Tópicos | Síria

Os Estados membros da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) votaram nesta quarta-feira para suspender os direitos da Síria pelo suposto uso de armas químicas, uma decisão inédita na história da instituição.

A moção que priva Damasco de "direitos e privilégios", apoiada por países ocidentais como Estados Unidos, França e Reino Unido, obteve a maioria necessária de dois terços dos votos.

##RECOMENDA##

"À luz deste resultado, o projeto de resolução é aprovado", anunciou Jose Antonio Zabalgoitia Trejo, que presidiu a reunião dos países membros da OPAQ, que tem sede em Haia.

Oitenta e sete países votaram a favor da moção e 15 contra, incluindo a própria Síria, Rússia, China e Irã. Dos 193 Estados membros, 136 participaram na votação.

A moção priva a Síria de seu direito de voto, uma medida sem precedentes na história da organização, fundada há 25 anos para que o mundo acabe com as armas químicas.

As medidas são uma resposta a uma investigação da OPAQ no ano passado que considerou a Força Aérea síria responsável por ter usado gás sarin e cloro em um ataque em 2017 contra a localidade de Ltamenah controlada pelos rebeldes.

Damasco tampouco respeitou o prazo de 90 dias estabelecido pela OPAQ para que declarasse as armas utilizadas nos ataques e revelasse os depósitos restantes.

A delegação francesa afirmou que o "uso reiterado de armas químicas pela Síria é inaceitável para a comunidade internacional". O Reino Unido considerou a decisão um "passo crucial para manter a credibilidade da OPAQ".

O regime sírio, que sempre negou qualquer envolvimento, afirma que os ataques químicos foram uma 'encenação'. A Síria e sua aliada Rússia acusam as potências ocidentais de organizar, por meio da OPAQ, uma campanha "politizada".

A OPAQ, prêmio Nobel da Paz em 2013, se tornou cenário de tensão recentemente entre os países ocidentais e a Rússia.

Os direitos da Síria permanecerão suspensos até que os Estados membros decidam que o país revelou a totalidade de suas armas químicas e instalações de fabricação de armas, de acordo com a moção.

A organização abriu uma nova investigação após as explicações "insuficientes" apresentadas pela Síria, após a descoberta de produtos químicos em setembro de 2020 em um local onde as autoridades negavam a fabricação de armas químicas.

De acordo com a ONU, Damasco ainda não respondeu a 19 perguntas feitas nos últimos anos sobre as instalações que teriam sido usadas para a produção ou armazenamento de armas químicas.

O papa Francisco pediu neste domingo (14) para "baixar as armas" na Síria e "reconstruir o tecido social", com motivo do décimo aniversário da guerra mortal que abala o país.

"Renovo meu mais sincero apelo às partes em conflito para que dêem exemplos de boa vontade, para que se abra um raio de esperança para a população exausta", suplicou o papa após a tradicional oração do Angelus na praça de São Pedro.

"Espero também um compromisso construtivo, decisivo e renovado de solidariedade por parte da comunidade internacional para que, uma vez depostas as armas, seja possível reconstruir o tecido social e iniciar a reconstrução e a recuperação econômica", acrescentou.

O pontífice lamentou que dez anos do "sangrento conflito na Síria" geraram "um dos maiores desastres humanitários dos nossos tempos: um número indeterminado de mortos e feridos, milhões de refugiados, milhares de desaparecidos, destruição, violência de todo tipo, sofrimento desumano para toda a população, principalmente para os mais vulneráveis como as crianças, as mulheres e os idosos".

A guerra na Síria, que está entrando em seu décimo primeiro ano, deixa ao menos 388.652 mortos, informou neste domingo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

O papa Francisco, que acaba de realizar uma visita histórica ao Iraque, não planeja visitar a Síria, mas pede frequentemente um cessar-fogo neste país "martirizado".

A guerra na Síria, que entra em seu décimo primeiro ano, deixou ao menos 388.652 mortos, informou neste domingo (14) o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Segundo a ONG com sede no Reino Unido, cerca de 117.388 civis, entre eles mais de 22.000 crianças, morreram desde o início do conflito em 2011. A ONG destaca que os ataques do governo sírio e das milícias aliadas são responsáveis pela maioria das mortes de civis.

A contagem anterior do OSDH, publicada em dezembro de 2020, chegava a mais de 387.000 pessoas mortas desde o começo da guerra. Segundo seu diretor, Rami Abdel Rahman, este é o menor aumento anual de mortes desde o começo dos combates.

Os confrontos diminuíram em 2020 devido ao cessar-fogo no noroeste da Síria e à pandemia de coronavírus contra a qual se concentraram esforços.

Desencadeada em março de 2011 com a repressão de manifestações pró-democracia, a guerra na Síria, que hoje envolve vários grupos beligerantes e potências estrangeiras, entra em seu décimo primeiro ano na segunda-feira.

O OSDH também documentou ao menos 16.000 mortes em prisões governamentais e centros de detenção.

