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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniram na tarde desta quinta-feira, 12. Pacheco fez uma visita à Corte para manifestar solidariedade após os ataques sofridos pelo tribunal no último domingo, 8.

No encontro, Rosa apresentou a Pacheco o planejamento de reconstrução do edifício-sede do STF, depredado por vândalos bolsonaristas que invadiram também o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, provocando destruição do patrimônio público. O presidente do Senado estava em viagem internacional no dia dos ataques.

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Também participaram do encontro os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Alexandre de Moraes, segundo nota divulgada pela assessoria do STF.

O Exército montou um acampamento no Palácio do Planalto, três dias depois da invasão e da depredação promovidas por radicais bolsonaristas contra os Três Poderes. Dezenas de militares subordinados ao Comando Militar do Planalto cercaram a sede da Presidência da República nesta quarta-feira, dia 11, onde despacha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os soldados chegaram preparados para permanecer, se for necessário.

Ao menos dois ônibus do Batalhão de Guarda Presidencial (BGP), com tropa de choque e canil, desembarcaram no Planalto militares com mochilas e equipamentos para contenção de distúrbios civis, como lançadores de bombas de gás, capacetes, armaduras, escudos, cassetetes e espingardas de bala de borracha. Outros militares, porém, portam escopetas e pistolas de munição letal.

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Na garagem do palácio, no segundo subsolo, os militares instalaram camas móveis, galões de água e biombos. Eles posicionaram os equipamentos de proteção e mochilas no chão.

O reforço de segurança é muito superior ao reduzido efetivo empregado no domingo, quando houve uma tentativa de golpe de Estado, batizada por integrantes do governo Lula de ‘capitólio brasileiro’. Falhas na atuação do Exército, para impedir e repelir a investida dos golpistas, motivaram críticas dentro e fora do governo. O episódio será objeto de investigação, segundo ministros.

No dia do ataque, os soldados do Exército foram orientados e posicionados pessoalmente pelo coronel de Infantaria Paulo Jorge Fernandes da Hora. O oficial é o comandante do BGP. O coronel Fernandes vem sendo alvo de uma série de críticas e até cobranças de demissão por causa das falhas no ‘capitólio brasileiro’.

Em um dos vídeos gravados que circulam nas redes sociais, ele tenta conter a entrada de policiais militares e bate-boca com eles. Nas imagens, os policiais perguntam se ele estava "louco" e afirmam que iriam efetuar prisões. Ambos gritam palavrões. Exaltado, o coronel diz que os invasores extremistas iriam deixar o Planalto. "O pessoal tá descendo", gritou Fernandes. "Estão todos presos, ninguém vai descer, coronel", rebatem PMs da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) e do Choque. O comandante então acata e participa pessoalmente da entrega de golpistas que estavam no chão dominados.

A proteção do Palácio do Planalto é feita tradicionalmente pelo BGP e pelo 1º Regimento de Cavalaria de Guarda (RGC), mas a coordenação e pedidos de reforço do efeito, segundo o Exército, cabe ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), chefiado pelo general Gonçalves Dias, ministro que foi chefe da segurança de Lula nos mandatos anteriores. O BGP tem cinco infantarias de guarda entre suas unidades.

Diante da convocação de novo protesto bolsonarista para "retomada do poder" por meio de mensagens em redes sociais, autoridades do governo Lula já admitem pedir auxílio às Forças Armadas na proteção de prédios públicos em Brasília. Os militares devem atuar na Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três Poderes, com envio de soldados e equipamentos militares, como viaturas e blindados do Exército.

Essa é uma previsão já tratada em reuniões prévias por ministros Lula e comandantes das Forças Armadas. O decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, editado por Lula no domingo e vigente ao menos até o fim de janeiro, prevê que o interventor Ricardo Capelli "poderá requisitar a quaisquer órgãos, civis e militares, da administração pública federal, os meios necessários para consecução do objetivo da intervenção". No entendimento de oficiais do Exército, esse artigo abarca o envolvimento de militares.

