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Nesta quarta-feira (10) o Google homenageia o Dr. Wu Lien-teh, epidemiologista chines-malaio, inventor do material precursor usado em máscaras N95, muito utilizadas atualmente na prevenção de propagação do Covid-19. O médico, que desenvolveu um aparato com camadas de gaze e algodão para filtrar o ar, completaria hoje 142 anos.

Wu Lien-teh nasceu em 10 de março de 1879 e faleceu aos 80 anos em 21 de janeiro de 1960, ficou conhecido pelo seu notório trabalho em saúde pública, foi também o primeiro estudante de medicina de ascendência chinesa a estudar na Universidade de Cambridge. Ganhou destaque no combate da praga da Manchúria em meados de 1910 após realizar uma autópsia -  procedimento com pouca aceitação na China na época, em uma mulher japonesa que morreu de peste e verificou no exame que a peste espalhava- se pelo ar.

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Após perceber que o contágio da doença de Manchúria se espalhava pelo ar, o infectologista inspirou-se nas máscaras cirúrgicas que ele viu em uso no Ocidente e desenvolveu uma com mais camadas de gaze e algodão para filtrar o ar e impedir a transmissão da peste. A tecnologia desenvolvida pelo infectologista é utilizada até hoje, de forma mais sofisticada, em máscaras N95, utilizadas na prevenção de propagação do Covid-19.

A máscara produzida por Wu foi amplamente produzida e houve a distribuição de mais de 60 mil materiais. Com a invenção e as medidas essenciais adotadas pelo médico no combate a praga da Manchúria, a peste foi erradicada quatro meses depois do início da sua atuação. Wu Lien-teh recebeu diversos prêmios pela sua atuação, em 1935 foi o primeiro malaio nomeado para o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina.

Máscara N95

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o respirador N95/com filtro PFF2/P2 retém gotículas e é feito para proteger o trabalhador contra aerossóis contendo vírus, bactérias e fungos. O material é mais eficiente na proteção que máscaras cirúrgicas.

A utilização da máscara N95 por toda a população começou a ser exigida por alguns países europeus nos últimos meses, com o argumento de que modelos caseiros não oferecem a proteção necessária contra novas variantes do coronavírus. A França, por exemplo, decidiu proibir as máscaras caseiras e exigir o uso das cirúrgicas FFP2 (semelhante a PFF2 brasileira e a N95). A Áustria e Alemanha também exigiram o uso dessas máscaras em locais como transporte público e comércio.

Embora haja variação de políticas de uso do material, alguns cientistas e estudos apontam que esse material oferece um grau maior de proteção e deve ser priorizado em situações de maior risco. 

Contudo, no Brasil, a Anvisa mantém a indicação do material N95, PFF2 e equivalentes apenas para uso de “profissionais que prestam assistência a pacientes suspeitos ou confirmados de covid-19 nos serviços de saúde".

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação, neste sábado (27), para investigar o extravio de dois respiradores da Santa Casa de Montes Claros, em Minas Gerais. Duas pessoas foram presas.

As investigações tiveram início há uma semana, após a PF tomar conhecimento do extravio. Os respiradores haviam sido comprados com dinheiro do Governo Federal.

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Além dos dois mandados de prisão, também foram cumpridos três de busca e apreensão. Os suspeitos vão responder por furto e associação criminosa e podem pegar até sete anos de prisão. Os equipamentos foram recuperados e devolvidos à Santa Casa.

Quatro pessoas foram indiciadas pela compra suspeita de 500 respiradores pulmonares no valor de R$ 11,5 milhões pela Prefeitura do Recife. A Polícia Federal não confirmou a participação do ex-secretário de Saúde, Jailson Correia, nem dos demais envolvidos, mas verificou que os equipamentos foram adquiridos pela pasta através da dispensa irregular de licitação de uma microempresa fantasma.

Indiciados em agosto de 2020, as três fases da Operação Apneia sugerem que o quarteto tenha praticado os crimes de peculato, dispensa indevida de licitação, uso de documento falso, além de sonegação tributária e previdenciária. O inquérito precisa do laudo de apenas uma perícia para ser concluído, mas, caso condenado com as penas máximas, o grupo pode ficar até 28 anos na prisão.

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De acordo com as autoridades, embora já tivesse pago por 50 respiradores, a Prefeitura só recebeu 35 dispositivos, e os servidores da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) sabiam que o modelo BR-2000 não era certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa). A entidade fiscalizadora informou que a os ventiladores pulmonares não poderiam ser utilizados em humanos e o endereço indicado não tinha registro para a fabricação.

Após a divulgação dos supostos crimes cometidos pela Administração, em 52 dias após a aquisição do equipamento, a empresa prontamente pediu a rescisão do contrato e a Sesau aceitou imediatamente, sem cobrar multa pela quebra contratual. A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apesiva) apreendeu 34 modelos já entregues e a Justiça Federal proibiu a continuidade da fabricação do BR-2000.

Após perícia do material e a confirmação de irregularidades na negociação, a Polícia Federal constatou que a empresas investigadas fazem parte do mesmo grupo e que apresentaram documentos falsos para fechar o acordo. Uma delas possui uma dívida de R$ 10 milhões, por isso, uma microempresa fantasma foi aberta pela ex-esposa do verdadeiro proprietário para driblar o impedimento decorrente de débitos fiscais.

A Polícia Federal pediu o indiciamento do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), pela compra irregular de respiradores para tratamento da Covid-19 no ano passado. A transação foi estimada em R$ 50 milhões aos cofres públicos e foi alvo de investigações da Operação Para Bellum, deflagrada em junho.

A PF acusa o governo do Pará de direcionar o contrato de compra para a empresa SKN do Brasil, que recebeu R$ 25,2 milhões antes mesmo de entregar os respiradores. O contrato foi firmado por meio de dispensa de licitação, justificada pelo governo em razão da pandemia de Covid, e previa a compra de 400 aparelhos. De acordo com a PF, Helder Barbalho teria editado um decreto para viabilizar o pagamento.

