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O biólogo e ambientalista João Paulo Capobianco confirmou ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que será secretário executivo de Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. "Estou junto com Marina, mas só é oficial quando sai no Diário Oficial da União", disse Capobianco.

Com a nomeação, Capobianco retorna ao posto que comandou de 2003 a 2008, também na gestão Marina Silva. No período, coordenou o Grupo de Trabalho Interministerial de Prevenção e Controle ao Desmatamento na Amazônia e foi vice-presidente do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

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Atualmente, Capobiano preside o Instituto Democracia e Sustentabilidade e é integrante da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. Ele atua com as temáticas de conservação ambiental, gestão ambiental, desmatamento e diversidade biológica.

Assumindo pela segunda vez o Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva tomou posse na tarde desta quarta-feira (4), no Palácio do Planalto. Ela volta ao cargo sob aclamação na nova gestão de Lula (PT), após reatar as relações com o petista e sua ala durante a campanha eleitoral de 2022.

A cerimônia foi acompanhada por uma auditório lotado por novos ministros, políticos, autoridades ambientais, povos originários, religiosos e com direito a muitos aplausos em vários momentos do discurso e sob olhar do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e da primeira-dama, Janja. 

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Um dos discursos de posse entre os ministros do novo governo mais esperados pela comunidade nacional e internacional que cuida de questões do Meio Ambiente foi cheio de novidades, mudanças no Ministério, retorno da atuação do Conas e novas práticas em função da urgência da agenda climática mundial, que tem o Brasil como um dos principais atores e viveu um desmonte durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

"Entre as medidas tomadas está o acréscimo ao nome do ministério que agora se chama Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Climática, permanecendo a mesma sigla, MMA. Esse aumento nominal tem uma razão que não é retórica. A emergência climática se impõe e queremos destacar a devida prioridade daquele que é talvez o maior desafio global vivido presente cada vez menos capazes de lidar", destacou Marina. 

Entre as promessas feitas pela ministra para esta gestão e aceno aos países que auxiliam o Brasil com fundos para o Meio Ambiente e conseguir novos parceiros está a de o país voltar a ter protagonismo e exercer papel de "liderança" no seguimento. 

"O governo brasileiro que sempre foi protagonista nessa discussão e não se furtará a exercer esse papel de liderança nacional e internacional, por meio do Ministério do Meio Ambiente e de todos aqueles que agora também tem essa agenda internalizada em suas pastas, graças a nossa política de transversalidade assim será", garantiu. 

Em reforço as garantias de fortalecimento da política ambiental brasileira, Marina frisou: "Essa diretriz passa por recuperar, fortalecer e criar arcabouço institucional em prol de uma governança climática robusta e articulada. De forma a tratar o tema com a necessária transversalidade com a participação de todas as instâncias governamentais na esfera federal ou estadual e municipal e tem representações de toda sociedade brasileira produtiva, acadêmica, da sociedade civil e das nossas populações originárias". 

"O Brasil tem uma enorme desafio para honrar os compromissos assumidos no Acordo de Paris", complementou. Marina também pontuou a recriação da secretaria Nacional de Mudança Climática e a criação da Autoridade Nacional em Segurança Climática, que segundo ela será formalizada em março e de um conselho sobre mudança do clima a ser comandado pelo próprio Presidente da República, Lula. Ela também disse que Lula pediu que desse atenção especial ao movimento de catadores.

A ministra fez questão de frisar saber dos desafios que tem pela frente no comando da pasta e convocou os outros países para auxiliar o Brasil quer seja com verba ou cooperação tecnológica. "Não vamos conseguir a reindustrialização da noite para o dia. Não é mágica. Mas vamos colocar os pilares no trabalho com os outros ministérios, unidos, todos nós. Vamos precisar de parceria, de parceria no nosso continente, de parceria na Ásia, nos Estados Unidos, na África. Alguns para nos ajudar com acordo de cooperação tecnológica, com recursos financeiros, como já faz a Alemanha, a Noruega, no Fundo da Amazônia. Mas também uma grande quantidade nos parceiros que nos ajudem". 

Ao finalizar o longo discurso, Marina disse que atuará para que o país deixe de ser o "pior cartão de visita na questão ambiental e passe a ser o melhor cartão de visita".

A nova ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, colocou fim a um dos atos do ex-ministro da pasta, Ricardo Salles, que instituía um processo de "conciliação de multas" ambientais entre infratores e o Ibama. Na prática, as regras que estavam em vigor, em vez de solucionarem o problema do enorme passivo de autuações aplicadas pelo órgão, produziram uma crise administrativa interna, ao retirar uma série de atribuições técnicas dos fiscais, paralisando todo o trabalho em andamento no País.

Um novo decreto estabeleceu qual será, a partir de agora, o processo administrativo federal para apuração destas infrações. Uma das mudanças estabelece que os autos de infração e seus polígonos da área embargada deverão ser públicos e disponibilizados à população pela internet. Os órgãos responsáveis pela autuação deverão manter uma base de dados pública, com todas as multas emitidas.

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Durante o governo Jair Bolsonaro (PL), ocorreram diversas tentativas de impedir o acesso a essas informações. Reformulações de sites tiraram o banco de dados de multa do ar, mas ainda era possível encontrar essas informações em um sistema antigo.

