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O Plenário da Câmara dos Deputados se reúne, nesta quarta-feira (5), com um único item na pauta: o Projeto de Lei (PLP 343/17) que impõe as regras para a ajuda da União na recuperação de estados em situação de calamidade fiscal. Os governadores de todo o país têm pressionado a Casa para  votação da matéria, apesar disso ainda não há um consenso entre os deputados.

“Não há acordo sobre esta matéria, sequer conhecemos o relatório. Queremos que inclua estados não contemplados, já que não se pode fazer uma lei para beneficiar apenas três – Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os governadores do Nordeste estão rebelados. Além disso, as exigências são enormes”, afirmou o líder da oposição, deputado José Guimarães (PT-CE), após a reunião dos líderes nessa terça (4).

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O texto em análise oferece um regime fiscal especial para estados superendividados, com possibilidade de moratória na dívida com a União em troca de contrapartidas de ajuste fiscal – como privatização de bancos públicos e outras estatais, aumento de contribuição de servidores, entre outros pontos. 

As novas condições do crédito rotativo, que limitam o uso da modalidade em até 30 dias, começam a valer a partir de amanhã (3). Definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em janeiro, as regras visam reduzir os juros cobrados ao obrigarem a migração para opções de financiamento menos onerosas como, por exemplo, o parcelado, e fazem parte da agenda de reformas microeconômicas do governo de Michel Temer.

Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal já anunciaram as novas condições do crédito rotativo ao longo dos cerca de três meses que tiveram para se adaptarem às regras divulgadas em janeiro. Na prática, os consumidores não poderão mais pagar apenas parte do valor da fatura mensal do seu cartão de crédito. Com as novas regras, após 30 dias no rotativo, terão de fazer o pagamento integral ou parcelar a dívida em parcelas fixas e juros mais baixos.

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No BB, primeiro a antecipar as regras do rotativo ao promover a redução de 4 pontos porcentuais nos juros da modalidade em janeiro, as novas taxas variam de 1,92% a 9,79% ao mês para o rotativo e 1,91% a 9,38% para o parcelado. O parcelamento da fatura será feito em até 24 meses. Já no Bradesco, os clientes poderão parcelar a fatura depois de efetuarem o pagamento de 15% do saldo, em no máximo 12 vezes. O banco espera que os clientes que utilizam o rotativo passem a pagar, de imediato, 33% menos do que no modelo anterior.

O Itaú Unibanco também reduziu a taxa do rotativo, em média em 4 p.p. e vai parcelar as faturas em até 24 parcelas fixas. Clientes que utilizarem o rotativo com histórico de pontualidade terão juros de 1,99% a 9,90% ao mês. O Santander vai parcelar o saldo do rotativo de quatro a 18 vezes, com juros de 2,99% a 9,99% ao mês, conforme o perfil e as necessidades financeiras do cliente. Na Caixa, as taxas incidentes nas opções de parcelamento variam de 3,30% ao mês a 9,90% ao mês e o parcelamento será feito entre quatro e 24 meses.

Redução

Consideradas as mais elevadas do sistema financeiro nacional, as taxas cobradas no crédito rotativo deram uma trégua em fevereiro e reduziram-se em 5,2 pontos porcentuais na comparação com janeiro, para 481,5% ao ano, conforme dados divulgados na semana passada pelo Banco Central. No entanto, no crédito parcelado, opção menos onerosa para o financiamento da fatura a partir deste mês, o juro foi na contramão e subiu, segundo o regulador, 1,6 ponto porcentual de janeiro para fevereiro, avançando de 161,9% ao ano para 163,5% ao ano.

A expectativa do governo e do setor de cartões é que, com as novas regras do crédito rotativo, os juros cobrados aos consumidores caiam pela metade, contribuindo, no futuro, para a redução da inadimplência.

Do lado dos bancos, a mudança nas regras do crédito rotativo deve pesar em termos de margem em um primeiro momento. No entanto, executivos acreditam que, à medida que reduza a inadimplência, o impacto para o sistema tende a ser minimizado, concedendo uma nova dinâmica entre receitas e perdas do setor.

Ao final de dezembro último, o rotativo totalizava R$ 38 bilhões, respondendo por 2,4% da carteira de crédito à pessoa física, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) com base nos dados do Banco Central. Essa fatia, porém, diminuiu uma vez que em dezembro de 2008 estava em 3,4%. Além disso, o tempo de permanência no rotativo, de acordo com a Abecs, gira em torno de 17 dias.

No ano passado, o volume de transações com cartões de crédito e débito atingiu R$ 1,14 trilhão, montante 6,3% superior ao registrado em 2015, conforme números da Abecs. A modalidade crédito respondeu por mais R$ 703 bilhões, aumento de 4%, na mesma base de comparação. A expectativa da Abecs é que em 2017 o total de transações alcance R$ 1,22 trilhão, acelerando a taxa de crescimento para 6,5% em relação a 2016, sendo R$ 740 bilhões nos cartões de crédito e R$ 480 bilhões no débito.

O Ministério da Educação (MEC) publicou uma portaria normativa que dispõe sobre processos de revalidação e reconhecimento de diplomas de graduação e pós-graduação expedidos por instituições de ensino estrangeiras na última quarta-feira (14). As novas regras estão reunidas no Portal Carolina Bori, onde é possível ter acesso às documentações necessárias e às novas leis de reconhecimento de diplomas. A revalidação de diplomas de graduação é feito pelas universidades públicas, enquanto os cursos de pós-graduação stricto sensu (como cursos de mestrado e doutorado) também podem ser reconhecidos por instituições privadas. O prazo para a validação e reconhecimento dos diplomas será de, no máximo, 180 dias. Antes, havia casos de o trâmite se estender por até três anos.

De acordo com o ministro da educação Mendonça Filho (DEM-PE), as novas regras facilitarão o processo e vão beneficiar os pesquisadores, professores e acadêmicos que investem em formação educacional em outros países: “O passo que consagramos a partir de hoje é muito importante e vai na direção da facilidade para pesquisadores, professores e acadêmicos que estudam no exterior”, afirmou o ministro.

