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Em viagem pelo Nordeste para inaugurar trechos da transposição do Rio São Francisco na tentativa de alavancar a popularidade do governo na região, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a usar expressões consideradas preconceituosas nesta terça-feira, 8, para se referir aos nordestinos: "cabra da peste", "pau de arara", "arataca" e "cabeçudo".

"Eu sempre me referi, entre os amigos Cabra da peste, pau de arara. Me chamam de alemão também. Arataca, cabeçudo. Pô, é isso aí", disse Bolsonaro em vídeo divulgado pelo blog Magno Martins, gravado durante visita a uma estação de bombeamento da transposição inaugurada em Salgueiro (PE).

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Na semana passada, Bolsonaro chamou seus assessores nordestinos de "paus de arara" durante transmissão ao vivo nas redes sociais e errou a origem de Padre Cícero - em vez de Ceará, disse Pernambuco. O advogado João Arnaldo Novaes, pré-candidato ao governo de Pernambuco pelo PSOL, entrou com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo uso da expressão.

Ainda assim, o presidente afirmou no vídeo desta terça-feira que é uma "satisfação" atender ao povo nordestino com a transposição do São Francisco.

O Nordeste é a região onde Bolsonaro tem a maior dificuldade eleitoral na comparação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano.

O governo federal vê na transposição e no Auxílio Brasil de R$ 400 possíveis "pontos de virada" para a popularidade do presidente nos Estados do Nordeste.

O advogado João Arnaldo Novaes, pré-candidato ao governo de Pernambuco pelo PSOL, entrou com notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente e Jair Bolsonaro (PL) depois que ele se referiu a assessores nordestinos como "pau de arara". O termo é considerado pejorativo.

A declaração foi dada na "live" semanal do presidente na última quinta-feira (3), quando Bolsonaro comentava a revogação de decretos de luto oficial editados por seus antecessores. "Falaram que eu revoguei o luto de Padre Cícero. Lá do Pernambuco, é isso mesmo? Que cidade fica lá? Cheio de pau de arara aqui e não sabem em que cidade fica Padre Cícero, pô? Juazeiro do Norte, parabéns aí. Ceará, desculpa aí", disse na transmissão.

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Na ação enviada ao STF, o advogado pernambucano pede que o vídeo seja removido das redes sociais e que a Procuradoria-Geral da República (PGR) seja intimada a analisar o caso para decidir se oferece denúncia contra Bolsonaro por "praticar e induzir o preconceito contra o povo nordestino", crime previsto no artigo 20 da Lei 7.716/1989.

Novaes afirma que o presidente costuma usar "expressões e termos depreciativos" para se referir aos nordestinos e, como exemplo, recorda que, em 2019, Bolsonaro chamou governadores da região de "paraíbas".

"É inaceitável, no Estado Democrático de Direito, que a xenofobia seja proclamada, abertamente, nas redes sociais de um Chefe-Maior de Estado", afirma. "A xenofobia contra os nordestinos nos últimos anos tem sido banalizada em redes sociais, inclusive por personalidades públicas, mas, em especial, a maior autoridade do País, de uma forma tão relevante e criminosa que hoje muitos xenofóbicos não fazem a menor questão de esconder seus preconceitos."

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), criticou, nesta sexta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro (PL) por declaração depreciativa aos nordestinos. "Respeite o povo do Nordeste", disse Paulo Câmara nas redes sociais.

Na transmissão ao vivo da última quinta-feira (3), Jair Bolsonaro, ao querer destacar que havia muitos assessores do Nordeste na sua equipe, os chamou de "pau de arara". "Está cheio de pau de arara aqui e não sabem que cidade fica padre Cícero?", questionou o presidente. Ele comentava a revogação de dezenas de decretos de luto oficial. 

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O governador de Pernambuco destacou que essa não foi a primeira vez que Bolsonaro usou termos depreciativos contra os nordestinos. "O presidente Bolsonaro já se referiu aos brasileiros do Nordeste como Paraíbas, cabeçudos e, agora, Paus-de-arara", disse. "Essa reiterada prática de repetir estigmas e preconceitos só contribui para manter o país dividido e ampliar a cortina de fumaça em torno de um governo que desmontou políticas públicas, desdenhou de milhares de mortes pela covid-19 e trouxe de volta a inflação, aumentando as desigualdades", assinalou o gestor.

