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Franco Nicoletti, um italiano erradicado em Brasília, acabou na mira da Polícia Civil do Distrito Federal por supostamente ter aplicado golpes milionários em empresários.

De acordo com a acusação, Nicoletti se passava por um representante de um fundo de investimento que estava interessado em injetar dinheiro em empresas brasileiras.

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O inquérito envolve uma empresa que dizia estar interessada em colocar em prática um ambicioso projeto para elaborar uma máquina de processamento de resíduos plásticos.

O italiano entrava na jogada afirmando que representava um fundo chamado BlackRock, um dos maiores do mundo, e iniciava as negociações com os interessados e fazia promessas falsas, como uma inexistente intenção de compra de máquinas do governador de Kinshasa, na República do Congo.

Garantindo que "dinheiro não seria problema", Nicoletti chegou a dizer que havia viajado até a Espanha para obter um financiamento do fundo, já que seu irmão seria diretor do grupo em sua sede do país ibérico, informação nunca confirmada.

Os empresários que caíram no golpe, segundo a acusação, percebiam muito tarde que as promessas do italiano eram falsas.

A empresa era, na verdade, de compra e venda de veículos usados, criada em Marbella, na Espanha, com o nome de Blackrock Assept.

Da Ansa

Após anos de negociações e de uma noite frenética, os eurodeputados e os representantes dos Estados-membros da União Europeia (UE) aprovaram nesta quarta-feira (20) uma ampla reforma do sistema migratório do bloco, que prevê um mecanismo de solidariedade obrigatória e controles mais severos.

"Alcançamos um acordo político nos cinco pontos do novo Pacto sobre Migração e Asilo da UE", escreveu na rede social X a presidência semestral espanhola da UE.

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A Alemanha celebrou a reforma, que chamou de "urgente e necessária", que foi negociada pelas instituições comunitárias por mais de sete anos.

A reforma prevê controles mais rigorosos na chegada de migrantes à UE, centros fechados perto das fronteiras externas para expulsar de maneira mais rápida aqueles que não têm direito a asilo, além de um mecanismo de solidariedade obrigatória entre os Estados-membros, para beneficiar os países sob maior pressão migratória.

O acordo político anunciado nesta quarta-feira ainda precisa ser aprovado formalmente pelo Conselho Europeu, ou seja, o fórum dos 27 Estados-membros, e pelo Parlamento Europeu.

O objetivo é que os textos do acordo sejam aprovados em definitivo antes das eleições europeias de junho de 2024.

A questão domina o debate em vários países europeus, incluindo a França, onde na terça-feira à noite foi aprovada uma lei migratória que provocou uma grande crise na base do governo do presidente Emmanuel Macron, devido ao apoio da extrema-direita à iniciativa.

A reforma europeia recebeu críticas das organizações de defesa dos direitos humanos.

Quase 50 ONGs, incluindo Anistia Internacional, Oxfam, Caritas e Save the Children, divulgaram na segunda-feira uma carta aberta aos negociadores para alertá-los sobre o risco de acabar com um "sistema mal elaborado, caro e cruel".

- Solidariedade obrigatória -

A reforma estabelecida em Bruxelas conserva a atual regra, com a qual o país de entrada na UE de um demandante de asilo é responsável por seu processo.

No entanto, para ajudar os países mediterrâneos, como Itália, Espanha e Grécia, onde chegam milhares de migrantes, a reforma estabelece um sistema de solidariedade obrigatória em caso de forte pressão.

Isto significa que os demais Estados-membros da UE devem contribuir para aliviar a pressão: recebendo alguns solicitantes de asilo - uma medida conhecida como recolocação - ou com o repasse de apoio financeiro.

A reforma também prevê um sistema de "filtragem" para os migrantes em sua chegada ao território da UE, assim como "um procedimento na fronteira" para aqueles que, estatisticamente, têm menos possibilidades de obter asilo. Estes serão retidos em centros, de onde poderão ser expulsos de maneira mais rápida para seus países de origem ou de trânsito.

O procedimento será aplicado aos cidadãos de países que registram taxa de reconhecimento do status de refugiado inferior a 20%, com base na média da UE.

Durante a negociação, o Conselho insistiu que este procedimento, que implica uma forma de detenção em centros localizados perto das fronteiras ou aeroportos, também deve ser aplicado às famílias com crianças de menos de 12 anos.

O Parlamento Europeu obteve, no entanto, garantias sobre um mecanismo de vigilância dos direitos fundamentais neste caso de procedimentos, sobre as condições de acolhimento das famílias com crianças pequenas e sobre o acesso dos migrantes a assessoria jurídica gratuita, informou à AFP a eurodeputada francesa Fabienne Keller, relatora do um dos textos.

A UE registra atualmente um aumento nas chegadas de migrantes sem documentos e de solicitações de asilo. Nos 11 primeiros meses de 2023, a agência Frontex relatou mais de 355.000 passagens pelas fronteiras externas do bloco, o que representa um aumento de 17% em termos anuais.

Os pedidos de asilo podem superar um milhão até o fim do ano, segundo a agência da UE para o asilo (EUAA).

O aumento dos impostos sobre os derivados de tabaco tem sido uma ferramenta eficaz para reduzir o consumo e pode ser ainda mais, concluíram estudos da universidade federal do Uruguai com financiamento internacional.

Em 2005, com a ratificação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Uruguai se colocou na vanguarda ao implementar medidas para frear o tabagismo, mas ainda há espaço para aumentar a carga tributária, que resultaria em um consumo menor e em um atraso da idade de início.

Assim mostraram pesquisas do Departamento de Economia (Decon) da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade da República, realizadas com a equipe Tabaconomia da Universidade Adolfo Ibáñez do Chile e da Fundação Bloomberg dos Estados Unidos.

"O Uruguai teve uma campanha integral de políticas contra o tabaco, com uma aceitação rápida da população", destaca Patricia Triunfo, economista do Decon.

Os espaços públicos livres de fumo atingem 100% desde 2006, a propaganda de derivados de tabaco está proibida desde 2014 e as embalagens neutras têm uma apresentação única desde 2019.

Em 2006, 32% da população entre 15 e 64 anos fumava, percentual que caiu para 28% em 2018. Hoje, a prevalência nessa faixa etária é estimada em 24%, o que equivale a cerca de 560 mil fumantes.

A queda no consumo de tabaco foi especialmente pronunciada entre os jovens de 13 a 17 anos: passou de 27% em 2003 para 8% em 2021. Ainda assim, 15% das mortes que ocorrem no Uruguai ainda se devem ao consumo de tabaco, e o tratamento de doenças ligadas ao tabagismo representa 17% do gasto total com saúde (1,5% do PIB). Apenas 26% dessa despesa é coberta pela arrecadação de impostos sobre o tabaco.

- Aumento de imposto -

O Uruguai aplicou em 2007 o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) aos derivados de tabaco, até então tributados apenas com o Imposto Específico Interno (Imesi). Com isso, a carga tributária em relação ao preço do maço de cigarros da marca mais vendida passou de 39% em dezembro de 2005 para 65% em julho de 2007.

"No entanto, hoje temos o mesmo percentual de quando o IVA foi incorporado. O que propomos é atingir a recomendação mínima da OMS, de 75%, nos próximos cinco anos", diz Patricia.

Segundo os estudos, se o Imesi fosse aumentado 56% em termos reais entre 2024 e 2028, a população fumante cairia quase 21%, ou seja, haveria cerca de 70 mil fumantes a menos, e a arrecadação cresceria 5%.

Segundo Patricia, um aumento de 10% no preço do maço reduziria o consumo entre 6 e 7%. O maço de 20 cigarros custa hoje no Uruguai cerca de US$ 5 (R$ 24).

A pesquisadora do Decon Mariana Gerstenblüth destaca os benefícios de um aumento da carga tributária para 75%: o número de fumantes cairia, as pessoas adoeceriam menos, a arrecadação aumentaria e mais recursos seriam disponibilizados para políticas de saúde.

Os especialistas não ignoram a realidade do comércio ilegal, mas negam que um aumento de impostos levará fumantes para o mercado negro, como costuma alegar a indústria do tabaco.

