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A Argentina se tornará nesta quarta-feira (7) membro pleno da Agência de Energia Nuclear (AEN) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A informação é da Agência EFE.

A entrada da Argentina na agência, aprovada pelo Conselho da OCDE no dia 17 de maio, será formalizada como resultado de entendimento mantido entre o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, e os ministros argentinos de Relações Exteriores, Susana Malcorra, e de Energia e Mineração, José Luis Aranguren.

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A Argentina solicitou sua admissão à OCDE, organismo que agrupa 35 países e tem como missão promover políticas que melhorem o conforto econômico e social.

Representantes do governo do presidente argentino, Mauricio Macri, participam hoje e amanhã em Paris da Reunião do Conselho Ministerial da OCDE, onde será formalizado o ingresso da Argentina à AEN.

Em comunicado, a chancelaria argentina disse que o encontro reunirá os países-membros e associados, bem como várias organizações internacionais, para debater os benefícios e as deficiências da globalização e do comércio.

A Argentina terá participação especial na sessão "Comércio e Investimento Internacional para Benefício de Todos", que será realizada nesta quinta-feira (8).

Na nota, a chancelaria argentina ressaltou que um dos principais objetivos do política exterior do governo Macri é "aprofundar a inserção do país no mundo", e que "nesse marco se inscreve a atual política de aproximação da OCDE.

De acordo com uma pesquisa realizada em 34 países e mais de 100 mil professores pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o líder do ranking de violência nas escolas. 

A pesquisa ouviu profesores e diretores de instituições de ensino do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio. Ao todo 12,5% dos professores afirmam sofrer agressões verbais ou intimidações por parte dos alunos pelo menos uma vez por semana, enquanto a média mundial foi de 3,4%. Em segundo lugar aparece a Estônia, com 11% e a Austrália com 9,7%. Os países que registraram os menores índices de violência foram a Coreia do Sul, Malásia e Romênia, que tiveram índice zero.

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Para a psicopedagoga, especialista em educação especial e em gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga, “As causas dessa violência podem ser diversas. Vemos casos, por exemplo, que são desde alunos com possíveis distúrbios até a falta de valorização do professor. Esse quadro pode ser amenizado ou até mesmo revertido se tivermos um intenso trabalho dos núcleos da educação em conjunto com a comunidade e, obviamente, com as famílias dos alunos”, explica.

Outro estudo internacional sobre professores, ensino e arendizagem, o Talis (Teaching and Learning International Survey) mostra que somente 12,6% dos professores brasileiros se sentem valorizados pela sociedade, enquanto a média mundial é de 31%. Para Ana Regina, “O impacto está diretamente ligado a motivação do professor em elaborar aulas dinâmicas com estratégias adequadas para cada turma ou que atenda as especificidades dos alunos ou da maioria. O reconhecimento em qualquer área faz com que o profissional se sinta parte de um grupo e esteja inserido na instituição em que trabalha”, diz a especialista.

As meninas brasileiras tiveram um desempenho menor do que o dos meninos em Ciências e Matemática no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), em 2015. Em leitura, elas tiveram um desempenho superior. Segundo o relatório e especialistas em Educação, a diferença se deve aos estereótipos de gênero que são reproduzidos desde o começo da infância.

A disparidade nessas áreas não é exclusividade do Brasil e acontece também em países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. No Brasil, cerca de 1% dos meninos alcançou proficiência em Ciências nos dois níveis mais altos, 5 e 6 - já o porcentual de meninas que atingiu esses níveis é de apenas 0,5%.

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Em Matemática, o Brasil está entre os 28 países em que o desempenho dos meninos superou o das meninas em mais de 15 pontos. Já em leitura as estudantes tiveram desempenho superior aos dos meninos em todos os Estados - na Bahia, a média delas foi 34 pontos maior.

"As meninas têm um desempenho um pouco mais baixo em Matemática e melhor em Português. Obviamente, essa diferença não é consequência de fatores biológicos, mas culturais", disse Sandra Unbehaum, coordenadora de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, que tem como iniciativa o projeto Elas nas Exatas para incentivar meninas da educação básica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As notas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) apontam para uma grande diferença entre as redes pública (federal, estadual e municipal) e privada de ensino no País. As escolas particulares brasileiras ainda têm desempenho menor que a média de países ricos em Ciências e Matemática.

Em Ciências, a rede particular obteve 487 pontos (a dos países ricos foi de 493) - 93 pontos a mais do que a rede estadual e 158 na frente da municipal. As duas redes públicas não alcançaram nem mesmo o nível dois, considerado pela OCDE como o básico de proficiência que permite a aprendizagem e a participação plena na vida social, econômica e cívica das sociedades modernas.

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Em Matemática, as escolas particulares estão no nível 2 e tiveram média de 463 pontos (a da rede estadual é de 369 e da municipal, 311 - situando-as no nível 1A, quando os alunos não conseguem empregar algoritmos, fórmulas e procedimentos para resolver problemas com números inteiros) e ficaram 27 pontos abaixo da média dos países ricos.

Apenas em leitura a rede particular brasileira alcançou a mesma média dos países desenvolvidos - 493 pontos, alcançando o nível 3 de proficiência (na rede estadual foi de 402 e na municipal, de 325 - localizando-as no nível 1A, quando o aluno consegue apenas reconhecer o assunto principal em um texto).

