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No dia em que realizou a primeira reunião oficial da equipe de transição, o governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou, nesta segunda (21), a indicação do secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para ocupar a mesma pasta em São Paulo a partir de 2023. Tarcísio também recebeu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), para discutir os espaços na administração.

Representantes das equipes do atual e do futuro governo se reuniram em um edifício no centro histórico da capital. A escolha de Feder, que foi antecipada pelo Estadão, abriu a sequência de anúncios de nomes do primeiro escalão.

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Depois de se reunir, pela manhã, com Guilherme Afif e o secretário Marcos Penido, coordenadores dos grupos de transição, Tarcísio reservou a tarde para encontrar reservadamente políticos que pleiteiam cargos no governo. Além de Eduardo, o deputado estadual Gil Diniz (PL) e o atual ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que é cotado para assumir a mesma pasta em São Paulo, também foram recebidos pelo governador eleito, assim como Cezinha de Madureira (PSD-SP), um dos líderes da bancada evangélica na Câmara.

A definição dos nove eixos temáticos que vão nortear a transição ficou para amanhã. A ideia é que representantes das 23 secretarias sejam ouvidos e dialoguem com os nomeados pelo governo eleito. Entre os principais desafios para Tarcísio estão o assédio de apoiadores de Bolsonaro por cargos, a articulação com a Assembleia Legislativa para enquadrar questões orçamentárias e definição de postos ligados à área de segurança pública.

O governador eleito pretende deixar de lado, neste momento, polêmicas como o fim das câmeras nos uniformes dos policiais militares e a privatização da Sabesp, e deve priorizar temas ligados à estrutura de governo. Ele prometeu criar a Secretaria da Mulher e estuda desmembrar a da Segurança Pública, mas o atual número de pastas deve se manter.

Cobiça

Após a derrota de Bolsonaro na corrida pelo Palácio do Planalto, o Estado de São Paulo é visto com interesse por aliados do presidente. Entre os nomes citados estão o da deputada federal Rosana do Valle, cotada para administração portuária ou a Secretaria da Mulher. Uma ala do PL tenta emplacar nomes como os deputados eleitos Mário Frias e Ricardo Salles, mas aliados de Tarcísio resistem. Ao Estadão, Salles, que foi ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, disse que não tem interesse em cargos.

O entorno do governador eleito ecoa suas falas de que secretarias estratégicas serão blindadas. A decisão sobre a Segurança Pública ainda não foi tomada. Além da estrutura, o nome que vai chefiar as Polícias Civil e Militar segue indefinido. A área é prioridade.

Orçamento

Na quinta-feira passada (17), Tarcísio disse que o primeiro passo de sua gestão será avaliar como inserir seu plano de governo na peça orçamentária do próximo ano. Ele receberá o Estado com um orçamento de R$ 317 bilhões, sendo R$ 32 bilhões em caixa. O valor, porém, será onerado a partir de 2023, por causa da lei sancionada por Bolsonaro que limita a cobrança de ICMS.

Da mesma forma, como mostrou o Estadão, Tarcísio terá de definir regras para aplicar o ICMS Educação, lei que prevê parte do repasse do imposto a municípios que tenham melhor desempenho entre alunos do 1.° ao 5.º ano.

O orçamento também será impactado por um projeto que tramita na Alesp para aumentar em 50% o salário do governador. A medida tem efeito cascata e pode custar R$ 1,5 bilhão ao ano. Sem detalhar uma porcentagem, Tarcísio se mostrou favorável à ideia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os deputados que comandam a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) tentam votar em ritmo acelerado um projeto de lei que concede o dobro da inflação para os salários do governador, do vice-governador, dos secretários estaduais e de todo o funcionalismo que recebe o teto pago pelo Estado. Se aprovada, a medida pode gerar um custo estimado de R$ 1,5 bilhão ao ano.

Pela proposta assinada e apoiada pelos líderes dos principais partidos representados na Casa, o subsídio do governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, teria alta de 50% e chegaria a R$ 34,5 mil a partir de janeiro. Hoje, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) recebe R$ 23 mil. Se fosse aplicada a inflação sobre o último reajuste, feito em março de 2019, o salário ficaria em R$ 28,7 mil, ou seja, 24,7% maior que o atual, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período.

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O texto propõe os mesmos índices de aumento para o vice-governador eleito, Felício Ramuth (PSD), e para os próximos secretários estaduais a serem anunciados. Os valores passariam de R$ 21,9 mil para R$ 32, 8 mil e de R$ 20, 7 mil para R$ 31,1 mil, respectivamente.

O impacto, no entanto, seria muito maior, já que o teto do funcionalismo estadual, pago a auditores fiscais e procuradores, por exemplo, é determinado pelo salário do governador. Quando há aumento para o líder do Executivo, o efeito é cascata. O projeto de lei não determina qual o montante dessa alta para o orçamento, mas, segundo deputados estimam, ela pode ser de R$ 1,5 bilhão ao ano ou mais.

Sem dar publicidade ao tema - o projeto passou a tramitar no dia 19 de outubro, em meio ao segundo turno das eleições -, a mesa diretora da Alesp já tentou aprovar a medida em duas oportunidades, na terça, 8, e na quarta, 9. Em ambos os casos, no entanto, não houve quórum necessário para a votação.

Na última tentativa, foram os partidos aliados a Tarcísio que mais votos favoráveis deram à proposta, com destaque para o PL e o Republicanos. O PT, apesar de assinar o projeto por meio de sua representante na Mesa Diretora, a deputada Márcia Lia, se colocou em obstrução na sessão de quarta. A nova tentativa de levar o tema à pauta deve se dar na próxima quarta-feira, 16. São necessários 48 votos favoráveis.

Segundo afirmou o governador Rodrigo Garcia nesta sexta, 11, a iniciativa visa possibilitar o aumento do salário de diversas categorias que são limitadas ao valor pago ao governador do Estado. O tucano confirmou a estimativa de impacto em R$ 1,5 bilhão ao ano e justificou a medida afirmando que São Paulo tem base financeira para oferecer essa alta e que já reajustou os subsídios das demais categorias - em 10% para o funcionalismo geral e de 20% para professores e policiais.

"A decisão, no entanto, deve ser compartilhada com o novo governador, já que o impacto se dará a partir do ano que vem", disse Garcia. A assessoria de Tarcísio de Freitas afirmou que a aprovação do projeto é uma "decisão que cabe aos deputados da Alesp. Tarcísio, como governador, acata o que for definido", informou.

Ex-ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro (PL), o governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) quer "blindar" as pastas ligadas ao setor em São Paulo e planeja desalojar da Secretaria de Transporte e Logística o grupo ligado ao vereador Milton Leite (União Brasil).

Antes mesmo de iniciar o processo de transição, Tarcísio avisou que pretende indicar para comandar a secretaria um engenheiro de sua confiança e sem relação com partidos: Rafael Benini, diretor da Empresa de Planejamento e Logística. Outro nome que terá influência será Arthur Lima, diretor-presidente da estatal.

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Aliado tradicional do PSDB paulista, que comandou o Palácio dos Bandeirantes por 28 anos, Leite é o principal dirigente do União Brasil em São Paulo e exerce forte influência no setor de transporte na capital e no Estado.

Se essas escolhas se confirmarem, o governador eleito estará "desalojando" o grupo de Leite. Na política desde 1983, ele ingressou na Câmara Municipal em 1997 após vencer sua primeira eleição com 33 mil votos. No ano passado foi reeleito presidente da Casa.