Pelas regras, 50% dos valores arrecadados em pagamento de multas deverão ser revertidos para o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), voltado a viabilizar políticas públicas do setor.

O autuado poderá, no prazo de 20 dias contados da data da autuação, oferecer defesa ou impugnação contra a infração. Haverá ainda um desconto de 30% sobre o valor, caso o infrator opte pelo pagamento da multa à vista.

A solução dos casos passa por três caminhos: pagamento da multa com desconto; parcelamento da multa; ou conversão da multa em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. A autoridade ambiental poderá conceder, ao aprovar o pedido de conversão, um desconto de até 60% no valor total da multa, conforme a defesa apresentada pelo infrator.

As estimativas apontam que o Ibama aplica cerca de 10 mil multas por ano. Até 2024, mais de 40 mil multas podem expirar. Há um ano, pesquisadores da Climate Policy Initiative, ligados à Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), em parceria com o WWF-Brasil, fizeram levantamento sobre o destino dado aos 1.154 autos de infração ambiental lavrados após 8 de outubro de 2019, quando o Salles mudou as regras do processo sancionador. Do total, 98% dos casos ficaram paralisados, como mostrou o Estadão.

Uma mulher foi expulsa de um restaurante da Asa Norte, em Brasília, nesta segunda-feira (2), depois de hostilizar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que recebeu apoio de clientes no local. A mulher dirigiu-se até a ministra com agressividade, e criticou ela e o presidente Lula (PT).

Em resposta à agressão, outros clientes do local reagiram com aplausos e gritos de “Marina” e “viva a democracia”. A ministra não reagiu aos ataques, apenas acenou, sorriu e fez um coração com a mão para os apoiadores. 

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A posse de Marina Silva como ministra do Meio Ambiente foi adiada para a quarta-feira (4). Ela, por sua vez, já escolheu os secretários e presidentes do Ibama e ICMBio, mas ainda não conseguiu se encontrar com Lula para ter o aval das indicações. 

Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter reiterado seu compromisso com o crescimento sustentável em discurso de posse na manhã desta segunda-feira (2), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a citação ao potencial do Brasil na produção de hidrogênio verde.

"Como é promissor ver um ministro da Fazenda comprometido com a agenda da sustentabilidade e que tem uma visão de desenvolvimento de curto, médio e longo prazo. Fernando sabe que o Brasil tem um dos maiores potenciais para a produção do hidrogênio verde e que temos uma matriz energética que pode ser 100% limpa", afirmou, após o evento.

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A ministra lembrou que esteve com ministros do Reino Unido e da Alemanha na COP 27 e repetiu que os europeus querem que o Brasil seja um ponto de suporte para a produção de energia a partir do hidrogênio verde.

"Quando você não dá conta das questões ambientais, você perde investimentos e capacidade de parcerias, e ainda pode ser prejudicado. O parlamento europeu aprovou que não vai mais importar produtos oriundos de práticas ilegais. O Brasil precisa fazer o dever de casa para não prejudicar o agronegócio e a indústria", completou a ministra.

Marina também afirmou que será preciso regulamentar a questão dos créditos de carbono. "O Brasil não tem uma regulação para isso. Obviamente, o crédito é importante e uma base fundamental para uma alternativa econômica, mas não é uma bala de prata, é uma das ferramentas", concluiu.

O presidente diplomado da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou nesta quinta-feira, 29, que a ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) voltará ao comando do Ministério do Meio Ambiente depois de 14 anos. "Um ministério que todo mundo estava esperando e todo mundo sabiam quem era é o Meio Ambiente, com a companheira Marina Silva", disse Lula.

Ao ser anunciada, Marina foi ovacionada pelo público.

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Como contou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ideia inicial de Lula era de que Marina ocupasse a posição de Autoridade Climática, para articular políticas sobre o tema em todo o governo, o que deixaria o posto de ministra do Meio Ambiente para a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Mas a ex-ministra defendeu publicamente que a Autoridade Climática seja um órgão mais técnico e diretamente vinculado ao MMA. Com isso, Tebet chefiará o Planejamento.

Marina foi ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008, nos dois primeiros governos de Lula. Ela concorreu à Presidência da República em três ocasiões - em 2010 (PV), 2014 (PSB) e 2018 (Rede) - nas quais enfrentou inclusive fortes ataques petistas.

Reconciliada com o PT, Marina acompanhou o já eleito Lula na Cúpula do Clima (COP 27) realizada no Egito em novembro.

Como mostrou o Broadcast em 15 de dezembro, ela irá acompanhar o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em janeiro no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O objetivo é conquistar investidores internacionais que estão de olho em práticas sustentáveis.

Marina tem grandes expectativas de que o tema não estará restrito apenas à Pasta e recebeu a promessa de Lula de que o meio ambiente fará parte de todo o governo, de forma transversal. Num evento em Brasília no mês passado, ela foi questionada por que acreditaria que as coisas se dariam dessa forma e ela respondeu que o mundo mudou desde os outros mandato de Lula e que hoje o presidente eleito, que "não é negacionista", percebeu a importância da sustentabilidade para o País, seu governo e a sua imagem no exterior.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca em Brasília, nesta segunda-feira (26), para os últimos dias antes de voltar a assumir o governo federal. Na contagem regressiva para a cerimônia de posse, antes de receber a faixa presidencial pela terceira vez, o petista deve anunciar Marina Silva, Simone Tebet e outros ministros até a sexta. 