Para Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a diferença de desempenho entre as escolas privadas e públicas é um reflexo da situação brasileira e ressalta que nem os alunos das escolas particulares estão recebendo uma formação adequada, uma vez que têm desempenho abaixo dos países que integram a OCDE. "A rede particular no Brasil: ela é realmente boa ou tem como vantagem receber um aluno com perfil mais homogêneo?"

Ainda de acordo com a avaliação, o desempenho da rede federal supera o da particular. Em leitura, as escolas federais tiveram 35 pontos a mais. Em Ciências, foram 30 pontos a mais e em Matemática, 25. "E nos mostram que o segredo é expandir esse modelo e não acreditar apenas que o que dá certo é a escola privada", afirmou Cara.

Comparações

A diferença por rede expõe o abismo de qualidade entre as escolas, tornando-as próximas do desempenho dos membros mais ricos da OCDE. A média de Ciências da rede federal, por exemplo, é próxima e semelhante às de Hong Kong (523), Nova Zelândia (513) e Austrália (510). Já a média da rede municipal na mesma área só se assemelha à da República Dominicana (332). No caso da rede estadual, a nota é semelhante à de Peru (397), Líbano e Tunísia.

São Paulo, o Estado mais rico do País e com a maior rede pública de ensino, está estagnado nas notas das três áreas avaliadas (Matemática, Leitura e Ciências) pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) e distante da meta do governo estadual de posicionar São Paulo nos próximos 20 anos entre os 25 melhores sistemas educacionais do mundo.

Em Ciências, o Estado obteve uma média de 409 pontos - 8 pontos a menos que em 2013. Em Leitura, a nota foi de 417 e em 2013 havia sido de 422. Matemática foi a área com a diminuição mais expressiva na nota: a queda foi de 404 para 386 - 18 pontos de diferença.

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O Estado ficou em 7.º lugar no "ranking" nacional por desempenho em Ciências. A nota está acima da média nacional, de 409, mas deixa São Paulo atrás de Espírito Santo, Distrito Federal, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nas outras áreas, o quadro é semelhante: em leitura e Matemática, São Paulo ficou em 6.º lugar no País.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (SEE) ressaltou que os dados do Pisa englobam todas as redes de ensino de São Paulo: privada, federal, municipal e estadual. No entanto, dos estudantes que fizeram a prova no Brasil, 73,8% são estudantes das redes estaduais, segundo informou o estudo.

A SEE não comentou a estagnação registrada pelo Pisa, mas informou que o "indicador oficial" para avaliação das redes públicas é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), formado por dois componentes: a aprendizagem em Matemática e Português e a taxa de fluxo (aprovação, reprovação e abandono escolar). "(O Ideb) mostra que o Estado de São Paulo em 2015 teve o melhor resultado do País, com o primeiro lugar simultaneamente em todos os três ciclos. São Paulo também mantém o melhor índice de distorção idade-série do País." Em 2015, as escolas da rede estadual paulista registraram melhora na nota do Ideb, mas também não atingiram a meta estipulada para o anos finais do ensino fundamental (do 6.º ao 9.º ano) e do médio.

Para Emerson Santos, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), os problemas da rede já são denunciados pelos estudantes desde o ano passado. "As ocupações foram contra a reorganização, mas só ocorreram porque os alunos estavam cansados do sucateamento das escolas. Eles convivem com estrutura precária, falta de professor, de material didático."

Colaboração.

Para Mozart Neves Ramos, diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, no Estado de São Paulo há pouca cooperação entre as redes municipais e estaduais, o que dificulta uma continuidade no ensino. "Estados como Ceará e Espírito Santo têm um trabalho colaborativo e cooperativo muito maior entre as redes. Em São Paulo, clivagens e desigualdades poderiam ser reduzidas substancialmente se houvesse um regime de colaboração. A gente perde muito com a descontinuidade política."

Ramos também destacou que a melhora na educação em outros países só ocorreu após a valorização da formação dos professores. "A estagnação da educação brasileira em níveis tão baixos mostra que o modelo de ensino está esgotado. A mudança passa pelos professores." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A chegada de migrantes aos países da OCDE aumentou em 2015 pelo segundo ano consecutivo, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (19), que ressalta a necessidade de novas políticas de integração para frear o crescente sentimento anti-imigrantes de uma parte da população.

Cerca de 4,8 milhões de pessoas imigraram aos países da OCDE em 2015, um aumento de 10% em relação a 2014, afirma este organismo que reúne 34 países desenvolvidos, incluindo Chile, Espanha e México, em seu relatório "Perspectivas da Migração Internacional 2016".

Entre estas pessoas, 1,65 milhão são solicitantes de asilo, principalmente sírios e afegãos, que fogem da guerra e de outras calamidades, um número recorde. A Alemanha, a maior economia europeia, se converteu no principal destino dos refugiados, com mais de um milhão de solicitantes de asilo em 2015. Mas, proporcionalmente a sua população, a Suécia recebeu mais solicitações que a Alemanha (1,6%).

No entanto, apesar desta afluência de refugiados sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial, os países membros da OCDE não realizaram nenhuma mudança importante em suas políticas migratórias, critica o organismo.

A publicação deste relatório coincide com a realização de uma cúpula sobre refugiados e migrantes em Nova York, onde os 193 países membros da ONU se preparam para adotar uma série de compromissos para responder à grave crise migratória antes da Assembleia Geral.