"Há provas, dentro e fora da região, de que, mesmo com a presença do comércio ilegal, a redução do consumo acontece, assim como o aumento da arrecadação", disse ontem Wilson Benia, consultor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Uruguai, durante a apresentação das pesquisas.

Os americanos estão acostumados com as declarações polêmicas do ex-presidente Donald Trump, mas a insistência do republicano em dizer que os imigrantes "envenenam o sangue" do país lhe valeu comparações com Adolf Hitler e o fascismo.

Durante comício em New Hampshire no fim de semana, o favorito à indicação presidencial republicana declarou: "Quando deixam entrar - acho que o número real é de 15, 16 milhões de pessoas -, quando fazem isso, temos muito trabalho. Estão envenenado o sangue do nosso país."

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"Foi isso que fizeram, envenenam os hospitais psiquiátricos e prisões em todo o mundo. Não apenas na América do Sul, não apenas nos três ou quatro países em que pensamos, mas em todo o mundo. Entram em nosso país a partir da África, da Ásia, de todo o mundo."

Trump já havia usado uma linguagem inflamada contra os imigrantes, mas o fez pela primeira vez durante um comício no último domingo, e repetiu na noite de hoje em outro ato, em Iowa: "Estão arruinando o nosso país e é verdade que estão destruindo o sangue do nosso país."

As críticas se sucedem e as mais duras vêm dos democratas e de associações de defesa dos direitos civis. Mas os comentários também causaram ressentimento entre os republicanos.

A Liga de Cidadãos Latinos Americanos (Lulac), maior associação latina de direitos civis do país, uniu-se à Liga Antidifamação (ADL) em um comunicado.

Os comentários "lembram a linguagem de Adolf Hitler e o regime nazista", estimou Domingo García, presidente nacional da Lulac. "Jogam com as emoções humanas mais baixas e sinistras para incitar o ódio e causar danos ou algo pior a homens, mulheres e crianças inocentes."

As palavras de Trump lembram algumas frases do livro "Mein Kampf", em que Hitler expressa os princípios de sua ideologia antissemita e defensora da supremacia ariana, como: "Todas as grandes culturas do passado pereceram, foram extintas, pelo envenenamento do sangue da primitiva raça criadora".

"Nunca li Mein Kampf", afirmou Trump nesta terça-feira, ressaltando que Hitler o disse "de uma maneira muito diferente".

Para Jonathan Greenblatt, diretor-geral da Liga Antidifamação, os comentários do líder republicano "têm um potencial real de causar perigo e violência".

- 'Erro tático' -

A Casa Branca foi rápida em condená-los. "Ecoar a retórica grotesca dos fascistas e dos supremacistas brancos violentos e ameaçar oprimir aqueles que discordam do governo são ataques perigosos à dignidade e aos direitos de todos os americanos, à nossa democracia e à segurança pública", disse um porta-voz.

No Partido Republicano, alguns minimizaram o fato, como o senador Lindsey Graham: "Não me importo em nada com a linguagem, desde que entendamos bem" a imigração.

O segundo candidato mais cotado para a indicação republicana, Ron DeSantis, governador da Flórida, limitou-se a descrevê-los como um "erro tático", informou a rede local WOWT. Outros, no entanto, condenaram duramente os comentários.

"Está ficando mais louco", disse o ex-governador de Nova Jersey Chris Christie, à rede de TV CNN. "Não podemos vencer Joe Biden com alguém que fala dessa maneira dos imigrantes neste país", cujos fundadores eram descendentes de imigrantes.

A crise migratória é um dos temas quentes antes das eleições presidenciais de 2024, nas quais Trump deve competir nas urnas com o presidente democrata, Joe Biden. A patrulha fronteiriça interceptou mais de 2 milhões de vezes imigrantes neste ano, muitos deles latino-americanos, segundo dados oficiais.

O líder do Hamas chegou nesta quarta-feira (20) ao Egito para negociações sobre um cessar-fogo em Gaza, depois que Israel anunciou que estaria disposto a aceitar uma nova pausa em troca da libertação de reféns.

Após mais de dois meses de guerra e diante da pressão internacional, as duas partes parecem dispostas a estabelecer uma segunda trégua. A primeira, que durou uma semana, resultou na libertação de 105 reféns sequestrados pelo Hamas e de 240 palestinos detidos em prisões israelenses.

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O líder do movimento islamista palestino exilado no Catar, Ismail Haniyeh, desembarcou no Egito para uma reunião com Abbas Kamel, diretor do serviço de inteligência deste país.

Haniyeh chegou ao Cairo "para negociações com autoridades egípcias sobre o desenvolvimento da agressão sionista na Faixa de Gaza e outros temas", afirmou a organização islamista palestina em um comunicado.

As negociações se concentrarão em "interromper a agressão e a guerra, preparar um acordo sobre a libertação de prisioneiros (palestinos) e acabar com o cerco imposto à Faixa de Gaza", afirmou na terça-feira uma fonte do Hamas à AFP.

O presidente de Israel, Isaac Herzog, declarou na terça-feira que o país está "preparado para outra pausa humanitária e ajuda humanitária adicional para facilitar a libertação de reféns".

Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007, depois que o movimento palestino atacou o país em 7 de outubro, uma ofensiva que matou quase 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado nos dados oficiais mais recentes divulgados pelas autoridades israelenses.

Quase 250 pessoas foram tomadas como reféns no ataque e 129 delas continuam em Gaza, segundo o governo de Israel.

No território palestino, 19.667 pessoas, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, morreram nos bombardeios israelenses, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Segundo o portal americano de notícias Axios, David Barnea, diretor do serviço de inteligência israelense Mossad, se reuniu na Europa com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani, e com o diretor da CIA, Bill Burns, para discutir um possível acordo de libertação de reféns.

Axios também informou que Israel propôs uma pausa nos combates em Gaza de pelo menos uma semana em troca de mais de 30 reféns sob poder do Hamas.

O Catar, com apoio do Egito e dos Estados Unidos, ajudou a negociar a trégua de uma semana de novembro.

- Negociações na ONU -

As negociações também prosseguirão nesta quarta-feira na ONU. Desde segunda-feira, o Conselho de Segurança não consegue votar uma resolução para acelerar o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

A votação foi adiada duas vezes e os membros do Conselho buscam a fórmula adequada para evitar o veto dos Estados Unidos, principal aliado de Israel. O texto, que inicialmente pedia um "cessar urgente e duradouro das hostilidades" em Gaza, agora cita a "suspensão" dos combates.

Enquanto as negociações continuam, Israel mantém a ofensiva contra Gaza. Fontes do Hamas afirmaram nesta quarta-feira que pelo menos 11 pessoas morreram em bombardeios noturnos.

Sob cerco total de Israel desde 9 de outubro, o território palestino enfrenta uma profunda crise humanitária: a maioria dos hospitais está fora de serviço e 85% da sua população, ou seja, 1,9 milhão de pessoas, fugiu da destruição no norte do enclave para buscar refúgio no sul.

Um relatório do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU publicado nesta quarta-feira destaca que metade da população sofre de fome extrema ou grave.

"Sem água potável, os alimentos e o saneamento que apenas um cessar-fogo humanitário pode proporcionar, as mortes de crianças por doenças podem superar o número de mortos nos bombardeios", alertou um porta-voz do Unicef na terça-feira.

Com suas casas em ruínas, muitos habitantes de Gaza procuraram refúgio em abrigos superlotados, onde lutam para encontrar comida, água e atendimento médico.

"Não sabemos para onde ir. Hoje não há água, não há comida, não há nada", disse Nizar Chahine, um jovem de 15 anos deslocado pelos combates em Rafah, cidade do sul de Gaza que recebeu centenas de milhares de pessoas.

Alphabet, a empresa matriz da gigante tecnológica Google, vai pagar 700 milhões de dólares (3,45 bilhões de reais na cotação atual) como parte de um acordo antimonopólio, cujos fundos serão destinados a consumidores americanos de sua loja de aplicativos Android e a governos estaduais.

O acordo divulgado pela Justiça na noite de segunda-feira (18) determina que a companhia altere políticas de seu aplicativo Google Play para reduzir obstáculos à concorrência de desenvolvedores menores. Isto inclui a possibilidade de que outros aplicativos negociem diretamente com seus usuários.

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"Google pagará 630 milhões de dólares a um fundo de conciliação que será distribuído em benefício dos consumidores, segundo um plano aprovado pela Corte, e 70 milhões de dólares, a um fundo que será utilizado pelos estados", disse a Alphabet em um comunicado após a divulgação do acordo.

Dezenas de estados americanos uniram forças em uma ação apresentada em julho de 2021 ante um tribunal federal da Califórnia. Nela, a Google foi acusada de abusar de seu poder e posição de mercado em relação ao acesso aos consumidores de aplicativos de dispositivos móveis com o sistema operacional Android.

A ação, apoiada por 37 procuradores, indicou que Google utilizava táticas desleais de concorrência para desencorajar a distribuição de aplicativos de Android em lojas distintas da Play Store, na qual seu sistema de pagamento cobra comissões pelas transações.

Em setembro, um acordo foi anunciado, mas seus detalhes não foram revelados.

Consumidores elegíveis de todos os Estados Unidos que compraram na Play Store entre 16 de agosto de 2016 e 30 de setembro de 2023 receberão um mínimo de 2 dólares (quase 10 reais), segundo o acordo judicial.

Desenvolvedores de aplicativos e jogos "poderão implementar uma opção de faturamento alternativo junto ao sistema da Google Play para seus usuários nos Estados Unidos", indicou a Alphabet.

Além dos que são parte na ação, os 50 estados, o Distrito de Columbia e dois territórios americanos se somaram ao acordo.

Na semana passada, a Epic Games, criadora do famoso jogo Fortnite, venceu uma ação contra o Google, quando um júri decidiu que a gigante exerce um poder de monopólio ilegal por meio de suas lojas de aplicativos para Android.

Alphabet disse na segunda-feira que está recorrendo da decisão e que o caso está longe de terminar.

Em 2020, a Epic processou Google e Apple, acusando-os de abusar do controle de suas lojas que vendem aplicativos e outros produtos digitais em dispositivos móveis.

A empresa americana OpenAI, criadora da plataforma ChatGPT, implementará uma equipe para identificar e prevenir riscos associados à Inteligência Artificial (IA) nos modelos em desenvolvimento.

A OpenAI, cujas diretrizes foram divulgadas nesta segunda-feira, avaliará categorias como segurança cibernética, poder de persuasão e capacidade de autonomia desses modelos. As conclusões das análises podem suspender lançamentos de novos aplicativos, de acordo com a empresa.

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O comprometimento com este assunto veio um mês após a demissão do CEO Sam Altman, que acabou sendo recontratado poucos dias depois pelo conselho de direção, após forte protesto entre os funcionários e investidores.

De acordo com veículos de comunicação dos EUA, os membros do conselho criticaram Altman por priorizar o desenvolvimento acelerado da OpenAI, mesmo que isso implicasse evitar certas questões sobre os possíveis riscos da IA.

"Acreditamos que o estudo científico dos riscos catastróficos decorrentes da IA não esteve à altura do que deveria estar", afirmou a empresa no documento disponível na aba "Quadro de Preparação", no site.

O trabalho dessa equipe, sob as novas normas, deverá "ajudar a preencher essa lacuna", acrescentou a OpenAI.

O foco do grupo será nos chamados "modelos de fronteira" que a empresa desenvolve, com capacidades superiores aos atuais softwares de IA.

O documento divulgado afirma que somente modelos classificados como "risco médio" ou inferior serão autorizados, após uma análise em quatro categorias.

A primeira delas é a segurança cibernética e a capacidade do modelo de realizar ataques cibernéticos de grande escala.

Depois, será analisada a propensão do programa criar preparações químicas, organismos (como um vírus) ou armas nucleares - todas as quais podem apresentar danos aos humanos.

A terceira categoria concentra-se nos poderes de persuasão do modelo: até que ponto ele é capaz de influenciar o comportamento de uma pessoa.

Na última etapa, a equipe avaliará o risco da sua potencial autonomia do programa, especialmente se o software for capaz de sair do controle dos programadores que o criaram.

Uma vez identificados os riscos, as informações serão enviadas ao Grupo de Consultoria em Segurança da OpenAI - uma nova equipe que fará recomendações a Altman ou alguém nomeado por ele.

Altman decidirá, então, sobre possíveis modificações necessárias para reduzir os riscos do modelo.

O conselho será informado e terá o poder de reverter as decisões do diretor.

Longe do horror dos primeiros meses da pandemia, que teve início há quatro anos, a Covid-19 se tornou menos perigosa, mas continua sendo um grande problema de saúde pública, com especificidades persistentes em comparação a outras doenças.

- Normalização acelerada -

O ano de 2023 marcou uma nova etapa na normalização da Covid-19. A tendência já havia acelerado no ano anterior, após os anos 2020-2021 dominados por uma pandemia com efeitos históricos.

Desde maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não considera a Covid-19 uma emergência internacional. Embora siga afirmando que a pandemia continua, esta decisão é um símbolo considerável.

O período também viu o fim da "covid zero". A China, o último grande país a aplicar esta política excepcional, que visa eliminar a circulação da doença e não apenas limitá-la, suspendeu-a no início do ano.

Por que esta normalização? Em primeiro lugar, porque uma infecção por Covid-19 atualmente parece muito menos perigosa do que em 2020, quando numerosos países decretaram confinamentos sem precedentes contra os efeitos mortais do SARS-CoV-2, o vírus por trás da pandemia.

É também o resultado da eficácia das vacinas, distribuídas desde 2021, e da imunidade adquirida pelas populações ao longo das sucessivas ondas de infecções virais.

A letalidade, que corresponde ao risco individual de morte após uma infecção, "diminuiu muito em comparação com a era pré-vacina", disse à AFP Antoine Flahault, epidemiologista da Universidade de Genebra. "É da ordem de um por mil ou talvez menos", quando o risco era contabilizado em percentagem no início da pandemia, ressalta ele.

Um nível comparável a uma infecção sazonal pelo vírus da gripe, embora seja arriscado determinar precisamente o mais perigoso dos dois.

- Um problema que continua merecendo atenção -

A Covid-19 se tornou outra doença respiratória, mas continua apresentando importantes problemas de saúde pública, por vezes ligados às suas particularidades.

Diferentemente de outras doenças como a gripe, a Covid-19 passa por várias ondas ao longo do ano. Portanto, dificilmente pode ser descrita como uma doença de inverno, mas um surto pode coincidir com esta estação epidêmica clássica.

"A Covid-19 é uma das doenças que está progredindo atualmente" em muitos países, alertou no domingo (17) Maria Van Kerkhove, epidemiologista da OMS.

Este auge está, em parte, relacionado a aparição de uma subvariante: JN.1, explicou. Novo declínio do ômicron e versão dominante do vírus há dois anos, não parece particularmente perigosa, mas é muito transmissível.

- Contágio continua alto -

Em geral, esta é a grande particularidade da Covid-19 em comparação a outras infecções como a gripe.

"Em um ano, há entre 5% e 10% de pessoas que contraem gripe", mas muitas mais contraem Covid-19, diz Flahault, reforçando que isso aumenta mecanicamente a mortalidade populacional, mesmo que o risco individual seja limitado.

Apesar disso, o número exato de mortes não é claro, uma vez que muitas estão relacionadas à doença, embora não lhe sejam atribuídas.

Os números oficiais da OMS indicam que desde o início da epidemia, há quatro anos, cerca de sete milhões de pessoas morreram de Covid-19, mas a própria organização admite que o nível real é provavelmente de cerca de 20 milhões ou mais.

- E a Covid longa? -

Para além da mortalidade, permanece a questão das consequências duradouras, chamadas de "Covid longa", que incluem características como a fadiga, dificuldades respiratórias, entre outras.

A realidade destes sintomas já não é mais uma dúvida, bem como a sua origem fisiológica e não psicológica. No entanto, continua sendo difícil determinar a sua frequência e porque a Covid-19 os causam com mais constância do que outras doenças.