Acordo

Um ano antes, o vereador, que tem um filho deputado estadual e outro federal, fez um acordo com o PSDB. Então candidato à reeleição na capital, o prefeito Bruno Covas decidiu entregar a vaga de vice em sua chapa ao MDB de Ricardo Nunes, e não ao União Brasil, como estava previsto. Como compensação, Leite indicou para a presidência da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) o engenheiro Milton Persoli. O atual secretário de Transporte e Logística, João Otaviano, também foi indicação do vereador.

Um dos primeiros partidos a declarar apoio a Tarcísio no segundo turno, o União Brasil fez chegar ao governador eleito a mensagem de que gostaria de manter a pasta em sua área de influência. O Republicanos, partido de Tarcísio, também sinalizou interesse em comandar a secretaria e autarquias ligadas a ela.

Releitura

"Deve haver uma releitura completa dos cargos de primeiro escalão, que serão renovados. Na área de infraestrutura e transportes, os nomes serão técnicos. Tarcísio não acolheu bolsonaristas quando estava no ministério. É próxima de zero a chance de ele manter os cargos na infraestrutura em São Paulo", disse o vice-governador eleito, Felício Ramuth (PSD).

No governo paulista, a pasta dos transportes responde pelos maiores contratos do governo em obras como o Rodoanel, a duplicação da Rodovia dos Tamoios e a recuperação de vicinais. "Na área de transportes, a influência política muitas vezes vai contra o bom planejamento técnico e não segue linhas metodológicas. O transporte faz parte da vida das pessoas. Tarcísio, que fez isso no ministério, vai encontrar resistências em São Paulo, mas o caminho é esse", disse o engenheiro de Transportes Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes.

Procurado, Milton Leite, que na semana passada ocupou o cargo de prefeito interino, disse que o União Brasil não discutiu espaços no governo. "Caso ele (Tarcísio) convide, vamos avaliar", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após ser eleito governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai passar uma semana nos Estados Unidos para um período de descanso - ele embarcaria na noite desta terça (1º). A transição deve começar oficialmente no dia 16. Tarcísio voltará de viagem na próxima segunda-feira, 7 e, depois, ainda pretende passar mais alguns dias em Brasília para resolver problemas pessoais e burocráticos.

A decisão de viajar e adiar a transição evitaria o assédio bolsonarista em momento conturbado para seu padrinho político, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que perdeu a disputa à reeleição para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e vê apoiadores paralisarem estradas questionando o resultado das urnas.

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Não é comum que governadores eleitos permaneçam tanto tempo afastados logo após a eleição. O ex-governador João Doria (PSDB), por exemplo, tirou uma semana de férias entre o Natal e o ano-novo após vencer a disputa em 2018.

De acordo com aliados de Tarcísio, o ex-ministro teria de despachar com bolsonaristas mais radicais e seria pressionado a se manifestar neste momento sobre os atos. A assessoria do governador eleito disse que o motivo da viagem não tem relação com a pressão de aliados de Bolsonaro.

O governador Rodrigo Garcia (PSDB) ofereceu à equipe de Tarcísio uma estrutura para a transição em um prédio do governo, no centro de São Paulo, mas o grupo do governador eleito não decidiu de onde prefere despachar. Uma alternativa é ocupar o comitê usado pelo candidato na Vila Mariana, na zona sul da capital.

Designado por Garcia, o secretário de Governo, Marcos Penido, vai coordenar a transição com a equipe de Tarcísio, que indicou seu coordenador de plano de governo, Guilherme Afif Domingos, para representá-lo. "Será uma transição mais do que tranquila", disse Afif ao Estadão.

Coordenador

Afif afirmou que o primeiro passo será olhar os compromissos assumidos. "Os atendimentos aos prefeitos serão honrados. Sobre o orçamento, o governo que assume responde pelo do segundo ano de gestão, porque o primeiro orçamento não é seu", afirmou.

Na transição, Penido vai fornecer à nova equipe os números referentes ao orçamento do Estado e aos investimentos em andamento no governo de São Paulo. O Palácio dos Bandeirantes também vai nomear um representante de cada pasta para formar o grupo.

Ao todo, segundo o governo paulista, são cerca de 8 mil obras previstas para serem entregues na próxima gestão. Entre elas estão a retomada da Linha Laranja do Metrô, a modernização da Rodovia dos Tamoios, a despoluição do Rio Pinheiros, além da construção de barragens e piscinões. "A atual gestão entregará o governo com saúde financeira e investimentos da ordem de R$ 30 bilhões em 8 mil obras", disse, em nota, a assessoria de Garcia. "Faremos a transição que o povo de São Paulo espera, com transparência e diálogo", afirmou o governador.

Penido também apresentará à equipe de transição os dados sobre as concessões em curso e de outros grandes projetos como, por exemplo, o Programa de Ensino Integral (PEI) e o Bolsa do Povo, maior projeto de transferência de renda já desenvolvido no Estado.

Nos bastidores, os partidos que apoiam Tarcísio têm sondado interlocutores sobre os espaços na administração. Com nove deputados estaduais eleitos, o PSDB gostaria que o governador eleito mantivesse a Secretaria de Desenvolvimento Regional sob controle da sigla, bem como a pasta da Habitação. O União Brasil, por sua vez, quer manter o controle da área de transportes e logística, além de Dersa e Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A estreia vitoriosa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas urnas lhe dará o comando do Estado mais rico do Brasil e, por isso, também um dos mais desiguais e carentes por uma oferta ampliada de serviços públicos de qualidade. Mas, além dos desafios diários de governar São Paulo para mais de 45 milhões de habitantes, o ex-ministro de infraestrutura terá de decidir se mantém-se fiel ao perfil moderado apresentado aos eleitores ou se assume o bolsonarismo diante da vitória nacional do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar de respaldado também por partidos que não compuseram a base oficial do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo dos últimos quatro anos, como o PSDB e o PSD, Tarcísio vai ter de ser mais político do que técnico na montagem de seu governo. As pressões já começaram antes mesmo de as urnas serem fechadas, com indicados para manter sua influência ou avançar sobre novas pastas.

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Para o cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira, da FGV-SP, o primeiro desafio do ex-ministro é mesmo o político. Carioca, Tarcísio não tem base no Estado e deve delegar a articulação para aliados como o PL, de Valdemar da Costa Neto, além de depender de interlocutores para pautar sua agenda. "O arranjo de governabilidade vai ser crucial. E ele vai precisar aprender fazendo, já que nunca ocupou um cargo político no sentido estrito", aponta Teixeira.

Sem quadros próprios, Tarcísio repetiu ao longo da campanha que iria montar um secretariado técnico, especialmente em áreas que considera sensíveis e nas quais tem mais familiaridade, como Transporte e Logística e Habitação. Além de nomes como de Guilherme Afif, ex-governador de São Paulo que foi assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes; do médico Eleuses Paiva, que deve assumir a secretaria da Saúde; e de Rafael Benini, que atuou na Agência de Transporte do Estado de São Paulo; Tarcísio já indicou que a diretora executiva do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Martha Seillier, pode assumir uma das pastas da área.

O Estadão apurou que o economista Samuel Kinoshita, a engenheira Priscilla Perdicaris e o administrador Marcelo Branco, ligado a Gilberto Kassab, são outros nomes considerados para compor o governo. Após receber o apoio do governador Rodrigo Garcia (PSDB), os tucanos também esperam espaço na máquina que comandaram por quase três décadas.