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As Forças Armadas já desempenham, rotineiramente, a segurança de alguns edifícios da Esplanada, como o Palácio Itamaraty, o Ministério da Defesa e o Palácio do Planalto. No último, além de militares do Gabinete de Segurança Institucional, o Batalhão de Guarda Presidencial (BGP) atua na proteção. No domingo, 8, esse efetivo não estava presente para assegurar a proteção do Planalto e isso gerou críticas sobre a atuação do BGP no episódio.

O Exército chegou a colocar de prontidão no domingo, 8, 2,5 mil soldados subordinados ao Comando Militar do Planalto. Dois blindados Guarani foram às ruas pela primeira vez, mas ficaram no limite do Setor Militar Urbano, área de segurança militar onde fica o Quartel-General do Exército, em frente ao qual acampavam por dois meses extremistas e intervencionistas.

Sem um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), no entanto, não há respaldo legal para que militares das Forças Armadas atuem em atividades de segurança pública de forma mais ampla e com poder de polícia. Mesmo que houvesse uma GLO em curso, ela deveria ter um período e zona específica de atuação, não sendo aplicada de forma indiscriminada.

Quando autorizadas, as GLOs ativam os comandos operacionais das Forças Armadas, que passam a desempenhar ações preventivas e repressivas para "preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio". O controle operacional das forças de segurança passa a uma autoridade militar formalmente designada.

A GLO é prevista constitucionalmente e autoriza, a pedido de um dos poderes, o emprego das Forças Armadas. Ela é considerada um segundo passo na escala de resposta aos distúrbios, aplicada em casos de esgotamento dos instrumentos das forças de segurança pública, mais dura que a intervenção federal e menos grave do que o Estado de Defesa.

Desde 1992, as GLOs já foram aplicadas 145 vezes, conforme dados do Exército, da Marinha e do Ministério da Defesa.

Em maio de 2017, o então presidente Michel Temer usou a GLO para escalar militares das Forças Armadas na Esplanada dos Ministérios, após atos de vandalismo e depredação ao fim de uma greve geral organizada por centrais sindicais e movimentos de esquerda contra a reforma trabalhista e a favor de sua saída do cargo. O decreto ocorreu a pedido do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Na ocasião, houve dura repressão por parte da PM à greve geral, mas mesmo assim sedes de ministérios como, os da Agricultura e da Cultura, foram depredadas, inclusive com tentativas de incêndio.

O decreto de GLO na Esplanada durou menos de 24 horas. Ele foi revogado por Temer na manhã seguinte à sua edição, diante da retomada da ordem. Inicialmente, duraria por 15 dias. O Ministério da Defesa delimitou a ação das Forças Armadas à proteção de prédios.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou os golpistas que depredaram prédios públicos na capital de "aloprados" e disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro não quer aceitar a derrota na eleição. Três dias após os prédios dos Três Poderes serem invadidos, o petista se reuniu com deputados e senadores para receber, em um ato simbólico, o decreto de intervenção na segurança pública do Distrito Federal aprovado pelo Congresso.

"Lamentavelmente, o presidente que deixou o poder no dia 31 não quer reconhecer a derrota. Ainda hoje eu vi declarações dele não reconhecendo a derrota. Ou seja, eu só posso considerar um grupo de aloprados, um grupo de gente com pouco senso de ridículo", disse Lula na reunião com os parlamentares.

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Na noite desta terça, 10, Bolsonaro compartilhou um vídeo com questionamentos ao resultado eleitoral, mas apagou a publicação mais de três horas depois. O vídeo mostra trecho de uma entrevista em que o procurador Felipe Gimenez, do Mato Grosso do Sul, defende que a eleição de Lula foi fraudada e que o voto eletrônico não é confiável, o que é falso.

A teoria conspiratória de fraude eleitoral estimulou os golpistas a invadirem e depredarem as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) no último domingo, 8.

No dia da invasão, Bolsonaro escreveu no Twitter que depredações e invasões de prédios públicos "fogem à regra" e criticou manifestações da esquerda. "Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade", disse o ex-presidente.

Lula afirmou nesta quarta, 11, na reunião com os deputados e senadores, que em pouquíssimos momentos da história do País o resultado eleitoral foi questionado. "O que aconteceu aqui, eu até não gostaria de pensar em golpe, eu até gostaria de pensar numa coisa menor, quem sabe um grupo de pessoas alopradas que ainda não entenderam que a eleição acabou, que ainda não querem aceitar que a urna eletrônica é possivelmente o modelo eleitoral mais perfeito que a gente tem em todo os países do mundo", emendou.