As sequelas da gripe, por exemplo, não receberam tanta atenção, destaca Flahault.

De qualquer forma, vários estudos publicados este ano são bastante tranquilizadores ao negar a ideia de uma explosão de casos de Covid-19 ao longo do tempo.

Um estudo realizado entre a população sueca, publicado em setembro na revista Infectious Diseases, mostra um "risco menos elevado" de Covid longa após uma infecção pela ômicron, em comparação as variantes anteriores.

Depois de 22 meses, o Exército ucraniano enfrenta dificuldades para encontrar novos recrutas para lutar contras as forças russas no "front".

"Nossas unidades não têm pessoal suficiente. Precisamos de jovens, abaixo de 40 anos, e motivados", explica o major Oleksandre Volkov, comandante de um batalhão da 24ª brigada.

O oficial preferiu cancelar nesta manhã um sessão de treinamento ao ar livre perto de Bakhmut para novos recrutas, devido ao frio que congelou os arredores e evitar o desgaste de seus homens. Serão ministradas apenas aulas sobre montagem e desmontagem de armas pessoais e primeiros socorros.

"A sociedade atual provavelmente foi enganada por alguns meios de comunicação, que afirmavam que está tudo bem (para o Exército ucraniano), que vencemos o inimigo e a vitória ocorrerá em um futuro próximo", lamenta o major.

"Mas a situação não é tão simples. O inimigo é muito forte e poderoso. Faremos todo o possível para contê-lo e vencê-lo", acrescenta.

Após o fracasso da contraofensiva ucraniana no "front" sul diante da sólida defesa russa, as tropas de Moscou retomaram a iniciativa desde o outono e estão atacando vários setores, em especial o leste.

Com mais recursos humanos e munições, o Exército russo avança lentamente no terreno - Kupiansk, Bakhmut, Avdiïvka, Marinka -, apesar das grandes baixas de homens e material.

No "front", os ucranianos lutam para defendê-lo, após dois anos de combates exaustivos, no calor de dois verões, a lama e a neve dos invernos e os bombardeios constantes sobre as trincheiras.

Alguns soldados, presentes desde o início em 24 de fevereiro de 2022, estão esgotados. Há dificuldades para substituir mortos e feridos, e os voluntários são raros.

- Adrenalina e exaltação -

No início do conflito, "havia muita adrenalina, uma espécie de exaltação. Todos se apressaram para lutar, e não havia problema de efetivos", afirma o tenente Igor Prokopiak.

"Mas, com o tempo, as pessoas tiveram acesso às redes sociais e viram o lado terrível da guerra. A adrenalina inicial se dissipou, o cérebro entrou em alerta, o medo apareceu e, como resultado, as pessoas passaram a temer por suas vidas", afirma o oficial de 32 anos.

Oleksandre Volkov constata que os civis "não têm muito interesse em se unir às Forças Armadas".

E a idade média dos soldados no "front" está aumentando. O major afirma que, em sua unidade, 40% dos soldados têm 45 anos, ou mais.

"Muitos jovens são vistos na vida civil. Não sei por que não foram mobilizados", afirma.

"É necessário que o Estado responda, que recrute, que substitua as pessoas que lutam há dois anos, eu inclusive", insiste.

Há algumas semanas, as esposas dos soldados se manifestam também em Kiev para pedir o retorno de seus maridos do "front", entre outras causas.

"Está na vez dos outros", gritam.

Em 1º de dezembro, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu ao comando militar que revisasse o sistema de recrutamento.

O major Volkov critica as oficinas de mobilização "soviéticas" demais, com uma abordagem, na qual "a qualidade é secundária".

"Se concentram apenas no resultado quantitativo", afirma.

O sistema também se viu afetado pela corrupção, que permitiu aos recrutas se esquivarem do Exército, levando Zelensky a demitir todos os responsáveis regionais pelo recrutamento no verão passado.

Jonathan Majors, uma estrela em ascensão de Hollywood, foi considerado culpado nesta segunda-feira (18) de agredir e assediar sua ex-namorada, Grace Jabbari, resultando na retirada do ator dos planos da Marvel para futuras produções de super-heróis.

O ator enfrenta uma pena de até um ano de prisão, uma situação que atrapalhou os planos da Marvel, que tinha Jonathan Majors interpretando o vilão Kang, o Conquistador, como protagonista em vários de seus próximos filmes.

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Uma fonte próxima ao caso informou à AFP que o estúdio não continuará trabalhando com Jonathan Majors.

Majors estreou como Kang, o Conquistador, em "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" no início de 2023 e estava programado para aparecer em pelo menos dois filmes planejados dos Vingadores, a franquia mais importante do universo Marvel.

A polícia respondeu a uma chamada de emergência em Manhattan no final de março, quando ainda eram um casal, devido a uma suposta disputa doméstica entre Majors e Jabbari.

Majors recebeu uma mensagem de texto e Jabbari tentou pegar seu telefone, acreditando que ele estava conversando com outra mulher, conforme relatado pela mídia local.

"Jonathan Majors foi considerado culpado por um júri no Tribunal Penal de Manhattan por agressão de terceiro grau e assédio de segundo grau", afirmou a promotoria em comunicado. O ator conhecerá sua sentença em 6 de fevereiro, acrescentou.

"Durante este julgamento, as evidências apresentadas mostraram um padrão de abuso psicológico e emocional, além de uma escalada de padrões coercitivos", disse o procurador do distrito de Manhattan, Alvin Bragg.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, prometeu acelerar o desenvolvimento nuclear do país e advertiu o governo dos Estados Unidos a não adotar "uma decisão equivocada", depois de supervisionar o lançamento do míssil balístico intercontinental (ICBM) mais potente do país, informou a imprensa estatal nesta terça-feira (19).

"Uma manobra de lançamento do ICBM Hwasong-18 foi efetuada como uma ação militar importante para mostrar claramente aos inimigos a vontade de reação esmagadora e a força incomparável das forças estratégicas nucleares norte-coreanas", afirmou a agência KCNA.

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O Hwasong-18, o maior míssil do arsenal norte-coreano, voou pouco mais de 1.000 quilômetros e demonstrou "a capacidade de combate do ICBM", acrescentou a imprensa estatal.

Kim disse que o lançamento do míssil, com capacidade de atingir o território dos Estados Unidos, envia um "sinal claro às forças hostis" e "coloca em marcha novas tarefas importantes para o desenvolvimento das forças nucleares estratégicas" da Coreia do Norte, segundo a agência de notícias.

Ele destacou que o lançamento evidencia as opções do país caso Washington "adote uma decisão equivocada contra" Pyongyang.

"A manobra bem sucedida é uma demonstração prática da atual condição e confiabilidade das formidáveis capacidades de ataque e dissuasão de guerra nuclear sob poder das Forças Armadas da Coreia do Norte", afirmou Kim.

O Exército sul-coreano anunciou na segunda-feira que o Norte disparou um ICBM de combustível sólido, o que faz com que os mísseis sejam mais fáceis de transportar e mais rápidos de disparar que os de combustível líquido.

A KCNA divulgou fotos de Kim acompanhado de sua filha no momento em que supervisionava o lançamento.

- Informação em tempo real -

Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão ativaram nesta terça-feira um sistema para compartilhar, em tempo real, informações dos lançamentos de mísseis norte-coreanos com o objetivo de fortalecer a cooperação na área de segurança, informou o ministério sul-coreano da Defesa.

"Os três países estabeleceram o sistema para garantir a segurança de seus cidadãos (...) com a detecção e avaliação dos mísseis lançados pela Coreia do Norte em tempo real", afirmou o ministério em um comunicado.

O lançamento de segunda-feira foi a terceira vez que a Coreia do Norte testou um ICBM de combustível sólido, o que, segundo analistas, indica esforços consistentes para melhorar esta tecnologia.

O novo teste ocorreu depois de uma reunião na sexta-feira em Washington, onde os Estados Unidos e a Coreia do Sul discutiram a dissuasão nuclear em caso de um conflito com o Norte.

Washington e Seul advertiram no sábado que um ataque nuclear de Pyongyang contra eles resultaria no fim do regime norte-coreano.

Um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Norte criticou no domingo os planos dos países aliados de ampliar o exercício militar conjunto anual em 2024 para incluir uma simulação de operação nuclear, o que chamou de "declaração aberta sobre o confronto nuclear".

A Coreia do Norte realizou um número recorde de testes armamentistas em 2023.

Em novembro, o país lançou um satélite militar, que, segundo as autoridades do país, permitiu obter imagens de áreas militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte se declarou no ano passado uma potência nuclear "irreversível" e insistiu, em várias ocasiões, que nunca renunciará a seu programa nuclear, que o regime considera essencial para sua sobrevivência.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou diversas resoluções em que pede à Coreia do Norte a interrupção de seu programa nuclear e de mísseis balísticos desde que o país realizou seu primeiro teste nuclear em 2006.

As equipes de emergência procuravam sobreviventes nesta terça-feira (19) entre os escombros de edifícios que desabaram após um terremoto que deixou pelo menos 118 mortos no noroeste de China.

O tremor aconteceu quase 1.300 quilômetros ao sudoeste de Pequim, na província de Gansu.

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As autoridades da província de Qinghai informaram que pelo menos 105 pessoas morreram e quase 400 ficaram feridas. Na província vizinha de Qinghai, o canal de televisão estatal CCTV anunciou um balanço de 13 mortos e 20 desaparecidos na cidade de Haidong.

O terremoto danificou milhares de casas e obrigou os moradores a correr para as ruas, em um período do ano de temperaturas gélidas.

"Estava com muito medo. Olhe como as minhas mãos e pernas estão tremendo", declarou uma mulher em um vídeo divulgado nas redes sociais do jornal estatal Diário do Povo.

"Eu saí correndo de casa, a terra da montanha cedeu e caiu no teto", acrescentou a jovem, sentada com um bebê nos braços e coberta por uma manta.

O terremoto de magnitude 5,9, segundo o Instituto Geofísico dos Estados Unidos (USGS), ocorreu às 23h59 (12h59 de Brasília) a uma profundidade de dez quilômetros.

A agência estatal Xinhua informou que a magnitude do terremoto foi de 6,2 e que o tremor foi sentido na cidade histórica de Xi'an, na província de Shaanxi (norte), a cerca de 570 km de distância.

O epicentro do terremoto foi localizado 100 km ao sudoeste da capital provincial, Lanzhou, e foi seguido por vários tremores secundários.

Este é o terremoto com o maior número de vítimas na China desde 2014, quando mais de 600 pessoas faleceram em um tremor na província de Yunnan, sudoeste do país.

As equipes de resgate começaram a trabalhar cedo nesta terça-feira. O presidente da China, Xi Jinping, pediu "todos os esforços" nas operações de busca e resgate.

As autoridades provinciais também se deslocaram para as áreas mais afetadas.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aliado de Pequim, expressou "profundas condolências" a Xi e afirmou que o país compartilha "a dor dos que perderam seus entes queridos nesta catástrofe".

- Clima gelado -

A agência Xinhua relatou cortes nos serviços de energia elétrica e água em algumas localidades. Vídeos postados nas redes sociais mostraram telhados caídos e escombros nas ruas.

A CCTV exibiu imagens de veículos de resgate chegando às áreas afetadas por estradas cobertas de neve.

A emissora informou que mais de 1.400 bombeiros e socorristas foram enviados à área do desastre e outros 1.600 permanecem de sobreaviso.

Os socorristas apareceram lado a lado nos caminhões, enquanto outras imagens os mostraram em pé recebendo instruções.

Em outros vídeos, equipes de emergência foram vistas usando lanternas para procurar entre os escombros, com macas laranjas para carregar os corpos.

As temperaturas caíram abaixo de zero no norte da China, e imagens da CCTV de uma das áreas mais afetadas mostraram moradores se aquecendo em uma fogueira enquanto os trabalhadores de emergência levantavam tendas.

Os terremotos são frequentes na China. Em agosto, um terremoto de magnitude 5,4 atingiu o leste do país, deixando mais de 20 feridos e derrubando dezenas de prédios.

Em setembro de 2022, um terremoto de magnitude 6,6 atingiu a província de Sichuan, onde quase 100 pessoas morreram.

Outro terremoto, de magnitude 7,9 em 2008, deixou mais de 87.000 pessoas mortas ou desaparecidas, incluindo 5.335 estudantes.

Israel enfrenta nesta terça-feira (19) uma pressão internacional cada vez mais intensa a favor de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, com uma votação prevista na ONU e gestões diplomáticas de potências ocidentais - apesar da promessa dos Estados Unidos de seguir fornecendo armas ao país aliado.

O Conselho de Segurança da ONU deve se pronunciar sobre um novo texto que pede o "cessar urgente e duradouro das hostilidades" no território palestino cercado, após diversos vetos dos Estados Unidos.

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Além disso, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, se reunirá com os homólogos da França e Itália para pressionar por um "cessar-fogo sustentável" no conflito, informou seu gabinete.

A guerra em Gaza teve início com o violento ataque do Hamas em 7 de outubro, quando o movimento islamista assassinou 1.139 pessoas em Israel, a maioria civis, e sequestrou quase 250, segundo as autoridades do país.

O Ministério da Saúde do Hamas, que governa o território palestino, afirma que 19.400 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram na ofensiva de Israel em resposta ao ataque.

A pasta anunciou que ao menos 20 pessoas morreram nesta terça-feira em um bombardeio israelense na cidade de Rafah, perto da fronteira de Gaza com o Egito.

Entre os mortos estão quatro menores de idade e um jornalista, segundo o ministério palestino.

- EUA promete seguir fornecendo armas a Israel -

Em uma visita a Israel na segunda-feira, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, prometeu que Washington continuará fornecendo armas ao aliado, que já recebeu bilhões de dólares em ajuda militar do governo americano.

"Continuaremos proporcionando a Israel o equipamento que necessita para defender seu país (...), incluídas munições críticas, veículos táticos e sistemas de defesa aérea", declarou Austin, que faz um giro diplomático por vários países do Oriente Médio.

O secretário de Defesa também anunciou criação de uma coalizão de 10 países para enfrentar os ataques dos rebeldes huthis do Iêmen no Mar Vermelho, lançados como represálias pela guerra em Gaza.

A coalizão inclui Estados Unidos, Reino Unido, Bahrein, Canadá, França, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega e Ilhas Seychelles, segundo Austin.

O grupo rebelde iemenita reivindicou ataques na segunda-feira no Mar Vermelho contra dois navios que seriam "vinculados a Israel".

- Hamas, "preparado para nova troca" -

Ao mesmo tempo, prosseguem os esforços para alcançar uma nova trégua. Segundo a imprensa americana, o diretor da CIA, Bill Burns, reuniu-se em Varsóvia com autoridades de Israel e do Catar para negociar novas libertações de reféns.

"O Hamas está preparado para uma troca de prisioneiros, mas depois de um cessar-fogo", afirmou uma fonte do movimento islamista nesta terça-feira.

Em novembro, uma pausa humanitária de sete dias permitiu a libertação de 105 reféns em Gaza em troca da saída de 240 palestinos que estavam detidos em prisões de Israel.

- Fome -

A preocupação internacional aumenta com a situação dos 2,4 milhões moradores de Gaza que enfrentam bombardeios diários, escassez de água e alimentos, além de deslocamentos em larga escala.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, criticou na segunda-feira a "terrível falta de distinção da operação militar de Israel em Gaza". "Isto tem que parar. Uma pausa humanitária é necessária com urgência", acrescentou.

A ONG Human Rights Watch (HRW) afirmou que Israel "utiliza a inanição de civis como método de guerra" e acusou o país de impedir o fornecimento de água, alimentos e combustível, além de aparentemente destruir zonas agrícolas.

Um porta-voz da diplomacia israelense respondeu que a organização "não tem base moral para falar do que acontece em Gaza porque ignorou o sofrimento e os direitos humanos dos israelenses".

Um relatório do diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, citado pela imprensa do país, indica que quase metade das munições lançadas por Israel não são teleguiadas, com baixa precisão.

Em resposta, a Força Aérea israelense declarou na segunda-feira que "todas as bombas utilizadas são bombas de alta precisão".

O Exército de Israel anunciou que dois soldados morreram nesta terça-feira, o que eleva para 131 o número de militares que faleceram desde o início da operação terrestre em Gaza, no fim de outubro.

- Protestos em Tel Aviv -

Israel aprovou a entrada de ajuda em Gaza pela passagem de fronteira de Kerem Shalom, além de Rafah, e um correspondente da AFP observou a entrada de caminhões.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, elogiou a abertura da fronteira para a passagem de ajuda e de caminhões com produtos comerciais.

Várias famílias estão reunidas no posto de Rafah com a esperança de seguir para um local seguro.

"Estamos aqui há quase um mês", declarou Safa Fathi Hamad. "Vamos morrer, a comida é escassa e não temos proteção".

Muitos israelenses protestaram na segunda-feira em Tel Aviv para exigir ações que resultem na rápida libertação dos 129 reféns que ainda estão sob poder do Hamas em Gaza.

A irritação e o medo dos parentes das vítimas aumentaram depois que soldados israelenses admitiram que mataram três reféns por engano.

A guerra em Gaza também aumentou a violência na Cisjordânia ocupada, onde as forças israelenses mataram quatro palestinos na segunda-feira em um campo de refugiados, segundo o Ministério palestino da Saúde.

Mais de 300 palestinos morreram atingidos por tiros de tropas israelenses e ataques de colonos na Cisjordânia desde 7 de outubro, segundo fontes palestinas.

O Vaticano confirmou nesta segunda-feira (18), com o aval do papa Francisco, a possibilidade de padres e bispos abençoarem casais homoafetivos, desde que essa prática não seja confundida com o casamento.

A orientação foi divulgada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão mais importante da Santa Sé em termos de teologia e herdeiro da Santa Inquisição.

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De acordo com o órgão, são possíveis as "bênçãos a casais em situação irregular e a casais do mesmo sexo, cuja forma não deve ter qualquer fixação ritualística por parte das autoridades eclesiásticas, a fim de não produzir uma confusão com a bênção característica do sacramento do matrimônio".

"A bênção chega de Deus para aqueles que, reconhecendo-se como necessitados de sua ajuda, não reivindicam a legitimação de um status próprio", explicou o dicastério.

De acordo com o órgão, para não ser confundida com o casamento, a bênção poderia ocorrer em situações como a "visita a um santuário, um encontro com um sacerdote ou uma oração recitada em um grupo".

"Não se pretende legitimar nada, mas apenas abrir a própria vida a Deus, pedir sua ajuda para viver melhor e invocar o Espírito Santo para que os valores do Evangelho possam ser vividos com maior fidelidade", acrescentou o dicastério.

As diretrizes confirmam uma resposta dada recentemente pelo Papa a questionamentos de cinco cardeais conservadores que perguntavam se a Igreja aceitaria como "um possível bem situações objetivamente pecaminosas, como as uniões entre pessoas do mesmo sexo".

Na ocasião, o pontífice esclareceu que o catolicismo "tem uma concepção muito clara do casamento, que é uma união exclusiva, estável e indissolúvel entre um homem e uma mulher, naturalmente aberta à geração de filhos".

No entanto, Jorge Bergoglio ressaltou que os padres e bispos não deveriam perder a "caridade pastoral". "Uma bênção é um pedido de ajuda a Deus, uma oração para poder viver melhor.

Portanto, não podemos nos tornar juízes que apenas negam, rejeitam, excluem", afirmou Francisco.

Da Ansa

A Comissão Europeia anunciou nesta segunda-feira (18) a abertura de uma "investigação formal" contra a rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, por supostas violações das regras de moderação de conteúdo e transparência - relacionadas às publicações sobre o ataque do Hamas em Israel.

Pela primeira vez, a Comissão decidiu lançar uma investigação formal com base na nova Lei de Serviços Digitais (DSA, em inglês), adotada em agosto pela União Europeia (UE), à qual regula as operações das plataformas digitais no território europeu.

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"A abertura de uma investigação formal hoje contra a X mostra que acabaram-se os dias em que as grandes plataformas on-line se comportavam como se fossem grandes demais para se preocupar com as regras", afirmou o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, responsável pelos assuntos digitais.

"Lançaremos uma investigação aprofundada sobre o cumprimento por parte da X das obrigações da DSA, no que diz respeito ao combate à disseminação e amplificação de conteúdos ilegais e desinformação na UE", acrescentou.

A Comissão Europeia, braço executivo da UE, abriu uma investigação preliminar em 12 de outubro - cinco dias após o ataque sem precedentes dos milicianos do Hamas em Israel -, por suposta divulgação de "conteúdo ilícito" e "incitação ao ódio" na rede social do magnata Elon Musk.

No âmbito da investigação preliminar, as autoridades solicitaram informações em uma primeira etapa para verificar se a plataforma X implementou as obrigações estabelecidas pela norma europeia.

A resposta da rede social e seu "relatório de transparência", divulgado no início de novembro, no qual abordava o método de moderação de conteúdo, não convenceram a Comissão Europeia, que decidiu abrir uma investigação formal.

- "Alarmante discurso de ódio" -

A DSA prevê multas que podem atingir 6% do volume de negócios global da empresa acusada e, no caso de violações graves e prolongadas, pode-se até mesmo declarar a proibição de operar na área da UE.

Após a abertura da investigação formal, a Comissão informou, nesta segunda-feira, que continuará reunindo "evidências" e solicitará mais informações à X, incluindo entrevistas ou inspeções.

A abertura deste processo permite que a Comissão tome medidas para obrigar a X a cumprir as regras ou a aceitar soluções propostas pela rede social para resolver os problemas apontados.

A investigação aberta contra a X não estabelece nenhum prazo.

Também sob amparo da DSA, e pela mesma razão, a Comissão Europeia iniciou investigações preliminares sobre o TikTok, YouTube e Facebook.

O ataque do Hamas em 7 de outubro resultou na morte de cerca de 1.140 pessoas em Israel, a maioria delas civis. Além disso, o grupo islamista palestino tomou cerca de 240 reféns, de acordo com autoridades israelenses.

Israel respondeu com intensos bombardeios na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, e grande parte desse território foi reduzido a destroços.

O Ministério da Saúde do governo do Hamas informou que, até agora, mais de 18.800 palestinos (cerca de 70% deles mulheres, crianças e adolescentes) morreram devido aos bombardeios.

Nas horas e dias seguintes ao ataque do Hamas, as principais redes sociais foram inundadas com vídeos e fotografias das vítimas.

Em novembro, a Comissão Europeia suspendeu suas campanhas publicitárias na rede X, em um gesto justificado pelo aumento "alarmante da desinformação e do discurso de ódio" nesta plataforma.

Novos bombardeios israelenses deixaram dezenas de mortos na Faixa de Gaza, anunciou o Hamas nesta segunda-feira (18), ao mesmo tempo que o governo de Israel foi acusado por uma ONG de submeter deliberadamente à fome a população do território palestino cercado.

Apesar da indignação internacional com o número elevado de vítimas civis, o Exército israelense prossegue com os bombardeios contra o território palestino, que está à beira de uma catástrofe humanitária, como resposta ao ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 7 de outubro.

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A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou o governo israelense de utilizar "a inanição de civis como método de guerra na Faixa de Gaza ocupada, o que constitui um crime de guerra". Israel reagiu e acusou o grupo de ser uma "organização antissemita e anti-israelense".

"As forças israelenses bloqueiam deliberadamente o fornecimento de água, alimentos e combustível, ao mesmo tempo que impedem intencionalmente a ajuda humanitária, arrasando aparentemente zonas agrícolas e privando a população civil de objetos indispensáveis para sua sobrevivência", afirmou a HRW.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve votar nesta segunda-feira uma nova resolução para pedir um "cessar-fogo urgente e duradouro das hostilidades" em Gaza, 10 dias após o veto dos Estados Unidos, que nos últimos dias demonstrou preocupação com o elevado número de vítimas civis.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelo violento ataque do Hamas em 7 de outubro, quando os combatentes do movimento islamista mataram 1.139 pessoas em Israel, a maioria civis, e sequestraram quase 250, segundo as autoridades. Atualmente, 129 reféns permanecem retidos em Gaza.

O Ministério da Saúde do Hamas, que governa o território palestino, afirma que mais de 18.800 pessoas, a maioria mulheres e menores de idade, morreram na ofensiva de Israel.

A pasta anunciou que 110 pessoas morreram nas últimas 24 horas nos bombardeios israelenses em Jabaliya, no norte de Gaza.

No sul, as nuvens de fumaça eram observadas em Khan Yunis após os ataques israelenses.

- Hospitais atacados -

Quase 1,9 milhão de moradores de Gaza, 85% da população, foram deslocados e enfrentam escassez de alimentos, água, combustível e remédios devido ao cerco "total" de Israel, imposto desde 9 de outubro.

"Não ficaria surpreso se as pessoas começassem a morrer de fome ou de uma combinação de fome, doenças e imunidade frágil", alertou Philippe Lazzarini, diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).

Vários hospitais foram afetados pelos combates, apesar da presença de pacientes e deslocados. Israel acusa o Hamas de utilizar os centros de saúde como bases, o que o movimento islamista nega.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou no domingo que está "consternada com a destruição real" do hospital Kamal Adwan, onde as forças israelenses executaram uma operação de vários dias contra o Hamas antes da retirada.

No pátio do hospital, os palestinos caminhavam entre os escombros, em busca de cadáveres.

A OMS também afirmou que os bombardeios israelenses transformaram o serviço de emergência do hospital Al Shifa, da cidade de Gaza, o mais importante do território, em "um banho de sangue".

O Ministério da Saúde anunciou que as forças israelenses atacaram o hospital Al Awda (norte) e prenderam profissionais da saúde. No sul, um ataque no domingo deixou um morto e seis feridos no hospital Nasser, em Khan Yunis.

Segundo a ONU, menos de um terço dos hospitais de Gaza estão funcionando, apenas parcialmente.

- Pressão para libertar os reféns -

Apesar da pressão internacional, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que é necessário "manter a pressão militar" para acabar com o Hamas.

O Exército informou que 126 soldados morreram na Faixa de Gaza desde o início das operações terrestres em 27 de outubro.

A Forças de Defesa anunciaram no domingo que encontraram o "maior túnel" cavado pelo Hamas entre Israel e o norte do território palestino.

O governo israelense enfrenta uma pressão cada vez maior das famílias dos reféns para negociar a libertação, em particular desde a revelação, na sexta-feira, de que soldados mataram três reféns "por engano", depois que foram confundidos com combatentes palestinos.

O Catar, principal mediador entre Israel e o Hamas, ao lado do Egito e dos Estados Unidos, afirmou que prossegue com "esforços diplomáticos para restabelecer uma pausa humanitária".

Um membro do Hamas declarou que as condições "são claras: um cessar-fogo total, a retirada dos tanques das cidades, a abertura da rodovia entre norte e sul, o fim do cerco, a entrada normal de ajuda em toda Gaza, sem restrições".

A trégua estabelecida no mês passado permitiu a libertação de 105 reféns sob poder do Hamas e de grupos aliados, 80 deles israelenses, em troca de 240 palestinos detidos em Israel.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, está no Kuwait como parte de uma viagem regional, durante a qual também visitará Israel.

O conflito em Gaza também provocou o aumento da violência na Cisjordânia ocupada por Israel, onde mais de 300 palestinos morreram após tiros das tropas israelenses ou ataques de colonos, segundo a Autoridade Palestina.

O Ministério da Saúde anunciou que quatro pessoas, incluindo dois adolescentes, morreram depois que foram atingidos por tiros israelenses no campo de refugiados de Al Fara, no norte do território.

Um jovem britânico de 17 anos encontrado na França seis anos após seu desaparecimento na Espanha irá retornar nos próximos dias à Inglaterra para a casa de sua avó, que tem sua guarda.

Alex Batty, natural da cidade inglesa de Oldham (norte), foi encontrado por um entregador de farmácia em uma área montanhosa do sul da França. Autoridades da polícia francesa e britânica confirmaram sua identidade.

A polícia suspeita que sua mãe e avô o sequestraram em 2017, quando ele tinha 11 anos, sob o pretexto de férias na Espanha, para depois viver em comunidades espanholas de estilo de vida alternativo e nos Pirineus franceses.

"Nossa prioridade é trazê-lo de volta para o Reino Unido (...) Espero que aconteça nos próximos dias", declarou o subdelegado Chris Sykes, da polícia de Manchester, em uma conferência de imprensa.

Sua avó, separada do avô e que, segundo a mídia britânica, tinha a guarda da criança, recebeu com alegria sua reaparição.

"Esperamos que a avó venha buscá-lo e inicie o processo de repatriação com os britânicos", disse o promotor de Toulouse, Samuel Vuelta-Simon, confirmando que ele está "em um local seguro" e sob os cuidados dos "serviços sociais".

A última vez que se teve notícias de Alex Batty foi na Espanha, em 8 de outubro de 2017, o dia em que ele, sua mãe e seu avô deveriam voltar para casa após as férias familiares.

A avó do jovem, Susan Caruana, acreditava que a criança havia sido levada pela mãe e o avô para viver em uma comunidade espiritual com um estilo de vida alternativo, sem uma educação tradicional.

"Eles não queriam que ele fosse à escola. Não acreditam na escola convencional", disse Caruana ao jornal The Times. "Conversei com ele esta tarde e sem dúvida é ele. Ele falava como uma criança quando estava conosco e agora conversei com um homem", destacou.

O paradeiro da mãe e do avô é desconhecido por enquanto e, de acordo com a mídia britânica, eles estão sendo procurados em razão do desaparecimento.

O jornal regional francês La Dépêche du Midi indicou que um entregador e estudante chamado Fabien Accidini encontrou Batty depois de o jovem passar cerca de quatro dias vagando por uma área montanhosa.

Accidini, que trabalha para uma farmácia como entregador na região, disse que chovia muito quando o colocou em seu carro, onde o jovem contou sua história.

"Disse que sua mãe o sequestrou quando ele tinha cerca de 12 anos (...) Desde então, ele havia morado na Espanha em uma casa luxuosa com cerca de dez pessoas. Ele teria chegado à França por volta de 2021", explicou o estudante.

Batty havia morado com sua mãe em uma "comunidade espiritual" na França e não tinha "nenhum rancor em relação a ela, mas queria voltar para sua avó", acrescentou.

Ele morou com sua mãe e avô em uma "comunidade nômade", entre os departamentos franceses de Aude e Ariège, informou o Dépêche du Midi.

A polícia reconheceu que alguns aspectos do caso ainda não estavam claros.

"Ainda temos trabalho a fazer para estabelecer todas as circunstâncias em torno de seu desaparecimento e onde ele esteve todos esses anos", afirmou Sykes.

O papa Francisco, um homem "cansado" mas ainda "no comando", comemora seus 87 anos no domingo (17), após um ano de 2023 agitado que o viu "acelerar" o ritmo, apesar do declínio de sua saúde e das crescentes críticas contra ele.

Um sínodo, cinco viagens, 10 anos de pontificado: em 12 meses, o argentino, que agora se locomove com cadeira de rodas, não diminuiu o seu ritmo intenso apesar de vários sustos na saúde, como uma infecção respiratória em março e uma operação abdominal em junho.

Nos corredores do Vaticano, muitos relatam um clima de "fim de reinado". "Sua saúde está piorando, é um homem cansado", mas "tem a cabeça intacta. Está mais no comando do que nunca", declarou à AFP uma fonte do Vaticano sob condição de anonimato.

Embora tenha admitido que viajar se tornou "mais difícil", o pontífice continua abordando assuntos representativos para o mundo, como as migrações em Marselha, as "periferias" na Mongólia e os danos da guerra na República Democrática do Congo.

Seu ano de 2023 será lembrado como o primeiro sem a sombra de seu antecessor, Bento XVI, que faleceu em 31 de dezembro de 2022.

"Francisco está liberto da sombra de Bento XVI e, ao mesmo tempo, isolado dos seus inimigos porque de certa forma Bento XVI o protegeu", disse à AFP Michel Kubler, sacerdote em Roma e ex-editor-chefe religioso do jornal francês La Croix.

