Nesta quarta-feira (10) o Google homenageia o Dr. Wu Lien-teh, epidemiologista chines-malaio, inventor do material precursor usado em máscaras N95, muito utilizadas atualmente na prevenção de propagação do Covid-19. O médico, que desenvolveu um aparato com camadas de gaze e algodão para filtrar o ar, completaria hoje 142 anos.
Wu Lien-teh nasceu em 10 de março de 1879 e faleceu aos 80 anos em 21 de janeiro de 1960, ficou conhecido pelo seu notório trabalho em saúde pública, foi também o primeiro estudante de medicina de ascendência chinesa a estudar na Universidade de Cambridge. Ganhou destaque no combate da praga da Manchúria em meados de 1910 após realizar uma autópsia - procedimento com pouca aceitação na China na época, em uma mulher japonesa que morreu de peste e verificou no exame que a peste espalhava- se pelo ar.
##RECOMENDA##Após perceber que o contágio da doença de Manchúria se espalhava pelo ar, o infectologista inspirou-se nas máscaras cirúrgicas que ele viu em uso no Ocidente e desenvolveu uma com mais camadas de gaze e algodão para filtrar o ar e impedir a transmissão da peste. A tecnologia desenvolvida pelo infectologista é utilizada até hoje, de forma mais sofisticada, em máscaras N95, utilizadas na prevenção de propagação do Covid-19.
A máscara produzida por Wu foi amplamente produzida e houve a distribuição de mais de 60 mil materiais. Com a invenção e as medidas essenciais adotadas pelo médico no combate a praga da Manchúria, a peste foi erradicada quatro meses depois do início da sua atuação. Wu Lien-teh recebeu diversos prêmios pela sua atuação, em 1935 foi o primeiro malaio nomeado para o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina.
Máscara N95
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o respirador N95/com filtro PFF2/P2 retém gotículas e é feito para proteger o trabalhador contra aerossóis contendo vírus, bactérias e fungos. O material é mais eficiente na proteção que máscaras cirúrgicas.
A utilização da máscara N95 por toda a população começou a ser exigida por alguns países europeus nos últimos meses, com o argumento de que modelos caseiros não oferecem a proteção necessária contra novas variantes do coronavírus. A França, por exemplo, decidiu proibir as máscaras caseiras e exigir o uso das cirúrgicas FFP2 (semelhante a PFF2 brasileira e a N95). A Áustria e Alemanha também exigiram o uso dessas máscaras em locais como transporte público e comércio.
Embora haja variação de políticas de uso do material, alguns cientistas e estudos apontam que esse material oferece um grau maior de proteção e deve ser priorizado em situações de maior risco.
Contudo, no Brasil, a Anvisa mantém a indicação do material N95, PFF2 e equivalentes apenas para uso de “profissionais que prestam assistência a pacientes suspeitos ou confirmados de covid-19 nos serviços de saúde".