O presidente também citou a ação do PL, partido de Bolsonaro, na Justiça para tentar invalidar os votos de determinadas urnas eletrônicas, com alegações infundadas de erro nos equipamentos. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, refutou os argumentos e estabeleceu uma multa de R$ 22,9 bilhões à legenda por má-fé.

"Mesmo assim, tem gente que quando conta a primeira mentira não consegue mais parar de mentir porque é preciso justificar a primeira mentira para o resto da vida. É isso que está acontecendo neste País", disse Lula.

O petista afirmou que não gostaria de ter feito a intervenção federal no DF, mas que é preciso punir quem não respeita a lei e a ordem democrática. "Todo mundo terá o direito de se defender, a prova da inocência. Mas todo mundo será punido, e eu quero agradecer a vocês por esse gesto", declarou.

Lula também disse que a derrubada de três torres de transmissão de energia no Paraná e em Rondônia será investigada. Segundo o Ministério de Minas e Energia, há indícios de vandalismo e sabotagem na queda, registrada entre a noite de domingo, 8, e a madrugada de segunda-feira, 9. O presidente classificou a derrubada como ato de "bandidos".

Ato simbólico

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) foi ao Planalto entregar pessoalmente a Lula o decreto de intervenção federal no DF acompanhado do vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). O presidente do Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acordou indisposto e com sintomas fortes de gripe. Um grupo de senadores e deputados também compareceu ao encontro na sede do Executivo.

A entrega do decreto é mais um ato simbólico das instituições. Na segunda-feira, 9, à noite, Lula andou pela Praça dos Três Poderes ao lado de governadores e representantes do Legislativo e Judiciário. A ideia foi mostrar uma união entre os Poderes frente aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília no domingo, 8.

Ontem, o Senado aprovou, de forma simbólica, o decreto de intervenção na segurança do Distrito Federal editado por Lula, com votos contrários apenas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida, que passou segunda-feira na Câmara e vale até 31 de janeiro, foi adotada após golpistas invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).

"O Congresso Nacional cumpriu seu papel", disse Vital do Rêgo. Lira, por sua vez, afirmou que a aprovação do decreto na Câmara mostrou que "aquele plenário estava de pé repudiando os atos de vandalismo, ofensa às instituições e à democracia brasileira". Lula agradeceu aos parlamentares e disse que o ato "engrandece" e "aumenta a conquista de credibilidade" do Legislativo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu sessão virtual extraordinária para amanhã, 12, onde os ministros validarão ou não a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou, entre outros pontos, que autoridades tomem providências para evitar bloqueio de vias e invasão de prédios públicos.

A decisão de Moraes acolheu pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que acionou o STF após o governo identificar ameaças de novas manifestações antidemocráticas hoje.

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Hoje, a Corte já formou placar de 7 a 0 para referendar as decisões de Moraes que determinaram a prisão do ex-secretário da Segurança Pública, Anderson Torres, e o afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB) por 90 dias.

Sete dos onze ministros do Supremo Tribunal federal já votaram por manter os despachos que determinaram o afastamento o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) e a prisão do ex-ministro da Justiça Anderson Torres após bolsonaristas invadirem e depredarem parte das dependências do Supremo, do Congresso e do Palácio do Planalto.

Os ministros Gilmar Mendes, Luiz Fux, Edson Fachin, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e a ministra Cármen Lúcia acompanharam o entendimento de Alexandre de Moraes em julgamento no Plenário virtual do Supremo - ferramenta que permite que os magistrados depositem seus votos à distância.

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A avaliação do relator, chancelada pelo STF, é a de que o emedebista e o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro foram 'coniventes' com os extremistas e ignoraram apelos de autoridades para reforçar a segurança na Praça dos Três Poderes.

Ambos os despachos, assinados no domingo, 8, são analisados em sessão extraordinária que deve terminar às 23h59 desta quarta-feira, 11. O julgamento foi convocado pela presidente do Supremo, Rosa Weber, em meio ao recesso Judiciário.