No entanto, segundo o OSDH, este balanço está subestimado porque não inclui cerca de 88.000 pessoas que morreram como consequência das torturas nas prisões do governo.

O governo sírio controla atualmente mais de 60% do território da Síria após uma série de vitórias de suas forças, apoiadas pela Rússia, obtidas desde 2015 contra os extremistas islâmicos e os rebeldes.

A guerra também obrigou mais da metade da população de antes da guerra a fugir, e cerca de 200.000 pessoas desapareceram, segundo o OSDH.

Ao menos nove combatentes estrangeiros leais ao regime foram mortos nesta segunda-feira (15) antes do amanhecer na Síria em ataques israelenses contra depósitos de armas perto de Damasco, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

"Nove milicianos apoiados pelo Irã foram mortos" em ataques israelenses a depósitos de armas, incluindo depósitos de mísseis, em torno de Damasco, disse o OSDH.

O Observatório explicou que todos os combatentes mortos eram de forças "pró-governo" não árabes, mas disse que não era capaz de determinar se eram afegãos, paquistaneses ou iranianos.

A defesa antiaérea síria interceptou "um bom número de mísseis, mas muitos atingiram seus alvos e causaram danos", segundo a fonte.

Desde a eclosão da guerra na vizinha Síria em 2011, Israel realizou centenas de ataques contra posições do regime sírio e de forças aliadas - Irã e o Hezbollah libanês, inimigos de Israel.

Em Damasco, a agência de notícias oficial Sanaa, citando uma fonte militar, acusou o "inimigo israelense de realizar uma agressão com mísseis [disparados] do Golã sírio ocupado e da Galileia".

De acordo com a mídia estatal síria, "a maioria" dos mísseis foi abatida pelo exército.

Em Jerusalém, um porta-voz do exército israelense afirmou à AFP que não podia "comentar" esta informação.

Israel, que raramente confirma suas investidas na Síria, continua a insistir que não permitirá que este país se torne um reduto para as forças iranianas.

A guerra na Síria, desencadeada em março de 2011 pela repressão sangrenta de manifestações pró-democracia, complicou-se ao longo dos anos com a participação de potências estrangeiras e a multiplicação de facções armadas. O conflito já deixou mais de 387.000 mortos.

Pelo menos 40 pessoas morreram em bombardeios conduzidos nesta quarta-feira (13) pela aviação israelense contra depósitos de armas e posições militares no leste da Síria, nos ataques mais mortíferos desde 2018.

A aviação israelense realizou pelo menos 18 incursões contra alvos em torno da cidade de Deir Ezzor e nos desertos de Bukamal e Mayadin, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Esses ataques mataram pelo menos nove soldados do Exército sírio e 31 combatentes estrangeiros ligados a milícias pró-iranianas, segundo o novo balanço fornecido à AFP pelo diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que não soube especificar a nacionalidade das vítimas.

Os paramilitares pertencem ao movimento libanês Hezbollah e às Brigadas Fatimid, que têm combatentes afegãos pró-iranianos, operando na região, segundo o OSDH.

Já na terça-feira, aviões não identificados realizaram vários bombardeios na região de Bukamal, matando 12 combatentes de milícias pró-Irã, de acordo com a ONG.

Até o momento, o Exército israelense não comentou os acontecimentos.

Segundo Rami Abdul Rahman, esses são os "ataques israelenses mais mortíferos desde junho de 2018", quando bombardeios nesta mesma região mataram pelo menos 55 combatentes pró-governo, entre iraquianos e sírios.

Em novembro, ataques semelhantes no leste da Síria mataram pelo menos 19 entre as milícias pró-Irã, de acordo com a ONG.

Por sua vez, a agência oficial síria SANA informou de bombardeios israelenses noturnos no leste do paós, sem oferecer mais detalhes.

"Às 1h10 da madrugada, o inimigo israelense realizou uma agressão aérea contra a cidade de Deir Ezzor e a região de Abu Kamal", informou o veículo, citando uma fonte militar.

"Atualmente, estamos determinando as consequências da agressão", acrescentou.

Esta é a segunda rodada de bombardeios de Israel em menos de uma semana na Síria.

A última foi no dia 7 de janeiro e visou posições no sul do país e ao sul de Damasco, a capital, onde três combatentes pró-iranianos foram mortos.

Em 2020, Israel bombardeou 50 alvos na Síria, de acordo com um relatório anual divulgado no final de dezembro pelos militares israelenses.

Desde o início da guerra na Síria em 2011, Israel realizou centenas de bombardeios contra tropas do governo, forças aliadas iranianas e militantes do Hezbollah.

Esses ataques representam uma "política clara" para Israel, declarou o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, em novembro.

O Estado hebraico está preocupado com a presença de forças iranianas perto de suas fronteiras, já que a República Islâmica é um de seus maiores inimigos.

A guerra na Síria já causou mais de 380.000 mortos e forçou milhões de pessoas a abandonar seus lares.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta quinta-feira a autoria do ataque da véspera contra um ônibus que causou a morte de 37 soldados do Exército sírio, anunciou a agência americana Site, especializada na vigilância dos grupos jihadistas.

