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Mais de 100 mil fieis compareceram nesta terça-feira à Praça de São Pedro, no Vaticano, para acompanhar a missa inaugural do pontificado de Francisco, vivida por muitos como um "momento de graça" e de esperança de abertura de novos rumos para a Igreja Católica.

"Vemos o novo Papa com muita esperança porque viemos de um continente com muita desigualdade. Este é um momento de graça", explicou, emocionada, Susana Montalvo, uma argentina de 45 anos proveniente de Tucumán (norte) e que viajou a Roma exclusivamente para ver "seu" Papa.

Em meio ao mar de bandeiras em que não faltavam as do San Lorenzo, equipe de futebol de coração do papa, Francisco fez sua primeira aparição no 'papamóvel', aclamado pelos fiéis, em um ambiente de festa, mas também de grande solenidade que se prolongou durante a missa de quase duas horas.

"O papado de Francisco será uma grande revolução para a Igreja, mas, mais que isso, para os pobres da América do Sul e em todo o mundo", afirmou a freira salvadorenha María Lourdes, de 36 anos.

A esperança de uma mudança e de uma Igreja dedicada aos pobres está na boca de muitos fieis vindos de todas as partes do planeta.

"O Papa enviou uma mensagem muito forte aos poderosos, mas não estou certo de que eles a ouvirão", afirmou, por sua parte, Willy Kuut, padre da República Democrática do Congo, um país que viveu décadas de guerra.

"Ele ganhou meu coração com seu exemplo, sua alegria, é um Papa que motiva vocações. É um papa latino, como a Igreja de lá, como sua gente", afirmou, entusiasmado, Wagner, um jovem seminarista brasileiro que mora em Roma.

Entre os inúmeros fieis argentinos que acompanharam a missa na praça, muitos já conheciam Jorge Bergoglio de sua etapa como arcebispo de Buenos Aires e estão seguros de que ele será fiel a seu estilo e imprimirá ares de mudanças à Igreja.

"Acompanhamos Bergoglio há muito tempo, conhecemos toda sua trajetória e é uma pessoa muito humilde. Ele fará que a Igreja vá até as pessoas e não que as pessoas tenham que ir até a Igreja", explica María Rosa, de 50 ano, uma portenha envolta na bandeira de seu país.

"Não acreditamos que haverá grandes mudanças doutrinais, mas sim na hierarquia do Vaticano", afirma Cristian, um chileno de 45 anos.

Para muitos, a mudança de tom e de estilo em relação ao papa alemão Joseph Ratzinger (Bento XVI) é quase uma revolução em uma instituição atingida nos últimos anos por vários escândalos.

O Papa soube ganhar de cara o afeto dos milhares de romanos que acompanharam a missa, apesar de não ser feriado na capital italiana.

"É um Papa mundial, que se dirige a todos, mas também é romano. Trará renovação com sua simplicidade", explica Felice Bonaugura, uma italiana de 73 anos.

"Ouvimos muitas coisas sobre como Francisco quer ajudar os pobres, apenas o tempo dirá se as coisas mudarão para melhor", afirma Riccardo Monteverde, um italiano de 32 anos, que conhece bem a pobreza, pois trabalha num abrigo para indigentes em Roma.

Muitas famílias vieram com seus filhos para ver pela primeira vez o novo Papa, de quem todo mundo está falando.

"Ele me lembra muito João Paulo II. Não é tão jovem, mas acho que se sairá bem", comenta a filipina Rosell Macaraig, de 30 anos, junto a seu filho Tommy, de três, que agita uma bandeira do Vaticano.

O Papa Francisco apresentou as chaves de seu pontificado na homilia que pronunciou nesta terça-feira, na Praça de São Pedro, para inaugurar seu pontificado, diante uma multidão reunida na esplanada, durante a qual falou em bondade, ternura, esperança, pobres, serviço, proteger a criação e evitar a destruição e a morte.

"Queridos irmãos e irmãs:

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Dou graças ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de começo do ministério petrino na solenidade de São José, marido da Virgem Maria e padroeiro da Igreja universal: é uma coincidência muito rica de significado, e é também o onomástico de meu venerado predecessor: estamos próximos dele com a oração, repleta de afeto e gratidão".

"Como vive José sua vocação de como custódio de Maria, de Jesus, da Igreja? Com a atenção constante a Deus, aberto a seus sinais, disponível a seu projeto, e não tanto ao próprio".

"Mas a vocação de proteger não apenas diz respeito a nós, os cristãos, e sim tem uma dimensão que antecede e que é simplesmente humana, corresponde a todos. É proteger toda a criação, a beleza da criação, como nos diz o livro do Gênesis e como nos mostra São Francisco de Assis: é ter respeito por todas as criaturas de Deus e pelo entorno em que vivemos".

"É proteger as pessoas, preocupar-se com todos, por cada um, com amor, especialmente pelas crianças, os idosos, que são mais frágeis e que geralmente ficam na periferia de nosso coração. É preocupar-se um com outro na família: os cônjuges se guardam reciprocamente e depois, como pais, cuidam dos filhos, e com o tempo, também os filhos se tornarão cuidadores de seus pais".

"E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não nos preocupamos com a criação e com os irmãos, então ganha espaço a destruição e o coração fica árido".

"Gostaria de pedir, por favor, a todos os que ocupam postos de responsabilidade no âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos 'custódios' da criação, do desígnio de Deus, inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente; não deixemos que os sinais de destruição e de morte acompanhem o caminho deste nosso mundo".

"Recordemos que o ódio, a inveja, a soberba sujam a vida. Proteger quer dizer então vigiar sobre nossos sentimentos, nosso coração, porque é de onde saem as intenções boas e ruins: as que constroem e as que destroem".