O termo pau de arara faz referência aos veículos que eram utilizados no transporte de pessoas pobres do Nordeste para outras regiões do país, principalmente o Sudeste.

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A Federação de Quadrilhas Juninas e Similares de Pernambuco (Fequajupe) está empenhada em uma ação de solidariedade aos brincantes desta tradição nordestina. A campanha Pau de Arara está arrecadando alimentos e kits de higiene, para ajudar aos quadrilheiros e quadrilheiras a enfrentarem esse momento de pandemia, bem como a seus familiares e comunidades. A campanha já doou mais de 200 cestas básicas e pretende arrecadar ainda mais nessa rede de colaboração. 

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A Pau de Arara foi dividida em três etapas e deve durar até o começo do mês de julho. Neste sábado (16), o fim da primeira fase da campanha marca a doação de 220 cestas básicas. Inicialmente, o projeto acolheu 300 famílias de toda a Região Metropolitana do Recife mas, para as demais fases, outras serão contempladas com os alimentos e kits de higiene arrecadados. O objetivo da Fequajupe é arrecadar outras 600 cestas até o fim da campanha. 

 Os interessados em colaborar podem fazer sua doação através da conta bancária de número 5821662-6; Agência: 2811-8 do Banco do Brasil; CNPJ: 05.821.662/001-46. A presidente da Fequajupe, Michelly Miguel, falou ao LeiaJá sobre a ação. “Esperamos conseguir alcançar (a meta) com o apoio de toda a população, e empresas que puderem nos ajudar. A Fequajupe vai até  você  e recolhe a doação, ou pode ser doado via conta bancária. Estamos em busca de ajudar nossos quadrilheiros”. 


 

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) usou o Twitter, na manhã desta sexta-feira (13), para lembrar ao presidente Jair Bolsonaro que a tortura é considerada crime pela legislação brasileira. Bolsonaro disse, nessa quinta (12), que pretende colocar no "pau de arara" os ministros do governo dele que forem pegos em atos de corrupção. Pau de arara é o nome pelo qual ficou conhecido um método de tortura.

Ao comentar a afirmativa do chefe do Executivo brasileiro, Freixo fez uma ironia e perguntou se o presidente também usaria o "pau de arara" para algum filho seu pego em atos corruptos. Mesmo sem citar nomes, o deputado se referia ao senador Flávio Bolsonaro (RJ) que é investigado por suposta prática de "rachadinha".  

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“Bolsonaro falou em botar ministro corrupto no pau de arara. Isso vale para os filhos também? Espero que não. Tortura é crime”, escreveu o psolista. 

O presidente da República expôs a declaração sobre os ministros do seu governo durante evento em Tocantins. "O Brasil está mudando, pode ser que haja corrupção. Onde há desgoverno pode ser que haja corrupção. Se aparecer, boto no pau de arara o ministro, se tiver responsabilidade, obviamente", afirmou na ocasião.

Para uma plateia de prefeitos e agropecuaristas, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (12), no Tocantins, que vai colocar "no pau de arara" ministros de seu governo que se envolverem em casos de corrupção.

Durante o discurso, em Palmas, ao se dirigir especificamente aos prefeitos, Bolsonaro admitiu que é possível que existam casos de corrupção em municípios ou em governos sem que o chefe do Executivo saiba. No entanto, afirmou que atos como esse não serão tolerados.

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"O Brasil está mudando, pode ser que haja corrupção. Onde há desgoverno pode ser que haja corrupção. Se aparecer, boto no pau de arara o ministro, se tiver responsabilidade, obviamente", afirmou o presidente. Pau de arara é o nome pelo qual ficou conhecido um método de tortura.

Em outubro, a Procuradoria Eleitoral de Minas Gerais apresentou denúncia - acusação formal - contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, pelo uso de candidaturas de fachada (laranjas) para desvio de recursos públicos do fundo eleitoral nas eleições de 2018.

Naquele ano, ele era presidente do PSL mineiro e se candidatou a deputado federal. O PSL foi o partido pelo qual Bolsonaro se elegeu. Álvaro Antônio, que nega as acusações, continua no cargo.

À época da denúncia da Procuradoria, Bolsonaro disse que manteria o ministro da pasta e aguardaria "o desenrolar" do processo. Caso a denúncia seja aceita pela Justiça, Álvaro Antônio se tornará réu no processo.

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