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Dezesseis pessoas morreram, e quatro foram resgatadas, neste domingo (22), no desabamento de um prédio em Aleppo, a segunda maior cidade da Síria — disseram autoridades e a imprensa local.

A tragédia aconteceu às três da manhã (22h no horário de Brasília), enquanto os moradores deste prédio de cinco andares dormiam. De acordo com a agência oficial de notícias Sana, o desabamento foi causado por "infiltrações de água".

Sete famílias moravam no prédio, conforme o Ministério do Interior. Segundo moradores, cerca de 35 pessoas viviam ali.

Socorristas e bombeiros continuam as buscas pelos desaparecidos entre os escombros, neste bairro de maioria curda.

A agência de notícias curda Anha divulgou, por sua vez, um balanço provisório de 12 mortos, incluindo cinco crianças. Em seu primeiro informe, a agência Sana havia mencionado um menor morto.

O desabamento de prédios residenciais é frequente em Aleppo, por causa das construções ilegais e malfeitas, assim como das rachaduras deixadas pelos combates nesta cidade durante a guerra da Síria.

A cidade de Aleppo está nas mãos do governo, que a recuperou dos rebeldes. A segurança no bairro de Sheikh Maqsud é, no entanto, fornecida pelas forças curdas.

Pelo menos nove policiais federais, incluindo um oficial, foram mortos neste domingo em um ataque atribuído a jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) contra um caminhão que os transportava no norte do Iraque, disseram fontes policiais à AFP.

Este é um dos ataques mais mortíferos no Iraque nos últimos meses. Segundo a ONU, há entre 6.000 e 10.000 jihadistas ativos no Iraque e na vizinha Síria.

A explosão de uma bomba foi seguida de "um ataque direto com armas leves" perto da aldeia de Shalal al-Matar, nos arredores de Kirkuk, disse à AFP um oficial da polícia federal que pediu anonimato, atribuindo o ataque, ainda não reivindicado, ao EI.

"Um atacante foi morto e estamos procurando os outros", disse ele, acrescentando que havia dois feridos.

Após a morte de dois dos feridos, o número inicial de mortos aumentou para nove policiais.

O primeiro-ministro Mohamed Chia al-Sudani condenou o "ataque terrorista covarde" em um comunicado e pediu às forças de segurança que "sejam vigilantes, inspecionem cuidadosamente as estradas e não deem oportunidade aos elementos terroristas".

O EI, que desde 2014 conseguiu conquistar vastos territórios no Iraque e na vizinha Síria, viu posteriormente como o seu autoproclamado “califado” foi derrubado por sucessivas ofensivas nestes dois países.

Embora o Iraque tenha declarado vitória militar sobre o EI em 2017, os jihadistas continuam ativos em várias partes do país.

Nove civis foram mortos e dezenas ficaram feridos neste domingo (6) quando foguetes disparados por forças do regime sírio atingiram campos de deslocados no noroeste da Síria, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Ao amanhecer, vários foguetes atingiram um acampamento e locais onde vivem deslocados na região de Kafr Jales, a oeste de Idlib, constatou um correspondente da AFP no local.

O ataque deixou barracas destruídas, entre manchas de sangue e pedaços de foguetes.

Equipes da Defesa Civil e grupos de moradores ajudaram os feridos e os levaram para hospitais próximos.

Lá, os corpos de duas meninas jaziam no chão, cobertos, observou o correspondente.

Mais de 30 foguetes caíram em várias áreas a oeste da cidade de Idlib, incluindo acampamentos, acrescentou a ONG.

"Estávamos nos preparando para ir trabalhar quando ouvimos tiros. As crianças ficaram assustadas e começaram a gritar", contou Abu Hamid, de 67 anos, que mora em um dos campos.

"Não sabíamos para onde correr. Não eram um ou dois foguetes, mas dez", acrescentou.

Os disparos ocorreram, de acordo com o OSDH – uma ONG sediada no Reino Unido que tem uma rede de informantes na Síria – um dia depois que cinco membros das forças do regime foram mortos em ataques de um grupo afiliado aos jihadistas da Hayat Tahrir al-Sham (HTS) no sudoeste de Idlib.

Quase metade dessa província e setores vizinhos pertencentes a Hama, Aleppo e Latakia são controlados pelo HTS, outrora um ramo sírio da Al-Qaeda, e por outras facções rebeldes.

Três milhões de pessoas vivem nessa região, metade das quais são deslocadas.