- Soluções globais e locais -

Embora esta crise exija respostas rápidas, os países devem adotar políticas migratórias ao mesmo tempo globais e locais que se inscrevam no longo prazo, convocou Stefano Scarpetta, diretor de Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais da OCDE.

"Deixar que cada país enfrente sozinho fluxos maciços de migrantes, como foi o caso há pouco tempo com a crise de refugiados, não ajudará a resolver os problemas de forma adequada. Cada país deve dar sua contribuição", acrescentou Scarpetta.

O relatório destaca a importância de melhorar a integração das comunidades de migrantes, sobretudo através da inserção rápida no mercado de trabalho, ao acesso a cursos de idiomas e ao reconhecimento dos diplomas e qualificações dos migrantes.

"Agora, o grande desafio é a integração", ressaltou o Secretário-Geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos, Ángel Gurría, durante a apresentação do relatório em Paris.

Gurría citou a Suécia como exemplo de um país que fez grandes progressos na integração rápida dos recém-chegados.

"A Suécia não espera que os migrantes falem sueco com fluência ou que tenham qualificações em engenharia. Coloca os migrantes para trabalhar e depois ensina sueco no local de trabalho", explicou.

- Evitar fraturas sociais -

Nos últimos anos, as pesquisas de opinião mostram que a afluência maciça de migrantes levou a um clima de descontentamento crescente que a direita populista continua aproveitando em Alemanha, França e Áustria, entre outros países.

Nos Estados Unidos, o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, também fez da imigração um de seus principais temas de campanha, propondo a criação de um muro na fronteira com o México e a deportação de milhares de ilegais.

Em parte, este descontentamento se origina em um sentimento geral de uma perda de controle do fluxo de migrantes e em uma percepção de que a imigração é uma ameaça para o bem-estar econômico e social das populações locais, afirma o documento.

O Brasil está no topo do ranking em relação ao número de jovens entre 20 e 24 anos que não estão estudando: 75%. O porcentual é apontado na versão mais recente do relatório "Education At a Glance", da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), que traz um estudo comparativo sobre índices educacionais entre 41 países.

Embora seja um dado preocupante, a pesquisa mostra que mais da metade desses jovens estão trabalhando e 57% já concluíram o ensino médio (50%) ou superior (7%). O detalhamento dos dados brasileiros comparados aos dos demais países - 34 membros da OCDE e 7 parceiros da organização - será feito nesta quinta-feira, 15, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, do Ministério da Educação (Inep/MEC).

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Quando se analisa uma faixa maior de idade, entre 15 e 29 anos, o relatório conclui que 20% dos brasileiros fazem parte da chamada "geração nem-nem", expressão que designa aqueles que não trabalham nem estudam. O índice é maior que a média registrada pela OCDE em 2014, que ficou em 15%.

A pesquisa ainda diz que, no Brasil, a taxa de desemprego foi de menos de 6% em todos os níveis de escolarização, enquanto na OCDE essa porcentagem varia entre 4,9% (para os que têm ensino superior) e 12,4% (para os que não terminaram o ensino médio).

Outro dado brasileiro que chama a atenção é que o País também é "campeão" em disparidade salarial relacionada ao gênero, apesar de ter tido uma pequena evolução em relação ao relatório de 2015. No ano passado, o documento mostrou que o salário médio de uma mulher brasileira com educação superior representa apenas 62% do de um homem com a mesma escolaridade. Neste ano, representa 65%. Ou seja, a cada R$ 100 que um homem ganha, a mulher recebe R$ 65.

Mas a situação do Brasil perante os "concorrentes" também tem pontos positivos. Ao passo que, entre 2005 e 2013, a proporção de gastos públicos para a educação diminuiu em mais de dois terços dos países analisados, no Brasil ocorreu o contrário. A média da OCDE é de 11%, mas o Brasil superou esse índice ao dedicar pelo menos 16% do gasto público total ao setor, ficando atrás apenas de México e Nova Zelândia nesses investimentos.

O índice de indicadores antecedentes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) recuou levemente, de 99,7 em janeiro para 99,6 em fevereiro. O resultado sugere, portanto, que a perspectiva para os países desenvolvidos como um todo continua a se enfraquecer. No caso do Brasil, a leitura manteve-se estável em patamar fraco, de 97,7. Uma leitura abaixo de 100,0 pontos sugere crescimento abaixo do normal.

O órgão de pesquisas sediado em Paris disse que sua medida da atividade econômica futura, baseada em informações disponíveis até fevereiro, continua a apontar para desaceleração nos EUA, no Japão, na Alemanha e no Reino Unido. Nos EUA, o número foi de 99,0 em janeiro para 98,9 em fevereiro, no Japão a leitura foi de 99,6 a 99,5, na Alemanha caiu de 99,8 a 99,7, enquanto no Reino Unido a leitura teve baixa de 99,2 para 99,1.

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Na Itália, a leitura passou de 100,8 para 100,7 em fevereiro, enquanto no Canadá manteve-se em patamar mais baixo, de 99,4.

No geral, os indicadores antecedentes significam que a economia global não deve acelerar em 2016, após vários anos de crescimento fraco. Os números sugerem, porém, que o crescimento chinês deve continuar constante, após uma desaceleração recente, que gerou temores de que a segunda maior economia do mundo possa sofrer um "pouso forçado". A leitura da China manteve-se em 98,4 em fevereiro.