Transição

A transição de um governo para o outro vai exigir posicionamentos do novo governador em pautas encampadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que Tarcísio recuou ao longo da campanha, como o uso de câmeras corporais, a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a vacinação de servidores públicos.

Com sua vitória em São Paulo e a derrota de Bolsonaro na disputa nacional, o ex-ministro passa a ser o principal representante do bolsonarismo na chefia de uma estrutura do poder Executivo. O ponto-chave do início de seu governo, apontam especialistas, se baseia na capacidade política de Tarcísio de evitar que o Estado se torne uma ilha bolsonarista.

O cientista político do movimento Voto Consciente, Bruno Silva, argumenta que a aliança com Garcia no segundo turno pode ser fundamental para ocupar o campo que era dos tucanos no Estado.

"Tarcísio é uma liderança que se constituiu no Estado caminhando na rabeira de Bolsonaro, tanto é que nacionalizou (a disputa na campanha). Se fizer uma leitura política mais apurada do que está em suas mãos, pode tentar construir uma base e ocupar um campo que era dos tucanos", afirmou Silva.

O ex-ministro já disse que vai dar continuidade a algumas políticas no Estado, sem intenção de fazer uma "destucanização" na máquina, mas quer promover uma "aceleração" em outras áreas.

Silva cita que as políticas educacionais podem ficar à prova neste contexto. A base evangélica que o apoiou na campanha, e que sustenta o Republicanos, por exemplo, pode criar pressões para pautar temas dentro das escolas ou mesmo pleitear um aumento das escolas cívico-militares.

Teixeira também vê como um desafio para o novo governador conciliar a influência da Igreja Universal com os desafios do governo por área. "Quando você é governo, precisa equilibrar o técnico e o político. Temos um outro problema que tem a ver com esse arranjo do entorno dele, que defende o armamentismo, venda de armas. Vai vir muita coisa nesse segmento."

Após votar em São José dos Campos (SP) na manhã deste domingo (30), o candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse estar confiante com uma vitória tanto estadual quanto nacional com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao ser questionado sobre a atitude da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) no sábado (29), Tarcísio negou comentar o ocorrido.

"Não vi exatamente o que aconteceu, não acompanhei. Não tenho nada para comentar", declarou o candidato à imprensa.

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Ontem, Zambelli, uma das principais aliadas do presidente no Congresso, se envolveu em uma confusão nos Jardins, na capital paulista. Em vídeos divulgados nas redes sociais em poder da Polícia Civil, a parlamentar aparece empunhando uma pistola enquanto persegue um homem negro, que é agredido por outras pessoas. Um tiro é disparado pelo grupo do qual fazia parte a deputada.

Ao fazer uma análise sobre sua trajetória de campanha, o ex-ministro avaliou que sua campanha "caminhou muito bem". "Estamos muito confiantes, na nossa vitória e na vitória do presidente também", disse.

Tarcísio confirmou que irá acompanhar a apuração na cidade de São Paulo, onde deve chegar no final da tarde, com um grupo de apoiadores. Segundo ele, mesmo distante de Bolsonaro durante a apuração das urnas, ficará em "contato direto com Brasília".

O candidato votou hoje em São José dos Campos, interior de São Paulo, na Escola Carlos Saloni. Ele estava vestido com uma camisa amarela, tendo na frente uma estampa com sua imagem ao lado da do presidente e, atrás, seu número de urna ao lado do de Bolsonaro.

O candidato do PT ao governo de São Paulo deixou como "carta na manga" para o último bloco do debate promovido pela TV Globo o episódio envolvendo seu adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cujo um auxiliar de campanha pediu para que um cinegrafista apagasse imagens do tiroteio no bairro de Paraisópolis que interromperam a agenda do ex-ministro na região.

Haddad acusou o ex-ministro de não ser transparente e afirmou que a atitude gera "suspeição". "Não se destrói provas, evidências, se confia na autoridade policial", disse o petista, durante debate. Ele declarou que as imagens poderiam ser úteis para investigação, e que não deveriam ser apagadas.

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Em resposta, Tarcísio afirmou que "lamenta" que o adversário faça "sensacionalismo com uma coisa séria". "Primeira coisa: você sabe onde foi feito esse pedido? Foi feito dentro do nosso escritório na Vila Mariana. E sabe por que a gente estava lá com o cinegrafista? Porque a gente não deixou ninguém ficar pra trás", disse Tarcísio ao se defender sobre o tema.

Segundo o ex-ministro, foi pedido para que as imagens fossem apagadas foram feitas por preocupação com pessoas.

Nesta semana, a Folha de S.Paulo publicou um áudio em que mostra que um integrante da campanha do Tarcísio mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio de Paraisópolis, no dia 17. Já na noite de quarta-feira, 26, o jornal revelou que, logo após a publicação da matéria, a equipe de Tarcísio teria pedido o desligamento do funcionário e que a emissora teria sugerido que ele gravasse um vídeo para o candidato.

Na justificativa, Tarcísio explicou que o funcionário mandou apagar o conteúdo por causa da "preocupação com a segurança das pessoas" que estavam presentes no incidente.

Em nova tentativa de associar o PT aos governos de esquerda de Venezuela e Cuba, na linha do presidente Jair Bolsonaro (PL), o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a sigla deixou "um cemitério de obras paralisadas" e só concluiu projetos nos países vizinhos.

"No campo da infraestrutura, o que PT nos deixou de legado foi um cemitério de obras paralisadas, 14 mil obras do PAC inacabadas. Metade delas nós concluímos no último período. Mas seria uma injustiça eu dizer que PT é ruim de obra. PT é bom de obra, afinal, terminou o Porto de Mariel, só que ele fica em Cuba. Não fez o metrô de Belo Horizonte, mas fez o metrô de Caracas", provocou Tarcísio durante debate da TV Globo.

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"Vocês são bons de obras, só não fizeram obras aqui. Fizeram obras para os companheiros ditadores da Venezuela, de Cuba", continuou o ex-ministro. A mesma narrativa é usada por Bolsonaro para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Haddad voltou criticar Tarcísio ao dizer que ele "já está nomeando secretário" sem ao menos ter sido eleito. O ex-ministro já sinalizou que se vencer, Eleuses Paiva e o ex-vice-governador de São Paulo Guilherme Afif Domingos, ambos do PSD, devem integrar o seu secretariado.

Um dos membros da campanha do candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio que interrompeu sua agenda eleitoral, na segunda, dia 17 de outubro. Essa informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo, que teve acesso a esse áudio.

Além disso, o profissional pediu para não ser identificado e contou à Folha que foi abordado por um integrante da campanha. Segue a transcrição da gravação: 

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Campanha: “Você filmou [inaudível] que mostram policiais atirando? Quando a gente estava… Chegou lá pra ver o que estava acontecendo. Você saiu ali do local e foi até lá?”

Cinegrafista: “Fui”

Campanha: “Você estava ali embaixo filmando? Você filmou então o pessoal trocando tiro?”

Cinegrafista: “Não, trocando tiro, efetivamente, não. Tenho tiro da PM pra cima dos caras. A hora que você chega, que você me barra…”

Campanha: “Você só filmou lá no canto?”

Cinegrafista: “Só. Na hora que você chega ali, eu já tô voltando.”

Campanha: “O pessoal que tava na ONG ali, no Belezinha, você não filmou?”

Cinegrafista: “Não.”

Campanha: “Não filmou?”