Desde que estourou em 2011, a guerra na Síria matou quase meio milhão de pessoas e forçou outras milhões a deixar suas casas.

A França repatriou, nesta quinta-feira (20), 15 mulheres e 40 crianças que estavam detidas em campos de prisioneiros jihadistas no nordeste da Síria e acusou três das mulheres de "associação criminosa terrorista".

"Os menores de idade foram entregues aos serviços de ajuda à infância e receberão acompanhamento médico-social. Os adultos foram entregues às autoridades judiciais competentes", afirma um comunicado ministerial.

Esta é a maior operação de repatriação para a França do tipo em três meses. Entre os menores de idade estão sete órfãos ou crianças sem responsáveis, informou a Procuradoria Nacional Antiterrorista (Pnat).

As mulheres integram o grupo de francesas que viajaram voluntariamente aos territórios controlados pelos grupos extremistas na região entre o Iraque e a Síria e que foram capturadas após a queda do grupo Estado Islâmico (EI) em 2019

Algumas crianças nasceram na região.

Três das mulheres repatriadas, que já tinham um mandato de prisão, foram acusadas de "associação criminosa terrorista", e duas delas de "sequestro de crianças". Todas foram detidas, indicou uma fonte judicial.

Quase 300 menores de idade franceses que estiveram em áreas de operação de grupos extremistas retornaram para a França, 77 deles por meio da repatriação, informou no início de outubro o ministro da Justiça. Éric Dupond-Moretti.

Diante da rejeição da opinião pública, a França organizou durante muito tempo uma repatriação a conta-gotas, mas o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH) condenou o país em setembro por não atender de maneira adequada as demandas das famílias.

O Coletivo de Famílias Unidas celebrou em um comunicado uma "excelente notícia, que parece confirmar o fim da política de 'caso por caso'" e pediu ao governo que prossiga "até o fim".

Em julho, as autoridades responsáveis pela luta antiterrorista afirmaram que mais de 100 mulheres e quase 250 crianças permaneciam nos campos sírios.

O ministério da Saúde da Síria registrou 39 mortos vítimas de cólera e cerca de 600 casos em um surto neste país devastado pela guerra e que, segundo as Nações Unidas, evolui de forma "preocupante".

Um total de 594 casos foram registrados em 11 das 14 províncias desde o mês passado, indicou nesta terça-feira (5) à noite o ministério da Saúde.

"A situação está evoluindo de forma preocupante nas áreas afetadas e espalhando-se para novas áreas", alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A maioria das mortes aconteceu na província de Aleppo, ao norte. É o maior surto de cólera na Síria em uma década.

Esta doença é contraída geralmente pela água ou por alimentos contaminados e causa diarreia e vômito.

A cólera voltou a este país pela primeira vez desde 2009. Desde então, quase dois terços das estações de tratamento de água, metade das estações de bombeamento e um terço das torres de armazenamento foram danificadas por mais de 11 anos de guerra, de acordo com as Nações Unidas.

Ao menos 73 migrantes morreram em um naufrágio na costa da Síria, informou nesta sexta-feira o ministro sírio da Saúde, no acidente no mar com o maior número de vítimas nos últimos anos para o Líbano, de onde zarpou a embarcação.

"Em um balanço provisório, o número de vítimas do naufrágio está em 73, enquanto 20 pessoas recebem atendimento no hospital Al Basel em Tartus", cidade síria, afirmou Hassan Al Ghubach em um comunicado.

Poucos minutos antes, o ministro libanês dos Transportes, Ali Hamie, anunciou um blanço de 61 mortos.

O ministro libanês informou que mais de 100 pessoas, em sua maioria libaneses e sírios, estavam a bordo do pequeno barco que naufragou no Mediterrâneo, na costa da cidade síria de Tartus.

De acordo com as autoridades sírias, a embarcação transportava 150 pessoas.

Entre os resgatados estão cinco libaneses, acrescentou o ministro.

Tartus é o mais meridional dos principais portos sírios e fica pouco mais de 50 quilômetros ao norte da cidade portuária libanesa de Trípoli.

Com a grave crise econômica do Líbano, cada vez mais refugiados sírios e palestinos, e também libaneses, tentam cruzar o Mediterrâneo em embarcações improvisadas rumo aos países europeus e até para a ilha do Chipre, a 175 km da costa libanesa.

Segundo a ONU, pelo menos 38 embarcações com mais de 1.500 pessoas saíram ou tentaram sair ilegalmente do Líbano por via marítima desde 2020.