A leitura de indicadores antecedentes da OCDE tem como objetivo fornecer sinais preliminares de mudanças entre a aceleração e a desaceleração na atividade econômica, baseando-se em uma variedade de séries de dados que tem um histórico de antecipar mudanças na atividade futura. Fonte: Dow Jones Newswires.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) não espera que a economia da China sofra um pouso forçado, afirmou o secretário-geral da entidade, Ángel Gurría. Em Berlim, Gurría disse que a desaceleração nos investimentos na China não é ainda compensada por um maior consumo.

Gurría afirmou, porém, que o país asiático passa por um período de transição, onde é reduzido o excesso de capacidade de alguns setores, como o de aço. As declarações do líder da OCDE são datas após a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixar recentemente a perspectiva do rating chinês, de estável para negativa. Fonte: Dow Jones Newswires.

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O Brasil é o País com a maior carga tributária em toda América Latina e Caribe. Estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revela que brasileiros pagam o equivalente a 33,4% do tamanho da economia em taxas e impostos. Proporcionalmente, o montante é mais de 50% superior à média da região. Apesar de liderar a incidência de impostos, a cobrança é desigual. Enquanto o Brasil está no grupo dos que têm menos impostos sobre a renda e lucro, é um dos que mais cobram sobre a seguridade social.

Um novo estudo sobre estatísticas tributárias confirma a percepção dos brasileiros de que a carga tributária é elevada. Em 2014, brasileiros desembolsaram o equivalente a um terço do Produto Interno Bruto (PIB) para pagar impostos, taxas e contribuições. Essa é a maior carga entre 22 países listados e o dado brasileiro é mais de dez pontos porcentuais superior à média de 21,7% registrada na América Latina e Caribe. O indicador brasileiro tem girado entre 32% e 33% do PIB desde 2005.

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"Argentina (com 32,2% do PIB), Barbados (30,4%) e Brasil (33,4%) estão consideravelmente acima da média regional", destaca o estudo divulgado pela OCDE. "Países com níveis mais elevados de PIB per capita são mais propensos a apresentar os coeficientes mais elevados de impostos em relação ao PIB." Na região, a menor carga é a da Guatemala, que arrecada 12,6% do PIB dos contribuintes.

O estudo revela que, efetivamente, o Brasil já tem uma carga tributária comparável a dos países ricos da OCDE - grupo dos 34 economias mais desenvolvidas do mundo -, onde a média de impostos equivale a 34,4% do PIB. O Brasil está um ponto porcentual abaixo da média. Nesse grupo, o México tem a menor carga, com o equivalente a 19,5% do PIB. Na outra ponta, a Dinamarca arrecada o equivalente a 50,9% do tamanho da economia em impostos.

Desigualdade

Apesar de proporcionalmente o Brasil arrecadar o maior montante em impostos na região, a carga tributária brasileira é desigual entre as diferentes atividades da economia. Entre os grandes, o Brasil é o segundo país que menos obtém arrecadação com a renda e o lucro. Em 2014, 20,7% da arrecadação brasileira veio por essa fonte, à frente apenas da Argentina (18,9%). Na média da região, a renda e lucro geram 27,8% dos impostos e a proporção chega a 33,8% na OCDE.

Enquanto obtém proporcionalmente menos com a renda e lucro, o Brasil é o grande que mais arrecada com contribuições sobre a seguridade social. Por essa fonte, o governo brasileiro consegue 26,2% da arrecadação, bem acima da média de 16,9% da região ou os 11% do Peru.

A OCDE explica que países como o Brasil, Paraguai e Uruguai têm elevada arrecadação com taxas sobre a seguridade social por terem grandes sistemas públicos de Previdência Social. "Em países como a Colômbia e Peru, onde os programas públicos e privados competem, as contribuições representam níveis entre 11% e 13% (menos da metade do Brasil)", cita o documento.

Ainda segundo o estudo, a arrecadação sobre a venda de mercadorias e serviços foi responsável por 41,7% dos impostos obtidos pelo Brasil. A participação é menor que a média da América Latina e Caribe que ficou em 48,5%.

A taxa de desemprego nos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) caiu ligeiramente em janeiro, a 6,5%, de 6,6% em dezembro, e ficou 1,6 ponto porcentual abaixo do pico atingido em janeiro de 2013.

Em todos os países do grupo, um total de 39,9 milhões de pessoas estavam desempregadas, 9 milhões menos que em janeiro de 2013, mas ainda 7,4 milhões acima do patamar de abril de 2008, período anterior ao início da crise financeira global, segundo pesquisa mensal divulgada hoje pela OCDE.

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Apenas na zona do euro, a taxa de desemprego recuou 0,1 ponto porcentual em janeiro, a 10,3%, dando prosseguimento à tendência de queda. O desemprego caiu no mesmo ritmo nos Estados Unidos, a 4,9%, e Japão, a 3,2%, mas houve aumento de 0,1 ponto no Canadá, a 7,2%. Dados mais recentes dos EUA mostraram que a taxa de desemprego ficou estável em fevereiro, em 4,9%.

Mais de 25% dos estudantes têm notas ruins em matemática, interpretação de texto e/ou ciências, afirma um relatório da OCDE divulgado nesta quarta-feira (10) e que incentiva os países a investirem na educação para um retorno favorável a longo prazo.