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Quando os equipamentos foram entregues, porém, foi descoberto que mais de 100 deles eram diferentes do modelo necessário e 'inservíveis' no tratamento da Covid. Os respiradores acabaram devolvidos.

Helder Barbalho nega ter cometido irregularidades e afirma que o governo estadual denunciou, no ato de conferência dos respiradores, eles não funcionavam contra a Covid.

"Além de denunciar, [o governo] bloqueou os bens dos fornecedores enquanto não teve ressarcido todo o valor da entrada da compra, 25 milhões de reais que foram integralmente devolvidos ao erário", afirmou, em nota. "Para o Governo do Estado, o relatório [da PF] não prova o envolvimento do governador em nenhum ato ilegal ou anti-ético.

O relatório da PF foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça, órgão competente para julgar governadores em razão do foro privilegiado. Além de Helder, a corporação pediu o indiciamento do ex-secretário de Saúde Alberto Beltrame e outras seis pessoas.

Em novembro, o Ministério Público do Pará pediu o afastamento liminar do governador em razão da compra dos respiradores. Em ação de improbidade administrativa, o procurador-geral de Justiça Gilberto Valente Martins apontou existência de 'prática de corrupção sistêmica' na gestão de Helder Barbalho, que teria 'ingerência direta' nos esquemas. A ação foi ajuizada na 1ª Vara de Fazenda de Belém.

Na ocasião, o governador acusou suposto 'aparelhamento' na Promotoria e disse que Martins 'extrapolou suas funções'.

A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) entregou, nesta quarta-feira (4), 10 respiradores para hospitais de Pernambuco. Os equipamentos vão reforçar o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) e o Centro Médico Hospitalar da Polícia Militar, ambos no Recife.

De acordo com a Celpe, o objetivo é que os respiradores contribuam no tratamento de pacientes acometidos por doenças respiratórias que comprometem o sistema pulmonar, como Covid-19 e pneumonia. “Embora a iniciativa tenha sido motivada pela pandemia, a doação irá beneficiar a estrutura de saúde pública como um todo. A ideia é que os modernos respiradores possam ser utilizados tanto no atendimento de pacientes infectados pelo coronavírus como também no atendimento de outras enfermidades que exigem o uso desse tipo de equipamento”, disse o superintendente de relações institucionais da Neoenergia, João Paulo Rodrigues.

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No total, serão 50 respiradores doados pela Neoenergia nas áreas de concessão onde atua no Brasil. Além da doença, a Celpe tem realizado iniciativas do Programa de Eficiência Energética, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em hospitais privados e unidades de saúde que atendem a casos de Covid-19 em Pernambuco. As ações incluem vistorias e otimização das centrais de climatização, refrigeração e iluminação dos prédios públicos.

Com informações da assessoria.

A cada dia, pode-se observar sequelas pós-internação do coronavírus, dentre elas estão a fadiga, a fraqueza muscular e dificuldade de recuperar 100% da capacidade respiratória. Uma das principais sequelas do coronavírus é a insuficiência respiratória. Pensando nisso, a UNINASSAU - Centro Universitário Mauricio de Nassau criou um respirador portátil de baixo custo e de fácil manutenção, por se tratar de um equipamento bastante compacto e leve é ideal para transportar em ambulâncias em percursos onde não seja possível dispor dos respiradores tradicionais.

De fácil usabilidade, o respirador possui quatro níveis de controle de pressão máxima de inspiração e quatro níveis de frequência de insuflação de ar ou oxigênio, de acordo com a necessidade do paciente.

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De acordo com o Reitor da UNINASSAU, Yuri Neiman, o principal diferencial do aparelho é o fato de ser compacto e de fácil utilização. "Criamos o respirador para que pudesse ser usado em qualquer lugar de forma pratica. Conseguimos controlar por aplicativo de celular, podendo monitorar todos os parâmetros de regulagem", explica.

Segundo o professor de fisioterapia e especialista na área, Mauro Leite, os pacientes recuperados da Covid-19 podem apresentar algumas alterações patológicas no corpo, dentre elas, redução de força de musculatura respiratória, dificuldades para respirar, cansaço a pequenos esforços, podendo até progredir com insuficiência respiratória. "Para os pacientes que apresentam algum tipo de sequela, é de extrema importância a continuidade do tratamento, pois irá promover uma melhor qualidade de vida para esse indivíduo. Além disso, esse equipamento gera um fluxo de ar com pressão positiva a cada inspiração", destacou.

Para entender o papel dos respiradores no tratamento é importante saber que o coronavírus é infeccioso e pode provocar um estado inflamatório nos pulmões. Comprometendo a principal função desses órgãos: oxigenar o sangue e eliminar o gás carbônico. Assim, o aparelho tem a função de empurrar o ar para dentro dos pulmões na inspiração e deixar sair na expiração.

Reabilitação para pacientes com sequelas

A UNINASSAU - Centro Universitário Mauricio de Nassau Recife está ofertando atendimento para estes pacientes decorrentes da Covid-19. Os atendimentos acontecem de segunda a quarta-feira, das 8h às 17h, no bairro do Derby.

Os agendamentos para as consultas são realizados exclusivamente por meio do número (81) 212159922.

Foto: Divulgação

Da assessoria

O universitário Robson Muniz, estudante do curso de engenharia civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), criou um respirador emergencial de baixo custo, construído à base de componentes exclusivamente nacionais. O custo médio do produto final gira em torno de R$ 2,5 mil, valor menor que os ventiladores mecânicos de preços mais acessíveis. Os adquiridos pelo Ministério da Saúde em abril deste ano, por exemplo, chegaram a custar a US$ 13 mil cada (aproximadamente R$ 69,6 mil, de acordo com a cotação atual).