"Os soldados do califado (EI) armaram uma emboscada contra um ônibus que transportava soldados do Exército dos renegados", informa um comunicado da agência de propaganda do EI, reproduzido pela Site. Os jihadistas "os atacaram com armas pesadas e usaram múltiplos artefatos explosivos, o que provocou a destruição do ônibus e a morte de cerca de 40 pessoas, além de outros feridos", assinala o texto.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), que já havia atribuído a autoria do ataque ao grupo jihadista, informou ontem que 37 soldados haviam morrido e outros 12, ficado feridos no ataque, ocorrido na província de Deir Ezzor. A agência de notícias oficial Sana, por sua vez, referiu-se a um "ataque terrorista" contra um ônibus que matou 25 cidadãos e deixou 13 feridos.

Após ter autoproclamado seu califado em 2014 em algumas partes do território sírio e iraquiano, o EI sofreu uma derrota atrás da outra antes de perder o controle da maioria de seus territórios na Síria em março de 2019.

Apesar da derrota, grupos jihadistas continuam cometendo atentados contra soldados do exército sírio ou das milícias curdas na província central de Homs ou na de Deir Ezzor, na fronteira com o Iraque.

Israel bombardeou cerca de 50 alvos na Síria em 2020, de acordo com um relatório anual divulgado nesta quinta-feira (31) pelas Forças Armadas do país, que raramente comentam sobre suas operações no país vizinho.

No relatório, o exército israelense indica que "aproximadamente 50 alvos foram bombardeados na frente síria", sem dar mais detalhes. Israel realizou centenas de ataques na Síria desde o início da guerra em 2011, contra tropas do governo, forças aliadas iranianas e combatentes do movimento xiita libanês Hezbollah.

O Estado hebreu desaprova a presença de forças iranianas nos arredores de seu território, já que a República Islâmica é um de seus principais inimigos.

Os últimos ataques atribuídos a Israel na Síria ocorreram na quarta-feira. De acordo com a agência oficial síria Sana, um soldado sírio foi morto e vários outros ficaram feridos no ataque contra uma posição militar perto de Damasco.

“Não comentamos as informações da mídia estrangeira”, respondeu o exército israelense, que raramente confirma os detalhes de suas operações na Síria, conforme relatado de ONGs e da imprensa.

Consultada pela AFP, uma porta-voz militar disse que os números apresentados no relatório correspondem a 20 de dezembro. O documento também indica que aeronaves israelenses fizeram 1.400 excursões "operacionais" em 2020, sem dar mais detalhes.

Em relação à Faixa de Gaza, 176 foguetes foram disparados deste enclave palestino controlado pelo movimento islâmico Hamas contra o território israelense, dos quais 80 foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis e 90 caíram em terrenos baldios, de acordo com o relatório do exército.

Hamas e Israel travaram três guerras desde 2008. Na terça-feira, o Hamas e outros grupos armados realizaram exercícios militares conjuntos na Faixa de Gaza para homenagear o aniversário da guerra de 2008 com Israel, na qual 1.440 palestinos e 13 israelenses morreram.

Um tribunal turco condenou nesta quarta-feira (23) o jornalista opositor no exílio Can Dündar, um grande crítico do presidente Recep Tayyip Erdogan, a 27 anos de prisão por ter tornado público um sistema de entrega de armas de Ancara a grupos islâmicos na Síria.

Dundar, que vive exilado na Alemanha, foi considerado culpado de auxiliar um grupo terrorista e de espionagem por ter publicado uma investigação em 2015, apoiada por imagens, sobre as entregas de armas pelos serviços secretos turcos.

Seu artigo foi publicado no jornal de oposição Cumhuriyet, do qual ele era chefe de redação.

Em maio de 2016, Can Dündar foi condenado em primeira instância a cinco anos e 10 meses de prisão por divulgar segredos de Estado neste assunto, o que irritou Erdogan, cujo país apoia grupos de oposição síria contra o regime do presidente Bashar al-Assad.

No entanto, a sentença foi anulada em 2018 por um tribunal que ordenou um novo julgamento contra o jornalista, que também incluiu a acusação de espionagem, que pode resultar em uma pena mais severa, como foi o caso.

Em seu veredicto nesta quarta-feira, o tribunal explicou que a sentença é dividida em 18 anos e seis meses para "divulgação de informações confidenciais e espionagem", e oito anos e nove meses para "ajuda a uma organização terrorista", especificamente a rede do pregador Fethullah Gülen.

Gülen, que está exilado nos Estados Unidos, foi acusado por Ancara de ter organizado o golpe fracassado contra Erdogan em julho de 2016.

Dundar refugiou-se na Alemanha em 2016 após sua primeira condenação. Em uma visita a Berlim em 2018, Erdogan solicitou sua extradição e acusou-o de ser um "agente" que revelou "segredos de Estado".

Ao menos cinco pessoas morreram nesta terça-feira (24) na Síria na explosão de uma bomba colocada no veículo de um chefe de polícia nos arredores da cidade de Al Bab, área controlada por rebeldes pró-turcos, informou uma ONG.