Segundo o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que realizou a pequisa para Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), a luta contra os maus resultados escolares, que dizem respeito a 28% dos alunos de 15 anos, é onerosa, mas uma medida rentável a longo prazo.

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Os dados reunidos este ano serviram de base para o novo relatório chamado "Estudantes com baixo desempenho: por que eles ficam para trás e como ajudá-los?" O estudo diz respeito a 13 milhões de alunos com resultados ruins em uma lista de 64 países.

O Brasil ficou em 58º lugar, apesar de apresentar uma melhoria na taxa de escolarização e acesso acesso à educação. "Os maus resultados escolares têm consequência a longo prazo, com um alto risco de abandono desses jovens e um crescimento econômico inferior. Alguns países se encontram, inclusive, em um estado estado de recessão permanente", alerta o informe. Os benefícios da luta contra este fenômeno "superam de longe os custos da melhoria", afirma a organização.

Se de hoje até 2030 cada aluno de 15 anos conseguir "adquirir uma bagagem mínima de competências fundamentais" em literatura e matemática nos países de alta renda da OCDE, os benefícios a longo prazo para a economia destes países poderão alcançar "aproximadamente 1,5 vezes seus PIB atuais", afirma a OCDE.

Entre 2003 e 2012, a OCDE fez o censo de nove países que conseguiram reduzir sua proporção de alunos com resultados ruins em matemática: Brasil, Alemanha, Rússia, Itália, México, Polônia, Portugal, Tunísia e Turquia.

Como entre eles não há muita coisa em comum, a organização chega à conclusão de que "todos os países podem melhorar os resultados de seus alunos" se decidirem que é uma "prioridade de sua política educacional" e fornecerem os recursos suplementares. "É preciso envolver os pais e as coletividades locais, incentivar os estudantes a aproveitar as possibilidades de educação oferecida, identificar os alunos com maus resultados e dar apoio aos alunos, aos estabelecimentos de ensino e às famílias".

A OCDE também defende "programas específicos para os alunos imigrados, que falam uma língua minoritária ou que vivam na zona rural, a luta contra os estereótipos de gênero e a redução das desigualdades de acesso à educação".

Fatores de risco - Vários fatores podem contribuir para que os alunos tenham resultados ruins: a probabilidade de estar nessa situação é 2,5 vezes maior para os jovens procedentes da migração e que não falam em casa a mesma íngua que na escola.O risco é também maior quando se vive no campo ou em uma família monoparental.

Quando se acumulam vários fatores de risco, a possibilidade de ter maus resultados em matemáticas acabam em 76% para uma menina procedente da imigração, que fala em casa outro idioma que na escola, que vive numa família monoparental e na zona rural.

Não apenas os fatores de risco são maiores para os alunos de setores sociais desfavorecidos, como também "têm uma incidência mais forte em seus resultados". Na média, mais de um terço da diferença dos resultados em matemáticas entre alunos é atribuível à diferença entre os estabelecimentos de ensino.

Por fim, os alunos com más classificações faltam mais as aulas do que os demais, têm menos perseverança e menos confiança de si mesmo, o que não é surpreendente. Em compensação, o que surpreende é que geralmente esses alunos "dedicam um tempo equivalente a certas atividades" vinculadas com as matemáticas, como a informática e jogos como xadrez.

A inflação anual medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) teve leve aceleração em novembro, para 0,7%, de 0,6% em outubro, permanecendo bem abaixo do nível de 2% que a maioria dos bancos centrais de países desenvolvidos considera ser consistente com um nível de crescimento econômico saudável, segundo pesquisa da entidade.

A desaceleração do CPI veio apesar da postura recente de grandes BCs de manterem política monetária acomodatícia.

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No G-20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo, a inflação avançou de 2,6% em outubro para 2,7% em novembro. O G-20 é responsável por cerca de 85% da produção econômica global.

No caso do Brasil, o relatório da OCDE informa que a inflação atingiu 10,5% em novembro, acelerando-se em relação à taxa de 9,9% de outubro.

Na China, a inflação anual avançou de 1,3% em outubro para 1,5% em novembro e na Índia, de 6,3% para 6,7%. Na Rússia, por outro lado, houve desaceleração da taxa, de 15,6% para 15,0%.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acelerou de 0,4% no ano em setembro para 0,6% em outubro, informou a própria entidade nesta terça-feira. Excluindo-se os preços ligados a alimentos e energia, a inflação anual da OCDE ficou estável em 1,8% em outubro.

A inflação anual acelerou na Alemanha e no Japão (passando nos dois casos de estabilidade para alta de 0,3%), nos Estados Unidos (de estabilidade para +0,2%), na França (de estabilidade para +0,1%) e na Itália, onde subiu de +0,2% para +0,3%. No Canadá e no Reino Unido houve estabilidade na comparação anual, na comparação com o relatório relativo ao mês de setembro.

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Entre os países que formam o G-20, a inflação anual acelerou de 2,4% em setembro para 2,5% em outubro. Nesse caso, houve aceleração inflacionária no Brasil (para 9,9% nos últimos 12 meses, de 9,5% em setembro), na África do Sul (para 4,6%) e na Arábia Saudita (para 2,4%). Por outro lado, na China a inflação desacelerou para 1,3% no ano (de 1,6%) e na Rússia houve leve baixa, para 15,6% (de 15,7%).