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De acordo com a coordenadora de avaliação internacional da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC, Elizabeth Balbachevsky, os procedimentos para reconhecimento e revalidação de diplomas que as universidades brasileiras utilizam são problemáticos porque seguem 'uma tendência restrita, de comparação de disciplinas e medição de cargas horárias' desatualizado com o ensino acadêmico global. Com as novas regras, a expectativa do ministério, de acordo com o ministro Mendonça Filho, é de melhora da tramitação das solicitações de validação de diplomas.

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Na primeira disputa eleitoral após a proibição de doações de empresas a partidos e candidatos, o dinheiro anda escasso. Há um mês da votação, 51% dos 16.349 políticos que disputam as 5.568 prefeituras do País não arrecadaram nem um centavo sequer. Entraram nas contas dos demais, somados, R$ 248 milhões, o que representa uma queda de 46% em relação ao que ocorreu em 2012, quando se comparam períodos equivalentes das campanhas.

Além dos 8.269 candidatos que declararam ter receita zero até a sexta-feira, outros 3.901 (24% do total) registraram arrecadação inferior a R$ 10 mil.

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A redução das verbas, além do fim do financiamento empresarial, está relacionada ao fato de as campanhas terem ficado mais curtas. Há menos tempo para arrecadar - e, em tese, os custos também diminuirão.

A escassez de recursos se traduz em menor impacto visual. Com raras exceções, nas ruas há menos bandeiras, cartazes e santinhos.

O PT, maior beneficiário de doações de empresas até recentemente, agora orienta seus candidatos a driblar a falta de recursos com a produção de propaganda para internet e programas de TV usando telefone celular, cartolina, pincel atômico e placas de isopor.

Mudança

Na falta das empresas, os próprios políticos passaram a ser a principal fonte de financiamento das campanhas. Segundo levantamento do Estadão Dados, um em cada três candidatos a prefeito ou vice teve de abrir o bolso para pagar suas despesas. Os recursos próprios somam R$ 106 milhões, o equivalente a 43% do total arrecadado.

A preponderância das autodoações é uma novidade: há quatro anos, essa modalidade respondeu por apenas 19% das verbas que circularam pelas campanhas. Na categoria dos autofinanciadores há uma enorme disparidade de riquezas: 51% do total de recursos próprios foi desembolsado por apenas 8% dos candidatos.

No topo do ranking está o empresário Vittorio Medioli (PHS), o segundo candidato mais rico do Brasil, que já gastou do próprio bolso R$ 1,5 milhão com o objetivo de administrar Betim, a segunda cidade mais rica de Minas, depois de Belo Horizonte. Medioli, que não respondeu às tentativas de contato feitas pela reportagem, declarou à Justiça Eleitoral ter patrimônio de R$ 352, 5 milhões.

Dono do quinto maior patrimônio do País, o tucano João Doria, que concorre à Prefeitura de São Paulo, já gastou R$ 834 mil em recursos próprios. Isso o coloca na quinta posição entre os mais generosos com as próprias campanhas (veja quadro).

Assim como os recursos próprios, o dinheiro público também ganhou mais peso neste ano. Verbas do Fundo Partidário, que têm origem no Orçamento da União, respondem por 28% de tudo o que entrou nas contas dos candidatos desde o dia 16 de agosto, data em que eles foram autorizados a começar a coleta de recursos.

Na campanha de 2012, os partidos também faziam contribuições significativas, mas a origem do dinheiro era majoritariamente privada. Empresas doavam para as legendas e estas repassavam os recursos aos candidatos - assim, com o uso de intermediários, as prestações de contas não mostravam as conexões entre financiadores e financiados. Eram as chamadas doações ocultas.

Por fim, as contribuições das pessoas físicas empataram com as dos partidos nas últimas duas semanas, chegando também a 28% do total. Mas a esperada democratização do financiamento eleitoral, com a pulverização das doações, ainda é um objetivo distante: apenas 19.428 eleitores fizeram contribuições até a semana passada - na média, pouco mais de um doador por candidato a prefeito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador regional eleitoral Antonio Carlos Barreto Campello alertou para a necessidade de a população conhecer as regras que delimitam as ações de campanha e fazer denúncias, quando necessário. Segundo ele, a Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco (PRE-PE) vai intensificar a fiscalização para coibir irregularidades e combater a influência do poder econômico ou político nessa etapa da disputa, mas a participação do cidadão é fundamental.

“Boa parte da corrupção nasce no período eleitoral, e quem não cumpre as leis no período da campanha dificilmente irá cumpri-las quando assumir um cargo eletivo”, argumentou, pontuando que isto ajuda também na escolha dos candidatos.

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Sob a ótica de Campello, os postulantes também devem ficar atentos aos gatos e o volume de propaganda veiculada nas ruas. “Estaremos atentos à coerência entre a prestação de contas dos candidatos e a campanha efetivamente realizada por eles”, declarou o procurador. 

Os candidatos e partidos políticos têm até o dia 1º de novembro para encaminhar à Justiça Eleitoral as prestações de contas referentes ao primeiro turno. O prazo se encerrará no dia 19 do mesmo mês para aqueles que concorreram no segundo turno. Em ambos os casos, os promotores eleitorais terão apenas três dias para impugnar as prestações de contas de campanha. 

Central de denúncias

A propaganda eleitoral irregular também está no alvo do Ministério Público Eleitoral (MPE) que poderá propor ações contra candidatos que descumprirem as regras. Os eleitores que quiserem informar quaisquer irregularidades ao promotor eleitoral em seu município pode ir diretamente no cartório eleitoral ou encaminhar as denúncias diretamente à PRE-PE, pelo e-mail prepe-denunciaeleitoral@mpf.mp.br ou pelo telefone (81) 2121.9825.

Novas regras 

A chamada minirreforma eleitoral, implementada pela Lei nº 13.165, de setembro de 2015, trouxe algumas mudanças em relação à propaganda eleitoral, como adiar o início da campanha de 6 de julho para o dia 16 de agosto do ano da eleição. Veja um resumo das novas regras:

Pintura em muros – A nova legislação proibiu as pinturas em muros, bastante comuns na eleição passada. A veiculação de propaganda em bens particulares agora só poderá ser feita em adesivo ou papel, com área máxima de meio metro quadrado, devendo ser espontânea e gratuita. É importante destacar que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio da Resolução nº 23.457/2015, já declarou que a colagem de vários adesivos em sequência, formando uma espécie de “painel” com efeito visual único (o chamado “efeito outdoor”), caracteriza propaganda irregular.