Os presidentes do Irã, Rússia e Turquia se reúnem em Teerã nesta terça-feira (19) para negociações focadas principalmente no conflito da Síria, mas também na guerra na Ucrânia e seu impacto na economia mundial.

Esta é a primeira cúpula presidida por Ebrahim Raisi desde que assumiu o cargo há um ano e a segunda viagem de Vladimir Putin ao exterior desde que lançou sua ofensiva na Ucrânia em 24 de fevereiro.

A reunião tripartite ocorre dias após a viagem do presidente dos EUA, Joe Biden, ao Oriente Médio, onde visitou Israel e Arábia Saudita, dois países hostis ao Irã.

A cúpula se concentrará na Síria, onde Rússia, Turquia e Irã são os principais atores na guerra que devastou o país desde 2011. Moscou e Teerã apoiam o governo de Bashar al-Assad e Ancara apoia os rebeldes. Os três países lançaram o chamado processo de Astana em 2017, cujo objetivo oficial é levar a paz à Síria.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan chegou em Teerã na noite de segunda-feira e foi recebido na manhã desta terça por seu homólogo iraniano no Palácio de Saadabad.

Juntamente com seu homólogo russo Vladimir Putin, eles participarão de "uma reunião de chefes de Estado que são garantidores do processo de paz" na Síria, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em 12 de julho.

A França repatriou nesta terça-feira 35 menores de idade e 16 mães que estavam em campos de prisioneiros jihadistas na Síria desde a queda do grupo Estado Islâmico (EI), anunciou o ministério das Relações Exteriores.

"A França procedeu neste dia o retorno ao território nacional de 35 menores de idade franceses que estavam nos campos do nordeste da Síria e 16 mães", afirma um comunicado oficial.

As mulheres foram entregues às autoridades judiciais, enquanto o serviço de atendimento à infância assumiu a responsabilidade pelos menores de idade, que terão acompanhamento médico, acrescenta a nota.

Ao contrário dos vizinhos europeus, a França reluta em repatriar estas crianças, filhos de jihadistas, mas os que já retornaram levam uma vida normal, uma uma infância recuperada. Desde 2016, o país havia repatriado 126.

Antes da chegada do grupo desta terça-feira, quase 200 menores e 80 mães permaneciam nis campos do nordeste da Síria, controlados pelos curdos, onde as condições de vida são "espantosas", de acordo com a ONU.

Seguindo o exemplo da Alemanha, a Bélgica repatriou no fim de junho quase todas as crianças. A França, no entanto, mantém uma criticada política de conta-gotas.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, condenou, neste sábado, o mais recente ataque aéreo de Israel à Síria e criticou as recentes ameaças da Turquia sobre outra incursão planejada de Ancara no norte do país. As declarações do diplomata ocorrem no início de sua visita à Síria, onde ele deve discutir relações mútuas e assuntos regionais com altos funcionários sírios.

O Irã tem sido um dos mais fortes apoiadores do presidente sírio, Bashar Assad, enviando milhares de combatentes de toda a região para ajudar suas tropas no conflito de 11 anos na Síria. A guerra matou centenas de milhares e deslocou metade da população pré-guerra do país de 23 milhões.

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A visita de Amirabdollahian começou horas depois que Israel realizou um ataque aéreo em uma vila costeira síria perto da fronteira com o Líbano, ferindo duas pessoas, segundo relatos da mídia estatal na Síria.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse recentemente que está planejando outra grande incursão militar na Síria para criar uma zona de proteção de 30 quilômetros ao longo da fronteira com a Turquia, prometendo lutar contra combatentes curdos sírios aliados dos EUA pelo território.

"Entendemos as preocupações de nossa vizinha Turquia, mas nos opomos a qualquer medida militar na Síria", disse Amirabdollahian, acrescentando que o Irã está tentando resolver o "mal-entendido entre a Turquia e a Síria por meio do diálogo".

Amirabdollahian se encontrou neste sábado com Assad, que disse ao enviado iraniano que os "pretextos da Turquia para justificar sua agressão na Síria são falsos, enganosos e não têm nada a ver com a realidade". O gabinete de Assad também citou o presidente dizendo que a presença militar da Turquia na Síria viola o direito internacional. Fonte: Associated Press.

As autoridades sírias libertaram cerca de 60 presos, no âmbito de um decreto de anistia publicado no sábado (30) e considerado o mais amplo desde o início do conflito - informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) nesta segunda-feira (2).