Cinegrafista: “Do segurança de colete…”

Campanha: “Você tem que apagar. Essa imagem que você filmou aqui também. Mostra o pessoal saindo, tem que apagar essa imagem. Não pode divulgar isso, não.”

Jovem Pan

Em nota, enviada para à Folha a Jovem Pan afirmou: "A Jovem Pan exibiu todas as imagens feitas durante o tiroteio. O trabalho do cinegrafista permitiu que a emissora fosse a primeira a noticiar o ocorrido no local. Não houve contato da campanha do candidato Tarcísio com a direção da emissora com o intuito de restringir a exibição das imagens e, por consequência, o trabalho jornalístico”.

Campanha Tarcísio

Já membros integrantes da campanha de Tarcísio, afirmaram que a pergunta foi feita ao cinegrafista para saber se ele havia filmado aqueles que estavam no local e "se seria possível não enviar essa parte para não expor quem estava lá”.

O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu a "liberdade" dos cidadãos em relação à posse e, em determinados casos, o porte de armas de fogo no Estado, caso eleito. Apesar da defesa, o candidato voltou a condenar a atitude do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), que fez disparos de fuzil contra agentes da Polícia Federal (PF) no domingo passado.

"Tenho defendido sempre a liberdade. A liberdade do cidadão de poder ter a posse da arma de fogo, poder ter uma arma de fogo em casa, e até mesmo o porte, atendendo a determinados requisitos legais", declarou, em entrevista à Rádio Eldorado, nesta terça-feira (25).

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O candidato voltou a comentar a reação agressiva de Roberto Jefferson e disse que "não podemos comparar quem está fora da lei com aquele que está dentro da lei". "A gente percebe que ele estava numa situação de irregularidade", disse. O ex-deputado estava com sua licença de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) suspensa e não poderia ter armas em sua residência.

No domingo, 23, agentes da PF foram à residência do ex-deputado cumprir novo mandado de prisão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Os agentes, contudo, foram recebidos pelo ex-parlamentar com granadas e disparos de fuzil. Dois deles ficaram feridos, mas não correm risco de morte.

"O que aconteceu no caso Roberto Jefferson é absolutamente lamentável sob todas as dimensões, primeiro pelo ataque a uma ministra do Supremo Tribunal Federal (Cármen Lúcia]), a gente tem que repudiar isso veementemente, não se pode atacar uma autoridade, e pela reação à ordem de prisão", declarou. Segundo Tarcísio, "quem ataca a polícia é bandido".

"Entendo que ele tem que pagar por isso, pagar como criminoso, responder criminalmente, que acho que extrapolou muito", afirmou.

Habitação

Tarcísio de Freitas defendeu na entrevista a implementação de um programa "ousado" para solucionar o problema da habitação no Estado. Em uma aliança entre a Prefeitura, o Estado e a Presidência da República, o ex-ministro defendeu a regularização fundiária, construção de moradias e aluguel social.

Tarcísio detalhou que seu programa de habitação se sustenta em três pilares. O primeiro diz respeito à regulação fundiária que, segundo ele, irá requalificar a moradia. Já o segundo ponto trata-se de aumentar a construção de habitações. "A gente, em São Paulo, tem um recurso de tributo vinculado à produção de moradia, mas ele tem se mostrado insuficiente", disse. De acordo com ele, atualmente, são trabalhados cerca de R$ 1,7 bilhões por ano para a construção de moradias, mas a meta é aumentar para cerca de R$ 4 bilhões, R$ 4,5 bilhões por ano. Na sua avaliação, é preciso aumentar o ritmo de construção, que atualmente está na casa dos 8 mil.

Para isso, ele propõe utilizar a construção direta via Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e parcerias público-privadas com a utilização de espaços ociosos para fazer habitação de interesse social, de médio padrão e empreendimento comercial. "Na lógica de PPP, os dois últimos vão financiar o primeiro", detalha.

Por fim, Tarcísio destaca a importância do aluguel social como forma de evitar o "comércio de empreendimentos". O candidato também cita a necessidade de revitalização do centro da cidade de São Paulo.

Composição técnica

O candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos voltou a afirmar que, caso eleito, irá montar um governo baseado em tecnicidade e integridade. Segundo ele, se o presidente Jair Bolsonaro (PL) for eleito, não haverá interferência do chefe do Executivo nacional no governo paulista.

"Qual vai ser a participação do presidente no governo Tarcísio no Estado de São Paulo? Nenhuma. O governo vai ser meu. Vou trabalhar, caso seja eleito, para montar um secretariado técnico, absolutamente técnico", garantiu o candidato na entrevista à Rádio Eldorado. Diante do apoio que tem recebido de partidos políticos em favor de sua eleição, a exemplo do PSDB e União Brasil, Tarcísio, contudo, negou que isso represente cargos em seu possível governo.

"Toda vez que a gente fez aliança com partido, a gente discutiu propostas, sempre no campo programático", disse. O candidato, no entanto, afirmou que pode acolher uma indicação, desde que a pessoa tenha embasamento técnico e boa reputação.

Segundo ele, mesmo com o apoio que recebeu do PSDB do Estado de São Paulo, a ideia é que haja uma renovação das secretarias, em especial porque avaliou a derrota do governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB), no primeiro turno como uma indicação da população a favor da renovação. "Nas áreas que entendo que a gente precisa ter muita velocidade, que eu critiquei o PSDB, eu vou trazer gente nova e a sociedade está esperando isso", declarou, citando áreas como Educação e Transporte. Ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, o candidato também afirmou que há uma tendência que ele traga alguém que trabalhou com ele no Ministério.

Apesar de pregar renovação, Tarcísio negou que irá "implodir" políticas públicas que estão dando certo no Estado. Questionado sobre a liberação de passe de transporte público no dia das eleições, o candidato do Republicanos afirmou que liberaria. "Estamos falando da festa da democracia", disse.

Universalização do saneamento

Tarcísio de Freitas também afirmou que, caso eleito, buscará antecipar em cinco anos da meta de universalização do saneamento básico no Estado. Em sua avaliação, tal investimento encurtará o tempo de despoluição dos rios Tietê e Pinheiros "na mesma proporção".

Para tratar a poluição dos rios em São Paulo, Tarcísio defendeu o investimento no saneamento básico. Ele afirmou que a diminuição da mancha de poluição depende do aumento da quantidade de ligações domiciliares, redes coletoras, redes interceptoras e estações de tratamento.

"Precisa de muito dinheiro e muita vontade", declarou. "Se a gente conseguir fazer a universalização do saneamento básico, trazer de 2033, que é a meta estabelecida no Marco de Saneamento, para 2027, que é nosso objetivo, a gente vai conseguir também encurtar esse tempo de despoluição de Tietê e Pinheiros na mesma conclusão", finalizou.

O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao Governo de São Paulo, comentou sobre o ataque armado do ex-deputado federal Roberto Jefferson contra agentes da Polícia Federal que cumpriam mandado de prisão, no domingo (23).

Para o candidato, Jefferson "já vem dando sinais há muito tempo de estar com a saúde mental prejudicada", disse em entrevista na Rádio Band News FM. Tarcísio voltou a repudiar os ataques feitos pelo ex-deputado contra a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, além da agressão sofrida por um repórter cinematográfico da Inter TV, afiliada da Rede Globo. 

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“Lamento profundamente, a gente precisa de paz e eu entendo que isso desvia todo mundo do debate propositivo da nossa discussão de futuro. A gente precisa pregar e zelar pela harmonia entre os poderes”, completou.

