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Abrindo a rodada de debate entre os candidatos a governador de Pernambuco, os postulantes Paulo Câmara (PSB) e José Gomes (PSOL) discutiram, nesta terça-feira (22), as propostas para gerir o Palácio do Campo das Princesas. Durante o encontro, promovido pelo Clube de Engenharia de Pernambuco, além de explanarem algumas ideias que pretendem colocar em prática, se eleitos, também não deixaram de alfinetar um ao outro.
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A falha no planejamento no governo do Estado foi o mote do discurso inicial do candidato do PSOL. Para ele, esta eleição será marcada por um discurso embasado “na dicotomia entre o desenvolvimento estadual e o baixo indicador social”. “Precisamos enfrentar estas questões. É, a grosso modo, a situação que se encontra o nosso Estado. A gente precisa primeiro encerar este desenvolvimento predatório”, avaliou o candidato.
Reconhecendo que o Estado cresceu nos últimos anos, Zé Gomes apresentou como contraponto a desigualdade social que tem sido gerada pelo crescimento não uniforme. Além disso, o postulante se colocou contra a renúncia de incentivos fiscais. “Este crescimento econômico não trouxe melhorias para a vida real da população. Renúncias de incentivos fiscais é uma bomba relógio no colo dos pernambucanos. Isto demonstra que caráter o governo teve na relação do setor público com a iniciativa privada”, criticou. “É preciso que a atração de investimentos se dê por outra ótica”, acrescentou.
Focando no discurso da “nova política” criticada pelo adversário, Paulo Câmara enalteceu o governo do PSB nos últimos sete anos e pontuou que o modelo vigente “busca resultados na ótica da melhoria do serviço público”. De acordo com ele, em 2013 o estado ocupou o quarto lugar em investimentos no país. “Foi investido 21% das receitas liquidas”, informou.
“Pernambuco ainda é um Estado muito pobre, que precisa de um desenvolvimento igual. Passamos mais de 40 anos em declínio econômico. Hoje o estado cresceu 39,4%. Os investimentos que estão rodando em Pernambuco alcançam a sigla de R$54 bilhões”, afirmou o socialista.
Foco de premiações internacionais e vitrine da gestão do PSB, o Pacto Pela Vida também foi alvo de críticas duras do candidato de oposição. Zé Gomes afirmou que o PSOL louvou a criação do programa, no entanto, a forma com que foi posto em prática deixou a desejar.
“O Pacto pela Vida louvamos quando ele foi construído, mas infelizmente não teve a participação social dentro do projeto. Há mais de cinco anos se nega a realização de conferências para medir o nível da segurança pública no Estado. Participei da reunião do comitê gestor. A ação do governo contradiz muito do discurso que vimos aqui”, disse.
Em contrapartida, Paulo Câmara apresentou resultados o programa e reconheceu que pretende melhorar. “Pernambuco é o único estado do Brasil que conseguiu reduzir ano o número de homicídios. Sabemos que ainda é um índice alto. Agora a política do Pacto Pela Vida precisa ser fortalecida e ampliada nos municípios”, afirmou o postulante. “O Pacto Pela Vida não é uma política exclusiva do poder Executivo”, complementou retirando a responsabilidade só da gestão socialista.
Educação
Entre os assuntos ressaltados pelos postulantes, o investimento na educação também esteve em alta. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) pernambucano foi questionado por Zé Gomes, para ele com a implantação das escolas de referência no estado iniciou um 'apartheid' na área.
“O governo construiu um apartheid na educação de Pernambuco. Foram divididos em dois grupos: 20% dos que estão em escolas ditas como referência e 80% das escolas normais. Isto precisa ser dado um basta”, apontou fazendo uma comparação unidades escolares. De acordo com o candidato algumas escolas regulares sofrem com o descaso.
Rebatendo as críticas, Paulo Câmara afirmou que a gestão já encontrou o caminho para reerguer o IDEB e garantir o desenvolvimento. “Sabemos da dificuldade dos nossos indicadores, mas estamos melhorando. O caminho que encontramos é lutar para que todos os pernambucanos tenham acesso à escola de tempo integral. vamos continuar tendo escolas regulares, mas vamos investir nas escolas integrais. Vai ter diferença? Sim vai. Pernambuco tem os IDEBs muito baixos, mas vem crescendo”, frisou.