"Não devemos ter medo da bondade, mais ainda, nem sequer da ternura".

"Hoje, junto à festa de São José, celebramos o início do ministério do novo bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que comporta também um poder. Nunca esqueçamos que o verdadeiro poder é o serviço e que também o Papa, para exercer o poder, deve entrar cada vez mais neste serviço que tem seu cume luminoso na cruz, deve colocar seus olhos no serviço humilde, concreto, rico de fé".

A presidente Dilma Rousseff participou, nesta terça-feira (19), da missa inaugural do pontificado de Francisco. Os dois conversaram na fila de cumprimentos e Dilma elogiou a preocupação do papa com os pobres. 

Na entrevista coletiva realizada nessa segunda-feira (18), Dilma já havia adiantado que falaria com o líder da Igreja Católica sobre o combate à e pobreza. Na ocasião, a presidente elogiou a iniciativa do papa. "Acho que é um Papa preocupado com a questão dos pobres no mundo. Ele tem um papel especial e eu acho que ele cumpre aí, vamos dizer assim, os princípios básicos que inspiraram o Cristianismo", comentou. 

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Dilma Rousseff permanecerá na Itália, onde nesta quarta-feira (20) deverá ter um encontro reservado com o papa, de acordo com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.

Com o discurso de um "humilde" servidor de Deus, o Papa Francisco inaugurou nesta terça-feira seu pontificado com um pedido de luta pela paz e de defesa do meio ambiente, diante de mais de 100.000 fiéis de todo o mundo na Praça de São Pedro.

"Nunca esqueçamos que o verdadeiro poder é o serviço e que também o Papa, para exercer o poder, deve entrar cada vez mais neste serviço que tem seu cume luminoso na cruz, deve colocar seus olhos no serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para proteger todo o povo de Deus e acolher com afeto e ternura toda a humanidade, especialmente os mais pobres, frágeis, os pequenos", afirmou com simplicidade.

Diante de uma praça lotada, com a presença de 31 chefes de Estado, Francisco pediu a "todos os que ocupam postos de responsabilidade no âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos 'custódios' da criação, do desígnio de Deus, inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente; não deixemos que os sinais de destruição e morte guiem o caminho deste nosso mundo".

E citou São Francisco de Assis, o santo que inspirou seu nome pela defesa dos pobres e da paz, para pedir "respeito à criaturas de Deus e pelo entorno em que vivemos".

O Papa argentino, que recordou seu "venerado predecessor", o papa emérito Bento XVI, o primeiro pontífice da era moderna que renunciou ao cargo, mencionou também João Paulo II e pediu aos membros da Igreja que se inspirem em São José, "um homem forte, corajoso e trabalhador", mas de "grande ternura".

"Não devemos ter medo da bondade, da ternura", disse, para os aplausos das entre 100.000 e 150.000 pessoas presentes, segundo o Vaticano.

No início da missa, o Papa Francisco recebeu o pálio (longo manto) de lã branca com seis cruzes, que pertenceu ao predecessor Bento XVI, e o simples anel do Pescador de prata que escolheu para seu pontificado.

Na capital argentina Buenos Aires, cidade da qual o novo Papa era arcebispo até semana passada, uma multidão emocionada acompanhava a cerimônia ao vivo em telões.

A popularidade do novo pontífice foi mais uma vez comprovada durante seu percurso de papamóvel pela praça antes da missa solene.

Francisco utilizou um jipe branco totalmente aberto e saudou, sorridente, os fiéis entusiasmados que o aclamavam em meio a um mar de bandeiras, muitas delas de países latino-americanos.

Antes de presidir a missa, Francisco — o primeiro pontífice latino-americano e o primeiro jesuíta — rezou diante do túmulo de São Pedro, o pai da Igreja, situado debaixo do altar-mor da basílica, acompanhado por una dezena de representantes das igrejas católicas orientais.

O Sumo Pontífice, que parecia caminhar com dificuldade, se reuniu em seguida com os 180 concelebrantes. Todos caminharam em procissão até o altar erguido do lado fora da praça com o canto do "Laudes Regiae", uma litania de invocação em honra a Cristo.

A missa, em latim e grego para recordar as igrejas do Oriente e Ocidente, incluiu também leituras em idiomas como inglês ou espanhol.

Pela primeira vez desde sua eleição na semana passada, o Papa não saiu do roteiro da cerimônia solene, marcada por um rígido esquema de segurança.

Depois da missa, o Papa retornou à basílica, que tinha uma bandeira branca sem o escudo papal, para retirar os ornamentos litúrgicos e receber as 132 delegações estrangeiras.

A presidente argentina Cristina Kirchner se reuniu em audiência privada na segunda-feira com o novo Papa, a quem pediu uma intercessão na questão da disputa de seu país com a Grã-Bretanha sobre a soberania das ilhas Malvinas.

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, também viajou a Roma para a missa de inauguração.

O grande ausente é o papa emérito, Bento XVI, que, depois de sua histórica renúncia no mês passado, se mudou para a residência de veraneio de Castelgandolfo, donde receberá a visita do Papa Francisco no fim de semana.

Antes de iniciar esta histórica jornada, o Papa Francisco enviou uma mensagem em espanhol aos compatriotas argentinos reunidos em uma vigília. Ele pediu que "deixem de lado o ódio e a inveja" e "não temam a Deus, que sempre perdoa".

O papa Francisco pediu a príncipes, presidentes, xeques e milhares de pessoas comuns que se reuniram para sua missa de entronização, nesta terça-feira, que protejam o meio ambiente, os mais fracos e pobres, indicando claramente suas prioridades como líder dos 1,2 bilhão de católicos de todo o mundo.

Nascido na Argentina, Francisco é o primeiro papa da América Latina e o primeiro cujo nome faz referência ao frei do século XII, são Francisco de Assis, cujo trabalho foi cuidar da natureza, dos pobres e dos desvalidos. Lembrando a gentileza pela qual são Francisco é conhecido, o papa disse que um pouco de ternura pode "abrir um horizonte de esperança".

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Segundo dados do Vaticano, entre 150 mil e 200 mil pessoas participaram da missa, realizada sob um céu azul após dias de chuvas frias, que agitavam bandeiras de várias partes do mundo. Numa faixa estava escrito "Shalom", a palavra em hebraico para paz; em outra lia-se "Viva il Papa", ou "viva o papa".

Francisco foi interrompido por aplausos várias vezes durante sua homilia, dentre elas quando falou sobre a necessidade de proteger o meio ambiente, servir ao próximo com amor e não permitir que "presságios de destruição", inveja, ódio e orgulho "contaminem nossas vidas".

O papa disse que o papel do pontífice é abrir os braços e proteger toda a humanidade, mas "especialmente os mais pobres, os mais fracos, os menos importantes, aqueles a quem Mateus lista no julgamento final com amor: os famintos, os sedentos, os estrangeiros, os nus, os enfermos e os encarcerados".

"Hoje, em meio a tal escuridão, precisamos ver a luz da esperança e sermos homens e mulheres que levem esperança aos outros", disse ele. "Proteger a criação, proteger cada homem e cada mulher, olhar para eles com ternura e amor é abri um horizonte de esperança, é permitir que um raio de luz passe por meio de nuvens pesadas", disse ele.

Antes do início da missa, Francisco recebeu o anel do pescador, que simboliza o papado e uma estola de lã, que simboliza seu papel como pastor de seu rebanho. Ele também recebeu os votos de obediência de seis cardeais, um símbolo forte, tendo em vista que seu antecessor, Bento XVI, ainda está vivo.

Um cardeal entoou o rito de posse, dizendo: "O Bom Pastor deu a Pedro a responsabilidade de alimentar seus cordeiros e sua ovelhas; hoje você o sucede como o bispo desta igreja".

Cerca de 132 delegações participaram a missa, dentre elas alguns chefes de Estado da América Latina, um sinal do significado da eleição para a região. Francisco deixou claro que quer que seu pontificado seja concentrado nos pobres, mensagem que ressoa na região, onde estão 40% dos católicos de todo o mundo.

Dentre os convidados mais importantes estavam a chanceler alemã Angela Merkel, o vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, a presidente argentina Cristina Kirchner, a presidente do Brasil Dilma Rousseff,

o presidente de Taiwan Ying-Jeou Ma, o presidente do Zimbábue Robert Mugabe, o príncipe Albert de Mônaco e o príncipe do Bahrein, xeque Abdullah bin Haman bin Isa Alkhalifa. As informações são da Associated Press.

O Papa Francisco pediu nesta terça-feira, na missa de inauguração de seu pontificado na Praça de São Pedro, a defesa do meio ambiente e solicitou aos vários dirigentes que acompanhavam a cerimônia que não deixem que "os sinais de destruição e morte" guiem o mundo.

O novo pontífice, que se definiu como um "humilde" servo, iniciou seu pontificado com um forte pedido de defesa da "criação, a beleza", o "respeito às criaturas de Deus e ao entorno em que vivemos", inspirado em São Francisco de Assis, o santo dos pobres e defensor da natureza e da paz.

O primeiro Papa jesuíta, que optou pelo nome de Francisco em homenagem ao santo italiano do século XIII, fez o pedido pela paz ante 132 dirigentes de todo o mundo presentes, incluindo 31 chefes de Estado, boa parte deles da América Latina.

"Gostaria de pedir, por favor, a todos os que ocupam postos de responsabilidade no âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos 'custódios' da criação, do desígnio de Deus, inscrito na natureza, guardiães do outro, do meio ambiente; não deixemos que os sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo", disse no altar instalado no centro da esplanada.

O Papa argentino, que recordou seu "venerado predecessor", o papa emérito Bento XVI, o primeiro pontífice da era moderna que renunciou ao cargo, mencionou também João Paulo II e pediu aos membros da Igreja que se inspirem em São José, "um homem forte, corajosos e trabalhador", mas de "grande ternura".

"Não devemos ter medo da bondade, da ternura", disse.

"Nunca esqueçamos que o verdadeiro poder é o serviço e que também o Papa, para exercer o poder, deve entrar cada vez mais neste serviço que tem seu cume luminoso na cruz, deve colocar seus olhos no serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para proteger todo o povo de Deus e acolher com afeto e ternura toda a humanidade, especialmente os mais pobres, frágeis, os pequenos", completou.

Diante de vários presidentes da América Latina, incluindo a argentina Cristina Kirchner e a brasileira Dilma Rousseff, o primeiro Papa de língua espanhola explicou como entende o comando da Igreja, uma instituição com 1,2 bilhão de fiéis e que passa por uma grave crise de credibilidade após uma série de escândalos.

Com perguntas e respostas, Francisco centrou a homilia na figura de São José, "custódio" de Maria e de Jesus, mas também da Igreja.

"Como vive José na custódia de Maria, de Jesus e da Igreja? "Sempre disponível", respondeu, antes de afirmar que "José é custódio porque sabe escutar Deus" e "sabe ler com realismo os acontecimentos", completou.

O Papa Francisco recebeu nesta terça-feira o anel do Pescador e o pálio, os dois símbolos da autoridade papal, no início de uma missa solene celebrada na Praça de São Pedro.

Dezenas de milhares de pessoas, incluindo 31 chefes de Estado, acompanham a missa de inauguração do primeiro Papa latino-americano e jesuíta da história.

O cardeal protodiácono, o francês Jean-Louis Tauran, foi o responsável por colocar sobre os ombros do novo Papa o pálio (longa estola) de lã branco com cruzes vermelhas que pertenceu ao antecessor Bento XVI até sua renúncia no mês passado.

Em segunda, o decano do colégio cardinalício, Angelo Sodano, colocou o anel do Pescador no dedo anular da mão direita.

Francisco, que em menos de uma semana conquistou os fiéis com sua simplicidade e espontaneidade, escolheu um anel de prata, e não de ouro.

Os dois símbolos estavam guardados junto ao túmulo de São Pedro, onde o novo Papa rezou antes da cerimônia pública de "início do ministério petrino de bispo de Roma".

O Vaticano concluiu esta segunda-feira os preparativos para a missa desta terça-feira, que marcará, oficialmente, o início do pontificado de Francisco, na Praça de São Pedro, onde são esperadas 250 mil pessoas e líderes políticos e religiosos de todo o mundo. As autoridades preveem um importante dispositivo de segurança, similar ao do funeral de João Paulo II em 2005, para zelar pelos fiéis, turistas e curiosos, além das 132 delegações oficiais, entre as quais de destaca uma grande representação latino-americana.

Uma das primeiras a chegar a Roma foi a presidente argentina, Cristina Kirchner, chefe de Estado do país de origem do até agora arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, e a primeira a ser recebida pelo novo pontífice.

O 266º Papa da história da Igreja católica, um jesuíta que sempre se caracterizou por seu austero estilo de vida, pediu aos peregrinos de seu país que não viajassem à Cidade Eterna e dedicassem esse dinheiro para ajudar os mais necessitados.

No entanto, a julgar pelo Ângelus de domingo, muitos argentinos já se encontram na capital italiana para expressar seu afeto por este pontífice "do fim do mundo", que em poucos dias deu novos ares à milenar instituição, por sua proximidade com o povo e por suas palavras a favor de uma Igreja mais acolhedora e próxima às origens do cristianismo.

A missa de entronização, durante a qual o novo Papa receberá o pálio (estola) e o anel do Pescador (de prata, uma escolha sua) próprios do ministério petrino, deve começar pontualmente às 9h30 locais (5h30 de Brasília).

Antes, Francisco, que reside temporariamente na Casa Santa Marta, dentro dos muros do Vaticano, à espera de ocupar em alguns dias seu apartamento pontifício no Palácio Apostólico, deve saudar a multidão em seu "papamóvel".

De acordo com o Vaticano, o Papa circulará durante cerca de meia hora pela praça, entre os peregrinos, algo nada surpreendente vindo de um pontífice que já quebrou o protocolo em muitas ocasiões para saudar afetuosamente os fiéis, provocando alguma ou outra dor de cabeça para seu serviço de segurança.

A chuva que caiu de forma intermitente sobre a cidade na última semana deve dar um alívio durante a cerimônia ao ar livre que coincide com o dia de São José, padroeiro da Igreja.

O papa pronunciará uma esperada homilia previamente preparada, mas sobre a qual deverá improvisar, nesta missa concelebrada com outros 180 religiosos, e contará com a participação inédita na liturgia dos irmãos franciscanos do convento de La Verna, situado nas montanhas da Toscana.

Francisco, primeiro papa jesuíta, escolheu seu nome em homenagem a São Francisco de Assis e defende uma "Igreja pobre e para os pobres".

Após a missa, o Papa receberá as delegações, entre as quais se destacam a presidente Dilma Rousseff e o líder mexicano, Enrique Peña Nieto, que dirigem os dois países com mais católicos do mundo.

Também viajaram a Roma os presidentes de Chile, Equador, Paraguai, Costa Rica e Honduras, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, assim como os herdeiros da Coroa espanhola e holandesa, os príncipes Felipe e Willem-Alexander, este último acompanhado por sua esposa argentina, Máxima Zorreguieta.

A presença mais controversa será a do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, acusado de muitas violações de direitos humanos e que não está autorizado a pisar no território da União Europeia (UE), embora esta proibição não vigore no Vaticano.

Também é esperada a presença de vários líderes de outras regiões na entronização do papa Francisco, que no primeiro dia de seu pontificado estendeu a mão à comunidade judaica em uma carta dirigida ao rabino de Roma, Riccardo di Segni.

Este confirmou sua presença, assim como o número dois da Igreja da Inglaterra, o arcebispo de York John Sentamu; Mohamed Youssef Hajar, secretário-geral da Organização Islâmica da América Latina, representará os muçulmanos.

Delegações de mais de 130 países estarão presentes à missa solene que marcará amanhã o início do pontificado de Francisco, que nesta segunda-feira teve um encontro cordial com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

O Vaticano se prepara para a celebração, na terça-feira, dos festejos a São José com a chegada de mais de 30 chefes de Estado, além de representantes de outras nações, confissões e personalidades.

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Por se tratar do primeiro papa latino-americano da história, haverá uma grandes presença de líderes da região. Além de Cristina Kirchner, estarão presentes a presidente brasileira, Dilma Rousseff, o mexicano, Enrique Peña Nieto, e o chileno, Sebastián Piñera, entre outros chefes de Estado e de governo latino-americanos.

Antes da cerimônia, o papa passeará a bordo do papamóvel pela Praça São Pedro para saudar dezenas de milhares de fiéis esperados para a missa.

A cerimônia propriamente dita, no entanto, terá início com Francisco e os patriarcas católicos do oriente rezando perante a tumba do apóstolo Pedro, situada sob o altar-mor da Basílica de São Pedro.

A seguir, eles sairão em procissão pela praça. Francisco receberá então o Anel do Pescador, símbolo do papado que levará no dedo anular da mão direita. Também será depositado sobre os ombros do novo pontífice o pálio branco com cinco cruzes vermelhas feito de lã de carneiro.

Finalizado o ritual, Francisco estará oficialmente entronizado como o 266º papa da Igreja Católica e dará início à celebração litúrgica. As informações são da Associated Press.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que pediu ao papa Francisco que ajude na longa disputa entre Argentina e Reino Unido a respeito das ilhas Malvinas, chamadas de Falklands pelos britânicos.

Cristina disse aos jornalistas após o encontro nesta segunda-feira com o novo papa, no Vaticano, que pediu sua intercessão para "facilitar o diálogo" sobre as ilhas.

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Na semana passada, o primeiro-ministro britânico David Cameron disse que não concorda com a opinião de Francisco sobre as ilhas. Quando o papa, que nasceu na Argentina, ainda era arcebispo de Buenos Aires, ele foi citado declarando que o Reino Unido "usurpou" as ilhas.

Argentina e Reino Unido travaram uma guerra em 1982 por causa das ilhas. No início deste mês, os moradores locais, conhecidos como kelpers, participaram de um referendo no qual a grande maioria decidiu que o arquipélago deve permanecer como um território britânico ultramarino.

Não se sabe como o papa respondeu ao pedido de Cristina. As informações são da Associated Press.

O papa Francisco realizou um encontro bastante informal nesta segunda-feira com a presidente argentina, Cristina Kirchner, antes de almoçar com ela em sua residência provisória do Vaticano, anunciou o porta-voz da Santa Sé em uma coletiva de imprensa.

O pontífice argentino e Kirchner realizaram uma reunião de cerca de 15 ou 20 minutos antes de almoçar, acrescentou Lombardi, informando que não será divulgado nenhum comunicado oficial do Vaticano sobre este encontro, classificado por ele de muito informal.

A presidente argentina, no entanto, convocou a imprensa a partir das 12h30 GMT (09h30 de Brasília) no hotel Eden, onde se hospeda e de onde saiu nesta manhã chuvosa com um chapéu preto.

Kirchner e o até a última quarta-feira arcebispo de Buenos Aires Jorge Bergoglio mantêm relações tensas e esperava-se que este encontro, que deveria começar às 12h50 GMT (09h50 de Brasília), servisse para aproximar as duas partes antes da missa de entronização oficial do pontificado de Francisco, na terça-feira.

As divergências entre ambos começaram durante a presidência de seu marido, o falecido Néstor Kirchner, que não apreciava as críticas nas homilias do então arcebispo, que denunciava com frequência o escândalo da pobreza ou o flagelo da droga e do crime na Argentina.

Néstor Kirchner chegou a classificar Bergoglio de "verdadeiro líder da oposição".

A relação ficou ainda mais tensa com a legalização, em 2010, do casamento homossexual na Argentina.

Desde sua eleição, na quarta-feira, a única sombra no início do papado deste austero Papa jesuíta que seduziu os fiéis com sua humildade, sua proximidade e seus discursos simples foram acusações sobre sua suposta passividade durante a ditadura que atingiu a Argentina entre 1976 e 1983, ressuscitadas em seu país e retomadas pela imprensa mundial.

O Papa é criticado por não ter feito o suficiente para proteger dois sacerdotes de sua ordem, Francisco Jalics e Orlando Yorio, sequestrados e torturados pelos militares.

Diante da proporção que o assunto tomou, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, publicou na sexta-feira uma declaração que rejeitava estas acusações como caluniosas e atribuía sua origem à esquerda anticlerical.

Cristina Kirchner é a primeira dos diversos chefes de Estado e de Governo que serão recebidos pelo novo Papa.

Após a cerimônia solene na terça-feira, o pontífice receberá os representantes das 130 delegações oficiais, entre eles a presidente Dilma Rousseff e o líder mexicano, Enrique Peña Nieto, que dirigem os dois países com mais católicos do mundo.

O Vaticano faz os últimos preparativos para a missa que na terça-feira (19) marcará oficialmente o início do pontificado do papa Francisco na praça de São Pedro, onde são esperados centenas de milhares de fiéis e diversos dignitários de todo o mundo. As autoridades estão instalando um grande dispositivo de segurança, similar ao do funeral de João Paulo II em 2005, para receber as quase 130 delegações oficiais, entre elas uma grande representação latino-americana que homenageará o primeiro Papa do subcontinente.

Uma das primeiras a chegar a Roma foi a presidente argentina, Cristina Kirchner, chefe de Estado do país de origem do até agora arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, e a primeira a ser recebida pelo novo pontífice. O 266º papa da história da Igreja católica, um jesuíta que sempre se caracterizou por seu austero estilo de vida, pediu aos fiéis de seu país que não viajassem à Cidade Eterna e dedicassem esse dinheiro para ajudar os mais necessitados.

No entanto, a julgar pelo Ângelus de domingo, muitos argentinos já se encontram na capital italiana para expressar seu afeto por este pontífice "do fim do mundo", que em poucos dias deu novos ares à milenar instituição, por sua proximidade com o povo e por suas palavras a favor de uma Igreja mais acolhedora e próxima às origens do cristianismo. A missa de entronização, durante a qual o novo Papa receberá o pálio e o anel do Pescador próprios do ministério petrino, deve começar pontualmente às 9h30 locais (5h30 de Brasília).

Antes, Francisco, que reside temporariamente na Casa Santa Marta, dentro dos muros do Vaticano, à espera de ocupar em alguns dias seu apartamento pontifício no Palácio Apostólico, deve saudar a multidão em seu "papamóvel". De acordo com a imprensa italiana, o Papa circulará durante meia hora entre os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, algo nada surpreendente vindo de um pontífice que já quebrou o protocolo em muitas ocasiões para saudar afetuosamente os fiéis, apesar dos desafios que isto gera para os serviços de segurança.

A chuva que caiu de forma intermitente sobre a cidade na última semana deve dar um alívio durante a cerimônia ao ar livre que coincide com o dia de São José, padroeiro da Igreja. O papa pronunciará uma esperada homilia nesta missa concelebrada por todos os cardeais presentes em Roma, e contará com a participação inédita na liturgia dos irmãos franciscanos do convento de La Verna, situado nas montanhas da Toscana.

Francisco, primeiro papa jesuíta, escolheu seu nome em homenagem a São Francisco de Assis e defende uma "Igreja pobre e para os pobres". Após a missa, o Papa receberá as delegações, entre as quais se destacam a presidente Dilma Rousseff e o líder mexicano, Enrique Peña Nieto, que dirigem os dois países com mais católicos do mundo.

Também viajaram a Roma os presidentes de Chile, Equador, Paraguai, Costa Rica e Honduras, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, assim como os herdeiros da Coroa espanhola e holandesa, os príncipes Felipe e Willem-Alexander, este último acompanhado por sua esposa argentina, Máxima Zorreguieta. A figura mais polêmica presente será o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, acusado de muitas violações de direitos humanos e que não está autorizado a pisar no território da União Europeia (UE), embora esta proibição não vigore no Vaticano.

Também é esperada a presença de vários líderes de outras regiões na entronização do papa Francisco, que no primeiro dia de seu pontificado estendeu a mão à comunidade judaica em uma carta dirigida ao rabino de Roma, Riccardo di Segni. Este confirmou sua presença, assim como o número dois da Igreja da Inglaterra, o arcebispo de York John Sentamu; Mohamed Youssef Hajar, secretário-geral da Organização Islâmica da América Latina, representará os muçulmanos.

O papa Francisco está almoçando nesta segunda-feira (18) com a presidente argentina Cristina Kirchner na Casa Santa Marta do Vaticano, anunciou o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, em uma coletiva de imprensa. O pontífice argentino e Kirchner realizaram previamente um encontro de "cerca de 15 ou 20 minutos" sobre o qual não será divulgado nenhum comunicado oficial do Vaticano, disse Lombardi.

Kirchner, que chegou na tarde de domingo a Roma, e o até a última quarta-feira arcebispo de Buenos Aires Jorge Bergoglio sempre mantiveram relações tensas, e esperava-se que este encontro servisse para aproximar as duas partes antes da missa de entronização oficial do pontificado, na terça-feira. As divergências entre ambos começaram durante a presidência de seu marido, o falecido Néstor Kirchner, que não apreciava as críticas nas homilias do então cardeal, que denunciava com frequência o escândalo da pobreza ou o flagelo da droga e do crime na Argentina, e pioraram ainda mais após a legalização do casamento homossexual, em 2010.

O encontro com Kirchner foi o primeiro de Francisco com um dos muitos chefes de Estado e de governo que estão chegando ao Vaticano para acompanhar a missa de início oficial do papado. Após a cerimônia solene na praça de São Pedro, o Papa receberá os representantes das 130 delegações oficiais.

Contrariando todas as especulações, o argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, foi eleito o novo Papa da Igreja Católica. Ele é o primeiro Papa latino-americano, continente mais católico do mundo e escolheu o nome de Francisco para homenagear São Francisco de Assis, o santo da simplicidade, dos menos afortunados e que fazia pregações itinerantes.

As surpresas pela eleição  do Papa Francisco não acabaram por ai. Quebrando os protocolos da Igreja, o Papa demonstrou bom humor ao falar brincadeiras, em seu primeiro discurso, ao público presente na Praça de São Pedro, no Vaticano. Discreto, humilde, de tendência moderada e integrante da Companhia de Jesus – que evangelizou a América Latina -, são as características que acompanham o novo comandante dos católicos.

Jorge Mario Bergoglio assume o trono de São Pedro em um momento delicado para a Igreja Católica mundial, quando os católicos clamam por um equilíbrio entre as políticas conservadoras e progressistas e em meio a escândalos relacionados à pedofilia. O perfil traçado pelos vaticanistas é que o novo Papa é um homem concreto, pragmático, eficaz. Conservador no que diz respeito às questões morais, mas muito aberto no plano social.

Desafios. É o que Francisco irá encontrar durante o seu papado. Trazer os jovens de volta à Igreja, renovar a linguagem e fazer com que os católicos se sintam amados são apenas alguns deles. É passível afirmar que, se reformas não forem adotadas, a contestação à Igreja Católica, que já é forte em alguns países do Oriente, corre risco de se estender rapidamente, inclusive na América Latina.

Escolhido de forma proposital ou não, o fato é que uma outra característica respeitável dos jesuítas é a atenção para a educação e a abertura para o diálogo inter-religioso, entre fé e cultura - o novo Papa já foi professor de literatura, psicologia e reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel.

Muito se espera dele. Contrário ao casamento gay, identidade de gênero, eutanásia e aborto, mas favorável à globalização. Em menos de 24 horas já surgiram comentários negativos em redes sociais sobre as relações de Bergoglio com o governo argentino e de envolvimentos com a ditadura argentina. Por hora, nada disso importa.