"Mais de 60 presos foram soltos desde domingo (1º) em várias regiões do país, alguns deles presos há mais de dez anos", afirmou esta ONG síria.

O decreto prevê "uma anistia geral para os crimes terroristas cometidos pelos sírios" antes de 30 de abril, com "a exceção dos que provocaram a morte de um ser humano e daqueles previstos pela lei antiterrorista", informou a Presidência síria nas redes sociais.

Para ativistas dos direitos humanos, este decreto foi o mais completo sancionado até agora.

"Dezenas de milhares de presos" são elegíveis, muitos deles acusados de crimes relacionados com o "terrorismo", comentou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que considera essa acusação "vaga" para "se condenar os detentos arbitrariamente".

A advogada Nora Ghazi, diretora da organização No Photo Zone, que dá assistência jurídica aos presos e familiares de desaparecidos, disse se tratar do "o mais amplo (decreto) desde o início da Revolução Síria".

Segundo uma lista de 20 nomes divulgada por ativistas nas redes sociais, presos que passaram anos na prisão de Sednaya, classificada de "matadouro humano" pela ONG Anistia Internacional, estão entre os detentos soltos.

Desde o começo do conflito, quase meio milhão de pessoas foram presas pelo governo Assad, e mais de 100 mil, mortas sob tortura, ou pelas péssimas condições das prisões, de acordo com o OSDH.

As forças do governo sírio também são acusadas de cometer tortura nas prisões, estupros e agressões sexuais, assim como de execuções extrajudiciais.

A França continuará, na medida do possível, a repatriar os filhos dos jihadistas franceses que estão no nordeste da Síria, mas descartou fazer o mesmo com adultos, reiterou nesta segunda-feira (14) o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian.

"Para as crianças, continuaremos, para os menores desacompanhados, os órfãos, para aqueles cuja mãe concordou em deixá-los ir [...] e realizando, cada vez, operações extremamente perigosas", declarou Le Drian à emissora France 5, ao lembrar que a região ainda está "em guerra".

"Por outro lado, os adultos, eles não serão repatriados", enfatizou.

Até agora, a França repatriou 35 menores, a maioria de órfãos.

Cerca de 80 mulheres francesas, que se juntaram ao grupo Estado Islâmico, e 200 crianças estão detidas em campos administrados por curdos no nordeste da Síria.

Advogados, deputados e ONGs instaram as autoridades francesas a repatriá-los.

O governo francês, porém, estuda caso a caso a situação das crianças e considera que os adultos devem ser julgados onde agiram.

"O que seria necessário é que a situação se estabilize na Síria, mas não é o caso, e que uma jurisdição responsável [desses julgamentos] seja identificada, caso contrário não há saída", concluiu Le Drian.

O ataque do grupo Estado Islâmico (EI) contra uma prisão no nordeste da Síria e os combates entre extremistas e forças curdas deixaram 332 mortos desde 20 de janeiro, informou neste domingo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

No sábado foram registrados confrontos esporádicos entre os curdos - apoiados pelas tropas americanas - e membros do EI que fugiram, perto da prisão de Ghwayran, onde estavam detidos pelos menos 3.500 extremistas de diferentes nacionalidades, segundo a ONG.

O OSDH informou que o ataque, o mais violento do EI desde sua derrota na Síria há três anos, e os combates posteriores provocaram as mortes de 246 extremistas, 79 membros das forças curdas e sete civis.

O aumento do número de mortos desde o balanço anterior foi provocado pela descoberta de mais corpos durante a a operação que as forças curdas estão realizando nos edifícios da prisão e seus arredores, em uma zona sob controle da administração curda semiautônoma, de acordo com o OSDH.

Rami Abdel Rahman, diretor da ONG, afirmou que o balanço pode aumentar porque há vários feridos. Além disso, ele afirmou que, com base em informações confirmadas", foram localizados outros 22 corpos, que ainda não foram identificados.

O porta-voz das Forças Democráticas Sírias (FDS, dominadas pelos curdos), Farhad Shami, afirmou que os corpos serão enterrados em setores "isolados" controlados pelas forças curdas.

As forças curdas retomaram o controle da prisão e centenas de jihadistas, entre presos que fugiram e participantes do ataque, se entregaram ou foram detidos, segundo o OSDH.

Mas dezenas de membros do EI permanecem entrincheirados, especialmente na ala norte da prisão, "difícil de atacar pelo ar ou de acesso por terra", segundo o OSDH.