As decisões agora chanceladas pela maioria do STF foram dadas no bojo do inquérito sobre atos golpistas. O despacho que afastou Ibaneis contém duras ponderações sobre o que Alexandre chamou de omissão 'dolosa e criminosa' de autoridades públicas, em especial o governador afastado e o ex-secretário de Segurança Pública do DF.

Na avaliação do ministro, a 'escalada violenta de atos criminosos' que resultou na invasão dos prédios do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo só poderia ocorrer 'ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência'.

O documento ainda determinou uma série de medidas para desmobilizar atos golpistas em Brasília e identificar responsáveis pela invasão e depredação das sedes dos três Poderes.

Em outra decisão, dada após requerimento da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão de Anderson Torres, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro e aliado do ex-presidente, e do ex-comandante da Polícia Militar do DF, Fabio Augusto Vieira.

No documento tornado público nesta terça-feira, 10, o ministro do STF disse que Torres e Vieira deixaram de agir para conter uma "tragédia anunciada" e que eles não podem "alegar ignorância ou incompetência pela omissão dolosa e criminosa".

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) divulgou nova lista de pessoas presas por participarem dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes em Brasília no último domingo, 8. Até as 11h desta quarta-feira, 11, eram 763 pessoas.

A divulgação por meio de lista está sendo feita devido ao alto número de pessoas presas e à dificuldade de realizar comunicações individuais. "Dessa forma, será mantida lista atualizada das pessoas transferidas para o Sistema Prisional, a fim de possibilitar o acesso de familiares e advogados a elas", afirma a Seape.

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De acordo com informações do Ministério da Justiça, cerca de 1.500 pessoas foram detidas desde domingo e foram conduzidas à Polícia Federal para serem ouvidas. Dessas, 599 foram liberadas, após identificação, "por questões humanitárias".

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira, 11, para referendar determinações do ministro Alexandre de Moraes relacionadas aos atos golpistas do último domingo, inclusive o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias, e a prisão preventiva do ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres.

Na mesma decisão, Moraes determinou a desmobilização dos acampamentos em frente aos quartéis-generais do Exército e unidades militares no país em 24 horas, a desocupação de vias e prédios públicos e a prisão em flagrante dos envolvidos na invasão e depredação das sedes dos três Poderes.

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Acompanharam Moraes os ministros Gilmar Mendes, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso.

Com a previsão de realização de novas manifestações antidemocráticas nesta quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que autoridades de todos os níveis federativos adotem as providências necessárias para impedir tentativas de ocupação ou bloqueio de vias públicas, assim como de espaços e prédios públicos em todo o território nacional.

O ministro fixou multa de R$ 20 mil para pessoas físicas e de R$ 100 mil para pessoas jurídicas que descumprirem a proibição "por meio da participação direta nos atos antidemocráticos, pela incitação (inclusive em meios eletrônicos) ou pela prestação de apoio material (logístico e financeiro) à prática desses atos".

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Moraes ainda determinou que as autoridades locais deverão, sob pena de responsabilidade pessoal, executar a prisão em flagrante daqueles que "ocupem ou obstruam vias urbanas e rodovias, inclusive adjacências, bem como procedam à invasão de prédios públicos". Ainda de acordo com a decisão do ministro, as autoridades deverão identificar todos os veículos utilizados nos atos.

Propostas legislativas

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou hoje que a Pasta deve ouvir especialistas e fazer consulta pública para formular um pacote de propostas legislativas que visam ao fortalecimento dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário após a invasão e depredação de suas sedes em Brasília no último domingo (8). As medidas devem ser anunciadas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no início da próxima legislatura.

"Diante do crescimento de atos terroristas no Brasil, inclusive atingindo o Distrito Federal, o Ministério da Justiça vai ouvir especialistas e fazer consulta pública sobre propostas legislativas que fortaleçam a atuação institucional dos 3 Poderes", publicou Dino em seu perfil no Twitter.

"O pacote de propostas legislativas pela democracia será apresentado aos presidentes do Senado e da Câmara no início da legislatura, como uma contribuição ao debate parlamentar sobre eventuais mudanças em leis", afirmou.