Cavaletes – Os eleitores também não devem encontrar mais placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados espalhados pelas ruas, pois sua utilização foi vedada pela minirreforma eleitoral. 

Bandeiras – A utilização de bandeiras ao longo das vias públicas continua permitida, desde que não dificulte o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos. Além disso, o material precisa ser removido entre as 22h e as 6h. A legislação não fixou limite de tamanho das bandeiras, mas a PRE-PE entende que os casos concretos devem ser analisados individualmente, para que se verifique a possível existência de “efeito outdoor” e eventuais prejuízos ao trânsito de pedestres e veículos.

Carros de som – Com a minirreforma eleitoral, o conceito de carro de som foi ampliado e passou a abranger qualquer veículo, motorizado ou não, ou ainda tracionado por animais, que transite divulgando jingles ou mensagens de candidato. Com isso, bicicletas, carroças e motocicletas de som – entre outros – passam a ser permitidos. Entretanto, a utilização desses equipamentos permanece restrita ao intervalo entre as 8 e as 22 horas, e, em nenhum horário, será admitido seu funcionamento a menos de 200 metros das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo, dos Tribunais Judiciais, de estabelecimentos militares, hospitais, casas de saúde, escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento. 

Destaque para o vice – Na propaganda dos candidatos a prefeito deve constar, também, o nome do candidato a vice, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% do nome do titular. Na eleição passada, a dimensão mínima era de apenas 10%.

Rádio e TV – A propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV será veiculada entre os dias 26 de agosto e 29 de setembro, e também terá mudanças. A propaganda dos candidatos a prefeito será realizada diariamente, em blocos de dez minutos, e não mais em dias alternados. O espaço destinado aos vereadores ficará restrito a inserções de trinta e sessenta segundos, ao longo da programação.

Derrame de material gráfico – Também conhecido como “voo da madrugada”, o derrame de material de propaganda no local da votação ou nas vias próximas, às vésperas da eleição,  constitui propaganda irregular. No dia da eleição, essa prática configura ainda o crime de boca de urna. A PRE-PE ressalta que o candidato, mesmo que não pratique o ato pessoalmente, pode ser responsabilizado se não tomar as precauções para que não seja feito derrame de material gráfico ou boca de urna em seu nome.

Veículos particulares – Não pode ser veiculada propaganda eleitoral em táxis nem em outros veículos destinados ao transporte público ou ao serviço público (como coleta de lixo ou transporte escolar, por exemplo). Em veículos particulares, admite-se a afixação de um adesivo microperfurado até a extensão do para-brisa traseiro. No resto do veículo, os adesivos estão sujeitos ao tamanho máximo de meio metro quadrado.

As mudanças que tornaram a legislação eleitoral brasileira mais rígida abriram espaço para o crescimento das plataformas digitais de doação de campanha. Na eleição deste ano, um número maior de candidatos deverá usar as ferramentas desenvolvidas para receber dinheiro de pessoas físicas pela internet e não depender somente do Fundo Partidário. Os sites deste tipo, inclusive, já começaram o corpo a corpo com os pré-candidatos para garantir contratos. Políticos e especialistas, no entanto, são céticos quanto ao real potencial desse tipo de arrecadação.

As doações eleitorais online no Brasil são permitidas desde o pleito de 2010, mas sempre tiveram um impacto tímido. A reforma política aprovada em 2015 criou um novo cenário ao acabar com o financiamento empresarial e endurecer as regras da contabilidade de campanha. O objetivo dos portais para doação é justamente oferecer um ambiente próprio para que candidatos captem recursos de pessoas físicas seguindo as diretrizes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Recentemente, o TSE decidiu que as doações de campanha não podem ser feitas por plataformas de financiamento coletivo (crowdfunding), as chamadas "vaquinhas virtuais". Este foi o mecanismo que permitiu à presidente afastada, Dilma Rousseff, captar recursos para viajar pelo Brasil durante a tramitação do processo de impeachment, depois que o governo federal restringiu o uso dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Uma campanha no site Catarse criada por duas amigas de Dilma levantou R$ 795 mil em 16 dias em doações de simpatizantes da causa, acima dos R$ 500 mil esperados inicialmente.

Apesar de a legislação eleitoral autorizar que as pessoas físicas façam aportes em dinheiro mediante transferência que pode ter origem em sítios na internet, o TSE não reconhece as "vaquinhas virtuais" como sendo uma ferramenta válida de doação na campanha. A proibição do crowdfunding fortalece a atuação das plataformas digitais construídas em conformidade com as normas estabelecidas pelo TSE. Ao contrário dos sites de financiamento coletivo, aqueles que são voltados exclusivamente a doações eleitorais não oferecem recompensa aos doadores e não estabelecem metas de valores, por exemplo. Além disso, fazem o controle necessário para que só doadores habilitados possam contribuir.

Os sites desenvolvidos para explorar este novo nicho de mercado no marketing político também oferecem integração com redes sociais, inserção de vídeos e até troca de mensagens com eleitores. Tudo para ser mais um canal de engajamento do cidadão com o candidato. Mas o tema está cercado de incertezas. A campanha deste ano será um teste.

O presidente do PT de São Paulo, Emidio de Souza, acredita que as doações eleitorais pela internet devem crescer, seguindo uma tendência mundial. Para ele, o Brasil está muito atrasado nessa forma de arrecadação, "mais transparente, moderna e sem influência do poder econômico". Souza disse que o PT vai utilizar as plataformas digitais nas campanhas municipais, mas que a captação ficará mais centralizada no Diretório Nacional. "No momento em que o doador for identificado, se definirá para qual cidade direcionar os recursos", afirmou, acrescentando que não está descartado que municípios grandes tenham plataformas de doação direta aos candidatos.