Shami advertiu que, caso os extremistas não se entreguem, as forças curdas considerariam uma solução "militar".

O governo cubano enviou nesta sexta-feira (7) à Síria uma remessa de suas vacinas contra a Covid em forma de doação, anunciaram autoridades de ambos os países.

“Agradecimento, reconhecimento e gratidão, em nome da República Árabe Síria, por sua iniciativa amável de enviar as vacinas em forma de doações ao nosso país”, disse o embaixador da Síria em Cuba, Idris Mayya.

O Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), empresa que produz a vacina Abdala, anunciou no Twitter a doação de 120.000 doses. Os pacotes do carregamento também estavam etiquetados com a marca das vacinas Soberana 02 e Soberana plus.

A ministra interina de Comércio Exterior, Teresita González, citou a "distribuição injusta e desigual" de vacinas durante a pandemia, que "provocou uma grande incerteza" no mundo. COVID-19, que ela disse ter "causado grande incerteza" no mundo.

“Cuba e Síria são povos agredidos e hostilizados pelo imperialismo, mas não cedem na defesa de sua soberania e do seu direito de existirem como nações livres e independentes”, assinalou a ministra.

A ilha conta com três vacinas de produção e desenvolvimento próprios: Abdala, Soberana 02 e Soberana Plus, cujos esquemas de vacinação são de três doses. Nenhuma delas é reconhecida pela OMS.

Cuba também enviou seus imunizantes à Nicarágua e Venezuela. Com esse último país, assinou um contrato para fornecer 12 milhões de doses da Abdala.

Em setembro, Havana fechou a venda de 10 milhões de doses da mesma vacina para o Vietnã, enquanto o Irã produz a Soberana 02 com a fórmula cubana. No mês passado, o México autorizou o uso emergencial da Abdala.

Chutes estilo borboleta e socos poderosos. No norte da Síria, um grupo de alunos aprende técnicas complexas de artes marciais sob a tutela de Fadel Othman, um mestre de kung fu de uma perna só.

Este amputado de 24 anos dirige uma modesta escola de artes marciais em Abzimu, uma cidade no oeste da província de Aleppo, controlada pelos rebeldes.

Entre seus 100 discípulos, há órfãos ou crianças que perderam um dos pais na longa década de guerra na Síria.

"É a primeira equipe que treino desde a minha lesão", explica à AFP em um terreno ao ar livre onde costuma oferecer aulas de kung fu.

"Estou convencido de que um dia serão campeões mundiais", acrescenta sobre seus discípulos.

Othman foi ferido por um morteiro em 2015, durante combates entre rebeldes e forças do regime na cidade de Aleppo. Ele agora é um dos mais de 86.000 sírios considerados amputados de guerra pela Organização Mundial da Saúde.

O jovem, que praticava kung fu desde os 12 anos, foi forçado a desistir de sua paixão. "Senti que todas as portas se fechavam na minha frente", lembra ele de sua academia, logo abaixo de uma enorme bandeira da oposição síria.

- Reforçar a confiança -

Mas durante os três anos que passou na Turquia para se tratar, ele continuou a frequentar aulas de artes marciais com treinadores e até mesmo participar de competições.

Este ano decidiu abrir esta academia de kung fu onde treina alunos de diversos níveis.

Em seu modesto ginásio, com sacos de areia e barras de tração, as paredes estão repletas de fotos de Othman em torneios.

O jovem ensina uma série de exercícios de aquecimento, sem usar muletas. Em seguida, observa os alunos realizando as sofisticadas sequências de kung fu antes de ajudá-los a refinar sua técnica para conter chutes ou socos.

Seu objetivo é ensinar às crianças "movimentos úteis que elas podem usar para se defender" e aumentar sua confiança.

Como a academia não está conectada à rede elétrica local e as baterias que fornecem energia estão descarregadas, Othman se refugia contra uma parede para procurar os últimos raios de sol, enquanto suas luvas de treino continuam recebendo os socos de um jovem aluno.

Mais tarde, num terreno aberto, o mestre do kung fu treina um grupo de 14 crianças vestidas com uniformes idênticos.

"Penso neles como meus irmãos mais novos", explica. "Meu objetivo é formar uma equipe sólida que possa aspirar a competições internacionais", afirma.

Ao menos quatro pessoas morreram, incluindo dois civis, em ataques israelenses nesta quarta-feira (24) no centro da Síria, informou a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Os bombardeios apontaram contra os arredores de três localidades ao oeste de Homs, onde estão baseados combatentes sírios vinculados ao movimento xiita libanês Hezbollah.