No domingo, após as falas de Roberto Jefferson ganharem visibilidade, o ex-ministro publicou em seu Twitter, lamentando as falas agressivas. "Lamento e repudio fortemente as falas agressivas à ministra Cármen Lúcia, bem como a reação absurda de Roberto Jefferson nesta manhã. Deixo aqui a minha solidariedade aos agentes feridos no exercício do seu trabalho e reforço a minha opinião de que nada justifica a violência", destacou.

A uma semana do segundo turno da disputa pelo comando do Estado de São Paulo, o grupo político do governador Rodrigo Garcia (PSDB) já pressiona o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) para ocupar cargos nos primeiro e segundo escalões da administração caso o candidato bolsonarista confirme o favoritismo e vença a disputa no dia 30 de outubro. Na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na quarta-feira (19), Tarcísio apareceu com 49% das intenções de voto ante 40% de Fernando Haddad (PT).

Uma comitiva de aliados do governador tucano composta majoritariamente por políticos do PSDB e do União Brasil marcou presença na quinta-feira (20) no jantar oferecido por Garcia ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-ministro da Infraestrutura na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes. O União Brasil tenta manter o comando da Secretaria de Transporte, que hoje está na órbita do vereador paulistano Milton Leite, e ainda ficar com a pasta da Habitação, que seria entregue ao deputado Geninho Zuliani, que foi candidato a vice de Garcia no primeiro turno e é um dos mais próximo aliados do governador.

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Procurado, Zuliani negou que esteja pleiteando a vaga, mas admitiu que o União Brasil terá espaço em eventual governo Tarcísio. "O União terá espaço, mas não está definido qual será. Se meu nome foi lembrado, fico feliz, mas não tenho conhecimento de que esteja sendo cotado", afirmou o deputado federal ao Estadão.

Segundo reportagem do portal UOL, o PSDB também sugeriu a Tarcísio manter o comando da Habitação com o atual titular da pasta, Flávio Amary, mas ele teria outros planos, e há forte pressão sobre o candidato do Republicanos para que o controle da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA) também permaneça com um aliado de Leite. Os tucanos também gostariam de manter o comando do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) com o presidente estadual da sigla, Marco Vinholi.

Logo após o primeiro turno, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, veio a São Paulo para conduzir pessoalmente as negociações com Tarcísio ao lado do deputado federal reeleito Carlos Sampaio (PSDB-SP) e de Vinholi. A articulação irritou a bancada de nove deputados estaduais tucanos eleitos, que desautorizaram as tratativas. O candidato bolsonarista acabou recebendo o apoio do PSDB em seu comitê de campanha ao lado do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), e sem a presença do presidente estadual do partido, que saiu sem dar entrevistas.

Nas conversas reservadas com os líderes partidários, Tarcísio evita por ora a se comprometer com cargos, mas mandou alguns recados. O candidato quer indicar um nome técnico de sua confiança - não um político - para as Secretarias de Habitação e Transporte.

Integrante do grupo de plano de governo do ex-ministro, o médico Eleuses Paiva deve assumir a pasta da Saúde. Também membros do grupo, o engenheiro Marcelo Branco e o ex-deputado federal Guilherme Afif também estarão no primeiro escalão do governo paulista na cota pessoal de Tarcísio, caso ele vença a eleição. Procurado, Tarcísio negou que já esteja negociando cargos. "Não tem nenhuma negociação sobre cargos com os partidos. Vou buscar nomes técnicos", afirmou ao Estadão.

Em nota, a assessoria de Garcia afirmou que seu apoio às candidaturas de Bolsonaro e Tarcísio faz parte da sua luta histórica contra o PT. Ainda segundo a assessoria, Garcia não participa e não participará de articulações partidárias para a formação de futuros governos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) investiram, nessa segunda (17), na tese de "atentado" contra o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que teve de interromper uma agenda de campanha após um tiroteio em Paraisópolis, na capital paulista. No Twitter, o próprio Tarcísio escreveu que ele e a sua equipe foram "atacados por criminosos". Depois, a assessoria do candidato mudou o tom e passou a classificar o episódio como uma "tentativa de intimidação". O governador Rodrigo Garcia (PSDB), que declarou voto no ex-ministro da Infraestrutura no segundo turno, afirmou, também pelo Twitter, que determinou "a imediata investigação do ocorrido".

Houve uma série de postagens de bolsonaristas na sequência do episódio, insinuando que o mando do suposto ataque seria da "esquerda" ou do adversário do ex-ministro no segundo turno, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT). Outros ironizaram a agenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, que ocorreu sem incidentes, na semana passada. O termo "atentado" entrou nos trending topics (assuntos mais comentados) do Twitter e acumulou mais de 170 mil mensagens em poucas horas.

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"Ao que parece trata-se de um atentado de traficantes fortemente armados contra o Ministro Tarcísio em SP", escreveu o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente. "Graças a Deus o atentado em Paraisópolis/SP não fez vítimas fatais", postou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

A associação direta com Lula, Haddad e o PT foi feita por bolsonaristas radicais, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-DF). "Lula disse no debate que ele é o único candidato que entra na favela sem colete e sem precisar de polícia. Hoje: Tarcísio Freitas sofre atentado em Paraisópolis. Tire suas conclusões", postou a deputada no Twitter, em referência à visita recente do petista ao Complexo do Alemão.

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) frequentemente associa o partido a facções criminosas e já teve conteúdos removidos a mando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O candidato do Republicanos ao governo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, avalia que o tiroteio que paralisou sua agenda na manhã desta segunda-feira, 17, foi uma "ação de intimidação" territorial. Ele evita falar que a troca de tiros foi de cunho político, mas reitera que foi intencional.

"Bandidos notaram nossa presença ali desde cedo", declarou o candidato, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira. Ao classificar quem fez a troca de tiros como "criminosos", Tarcísio afirmou que a ação foi um recado de que ele não é "bem-vindo". "Criminosos querem dizer que têm um lado, mas 'não é o seu'."

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O candidato teve de interromper a agenda no Polo Universitário de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira por causa de um tiroteio. Nas redes sociais, ele disse ter sido alvo de "ataque de criminosos", mas afirmou que todos da sua comitiva estão bem e que um "bandido foi baleado". Tarcísio deixou o local em segurança, com a equipe e jornalistas. A Polícia Militar informou que uma pessoa foi baleada.

O candidato afirmou que estava visitando instalações de um centro universitário e que começou a ouvir trocas de tiros. Mais tarde, os tiros se intensificaram e ouviu-se uma gritaria. Após ter a segurança retomada, o candidato saiu do local juntamente com sua equipe. Ele disse que foram avistadas quatro motos com dois "elementos" em cada uma que rondaram o lugar e tiraram fotos desde cedo.

Tarcísio afirmou que a equipe de segurança disse que a troca de tiro não é comum naquela região e, portanto, em sua avaliação, foi um ato de intimidação.

"Na minha visão, dizer que foi um tiroteio corriqueiro, não é assim que funciona", disse, emendando que, em sua análise, o ato quis dizer: "Você não entra sem a nossa permissão."

O candidato do Republicanos enfatizou a importância da presença do Estado para que episódios como este não ocorram. Segundo ele, caso eleito, será aumentada a presença do Estado. "Estado tem que libertar as pessoas do crime organizado."

Por fim, o ex-ministro declarou que a agenda de campanha não sofrerá mudanças.