O Brasil tem o maior índice de jovens que não estão estudando, em comparação com os países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e parceiros, diz o relatório Education at a Glance 2015: Panorama da Educação, lançado mundialmente hoje (24). Os dados mostram que no Brasil 76% dos jovens entre 20 e 24 anos estão longe dos estudos, enquanto a média dos demais países é 54%.

Os dados revelam ainda que a maior parte desses jovens está trabalhando:  52%. O índice de emprego entre as pessoas da faixa etária é também o mais alto entre os países. "Embora o fato de que esses indivíduos não estarem mais estudando seja motivo de preocupação, é importante notar que a maioria deles estava trabalhando em vez de estudando", acrescenta o relatório, com base em dados de 2013.

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O Education at a Glance 2015: Panorama da Educação é a principal fonte de informações comparáveis sobre a educação no mundo. A publicação oferece dados sobre a estrutura, o financiamento e o desempenho de sistemas educacionais de 46 países, sendo 34 membros da OCDE, países parceiros e do G20. 

Em todos os níveis educacionais, o Brasil apresentou taxas de desemprego inferiores à média dos demais países. Em 2014, a taxa de desemprego entre os indivíduos de 25 a 64 anos era 4,5% entre aqueles com nível inferior ao ensino médio; 5,6%, com ensino médio completo e 2,9% com educação superior. As médias dos países da OCDE eram, respectivamente, 12,8%, 7,7% e, 5,1%

Mesmo com as altas taxas de emprego, grande parte da juventude brasileira permanece entre os que nem estudam nem trabalham, grupo conhecido como “nem-nem”. Mais de 20% dos indivíduos de 15 a 29 anos estavam nesse grupo em 2013. A média da OCDE era 16%. O valor, no entanto, é semelhante ao de outros países latino-americanos como o Chile (19%), a Colômbia (21%) e a Costa Rica (19%).

Jovens estão estudando mais

O relatório mostra que as novas gerações têm avançado mais nos estudos em comparação com os mais velhos. O Brasil apresenta uma das maiores diferenças entre gerações: enquanto apenas 28% dos indivíduos entre 55 e 64 anos concluíram o ensino médio, o percentual aumenta para 61% entre os de 25 a 34 anos.

"De fato, se os padrões atuais se mantiverem, mais de 60% dos jovens brasileiros podem esperar concluir o ensino médio ao longo da vida", informa o texto. No geral, o índice de conclusão do ensino médio é aquém da média dos demais países.

Em 2013, 54% dos adultos com idade entre 25 e 64 anos não tinham completado o ensino médio no Brasil, o que é maior que a média da OCDE, de 24%.

Segundo a publicação, analisar as taxas de conclusão de diferentes gerações é uma maneira de observar o ritmo em que sistemas educacionais têm se expandido nos países.

O Brasil também aumentou a parcela da população com um diploma de ensino superior, "embora esse aumento venha ocorrendo em ritmo lento", diz o texto. Entre 2009 e 2013, a parcela da população com idade entre 25 e 64 anos que concluiu o ensino superior passou de 11% para 14%. O nível está abaixo da média da OCDE, de 34%, e das taxas de outros países latino-americanos, como o Chile (21%), a Colômbia (22%), a Costa Rica (18%) e o México (19%).

O que diz a lei no Brasil

De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado, o Brasil tem até 2024 para que pelo menos 33% da população de 18 a 24 anos estejam matriculados no ensino superior, sendo pelo menos 40% em instituições públicas. Atualmente, 14,6% dessa faixa etária estão no ensino superior. O país terá também que assegurar em dez anos que 85% dos jovens de 15 a 17 anos estejam no ensino médio. Atualmente, são 59,5%. 

A OCDE é uma organização internacional composta, em sua maioria, por economias com elevados Produto Interno Bruto (PIB) per capita e Índice de Desenvolvimento Humano, consideradas países desenvolvidos. Os representantes fazem o intercâmbio de informações e alinham políticas, com o objetivo de potencializar o crescimento econômico e colaborar com o desenvolvimento dos demais países-membros.

O salário médio de uma mulher brasileira com educação superior representa apenas 62% do de um homem com a mesma escolaridade, apontou um relatório divulgado nesta terça-feira (24) pela Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), com dados de 46 países. A porcentagem posiciona o Brasil, empatado com o Chile, no primeiro lugar do ranking de maior discrepância de renda entre gêneros no mercado de trabalho.

No País, 72% de homens que concluíram a universidade ganham mais de duas vezes a média de renda nacional. Entre as mulheres, essa taxa diminui para 52%. O detalhamento dos dados brasileiros comparados aos dos demais países - 34 países-membros da OCDE e 12 parceiros da organização - será feito na manhã desta terça pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação (Inep/MEC).

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"As mulheres conquistaram algo que é recente, que é a maior participação na educação superior, e isso é refletido também na remuneração", afirmou o diretor de estatísticas educacionais do Inep, Carlos Eduardo Moreno. O presidente do órgão, José Francisco Soares, salientou que, no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), as mulheres são maioria: 60% de todos os inscritos. "Nosso papel ao produzir esses indicadores é ajudar a não colocá-los debaixo do tapete", disse.

O relatório, intitulado Education at a Glance 2015, traz informações educacionais referentes ao ano de 2013 e dados financeiros de 2012. Um dos destaques do documento é o fato de o Brasil ser o terceiro, entre os analisados, a aumentar os investimentos públicos em educação: de cada R$ 100, R$ 17,20 foram destinados ao setor. Apenas México e Nova Zelândia apresentam proporção maior: pouco mais de 18%.

No quesito número de alunos por professor, o Brasil tem 21 alunos por sala de aula nos anos iniciais do Ensino Fundamental - está abaixo da média da OCDE, que registra, em média, 15 alunos por turma.

O Brasil também é o "campeão" na taxa de jovens brasileiros, entre 20 e 24 anos, que não estavam estudando em 2013: 76%. Ao mesmo tempo, nesta mesma faixa etária, o índice de emprego era de 52% - também a mais alta entre todos os países-membros e parceiros da OCDE.

Em um relatório de avaliação sobre o desempenho ambiental do Brasil, divulgado na quarta-feira (4), a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) conclui que o País está progredindo, mas ainda tem desafios a superar: precisa simplificar os processos de licenciamento ambiental, aumentar os "tributos verdes" e fortalecer o elo entre meio ambiente e economia.

Segundo o relatório, embora tenha avançado ao reduzir em 40% a emissão de gases de efeito estufa em 15 anos, o Brasil desmata uma área similar ao território de Israel a cada quatro anos. O documento aponta que o País ainda sofre com escassez de água, solo contaminado e poluição atmosférica. Com 53 recomendações, o relatório foi apresentado no Ministério da Fazenda pelo secretário-geral da OCDE, Angel Gurría. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresenta nesta quarta-feira (4) um quadro ainda mais pessimista sobre a economia brasileira ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Durante visita oficial do secretário-geral Angel Gurría, a entidade apresenta previsões piores sobre a recessão no Brasil em 2015 e 2016.

Na "Pesquisa Econômica OCDE Brasil 2015", a entidade piorou a previsão de contração do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de -2,8% para -3,1%. O dado mostra rápida deterioração do quadro, já que em junho a entidade trabalhava com -0,8% para o ano. O mesmo fenômeno acontece com a previsão para 2016, cuja aposta para o PIB passou de crescimento de 1,1% em junho para contração de -0,7% em setembro e, agora, para recessão ainda mais acentuada, de -1,2%.

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Além de mostrar piora da atividade, o estudo da OCDE diz que o PIB potencial do Brasil - situação em que a economia tem o máximo crescimento sem gerar pressão inflacionária - tem caído sistematicamente. Pelo cálculo da entidade, o PIB potencial brasileiro caiu de 3,1% em 2012 para 2,9% em 2013, 2,6% em 2014 e deve terminar este ano em 2,1%. Para o ano da Olimpíada no Rio, a tendência continuará e a OCDE prevê PIB potencial de 1,9% em 2016.

Superávit primário

A OCDE parece dar um voto de confiança ao governo brasileiro nas contas públicas. A despeito de todas as dificuldades enfrentadas pela equipe econômica na arrumação da casa, a entidade prevê que o Brasil terminará o ano de 2015 com uma pequena sobra de dinheiro no caixa para o pagamento de juros da dívida pública, o chamado superávit primário.

Na "Pesquisa Econômica OCDE Brasil 2015", a entidade estima que o Brasil terá superávit primário correspondente a 0,1% do PIB neste ano. Com essa previsão, a OCDE aposta que o Brasil conseguirá virar o jogo das contas públicas após o déficit primário de 0,6% do PIB no ano passado. Para 2016, a entidade estima resultado ainda melhor: superávit primário de 0,7%.

Os números apresentados por Gurría parecem bastante otimistas. Analistas do mercado financeiro consultados pela pesquisa semanal Focus realizada pelo Banco Central, por exemplo, estimam que o ano de 2015 terá déficit primário de 0,5% do PIB. Ou seja, o caixa do governo terminará o ano negativo antes mesmo do pagamento dos juros da dívida. Para 2016, o mercado prevê novo déficit, ainda que menor, de 0,4% do PIB, segundo o levantamento do BC desta semana.

Com a previsão de superávit primário em 2015, a OCDE trabalha com a expectativa de que o Brasil tenha déficit nominal - saldo das contas públicas após o pagamento de todas as despesas inclusive juros - de 7,4% do PIB. O número é diferente do previsto pelo mercado, que espera déficit nominal maior, de 9% do PIB este ano. Para 2016, a OCDE prevê déficit nominal ligeiramente menor, de 7,2% do PIB. Nesse caso, o número é idêntico ao projetado pelo mercado financeiro na mais recente pesquisa Focus concluída em 30 de outubro.

Setor externo

A pesquisa da OCDE projeta ainda que o Brasil terminará o ano com déficit de transações correntes equivalente a 3,4% do PIB, número menor que o rombo de 3,9% visto em 2014. Para 2016, o saldo negativo das transações do Brasil com o exterior deve diminuir mais uma vez para o equivalente a 2,7% do PIB.)

TJLP

Em seu texto, a OCDE recomenda ao Brasil aumentar a aderência da Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) à Selic para reforçar a efetividade da política monetária. A Organização sugere, ainda, adotar mandatos para a direção do Banco Central como uma forma de aumentar a credibilidade da autoridade monetária brasileira.

O documento de 123 páginas produzido pela OCDE sobre o Brasil nota que a "inflação tem subido acima da banda de tolerância, o que pode enfraquecer a credibilidade do Banco Central". Como forma de aumentar a confiança dos agentes no trabalho do BC e reduzir a alta da inflação, a entidade sugere duas medidas principais.