Neste momento, o mundo católico deposita toda sua fé e esperança no Papa Francisco e o início da sua missão com os jovens brasileiros já está confirmada através de sua presença na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Daqui para frente, que Deus e o Papa Francisco nos abençoe.

As habilidades diplomáticas do papa Francisco serão colocadas em teste em sua primeira audiência com um chefe de Estado. O novo pontífice vai receber a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, com quem teve grandes discórdias quando ainda era arcebispo de Buenos Aires, em razão das políticas liberais adotadas por seu governo.

A presidente telefonou para o novo papa nesta segunda-feira, um dia antes de ela e outros líderes mundiais participarem da missa de entronização de Francisco, na praça São Pedro.

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Cristina e seu antecessor e marido, Néstor Kirchner, desafiaram os preceitos da igreja ao adotar uma série de medidas, com forte apoio popular, que incluem a obrigatoriedade de aulas de educação sexual nas escolas, a distribuição gratuita de contraceptivos em hospitais públicos e o direitos dos transexuais de mudar de identidade. A Argentina foi o primeiro país latino-americano a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. As informações são da Associated Press.

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, um católico praticante, comparecerá à missa de entronização do novo Papa, indicou uma fonte presidencial.

"Sim, vai assistir", declarou um funcionário de alto escalão à AFP.

Mugabe, proibido pela União Europeia de entrar em seu território desde 2002, acusado de ser responsável por violações de direitos humanos, já viajou à região.

A proibição não foi aplicada em caso de comparecimento a reuniões internacionais.

Mugabe foi, entre outros eventos, ao funeral do papa João Paulo II, em 2005, e a sua beatificação, em 2011.

Vaticano – A presidenta Dilma Rousseff chegou hoje (19) à Itália por volta das 15h30 (11h30 de Brasília) de Brasília. Ao ver os jornalistas brasileiros, ela brincou: “Vocês sempre firmes, conseguem chegar antes de mim”. Dilma tem a agenda livre hoje e amanhã (18) e pode se reunir com alguns presidentes e primeiros-ministros, já que seus compromissos ainda não foram definidos.

Dilma participa da missa inaugural do pontificado do papa Francisco, às 9h30 (5h30 de Brasília), no dia 19 (terça-feira). Em seguida, tem uma reunião breve e particular com o papa. Segundo assessores da Presidência da República, ela ficará apenas alguns minutos com o papa, no dia 19.

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No encontro, o papa Francisco deve conversar com a presidenta sobre a Jornada Mundial da Juventude, em julho, no Rio de Janeiro. Francisco já confirmou presença no encontro e o Vaticano informou que o papa fala português.

Os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Aloizio Mercadante (Educação) e Helena Chagas (Comunicação Social), que acompanham Dilma na Itália, não participarão do encontro da presidenta com o papa, segundo assessores.

Após a eleição do papa Francisco, a presidente divulgou uma mensagem, na qual disse que: “[Os católicos do Brasil] aguardam com expectativa a vinda de Francisco ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude. Maior país em número de católicos, o Brasil acompanhou com atenção o conclave e a escolha do primeiro papa latino-americano”.

De acordo com Gilberto Carvalho, o governo brasileiro ficou feliz com a escolha do cardeal argentino. "É uma satisfação muito grande nossa, pelos primeiros movimentos do papa, no sentido da simplicidade com que ele está trabalhando, a informalidade, e na questão social”.

O Papa Francisco afirmou neste sábado que deseja uma "Igreja pobre e para os pobres" e explicou como escolheu o nome com o qual exercerá o pontificado, ao receber jornalistas de todo o mundo neste sábado para uma audiência na sala Paulo VI do Vaticano. O pontífice argentino, que foi muito aplaudido pelos milhares de jornalistas presentes, explicou que São Francisco de Assis, o santo no qual se inspirou, era "o homem da pobreza, o homem da paz".

"Como eu gostaria de uma igreja pobre e para os pobres", acrescentou o Papa, muito aplaudido neste momento. Francisco tem surpreendido o mundo com a mensagem pelo retorno da Igreja a sua essência, com um discurso de humildade e senso de humor.

O Papa Francisco explicou que o nome foi inspirado por um comentário do cardeal brasileiro Claudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, "um grande amigo", que sentou ao seu lado durante o conclave. "Quando a coisa estava ficando um pouco perigosa, ele me reconfortava. E quando os votos alcançaram os dois terços e os aplausos chegaram porque havia sido eleito Papa, ele me abraçou, deu um beijo e disse: 'Não te esqueças dos pobres'", declarou o novo pontífice.

Também contou que, após sua eleição, recebeu a sugestão de utilizar o nome de Clemente XV, já que o Papa Clemente XIV aboliu a Companhia de Jesus no fim do século XVIII. Um cardeal propôs o nome de Adriano, em referência a um Papa que foi um grande reformista. Em uma audiência de 30 minutos, o primeiro Papa jesuíta da Igreja Católica também recordou que a instituição, desacreditada por vários escândalos, não tem "uma natureza política, e sim espiritual".

Na audiência com os jornalistas, uma tradição nos últimos papados após a eleição de um novo pontífice, Francisco agradeceu o trabalho dos milhares de jornalistas enviados ao Vaticano. "Vocês têm trabalhado muito, trabalhado muito", brincou em italiano o pontífice argentino, que repetiu o agradecimento pelo trabalho intenso desde o anúncio da renúncia de Bento XVI em 11 de fevereiro, oficializada no dia 28.

