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Os estupros de meninas e mulheres no Brasil chegaram a 34 mil casos, um crescimento de 14,9% na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período do ano passado. Isso significa que uma menina ou mulher sofreu violência sexual a cada 8 minutos no 1º semestre.

Os feminicídios e homicídios femininos também tiveram crescimento no mesmo período, com elevação de 2,6%. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Os estupros de meninas e mulheres no Brasil chegaram a 34 mil casos, um crescimento de 14,9% na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período do ano passado. Isso significa que uma menina ou mulher sofreu violência sexual a cada 8 minutos no 1º semestre.

Os feminicídios e homicídios femininos também tiveram crescimento no mesmo período, com elevação de 2,6%. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O aumento verificado em anos recentes, por sua vez, pode estar associado à maior compreensão do que é a violência sexual, inclusive com a maior visibilidade de casos, como o da influenciadora Mariana Ferrer, em 2018.

Todas as regiões apresentaram crescimento nos casos. A maior variação se deu na região Sul (32,4%), seguida da região Norte (25%) e do Nordeste (13,2%). No Centro-Oeste o aumento foi de 9,7% e no Sudeste a alta foi de 4,8%.

Os dados de perfil das vítimas de estupro do Brasil indicam que a maior parte das vítimas é de crianças, e os crimes acontecem dentro das próprias casas, com autoria de pessoas conhecidas, geralmente familiares. Em relação à tipificação, 74,5% dos casos foram de estupro de vulnerável (vítimas com menos de 14 anos ou eram incapazes de consentir, por enfermidade, deficiência mental ou qualquer outra causa.

Os pesquisadores ressaltam que os dados correspondem aos registros de boletins de ocorrência em delegacias de Polícia Civil e, portanto, podem ser ainda maiores por causa da subnotificação de casos de violência sexual.

Casos de feminicídio também aumentam

Nos primeiros seis meses do ano, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, superando as 704 mortes do mesmo período em 2022. Isso significa um aumento de 2,6%.

Também de acordo com o Fórum, os dados vêm crescendo nos últimos anos: entre o 1º semestre de 2019 e o 1º semestre de 2023, houve um aumento de 14,4% no número de vítimas de feminicídio.

A Região Sudeste, única que apresentou crescimento no País, registrou 273 vítimas, com variação de 16,2%. Três dos quatro estados da região apresentaram crescimento: o estado de São Paulo foi o principal responsável pela elevação, com crescimento de 33,7%, de 83 casos nos seis primeiros meses de 2022 para 111 casos em 2023.

Assim como os assassinatos motivados por razões de gênero, as demais formas de crimes contra mulheres também tiveram crescimento. Os homicídios femininos aumentaram 2,6% no primeiro semestre, chegando a 1.902 casos.

Especialistas opinam que, como a lei do feminicídio é relativamente nova (de 2015), os Estados ainda podem enfrentar desafios na tipificação correta do crime, seja no trabalho de investigação das Polícias Civis, quanto no Judiciário. Com isso, homicídios comuns podem ser, na verdade, feminicídios, ou seja, aqueles casos em que as mulheres morreram em razão de sua condição de gênero.

Os dados se baseiam nos boletins de ocorrência registrados pelas Polícias Civis dos Estados e do Distrito Federal, e, portanto, podem ser alterados no curso da investigação.

Apesar do aumento da violência contra as mulheres, 12 Estados apresentaram redução dos feminicídios este ano: Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe, Tocantins e Rio de Janeiro (o Estado teve aumento dos homicídios dolosos de mulheres apesar da redução dos feminicídios).

"Parece urgente que os poderes Executivo e Judiciário priorizem a adoção de medidas que sejam capazes de garantir proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, especialmente àquelas voltadas a melhoria do funcionamento da rede de acolhimento", diz o relatório do Fórum.

O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do primeiro semestre de 2023, divulgado nesta quinta-feira (9) pelo Banco Central, avalia que o sistema bancário permanece com liquidez confortável para manter a estabilidade financeira, sem alterações relevantes em relação ao documento anterior, referente a dezembro do ano passado.

"Nas captações, persistiram as tendências de aumento de instrumentos com isenção tributária, de convergência das taxas praticadas entre os segmentos bancários e de ganho de participação das IFs de menor porte. Estas duas últimas são parcialmente explicadas pelas captações intermediadas, por meio de clientes de plataformas de investimento", destacou o BC.