Tarcísio também anunciou o apoio do diretório estadual do Cidadania a sua candidatura.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que ainda é cedo para dizer que há motivação política no tiroteio que obrigou a comitiva do candidato Tarcísio Gomes de Freitas a sair de Paraisópolis, na zona Sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira, 17. Bolsonaro afirmou que, mesmo assim, a segurança do candidato precisa ser reforçada.

"Eu recebi um telefonema do Tarcísio, algumas imagens também, tudo é preliminar ainda, então, eu não quero me antecipar, se foi uma ação contra a equipe dele, se foi uma ação isolada, se algum conflito já estava havendo na região. Então, seria prematuro eu falar sobre isso", declarou Bolsonaro, no Palácio do Alvorada durante pronunciamento ao lado do ex-senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Agripino Maia (União-RN), que declararam apoio a ele contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

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O presidente ressaltou que na semana passada houve tiros contra uma igreja, em Fortaleza, onde a primeira-dama Michelle e a senadora eleita Damares Alves (Republicanos) participariam de um ato religioso. "O que eu sei é que há poucos dias teve uma ação de dois tiros numa igreja onde a primeira-dama se faria presente. O elemento foi preso, detido, confessou ser do Comando Vermelho e que os dois tiros foram para intimidar e evitar que muita gente comparecesse a esse evento da primeira-dama com a senhora Damares", afirmou Bolsonaro. "Então, isso está acontecendo, a gente lamenta, um caso já comprovado que tem a ver com questão política. O caso do Tarcísio, ainda não", emendou.

Pelo Twitter, Tarcísio informou que ele e sua equipe estavam "bem" e haviam sido "atacados por criminosos", sem dar detalhes. "O Tarcísio pode requerer aos órgãos competentes a segurança. Tenho conversado com ele sobre isso. Esse evento de hoje, sendo ou não contra ele, é um sinal de que ele deve se preocupar mais ainda com a sua segurança", disse o presidente.

De acordo com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, Tarcísio e sua equipe foram retirados do local sem ferimentos. "O Tarcísio de Freitas já foi evacuado, não sofreu nenhum ferimento, nem ele nem a equipe que estava com ele. Pelas notícias, o único apreendido, não se sabe se é menor ou não, foi um dos atiradores e não houve maiores ferimentos, maiores problemas com outras pessoas", afirmou o ministro.

Bolsonaro e Heleno esclareceram, contudo, que o GSI não é responsável pela segurança do candidato ao governo de São Paulo. (COM BROADCAST)

O candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, ao ser questionado sobre o tiroteio envolvendo seu adversário na disputa, Tarcísio de Freitas (Republicanos), expressou surpresa e disse não estar sabendo sobre o ocorrido. Após ser informado por jornalistas, ele disse repudiar "toda e qualquer forma de violência".

"Não tenho o menor conhecimento sobre isso", disse o petista após ser questionado por jornalistas sobre o ocorrido. Haddad cumpria agenda na manhã desta segunda-feira (17) em São Mateus, na zona leste de São Paulo, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice de chapa Geraldo Alckmin (PSB). Mesmo sem saber sobre o episódio, Haddad disse fazer uma "campanha de paz e muito respeitosa" e destacou que sempre tratou Tarcísio na base do respeito.

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"Eu repudio toda e qualquer forma de violência. Isso vale para [20]18, [20]20 e [20]22", afirmou. "Sempre trabalhei no campo da dignidade da política, na contribuição com propostas, é assim que tenho me portado desde que entrei na vida pública.", disse.

Apesar de pregar o respeito ao ocorrido, Haddad aproveitou para alfinetar Tarcísio, que faltou no debate ao governo de São Paulo na sexta-feira (14). "É a quarta campanha que faço sem nenhum incidente, falando educado e sem me recusar a debater com ninguém", finalizou o candidato.

Um tiroteio na comunidade em Paraisópolis interrompeu a agenda de Tarcísio na manhã desta segunda-feira. O candidato deixou o local em segurança, com a equipe e jornalistas. A Polícia Militar informou que uma pessoa foi baleada. O motivo do tiroteio ainda está sendo investigado pelas autoridades.

Um tiroteio na comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (17), interrompeu a agenda do candidato ao governo paulista pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas. O candidato deixou o local em segurança, com a equipe e jornalistas. A Polícia Militar (PM) informou que uma pessoa foi baleada. O motivo do tiroteio ainda está sendo investigado.

Pelo Twitter, Tarcísio informou que todos estavam bem e que foram "atacados por criminosos", sem dar detalhes. "Nossa equipe de segurança foi reforçada rapidamente com atuação brilhante da @PMESP (Polícia Militar do Estado de São Paulo)", relatou. "Um bandido foi baleado. Estamos apurando detalhes sobre a situação."

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Também pelo Twitter, o senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou que conversou com o candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos após o ocorrido e que o ex-ministro "está bem". O parlamentar, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Tarcísio, classificou o tiroteio como "atentado" também sem dar fundamentos, não ressaltou que não houve vítimas fatais.

As ações previstas no plano de governo de Fernando Haddad para uma eventual gestão petista em São Paulo preveem ao menos R$ 57 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos, incluindo recursos do Tesouro Estadual e de parcerias com a iniciativa privada para obras de maior impacto, como a conclusão do trecho norte do Rodoanel. Já os planos de seu adversário, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são apresentados de forma genérica e, por isso, dificultam o cálculo.

Pelas mais recentes promessas, o ex-ministro precisaria de R$ 15 bilhões para colocar em prática apenas quatro delas: concluir o Rodoanel, implementar o trem intercidades, conceder bolsa para todos os alunos do ensino médio e fazer 35 hospitais dia.

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O Estadão mensurou valores de programas e obras com base nos gastos mais recentes feitos pelo governo em projetos semelhantes e também a partir de informações passadas pela campanha petista (a de Tarcísio não respondeu) e por editais já anunciados. É o caso, por exemplo, do custo do trem intercidades, prometido tanto por Haddad como por Tarcísio. A gestão Rodrigo Garcia (PSDB) prevê que sejam necessários R$ 10,2 bilhões, valor que, em tese, será repassado à iniciativa privada.

Nos investimentos diretos, a construção de hospitais dia - destinados a oferecer exames e pequenas cirurgias, também está entre os projetos de ambos os candidatos. Haddad promete entregar 70 unidades ao custo de R$ 25 milhões, cada. Isso apenas para a construção, sem contar o custeio. Tarcísio fala em 35. Na área da saúde, o petista também se propõe a fazer cinco hospitais regionais - o último lançado pelo Estado, em Franca, tem custo estimado em R$ 230 milhões.

Saúde

O professor e pesquisador Marcio Scheffer, da Faculdade de Medicina da USP, disse que os planos apresentam semelhanças e diferenças importantes na área médica. "Ambos prometem acabar com filas em especialidades, integrar a rede estadual com os serviços de atenção primária dos municípios, apoiar as Santas Casas e implantar a telemedicina, por exemplo", ressaltou.

Nas diferenças, o autor do blog Política&Saúde, do Estadão, afirmou que Haddad trata dos cuidados médicos necessários às populações mais vulneráveis, como moradores de rua, população negra e LGBT+, em suas metas. "Tarcísio as omite", observou. E, de novo juntos, prometem investir em ciência e no desenvolvimento de tecnologia na área da saúde - demanda escancarada pela pandemia de covid-19.

