[@#galeria#@]
Honrando a história do professor e filósofo Benedito Nunes, a UNAMA – Universidade da Amazônia, unidade Parque Shopping, está promovendo uma mostra sobre a vida pessoal e carreira desse grande pensador brasileiro. A exposição está disponível nos corredores da universidade (veja fotos na galeria acima), no Parque Shopping, na avenida Augusto Montenegro, em Belém.
##RECOMENDA##
O letrólogo e professor Paulo Nunes conheceu Benedito Nunes quando estudava na Universidade Federal do Pará (UFPA) e destaca a importância do filósofo paraense para os estudos da narrativa. ''Benedito é mestre, vindo da Filosofia e reverenciado no mundo das Letras como um dos grandes críticos literários do Brasil no século XX”, afirma. Paulo Nunes afirma que Benedito Nunes inseriu Belém e o Pará no mapa da recente inteligência nacional, integrando a segunda geração modernista paraense.
Nascido em Belém, no dia 21 de novembro de 1929, Benedito Nunes descobriu a leitura aos quatro anos, na Escola Sagrado Coração de Jesus, propriedade de sua tia, Theodora da Cruz Vianna. Formou-se em Direito em 1952 e casou-se com Maria Sylvia, sua colega de classe. No mesmo ano, fez o Exame de Suficiência, aplicado pelo Ministério da Educação, para o ensino de Filosofia. Lecionou em diversos colégios de Belém, ministrando as disciplinas Filosofia, História Geral e História do Brasil; e em cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Pará, ensinando sobre História da Filosofia e Ética.
Em 1961, Benedito Nunes foi contratado pela UFPA – Universidade Federal do Pará, deixando o ensino secundário e, em 1964, foi efetivado; após dois anos, foi nomeado professor titular, lecionando Introdução à Filosofia, História da Filosofia e ética. Entre 1962 e 1964, ele coordenou o Serviço de Teatro, criado junto com a esposa.
Durante o golpe civil-militar de 1964, Benedito e Maria Sylvia Nunes sofreram duas tentativas de busca em sua residência – onde havia produção e ensaio de produções teatrais – por militares, o que falhou, visto que erraram o endereço. Entretanto, o clima de delação incentivado nas universidades e as notícias preocupantes que circulavam fizeram com que o casal fosse para a França, em 1967.
Em território francês, Benedito e Maria Sylvia dedicaram-se aos estudos: Benedito focava em sua pós-graduação no Instituto de Estudos Portugueses e Brasileiros da Universidade de Sorbonne e lecionava Literatura Brasileira na Universidade de Haute Bretagne, enquanto Maria Sylvia fazia cursos livres no Collège de France.
Após dois anos, em 1969, o casal retornou ao Brasil. Benedito Nunes retornou à UFPA como professor e, em 1975, apresentou um projeto como base para a criação do curso de Filosofia, no qual, um ano depois, tornou-se o primeiro coordenador e presidente. Em 1992, aposentou-se, mas permaneceu ministrando aulas no curso de Mestrado em Letras, na disciplina Teoria da Crítica.
Além da UFPA, Benedito Nunes também fez parte do corpo docente de outras instituições brasileiras e do exterior. Para a concepção de suas aulas e cursos, o professor sempre teve como base a palavra no papel, valorizando muito a leitura e a escrita. Autodidata, publicou diversos artigos em periódicos brasileiros e estrangeiros, capítulos de livros, traduções, ensaios e livros, sendo três deles com objetivos didáticos.
Por Amanda Martins, Lívia Ximenes e Clóvis de Senna (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).