Julio Semeghini, coordenador da campanha do pré-candidato João Doria (PSDB) à Prefeitura de São Paulo, diz que o partido deverá utilizar a internet para arrecadar, mas admite ter dúvidas sobre a eficácia dessa estratégia. "Todo mundo vai buscar todas as alternativas porque está muito difícil a arrecadação", disse. "Esse tipo de ação é mais para que as pessoas se sintam participantes, porque historicamente não é por aí que vai se resolver o problema da doação."

Já José Yunes, presidente do diretório municipal do PMDB paulistano e coordenador da campanha da senadora Marta Suplicy (PMDB) à Prefeitura de São Paulo, é totalmente descrente sobre o alcance da arrecadação por meio de plataformas digitais. Ele lembra que o Brasil não tem uma "cultura" de doação eleitoral, como ocorre nos Estados Unidos. Além disso, Yunes acredita que o afastamento entre os eleitores e a classe política vai dificultar o engajamento. "Nós já tentamos essa forma de arrecadação na campanha do (Gabriel) Chalita (candidato a prefeito pelo PMDB em 2012) e foi um resultado tão pífio que nem lembro qual foi valor arrecadado. Esse ano não deve ser diferente", falou.

Em Porto Alegre, os pré-candidatos à Prefeitura se dizem favoráveis ao uso das plataformas digitais para conseguir doações, mas também reconhecem que o potencial dessas ferramentas ainda é limitado. "Os americanos estão acostumados a doar, aqui não há esse hábito. Os valores são pequenos e o número de pessoas que doam é pequeno também. Não tenho grandes expectativas com isso. Acho que ainda é uma coisa incipiente", disse Luciana Genro, do PSOL, que lidera as pesquisas na capital gaúcha.

Para o consultor em marketing político e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) de São Paulo, Gabriel Rossi, o financiamento de pessoas físicas deveria, teoricamente, ganhar força com o fim dos aportes de empresas. No entanto, na visão do especialista, a insatisfação da população com os políticos torna difícil qualquer tipo de iniciativa de captação de recursos, inclusive por meio da internet. "Mas tudo depende do perfil de cada candidato e da avaliação que o eleitor terá sobre o impacto na sua vida caso ele seja eleito", explicou.

Os pré-candidatos às eleições municipais deste ano devem redobrar a atenção com o uso da internet durante o período que antecede a campanha eleitoral, principalmente os prefeitos que vão disputar reeleição. Com novas regras em vigência, algumas que começaram a vigorar no último sábado (2), diversas prefeituras anunciaram a suspensão da atualização das redes sociais oficiais da gestão, entre elas a do Recife.

De acordo com a legislação, nas plataformas oficiais das gestões municipais as postagens que antecedem o dia 2 de julho de 2016 podem permanecer, mas é imprescindível que estejam datadas para que se comprove que foram veiculadas antes do período eleitoral. Os posts feitos antes desse prazo não devem ser reeditados ou promovidos, fazendo com que a publicação volte a aparecer na página. "Caso seja comentado e aparecer em destaque na linha do tempo, é necessário fazer a ocultação ou exclusão do post", sugere a advogada eleitoral Diana Câmara 

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Para evitar punições, de acordo com a especialista, o recomendado é inabilitar, durante o período eleitoral, o campo de comentários das redes sociais e também dos sítios eletrônicos oficiais. Assim, propagandas com números e slogan dos candidatos podem ser evitadas, causando possível dano à candidatura do gestor.

Onde não for possível promover a suspensão de comentário, como é o caso do Facebook, o ideal é fazer um "black list", que consiste da proibição de determinados termos na página. Nome e número de candidatos, siglas e nomes de partidos políticos, slogans de campanhas, palavras-chaves como eleições, segundo turno e similares são sugestões para a "lista negra".

"Quem vai concorrer à reeleição tem que redobrar os cuidados. Mas um prefeito que não vai para a reeleição e está indicando um candidato também não pode fazer essas condutas. Ou seja, as proibições têm o condão de resguardar a isonomia do pleito, que todos os candidatos concorram com igualdade de oportunidades", alertou a advogada. 

Os sites oficiais das prefeituras também sofreram restrições, não é mais permitida a veiculação de publicidade institucional que se destina a divulgar atos, ações, programas, obras, serviços, campanhas, metas e resultados dos órgãos e entidades do Poder Executivo Municipal. 

As novas regras eleitorais já vigentes para o pleito deste ano, entre elas a redução do tempo campanha e o fim do financiamento privado, configuram um cenário desafiador para os candidatos as eleições em outubro. Para driblar o curto tempo e dinheiro, já que a expectativa é de uma campanha mais enxuta e sem os grandes montantes costumeiramente doados pelas empresas, o bom uso das redes sociais e do período de pré-campanha pode ser primordial aos postulantes. 

O problema, no entanto, é que de acordo com o especialista em marketing eleitoral e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) de São Paulo, Gabriel Rossi, os políticos não utilizam as ferramentas dispostas pela internet de maneira positiva. 

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“É claro que o corpo a corpo é importante, mas hoje a internet tem sido primordial para a expressão política da população brasileira. Porém o principal problema é que boa parte dos políticos não utilizam a internet com o profissionalismo adequado, não por falta de habilidades com a ferramenta, mas por uma questão cultural. O político não está acostumado a dar satisfação ao eleitor e nas redes sociais, por exemplo, os eleitores cobram isso”, observou o estudioso. “Não é só ter um perfil, mas utilizar a internet com foco no comportamento do eleitor e seus anseios”, acrescentou. 

Apesar da permissão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para utilizar as redes sociais, os pré-candidatos devem ter cuidado com a regra principal prevista pela legislação para a internet: “é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda paga”. O veto, sob a ótica de Rossi, não inviabiliza a estratégia. “Tem muita coisa que o candidato pode fazer, entre elas, se colocar como figura política e pedir apoio ao invés de voto. Existe um mar de elementos disponíveis”, destacou o especialista. 

A campanha municipal de 45 dias, na análise de Rossi, pode beneficiar os candidatos veteranos ou de reeleição. “Uma campanha mais curta e mais barata acaba privilegiando quem está no poder, já se comunica com a sociedade, já tem sua plataforma, seu diferencial. Os novos candidatos podem sair prejudicados”, disse.