"Três policiais e dois civis morreram" ao explodir uma bomba instalada no veículo de um chefe de polícia de outro distrito, disse à AFP o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane.

O atentado deixou também 19 feridos, entre policiais e civis, segundo a mesma fonte. O ataque ocorreu na província de Aleppo, em um território próximo à fronteira com a Turquia controlado pelo exército turco e forças rebeldes sírias.

Abdel Rahmane não descarta a responsabilidade dos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) no atentado, já que a organização dispõe de células ativas nesse setor.

Em outubro, cerca de 18 pessoas (13 civis) morreram em outro atentado com carro bomba na mesma cidade, que também deixou 75 feridos, segundo o OSDH.

A guerra na Síria, iniciada em 2011, se agravou com o passar dos anos após a entrada de interesses estrangeiros em jogo e a aparição de grupos jihadistas.

O conflito causou mais de 380.000 mortes e provocou o exílio de milhões de pessoas.

Ao menos 10 combatentes, incluindo três oficiais da defesa aérea síria e paramilitares estrangeiros, morreram nesta quarta-feira (18) nos ataques do exército de Israel na Síria, informou a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Entre os 10 mortos estavam cinco paramilitares "provavelmente de nacionalidade iraniana, que pertencem à Força Qods", completou o OSDH.

A organização também citou dois combatentes de milícias pró-Irã, procedentes de um país árabe, mas não precisou se eles eram libaneses ou iraquianos.

A Força Qods é uma unidade de elite da Guarda Revolucionária iraniana, responsável por operações no exterior.

Os ataques israelenses tiveram como alvos duas posições da defesa aérea do exército sírio, perto do aeroporto de Damasco e ao sudoeste da capital, informou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Os bombardeios também tomaram como alvos posições e depósitos de armas e munições das forças iranianas e pró-Irã nas proximidades da capital.

De acordo com o exército israelense, o alvo dos bombardeios foi "o quartel-general iraniano" na Síria, um "local secreto" que abrigava "delegações de altos dirigentes iranianos" e a sétima divisão do exército sírio, assim como baterias de mísseis terra-ar.

Desde o início da guerra na Síria, em 2011, Israel executou centenas de ataques aéreos contra o país vizinho. Os alvos são sempre as tropas iranianas e as forças do Hezbollah libanês, mobilizadas em território sírio, assim como exército local.

Abdelaziz al-Hassan e sua família montaram sua barraca entre paredes de pedra e colunas desabadas. O isolamento das ruínas bizantinas e romanas pareceu uma boa alternativa aos acampamentos lotados de refugiados da guerra no noroeste da Síria.

Assim como eles, uma dezena de famílias vivem há meses entre os vestígios do povo de Baqirha, que faz parte do Patrimônio Mundial da Unesco.

Eles fogem da ofensiva lançada no final de 2019 pelo governo sírio e seu aliado russo contra o último grande bastião jihadista e rebelde de Idlib (noroeste da Síria).

"Escolho este local por sua tranquilidade, longe dos acampamentos lotados onde as doenças proliferam", justifica Hassan, pai de três filhos, nesses tempos de pandemia.

Atrás dele, apenas três paredes de pedra branca se mantêm em pé. Uma corda serve de linha e os restos das colunas adornam o chão entre capitéis coríntios e rodapés esculpidos.

A barraca de lona de Hassan é erguida a céu aberto entre os muros de um templo romano. Um painel solar fornece energia.

Segundo os historiadores, o templo de Baqirha, chamado de Zeus Bomos, foi construído no século II para receber os peregrinos. Naquela época, a região era rica graças à produção de azeite de oliva.

Para o ex-diretor de antiguidades sírias de Damasco, Maamun Abdel Karim, Baqirha se destaca pelo "bom estado de conservação" dos vestígios.

Víboras e escorpiões

Embora a família Hassan esteja mais tranquila aqui do que nos acampamentos lotados de refugiados, o local apresenta outras inconveniências.

Para ir à escola da aldeia, as crianças precisam caminhar cerca de 1,5 km e a área está infestada por víboras e escorpiões. "A cada dois dias mato um escorpião", contou este homem de 30 anos .

Abdelaziz al-Hassan, natural do sul da província de Idlib, chegou aqui há um ano junto com seu cunhado, fugindo de um bombardeio do governo.

As operações do governo e de seu aliado russo, suspensas em março de 2020 após a trégua negociada entre Moscou e Ancara, levaram cerca de um milhão de pessoas ao exílio, que atualmente vivem em acampamentos informais no norte de Idlib.

"Para onde mais ir?"

O cunhado de Hassan, Saleh Jaur, também mora com seus filhos nas ruínas, após abandonar sua aldeia depois da morte de sua esposa e de um de seus filhos em um bombardeio.

"Escolhi este local porque fica perto da fronteira turca. Se acontecer algo, podemos cruzar a pé", afirma este homem de 64 anos.

"Nos falaram dos acampamentos e fui vê-los com meus próprios olhos, estão prestes a explodir", disse Jaur.