Para desenvolver o respirador, Robson usou uma bolsa de ressuscitação manual conhecida como "bolsa Ambu", um motor de vidro elétrico de carro e peças mecânicas, projetadas de modo a permitir que o produto seja potente e simultaneamente leve. "Na parte eletrônica que controla o motor, o respirador usa uma placa (de prototipagem eletrônica de código aberto) chamada Arduíno, que tem hardware (parte física de um computador) incorporado", explicou à Agência Brasil. Esse hardware serve para controlar a velocidade com que a bolsa vai ser pressionada, assim como o volume de ar que o paciente receberá por minuto.

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O estudante esclareceu que o projeto foi desenvolvido obedecendo os requisitos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e teve apoio de todo os professores do curso de engenharia da PUCPR. Robson vem trabalhando no produto desde maio deste ano e aguarda a certificação pela Anvisa ainda esta semana, para que possa buscar um investidor interessado em produzir o respirador.

Segundo ele, a ideia por trás do projeto é "fazer uma coisa bem acessível que possa servir em postos de saúde, hospitais, no atendimento a pessoas infectadas pela covid-19, desde a unidade de pronto-atendimento até a unidade de terapia intensiva". Os testes do aparelho foram realizados nos hospitais Universitário Cajuru (HUC) e o Marcelino Champagnat, ambos da PUCPR.

Montagem rápida

Pensando na demanda mundial por respiradores durante a pandemia do novo coronavírus, Robson quis desenvolver um aparelho artificial que pudesse ser produzido rapidamente. Cada motor desenvolvido por ele pode ser montado em menos de uma hora, por apenas uma pessoa. "Dá para montar centenas em um dia só", destacou, afirmando que o projeto pode ser reproduzido a nível nacional.

No entanto, o estudante observa que esse é um equipamento emergencial, liberado pela Anvisa para uso apenas durante a pandemia. "Depois, ele tem que ser recolhido. Ele é, justamente, para aliviar o sistema de saúde neste momento", esclareceu. O projeto fica ligado direto, no mínimo, durante 15 dias. "Ele não pode dar defeito porque o paciente fica sedado e respira por meio dele."

A máquina foi validada no Centro de Simulação da PUCPR, sob a supervisão da direção geral do Hospital Universitário Cajuru (HUC), em Curitiba. O diretor geral do HUC, Juliano Gasparetto, afirmou que, pelos testes executados, "o aparelho já teria condições de ser utilizado para atender os pacientes infectados pelo novo coronavírus e até em cirurgias".

A Prefeitura do Recife emitiu uma nota sobre as operações da Polícia Federal (PF) realizadas na manhã desta quinta-feira (23) contra a Secretaria de Saúde do município. No texto, a prefeitura afirma que as compras feitas pela secretaria para a emergência da Covid-19 têm sido realizadas dentro da legalidade.

A PF deflagrou nesta quinta-feira a Operação Bal Masqué e a terceira fase da Apneia. A primeira investiga contratos firmados pela secretaria para aquisição de material médico-hospitalar, como máscaras toucas e aventais. Segundo a PF, há indícios de que a empresa contratada seja de fachada. O diretor financeiro da Secretaria de Saúde do Recife foi afastado da função pública.

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Já a Operação Apneia apura os contratos para a compra de respiradores não autorizados pela Anvisa a uma empresa fantasma. Na terceira fase, estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão contra dois servidores da pasta e um empresário.

Segundo a Prefeitura do Recife, as contratações têm sido enviadas, por iniciativa própria, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

O município diz que todas as máscaras foram devidamente recebidas e estão sendo utilizadas pelos profissionais de saúde nos hospitais. Em relação aos respiradores, ressalta que os equipamentos não foram utilizados e, devido à demora da autorização da Anvisa, foram devolvidos à empresa e o valor pago foi restituído sem prejuízo aos cofres públicos.

A Polícia Federal (PF) realiza duas operações nesta quinta-feira (23) que miram supostas compras irregulares de respiradores e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pela Prefeitura do Recife. A Operação Bal Masqué, que investiga supostas irregularidades na compra de máscaras, toucas e aventais, está executando o afastamento da função pública do diretor financeiro da Secretaria de Saúde do Recife.

De acordo com a PF, o material médico-hospitalar descartável foi adquirido por aproximadamente R$ 15 milhões decorrente de dispensa de licitação com recursos provenientes do Ministério da Saúde. Levantamentos feitos pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontaram que a empresa contratada aparenta ser de fachada.

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Diante dos indícios, a PF realizou diligências que confirmaram o pagamento por itens não entregues. Os investigadores estimam um prejuízo ao erário de aproximadamente R$ 7 milhões. 

A Operação Bal Masqué cumpre 11 mandados de busca e apreensão, sendo nove no Recife e dois na cidade de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana. O nome da operação se deve ao fato de aproximadamente R$ 4 milhões em máscaras de proteção não ter aquisição comprovada.

A segunda operação realizada pela PF nesta manhã é a terceira fase da Apneia, também em conjunto com a CGU. São investigados contratos para aquisição de respiradores pulmonares em caráter emergencial feitos pela Prefeitura do Recife.

As diligências são realizadas em Pernambuco e em São Paulo. Estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão contra dois servidores da Secretaria de Saúde do Recife e um empresário. Este último também ficou impedido de realizar qualquer contrato com órgãos público.

Segundo as investigações, empresas em débito com a União em torno de R$ 10 milhões se utilizaram de uma microempresa fantasma, constituída em nome da ex-esposa do verdadeiro proprietário, para firmar contrato com a prefeitura. Firmas com débitos fiscais ou previdenciários não podem fazer contratos com entes da administração pública.

Com as informações obtidas nas fases anteriores, a PF diz ter descoberto que servidores da Secretaria de Saúde tinham conhecimento de que o ventilador pulmonar modelo BR-2000 não possui certificação da Anvisa. Apesar da autorização constar como requisito para contratação de empresas, foram firmados contratos para aquisição de de 500 respiradores por R$ 11,5 milhões.

Os investigadores também confirmaram que a secretaria atestou a entrega e pagou por 50 respiradores, mas recebeu somente 33, gerando um pagamento a mais de cerca de R$ 320 mil. Segundo a PF, somente após a divulgação na imprensa da investigação, 52 dias após a compra dos respiradores, a empresa pediu para rescindir contrato e a pasta aceitou, sem cobrança de qualquer multa contratual ou legal.

A Polícia Federal ressalta que, segundo a Anvisa, a fabricante não tinha autorização para fazer esse tipo de equipamento em seu atual endereço e os ventiladores BR-2000 não poderiam ser utilizados em humanos por ser recém-desenvolvido a partir de equipamentos de uso veterinário. Os ventiladores ainda estavam em fase de testes em porcos quando foram adquiridos.

Houve a apreensão de 34 ventiladores pulmonares fornecidos à pasta durante as investigações. A Justiça Federal proibiu a continuidade de fabricação do modelo. Os envolvidos serão indiciados pelos crimes de dispensa indevida de licitação, uso de documento falso, sonegação fiscal e previdenciária, crime contra a saúde pública e associação criminosa. O LeiaJá aguarda posicionamento da Secretaria de Saúde do Recife.

O Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas vai testar, a partir desta quinta-feira, 16, dez respiradores mecânicos para leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) desenvolvidos pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Os equipamentos foram construídos a partir de um programa que contou com doações de R$ 7 milhões, da iniciativa privada, para criar uma alternativa à importação desses equipamentos, escassos diante da pandemia do coronavírus.

Com componentes importados, os equipamentos têm um custo de produção estimado "entre R$ 5 mil e R$ 10 mil", segundo o professor Raul Gonzalez Lima, da Poli. O trabalho de criação do modelo durou cerca de quatro meses e teve participação de 200 pessoas. "É um conteúdo resultante de 20 anos de pesquisas na área pulmonar e de uma cooperação entre várias unidades da Universidade de São Paulo", disse.

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O produto vinha sendo desenvolvido de forma que, finalizado, pudesse ser produzido por instituições públicas e privadas de forma gratuita, em um sistema aberto. Gonzalez informou que a ideia se mantém, mas que uma série de aspectos legais ainda estão sendo analisados pela USP antes de esse ponto ser definido. Os equipamentos foram montados em um centro da Marinha em São Paulo.

O governo do Estado fez, no começo da crise, uma compra de 3.000 respiradores pelo custo de US$ 100 milhões, de fabricantes chineses O material não chegou, a negociação foi cancelada e, agora, é alvo de investigações pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE)e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Outros respiradores passaram a ser importados de outros fornecedores.

O uso dos equipamentos teve de ser aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do governo federal, que liberou o teste em 40 pacientes. "Isso começa amanhã. Isso deve ser cumprido em um mês. Nós estamos nos preparando para uma produção de 10 a 20 ventiladores por dia", afirmou Gonzalez.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) prometeu enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei isentando o produto de impostos caso o teste mostre que o respirador da USP de fato é viável.

Os testes com o respirador foram anunciados durante a entrevista coletiva do governo paulista desta quarta-feira para tratar da pandemia do coronavírus. Esta foi a nonagésima segunda coletiva.

O total de casos de covid-19 no Estado de São Paulo foi para 393.176 nesta quarta-feira, segundo os dados da Secretaria Estadual da Saúde. Foram mais 6.569 casos nas últimas 24 horas. Já o total de mortes foi para 18.640, com o registro de mais 316 óbitos de ontem para hoje. Nesta quarta, há 5.921 pessoas internadas em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no Estado, segundo os números divulgados na entrevista.

Na terça, o Estado havia registrado 417 mortes, o segundo pior índice desde o começo da crise, em março. Doria iniciou a entrevista com uma série de alertas sobre o fato de o risco ainda não ter passado, mesmo com o programa de relaxamento da quarentena promovido por seu governo. "Não relaxem, ainda estamos em pandemia", disse.

"Os lugares que descuidaram, que aceitaram a realização de aglomerações a pessoa sem máscaras, máscaras no pescoço, e que não respeitaram distanciamento social, sofreram o impacto do coronavírus. Toda atenção ainda é exigida", disse Doria, ao destacar que, sem vacina, não será possível pensar em eventos como o carnaval e o réveillon.

Detran enviará documentos sem custo

Em outra medida anunciada nesta quarta, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e Poupatempo vão enviar pelo correio, a partir do dia 20, 195 mil documentos emitidos para cidadãos antes do começo da quarentena e que estavam parados nos órgãos. "A entrega será realizada nos endereços de cadastros e não haverá cobrança aos cidadãos pelo recebimento do documento em casa", informou o governo, por nota. A estimativa é que 15% deles não possam ser entregue por inconsistências cadastrais.

O cidadão que já havia solicitado RG ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e não pôde retirar o documento por causa da pandemia deve esperar o recebimento pelo correio pelas próximas três semanas. "Caso o cidadão não receba a correspondência em até três semanas, deve entrar em contato por meio dos canais de atendimento ao cidadão: o Fale Conosco, no portal do Poupatempo ou o Fale com o Detran.SP, no site do órgão", disse o governo do Estado.

No caso de Certificados de Registro de Veículos (CRV), motoristas e despachantes poderão retirar os documentos nos postos do Detran e do Poupatempo em um sistema de drive thru, com agendamento pelo site dos dois órgãos.

O medicamento dexametasona tem salvado pacientes da Covid-19, dizem especialistas da Universidade de Oxford. O tratamento com a droga reduziu o risco de morte em um terço em pacientes em ventiladores mecânicos e em um quinto para aqueles que precisam de oxigênio apenas. Os resultados foram anunciados nesta terça-feira (16) e o estudo deve ser publicado em breve.

Os pesquisadores calculam que caso a dexametasona tivesse sido usada no início da pandemia mais de cinco mil vidas teriam sido salvas. O esteróide também é barato e amplamente disponível. 

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 A dexametasona é utilizada para reduzir inflamações em uma série de outras doenças. Ela parece interromper uma parte do dano no sistema imunológico que tenta combater o novo coronavírus.

No estudo, 2.104 pacientes administrados com o medicamento foram comparados com 4.321 que não receberam. Para pacientes em ventiladores, o risco de morte tem redução entre 40% e 28%. Para os pacientes que precisam de oxigênio suplementar, a redução vai de 20% a 25%.

Para o investigador chefe Peter Horby, é um resultado extremamente bem-vindo.  "Esta é a única droga até agora que tem mostrado reduzir mortalidade. E reduz significantemente. É um grande avanço", disse.

Segundo o pesquisador líder Martin Landray, os pacientes nos hospitais deveriam ser medicados com dexametasona sem demora. Entretanto, ele alerta que a população não deve comprar para sua casa. A droga não parece ter efeito em sintomas leves da Covid-19. 

Os testes de medicamentos são realizados desde março. A hidroxicloroquina estava entre as drogas analisadas, mas foi abandonada por preocupações de que aumentava mortes e problemas cardíacos. A pesquisa é financiada por agências de saúde governamentais do Reino Unido e doadores privados, como a Fundação Bill e Melinda Gates.

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) expediram ofício conjunto solicitando a colaboração da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na Operação Apneia, que investiga a compra de 500 respiradores da microempresa Juvanete Barreto Freire pela Prefeitura do Recife. Segundo a PF, a operação investiga possíveis práticas de peculato, uso de documento falso, falsidade ideológica, dispensa indevida de licitação, crime contra a ordem tributária e associação criminosa. 

As investigações indicam que a Prefeitura do Recife, por meio de dispensa de licitação, contratou de forma irregular a microempresa, aberta há pouco mais de seis meses e com experiência na área veterinária, para o fornecimento de ventiladores pulmonares no valor de R$ 11,5 milhões.

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Em nota oficial, a Prefeitura do Recife declarou ter devolvido os respiradores devido à falta de certificação da Anvisa. Diante disso, o MPF e a PF solicitam, no ofício enviado à Anvisa, que sejam informados se as empresas Juvanete Barreto Freire, Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos e BRMD Produtos Cirúrgicos, as duas últimas supostamente representadas pela Juvanete Barreto Freire, possuem certificação, homologação ou autorização para o fornecimento de ventiladores pulmonares para uso adulto e pediátrico, e se os equipamentos possuem registro e autorização para uso humano.

O ofício também solicita que a Anvisa informe se o ventilador pulmonar do tipo BR-2000, da Bioex, está com procedimento de homologação em andamento. Na última semana, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no Recife, inclusive na prefeitura, e em São Paulo. A Justiça também determinou a proibição de trânsito, venda ou quaisquer ajustes envolvendo os 35 respiradores já entregues à prefeitura, como meio de preservar eventual prova. 

Na ocasião da operação, a Prefeitura do Recife informou que a compra dos respiradores foi cancelada e o valor já pago, de R$ 1,075 milhão, devolvido pela empresa em 22 de maio. A gestão ressaltou que não houve prejuízo à Prefeitura do Recife e que os procedimentos foram realizados dentro da legalidade.

A Polícia Federal (PF) realiza uma operação, nesta quinta-feira (28), que investiga irregularidades na aquisição de 500 respiradores pulmonares pela Prefeitura do Recife. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na sede da Prefeitura do Recife e na casa do secretário municipal de saúde, Jailson Correia. A ação é feita em conjunto com a Controladoria Geral da União e o Ministério Público Federal.

 As investigações apontam que empresas com débitos com a União superiores a R$ 9 milhões se utilizaram de uma microempresa fantasma, constituída em nome da ex-companheira do verdadeiro proprietário, uma vez que firmas com débitos fiscais ou previdenciários não podem firmar contratos com entes da administração pública. Policiais confirmaram que a firma contratada não existe em seu endereço de cadastro, além de não ter funcionários ou bens em seu nome.

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 O valor total contratado com a Prefeitura do Recife ultrapassava o patamar de R$ 11 milhões, enquanto a empresa fictícia tinha um suposto capital social de apenas R$ 50 mil e não poderia faturar mais que R$ 360 mil por ano.

 A empresa entregou 35 respiradores à Prefeitura do Recife, mas o contrato foi desfeito em 22 de maio, um dia após o Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO) anunciar o pedido de instauração urgente de auditoria para apurar a compra de respiradores pelo município. A empresa em questão é a Juvanete Barreto Freire, representante do fabricante dos respiradores, a Bioex.

A PF diz que chama atenção o fato dos respiradores não terem sido utilizados apesar de estarem há semanas em posse da Secretaria de Saúde do Recife. A pasta informou que a fornecedora não comprovou a homologação da Anvisa e que esperava essa confirmação para usar os equipamentos.

De acordo com a PF, os aparelhos, até o início de maio, quando já haviam sido entregues à prefeitura, só teriam sido testados em animais. O teste em um porco foi divulgado nas redes sociais  e ocorreu em 4 de maio.

O MPCO identificou que a Juvanete Barreto Freire não teria capacidade de realizar uma venda de quantidade tão expressiva de respiradores por ser uma microempresa individual, sem experiência anterior. A firma foi aberta em outubro de 2019.

 A primeira fase desta operação, intitulada Apneia, foi realizada em sigilo na última segunda-feira (25). Foi constatado que, dos 35 respiradores recebidos pela empresa fornecedora, apenas 25 se encontravam em depósito, tendo os demais sido comercializados. Há indícios de que um dos aparelhos tenha sido adquirido por prefeitura do interior do estado pelo triplo do valor que constava no contrato com a Prefeitura do Recife. A Justiça Federal determinou que os respiradores encontrados pela PF não sejam comercializados ou transportados para outras localidades até a realização das auditorias pertinentes. 

Segundo a PF, foram realizadas diligências em São Paulo e Pernambuco. no Recife, também foi cumprido um mandado de busca no bairro do Espinheiro, na Zona Norte da capital. As buscas realizadas no Recife tinham como alvo um dos investigados, cujo nome não será divulgado, e a Secretaria de Saúde do Recife. Não houve prisões.

 Os envolvidos podem responder por dispensa indevida de licitação, uso de documento falso, sonegação fiscal e previdenciária, e associação criminosa. 

A Prefeitura do Recife, por meio de nota, confirmou a busca e apreensão na Secretaria de Saúde do Recife, onde agentes apreenderam um telefone celular. A gestão informou que a compra referida na investigação foi cancelada e o único valor pago, de R$ 1,075 milhão já foi devolvido pela empresa no último dia 22. "Portanto, não há possibilidade de haver qualquer prejuízo à Prefeitura do Recife.  Todos os procedimentos da Secretaria de Saúde estão sendo realizados dentro da legalidade e todos os processos de aquisição da pandemia estão sendo enviados, desde abril, por iniciativa da própria Prefeitura, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE)", diz nota. 

 Na última sexta-feira (22), a PF oficiou a Secretaria de Saúde do Recife para que apresente documentação da aquisição de máscaras cirúrgicas, toucas, aventais descartáveis e cama hospitalar após dispensa de licitação que supera R$ 15 milhões. Levantamentos preliminares da CGU indicam que o valor licitado é aproximadamente 53 vezes maior que o capital social da empresa contratada, gerando dúvidas quanto a capacidade operacional de arcar com o contrato firmado.

Uma equipe de docentes e alunos da Universidade UNG desenvolveu um protótipo de ventilador emergencial hospitalar. O projeto foi montado em sete dias, no complexo do laboratório das engenharias, do campus Centro. A iniciativa faz frente à demanda global pela busca por equipamentos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em meio à pandemia de coronavírus. 

O aparelho foi analisado por fisioterapeutas e profissionais de enfermagem da Universidade e será submetido a uma comissão técnica, seguido de testes. O conceito do equipamento parte de três frentes, ou seja, um conjunto eletrônico, mecânico e um conjunto médico, baseado em componentes que são utilizados regularmente na área da saúde, que é o ambu, máscara de respiração e tubos de traqueia.

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O conjunto mecânico foi pensado para que o aparelho tenha possibilidade de fazer o movimento com a frequência e pressão necessária para dar o suporte à respiração, e será concebido com peças fabricadas em impressão 3D, que utiliza um material ABS nesta concepção. O conjunto de controle passa por motor de corrente contínua, com os comandos controlados e a programação derivada de uma placa eletrônica programada.

Dependendo da marca e modelo, os ventiladores podem ser comprados por R$ 15 mil. O aparelho da UNG tem um custo unitário de R$880, dezessete vezes menor que os disponíveis no mercado.

A próxima etapa, após ensaios e registros documentais, é a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para o coordenador dos cursos de Engenharia da UNG, Adriano José Garcia, a ideia do projeto, após uma longa conversa com profissionais da área, foi verificar os níveis de complexidade e da necessidade do tratamento, em casos de intubação. “Em alguns casos, pacientes exigem um suporte de respiração por um sistema não invasivo. Na sequência, estabelecemos quais seriam os requisitos e iniciamos a produção entendendo a complexidade de um sistema desse tipo, os controles necessários, a pressão, a frequência respiratória. Além disso, buscamos o suporte da área da saúde e estamos focados em conseguir fazer um projeto que de fato chegue ao paciente final”, explica.

Contribuição à população 

O protótipo de ventilador pulmonar é uma contribuição da UNG para o suporte à população em casos graves de Covid-19. O aparelho tem a finalidade de ajudar o corpo humano, nas trocas de oxigênio e gás carbônico, uma vez que os pacientes que têm os pulmões comprometidos não dão conta de mantê-los sozinhos. Para evitar qualquer tipo de transmissão do novo coronavírus, docentes e estudantes trabalham com  todos os equipamentos de proteção individual (EPIs), seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

* Da Assessoria de Imprensa

O Governo do Estado do Pará comprou 400 respiradores da China e, desse total, 152 respiradores apresentaram falhas durante o processo de instalação nos hospitais e por isso ainda não puderam ser usados para auxiliar no combate ao Covid-19.

Cada respirador foi comprado por R$ 126 mil, tendo um custo total de R$ 50,4 milhões aos cofres públicos. Os equipamentos chegaram na última segunda-feira (4), junto com mais 1.580 bombas de infusão, que permitiriam a instalação de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para auxiliar as pessoas contagiadas pelo novo coronavírus.

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O governo chegou a publicar no perfil da Secretaria de Saúde Pública (Sespa) um vídeo mostrando os aparelhos "em pleno funcionamento" - dias depois a gravação foi apagada.

À TV Liberal, o governo do Pará disse que as dificuldades ocorreram com outros compradores e que o governo está "em contato direto com os fabricantes, que prometeram saná-los em caráter de urgência", tendo em vista que o Pará já registra 500 mortes e 6,1 mil infectados pelo novo coronavírus.

 

O ventilador pulmonar emergencial Inspire, desenvolvido por uma equipe de engenheiros da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) foi aprovado em testes técnicos com humanos. Como próximos passos, os documentos relativos ao projeto serão enviados aos órgãos competentes, inclusive à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O equipamento servirá para suprir a necessidade de respiradores durante a pandemia do novo coronavírus. 

De acordo com informações do Jornal da USP, o Inspire foi desenvolvido pela equipe do professor Raul Gonzalez Lima. Além da rapidez de produção, o equipamento tem como principal vantagem o custo. Enquanto os ventiladores convencionais custam, em média, R$ 15 mil, o valor do Inspire é de R$ 1 mil. 

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O aparelho desenvolvido foi registrado com uma licença open source, que permite a qualquer pessoa ou empresa acessar o protocolo de manufatura e fabricá-lo, bastando, para tanto, obter uma autorização da Anvisa.

A Poli informou que nos últimos dias 17, 18 e 19 de abril foram realizados estudos com pacientes humanos, seguindo os trâmites da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. O ensaio, sob a coordenação do professor José Otávio Auler Junior, teve também a colaboração da professora Filomena  Galas, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), e do fisioterapeuta Alcino Costa Leme. Os testes foram realizados com quatro pacientes, nas dependências do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP, e o respirador foi considerado aprovado em todos os modos de uso. Não houve nenhum problema com os pacientes ventilados.

Vale pontuar que nos dias 13 e 14 de abril também foi realizado um estudo com animais, coordenado pela professora Denise Fantoni e com auxílio da professora Aline Ambrósio, ambas da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP. Os ensaios foram realizados no Laboratório de Investigações Médicas 8 (LIM8), da FMUSP. O equipamento foi testado em dois animais e considerado aprovado. 

Uma das avaliações técnicas que antecederam os ensaios clínicos foi realizado com a colaboração do Laboratório de Diagnóstico Avançado de Combustão do Fapesp Shell Research Centre for Gas Innovation (RCGI), sediado na Poli. 

Segundo informações divulgadas pelo Jornal da USP, o laboratório coordenado pelo professor Guenther Krieger Filho, tem como objetivo analisar reações de combustão com técnicas a laser, mas se juntou aos pesquisadores nos esforços para conter a pandemia

“Era necessário testar o protótipo para conhecer as vazões e as concentrações de oxigênio que o equipamento consegue oferecer aos pacientes, nas diferentes frequências que simulam o processo de respiração pelo pulmão humano”, explica Krieger Filho. “O laboratório tem um analisador de gases e um medidor de vazão de gases, e por isso ofereceu ajuda, já que havia urgência em fazer esses testes.”

Ainda de acordo com o professor, “a corrida contra o tempo que caracteriza esse período de pandemia, o mais importante é conseguir prover ajuda real em tempo hábil. “A equipe do Inspire tinha pressa e o laboratório estava lá para ajudá-los”, disse. “Neste caso, provavelmente não haveria a opção de esperar a situação ideal para testar em outro laboratório, também ideal no sentido de mais adaptado ao projeto. Ficamos felizes de poder ajudar. É uma contribuição valiosa do RCGI nesses tempos difíceis que atravessamos.”

A família do astrofísico britânico Stephen Hawking doou seu respirador ao hospital de Cambridge que o tratou para ajudar na luta contra a pandemia de Covid-19.

Sua filha Lucy Hawking afirmou que o Royal Papworth Hospital de Cambridge proporcionou a seu pai um apoio médico "brilhante, dedicado e compassivo" até sua morte, aos 76 anos, em 14 de março de 2018.

Se ainda estivesse vivo "percebemos que ele estaria na linha de frente da pandemia da COVID-19 e entramos em contato com alguns de nossos velhos amigos para perguntar se poderíamos ajudar", explicou em comunicado publicado no site do hospital.

Após a morte do físico, afetado desde a juventude por uma doença degenerativa, a família devolveu ao hospital todo o equipamento respiratório que o Serviço Nacional de Saúde (NHS) britânico havia proporcionado.

Mas Hawking também comprou algumas máquinas, explicou a filha. "Agora estamos entregando ao NHS com a esperança de que ajudem na luta contra a COVID-19", afirmou, ao mesmo tempo que elogiou o papel "incrivelmente importante" que o Royal Papworth Hospital teve em "momentos realmente difíceis" para seu pai.

A doação acontece no momento em que o Reino Unido, que se viu gravemente afetado pela pandemia de coronavírus com mais de 17.000 mortes registradas apenas em hospitais, sofre com a falta de equipamentos médicos necessários para enfrentar a crise de saúde.

De acordo com o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, o país tinha entre 9.000 e 10.000 respiradores no NHS no início de abril e outros 2.000 em clínicas privadas.

Hancock anunciou a chegada de 1.500 máquinas adicionais nas próximas semanas.

Uma equipe de jovens mulheres que projetam robôs no Afeganistão tenta construir um respirador médico de baixo custo, usando peças de automóveis para atender a pacientes com coronavírus em estado grave. Se forem bem-sucedidas e conseguirem a aprovação do governo para seu protótipo, elas dizem que o aparelho pode ser produzido por apenas 300 dólares, 100 vezes menos do que os valores normais de venda no Afeganistão.

"A equipe está trabalhando com especialistas locais em saúde, bem como com especialistas da Universidade de Harvard, para produzir o protótipo com base em um projeto do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT)", explica Roya Mahboob, que chefia uma empresa afegã e patrocina a equipe de cinco jovens, com entre 14 e 17 anos.

Elas fazem parte de um grupo maior de garotas do ensino médio de alto desempenho, conhecidas como as "sonhadoras afegãs", da cidade de Herat, onde o coronavírus está se espalhando depois que milhares de pessoas voltaram do Irã.

As "sonhadoras" ganharam destaque na imprensa em 2017, quando lhes foi negado o visto para participar de uma competição de robótica em Washington, antes de o presidente Donald Trump intervir e permitir que viajassem.

Agora, elas trabalham com peças de motor e baterias de um Toyota Corolla - um carro muito comum no Afeganistão - para produzir seu protótipo. As jovens começaram o projeto depois que o governador de Herat disse que a cidade precisava de respiradores, devido ao aumento dos casos de coronavírus.

A parte central é uma sacola plástica usada pelo pessoal médico para ajudar os pacientes a respirar. O protótipo das meninas usa um sistema mecânico para operar a bolsa de forma automática e precisa.

300 respiradores e 35 milhões de habitantes

"A parte complicada é como ajustar o tempo e a pressão do bombeamento, já que diferentes pacientes requerem diferentes volumes e pressão do ar, dependendo da idade e da gravidade de sua condição", disse à AFP Somaya Farooqi, de 17 anos, capitã da equipe.

Com uma população de 35 milhões de habitantes, o Afeganistão possui apenas cerca de 300 respiradores. Wahidullah Mayar, porta-voz do Ministério da Saúde do Afeganistão, disse que as autoridades pediram que especialistas e engenheiros auxiliassem a equipe."Agradecemos e incentivamos essas meninas, nossas irmãs, por seus esforços", disse Mayar.

Qualquer protótipo terá de ser aprovado pelo Ministério da Saúde do Afeganistão, antes que a equipe possa começar a produzir mais dispositivos, acrescentou. Até esta quarta-feira, as autoridades afegãs contabilizavam 784 casos de coronavírus e 24 mortes em todo país. Teme-se que o número real de casos seja muito maior, uma vez que a capacidade de testes é limitada.

O Ministério da Saúde assinou, na terça-feira (7), o primeiro contrato para fabricar respirador em larga escala no país. A previsão é que sejam entregues 6,5 mil aparelhos até agosto sendo duas mil unidades no primeiro mês.

A Magnamed, responsável pelo projeto, vai utilizar a capacidade de produção em larga escala da montadora internacional Flex, especializada no mercado de telecomunicações e tecnologia.

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O governo também negocia um contrato com a multinacional Vyaire, segundo o jornal O Globo. A empresa é dona da Intermed e tem uma fábrica de ventiladores em Cotia, no interior de São Paulo.

O contrato é superior a R$ 350 milhões e abrange mais de um modelo de respiradores, cujo mais barato custa R$ 50 mil.

O Ministério da Saúde já havia comunicado os principais fornecedores de respiradores do país que toda a produção seria revertida para o governo federal. Essas fábricas, entretanto, precisam de parceiros para multiplicar a capacidade de entrega.

Com a assinatura do contrato, o governo federal busca reduzir a dependência do produto importado da China. Na terça-feira (7), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou que havia reservado R$ 1 bilhão para a compra de respiradores no Brasil e outro R$ 1 bilhão para a importação da China. Com a disputa internacional por esses equipamentos, as remessas de 15 mil respiradores chineses não é garantida.

Outras empresas além da Magnamed e da Vyaire se disponibilizaram a produzir respiradores, mas ainda enfrentam dificuldades. A WEG, que fabrica equipamentos elétricos em Santa Catarina, fez acordo de transferência de tecnologia para produzir 500 respiradores, mas depende da chegada de peças importadas. A expectativa é que os aparelhos fiquem prontos após a segunda quinzena de maio.

A Whirlpool anunciou o interesse em produzir esses equipamentos, mas aguarda projeto que está em fase de testes pela Coppe/UFRJ.

Uma ação do Sesi/Senai, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Poli/USP e uma rede solidária de indústrias vão consertar 3,6 mil respiradores do SUS. Até a terça-feira, 599 respiradores haviam sido enviados para reparos em 19 estados e 37 já estão voltando aos hospitais de origem. O Brasil contabiliza 61 mil respiradores, sendo 43 mil pertencentes ao SUS.

 

Originalmente projetado por um cientista de robótica e um neurocirurgião para ajudar os pobres da Índia, um respirador barato do tamanho de uma torradeira pode ser uma peça essencial na luta contra a pandemia de coronavírus.

Na sua forma mais agressiva, o vírus ataca os pulmões, tornando os respiradores uma máquina vital em hospitais de todo o mundo, invadidos por pacientes com Covid-19.

Com um saldo de infecções que cresce dia a dia e apesar de um confinamento nacional de três semanas decretado em 24 de março, a produção de respiradores portáteis da empresa Agva aumentou de 500 para 20.000 unidades por mês.

"Não havia como prever algo assim", diz o neurocirurgião Deepak Agrawal, que criou a máquina com o cientista robótico Diwakar Vaish.

Vendido por cerca de US$ 2.000, o aparelho custa um quinto ou menos do que os respiradores convencionais.

Como a maioria dos países afetados pela pandemia, a Índia tem uma necessidade crítica de leitos e respiradores hospitalares para sua população de 1,3 bilhão em face de uma epidemia que já deixou 50 mortos e 1.965 casos confirmados.

Em 2016, olhando para as filas de espera de pacientes por equipamentos médicos vitais em um grande hospital público em Delhi, o neurocirurgião e o engenheiro se convenceram de que o país precisava de um respirador acessível e de fácil mobilidade.

"A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é muito cara. No setor privado, mesmo os mais ricos não têm meios de ficar lá por muito tempo", explica Diwakar Vaish.

- Respirador em casa -

Para manter um preço baixo, a dupla evitou usar peças importadas na fabricação. Sua máquina pesa 3,5 kg, consome pouca eletricidade e pode permitir que pacientes menos críticos sejam instalados em suas casas, liberando assim leitos hospitalares.

"Se você deseja converter um hotel em uma UTI, pode instalar o dispositivo e começar a trabalhar porque ele não precisa de mais infraestrutura", diz o cientista de robótica.

O secretário geral da Associação Médica Indiana, R.V. Asokan, acredita que essa inovação é uma maneira de ajudar os pacientes com Covid-19, mas que não está adaptada a casos mais complicados, como transplantes ou cirurgias complexas.

"É um modelo muito sucinto que servirá no cenário atual como uma simples máquina de oxigenação", diz ele.

Maruti Suzuki, a maior montadora de automóveis da Índia, prometeu ajudar a Agva a aumentar sua produção depois que o governo pediu à indústria automobilística que se envolvesse na luta contra o coronavírus.

O sistema de saúde da Índia não está suficientemente equipado e possui apenas 40.000 respiradores. Corre o risco de sofrer uma escassez catastrófica se a epidemia de coronavírus atingir as mesmas proporções que na Europa.

Sunita Sharma, cujo filho permaneceu no hospital por cinco anos devido a um problema neurológico, recebeu um respirador Agva gratuitamente.

"Fiquei chateada quando os médicos me disseram que meu filho deveria passar o resto da vida em uma cama com um respirador", explica à AFP. "Meu marido e eu fizemos todo o possível para estar ao lado dele no hospital e isso afetou nossas vidas".

Agora, com esse respirador instalado em casa, "pelo menos posso ficar para cuidar dele e do resto da casa".

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