De acordo com o ministro, foram lavrados 1.261 autos de prisão e apreensão pela Polícia Federal em decorrência dos atos golpistas de domingo, e todos os presos serão apresentados ao Judiciário, que deve decidir como prosseguir.

O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegaram no final da manhã desta quarta-feira (11), ao Palácio do Planalto para entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, aprovado na véspera pelo Congresso.

A ideia inicial era que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), representasse a Casa no ato simbólico, mas o senador acordou indisposto, com sintomas fortes de gripe. Havia expectativa de que o ato ocorresse ontem, logo após a aprovação do decreto no Senado, mas a coordenação política do governo avaliou que seria mais adequado que a entrega feita em conjunto com a Câmara.

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Vital do Rêgo e Lira estão acompanhados do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e dos senadores Marcelo Castro (MDB-PI), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Paulo Rocha (PT-PA), Jean Paul Prates (PT-RN), Daniel Ribeiro (PSD-PB), Otto Alencar (PSD-BA), Nelsinho Trad (PSD-MS), Irajá (PSD-TO), Zenaide Maia (PSD-RN) e Eduardo Braga (MDB-AM), além de deputados.

"É importante que a entrega seja uma resposta conjunta e robusta das instituições aos ataques que o terrorismo e o fascismo empreenderam no último domingo", disse ontem Randolfe.

A entrega do decreto é mais um ato simbólico das instituições. Na segunda-feira, 9, à noite, Lula andou pela Praça dos Três Poderes ao lado de governadores e representantes do Legislativo e Judiciário. A ideia é mostrar uma união entre os Poderes frente aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília no domingo, 8.

Na terça-feira, o Senado aprovou, de forma simbólica, o decreto de intervenção na segurança do Distrito Federal editado por Lula, com votos contrários apenas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida, que passou segunda-feira na Câmara e vale até 31 de janeiro, foi adotada após golpistas invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).

A Polícia Militar do Distrito Federal fechou, no final da manhã desta quarta-feira (11), a Esplanada dos Ministérios para o trânsito de veículos. A ação foi tomada, de acordo com militares, porque está prevista uma manifestação de bolsonaristas na tarde de hoje.

Nesta quarta-feira, com a possível realização de novas manifestações antidemocráticas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que autoridades de todos os níveis federativos adotem as providências necessárias para impedir tentativas de ocupação ou bloqueio de vias públicas, assim como de espaços e prédios públicos em todo o território nacional.

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No último domingo (8), golpistas invadiram o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF e vandalizaram o interior desses prédios.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou na manhã desta quarta-feira (11), em sua conta no Twitter, que foram lavrados 1.261 autos de prisão e apreensão pela Polícia Federal (PF) após os atos golpistas em ataques aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, no domingo (8).

"Tivemos também as prisões em flagrante efetuadas no domingo. E segue a execução dos mandados de prisão temporária e preventiva. Todos os presos são apresentados ao Poder Judiciário, instância competente para decidir o que acontecerá com cada um deles", informou o ministro, que agradeceu à PF, além das polícias do Distrito Federal, peritos, policiais penais, defensores, bombeiros e o Samu.

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A Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu instituir o Grupo Especial de Defesa da Democracia (GEDD), em razão dos atos antidemocráticos ocorridos na Esplanada dos Ministérios em Brasília, no último domingo (8), com invasão das sedes dos três Poderes. A Portaria com a criação do grupo está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (11).

Segundo o texto, o GEDD será responsável "pelo acompanhamento das apurações e investigações relacionadas com os atos antidemocráticos praticados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, e outros danos a bens públicos federais correlatos, bem como pelo ajuizamento de ações judiciais e outras medidas necessárias para a preservação e para o ressarcimento dos danos sofridos pelo patrimônio público decorrentes desses atos".

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O objeto de atuação do grupo são: pedidos de quebras de sigilos bancário, fiscal, telefônico ou de dados e demais medidas cautelares; ações de improbidade administrativa, inclusive quando versarem apenas sobre ressarcimento por atos dessa natureza; ações para aplicação das sanções judiciais previstas na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013; ações de ressarcimento, possessórias e patrimoniais; pedidos de compartilhamento de prova em ações penais, inquéritos ou processos administrativos relacionados aos fatos tratados nos expedientes descritos no caput; pedidos de habilitação da União em processos judiciais criminais, na qualidade de assistente de acusação; e outras medidas judiciais e administrativas cabíveis para a preservação e conservação de bens, ações e políticas públicas.