Na encruzilhada de várias civilizações, desde os cananeus da Bíblia até os otomanos, a Síria possui vestígios arqueológicos de romanos, mamelucos e bizantinos; mesquitas, igrejas e castelos cruzados povoam seu território.

Desde o início do conflito em 2011, muitos desses lugares foram vítimas de saques e bombardeios.

Os responsáveis da aldeia vizinha, encarregados de vigiar o sítio arqueológico, pediram às famílias que saíssem do templo, o que elas se negam a fazer até que lhes ofereçam outro alojamento.

"Para onde mais ir, a não ser morar na rua?", indaga Hassan.

Os confrontos de segunda e terça-feiras (27) no leste da Síria entre forças do governo apoiadas pela Rússia e grupos rebeldes sírios deixaram mais de 100 combatentes mortos até o momento - apontou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Segundo o OSDH, as forças do governo atacaram nesta terça áreas controladas pelo Estado Islâmico (EI) no deserto sírio, contando com o suporte da Força Aérea russa e de forças terrestres.

Cerca de 30 soldados de ambos os lados morreram nesses confrontos no deserto de Badiya, uma vasta extensão entre Homs, Hama, Raqqa e Deir ez-Zor.

Apesar de sua derrota e da queda do califado em março de 2019, o Estado Islâmico mantém sua capacidade de lançar ataques, principalmente nesta área desértica.

A ofensiva do governo sírio ocorre um dia após o lançamento de centenas de obuses contra posições do governo de Bashar al-Assad, em Idlib, por parte dos grupos rebeldes afiliados à Frente Nacional de Libertação (FNL).

O ataque da FNL foi uma resposta aos bombardeios russos sobre um de seus campos de treinamento de soldados ao noroeste de Idlib, que deixou quase 80 mortos.

O porta-voz da FNL, Naji Mustafa, chamou sua ação de "resposta imediata e direta ao crime" do dia anterior, dirigida contra as forças do governo ao sul de Idlib e no norte de Hama, afirmou à AFP.

A FNL é uma coalizão de grupos rebeldes próximos a Ancara.

"A resposta continuará e será contundente", ressaltou Mustafa, da FNL, acusando a Rússia de tentar "sabotar" a trégua em vigor em Idlib desde março.

Metade da província de Idlib e porções das províncias contíguas de Hama, Aleppo e Latáquia ainda estão controladas por grupos rebeldes. O governo de Damasco já manifestou várias vezes sua determinação em reconquistar completamente o território.

Essa região de três milhões de habitantes é dominada pelo grupo extremista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), mas também é refúgio de grupos rebeldes menos influentes, como os que integram a FNL.

Desde março de 2019, mais de 900 combatentes do governo morreram durante os confrontos, assim como 140 membros das milícias aliadas, contra 500 jihadistas, segundo o OSDH.

Iniciada em 2011, a guerra da Síria já custou a vida de mais de 380 mil pessoas e levou milhões ao exílio.

Três soldados sírios, sete milicianos pró-Irã e um civil morreram nos bombardeios executados pelo exército israelense na Síria, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Os bombardeios tiveram como alvos posições do exército sírio ao sudoeste de Damasco e de grupos pró-Irã, incluindo o Hezbollah libanês, na província de Deraa (sul).

Uma mulher síria, três militares sírios e sete milicianos estrangeiros, que integravam as milícias pró-Irã que lutam na Síria, faleceram nos bombardeios, afirmou à AFP Abdel Abdel Rahmane, diretor do OSDH, que não indicou se entre as vítimas estavam combatentes do Hezbollah.

A agência oficial síria Sana, que citou uma fonte militar, afirmou que o "inimigo israelense apontou para a região sul com mísseis e nossa defensa antiaérea respondeu".

A agência explicou que os disparos eram procedentes das colinas de Golã, ocupadas por Israel, e informou que dois soldados morreram, assim como uma mulher e sete milicianos ficaram feridos.

Desde o início em 2011 do conflito na Síria, Israel executou centenas de bombardeios contra as forças do regime, mas também contra seus aliados: Irã e o Hezbollah libanês.

Israel, que não confirma suas operações na Síria, repete que não permitirá que este país se transforme em uma base de Teerã.

Este foi o segundo incidente do este tipo em agosto.

No dia 3 do mês passado, Israel reivindicou bombardeios na província de Quneitra, em represália por tentativas de instalação de bombas de fabricação caseira ao longo da fronteira com a Síria.

Em 20 de julho, cinco combatentes pró-Irã, incluindo um membro do Hezbollah, faleceram em bombardeios israelenses no sul de Damasco, segundo o OSDH.

No domingo, o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, advertiu que seu movimento mataria um soldado israelense por cada membro do grupo morto por Israel, dando a entender que ainda não vingou a vítima do bombardeio de 20 de julho.

Israel revelou, nesta terça-feira (25), as primeiras imagens de um novo satélite espião, especialmente com fotografias de grande precisão da cidade de Palmira, na Síria, país vizinho que costuma ser alvo de bombardeios israelenses.