Campanha enxuta

Outra mudança nas regras eleitorais é o fim do financiamento privado de campanha ocasionado, principalmente, pelos constantes escândalos de corrupção envolvendo a classe política e empresas de grande e médio porte. A nova medida, de acordo com Gabriel Rossi, é “prejudicial para democracia”, pois abre um pressuposto para outra forma de corrupção, o “caixa dois”. 

“O político vai ter que aprender a lidar com menos recursos. Isto traz uma campanha para o básico que é o corpo a corpo. Teoricamente, de acordo com a restrição, contaríamos com o financiamento de pessoas físicas, mas são poucos grupos que apostam em doações gigantescas. Isso é mais comum nos Estados Unidos. No Brasil, há praticamente um divórcio da classe política com a sociedade”, cravou o especialista, destacando que nem todos os candidatos vão se adequar ao novo cenário de doações e financiamento.  “Infelizmente muitos políticos mal intencionados apelarão para o ‘caixa dois’”, acrescentou. O especialista acredita que a regra deve servir apenas para "teste" e nas próximas campanhas será modificada.

O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores se reúne, nesta sexta-feira (26), no Rio de Janeiro para tentar alinhar os discursos e definir as estratégias da legenda diante de temas polêmicos que vão ganhar fôlego na pauta do Congresso Nacional, como a reforma da previdência. Além das pautas remanescentes de 2015, como a crise econômica e o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). 

Os líderes do governo no Senado, Humberto Costa, e na Câmara, José Guimarães, além do presidente nacional da legenda, Rui Falcão, dirigentes estaduais e integrantes de todo o diretório nacional participam do encontro que se estende até este sábado (27). 

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Com a expectativa de chegar ao Congresso Nacional até maio, a proposta que promove uma reforma previdenciária no país tem gerado discussões entre os parlamentares, tanto da oposição quanto da base governista. 

Mesmo assim, a presidente tem se colocado à disposição para “encarar a reforma da Previdência” e dizer que “não é possível que a idade média de aposentadoria no Brasil seja 55 anos”, já que a expectativa de vida dos brasileiros está aumentando. Apesar disso, as modificações no setor dividem o PT e diversos movimentos sociais.

Dentro da reforma, deverão ser debatidos os seguintes temas: demografia e idade média das aposentadorias; financiamento da Previdência Social: receitas, renúncias e recuperação de créditos; diferença de regras entre homens e mulheres, pensões por morte; Previdência rural: financiamento e regras de acesso; regimes próprios de Previdência e convergência dos sistemas previdenciários.

O Facebook quer impedir que sua rede social e aplicativo de compartilhamento de fotos Instagram sejam utilizados ​​como um meio para negociar a venda de armas entre particulares. O grupo americano atualizou na sexta-feira (29) suas regras de uso, que agora proíbem os usuários que não são licenciados a utilizar o Facebook para oferecer armas à venda ou negociar transações entre indivíduos.

"Nos últimos dois anos, cada vez mais pessoas passaram a utilizar o Facebook para encontrar produtos e para comprar e vender coisas uns dos outros", explicou Monika Bickert, chefe do setor de políticas de produtos do Facebook.

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"Atualizamos nossas regras para produtos regulamentados de forma a refletir esta evolução", acrescenta ela. As novas regras não afetarão os comerciantes licenciados para vender armas, que continuarão a mostrar o seu catálogo na rede, que conta com 1,59 bilhão de membros.

O Facebook tem regras semelhantes para outros produtos cuja venda é regulamentada, como medicamentos que requerem receita médica, ou para drogas ilegais. Facebook e Instagram já haviam restringido em 2014 as publicações sobre a compra e venda de armas a apenas os seus usuários com mais de 18 anos.

No entanto, a rede social tem sofrido forte pressão política nos Estados Unidos para impedir as pessoas de contornar as leis que regem a venda de armas ou a verificação de antecedentes criminais dos compradores. Os movimentos que defendem um maior controle da venda de armas de fogo o aplaudiram o anúncio.

"Um grande sinal positivo ao Facebook por este passo importante!", declarou em um comunicado Dan Gross, presidente da campanha Brady contra a violência com armas de fogo, cujo nome foi escolhido em homenagem a um ex-porta-voz da Casa Branca que se tornou militante da causa.

Segundo ele, a alteração feita pelo Facebook vai ajudar a prevenir que armas de fogo cheguem às mãos de pessoas perigosas. Um outro movimento, Moms Demand Action, também elogiou a mudança, fruto, de acordo com o grupo, de dois anos de pressão concentrada na rede.

"Esses avanços conduzem a novas políticas para reduzir a exposição das crianças às armas de fogo e esclarecer as leis estaduais em todo da venda e compra de armas online", declarou a fundadora do movimento, Shannon Watts.

Outra organização disse ter realizado uma investigação secreta que mostrou que um grande número de criminosos procuravam e obtinham na internet armas ilegalmente.

Barack Obama ressaltou no início de janeiro a urgência absoluta de agir sobre a questão das armas de fogo nos Estados Unidos, revelando uma série de medidas para melhor o monitoramento e controle de sua venda.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) vai publicar uma correção da resolução sobre as regras de cirurgia bariátrica, divulgadas nesta quarta-feira (13). De acordo com a entidade, o Índice de Massa Corporal (IMC) mínimo para a indicação da cirurgia continua sendo 40 kg/m2.

A mudança apresentada pela nova regra aprovada pelo CFM é a ampliação da lista de exceções, que permite a realização do procedimento quando pacientes apresentam IMC maior de 35 kg/m2.

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A nova resolução do CFM aponta 21 doenças associadas à obesidade que podem levar a uma indicação da cirurgia, dentre elas depressão, disfunção erétil, hérnias discais, asma grave não controlada, diabetes, hipertensão, ovários policísticos.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou no Diário Oficial da União (DOU) resolução com mudanças nas regras para tratamento da obesidade mórbida por meio da cirurgia bariátrica. O novo texto indica o procedimento para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 35kg/m?, e não mais acima de 40kg/m?, e para pacientes com IMC maior que 35kg/m? que também sejam portadores de comorbidades, doenças agravadas pelo sobrepeso e que melhoram quando a obesidade é tratada de forma eficaz.