Pouco antes, a agência estatal síria SANA havia anunciado um balanço de dois mortos e sete feridos.

"A agressão provocou a morte de dois civis e deixou seis soldados e um civil feridos", afirmou uma fonte militar citada pela agência.

Desde o início da guerra na Síria em 2011, Israel organizou centenas de ataques aéreos, especialmente contra posições iranianas ou do grupo Hezbollah, grandes aliados do regime de Damasco.

Os ataques desta quarta-feira atingiram "alguns pontos na região central" do país, afirmou a SANA, sem revelar detalhes. A agência acrescentou que a defesa aérea síria "respondeu a agressão e derrubou a maior parte dos mísseis".

Israel não tem o hábito de confirmar os ataques no país vizinho. Procurado pela AFP, um porta-voz militar israelense declarou: "Não comentamos informações publicadas pela imprensa estrangeira".

Diante da seca que ameaça suas colheitas e seus meios de subsistência, os curdos da Síria trouxeram de volta nesta sexta-feira (19) um ritual centenário para fazer chover.

Na cidade de Qamichli, no nordeste do país, residentes curdos, entre eles muitas crianças, marcharam pelas ruas com uma boneca de madeira vestida com tecidos coloridos, a chamada "noiva da chuva", e a encharcaram com água. Outros recitaram orações especiais.

Por séculos, a comunidade curda praticou esse ritual durante os períodos de seca no inverno. A cerimônia, abandonada nas últimas décadas, ressurgiu após várias estiagens e o recorde de falta de chuva na região.

“Abandonamos essa tradição há muito tempo, mas a recuperamos nos últimos dois anos devido à forte seca”, explicou Farhan Ahmad, um agricultor de 54 anos.

Hajji Suleiman, de 71 anos, lembra de ter realizado o ritual quando era criança, mas disse que as circunstâncias mudaram.

"Já estamos em pleno inverno e não choveu nenhuma vez!", destacou.

Um "tribunal popular" sem poderes jurídicos foi inaugurado nesta terça-feira (2) em Haia para buscar justiça para os jornalistas assassinados e defender a liberdade de imprensa.

As audiências de seis meses, criadas por uma coalizão de organizações de defesa da liberdade de imprensa, se concentrarão nos casos não resolvidos de três jornalistas assassinados no México, Sri Lanka e Síria.

Embora não tenha poderes jurídicos para condenar os responsáveis, o tribunal pretende sensibilizar, pressionar os governos e reunir provas por meio do que chama de "justiça de base".

Hatice Cengiz, que iria se casar com o jornalista dissidente saudita Jamal Khashoggi antes que fosse assassinado em 2018 dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, disse que testemunhou no tribunal para que o mundo não se esqueça de seu noivo assassinado.

"No passado, os jornalistas eram atacados, mas agora são o governo e os dirigentes dos governos que os atacam. Então é um ponto muito, muito importante", disse Cengiz.

A filipina Maria Ressa, prêmio Nobel da Paz, e o filho da jornalista maltesa assassinada Daphne Caruana Galizia são alguns dos que testemunharão no tribunal em uma antiga igreja do século XVII em Haia.

O tribunal foi organizado pela Free Press Unlimited (FPU), pelo Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) e Repórteres sem Fronteiras e começa precisamente no Dia Internacional para Acabar com a Impunidade dos Crimes contra Jornalistas.

Examinará o assassinato em 2009 do diretor de jornal Lasantha Wickrematunge, durante o conflito separatista tamil no Sri Lanka, o assassinato em 2011 do jornalista mexicano Miguel Ángel López Velasco junto à sua esposa e filho, e o de Nabil Al-Sharbaji, que morreu em um centro de detenção sírio em 2015.

Mais de 1.400 jornalistas foram assassinados no mundo desde 1992 e oito em cada dez casos os assassinos ficaram livres, segundo o CPJ.

O tribunal pretende demonstrar que é possível encontrar novas provas nos assassinatos de jornalistas, inclusive quando os Estados não podem ou não querem, disse o diretor da FPU, Leon Willems.

O Comitê Internacional de Resgate (IRC) condenou, neste domingo (13), o fogo de artilharia no dia anterior na cidade síria de Afrin, que matou cerca de vinte pessoas e deixou um hospital fora de serviço.