Mobilidade

Uma das principais bandeiras de Haddad nesta campanha, a criação de bilhete único para a Região Metropolitana de São Paulo tem previsão de custar ao menos R$ 1 bilhão ao ano para o Estado. Sua implementação, no entanto, não depende apenas do caixa estadual, mas de costuras políticas a serem feitas com prefeitos das cidades que compõem a Grande São Paulo.

Na mobilidade urbana, Haddad se compromete ainda a retomar a gratuidade do transporte para idosos com 60 anos ou mais. O custo estimado seria de R$ 592 milhões ao ano. Já Tarcísio costuma citar a conclusão de obras em andamento pelos governos tucanos, como o Rodoanel (R$ 3,4 bilhões), viabilizar o trem intercidades, fomentar voos regionais e otimizar os portos.

Para o coordenador de Mobilidade Urbana do Idec, Rafael Calábria, o capítulo de mobilidade apresentado por Tarcísio exemplifica a falta de detalhamento que geralmente caracteriza planos de governo. "Além de genérico, focado em transportes regionais e em cargas - não passageiros -, ele nem sequer cita ciclistas e pedestres ou ainda questões de segurança no trânsito ou da crise climática", afirmou.

Para Calábria, no entanto, a principal falha é o fato de Tarcísio não mencionar em seu plano de governo o principal problema dos transportes e mobilidade no Brasil: o financiamento extratarifário. Haddad detalha em suas metas a intenção de criar um fundo estadual para assegurar a oferta de subsídios e investimentos para a expansão do transporte paulista sobre trilhos.

Os atrasos na conclusão de obras de metrô, por exemplo, são amplamente expostos por ambos os candidatos, que prometem dar um novo ritmo aos projetos. Mais votado no interior do Estado, Tarcísio coloca o trem intercidades, que ligaria a capital à região de Campinas, e depois a outras regiões, como uma de suas prioridades. "Vamos contratar a operação da linha entre Americana e São Paulo, passando pelas cidades de Campinas, Jundiaí, São Paulo e região do ABC. E iniciar os estudos e projetos para segunda linha, ligando Sorocaba a São José dos Campos, assim como o acesso à Baixada Santista", prometeu.

Emprego e renda

Com um programa de governo detalhado por área e até mesmo região do Estado, Haddad tem entre seus compromissos principais a geração de emprego e a redução de impostos. O petista fala em zerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre a cesta básica e a carne, e também afirma que, se eleito, vai congelar o Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) para ajudar motoristas de aplicativo. Segundo a campanha de Haddad, a primeira proposta - também defendida por Tarcísio - teria custo estimado de R$ 1,5 a R$ 2 bilhões ao ano. Já a segunda, relativa ao IPVA, poderia alcançar R$ 10 bilhões, levando-se em conta a arrecadação atual.

No papel, as promessas de Haddad cabem no orçamento estadual, segundo balanços oficiais e especialistas em finanças ouvidos pela reportagem - a mais cara delas seria destinar R$ 4 bilhões ao ano em moradias populares. Entre 2019 e 2021, o governo João Doria (PSDB) investiu R$ 51,8 bilhões em ações que envolveram recursos públicos e privados. Até dezembro, a expectativa é aplicar outros R$ 27 bilhões. Se a arrecadação atual não se alterar de forma significativa, o próximo governo deverá ter quantia semelhante.

Líder nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, decidiu não participar de três debates no segundo turno das eleições em que enfrentaria o petista Fernando Haddad (PT).

Tarcísio não estará presente nos debates da TV Record, do programa Roda Viva da TV Cultura e do promovido pelo Estadão em parceria com um pool de veículos. Depois de marcar presença no evento da TV Band, o ex-ministro volta a ser sabatinado no debate realizado pela Rede Globo, no próximo dia 27.

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A estratégia discutida internamente, segundo aliados, é que as aparições seguidas poderiam gerar desgaste desnecessário e que, estando na liderança, a exposição pode não ser positiva.

Aliados também acreditam que eventuais momentos de radicalização da campanha, como aconteceu em Aparecida (SP), quando esteve ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores hostilizaram jornalistas, também poderiam gerar desgastes.

A participação de Bolsonaro no Santuário Nacional ao longo das homenagens à padroeira do Brasil foi tomada como uma tentativa de ganhar cacife eleitoral e conquistar o eleitorado religioso. Nas redes, a presença dos candidatos e os ataques à imprensa repercutiram de forma negativa.

Na ocasião, o arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, chegou a dar um recado a Bolsonaro quando pediu aos fiéis definirem um "identidade religiosa" ao ser questionado sobre eventual uso político-eleitoral das celebrações. "Eu não posso julgar as pessoas, mas nós precisamos ter uma identidade de religiosa. Ou somos evangélicos ou somos católicos. Então, nós precisamos ser fiéis à nossa identidade católica. Mas, seja qual for a intenção, (Bolsonaro) vai ser bem recebido, pois é o nosso presidente", afirmou a jornalistas.

Em nota, a assessoria do candidato informou que os debates foram cancelados por motivos de agenda, "uma vez que dentro do curto período do segundo turno é preciso cumprir uma série de compromissos tendo como prioridade estar perto das pessoas e ouvir as necessidades apresentadas para o Estado".

"É importante ressaltar que o candidato participou de todos os debates e sabatinas propostos no primeiro turno, quando houve um período mais extenso para cumprimento destas agendas", argumentou.

Nos eventos promovidos pelo Estadão e pela TV Cultura, o candidato do PT, Fernando Haddad, será sabatinado sem a presença de Tarcísio. Sem o ex-ministro, a TV Record cancelou a realização do debate.

Tarcísio também cancelou uma das agendas que teria nesta quinta-feira, a primeira após a presença em Aparecida. A campanha pontuou que a decisão foi tomada exclusivamente por incompatibilidade de horários e que Tarcísio declinou de participar dos debates citados no dias anteriores à visita ao Santuário.

Membros da campanha petista criticaram a ausência de Tarcísio e a postura de que a eleição estaria ganha. Prospecções da campanha de Bolsonaro acreditam que o presidente e o ex-ministro podem liderar com 60% dos votos nas urnas.

O deputado estadual Emídio de Souza (PT) alegou "despreparo" e "covardia" de Tarcísio. "É medo? Desespero? Covardia? Em menos de 24 horas, o pau mandado do Bolsonaro fugiu de 3 debates. Continua atordoado pela derrota do debate da Band ou desligaram o seu Waze e está perdido, Tarcísio?", escreveu no Twitter.

No primeiro debate do segundo turno da eleição para o governo de São Paulo, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) reiteraram posições e propostas para o Estado, mas com mensagens fortemente associadas à disputa presidencial. Em diversos momentos, o encontro realizado em estúdio da Band ganhou caráter de linha auxiliar do embate nacional.

Além do enfrentamento direto pelo Palácio dos Bandeirantes, o desempenho de Haddad e Tarcísio tem importância significativa para o confronto entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no maior colégio eleitoral do País.

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Com o maior colégio eleitoral brasileiro, com 34,6 milhões de votos - 22,15% do total -, o Estado é cortejado por Bolsonaro, que terminou o 1.º turno com 47,71% dos votos, e Lula, que teve na primeira rodada de votação 40,89%.

Temas como orçamento secreto e decretos presidenciais sob sigilo de 100 anos, sem nenhuma relação com os temas estaduais, foram discutidos insistentemente pelos candidatos. No cenário local, os Tarcísio e Haddad repetiram promessas, como redução de impostos, câmeras nos uniformes dos policiais militares e até a mudança da sede do governo para o centro da capital.