A nova resolução do CFM aponta 21 doenças associadas à obesidade que podem levar a uma indicação da cirurgia, dentre elas depressão, disfunção erétil, hérnias discais, asma grave não controlada, diabetes, hipertensão, ovários policísticos.

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As regras alteram o anexo da Resolução CFM 1.942/2010, que trazia como indicações para a cirurgia IMC acima de 40kg/m? ou IMC acima de 35kg/m?, desde que portadores de comorbidades "tais como diabetes tipo 2, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doença coronariana, osteo-artrites e outras". A resolução publicada hoje amplia o rol dessas doenças.

O texto também faz mudanças relacionadas à idade mínima para a cirurgia. De modo geral, o procedimento é voltado para maiores de 18 anos. Antes, jovens entre 16 e 18 poderiam fazer a cirurgia, caso o risco-benefício fosse bem analisado. Agora, de acordo com o CFM, além dessa análise e outras regras anteriores, devem ser observadas novas exigências, como a presença de um pediatra na equipe multiprofissional e a consolidação das cartilagens das epífises de crescimento dos punhos.

Para menores de 16 anos, a bariátrica só será permitida em caráter experimental e dentro dos protocolos do sistema Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CEP/Conep). Pacientes com mais de 65 anos poderão fazer a cirurgia desde que respeitadas as condições gerais descritas na resolução e após avaliação do risco-benefício.

As novas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) vão ajudar a preencher todas as vagas com financiamento disponível em 2016, disse o diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), Sólon Caldas. No último processo seletivo, de acordo com ele, 40% das vagas ficaram ociosas porque não correspondiam a todos os critérios do Ministério da Educação (MEC). Agora, as vagas que não forem preenchidas durante o processo seletivo poderão ser redistribuídas entre os cursos da própria instituição superior.

As novas regras do Fies, publicadas segunda-feira (14), estabelecem, entre outros critérios, que 70% das vagas ofertadas irão para os cursos considerados prioritários pela pasta, como os das áreas de saúde, engenharia e de formação de professores. Elas também deverão estar em cursos com maiores avaliações no MEC e em cidades com os menores Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).

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Excluindo-se o critério do IDHM, os demais já foram considerados no processo seletivo do segundo semestre de 2015. A novidade para o ano que vem é que as vagas que não forem preenchidas poderão ser redistribuídas, primeiramente aos demais cursos prioritários com a avaliação máxima no MEC. Depois, deverão seguir a ordem de maior nota no MEC e, por fim, serão direcionadas aos mais concorridos na institução, mesmo não sendo áreas prioritárias.

"De um lado tinha vagas sem ocupação. Do outro, havia muitos alunos pleiteando vagas. Mas a demanda maior não estava nos cursos em que o MEC liberou vagas. Agora, com a flexibilização, uma vez que o Orçamento esteja aprovado, não vai se perder a vaga do curso que tenha maior demanda", afirma Caldas.

O diretor disse ainda que, ao contrário das primeiras mudanças feitas no fim do ano passado nas regras do Fies, decididas, segundo ele, sem diálogo, as instituições têm sido convocadas pelo MEC para discutir as alterações nas regras do programa. "Fomos convidados pelo MEC para participar de uma rodada de negociações para chegar a um modelo que está mais próximo da realidade. Observamos incoerências no primeiro e no segundo semestre de 2015".

Uma das sugestões dadas pelas particulares e não acatada pelo MEC foi a redução da nota exigida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) dos atuais 450 pontos para 400. Segundo Caldas, isso possibilitaria que mais alunos de baixa renda - o limite de renda para participar do Fies é 2,5 salários mínimos - participassem do processo seletivo e possibilitaria maior preenchimento das vagas. A pontuação de 450, no entanto, iguala a exigência do Fies à do Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudo em instituições privadas.

Para os estudantes, as novas regras são positivas. "As mudaças caminham no sentido de dar mais concretude e transparência às regras que já tinham sido divulgadas. Antes, eram priorizadas as regiões mais pobres do país, agora, com o critério sendo o IDHM, consegue-se fazer de uma forma mais precisa a distribuição das vagas", diz a presidenta da União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral.

O Fies é um programa do governo que oferece financiamento em instituições privadas de ensino superior com juros mais baixos. Atualmente, cerca de 2,1 milhões de contratos estão ativos.

O anteprojeto do novo Código de Execução Penal para Pernambuco será discutido, na próxima quinta-feira (22), durante uma audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa (Alepe). O texto foi elaborado pela Comissão Especial de Elaboração do Código Penitenciário de Pernambuco (CEEACPP), criada pela Ordem dos Advogados do Brasil seccional Pernambuco (OAB-PE).

A CEEACPP reuniu juristas e técnicos especializados em execução penal. Entre eles está o presidente da Subcomissão de Apoio à Ressocialização e à Política Prisional da OAB-PE, Adeildo Nunes. Após a finalização do texto, o anteprojeto foi submetido à aprovação do Conselho Pleno. Em agosto, o presidente  OAB-PE, Pedro Henrique, entregou pessoalmente o anteprojeto de lei ao governador do Estado, Paulo Câmara.

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“É a nossa contribuição, e de toda a sociedade civil organizada, a uma causa tão urgente”, afirmou o presidente. Advogados, parlamentares, membros do Poder Judiciário, do Ministério Público, defensores públicos, agentes penitenciários e autoridades do Estado são esperados na audiência para debater os detalhes da proposta.

As novas regras para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) foram publicadas nesta sexta-feira (3) no Diário Oficial da União. As medidas valem para adesões feitas a partir do segundo semestre de 2015. A portaria oficializa mudanças anunciadas pelo Ministério da Educação (MEC), que estabelecem prioridade na oferta de vagas para as regiões Norte, Nordeste e Cento-Oeste – excluído o Distrito Federal – e em cursos das áreas de engenharia, saúde e formação de professores.

Terão prioridade os cursos com nota 4 e 5 nas avaliações do MEC. A nota máxima é 5. A Secretaria de Educação Superior do ministério poderá definir critérios adicionais para a distribuição de vagas, caso julgue necessário.