As imagens, tiradas do espaço, mostram a antiga cidade de Palmira, no centro da Síria, com seu teatro romano. Alguns monumentos do local foram destruídos pelo grupo jihadista Estado Islâmico antes que as forças sírias pró-governo recuperassem a cidade em 2016.

Essas novas imagens são as primeiras feitas pelo satélite israelense com reconhecimento Ofek-16, lançado em julho e testado atualmente para determinar "seu nível de rendimento", segundo o Ministério da Defesa.

As autoridades israelenses escolheram a Síria para suas primeiras imagens, país vizinho aliado do Irã, principal inimigo de Israel.

Desde o início da guerra na Síria em 2011, Israel lança vários bombardeios neste país, especialmente contra elementos do Hezbollah libanês e das forças iranianas que apoiam o presidente sírio, Bashar al-Assad.

Nos últimos meses, bombardeios aéreos atribuídos, ou reivindicados, por Israel se multiplicaram contra instalações do Exército sírio e das forças pró-iranianas.

"Israel sabe como se defender de seus inimigos próximos e afastados", declarou em um comunicado o ministro israelense da Defesa, Benny Gantz, que comentou as imagens reveladas pelo satélite.

Esses "meios tecnológicos" desenvolvidos pelo governo e pela indústria militar são primordiais para a "manutenção da segurança de Israel", afirmou Gantz, destacando que "centenas de milhões" de séquel (4 séquels = 1 euro, ou 1,17 dólar) foram investidos nessas câmeras espaciais.

Além da Síria, este satélite pode tentar vigiar as atividades nucleares iranianas, já que Israel acusa o Irã de querer se retirar de seu programa civil para desenvolver a arma atômica, o que Teerã nega.

Um suposto ataque contra um gasoduto provocou um corte de energia elétrica em toda Síria, anunciaram nesta segunda-feira (24) as autoridades citadas pela agência oficial SANA.

O ministério da Energia Elétrica afirmou que a explosão de um gasoduto nos arredores de Damasco no domingo (23) à noite "provocou um corte da energia elétrica em toda Síria".

O ministro do Petróleo e de Recursos Minerais, Ali Ghanem, declarou que a explosão de um gasoduto, entre Adra e Al Dhamir, foi "o resultado de um ataque terrorista", mas não revelou mais detalhes.

A SANA publicou imagens de um incêndio noturno que, segundo a agência, foi provocada pela explosão de um gasoduto. Durante a manhã, a agência divulgou fotografias que mostram o gasoduto sem um grande pedaço.

Moradores de Damasco afirmaram à AFP que acordaram sem energia elétrica em suas casas. O sistema elétrico sírio é alimentado com gás e combustível.

Algumas centrais voltaram a funcionar e o abastecimento começou a ser garantido para infraestruturas vitais, acrescentou o ministro, que também informou que várias províncias começaram a recuperar gradualmente a energia elétrica.

O incidente é o mais recente de uma série de supostos ataques contra infraestruturas do sistema de energia do país.

Em janeiro, o governo sírio afirmou que mergulhadores colocaram explosivos em oleodutos offshore no Mar Mediterrâneo perto da refinaria de Banias, mas que o dano provocado não interrompeu as operações.

A Síria é cenário desde março de 2011 de uma guerra que provocou mais de 380.000 mortes e deixou milhões de pessoas deslocadas.

Desde então, o governo perdeu o controle de reservas de petróleo importantes, o que provocou uma queda de bilhões de dólares em sua receita pela venda de combustíveis.

O governo Trump está preparando novas rodadas de sanções contra a Síria, segundo informações de autoridades americanas. A ideia é incluir na lista negra redes de apoio financeiro de outros países que alimentam o governo do presidente Bashar al-Assad.

Conforme as fontes, como al-Assad garantiu ganhos militares e políticos nos últimos meses, a extensão das sanções ao sistema financeiro de países apoiadores do regime sírio deve aumentar a pressão internacional por uma paz negociada e transição política. Os EUA querem cortar o financiamento do governo de Assad vindo do exterior, investigando empresas internacionais ligadas ao regime e intensificando os esforços diplomáticos para pressionar governos, incluindo aliados dos EUA, a cortar o fluxo de recursos para o país.

##RECOMENDA##

Estes esforços devem se somar às medidas do Tesouro dos EUA e do Departamento de Estado do país para punir quase três dezenas de indivíduos e empresas nos últimos dois meses, em especial os ligados à família Assad, considerados o núcleo da estrutura de poder do presidente sírio e que ajudam a financiar o regime.

Alvos recentes incluem o filho de Assad e a esposa britânica que, segundo autoridades norte-americanas, estariam gerindo um grande portfólio de ativos comerciais. O governo Trump sancionou membros da família Assad e outras pessoas sob a Lei de Proteção Civil Caesar Síria, que visa pressionar o regime por causa da violência contra civis.