Os tiros que atingiram vários bairros de Afrin (norte) e o hospital Al Shifaa causaram 21 mortes, 17 delas civis, de acordo com um novo balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Em um balanço anterior, o organismo havia contabilizado 16 mortes.

"O hospital está fora de serviço", lamentou o IRC, uma das ONGs que trabalha neste centro, apresentado como "um dos maiores do norte sírio".

"O ataque destruiu totalmente o pronto-socorro e também a sala de parto" e "a clínica externa está parcialmente destruída", disse a ONG.

Entre as vítimas fatais há "dois funcionários do hospital e dois motoristas de ambulância", acrescentou. "Uma parteira está em estado crítico".

Os disparos de artilharia no sábado vieram dos territórios no norte da província de Aleppo, onde milícias pró-iranianas leais ao regime sírio estão posicionadas, perto de áreas das forças curdas, de acordo com o OSDH.

Em um comunicado, a principal coalizão dominada pelos curdos negou qualquer envolvimento nos eventos.

Localizada na província de Aleppo, a região curda de Afrin foi conquistada em março de 2018 por forças turcas auxiliadas por voluntários sírios.

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, foi reeleito nesta quinta-feira (27) para um quarto mandato de sete anos, em eleições realizadas em um país destruído pela guerra, apesar das acusações do Ocidente de que o sufrágio não foi "nem livre, nem justo".

Durante uma coletiva de imprensa à noite, o presidente do Parlamento, Hammud Sabbagha, anunciou que Bashar al-Assad foi reeleito com 95,1% dos votos.

De acordo com Sabbagha, 14,2 milhões de pessoas foram às urnas, entre 18,1 milhões aptas a votar, o que representa uma taxa de participação de 76,64%.

Assad está no poder desde 2000, quando substituiu o pai Hafez, falecido após 30 anos de um governo com mão de ferro. Na terça-feira, o presidente criticou os países ocidentais, a começar pelos Estados Unidos e os países europeus, que consideraram que as eleições não foram livres.

Em 2014, Bashar al-Assad recebeu 88% dos votos, de acordo com os resultados oficiais.

Antes mesmo do anúncio oficial do resultado das eleições, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de várias cidades do país.

Na cidade costeira de Tartus, no oeste, multidões agitavam bandeiras e carregavam retratos de Bashar al-Assad, enquanto outros dançavam e tocavam instrumentos, de acordo com imagens transmitidas pela televisão síria.

Milhares de pessoas também se reuniram em Latakia, também à beira-mar, e na capital, Damasco.

Em Sweida, no sul do país, uma multidão se aglomerou em frente à sede do governado e em Aleppo vários homens montaram um palanque.

- Necessidades gigantescas -

Foi a segunda votação presidencial no país desde o começo da guerra em 2011, que já deixou mais de 388 mil mortos e levou ao exílio milhões de sírios.

De acordo com os registros, o país tem oficialmente pouco menos de 18 milhões de eleitores. Mas com a fragmentação do país pela guerra e o exílio, o número de eleitores é menor.

Em um país com economia destruída e infraestrutura dilapidada, Bashar al-Assad se apresentou como o homem da reconstrução, tendo travado batalhas militares com o apoio da Rússia e do Irã, seus aliados fiéis, e recuperado dois terços do território perdido.

Em uma Síria polarizada pela guerra, as regiões curdas autônomas do nordeste não irão reconhecer as eleições, assim como o último reduto jihadista e rebelde de Idlib (noroeste), onde vivem cerca de três milhões de pessoas.

Dois candidatos se apresentaram para disputar as eleições com Assad: o ex-ministro Abdallah Sallum Abdallah e e um membro da oposição tolerado pelo poder, Mahmud Marei. Os dois tiveram 1,5% e 3,3% dos votos, respectivamente.

A lei eleitoral exige que os candidatos tenham vivido na Síria por dez anos consecutivos antes das eleições, de modo que as figuras enfraquecidas da oposição no exílio foram de fato excluídas. A principal coalizão opositora denunciou que as eleições foram uma "farsa".

"As opiniões deles não valem nada", criticou Assad esta semana, referindo-se aos países ocidentais, que consideraram que as eleições "não foram livres nem justas".

As eleições ocorreram em meio a um marasmo econômico, com uma desvalorização histórica da moeda, inflação galopante e mais de 80% da população vivendo na pobreza, segundo a ONU.

A Síria, como o próprio Assad, está sujeita a sanções internacionais. E as necessidades de reconstrução são gigantescas.