Em mais uma quebra de protocolo, o Papa não quis dar a bênção com a mão a toda a imprensa, consciente de que entre os jornalistas estavam muitos ateus e integrantes de outras religiões, conforme explicou, optando por saudar e abraçar uma centena de jornalistas selecionados, incluindo vários argentinos. O Papa, que rezará no domingo o seu primeiro ângelus da varanda de seu quarto de frente para a Praça São Pedro, não tem nenhum outro compromisso agendado para hoje, mas a próxima semana será agitada.

Francisco visitará Bento XVI no dia 23 de março em Castelgandolfo, a residência papal próxima de Roma onde o Papa emérito mora desde sua histórica renúncia. Antes, na próxima segunda-feira, o pontífice argentino receberá a presidente de seu país, Cristina Kirchner, com a qual mantém uma relação fria, especialmente desde a legalização do casamento homossexual.

As autoridades esperam a presença de um milhão de peregrinos em Roma para acompanhar este grande acontecimento, que será precedido no domingo pelo primeiro Angelus do Papa Francisco. Com tantos compromissos, o pontífice preferiu "reservar certo tempo" antes de tomar uma decisão à respeito da formação da Cúria Romana, o governo da Igreja, muito criticado por sua obscuridade e centralidade, segundo o Vaticano.

Desta foram, confirmou neste sábado "provisoriamente" os dirigentes dos dicastérios da Curia Romana, o governo da Igreja, informou o Vaticano em um comunicado. A reforma da Cúria, discutida durante as congregações de preparação para o conclave, é uma exigência de muitos membros da hierarquia da Igreja, particularmente pelos que vivem distantes de Roma.

É necessário "uma reforma estrutural. Então, começa-se a escolher o pessoal adaptado para as orientações de uma Igreja que o Papa deseja, que seja uma Igreja missionária, mais do diálogo", comentou o arcebispo Hummes, em uma entrevista publicada neste sábado. Quatro dias após sua eleição, as homenagens ao novo Papa continuam. Os jogadores do San Lorenzo, clube argentino que conta com a torcida do Papa Francisco, vestirão um uniforme especial neste sábado em homenagem ao pontífice durante a partida contra o Colón pela sexta rodada do torneio Final da primeira divisão do futebol argentino.

A única sombra que paira sobre este início de papado são as acusações de suposta passividade ante a ditadura militar na Argentina entre 1976 e 1983, acusações ressuscitadas em seu país e retomadas pela imprensa mundial. O Papa, líder da ordem jesuítica no período militar, tem sido criticado por não ter protegido dois sacerdotes de sua ordem sequestrados e torturados por militares, Francisco Jalics y Orlando Yorio.

O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, disse na sexta-feira que o Vaticano considera que existe "uma campanha" contra Bergoglio, sustentada por "uma publicação que em algumas ocasiões é caluniosa e difamatória", em referência ao jornal argentino Página12, que questiona o papel de Bergoglio durante a ditadura. Um dos sequestrados, o padre Jalics, um húngaro que se estabeleceu na Alemanha, declarou na sexta-feira que estava em paz com o seu passado, e pediu a "benção" ao novo pontífice. O padre Orlando Yorio faleceu em 2002.

O Papa Francisco confirmou neste sábado "provisoriamente" os dirigentes dos dicastérios da Curia Romana, o governo da Igreja, informou o Vaticano em um comunicado.

"O Santo Padre quer reservar-se certo tempo antes de nomear ou confirmar novos cargos", afirma a nota.

A Cúria Romana, criticada com frequência por sua opacidade, é composta por vários "ministérios", chamados dicastérios, que se ocupam, entre outras questões, de observar a correta doutrina da fé, supervisionar a educação católica ou estudar os milagres e as vidas de alguns mártires para propor seus nomes como santos.

Francisco, o primeiro Papa jesuíta da Igreja Católica, eleito de forma surpreendente após dois dias de conclave, não era considerado o candidato favorito da Cúria, envolvida durante os oito anos de pontificado de Bento XVI em vários escândalos.

O cardeal sul-africano, Wilfrid Napier, afirmou que os pedófilos devem ser tratados como "doentes" e não como criminosos, em um entrevista à BBC exibida neste sábado.

"De acordo com a minha experiência, a pedofilia é realmente uma doença, não é uma questão criminosa, é uma doença", declarou o arcebispo de Durban, um dos participantes do conclave que elegeu na quarta-feira o Papa Francisco.

"É uma enfermidade psicológica. O que fazemos diante de uma doença? Temos que tentar curá-la. Se eu, como indivíduo normal, decido conscientemente violar a lei, devo ser castigado", acrescentou o arcebispo de 72 anos, conhecido por suas posições conservadoras.

No início de 2000, Napier foi muito criticado por sua passividade ante o escândalo de padres pedófilos e por se negar a expulsar os culpados da Igreja sul-africana.

O cardeal indicou que conhecia dois sacerdotes, vítimas de abusos sexuais na infância, que se transformaram em pedófilos.

"Não me digam que essas pessoas são penalmente responsáveis da mesma forma que alguém que escolhe fazer isso", disse o arcebispo durante a entrevista. "Não acredito que se possa pensar que uma pessoa merece ser castigada, quando ela mesma foi ferida", acrescentou.

Barbara Dorries, estuprada em sua infância por um padre pedófilo e membro de um grupo de vítimas com sede nos Estados Unidos, respondeu aos comentários de Napier: "Que seja uma doença, mas também é um crime e os crimes devem ser castigados, os delinquentes devem responder por suas ações passadas e presentes".

"Os bispos e os cardeais encobriram estes crimes e permitiram que os pedófilos continuassem atuando, que não fossem presos, mantiveram esses atos como um segredo na Igreja", denunciou Dorries.

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