Autoridades norte-americanas e ocidentais também informaram que outras sanções estão sendo preparadas. As restrições adicionais abrangeriam apoiadores e associados do regime sírio no Líbano e nos Emirados Árabes Unidos, bem como imóveis e outras firmas na Europa ligadas à família Assad e a um importante empresário sírio que é parente de Assad.

Os EUA já colocaram na lista negra empresas e autoridades iranianas e russas. "Estamos mantendo nossa máxima pressão política e econômica, visando particularmente elementos militares e aqueles que estão beneficiando os oligarcas, assim como outros que estão facilitando o trabalho de Assad", disse o representante especial do Departamento de Estado para a Síria, James Jeffrey.

Em junho, Jeffrey declarou publicamente que os Emirados Árabes Unidos podem enfrentar ações punitivas se alguém for descoberto ajudando o regime de Assad. "Os Emirados Árabes Unidos sabem que nos opomos absolutamente a países que tomam medidas diplomáticas de reaproximação com a Síria. Aqueles que ajudam o regime de alguma forma são um potencial alvo de sanções", disse.

O alerta dos EUA ocorreu após a reabertura da embaixada dos Emirados Árabes em Damasco e a oferta de ajuda a Assad para enfrentar a pandemia de covid-19, no início deste ano, pelo xeque Mohammed bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi. As empresas regionais também foram advertidas pelos EUA sobre a tentativa de investir na Síria, sob o risco de sanções.

Os Emirados Árabes são aliados da segurança dos EUA e parceiros-chave nas sanções, mas seus contatos com a Síria são um dilema para a política dos EUA. O país árabe iniciou uma reaproximação com o líder sírio, visando ganhar uma posição política e econômica na Síria do pós-guerra, segundo diplomatas dos EUA. No mês passado, entregou máscaras e outros equipamentos de proteção individual a Damasco, segundo um empresário sírio familiarizado com o regime. Fonte: Dow Jones Newswires.

Pelo menos oito pessoas, incluindo mulheres e crianças, morreram após ataque com explosivo acoplado a uma motocicleta na província síria de Al-Hasakah.

O ataque se deu em um mercado de frutas e legumes da cidade de Ras al-Ain, no noroeste da província de Al-Hasakah, na manhã de hoje (26).

##RECOMENDA##

A motocicleta munida com o artefato explosivo estava estacionada no meio-fio de uma rua que leva ao mercado.

Dados atualizados mostram que o número de mortos já chega a oito, sendo a maior parte mulheres e crianças, além dos feridos, reportou a agência estatal síria SANA.

Cinco mártires e 15 feridos, como resultado preliminar de uma explosão terrorista que atingiu um mercado na cidade de Ras al-Ain, no norte de Al-Hasakah

A região registra atividades de grupos terroristas que se opõem ao governo de Damasco.

Também em 5 de junho passado, na mesma cidade duas crianças morreram e outros três civis ficaram feridos após a explosão de um carro-bomba.

[@#video#@]

Da Sputnik Brasil

A recontagem dos votos das eleições parlamentares de domingo na Síria começou, nesta terça-feira (21), após nova votação em cinco colégios eleitorais, o que atrasou os resultados do pleito para renovar a hegemonia do partido do presidente Bashar al-Assad.

Na segunda-feira (20), uma nova votação foi realizada em quatro centros de votação na província de Aleppo e um na província de Deir Ezzor, no leste, informou a agência de notícias oficial SANA.

A nova votação foi ordenada pela comissão eleitoral, após suspeitas de diferenças entre o número de votos expressos e o número de eleitores registrados.

Repetições de votação não são incomuns na Síria, onde os resultados levaram quatro dias para serem publicados nas últimas eleições legislativas, que ocorreram em 2016.

As eleições ocorrem em um momento crítico para o governo de Damasco, que reconquistou grande parte do território perdido no início da guerra do país, mas que agora enfrenta grandes desafios econômicos.

Mais de 7.000 assembleias de voto foram abertas em várias partes da Síria, controladas pelo governo, inclusive pela primeira vez em antigos redutos da oposição, na terceira eleição desde o início da guerra, há nove anos.

Milhões de sírios que fugiram do conflito não puderam votar.

Muitas listas foram permitidas em todo o país, mas, sem oposição real, o partido Baath do presidente Bashar al-Assad e seus aliados devem obter com facilidade a maioria dos 250 assentos parlamentares.

"O partido Baath - liderado pelo presidente Bashar al Asad - conquistará a maioria dos assentos", disse Edward Dehnert, analista da unidade de inteligência do The Economist.

"O restante será dividido entre os partidos aliados na frente nacional progressista e os independentes, incluindo grandes figuras do mundo dos negócios", acrescentou.

As eleições foram adiadas duas vezes desde abril devido à pandemia de coronavírus, que infectou 552 pessoas e matou 29 em áreas sob controle do governo, segundo dados oficiais.

As imagens dos candidatos estão em exibição na capital há semanas, com os 1.658 candidatos, incluindo vários empresários.

Muitos candidatos prometem combater a inflação e melhorar as infraestruturas, devastadas pelo conflito.