Lula não esconde a expectativa para o seu retorno e já afirmou que sua equipe vem trabalhando antes mesmo do seu retorno à gestão. Nas redes sociais, o presidente eleito prometeu ainda mais trabalho até a posse. “Uma nova página para o Brasil, com mais democracia e direitos para o povo brasileiro”, projetou em uma publicação. 

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Com 21 ministros anunciados, ainda restam 16 cadeiras conforme a promessa de iniciar a gestão com 37 pastas. Os nomes devem ser apresentados entre essa terça e quarta, com a oficialização do retorno de Marina Silva (Rede) ao Meio Ambiente e do ingresso de Simone Tebet (MDB) ao governo Lula. A ex-senadora é cotada para assumir o ministério da Agricultura ou do Planejamento, mas vem ganhando força na pasta de Cidades. 

A deputada eleita Marina Silva (Rede-SP), que deve assumir o Ministério do Meio Ambiente na gestão Lula, quer que a "Autoridade Climática", órgão que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva prometeu criar, fique debaixo da estrutura do MMA. Dessa forma, a gestão dos temas ligados ao clima seriam centralizados na pasta. Essa é a estrutura organizacional que a ex-ministra do MMA sempre defendeu, desde que se engajou na campanha pela eleição do petista.

Hoje o Ministério do Meio Ambiente já tem, em sua estrutura, uma Secretaria de Clima e Relações Internacionais. O relatório técnico que o grupo ambiental da transição concluiu, conforme apurou a reportagem, traz uma composição diferente, com a criação de uma autoridade climática dentro do MMA, funcionando como uma autarquia vinculada ao ministério. Essa estrutura, apesar de ter a aprovação da maioria dos membros que compuseram o grupo, não foi a única.

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A ex-ministra do MMA durante a gestão Dilma Rousseff, Izabella Teixeira, defendeu a ideia de que a autoridade climática deveria ficar vinculada à Presidência da República, com status de ministério e atuando de forma independente. Essa opção chegou a ser apresentada como um "anexo" do relatório final, mas não como opção principal sugerida ao novo comando da pasta. A reportagem apurou que Izabella Teixeira não tem interesse em disputar o comando do MMA. A ex-ministra sinalizou que poderia compor o governo, caso a autoridade climática ficasse fora da pasta, o que não vai ocorrer.

Em toda a transição, além do nome de Marina Silva, chegaram a ser cotados para o comando da pasta Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Simone Tebet (MDB-MS) e Jorge Viana (PT), ex-governador do Acre. Tebet também rejeitou a ideia. Randolfe e Viana não comentam o assunto. Dentro dos órgãos federais de meio ambiente e entre as associações socioambientais, prevalece a preferência por Marina Silva.

Há grande expectativa sobre a nomeação do MMA, dado o espaço que o tema ambiental passou a ter não apenas dentro do Brasil, mas na comunidade internacional, que espera um reposicionamento de 180% do País nesta área, depois que a gestão do presidente Jair Bolsonaro passou a ser durante criticada, principalmente por países que ajudam a financiar medidas de proteção ao meio ambiente na Amazônia. Lula tocou no assunto em boa parte de sua campanha e exploração essa bandeira durante a COP27, no Egito.

Lula já prometeu retomar, nos primeiros dias de mandato, o Fundo Amazônia, que hoje tem mais de R$ 3 bilhões depositados no Banco do Brasil, recursos repassados pela Noruega e Alemanha que ficaram parados, após sucessivos ataques do governo Bolsonaro sobre o programa.

A deputada federal por São Paulo Marina Silva (Rede Sustentabilidade) desmentiu a possibilidade de disputar a presidência da Câmara dos Deputados. Segundo a parlamentar em publicação no Twitter nesta terça-feira (20), dois veículos de comunicação divulgaram “uma suposta informação de que há uma articulação para colocar meu nome na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados”. 

Marina destacou três pontos para esclarecer que não disputará o cargo. O primeiro deles é que ela não cogitou se candidatar à Presidência, “bem como o partido não fez qualquer debate comigo ou em suas instâncias sobre tal assunto”.

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A deputada destacou o momento crucial para a instituição de um novo padrão de governabilidade para o Brasil. “Em que pese o respeito devido às estratégias políticas de cada partido, é preciso que a base de sustentação do futuro governo Lula-Alckmin busque agir conjuntamente para ajudar a estabelecer um novo patamar de relação entre os Poderes Executivo e Legislativo, baseado em um projeto estratégico de reconstrução do País”. 

“Defendo a escolha de um nome que contribua com essa nova forma de governabilidade, fundada no caráter de frente ampla, inseparável da vitória de Lula e da democracia que nos trouxe até aqui, neste momento tão difícil e desafiador da história do nosso País”, detalhou. 