A primeira é o aumento da aderência entre a TJLP e a taxa Selic. O documento nota que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) para conter a inflação com o aumento da taxa Selic afetam efetivamente apenas metade do mercado de crédito do Brasil. A outra metade segue outros indicadores, como a TJLP. "Nos últimos cinco anos, a TJLP tem permanecido bem estável e não seguiu as mudanças na taxa Selic", diz o documento. Se caminhassem juntas, Selic e TJLP poderiam aumentar a efetividade da política monetária, diz a OCDE.

A outra sugestão da entidade é estabelecer mandatos para a direção do BC. Como em alguns países desenvolvidos, a Organização sugere que a adoção de períodos com mandatos fixos para o presidente do BC e os membros do Copom poderia ajudar a aumentar a credibilidade da casa. O documento, porém, não traz mais detalhes sobre a sugestão.

Ao contrário das antigas recomendações dadas por entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) ao Brasil, essas sugestões não são obrigatórias ou vinculativas.

Equipar massivamente os alunos e as salas de aula com dispositivos eletrônicos não basta para melhorar os resultados - é o que diz um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico publicado nesta terça-feira, que ressaltou o fraco desempenho da Espanha.

Os países que investiram muito em material eletrônico não registraram uma melhora notável nos resultados de compreensão escrita, matemática e ciências, destacou a OCDE, que estudou pela primeira vez as competências digitais de alunos de 15 anos, a partir de dados coletados na edição 2012 de sua pesquisa do Programa para a Avaliação Internacional de Alunos (Pisa, na sigla em inglês).

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Apesar da onipresença das novas tecnologias em nossa vida cotidiana, elas ainda não foram levadas ao setor da educação, constatou a OCDE. Quando usadas em sala de aula, "sua incidência nos resultados dos alunos é, no melhor dos casos, moderada".

"Não é apenas usando equipamentos eletrônicos de maneira intensiva que obtemos sucesso nos testes digitais", explicou Éric Charbonnier, analista de educação da OCDE. Estes testes concentram-se na compreensão escrita eletrônica e também na "navegação específica", quer dizer, a capacidade de encontrar respostas para perguntas ativando uma série de enlaces pertinentes na internet.

Os resultados dos alunos espanhóis ficaram abaixo da média dos países desenvolvidos, embora sejam "consagrados mais de 30 minutos diários ao ensino digital", ressaltou Charbonnier.

Em troca, os alunos franceses se deram melhor com o computador (entre 10º e 14º lugar) do que com o papel (12º a 16º), sobretudo as crianças, "embora o digital não faça mais parte da aprendizagem".

Os melhores em matéria de compreensão escrita eletrônica são os alunos de Singapura, Xangai, Coreia do Sul, Japão, Canadá e Hong Kong. Como não dedicam mais tempo à internet na escola do que os demais estudantes da OCDE, o estudo deduz que "inúmeras competências essenciais para a navegação na internet também podem ser ensinadas mediante pedagogias e instrumentos analógicos tradicionais".

"Para reduzir as disparidades na capacidade de tirar proveito dos dispositivos tecnológicos, os países devem melhorar antes de tudo a equidade de seus sistemas educacinaiso", avaliou a OCDE.

Os alunos que melhor lidam com a "navegação específica" (buscas) são os de Singapura, à frente dos australianos, sul-coreanos, canadenses e norte-americanos. Xangai, conhecida por seus brilhantes resultados escolares, ficou abaixo da média da OCDE.

"Não é a quantidade de uso" da tecnologia, "o que conta é a qualidade", avaliou Francesco Avvisati, analista da OCDE. O exemplo australiano mostra que o computador agrega algo à escola quando os professores recebem formação ou têm experiência.

Ao contrário, "os países que deram prioridade ao equipamento têm uma tendência mais negativa", como é o caso da Polônia. Para que as novas tecnologias sejam eficazes, "é necessário partir dos usos", "responder a finalidades pedagógicas", segundo Avvisati.

As competências digitais de docentes e alunos provavelmente foram superestimadas, destacou no relatório Andreas Schleicher, diretor de educação e competências na OCDE. "Quantas crianças escolheriam jogar videogame se eles tivessem a mesma (e má) qualidade dos programas informáticos usados em sala de aula?", questionou.

O dado de indicadores antecedentes elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) manteve-se em 100,0 em junho, mesmo resultado de maio. O levantamento aponta para crescimento estável no geral entre os países da OCDE, mas com desaceleração do crescimento econômico nos Estados Unidos, na China e no Brasil.

A OCDE afirma, em seu comunicado desta segunda-feira, que o ritmo do crescimento deve ficar estável na Alemanha, no Japão e na Índia. A Rússia também aponta para estabilidade, segundo a OCDE, ainda que abaixo da média de longo prazo. Na França e na Itália, bem como na zona do euro como um todo, os indicadores antecedentes sugerem um crescimento mais forte.

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A pesquisa de indicadores antecedentes busca antecipar mudanças na atividade econômica, avaliando tendências entre os países que integram a OCDE. Nos casos de Brasil, China e EUA, os números de junho apontam para uma perda no ritmo do crescimento.

A leitura de indicadores antecedentes do Brasil recuou de 99,0 em maio para 98,8 em junho. Na China, o número caiu de 97,5 em maio para 97,4 em junho. Nos EUA, houve queda de 99,5 para 99,4 na mesma comparação.

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