As próximas eleições presidenciais são esperadas para 2021 e os candidatos em potencial precisarão de aprovação por escrito de pelo menos 35 membros do parlamento.

Uma pessoa morreu e outra ficou ferida em duas explosões ocorridas neste sábado em Damasco, na véspera das eleições legislativas sírias, informou a agência estatal Sana.

Segundo a fonte, "as explosões ocorreram perto da mesquita Anis Bin Malik", na zona de Nahr Aisha de Damasco, capital da Síria, país mergulhado em um conflito sangrento há quase 10 anos.

A Síria realizará amanhã eleições legislativas, que coincidem com os 20 anos de Assad no poder, à frente de um país devastado pela guerra e atingido fortemente por sanções ocidentais e uma grave crise econômica.

Cerca de 2 mil candidatos, entre eles empresários influentes, disputarão as eleições, a terceira votação desde o início, em 2011, de um conflito que já deixou mais de 380 mil mortos e provocou o exílio de milhões de refugiados.

O partido Baath, no poder há meio século e intimamente ligado ao clã Assad, costuma vencer as legislativas, organizadas a cada quatro anos para eleger 250 deputados em um país onde a grande maioria dos opositores vive no exílio ou fora das áreas controladas pelo regime.

Inicialmente previstas para abril, as eleições foram adiada duas vezes devido à pandemia.

Teerã e Damasco assinaram, nesta quarta-feira (8), um acordo de cooperação militar, que inclui um reforço dos sistemas de defesa aérea da Síria, enquanto os dois países enfrentam uma crescente pressão dos Estados Unidos.

Desde o início do conflito na Síria em 2011, Israel também conduziu centenas de ataques aéreos contra as forças de Damasco e as do Irã e de grupos pró-iranianos, que combatem ao lado do regime.

O Irã é, ao lado da Rússia, um dos principais aliados do presidente sírio, Bashar al-Assad, na guerra que devasta a Síria desde 2011.

Em Damasco, foi assinado um "acordo abrangente de cooperação militar, de defesa e segurança" entre o chefe do Estado-Maior iraniano, general Mohamad Bagheri, e o ministro sírio da Defesa, Ali Ayub, informou a emissora estatal iraniana.

"Reforçaremos os sistemas de defesa antiaérea da Síria para melhorar a cooperação militar entre os dois países", disse Bagheri.

O acordo mostra "nossa vontade de enfrentar as pressões americanas", completou.

Em seu site, a emissora divulga um comunicado militar sobre o acordo "destinado a fazer frente aos perigos crescentes e ao terrorismo 'Takfiri' apoiado por potências internacionais e regionais".

O termo Takfiri, que literalmente significa "aqueles que lançam anátemas contra pessoas que não compartilham sua ideologia", designa no Irã grupos jihadistas sunitas, ou islamitas radicais sunitas.

O comunicado também destaca a "necessidade de que todas as forças armadas estrangeiras que entraram ilegalmente na Síria deixem o país".

Segundo a televisão estatal iraniana, Baghéri chegou a Damasco na noite de terça-feira, à frente de uma delegação militar de alto escalão.

Em Damasco, a agência oficial de notícias Sana informou a assinatura de um "acordo militar abrangente para consolidar a cooperação nos campos militar e de segurança entre as forças dos dois países amigos".

"As relações entre Síria e Irã são estratégicas e firmes", disse o ministro sírio.

"A cooperação bilateral nos níveis militar e de segurança é qualitativa e continua (...) apesar da crescente pressão e das ameaças cada vez mais sérias", insistiu Ayoub.

Ele prometeu que Damasco "responderia a qualquer novo desafio com determinação (...) para enfrentar este novo capítulo de guerra aberta (...) em cooperação com irmãos e amigos e aliados comprometidos em enfrentar o terrorismo em todas as suas formas".

- Embargo -

Desencadeado pela repressão de manifestações pró-democracia, o conflito na Síria se tornou mais complexo com a intervenção de vários atores estrangeiros e o envolvimento de grupos jihadistas. Matou mais de 380.000 pessoas e deslocou outras milhões.

A assinatura do acordo militar entre o Irã e a Síria ocorre em um momento de crescente pressão dos Estados Unidos sobre Teerã e Damasco.

A República Islâmica e os Estados Unidos viram suas tensões crônicas piorarem depois que o presidente americano, Donald Trump, retirou-se em 2018 do acordo nuclear internacional de 2015 e restabeleceu pesadas sanções contra Teerã.

Washington busca agora uma extensão do embargo à venda internacional de armas ao Irã, que deve ser levantado gradualmente a partir de outubro.

Na Síria, onde o regime de Assad conseguiu retomar grande parte do território graças ao apoio de Moscou e Teerã, os Estados Unidos também impuseram novas sanções, agravando a profunda crise econômica.

Vizinho da Síria, com quem ainda está tecnicamente em guerra, Israel há muito se preocupa com a crescente influência iraniana neste país.

O Estado hebraico raramente confirma a realização de ataques aéreos na Síria, mas insiste, com frequência, que não permitirá que este país se torne a ponte do Irã.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando