Relator do processo de impeachment no Senado, Antônio Anastasia (PSDB-MG) foi o quinto a interpelar a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), nesta segunda-feira (29). O tucano perguntou a petista sobre quais os motivos que a levaram a autorizar a abertura de créditos suplementares por meio de decretos quando já havia a projeção de que a meta de 2015 não seria cumprida.
"Por que o crédito foi aberto em confronto com a meta fiscal?", questionou, pontuando que durante o período de relatoria, os documentos que analisou comprovaram o crime de responsabilidade. "Abrir crédito por decreto é crime de responsabilidade por ferir lei orçamentária", acrescentou Anastasia.
##RECOMENDA##Em resposta ao mineiro, Dilma acusou os senadores de “criminalizar a política fiscal” e fez questão de lembrar que a análise da meta fiscal é de responsabilidade do Congresso. "A meta fiscal é aprovada pelo Congresso, não é ação unilateral do Executivo", alfinetou, dizendo que a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015 já previa decretos com abertura de crédito suplementar respeitando a meta.
"Colocamos na LOA que nenhum decreto poderá ser aplicado sem respeitar os limites da meta. Nada mais regulado do que Constituição, LDO e LOA... Discordo da afirmação que desrespeitamos o Legislativo”, salientou, rebatendo criticas de Anastasia. "Não há um traço, uma observação do Congresso Nacional, dizendo ó, vocês não podem fazer isso", acrescentou, voltando-se para os senadores.
A petista justificou ainda a importância da subvenção para o Plano Safra diante da economia do país. “Caso o governo não faça subvenções do Plano Safra, nós estaríamos em situação muito difícil, pois o mundo inteiro trata agricultura com todas as condições para que tenha apoio, fomento e ampliação", destacou, lembrando que uma lei de 1992 autoriza e prevê as subvenções, descaracterizando, sob a ótica dela, a visão de crime. "Fica muito difícil me condenar por algo que eu não estava presente”, concluiu.