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No dia 26 de junho, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, anunciou 61,5 mil vagas para a edição do segundo semestre de 2015 do Fies. Na ocasião, o ministro informou que os juros passariam dos atuais 3,4% anuais para 6,5%. A portaria publicada do Ministério da Educação não detalha o número de vagas e condições do financiamento.

A partir de agora, passa a valer a mudança no limite de renda para contratar o financiamento que será a renda familiar mensal bruta de 2,5 salários mínimos por pessoa, já informada em nota conjunta divulgada pelos ministérios da Educação e do Planejamento, no dia 26 de junho. Antes, a renda familiar bruta era de até 20 salários mínimos.

Poderá se inscrever no processo seletivo o estudante que, cumulativamente, não tenha concluído curso superior, tenha feito a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a partir da edição de 2010, e obtido média superior a 450 pontos, sem tirar nota 0 na redação.

As mantenedoras de instituições de educação superior interessadas em participar desse processo seletivo do Fies deverão assinar o termo de participação entre 6 e 17 de julho, no qual constará proposta de oferta de vagas estabelecidas na portaria.

Os ministérios da Educação e do Planejamento, Orçamento e Gestão divulgaram nota na qual esclarecem detalhes sobre novas regras do funcionamento do programa de financiamento estudantil do governo, o Fies. Entre as principais mudanças está um critério para determinar o comprometimento de renda que cada família tem com o financiamento do curso de um estudante. Para famílias com baixo comprometimento, uma parcela menor da mensalidade será financiada.

O Ministério da Educação já havia anunciado a oferta de 61,5 mil novas vagas para o Fies no segundo semestre deste ano. Somadas às vagas do primeiro semestre, o total de 2015 alcança 314 mil. O ministro Renato Janine Ribeiro informou num vídeo na sexta-feira (26) que o programa ganhou novos ajustes, como aumento dos juros, por exemplo. A nota do MEC e do Planejamento dá mais detalhes sobre o funcionamento desse novo Fies.

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O público-alvo do programa foi redimensionado para alcançar os estudantes cuja renda familiar per capita seja de até 2,5 salários mínimos. Até o último ciclo, podiam pedir financiamento estudantes com renda familiar mensal de até 20 salários mínimos.

O novo Fies introduz a ideia de "coparticipação". Em vez de ter o curso totalmente financiado, o aluno vai contribuir pagando uma parte e essa parcela será determinada de acordo com o comprometimento da renda familiar. Conforme o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, havia noticiado, fontes do setor privado já esperavam redução na prática de financiar 100% do curso. Até o momento, cerca de 75% dos alunos no Fies tinham o curso totalmente financiado, segundo cálculos do setor.

A nota dos ministérios confirma que os juros passarão de 3,4% para 6,5% ao ano. O prazo de amortização cai de três vezes o tamanho do curso somado de um ano para apenas três vezes o tamanho do curso. Antes do período de amortização, enquanto o aluno ainda estuda ou durante o prazo de carência de 12 meses, o estudante paga uma parcela referente aos juros do financiamento. Antes das mudanças, esse valor era fixado em R$ 50 por trimestre e agora pode chegar a até R$ 250 por trimestre.

"As alterações nas condições de financiamento visam reduzir o subsídio por aluno de forma a fortalecer a sustentabilidade do programa, tornando possível que, no médio prazo, os novos entrantes sejam financiados, em sua maioria, pelos formados", diz a nota. "No curto prazo, o realinhamento dos custos de financiamento ao seu retorno mitiga possíveis distorções no mercado de crédito", acrescenta.

A nota ainda confirma os critérios já anunciados pelo ministro Janine Ribeiro para priorização de cursos. Haverá prioridade para cursos com notas 5 e 4. Os ministérios informam que 25% das vagas disponibilizadas serão de cursos com conceito 5. Também serão priorizados cursos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, excluído o Distrito Federal. Além disso, o governo quer garantir que a maioria das vagas disponibilizadas seja de cursos da área de saúde, de formação de professores (licenciaturas, pedagogia ou normal superior) e da área de engenharia.

O Ministério da Educação (MEC) anuncia nesta sexta-feira (26) as alterações no Financiamento Estudantil (Fies) que valerão no segundo semestre e nos próximos anos. Os juros do financiamento vão aumentar e o limite de renda dos beneficiados será menor. O programa terá oferta máxima de vagas por ano. Além disso, os tipos de cursos financiados e os indicadores de qualidade serão mais restritos.

Os juros do financiamento vão passar dos atuais 3,4% ao mês para em torno de 6%, segundo o Estado apurou. Mesmo com a mudança, a taxa continua abaixo da inflação média dos últimos anos, o que significa que o programa continuará sendo subsidiado pelo governo.

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O Ministério quer financiar o estudo de 310 mil a 350 mil pessoas anualmente nos próximos anos. O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, deve anunciar hoje quantas vagas serão oferecidas no segundo semestre - em 2015 já foram fechados 252 mil contratos. Os novos financiamentos deverão ser centralizados em um sistema do MEC, a exemplo do que ocorre no Programa Universidade Para Todos (ProUni) e com as vagas das federais pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

O limite de renda para quem busca o Fies será reduzido, como o ministro já havia afirmado em entrevistas. Hoje, estudantes com renda familiar de até 20 salários mínimos (R$ 15.760) podem acessar o programa, e dados do Fies mostram que a taxa de matrícula dos alunos com mais de R$ 5 mil de renda foi a que mais aumentou.

Medidas tomadas pelo governo no primeiro semestre serão oficializadas. Cursos em áreas consideradas estratégicas para o País, como Engenharia, Saúde e formação de professores, terão prioridade. Os critérios de qualidade também serão refinados e os cursos com nota 5, índice máximo na escala de qualidade do MEC, serão privilegiados.

Apesar de o ministério ter trabalhado neste ano com esses critérios, eles não haviam sido oficializados. As regras do Fies definem quais cursos com notas a partir de 3 podem participar.

Limites

No ano passado, o Fies teve 732 mil novos contratos, chegando a um volume acumulado de 1,9 milhão de alunos no programa. O gasto com o programa ultrapassou os R$ 13,7 bilhões.