Um relatório recente da ONG World Vision estima o custo econômico da guerra em mais de 1,2 trilhão de dólares.

Milhares de sírios em áreas controladas pelo governo dirigiram-se a seções eleitorais na manhã desta quarta-feira, 26, para votar em uma eleição presidencial que dará ao presidente Bashar Al-Assad um quarto mandato de sete anos. A eleição é a segunda desde que teve início o conflito que devastou o país, há dez anos, e foi considerada uma farsa pela oposição e por países ocidentais, incluindo os Estados Unidos.

"A chamada eleição presidencial do regime de Assad não é livre nem justa", disse o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, em um post no Twitter na quarta-feira. "Os EUA juntam-se à França, Alemanha, Itália e o Reino Unido no apelo à rejeição das tentativas do regime de recuperar a legitimidade sem respeitar os direitos humanos e as liberdades do povo sírio."

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Dois outros candidatos concorrem ao cargo mais alto do país, embora a competição com Assad seja amplamente vista como simbólica. Eles são figuras pouco conhecidas: Abdullah Salloum Abdullah e Mahmoud Ahmad Marie.

A partir das 7h (1h em Brasília), milhares de pessoas começaram a chegar às seções eleitorais em Damasco, lotando as ruas enfeitadas com pôsteres gigantes do presidente e faixas elogiando seu governo. A maioria não usava máscara. "Nós escolhemos o futuro. Escolhemos Bashar Assad", dizia uma das bandeiras hasteadas na capital.

"Estou aqui para votar porque é um dever nacional escolher o presidente que vai nos liderar no próximo período", disse o funcionário público Muhannad Helou, 38, que disse ter votado em Assad.

O presidente compareceu a um local de votação no subúrbio de Douma, em Damasco. A área era um dos principais redutos rebeldes do país até ser retomada pelas forças do governo em 2018, após ser palco, em abril daquele ano, de um suposto ataque químico que desencadeou reação militar dos EUA, Reino Unido e França.

"Não se espera que a eleição presidencial da Síria seja livre, justa ou legítima", disse Edward Denhert, analista sobre o Oriente Médio da "The Economist Intelligence Unit". Em nota, ele disse que a eleição simulada gerará nova condenação dos EUA e de algumas nações da União Europeia, aprofundando a crise entre a Síria e o Ocidente.

"Consequentemente, o regime de Assad será forçado a se inclinar ainda mais em direção a seus apoiadores russos e iranianos, e cada vez mais em direção à China", disse Denhert.

Votação 'ilegítima'

Nenhuma votação será realizada no nordeste da Síria, região controlada por curdos, ou na província de Idlib, no noroeste, que é o último grande reduto rebelde do país. Da mesma forma, em algumas partes das áreas controladas pelo governo, incluindo as províncias do sul de Daraa e Sweida, muitos rejeitaram a eleição, chamando-a de "ilegítima".

No domingo, o primeiro-ministro sírio, Hussein Arnous, viajou para Sweida pela primeira vez em anos para se encontrar com autoridades locais. Há relatos de que ele foi recebido de forma negativa pela população, que se manifestou contra os gastos excessivos em campanhas pró-Assad na cidade, em um momento em que a região vive na pobreza.

A votação deste ano ocorre em meio ao péssimo desempenho da economia da Síria, que está em queda livre como resultado de sanções ocidentais, corrupção governamental e lutas internas, além do coronavírus e da crise financeira do Líbano, seu principal aliado.

Alguns eleitores que aguardavam nas seções eleitorais estavam usando máscaras. Nos últimos três meses, as unidades de terapia intensiva em hospitais públicos de Damasco atingiram sua capacidade total devido a um forte aumento nas infecções por coronavírus, levando os médicos a transferirem pacientes para hospitais em outras províncias. Em março, Assad e sua esposa, Asma, testaram positivo para o vírus.

Nos EUA, a administração Biden disse que não reconhecerá o resultado da eleição síria a menos que a votação seja livre, justa, supervisionada pelas Nações Unidas e represente toda a sociedade síria. Já o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stephane Dujarric, afirmou a repórteres que a organização não está envolvida de forma alguma nas eleições, embora esteja ciente de que elas estão ocorrendo.

O ministro do Interior da Síria, Mohammad Rahmoun, disse que 12.102 seções eleitorais foram instaladas em todas as províncias do país. Ele afirmou que há mais de 18 milhões de eleitores qualificados na Síria, de uma população estimada em 23 milhões. Fonte: Associated Press.

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