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A ex-ministra do Meio Ambiente e integrante do grupo de trabalho responsável pelo tema do governo de transição, Marina Silva (Rede), traçou um cenário pessimista para a sustentabilidade do País, dizendo que é muito difícil reverter a piora do quadro verde se não houver um foco muito claro para a tarefa. Segundo ela, as instituições foram desmontadas ou enfraquecidas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) - Marina citou INPE e ICMBios, entre outras.

A ex-ministra disse que, apesar de já ter se desentendido com o PT e com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no passado por causa de visões diferentes sobre política ambiental, tem certeza de que a história agora será diferente. Segundo ela, "só quem tem visão negacionista" do mundo não é capaz de acompanhar as mudanças que ocorreram nos últimos anos. "Ter política transversal faz toda a diferença. Lula disse que será (política) de todo o governo. Isso significa que a política ambiental não é setorial", afirmou, em evento promovido pelo Valor Econômico e O Globo na manhã desta terça-feira (6).

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Para a ex-ministra, que deve atuar nessa área no novo governo, foi constituída nos últimos quatro anos uma política de "terra arrasada" que gera o descontrole do desmatamento. Marina defendeu que é preciso realizar investimentos ambientais e que esses recursos são investimentos para a economia.

Marina sustentou que é possível o Brasil continuar a ser uma potência agrícola e energética sem precisar destruir a galinha dos ovos de ouro. Ela citou conversas preliminares com a Alemanha, por exemplo, que tem interesse no hidrogênio verde do Brasil para suprir a necessidade energética que hoje é ofertada pela Rússia.

Há a expectativa de que Marina comande uma autoridade sobre o tema que será criada no novo governo. "Lula tem a questão social, que é da vida dele, e a questão ambiental, que passou a ser igual à social. Claro que não é mágica. Ninguém se torna sustentável da noite para o dia, mas a dinâmica do governo pode ajudar nisso."

A retomada da estabilidade, crescimento e pacificação do País foram os principais desafios citados na fala inicial em evento promovido pelo Valor Econômico e O Globo na manhã desta terça-feira (6). Dentre os entrevistados, estão o governador da Bahia, Rui Costa (PT), favorito para assumir a Casa Civil no governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o senador eleito e ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT); a ex-ministra do Meio Ambiente e integrante do grupo de trabalho responsável pelo tema do governo de transição, Marina Silva (Rede); e o ex-ministro da Fazenda e do Planejamento e integrante do governo de transição na área econômica, Nelson Barbosa. Na avaliação deles, o novo governo terá grandes desafios, mas também há oportunidades para restabelecer a confiança nacional.

"São muitos os desafios, vamos ter que ao mesmo tempo trocar pneu de carro andando, reconstruir a própria democracia e pacificar as relações entre as pessoas, seja nas famílias, empresas, entre todas as áreas", disse Dias, iniciando a fala dos entrevistados. Em sua avaliação, a área social apresenta uma "gravíssima" situação, tanto do lado das contas públicas quanto da estrutura administrativa. "Vamos ter uma fase de muitas emergências, mas tendo a capacidade de trabalhar em um plano estratégico com um olhar para o curto, médio e longo prazo numa perspectiva de estabilização, previsibilidade e planejamento", declarou.

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Para Costa, o principal desafio é o de pacificar e unir o País, não só no âmbito federal, mas estadual, citando um novo pacto federativo com a volta do diálogo. De acordo com ele, isso irá retomar a confiança do Brasil e a credibilidade nacional perante o mundo. "Novo olhar do mundo sobre o Brasil é visível; investimento deve aumentar", pontua.

Costa cita a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, dizendo ser preciso resolver o problema da fome e garantir recursos para a subsistência. "É preciso pensar em crescer; saneamento é um grande problema, mas oportunidade para Brasil", diz.

Marina seguiu na linha de pontuar os principais problemas e citou o Meio Ambiente que, segundo ela, "está na lona" e o País, "cindido". Ao destacar a forte polarização do País entre segmentos da direita e esquerda, a ex-ministra disse ser preciso "sabedoria para governar com frente ampla".

Último a falar, Barbosa classificou os principais problemas como "fazer a transição, encaminhar a pacificação nacional e começar a reconstrução". De acordo com ele, a transição envolve o fechamento do Orçamento de 2022 e encaminhar um bom para 2023. "O orçamento de 2023 é claramente insuficiente", classifica.

O ex-ministro da Fazenda aponta ser necessário recuperar a governabilidade e o diálogo no Brasil. "É preciso mudança de atitude e exemplo é muito importante", declarando que o presidente eleito "dialoga com todos". Barbosa também diz ser possível resolver o problema fiscal, mas a questão cambial "é muito mais difícil". "O problema fiscal é questão política; temos que resolver entre a gente", declara.

Integrante do grupo de transição na área do Meio Ambiente, a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) afirmou nesta sexta-feira, 2, que a situação deixada pelo governo Bolsonaro é de "extrema gravidade" no âmbito das políticas ambientais. Segundo ela, órgãos de gestão estão "completamente desestruturados" por falta de orçamento e equipes técnicas foram "desmontadas" na atual gestão.

"Quando você olha pro orçamento, você vê que os órgãos de gestão, como ICMBio e Ibama, estão completamente desestruturados por falta de orçamento, por falta das equipes técnicas que foram desmontadas e o assédio promovido por esse governo ao longo dos quatro anos", disse Marina em entrevista à Globo News na noite desta sexta-feira, 2.

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A ex-ministra do Meio Ambiente afirmou que o próximo titular da pasta deve ter como prioridade emergencial recompor as equipes dos órgãos com pessoas especializadas e retomar as ações de prevenção e controle do desmatamento.

"Você vai ter que recompor equipes, as equipes foram desestruturadas, substituídas por militares, pessoas que não entendem da agenda. Essas equipes precisarão ser reconstituídas com base em critérios de capacidade técnica, de gestão e liderança na agenda ambiental. Com esses orçamentos minimamente estabelecidos, priorizar ações emergenciais. A recuperação atualizada do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento é urgente. Ele foi abandonado", criticou, ao reportar o cenário encontrado pelo grupo de transição na área do Meio Ambiente.

Ainda segundo Marina, o novo governo vai enfrentar um cenário mais complexo no combate ao desmatamento da Amazônia, devido ao avanço da ação de criminosos nos Estados que estão no perímetro da floresta.

"Esse agravamento tem a ver com atravessamento de tráfico de drogas, de armas, garimpo ilegal, exploração de madeira, grilagem e pesca ilegal. É muita coisa. Hoje nós temos 1264 pistas (de pouso para aeronaves) clandestinas a serviço dessas organizações criminosas. Você tem um descontrole tanto aéreo quanto terrestre quanto via meios fluviais de acesso aos territórios da Amazônia, com ameaça às populações locais. Além disso, você tem um processo de avanço nas terras públicas. a maior parte do desmatamento está se dando em terras públicas", citou.

A ex-ministra também não descartou a possibilidade de revogaço, por parte do governo eleito, de medidas ambientais adotadas pela gestão Bolsonaro. Segundo Marina, há "muitas sugestões de revogaço" por parte da sociedade civil sendo estudadas pela equipe de transição.

A deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) voltou a desconversar sobre a possibilidade de voltar ao comando do Ministério do Meio Ambiente, cargo que ocupou durante dois mandatos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

"Em relação a quem vai ser o futuro ministro é uma decisão que cabe ao presidente da República", disse Marina em entrevista à GloboNews na noite desta sexta-feira, 2, sem negar se aceitaria um convite para assumir a pasta ou a autoridade climática do próximo governo. A criação da autoridade para tratar de questões do clima foi uma proposta feita pela própria ex-ministra a Lula.

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Marina, no entanto, destacou a contribuição dada à campanha do petista, quando foi um dos principais nomes da chamada frente ampla que ajudou a elegê-lo. "Me sinto muito feliz de ter contribuído politicamente, programaticamente e eleitoralmente para que a nossa democracia fosse vitoriosa", disse.

A ex-ministra fez também um alerta: "Teremos que ter mais sabedoria ainda para governar em um movimento de frente ampla e mais sabedoria para que os resultados dessa vitória sejam compartilhados na visão, nos processos e nas estruturas."

A deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) foi mais uma figura pública a denunciar racismo em uma publicação do Estadão, veiculada na última sexta-feira (25). Na chamada da reportagem, o jornal paulista incluiu como capa uma foto que mostrava as mãos de um homem negro segurando uma arma de fogo.

A associação da imagem à notícia foi considerada infeliz e racista por muitos internautas, uma vez que o atentado às escolas em Aracruz, no Espírito Santo, tiveram como autor um adolescente branco e com referências ao nazismo.

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“O racismo está tão incrustado em nossa sociedade que mesmo quando um branco comete crime atroz, como o de Aracruz (ES), usa-se a pele negra para representar o ato violento. Versão inicial do post do Estadão para analisar ataques a escolas foi ilustrada com uma mão preta armada”, escreveu Marina Silva, nas redes sociais.

A parlamentar e coordenadora de Meio Ambiente na equipe de transição do Governo Lula se referiu à versão como “inicial” pois a foto foi substituída, após a má repercussão, por uma imagem do atirador durante o atentado.

Confira a repercussão nas redes sociais

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Com agenda apertada na COP-27, a deputada federal eleita Marina Silva (Rede) transitou entre a Zona Vermelha, onde se desenrolam as discussões entre os chefes de Estado, e a Zona Azul, onde estão os pavilhões dos países. Participou de debates e palestras e se encontrou com líderes internacionais, como John Kerry, enviado dos EUA. Leia trechos da entrevista dela ao Estadão.

Lula virá à COP-27. Qual a sua expectativa?

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A expectativa é muito grande, de o Brasil assumir o protagonismo ambiental global. Não por acaso, o Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a assumir metas de redução de CO2 em 2009. Foi responsável, de 2003 a 2008, por 80% das áreas protegidas criadas no mundo. É esse protagonismo que o mundo quer ver o Brasil exercer, liderando pelo exemplo. Lula, no discurso de vitória, disse que a questão climática, o desmatamento zero e demarcar terras dos povos indígenas são prioridades. Atingir um ciclo de prosperidade social conectado com os compromissos do Acordo de Paris é a orientação do seu governo.

Vai estar no governo Lula?

A decisão de quem será da equipe do governo é do presidente. Fico feliz de ter apresentado a ele talvez uma das plataformas mais robustas para o enfrentamento da destruição ambiental, reconhecida no mundo todo. Um grande fundo de investimentos já se dispôs a colocar dinheiro no Brasil. Estive ontem com John Kerry e com três diretores do Banco Mundial e há toda uma disposição de voltar a investir no Brasil, retomar o Fundo Amazônia, retomar as negociações do acordo do Mercosul com a União Europeia. As pessoas não querem apenas o discurso, elas querem a prática. Quando fui ministra do Meio Ambiente disse que a gente não ia se afastar do compromisso de liderar pelo exemplo.

É possível obter financiamento para a Amazônia?

O Brasil não está condicionando a proteção à Amazônia a recursos internacionais, como fez o governo anterior, que fez chantagem, disse que só protegeria a Amazônia se pagassem. Queremos cooperação e abertura para nossos produtos Não operamos no campo da chantagem.

Tem projeto específico para a área ambiental?

Há muitas ações e projetos que já foram aprovados, tudo depende da agenda e das prioridades do governo. Sonho muito que se faça essa destinação das áreas com floresta. Há também projetos que têm inclusive a ver com áreas de reforma tributária. Para criar uma nova economia, precisa de novos instrumentos econômicos, uma agenda que assegure continuidade nos novos processos. É difícil ser um empreendedor que faz todo o esforço para seguir a regra de uma forma correta - e depois tem de competir num ambiente de negócios com quem não teve custos por não ter responsabilidade social nem ambiental.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo Twitter, a deputada federal Marina Silva (Rede-SP) elogiou Fernando Haddad, candidato pelo PT ao governo de São Paulo, derrotado por Tarcísio de Freitas (Republicanos) neste domingo (30).

"Engana-se quem acha que SP derrotou @Haddad_Fernando. Sua postura e suas propostas na campanha são legados para o exercício da crítica que qualifica o debate político", escreveu.

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Segundo Marina, a contribuição do petista para a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da democracia "foi primordial". "O Brasil tem um novo líder", postou.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se referiu ao tema da defesa das mulheres durante o evento em Minas Gerais ao condenar as agressões sofridas pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) e pela ministra do STF Cármen Lúcia, durante comício neste sábado (22), em Ribeirão das Neves (MG). Ambas foram agredidas verbalmente de ontem para hoje, o que relacionou a um avanço do fascismo no País.

"Hoje, o que vemos é violência verbal e, às vezes, violência física. Isso porque temos um governo fascista no Brasil", disse Lula. "É uma escola exemplar do fascismo no mundo inteiro. Na campanha de Trump, ele terminava comício e falava que, se alguém falasse mal dele, era para bater que ele contrataria advogado", mencionou Lula, sobre o ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

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O petista disse também não ser possível que alguém que "ame a liberdade e a democracia" vote para reeleger o atual presidente. "Uma figura tão desumana como Bolsonaro. Ele não tem sentimento (...) O mundo dele é seus filhos e as mentiras, fakes news, e a tentativa de destruir as pessoas do jeito que fizeram com a Marina ontem", afirmou Lula, que logo depois falou em ganhar para "restabelecer a paz no País".

"Há quase que uma ordem do presidente para que as pessoas sejam violentas, não aceitem provocação, não deixem ninguém em paz (..) Não podemos fazer guerra santa neste País. O País clama por paz. Repudio qualquer tipo de violência, de agressão", declarou Lula.

Integrantes da classe política saíram em defesa da ministra do Superior Tribunal Federa (STF) Cármen Lúcia e da ex-senadora Marina Silva (Rede) após ambas terem sido alvos de ataques misóginos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (21). A ministra foi comparada a uma "prostituta" pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) enquanto Marina, eleita deputada federal, foi xingada na saída de um jantar com dirigentes da Rede depois de cumprir agenda de campanha com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas Gerais.

Em vídeo divulgado por Jefferson, o ex-presidente nacional do PTB compara a ministra a uma "prostituta" por ela ter votado a favor da punição da Jovem Pan. A emissora de rádio foi condenada por repetir declarações consideradas distorcidas e ofensivas contra ex-presidente Lula a partir de falas de seus comentaristas. O ex-deputado federal, que hoje se encontra em prisão domiciliar e é investigado por atuação em milícia digital contra democracia, usou também os termos "Bruxa de Blair" e "Carmen Lúcifer" para se referir à ministra.

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Na noite da última sexta-feira (21), decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impuseram à rádio Jovem Pan a concessão de direitos de resposta ao ex-presidente Lula e a "abstenção" de se manifestar sobre temas cuja abordagem foi classificada como "ofensiva" pela defesa do petista. As conclusões do órgão eleitoral, entretanto, impõem censura prévia à emissora e ferem direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão.

Na votação do caso, a ministra Cármen Lúcia acompanhou os votos do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e dos ministros Ricardo Lewandowski e Benedito Gonçalves. Assim, a decisão teve placar apertado: 4 votos a favor do pleito de Lula e 3 a favor da emissora.

No caso de Marina, a deputada eleita afirmou, em sua rede social, que os xingamentos vieram por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro. "É a velha tentativa grotesca de coagir a ação política das mulheres", disse.

Neste sábado, 22, durante encontro de Lula com a imprensa mineira, a ex-senadora contou que estava saindo de um restaurante quando um grupo de pessoas, dentro do espaço, começaram a gritar "mito" e "Bolsonaro". "Até aí, tudo bem! É do jogo democrático. Nós também gritamos 'Lula presidente', nós também fazemos a nossa manifestação política. Só que uma pessoa gritou com palavra de baixo calão, me chamando de vagabunda. Eu ouvi por duas vezes", disse.

Posteriormente, Marina informou, também pela internet, que registrou um boletim de ocorrência para denunciar a agressão verbal. "Registrei o BO em função dos xingamentos dirigidos a mim, pois ações desse tipo são graves e intoleráveis em uma democracia", disse.

A senadora Simone Tebet, que também estava presente no encontro de Lula com a imprensa mineira, declarou que as eleições serão definidas pelas mulheres, fazendo referências aos últimos casos de Marina e Cármen Lúcia. "Ontem, tivemos dois casos de violência política de gênero contra mulheres no Brasil estimulados por esse governo", disse.

Tebet ainda afirmou que "nunca tinha visto" um tipo de agressão como a de Jefferson à Cármen Lúcia, defendeu a prisão do ex-deputado. "É caso de determinar a prisão. Ele tem que voltar para a cadeia imediatamente. Ninguém tem o direito de agredir uma mulher, seja ela uma autoridade pública ou não, da forma que ele fez."

Anteriormente, a senadora já havia manifestado solidariedade à Cármen Lúcia e afirmado que o caso é "inaceitável". "É nisso que o atual presidente transformou o nosso País, tirando do armário esses monstros que acham que têm o direito de manchar a honra das mulheres brasileiras", disse Tebet, em vídeo divulgado em sua rede social.

Durante o encontro, o ex-presidente Lula abriu o seu discurso se posicionando sobre o caso envolvendo a parlamentar da Rede. "O cara que te xingou, Marina, é 171. Não é uma pessoa séria. Nós fazemos política há 50 anos e isso não existia no Brasil. Hoje, o que vemos é violência, mais violência verbal e, às vezes, física. Isso é porque nós temos um governo fascista no Brasil", disse.

Desacato

Em nota, a Bancada Feminina no Senado Federal classificou as falas de Jefferson como "asquerosa, imoral, injuriante e difamatória". "Importante pontuar que o direito à livre manifestação é pleno, desde que não afete a honra de terceiros."

O documento afirma ainda que o comportamento do ex-deputado federal pode ser tipificado como crime de difamação e injúria, previstos nos artigos 139 e 140 do Código Penal, e como crime de desacato (art. 331 do Código Penal), uma vez que as falas de Jefferson se deram em razão do exercício da função de ministra. "As palavras criminosas proferidas pelo Sr. Roberto Jefferson afetam mulheres e o mundo jurídico e não podem ficar impunes", complementam.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), o economista Armínio Fraga e a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) se reuniram nessa segunda-feira, em São Paulo, com cerca de 650 empresários, banqueiros, CEOs e economistas para tentar convencê-los a votar na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) no segundo turno da eleição presidencial. O principal argumento apresentado pelos três foi o risco que consideram representar a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) para a democracia no Brasil.

Os organizadores fizeram questão de dizer que o encontro não era uma manifestação de apoio a Lula e Alckmin - a presença não significava necessariamente concordância com a candidatura, mas uma tentativa de conseguir novos apoios à chapa para derrotar Bolsonaro.

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Simone Tebet sugeriu que Bolsonaro reeleito poderá tentar um terceiro mandato para se manter no poder. "A democracia já está fragilizada desde o primeiro dia do governo Bolsonaro. Eu estava lá em Brasília. O governo coloca uma instituição contra outra. E hoje já domina o Legislativo com o orçamento secreto. Poderá aumentar o número de ministros do Supremo Tribunal Federal e concentrar mais poder, acovardar os ministros do STF e, talvez, até implantar um terceiro mandato", afirmou.

O encontro foi organizado na casa da ambientalista Teresa Bracher e de seu marido, o banqueiro Cândido Bracher, mesmo lugar onde Simone começou sua campanha no primeiro turno - ela ficou em terceiro lugar, com 4,9 milhões de votos (4,2% do total). O evento também teve como organizadores Marisa Moreira Salles, Neca Setubal, a advogada Maria Stella Gregori, o editor Tomas Alvim e Ana Paula Guerra.

Armínio Fraga, que foi presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso, afirmou que chegou a pensar em anular o voto, mas depois, mudou de ideia. "Eu nunca votei no Lula. A realidade do bolsonarismo acabou se impondo. A mudança do meu voto espelha o medo da deterioração da democracia. Se havia alguma dúvida, isso desapareceu. Vou votar no Lula sem qualquer condição."

Ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, Marina afirmou ter três razões para votar no petista: compromisso com a democracia, o "imperativo ético" de combate às desigualdades e a possibilidade de estabelecer um processo de mudança para um modelo de desenvolvimento sustentável com a transição para uma economia de baixo carbono.

Receio

Os três falaram durante cerca de dez minutos. Entre os participantes há o receio de que, com um Congresso eleito mais à direita, Bolsonaro possa, finalmente, avançar contra o STF. Ao mesmo tempo, participantes do evento acreditam que o Legislativo funcionaria como contrapeso a um eventual governo Lula.

Estavam diretores e CEOs da Bloomberg, BMG, Safra, Siemens Energy, Suzano, Grupo Europa, Standard Bank Group, Grupo Ultra, Thyssenkrupp South America, Santander e outras empresas, além de economistas e empresários. As imagens devem ser distribuídas nas redes sociais da senadora e da campanha petista, explicando por que cada um estava tomando a posição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A menos de dez dias das eleições, a campanha do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai intensificar o movimento em busca do voto evangélico, segmento no qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem ampla vantagem. A ex-ministra Marina Silva (Rede), que declarou apoio público ao petista, e o candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB) serão escalados para atrair esses eleitores religiosos.

Marina é evangélica e é identificada como alguém com grande respeitabilidade entre o segmento. Alckmin é católico praticante, mas também foi designado para atrair esses eleitores. A campanha está traçando possíveis programações para os dois nos próximos dias, de acordo com o pastor presbiteriano Luís Sabanay, que coordena o núcleo de evangélicos da sigla.

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Como mostrou o Broadcast Político, a campanha instituiu um Comitê Evangélico para dar organicidade às ações em busca dos eleitores do segmento. O núcleo organizou uma agenda de atividades diárias para dialogar diretamente com esse público e que terão continuidade nessa reta final. Batalhas nas redes sociais com postagens que abordam temas do cotidiano imediato da eleição, massificação de material nas redes em horários de picos e panfletagens com mensagens aos religiosos em todo o Brasil serão intensificadas. O cronograma vai até primeiro de outubro, um dia antes das eleições.

Com foco nos colégios eleitorais mais representativos do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro serão prioridades também do Comitê. Na próxima terça-feira (27), o fundador e coordenador nacional da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Ariovaldo Ramos, que participa da comunicação da campanha junto aos religiosos, se reunirá em Minas com o candidato ao governo apoiado pelo PT, Alexandre Kalil (PSD), em um encontro com evangélicos.

"Nós pedimos para cada coordenação estadual fazer com que a campanha de Lula e Alckmin seja visível. E como se dá isso? Através de testemunho. Qual a diferença da nossa campanha e da campanha do Bolsonaro? Não instrumentalizamos religião", disse Sabanay. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (22), o chefe do Executivo lidera entre os evangélicos com 50%, enquanto Lula aparece com 32%. A diferença reduziu: no dia 9 de setembro, o placar era de 51% a 28%, respectivamente. A melhora é atribuída às ações promovidas neste último mês.

O objetivo da campanha não é, no entanto, reverter os índices, mas reduzir a distância. O foco na busca pelos votos continua sendo, essencialmente, a mulher evangélica, maior parte negra e periférica, que cuida do lar e da família, que rejeita a pauta armamentista por preservar a segurança dos filhos e temer a violência dentro de casa e que sente diariamente as consequências da crise econômica - temas que contrastam, justamente, com o perfil do principal adversário na corrida presidencial. A estratégia foi reverberada por pesquisas qualitativas encomendadas pela campanha.

De acordo com Sabanay, as ações planejadas nessas eleições visam, além de discutir os problemas reais que atingem a maioria do público evangélico, combater as mentiras que afastam o eleitorado religioso de Lula. A Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito dará subsídios à campanha nessa reta final. O movimento está preparando, por exemplo, um roteiro para desmentir um vídeo que circula nas redes sociais e que associa Lula e PT ao aborto e à descriminalização das drogas, temas caros ao público religioso.

No material, uma mulher negra diz que, como mãe e cristã, se preocupa muito "com o que está sendo repassado às nossas famílias". "Eles sempre foram a favor da descriminalização das drogas, da liberação de presos. Eles chegam ao ponto de dizer que veem lógica no assalto. Que o bandido não pode ser preso só porque roubou o celular", diz. O material recupera uma fala antiga de Lula em que afirma que jovens são assaltados e violentados pela polícia, "às vezes inocente ou às vezes porque roubou um celular".

No vídeo, a locutora também critica o que chama de "sexualização" das "nossas crianças" nas escolas e a prática do aborto. "Eles pervertem as nossas crianças e ao mesmo tempo tentam nos convencer que matar um bebê no ventre é questão de saúde pública", afirma. O trecho também recupera um discurso de Lula em que diz que o aborto é "uma questão de saúde pública e todo mundo deveria ter direito".

"(Esse material) tenta enganar as pessoas. Vamos fazer um vídeo que responda a esses temas, como um fio condutor. Para tudo que eles falaram com manipulação da informação, vamos responder linearmente de forma correta", disse a jornalista e uma das coordenadoras da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito Nilza Valéria Zacarias.

A intensificação na propagação de mentiras envolvendo o PT e Lula nessa reta final, alavancado pela rede bolsonarista, tem sido uma das preocupações da campanha para garantir a vitória já no primeiro turno.

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