A coordenação do Grupo Especial será feita pela assessoria especial do advogado-geral da União.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos desde o fim do ano passado, compartilhou um vídeo, nessa terça-feira (10), questionando o resultado da eleição presidencial de 2022, em sua primeira manifestação expressa em defesa da tese de fraude eleitoral após os atos golpistas de domingo, em Brasília. O conteúdo foi apagado pouco mais de três horas depois.

O vídeo compartilhado por Bolsonaro mostra o trecho de uma entrevista do procurador Felipe Gimenez, do Mato Grosso do Sul, em que defende que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi fraudada e que o voto eletrônico não é confiável. O recorte mostra a legenda "Lula não foi eleito pelo povo, ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE".

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"Lula não foi eleito pelo povo brasileiro. Lula foi escolhido pelo serviço eleitoral, pelos ministros do STF e pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral", diz Gimenez no vídeo. "Porque se fosse uma escolha do povo, haveria poder do povo sobre essa escolha, poder do povo sobre o processo de apuração dos votos."

A teoria conspiratória do vídeo compartilhado pelo ex-presidente é uma das narrativas usadas como fundamento pelos extremistas que invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal no domingo.

Acusado de instigar os atos antidemocráticos, Bolsonaro afirmou ainda no domingo que depredações e invasões de prédios públicos "fogem à regra" e negou ter responsabilidade sobre os fatos.

"Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra", escreveu em uma rede social.

O compartilhamento do vídeo pelo ex-presidente ocorreu um dia antes da notícia de que novos atos estão sendo planejados para esta quarta-feira (11), em todas as capitais do País, incluindo Brasília. A informação foi divulgada na madrugada desta quarta pela Advocacia-Geral da União (AGU).

A Polícia Federal prendeu Ana Priscila Azevedo, ativista que participou dos atos invasão de prédio públicos no domingo (8). A detenção da ativista ocorreu nessa terça-feira (10) após o Estadão publicar resultado de levantamento apontando o envolvimento de 88 pessoas na tentativa de golpe com depredação do Congresso, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto.

Ana Azevedo aparece em vídeo anunciando, antecipadamente, o que viria a ocorrer no domingo na Praça dos Três poderes. "Nós vamos colapsar o sistema, nós vamos sitiar Brasília, nós vamos tomar o poder de assalto, o poder que nos pertence", disse Ana Priscila Azevedo, numa live realizada em 5 de janeiro, no acampamento bolsonarista montado no entorno do Quartel General do Exército, em Brasília.

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No domingo, ela aparece em outro vídeo dentro do STF comemorando a depredação do prédio. Ana Azevedo foi detida na cidade de Luziânia, já em Goiás, na região do entorno do Distrito Federal. A ordem de prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo levantamento Estadão, 88 pessoas se envolveram nas invasões e depredações dos espaços públicos. A convocação para os atos já tinha um propósito golpista estabelecido: não era um grito isolado. Mensagens de mesmo teor foram reforçadas em centenas de postagens produzidas por manifestantes, que também trataram de destacar o papel de liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a mobilização golpista.

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, que é delegado de Polícia Federal e foi ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, informou, nessa terça-feira (10), que voltará ao Brasil para ser preso.

A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na investigação sobre os atos golpistas em Brasília. Torres está de férias com a família em Orlando, nos Estados Unidos. Ele foi exonerado após os protestos radiciais na Praça dos Três Poderes.

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"Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa", escreveu nas redes sociais.

"Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá", acrescentou.

A ordem de prisão atendeu a um pedido do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. A decisão cita "fortes indícios" de que o ex-secretário foi "conivente" com os atos golpistas em Brasília. Moraes também afirmou que Torres deixou de agir para conter uma "tragédia anunciada" e que ele não pode "alegar ignorância ou incompetência pela omissão dolosa e criminosa".

"A existência de uma organização criminosa, cujos atos têm ocorrido regularmente há meses, inclusive no Distrito Federal, é um forte indício da conivência e da aquiescência do Poder Público com os crimes cometidos, a revelar o grave comprometimento da ordem pública e a possibilidade de repetição de atos semelhantes caso as circunstâncias permaneçam as mesmas", escreveu o ministro.

Além do ex-secretário, Moraes também mandou prender o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fabio Augusto Vieira, que coordenou o trabalho da corporação no último domingo. Ele foi substituído depois que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança pública do DF. A medida foi referendada pelo Congresso.

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, Anderson Torres, publicou há cerca de duas horas uma mensagem em seu perfil do Instagram que diz que teve o celular clonado. "Olá, clonaram meu WhatsApp, não aceitem nenhuma mensagem ou ligação", diz a publicação.

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Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Torres teve a prisão decretada nesta terça-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suposta omissão no comando das forças de segurança pública no último domingo, quando golpistas invadiram a sede dos três Poderes.

As cenas de violência e vandalismo que marcaram Brasília no último domingo, 8, viraram piada em um talk show norte-americano. O apresentador e comediante Stephen Colbert fez uma retrospectiva do caso e comparou as cenas com o que foi visto nos Estados Unidos na invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021.

"O Brasil acabou de ter uma eleição presidencial e o perdedor foi o político de extrema direita Jair Bolsonaro. Bolsonaro alega que ele perdeu por causa de fraude nos votos. Se isso soa familiar, isso também soará: ontem (domingo), apoiadores do Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional do Brasil e o escritório presidencial. Não! Não! Eu não posso assistir esse filme novamente!", disse.

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Colbert continua o discurso até chegar na comparação com o Capitólio. "Os invasores foram eventualmente presos, mas foi um péssimo dia para a democracia no Brasil. Especialistas dizem que o 8 de janeiro é o 6 de janeiro do Brasil", afirma.

Bolsonaristas radicais marcharam neste domingo, 8, à tarde pela Esplanada dos Ministérios, invadiram a sede dos três Poderes da República e deixaram um rastro de destruição pelos principais edifícios de Brasília. Sem atuação ostensiva da Polícia Militar, vândalos pediram intervenção militar e a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em reação, decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal.

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ex-presidente do Senado, relatará nesta terça-feira (10) o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) sobre a intervenção federal na área de segurança pública no Distrito Federal. 

O anúncio da relatoria foi feito pelo senador no Twitter. Segundo Alcolumbre, "o parlamento garantirá a ordem institucional e democrática no País".

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Na segunda-feira (9), a Câmara dos Deputados aprovou, de forma simbólica, o decreto de intervenção na segurança do Distrito Federal editado no domingo (8) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida foi adotada após golpistas invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em cumprimento à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, forças de segurança de São Paulo desmobilizaram até a noite desta segunda-feira (9), os 34 acampamentos espalhados pela capital e pelo interior do Estado. Os atos, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública, aconteceram sem prisões, diferentemente do que foi determinado pelo ministro.

No último domingo (8), após ataques extremistas nas sedes dos Poderes em Brasília, Moraes determinou a dissolução total de acampamentos antidemocráticos no entorno de quartéis em 24 horas em todo o País. O ministro também exigiu a prisão em flagrante dos participantes. Desde o fim das eleições presidenciais, em outubro, manifestantes ocupam as frentes de quartéis em contestação à vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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"A DESOCUPAÇÃO E DISSOLUÇÃO TOTAL, em 24 (vinte e quatro) horas, dos acampamentos realizados nas imediações dos Quartéis Generais e outras unidades militares para a prática de atos antidemocráticos e prisão em flagrante de seus participantes pela prática dos crimes previstos", diz Moraes em sua decisão.

Na segunda, em coletiva à imprensa, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, prometeu cumprir a medida judicial de forma "pacífica" e por meio do diálogo. "Isso vai ser feito sempre com uso escalonado [da força], a gente vai através do diálogo informar para os manifestantes que existe uma ordem judicial de desmobilização dos acampamentos", disse aos jornalistas.

Dos 34 acampamentos desmobilizados, 28 estavam localizados no interior do Estado. Na capital, o de maior preocupação ficava instalado em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Ibirapuera, na zona sul.

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