- Aumento das críticas -

Tanto fora quanto dentro do Vaticano, as críticas aumentaram desde sua eleição, como comprovam as inúmeras declarações contra sua gestão, especialmente por parte dos ultraconservadores americanos.

"Os que não gostam de Francisco estão se contendo cada vez menos. Estamos em uma espiral de endurecimento das relações entre Francisco e certa oposição católica", constatou Kubler.

"Os ataques são mais virulentos e a 360º. Também há um cansaço geral", sinalizou uma fonte do Vaticano, enfatizando a personalidade "polarizadora" do pontífice.

As questões mais criticadas são a gestão do papa, considerada muito pessoal, e as dificuldades em concluir a reforma da Cúria, o governo central da Igreja, para o qual foi eleito.

Em resposta, Francisco agiu com firmeza, eliminando os privilégios, o salário e as acomodações oficiais de um dos seus adversários mais famosos, o cardeal americano Raymond Burke.

O ano de 2023 também foi marcado pela evolução na luta contra a violência sexual na Igreja, assim como a acusação de um padre jesuíta esloveno acusado de violência sexual e psicológica contra mulheres.

Já 2024 será marcado, sobretudo, pela segunda etapa do Sínodo sobre o futuro da Igreja, que colocou em pauta questões como o diaconado feminino. E o papa, que revelou recentemente ter escolhido Roma como seu local de sepultamento, disse que quer continuar viajando.

"Muito dependerá de seu estado de saúde e de sua capacidade de manter o rumo apesar das hostilidades", resumiu a mesma fonte do Vaticano.

Israel multiplicou seus ataques contra a Faixa de Gaza nesta sexta-feira (15) e advertiu que a guerra contra o Hamas, iniciada há 70 dias, durará "mais que vários meses", apesar da pressão dos Estados Unidos para que reduza a intensidade dos ataques e proteja os civis.

O Ministério da Saúde do Hamas reportou "dezenas de mortos e feridos" em bombardeios em Khan Yunis, a grande cidade do sul do território palestino onde Israel ampliou suas operações terrestres.

A cidade vizinha de Rafah também foi atacada.

"Tudo está destruído, há 70 dias enfrentamos esta guerra e esta destruição", lamentou à AFP um sobrevivente, Bakr Abu Hajjaj.

A guerra entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro após o ataque sem precedentes dos combatentes do grupo islamista palestino em solo israelense, no qual morreram cerca de 1.200 pessoas, segundo as autoridades.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, no poder em Gaza desde 2007 e considerada organização terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Israel. Mais de 18.700 pessoas morreram na ofensiva israelense na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do movimento islamista.

- "Mais que vários meses" -

Estados Unidos, principal aliado de Israel, começa a demonstrar impaciência ante o alto número de mortes de civis em Gaza.

"Quero que [os israelenses] se concentrem em como salvar vidas civis. Não que deixem de perseguir o Hamas, mas que tenham mais cuidado", declarou o presidente americano, Joe Biden.

Washington deseja que a ofensiva passe a "operações de baixa intensidade" em "um futuro próximo", segundo a Casa Branca.

Ao fim da guerra, não seria "correto" que Israel ocupasse a Faixa de Gaza a longo prazo, estimou nesta sexta-feira o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca Jake Sullivan, em visita a Israel. Segundo ele, o próprio governo israelense "indicou que não tinha intenção de ocupar Gaza a longo prazo e que o controle de Gaza, seu governo e segurança devem voltar para os palestinos".

Apesar dos apelos, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallan, indicou que a guerra vai durar. O Hamas "construiu infraestruturas subterrâneas e aéreas que não são fáceis de destruir. Levará tempo para fazê-lo, mais do que vários meses, mas venceremos e destruiremos o Hamas, declarou.

- "Mais batalhas" -

"Haverá mais batalhas difíceis nos próximos dias", advertiu Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense, que assegurou que os soldados utilizam "novos métodos de combate", como a colocação de cargas explosivas em locais frequentados por combatentes do Hamas.

No total, 117 soldados morreram em Gaza desde o início da ofensiva terrestre em 27 de outubro, segundo o Exército. Esta operação permitiu a Israel tomar o controle de várias regiões ao norte, antes de estender-se a todo o território, incluindo o sul.

Cerca de 240 pessoas foram sequestradas pelo Hamas no dia do ataque contra Israel, das quais 105 foram liberadas durante uma breve trégua de sete dias que expirou em 1º de dezembro.

O Exército israelense anunciou nesta sexta-feira que recuperou os corpos de três reféns na Faixa de Gaza, incluindo dois soldados de 19 anos, Nik Beizer e Ron Sherman, além do refém franco-israelense Elya Toledano. Segundo esta fonte, ainda há 132 reféns nas mãos do movimento islamista e grupos afiliados.

A guerra mergulhou a Faixa de Gaza em uma grave crise humanitária e 1,9 milhão de habitantes (cerca de 85% de sua população) foram deslocados, segundo a ONU. Muitos deles tiverem de fugir várias vezes à medida que os combates se estendiam.

Os holandeses poderão nesta sexta-feira (15) consumir cannabis legalmente pela primeira vez em duas cidades do sul do país, no início de um teste de vários anos que descriminaliza a produção e fornecimento desta droga nos famosos "coffeeshops".

Ao contrário da crença popular no exterior, a venda e consumo de haxixe, erva e seus derivados não são legalizados na Holanda, que há décadas atrai usuário de maconha de todo o mundo.

Desde os anos 1970, as drogas leves são "toleradas" e "as autoridades optaram por não perseguir infratores", segundo a página do governo na Internet.

Até agora, tem sido totalmente ilegal cultivar maconha na Holanda, ou fornecê-la aos populares estabelecimentos de venda e consumo.

Por isso, toda a rede de fornecimento de cannabis dos cerca de 570 "coffeeshops" no país tem funcionado na clandestinidade por décadas, enquanto as autoridades locais têm-se queixado da baixa criminalidade e do comportamento antissocial.

O teste de quatro anos, que busca resolver esta "zona cinza" jurídica, começa nesta sexta nas cidades Breda e Tilburgo, no sul, e deve ser ampliado para outras regiões do país.

É um "momento histórico", disse o ministro da Saúde, Ernst Kuipers, enquanto observa a chegada da primeira entrega de cannabis legal ao "coffeeshop" Baron em Breda.

Dez produtores foram escolhidos, e a maconha fornecida aos "coffeeshops" será estritamente controlada.

A iniciativa tem dois objetivos, e seus resultados serão analisados por especialistas: ver se é possível regular a rede de fornecimento e reduzir a pequena criminalidade e comportamento antissocial. Também será analisado o impacto na saúde pública.

"As organizações criminosas tomaram o controle deste mercado ilegal e, por isso, os proprietários dos 'coffeeshops' dependiam" delas, disse o prefeito de Breda, Paul Depla. "Isto tinha que acabar", acrescentou.

- "Produto muito mais seguro" -

"Para mim, é um momento histórico para a cannabis nos Países Baixos", declarou Ashwin Matai, da Hollandse Hoogtes, um dos produtores escolhidos para o teste.

"Será um produto limpo, testado, sem pesticidas, sabemos exatamente o que entra e o que sai. Por isso, o consumidor terá um produto muito mais seguro", assegurou à AFP.

A iniciativa holandesa é fruto de uma tendência global. A vizinha Alemanha aprovou uma lei que legaliza a compra e posse de maconha com fins recreativos. Os adultos podem possuir até 25 gramas e cultivar até três plantas.

A droga está disponível em algumas farmácias da Suíça, que também está debatendo a descriminalização de seu uso recreativo. Nos Estados Unidos, o uso recreativo por adultos é legal em cerca de 20 estados.

A dúvida que pesa sobre esta experiência holandesa é a vitória eleitoral do líder da extrema direita Geert Wilders nas legislativas de novembro.

Seu Partido pela Liberdade quer abandonar definitivamente a política de "tolerância", fechar os "coffeeshops" e impulsionar uma "Holanda sem droga".

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