No primeiro e no terceiro bloco, Tarcísio e Haddad fizeram perguntas diretas entre si com um banco de tempo, o que elevou a temperatura. O tema inicial foi econômico: a redução da alíquota do ICMS para manter a redução do preço do combustível

Para Tarcísio, o debate sobre o ICMS foi uma "briga comprada pelo presidente Bolsonaro". Após agradecer ao atual chefe do Executivo, ele se comprometeu a manter a redução do ICMS no combustível, além de alongar os prazos de pagamento para o pequeno empreendedor e reduzir o imposto na aquisição de bens de capital. "Isso vai gerar emprego", pontuou.

Já o petista rebateu atacando e disse que a redução foi uma "caridade com o chapéu alheio" e afirmou que o presidente "tirou dinheiro dos governadores".

Mas apesar das críticas, Haddad afirmou que, caso eleito, irá manter a alíquota do ICMS e se juntar com os governadores para que o veto de Bolsonaro à compensação aos Estados pelas perdas de arrecadação com o tributo seja derrubado.

Em seguida, foi Tarcísio que subiu o tom no tema da segurança pública ao lembrar o que chamou de "frase infeliz" do ex-presidente Lula, que em um discurso afirmou que Bolsonaro "não gosta de gente, gosta de policial".

"O presidente Lula se desculpou pela frase. Ele quis usar milícia, e não polícia. O Bolsonaro celebrou o aumento de suicídio de pessoas, ofendeu chefes de Estado e jornalistas, mas não pede perdão por nada", respondeu Haddad.

Foi então a vez de Tarcísio fazer contorcionismo para defender o padrinho e alegar que Bolsonaro foi mal interpretado e queria na verdade fazer "alertas" para a população.

A artilharia entre os dois candidatos seguiu nas perguntas seguintes sobre câmeras no uniforme dos policiais, cultura, vacinação e fake news, orçamento secreto e sigilo de 100 anos, sempre seguindo a mesma dinâmica de ataque à defesa dos respectivos presidenciáveis apoiados pelo ex-prefeito e o ex-ministro.

"Tarcísio, confesse aqui, o que está acontecendo com o seu orçamento na infraestrutura. O que é decisão sua executar e o que é decisão do relator?", perguntou o petista.

O candidato do Republicanos fez críticas às gestões do PT e a Lula, e evitou críticas diretas ao mecanismo. "Hoje tem muito mais autonomia, tem emenda impositiva, as ferramentas do passado já não funcionam mais", justificou Tarcísio. Em resposta, o petista voltou a tecer críticas à medida e perguntou se Tarcísio emularia o orçamento secreto no Estado, caso eleito.

"O que a gente defende para o orçamento é menos vinculação de receita, é um orçamento mais livre para que os gestores possam definir a política pública e levá-la para a ponta", respondeu.

Críticas indiretas a Garcia

Após Rodrigo Garcia (PSDB) declarar apoio "incondicional" a Tarcísio e Bolsonaro no 2° turno, gestão do tucano foi alvo de críticas indiretas do candidato bolsonarista em temas como transporte e segurança pública.

"Nós não podemos ter o bandido em uma situação de vantagem com relação ao policial. Então, tirar a câmera é uma coisa simbólica, que mostra que o Estado está amparando esse policial", afirmou Tarcísio sobre o uso de câmeras corporais em agentes da Polícia Militar, medida iniciado durante a gestão do tucano.

Coube a Haddad defender a medida, afirmando que a política já se mostrou eficiente, com a redução das mortes de agentes, além da letalidade policial. "Como você, que se diz técnico, vai desafiar os dados que são da própria polícia", disse. "As câmeras precisam ser mantidas e reavaliadas", destacou.

Em outro momento, porém, o candidato de Bolsonaro fez um gesto para os tucanos. "Nosso governo não vai ser do cavalo de pau".

Quando falou sobre a revitalização do centro da capital do Estado de São Paulo, o candidato do Republicanos defendeu a transferência do centro administrativo do governo para o bairro dos Campos Elíseos. "Quando você leva o poder pro centro, você fica comprometido com o problema", disse Tarcísio.

Para Haddad, a prioridade é recuperar o centro da cidade, mas discordou com a ideia do ex-ministro da Infraestrutura. "Você vai gastar um dinheirão para fazer outro Palácio, e não vai acontecer nada no centro de São Paulo porque o centro de São Paulo precisa de morador", disse o petista.

Criticado por opositores por demonstrar desconhecimento sobre o Estado de São Paulo, o candidato ao governo Tarcísio Freitas (Republicanos) errou o nome dos Campos Elíseos, bairro da capital.

Ao falar sobre a proposta de mudar a sede do Palácio dos Bandeirantes, hoje localizado no Morumbi, Tarcísio disse em mais de uma ocasião que levaria o prédio para o "Campo dos Elíseos".

Carioca, o candidato tem cometido gafes que mostram falta de conhecimento sobre o Estado que deseja governar. Uma das que mais gerou repercussão foi quando não soube responder a jornalistas onde fica seu local de votação em São José dos Campos.

Pandemia

Haddad ainda criticou a gestão do atual presidente durante a pandemia de covid-19 e questionou se Tarcísio tinha a mesma postura de Bolsonaro em relação à vacina contra a doença. O ex-ministro da Infraestrutura defendeu o chefe do Executivo e afirmou que as acusações eram fake news. "A fake news está em você fazer um recorte de uma gravação, recorte de um filme", disse, declarando que, se os vídeos fossem exibidos na íntegra, veria que Bolsonaro estava fazendo um alerta.

Tarcísio ainda defendeu as medidas econômicas do governo na pandemia. "A mão do governo federal salvou milhares de empresas", afirmou, ao dizer também que o Brasil está em recuperação com o arrefecimento dos números da covid-19.

Considerações finais

Nas considerações finais do debate, o candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apostou em um discurso com foco em mudanças sociais no Estado. Já Fernando Haddad, nome do PT ao governo do Estado, também citou projetos de interesse social, mas aproveitou para exaltar a necessidade de um alinhamento entre o Executivo estadual e nacional.

Tarcísio apostou em negar a imagem de "político profissional", mas um "engenheiro mão na massa" que aprendeu com "os mais simples". Ao defender seu nome como o novo governador paulista, o ex-ministro da Infraestrutura avalia que seu programa de governo é "muito bem construído" e enfatiza o foco dado à moradia, saúde e emprego.

Ao finalizar suas considerações, o candidato do Republicanos aproveitou para fazer palanque para o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). "Vote Bolsonaro", disse, citando o número da urna do presidente.

Apesar de adversários, as considerações de Tarcísio e Haddad convergiram com foco em habitação. "No fundo, o que a gente quer é que as pessoas nos conheçam um pouco mais, conheçam as soluções que a gente tem a apresentar", afirmou o candidato petista.

Ao fazer palanque para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa com Bolsonaro o segundo turno presidencial, o ex-prefeito de São Paulo defendeu a importância de um maior diálogo com o Executivo nacional. "Ter as portas do Palácio do Planalto abertas", disse, criticando o atual Executivo com o orçamento secreto e com o decreto de diversos sigilos.

No primeiro turno, Tarcísio chegou na frente, com 42,32% (9,8 milhões dos votos válidos), contrariando todas as pesquisas. Haddad teve 35,7% dos votos válidos (8,3 milhões). No segundo turno, sondagens de intenção de voto apontam o ex-ministro de Bolsonaro com até 10 ponto porcentuais na frente.

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