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O REF considera ainda que a base de capital do sistema financeiro permanece sólida. De acordo com a autoridade monetária, a estrutura de capital também está mais homogênea entre os segmentos de bancos e a margem de capital regulatório não é uma restrição para a expansão da oferta de crédito de forma sustentável.

"Ao longo dos últimos anos, os bancos públicos reduziram Capital de Nível II, devido ao menor reconhecimento de instrumentos emitidos antes da implantação de Basileia III e de recursos captados de fundos constitucionais, e aumentaram consideravelmente Capital Principal (CP), considerado de melhor qualidade. Essa alteração deixou a estrutura de capital dos bancos públicos semelhante à dos seus pares privados, tanto em termos de CP quanto em termos de Índice de Basileia (IB)", detalhou o Banco Central.

O grande varejo farmacêutico nacional somou R$ 43,47 bilhões de faturamento no primeiro semestre de 2023, o que representou um avanço de 13,07% em relação ao mesmo período de 2022, segundo levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que integra 30 redes farmacêuticas.

Duas categorias em particular tiveram contribuição determinante para esse resultado - os genéricos e o segmento de HPC (higiene pessoal, perfumaria e cosméticos), que tiveram aumento de 18,08% e 16,87%, respectivamente.

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Segundo a entidade, a demanda por artigos de HPC demonstra a consolidação das farmácias como canais de conveniência. "Os clientes buscam resolver sua jornada de compra em um só espaço", acredita o CEO Sergio Mena Barreto, que já projeta faturamento acima de R$ 90 bilhões no acumulado de 2023.

Os medicamentos em geral (tanto os de referência quanto genéricos), por sua vez, apesar de terem uma variação positiva menor, de 11,39%, continuam a concentrar 69% do faturamento das grandes redes.

Além disso, o levantamento mostra que o e-commerce e contratações seguem em alta. A operação digital do grande varejo farmacêutico somou R$ 2,36 bilhões de receita. Já o volume de contratações acompanha a evolução financeira das grandes redes, que empregam 184 mil funcionários.

"Com a recente aprovação da resolução que libera os testes rápidos em farmácias, a tendência é que os recrutamentos de farmacêuticos e também das equipes de apoio ganhem ainda mais fôlego", diz Barreto.

"Embora conviva com os impactos da inflação e dos juros, os brasileiros não deixaram de frequentar a farmácia e buscar tratamentos medicamentosos, tanto que detectamos mais de 561 milhões de atendimentos neste primeiro semestre, contra 530 milhões de janeiro a junho do ano passado. Mas a população adaptou sua cesta de consumo, o que ajuda a explicar a alta dos genéricos", completa o CEO da Abrafarma.

As mortes em decorrência de intervenção policial subiram 9,4% nos seis primeiros meses do ano no Estado de São Paulo. Foram 221 registros, ante 202 no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 25, pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Os casos foram puxados por ocorrências envolvendo agentes em serviço, que saltaram 28,57% no primeiro semestre - de 133 para 171.

A alta ocorre após período de queda por causa, entre outras medidas, da implantação das câmeras nas fardas dos policiais, que fez a letalidade policial em São Paulo chegar, no ano passado, ao menor índice para o primeiro semestre desde 2005. Sob a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), os índices voltam a subir em São Paulo. Procurada, a secretaria não comentou.

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Conforme as estatísticas divulgadas nesta terça-feira, das 221 mortes notificadas nos seis primeiros meses deste ano no Estado, 155 envolveram policiais militares em serviço (alta de 26% em relação ao mesmo recorte do ano passado) e 16, policiais civis também em ação (aumento de 60%).

Por outro lado, quando se leva em conta as mortes decorrentes da intervenção de agentes com folga, houve queda. Foram 50 registros nos seis primeiros meses deste ano, 27,5% a menos do que o registrado no mesmo período do último ano (69). Delas, 46 envolveram PMs e quatro, policiais civis.

No começo deste mês, o coronel Cássio Araújo de Freitas, comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, pediu em um vídeo publicado numa rede social da corporação para que a tropa "não hesite em utilizar a legítima defesa a seu favor". A postagem foi feita horas depois de um tenente aposentado ser morto na Grande São Paulo.

Em janeiro deste ano, dois homens suspeitos de roubo a uma residência foram mortos e outro ficou ferido durante uma perseguição das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), grupo de elite da PM, na Rua da Consolação, região central da cidade.

No mês seguinte, um motoboy de 22 anos foi morto a tiros por policiais, em abordagem na zona oeste da capital. Após a repercussão do episódio, o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, afirmou nas suas redes sociais, na época, que "nenhum policial que sai de casa para defender a sociedade será injustiçado".

Das 221 mortes por policiais registradas no primeiro trimestre deste ano, 104 foram na capital paulista. O número representa alta de 13% em relação ao mesmo período do ano passado (92). Puxam o aumento, assim como no Estado, as mortes decorrentes da ação de policiais em serviço, que subiram 60% no período - de 45 para 72.

A alta de mortes envolvendo policiais vai na contramão do comportamento dos assassinatos no Estado. Foram 1.395 registros de homicídio nos seis primeiros meses deste ano em São Paulo, queda de 4,9% em relação às 1.327 notificações do ano passado. É o menor patamar para o semestre em 23 anos, segundo a Secretaria de Segurança Pública.

No site da instituição, a Secretaria de Segurança Pública destacou que o trabalho das forças policiais no Estado resultou na prisão e apreensão de 95,4 mil pessoas no primeiro semestre, 8,4% a mais do que os quase 88 mil detidos em igual período do ano passado. "Em junho, o aumento das detenções foi de 2%, passando de 15.239 para 15.548", publicou a pasta.

Segundo acrescentou a secretaria, "o aumento da produtividade policial é resultado de medidas tomadas desde o começo do ano no combate à criminalidade". Uma delas, continuou, foi o reforço no policiamento ostensivo e preventivo, com 17 mil policiais a mais diariamente nas ruas do Estado.

Uso de câmeras levou a queda recorde no ano passado

No ano passado, com 202 vítimas contabilizadas entre janeiro e junho, as polícias Civil e Militar de São Paulo chegaram ao menor índice de letalidade para o primeiro semestre desde 2005, quando esta taxa era de 178.

O uso de câmeras corporais por policiais militares de São Paulo, implementado de forma gradativa há três anos, reduziu em 62,7% as mortes decorrentes da intervenção de agentes em serviço entre 2019 e 2022, segundo estudo recente divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Unicef (fundo da ONU para a infância).

Em batalhões com a tecnologia, a queda chegou a 76,2%, mais do que o dobro da redução observada no restante da corporação (33,3%), o que mostrou de forma ainda mais destacada o impacto da medida no Estado. Praticamente a metade dos batalhões da PM de São Paulo trabalha com câmeras.

Especialistas ouvidos pelo Estadão na época afirmaram que a redução também ocorreu por causa de outras ações, como a criação, pela PM, de uma comissão para analisar ocorrências de mortes por intervenção policial, mas disseram que foi impulsionada pela adoção das câmeras corporais.

Agora, os dados apontam para uma possível reversão na tendência de queda da letalidade policial, mesmo com o uso das chamadas COPs ou bodycams. A reportagem buscou contato com a Secretaria de Segurança Pública para comentar os dados divulgados nesta terça-feira, mas ainda não obteve retorno.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, prometeu, durante visita a uma aldeia indígena, que o julgamento sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas será retomado ainda no primeiro semestre.

Como presidente da Corte, cabe a Rosa Weber elaborar a pauta de julgamentos do plenário. O caso é discutido em um recurso extraordinário, com repercussão geral reconhecida, isto é, que servirá de parâmetro para todos os outros processos semelhantes.

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Ao visitar a Aldeia Paraná, do povo Marubo, no Vale do Javari (AM), a ministra ouviu queixas e pedidos dos indígenas. Em documento elaborado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava), e lido pelas lideranças, foi solicitado que o Supremo resolva a questão do marco temporal.

“Pedimos que o Supremo Tribunal Federal adote a correta interpretação da Constituição Federal, que garante que o governo federal proteja nosso território. Antes de 1500 a gente já estava aqui, não podemos estar submetidos a um marco temporal”, diz o documento. “A não aprovação da tese do marco temporal é importante para a manutenção dos direitos conquistados pelo movimento indígena ao longo da história”, acrescenta o texto.

De acordo com o Supremo, Rosa Weber ouviu dos indígenas sobre ameaças de morte por parte de garimpeiros. “Eles agradeceram a presença do Estado na aldeia, afirmaram ter um grande respeito pelo STF, mas pediram que a Corte faça com que os direitos indígenas sejam efetivados na prática”, diz nota do tribunal.

