataca ninguém. Este é um país que sempre respeita a territorialidade de outras nações", afirmou.

A fixação de Maduro com um ataque vindo da Colômbia reflete a mesma obsessão que tinha o ex-presidente Hugo Chávez, que militarizou a fronteira após o golpe de Estado frustrado contra ele, em abril de 2002. Na ocasião, Chávez temia a aliança entre o então presidente colombiano Álvaro Uribe e o americano George W. Bush.

Desta vez, segundo Maduro, Duque usaria o recente rearmamento de ex-comandantes das Farc, que abandonaram o pacto de paz assinado em 2016, como desculpa para "iniciar um conflito militar". Na versão de Duque, a Venezuela dá proteção aos guerrilheiros colombianos. "Vamos falar as coisas como elas são: Maduro está protegendo os líderes do ELN (Exército de Libertação Nacional) e das Farc. Não vamos deixar de denunciar isso." (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmaram nesta terça-feira (20) conversas entre os dois governos para tentar conter a crise no país sul-americano.

"Estamos falando com diversos representantes da Venezuela. Não vou dizer com quem, mas está em um nível muito alto", afirmou o republicano a jornalistas.

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Segundo Trump, sua administração está ajudando o governo venezuelano o quanto pode, principalmente porque "precisa de muita ajuda".

"Nos mantemos à margem, mas estamos ajudando. Há 15 anos, era um dos países mais ricos, agora é um dos países mais pobres".

Logo após a declaração do magnata, o líder chavista fez um pronunciamento em rede nacional na Venezuela para confirmar o diálogo. "Confirmo que há meses ocorrem contatos de altos funcionários do governo dos Estados Unidos, de Donald Trump, com o governo bolivariano que presido, sob minha expressa autorização direta", ressaltou.

Maduro acrescentou que estão sendo realizados "vários contatos, vários caminhos, para buscar solucionar este conflito".

Apesar da abertura ao diálogo, os Estados Unidos e outros 50 países ainda reconhecem autoproclamado presidente Juan Guaidó como o líder legítimo da Venezuela.

A confirmação ocorre após, na última semana, uma reportagem da agência Associated Press revelar, citando uma fonte da administração dos EUA, que o chefe do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, havia se encontrado, em julho, com um representante norte-americano.

O número dois do chavismo, no entanto, negou a informação, a classificando de "mentirosa" e de uma "grande manipulação".

Da Ansa

Ministros da Defesa da Rússia e Venezuela se encontraram hoje (15) em Moscou. Na ocasião, ambos os países firmaram acordos que permitem visitas mútuas de navios de guerra a portos de ambos os países.

O acordo foi firmado durante o encontro do ministro da Defesa da Rússia, Sergey Shoigu, com seu homólogo venezuelano Vladimir Padrino López em Moscou, Rússia.

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Os ministros também discutiram a atual situação política no país sul-americano e formas de cooperação técnica militar, tal como assinaram um acordo que permite aos navios de guerra de ambos os países visitarem os portos respectivos.

"Estamos observando atentamente os eventos na Venezuela. Vemos que há em curso uma forte pressão por parte de Washington para desestabilizar o país de uma maneira sem precedentes. Apoiamos os esforços do governo do país em sua política externa independente e contra as tentativas dos EUA de remover do poder um governo legalmente eleito", disse Shoigu durante encontro.

O ministro russo também disse que as Forças Armadas do país latino-americano são a garantia de manutenção da integridade territorial da república e da ordem estabelecida.

Da Sputnik Brasil

A Casa Branca declarou nesta terça-feira (6) que os Estados Unidos usarão todos os métodos à sua disposição para acabar com o governo do presidente Nicolás Maduro na Venezuela.

O presidente Donald Trump assinou um decreto executivo bloqueando todos os ativos da Venezuela na jurisdição dos Estados Unidos, incluindo os do banco central do país e da estatal petrolífera PDVSA.

As medidas incluídas na ordem executiva concedem 21 isenções a organizações internacionais e não-governamentais para serviços como bens humanitários, correspondência, alimentos, remédios e internet.

O decreto também autoriza o Secretário do Tesouro, em consulta com o Secretário de Estado, a impor sanções às pessoas que apoiam Nicolás Maduro e seu "regime ilegítimo".

"Todas as opções estão na mesa. Os Estados Unidos usarão todas as ferramentas apropriadas para acabar com o controle de Maduro sobre a Venezuela, apoiar o acesso do povo venezuelano à assistência humanitária e assegurar uma transição democrática na Venezuela", declarou a Casa Branca.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, por sua vez, disse que o decreto apenas pretende formalizar o bloqueio contra Caracas. Segundo sua declaração, é uma nova agressão da administração Trump contra os venezuelanos e descreveu-o como "o saque mais grotesco e flagrante registrado na história contemporânea".

Da Sputnik Brasil

O presidente venezuelano Nicolás Maduro recebeu delegados internacionais, que participam da 25ª edição do Foro de São Paulo, no Palácio Miraflores, a sede do governo em Caracas.

"Encontro com delegações internacionais e personalidades que visitam a Venezuela para participar da XXV edição do Foro de São Paulo", disse o presidente em sua publicação no Twitter.

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​Entre as reuniões realizadas pelo presidente, foi destacada a reunião com o vice-reitor da Universidade de Roma La Sapienza, Luciano Vasapollo, responsável pela coordenação para que crianças venezuelanas recebam transplante de medula óssea na policlínica de Roma, conforme informou a emissora de televisão estatal venezuelana.

O chefe de Estado também teve encontros com deputados do Partido Comunista do Chile, eurodeputados e o neto de Nelson Mandela, Zwelivelile "Mandla", que veio a Caracas para participar da reunião anual.

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Apoio popular

Durante o encontro, seguidores do governo de Maduro marcharam no oeste de Caracas, pela paz dos povos e em apoio ao Foro de São Paulo, que está sendo realizado na capital venezuelana de 25 a 28 de julho.

Vários participantes deram seus depoimentos à Sputnik Mundo e disseram que este fórum é uma plataforma para denunciar as agressões de governos estrangeiros contra a nação sul-americana.

"Eu venho para apoiar o fórum, eu acho que é apropriado que todas essas pessoas de várias partes do mundo vieram ao nosso país para nos acompanhar nesta luta contra as sanções e agressões impostas pelos Estados Unidos", disse Leticia Martinez, 45 anos.

"A luta é por todos os povos da América Latina, pela Colômbia, pelo Equador, que também está sofrendo, pela Guatemala, pelo Brasil, pela Argentina, pelo Chile, e eu estou pronto para a batalha", declarou o cidadão Jorge Jinete.

"Estamos apoiando o Foro de São Paulo, aqui está a Milícia Bolivariana pela paz, contra todas as medidas coercivas que os Estados Unidos estão implementando em nosso país, estamos em resistência e venceremos", destacou Juan Rodríguez, integrante da Milícia Bolivariana, um órgão formado por civis e ex-militares.

Alison Bodine, membro da organização pela justiça social canadense Fire This Time, disse que, apesar das sanções, a Venezuela tem resistido aos bloqueios impostos por governos estrangeiros.

"O governo do Canadá e os Estados Unidos estão impondo sanções e bloqueios contra as pessoas aqui na Venezuela, mas o povo da Venezuela é tão forte e tem coragem que está apoiando seu governo democraticamente eleito", declarou Bodine à agência.

Fórum emblemático

Mais de 700 representantes de movimentos e partidos políticos de esquerda de todo o mundo participam do fórum, que termina neste domingo, 28 de julho.

O Foro de São Paulo, uma plataforma emblemática de partidos e movimentos políticos da esquerda latino-americana e caribenha, foi criado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil em 1990 com o objetivo de discutir estratégias a seguir perante o avanço do capitalismo na América Latina.

Da Sputnik Brasil

O governo dos EUA impôs ontem sanções a empresários acusados de corrupção na importação de cestas básicas e venda de ouro venezuelano. Entre os alvos estão enteados do presidente Nicolás Maduro e o empresário colombiano Alex Saab, apontado como o chefe do esquema.

Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, Saab é responsável por uma vasta rede de corrupção que tem como base o programa de cestas básicas Carnê da Pátria (Clap). O programa oferece alimentos subsidiados mediante registro biométrico em bancos de dados eleitorais. Os enteados de Maduro foram identificados como Walter, Yosser e Yoswal Flores, conhecidos como "Los Chamos", filhos da primeira-dama, Cilia Flores.

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O esquema consistia, segundo autoridades americanas, em contratos superfaturados sem licitação. "Saab conspirou com membros do regime para construir uma rede de corrupção para explorar a fome dos venezuelanos", afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. "Estamos punindo essas pessoas e empresas que lucraram com o esquema."

Saab começou a construir o esquema de importação de alimentos em 2016. Segundo o Departamento do Tesouro, ele entregava uma quantia ínfima do que era contratado.

Os EUA acreditam que Saab pagou propinas aos enteados de Maduro para que eles o colocassem em contato com o próprio presidente e com o vice-presidente e ministro da Indústria da Venezuela, Tareck el Aissami, que foi incluído pelas autoridades americanas na lista de sanções, em fevereiro de 2017, por narcotráfico.

Em 2018, ainda de acordo com o governo americano, Saab começou a negociar ouro com representantes turcos e dos Emirados Árabes, para driblar a escassez de dólares provocada pela crise financeira.

Os alvos das sanções terão congelados todos os ativos ou bens imóveis que possam ter nos EUA e estão proibidos de fazer transações financeiras com qualquer cidadão ou empresas americanas. Como consequência, as pessoas incluídas na lista do Departamento do Tesouro americano terão dificuldade para ter acesso ao sistema financeiro internacional, que se baseia no dólar.

Ontem, os EUA também impuseram sanções a 13 empresas, algumas delas de propriedade de Saab e de seus sócios, que a partir de agora também terão congelados seus ativos sob jurisdição americana.

Mnuchin afirmou ainda que Saab está "escondido" na Venezuela, mas afirmou que a Interpol já emitiu uma "circular azul", destinada a localizá-lo, identificá-lo e obter informações para a abertura de uma investigação criminal. Para ele, as ações são "muito significativas" por atingirem um grupo mais próximo de Maduro.

Segundo Caracas, o programa Clap ajuda mais de 6 milhões de pessoas, mas a Assembleia Nacional - Parlamento liderado pela oposição - alega que o plano provocou milionárias perdas patrimoniais em razão da corrupção e serve para direcionar o voto dos eleitores. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Moscou continuará reforçando o potencial das Forças Armadas venezuelanas, declarou o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov.

"Nós vamos, certamente, no âmbito dos acordos existentes, realizar atividades que permitam reforçar o potencial das Forças Armadas deste país", afirmou Ryabkov a jornalistas.

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Ryabkov enfatizou que o foco vai ser os equipamentos enviados à Venezuela, descartando as especulações de que a Rússia possui militares instalados no território venezuelano.

"Quero ressaltar que se trata especificamente de trabalhar com equipamentos que foram fornecidos. É preciso trabalhar sistematicamente, com calma e sem se atentar às intrigas dos inimigos”, disse o vice-chanceler russo.

O vice-ministro também enfatizou que os EUA seguem planejando meios de desestabilizar a situação na Venezuela, observando que esses esforços fracassam devido ao apoio público às autoridades legitimamente eleitas.

Tentativa norte-americana

Os EUA reconhecem o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela. Contudo, os esforços que os opositores de Maduro vêm fazendo desde o início do ano se mostraram infrutíferos, tendo fortalecido o atual governo nas últimas semanas.

Além dos EUA, outros 54 países reconhecem Guaidó como líder da Venezuela. No entanto, Rússia, China, Irã e vários outros países reconhecem Maduro eleito constitucionalmente como o presidente legítimo da Venezuela.

A Rússia disse que os EUA estão estrangulando a Venezuela com sanções, na tentativa de arrastar a nação latino-americana para o caos.

Da Sputnik Brasil

Representantes de Nicolás Maduro e Juan Guaidó viajaram à Noruega para tentar abrir um canal de diálogo sobre a crise política na Venezuela.

A viagem, citada pela imprensa local e por agências internacionais, não é confirmada oficialmente por nenhum dos dois lados. Na última quarta (15), no entanto, Maduro disse que o vice-presidente e ministro da Comunicação Jorge Rodríguez estava em uma "missão muito importante fora do país".

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Entre os representantes do regime também estaria o governador do estado de Miranda, Héctor Rodríguez. Já a delegação opositora seria liderada pelo ex-deputado Gerardo Blyde, pelo ex-ministro Fernando Martínez Mottola e por um dos vice-presidentes da Assembleia Nacional, Stalin González.

Se confirmada, essa seria a primeira tentativa de diálogo envolvendo Maduro desde que Guaidó se autoproclamou presidente, em janeiro passado. Em maio, o opositor tentou insuflar um levante das Forças Armadas contra o regime chavista, mas não teve adesão da alta cúpula militar.

Da Ansa

Do exuberante jardim tropical da residência do embaixador chileno, o líder da oposição venezuelana Freddy Guevara recebe um telefonema muito aguardado de um diplomata estrangeiro e pede a ele que proteja um colega legislador que foge da última repressão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. "Obrigada, obrigada, embaixador. Em nome de todos nós", diz Guevara, falando em seu celular enquanto se senta para uma entrevista dentro do complexo diplomático que tem sido sua casa nos últimos 18 meses.

"Você provavelmente acha que tudo isso foi preparado para você, certo?", ri Guevara, se dirigindo à reportagem, enquanto digita uma mensagem de texto compartilhando as boas novas para alguém de seu partido. "Mas os últimos dias foram todos assim." Com o aprofundamento da crise na Venezuela, mais e mais opositores do governo estão foragidos, presos por seu papel em uma insurreição militar fracassada na semana passada, quando o líder da oposição Juan Guaidó assumiu momentaneamente o controle de uma rodovia com um pequeno contingente de tropas tentando derrubar Maduro.

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Em vez de ir para o exílio ou para a prisão, muitos dissidentes estão batendo nas portas de embaixadas estrangeiras. Nos últimos 10 dias, enquanto Maduro reprimia a insurreição, três legisladores se refugiaram nas residências diplomáticas da Itália e da Argentina, enquanto o líder da oposição Leopoldo Lopez, que desafiou a prisão domiciliar para participar do levante, está agora vivendo com sua família na residência do embaixador espanhol. Outros estão se escondendo em locais secretos, enquanto 18 guardas nacionais que responderam ao chamado de Guaidó para se rebelar estão escondidos na embaixada do Panamá.

Ninguém solicitou asilo, embora os países da América Latina tenham uma tradição de conceder esse status a dissidentes políticos que aparecem em suas representações diplomáticas, permitindo que entrem como "convidados" em uma espécie de limbo, esperando a queda de Maduro. Para Guevara, isso permitiu que ele permanecesse politicamente ativo, realizando frequentes sessões estratégicas com Guaidó e outros membros do partido Vontade Popular. "Eu sou como o fantasma em uma casa assombrada: eu não posso sair, mas, se você quiser vir, você pode falar comigo", afirma. Fonte: Associated Press.

O presidente americano, Donald Trump, e seu contraparte russo, Vladimir Putin, conversaram nesta sexta-feira (3) sobre a Venezuela, enquanto em Caracas, o líder opositor apoiado por Washington, Juan Guaidó, convocou novos protestos contra o presidente Nicolás Maduro, aliado de Moscou.

"Conversa muito produtiva!" - tuitou Trump após mais de uma hora de diálogo com Putin, no qual, entre vários temas, repassaram "especialmente" a crise venezuelana, afirmou o presidente americano.

O telefonema ocorreu três dias depois de um frustrado levante militar liderado por Guaidó, após o qual os Estados Unidos disseram que a Rússia dissuadiu Maduro de fugir para Cuba, outro de seus aliados. Moscou negou, acusando Washington de apoiar um golpe de Estado "que não tem nada a ver com a democracia".

Putin "não está buscando se envolver na Venezuela, além de que gostaria de ver algo positivo acontecer", disse Trump a jornalistas, ao reiterar que a conversa foi "muito positiva".

A tensão entre a Casa Branca e o Kremlin aumentou nas últimas semanas sobre a Venezuela, o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, onde o líder parlamentar Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por meia centena de países, desafia desde janeiro Maduro por considerar "fraudulenta" a sua reeleição.

Segundo o Kremlin, o telefonema foi iniciativa de Washington.

"Putin afirmou que só o povo venezuelano tem direito a decidir o futuro do país", destacou um comunicado russo.

"A interferência em assuntos internos, as tentativas de uma mudança de governo em Caracas à força, minam as perspectivas de uma solução pacífica do conflito", acrescentou.

- Reunião no Pentágono -

A situação na Venezuela foi analisada nesta sexta-feira no Pentágono pelo secretário de Defesa interino, Patrick Shanahan, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, e o almirante Craig Faller, que encabeça o Comando dos Estados Unidos para a América do Sul (SouthCom).

Os Estados Unidos avaliam opções militares para a Venezuela "adaptadas" às circunstâncias no terreno, disse Shanahan, que lembrou as advertências reiteradas de Trump de que "todas as opções" estão sobre a mesa. "Tudo incluiria tudo", disse.

"À medida que mudam as condições, fazemos modificações e ajustes", avaliou, negando-se a especificar as operações previstas.

Os Estados Unidos, que consideram a Venezuela de Maduro "um Estado falido", insiste em que os dias do presidente estão contados, embora segundo analistas isto não seja tão evidente.

"Esperamos uma transição pacífica do poder", afirmou o vice-presidente, Mike Pence, à emissora CNBC, destacando a ampla gama de sanções econômicas impostas por Washington e prometendo aumentar a pressão diplomática a favor de Guaidó.

"Seus esforços desta semana são parte de um processo em que o presidente legítimo da Venezuela assume o controle", acrescentou.

- Passeatas no sábado -

Guaidó convocou novas mobilizações opositoras para o sábado, nas quais disse que será entregue "de forma pacífica" uma proclamação nas principais unidades militares exortando a tropa a dar as costas a Maduro.

O texto vai ratificar o compromisso do Legislativo, eleito em 2015 e de maioria opositora, com uma lei de anistia, disse, insistindo em que são mantidos diálogos secretos com autoridades que apoiam sua proposta de instaurar um "governo de transição" para organizar eleições presidenciais.

A convocação de Guaidó ocorre depois de ele liderar, com o também opositor Leopoldo López, o levante de um reduzido grupo de militares na base aérea de La Carlota, em Caracas, que Maduro denunciou como uma tentativa de "golpe de Estado".

A Espanha, que desde então abrigou López na residência de seu embaixador em Caracas, advertiu que o edifício não se tornará "um centro de ativismo político".

Mas quase simultaneamente, López compareceu perante a imprensa, antecipando "mais movimentos no setor militar" contra Maduro.

- Grupo de Lima convida Cuba -

O Grupo de Lima, formado por uma dúzia de países que reconhecem Guaidó como presidente interino, decidiu convidar Cuba e o Grupo de Contato Internacional (GPI) a participar na busca de uma solução para a crise na Venezuela, após uma reunião de urgência na capital peruana.

Cuba é apontada por Estados Unidos, e também pelo secretário-geral da OEA, Luis Almagro, como um importante aliado de Caracas. Trump ameaçou inclusive Havana nesta terça com um embargo "total" se não suspender seu apoio a Maduro.

O comunicado do Grupo de Lima foi assinado por Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela, representada por um enviado de Guaidó.

A Alemanha, França, Itália, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido, assim como a Bolívia, Equador, Uruguai e Costa Rica integram o GCI, que promove "eleições livres" na Venezuela após uma saída negociada no impasse.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu pela unidade das Forças Armadas e disse que os militares devem estar preparados para combater "traidores" que foram para a oposição e "provocaram derramamento de sangue em Caracas". Os comentários de Maduro foram feitos na base aérea de Carlota, no leste de Caracas, o epicentro do levante desta semana organizado pelo líder opositor Juan Guaidó, que se autointitula presidente interino venezuelano.

Apoiador por um pequeno contingente de forças de segurança, Guaidó pediu que os militares se voltassem contra Maduro na terça-feira, mas a polícia fez uma investida contra a oposição e contra manifestantes, que foram às ruas pedir pela saída do presidente chavista.

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De acordo com o Observatório Venezuelano de Conflito Social, um grupo de direitos humanos, ao menos quatro pessoas morreram nos protestos que ocorreram em solo venezuelano na terça e na quarta-feira. Duas pessoas foram baleadas na cidade de La Victoria e outras duas também foram atingidas por tiros e não resistiram em Caracas. Ativistas de direitos humanos disseram que pelo menos 230 pessoas ficaram feridas, enquanto 205 foram detidas durante os confrontos entre policiais e manifestantes. Fonte: Associated Press.

Um dia após veículos blindados da Guarda Nacional Bolivariana terem avançado contra uma multidão de manifestantes de oposição, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou sua conta no Twitter para criticar o que chamou de "ingerência, golpismo e enfrentamento armado". "A rota para dirimir as diferenças será sempre a constitucionalidade e o respeito mútuo. Nós, patriotas, venceremos a violência e ganharemos a paz", afirmou Maduro.

Um pouco mais cedo, o presidente venezuelano usou a rede social para dizer que a classe trabalhadora venezuelana se mobilizaria em todo o país para celebrar seu dia e defender conquistas em uma marcha que diria "não ao golpismo e não à ingerência yankee". "A classe trabalhadora tem em mim um presidente que sempre defenderá seus direitos e reivindicações, fazendo frente ao império e a seus lacaios que pretendem tirar de nós nossas conquistas". "Eles fracassarão, nós venceremos", afirmou.

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Maduro também afirmou que, há 12 anos, a Venezuela "recuperou a soberania de seus recursos energéticos", após a decisão do ex-presidente Hugo Chávez de nacionalizar a Faixa Petrolífera do Orinoco. "A mesma que hoje o império desesperadamente pretende tirar do povo venezuelano. Não voltarão!", afirmou ele pelo Twitter.

Hoje pela manhã, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, indicou que uma intervenção militar na Venezuela pode ocorrer, se necessário. "O presidente (dos EUA, Donald Trump) tem sido cristalinamente claro e incrivelmente consistente: a ação militar é possível. Se é isso o que é necessário, é o que os Estados Unidos farão", disse em entrevista à emissora FOX Business ao comentar sobre a nova tentativa da oposição venezuelana de derrubar o governo de Nicolas Maduro.

De acordo com Pompeo, os EUA estão tentando fazer tudo para evitar a violência, como pedir aos envolvidos para "não participar nesse tipo de atividade". "Nós preferiríamos uma transição pacífica do governo lá, onde Maduro vai embora e uma nova eleição será realizada", afirmou.

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, apareceu em uma manifestação em Caracas nesta quarta-feira, um dia depois de dar início a uma nova tentativa de derrubada de Nicolás Maduro, com apoio de alguns militares. Guaidó disse que a oposição precisa aumentar a pressão contra Maduro e pediu a seus seguidores que tomem medidas para preparar uma greve geral.

O líder oposicionista afirmou que seu movimento está ganhando a luta, apesar da falta de resposta militar firme a seus apelos de insurreição na terça-feira. Segundo ele, "o usurpador perdeu". No Twitter, ele publicou uma série de imagens indicando que populares aderiram a seus apelos e foram às ruas em diversas cidades da Venezuela.

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Em outro ponto de Caracas, o líder do partido Socialista Diosdado Cabello, aliado de Maduro, disse em comício a favor do presidente que as forças armadas da Venezuela permanecem unidas, a despeito dos chamados da oposição para que se voltem contra o governo. Cabello afirmou que os militares resistiram "como um bloco", com algumas exceções. Declarou ainda que os líderes da oposição estão "andando como zumbis" depois de não conseguirem provocar a insurreição generalizada instigada por Guaidó.

O presidente boliviano Evo Morales considerou fracassada a tentativa de "golpe de estado na Venezuela" que teria sido orquestrada nos Estados Unidos. "Alguns grupos militares foram enganados e é por isso que fracassa esse golpe de estado. Com bloqueio econômico, apesar dessa situação, o povo revolucionário da Venezuela, os chavistas saíram a defender a dignidade, a independência de seu povo", disse Morales en um ato pelo Dia do Trabalho, em Cochabamba. "Outra vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus aliados latino-americanos fracassaram na Venezuela", acrescentou.

Fonte: Associated Press

O líder opositor e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou nesta terça-feira (30) que conta com o apoio de um grupo de militares para "restaurar a democracia" e "acabar com a usurpação de poder" - como os opositores se referem ao governo de Nicolás Maduro. O anúncio foi feito em um vídeo gravado de uma base aérea de Caracas e publicado nas redes sociais.

Guaidó também convocou outros militares a se juntarem a seu movimento e pediu que a população saia às ruas, "de forma pacífica" para apoiar sua reivindicação. "Hoje, valentes soldados, valentes patriotas, valentes homens apegados à Constituição vieram ao nosso chamado. Nós também viemos ao chamado, definitivamente nos encontraremos nas ruas da Venezuela", disse o líder opositor.

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"Neste momento precisamos ter calma e coragem (...) para restaurar a calma na Venezuela", afirmou Guaidó.

Além disso, o político opositor Leopoldo López, que aparece ao lado de Guaidó nas imagens publicadas nas redes sociais, afirmou que foi libertado por militares e também pediu que os venezuelanos tomem as ruas pacificamente contra o governo socialista.

Por telefone, o pai de López afirmou à Associated Press que espera uma resposta militar e popular depois do chamado feito pelos opositores.

"Veremos um chamado para acabar com a usurpação (da presidência) e, bem, eu espero que o governo usurpador acabe hoje", disse.

Leopoldo López, condenado a 14 anos de prisão pelos protestos antigovernamentais de 2014, estava em prisão domiciliar. Nas redes sociais, ele afirmou que foi libertado pelos militares que apoiam Guaidó. (Com agências internacionais).

O governo americano quer fechar o cerco às milícias leais ao presidente Nicolás Maduro na nova fase de ações contra o regime chavista. Para a Casa Branca e senadores do Partido Republicano, o recente pedido do líder venezuelano para que esses grupos civis armados, conhecidos como "coletivos", reprimam manifestações é um sinal de que as Forças Armadas já não estão tão dispostas a empregar a violência contra a população civil.

Segundo a ONG venezuelana de direitos humanos Provea, desde o começo do ano morreram 50 pessoas em manifestações contra o governo na Venezuela. Destes, 14 foram mortos por grupos civis armados - 38% do total. Um levantamento similar feito pelo Observatório Venezuelano de Violência nos protestos de 2014 mostra que de 43 mortes em protestos, 8 foram cometidas por civis armados - 18% do total.

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No começo do mês, ao anunciar o racionamento de energia elétrica depois de dois apagões em março, Maduro pediu aos coletivos que "se mobilizassem para defender cada bairro, cada rua e cada bloco" dos protestos liderados pelo opositor Juan Guaidó.

Dias depois, um despacho atribuído ao ministro da Defesa, Vladimir Padrino, a seus comandados endossou a orientação do líder bolivariano, mas apresentou uma sutil e importante divergência. Ele alertou contra "o uso de violência de grupos que se autointitulam coletivos chavistas". "

Nenhuma associação que provoca violência pode se autodenominar coletivos", diz o texto, difundido em redes sociais. No ano passado, o general Padrino deu declarações similares, tentando desvincular as Forças Armadas desses grupos.

Essa dissonância chamou a atenção do governo americano. Em uma entrevista a vários meios de comunicação, entre eles o jornal O Estado de São Paulo, uma fonte da Casa Branca que participa da elaboração de políticas do governo Trump para a Venezuela, disse que a atuação dos coletivos tornou-se um foco de preocupação dos Estados Unidos.

"Se Maduro tivesse mais apoio, não pediria aos coletivos que reprimissem, mas sim à Guarda Nacional Bolivariana", disse. "O apoio de Maduro a esses grupos, que nada mais são do que grupos terroristas domésticos, prova que sua margem de manobra está diminuindo", afirmou a fonte, usualmente mantida pelo governo em anonimato.

"Terroristas"

O senador Marco Rubio, republicano da Flórida, pediu nesta semana ao Departamento de Estado e ao Departamento do Tesouro que envolvam os coletivos chavistas mais violentos nas próximas sanções contra a Venezuela.

Na avaliação do senador, eles devem entrar para a lista de organizações terroristas e ter os bens congelados. A avaliação dele foi endossada pelo senador Rick Scott, também republicano da Flórida, e o assessor de Segurança Nacional, John Bolton.

"Maduro criou uma rede de coletivos para servir como seus guarda-costas particulares e proteger seu apego ao poder", disse Rubio em carta endereçada ao secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e ao secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin.

Analistas venezuelanos concordam com a avaliação do governo americano. Para Luis Vicente León, do Instituto Datanálisis, esses grupos, de características similares às milícias brasileiras, funcionam como uma espécie de "seguro" do chavismo caso as Forças Armadas se voltem contra o regime.

"Os coletivos sempre foram usados como meio de intimidação, seja por serem armados, seja por estarem envolvidos com a distribuição de cestas básicas em bairros pobres", disse ao Estado. "Mas eles são principalmente um contraponto ao setor militar, caso ocorra uma oposição armada ao chavismo dentro da revolução.

Para o analista Oscar Vallés, da Universidade Metropolitana da Venezuela, o comunicado dúbio de Padrino significa que o Exército tenta coibir "excessos" dos coletivos. "Na prática, Padrino está dizendo aos coletivos: reprimam, mas não abusem."

No domingo passado, membros do coletivo Ali Primera 4F questionaram a prisão de alguns de seus membros por militares durante a repressão a protestos no Estado de Lara. Segundo eles, não houve respeito aos direitos individuais dos detidos.

Para entender: Projetos sociais e violência

Os coletivos, grupos de civis armados, foram criados durante a presidência de Hugo Chávez para defender os princípios da revolução bolivariana. Segundo o governo, os coletivos são grupos sociais que trabalham em projetos nas comunidades, as chamadas "Misiones".

No entanto, alguns grupos funcionam como as milícias brasileiras. São conhecidos por sua violência e por controlar serviços públicos em certas regiões. Os próprios membros dos coletivos, que se vestem de negro, cobrem o rosto e geralmente andam em motocicletas, dizem que a polícia ou a Guarda Nacional os chamam para intimidar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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