Com o esfriamento da economia, o governo tomou uma série de medidas restritivas já no fim do ano passado como forma de economizar com o Fies. Limitou o número de contratos, impôs desempenho mínimo no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para os interessados e estipulou teto de 6% para o reajuste das mensalidades.

As mudanças de agora alteram as regras decididas em 2010 e que permitiram a popularização do programa. Reportagens publicadas pelo Estado desde fevereiro revelaram que, apesar desse aumento de contratos e custos, o ritmo de matrículas no ensino superior caiu. Muitas instituições particulares passaram a incentivar alunos já matriculados a não pagar a mensalidade e entrar no Fies. Com isso, o valor médio das mensalidades subiu.

Em março, a presidente Dilma Rousseff admitiu que o governo "errou" com o Fies ao permitir que o controle das matrículas ficassem nas mãos das instituições privadas. As mudanças atuais foram pactuadas com representantes das instituições ontem à tarde.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O novo cálculo apresentado pelo governo para definir o valor das aposentadorias pode provocar um aumento no número de processos que correm à Justiça, segundo especialista. Na avaliação da advogada previdenciária Marta Gueller, sócia do escritório Gueller, Vidutto e Portanova, a alteração nas regras pode resultar num aumento no número de processos pedindo a "desaposentação".

Esse tipo de ação pede que os aposentados que voltaram ao mercado de trabalho possam cancelar os benefícios antigos, substituindo-os por outros de maior valor - de acordo com as novas contribuições feitas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

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O debate sobre "desaposentadoria" ainda aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Até agora, a Corte teve dois votos favoráveis e dois contrários. No fim de 2014, a Advocacia-Geral da União estimava em mais de 123 mil as ações judiciais pedindo a "desaposentação". O impacto financeiro previsto pelo INSS para os processos que tramitam na Justiça pode chegar a R$ 70 bilhões.

"Quando a Corte decidir (sobre a ‘desaposentadoria’), caso seja favorável, a pessoa ganhará os benefícios retroativos à data em que entrou na Justiça", explica Marta. Fora desse âmbito da "desaposentação", no entanto, Marta acha difícil que o Judiciário adote medidas retroativas para beneficiar os segurados.

Segundo a advogada, o STF já julgou ação similar sobre as pensões - que passaram pela mesma situação da Previdência - e decidiu que seria válida a lei da época do requerimento. "Mas, sempre que há mudança na legislação, abrem-se portas para interpretações. Existe o princípio da isonomia, que é tratar as pessoas de forma igual. Então, a pessoa tendo o mesmo tempo de contribuição e a mesma idade na data da aposentadoria, se obteve o benefício antes ou depois da Medida Provisória, teve tratamento desigual", diz.

Risco jurídico

Caso a Medida Provisória sofra alterações no Congresso, como já sinalizou o presidente do Senado, Renan Calheiros, isso aumentará ainda mais o risco jurídico. "Caso haja mudanças no Congresso e a presidente Dilma sancione, a regra mudará novamente. E aí pode gerar ações alegando insegurança jurídica e instabilidade. E, nesse caso, não há manifestação do Supremo a respeito", diz.

Mudança

No modelo proposto pelo governo, os contribuintes poderão se aposentar com 100% da média das contribuições que realizaram ao INSS quando a soma do tempo de contribuição e idade chegar a 85, no caso das mulheres, e 95, no caso dos homens. Se essa pontuação for alcançada até 2016, o fator previdenciário deixa de incidir. A partir daí, haverá um escalonamento até 2022.

"Quando se altera a regra dizendo que ela não é mais necessária, quem está lá atrás tende a pleitear a mudança", afirma Solange Vieira, economista e criadora do fator previdenciário.

Piora

Na avaliação da economista, a fórmula proposta pelo governo deve piorar o resultado das contas públicas do País. "A nova regra prejudica o equilíbrio atuarial, de se olhar para a Previdência como uma questão de pagar ao segurado uma poupança acumulada e rentabilizada por uma taxa de juros", diz. Para ela, há dois caminhos para tornar o sistema previdenciário do País sustentável: estabelecer uma capitalização separada para cada pessoa e, em seguida, fazer o cálculo em cima do valor acumulado ou se adotar uma política de idade mínima. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Educação (MEC) anunciou, no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (2), novas normas para que cidades sejam pré-selecionadas para receber cursos de medicinas em instituições privadas. Entre os principais tópicos que deverão ser levados em consideração estão a relevância e a necessidade social da oferta de graduação, estrutura de equipamentos públicos, existência de programas de saúde, demanda por médicos, bem como os municípios deverão ter hospital ou unidade hospitalar com potencial para ser certificado como espaço de ensino. 

A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) será responsável pela pré-seleção das cidades. De acordo com o MEC, para participar do processo seletivo, os municípios deverão aderir ao chamamento público, que é uma etapa da autorização de funcionamento do curso por instituição de educação superior privada. 

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As cidades pré-selecionadas receberão a inspeção de comissões. Durante as visitas, será analisado se os municípios respeitam as normas, principalmente no que diz respeito à estrutura de equipamentos públicos e existência de programas de saúde que possam garantir o funcionamento do curso. O MEC adianta que os locais que não atenderem os critérios de pré-seleção serão excluídos do processo de escolha. Confira as novas regras na publicação do DOU

Apesar de toda a insatisfação de instituições de ensino superior e do descontentamento de muitos estudantes, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) já registrou 210 mil pedidos de adesão, após a vigência das novas regras estabelecidas pelo Governo Federal. Nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não tirar zero na prova de redação são as exigências.

Segundo a assessoria de comunicação da Presidência da República, com as novas regras, o Governo pretende melhorar a qualidade do ensino do País. O Ministério da Educação (MEC) acredita que os novos critérios cobrados dos estudantes fortalecem as exigências já existentes para as instituições de ensino, em relação à qualidade dos cursos. Ainda de acordo com o MEC, no ano passado, cerca de 70% dos inscritos no Enem teriam nota compatível para ingressar no Fies.

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Os estudantes devem solicitar a adesão ao Fies até o dia 30 deste mês, por meio do endereço virtual do Fundo. Ocorrendo problemas no processo da inscrição ou o aditamento do contrato de financiamento, o estudante deve entrar em contato com o telefone 0800-616161.

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