Em janeiro, a presidente do STF já havia indicado que colocaria o tema do marco temporal em julgamento ainda durante sua permanência no cargo. Ela se aposenta em outubro, ao completar 75 anos, quando atinge a idade para aposentadoria compulsória.

Tese

No julgamento, os ministros discutem a tese, defendida por proprietários de terras, de que os indígenas somente teriam direito aos territórios que estavam efetivamente ocupados no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que já estavam em disputa judicial nesta época.

O processo que motivou a discussão trata da disputa pela posse da Terra Indígena Ibirama, em Santa Catarina. A área é habitada pelos povos Xokleng, Kaingang e Guarani, e a posse de parte da TI é questionada pela procuradoria do estado.

O placar do julgamento está empatado em 1 a 1. O relator do caso, ministro Edson Fachin, votou contra o marco temporal para demarcação de terras indígenas. Já o ministro Nunes Marques abriu divergência a favor do marco temporal para limitar a expansão de terras indígenas no país.

 

Ainda em meio ao impacto dos atos golpistas do dia 8, a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal, divulgou a pauta do Plenário até junho, sem previsão de julgamentos polêmicos. Ações sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas, a descriminalização do aborto, a graça concedida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao ex-deputado Daniel Silveira e juiz de garantias ficaram de fora da pauta do STF nesse primeiro semestre.

A primeira sessão plenária do Supremo ocorre na próxima quarta-feira, 1º, e marca a abertura do ano Judiciário de 2023. Até lá, a Corte está tecnicamente em recesso - apesar de o período ter sido turbulento em razão da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, o que levou inclusive à abertura de uma sessão extraordinária do Plenário virtual, onde os ministros chancelaram decisões de Alexandre de Moraes fechando o cerco aos golpistas.

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O tema a ser enfrentado pelos ministros no primeiro julgamento após o recesso é da área tributária, envolvendo os 'limites da coisa julgada'. Os magistrados vão discutir se decisões que já autorizaram o contribuinte a deixar de pagar determinado tributo perdem efeito quando a Corte toma nova decisão que considere a cobrança constitucional. Ou seja, se a quebra do efeito é automática ou não.

O rol de atividades do STF no primeiro semestre também prevê discussões relativas à esfera ambiental e penal. Em março, os ministros vão julgar a regulamentação da visita íntima em presídios federais. Em junho, a Corte deve analisar ação movida pelo governo Bolsonaro que pede a nulidade de dispositivos do Código Florestal, para que o conjunto de normativas estabeleça as regras de proteção da Mata Atlântica. Ainda em junho, pode ocorrer julgamento de ações que questionam o bloqueio, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, de usuários nas redes sociais.

Parte dos processos mais polêmicos, que ainda não tem data para serem enfrentados pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, tramitam sob relatoria da presidente da Corte. Em setembro, logo depois de assumir a gestão do STF, Rosa evocou dispositivo do Regimento Interno do Tribunal e manteve sob sua relatoria as ações sobre o indulto concedido pelo ex-chefe do Executivo a Daniel Silveira e a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação.

O número de feminicídios registrado no primeiro semestre deste ano no País é 10,8% maior em relação ao mesmo período de 2019, que não sofreu interferência das dinâmicas impostas pela pandemia de Covid-19. Em média, quatro mulheres foram assassinadas por dia entre janeiro e junho, totalizando 699 vítimas (3,2% a mais do que o dado do ano passado).

Os dados fazem parte de um estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que reuniu as estatísticas criminais sobre violência de gênero e intrafamiliar dos primeiros semestres dos últimos quatro anos. Os números evoluíram de 631 feminicídios em 2019 para 664 em 2020, 677 em 2021 e 699 em 2022.

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A pesquisa também coletou dados sobre estupro, que apontaram 29.285 vítimas desse tipo de crime nos primeiros seis meses do ano. Desse total, 74,7% foram cometidos contra vulneráveis, vítimas incapazes de consentir com o ato sexual (crianças ou adolescentes, mulheres com deficiência mental ou sem condições físicas de resistir ao ataque).

No acumulado de quatro anos, considerando apenas os primeiros semestres, 112 mil mulheres foram estupradas no País.

De acordo com Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum, os dados mostram relação entre o aumento da violência contra a mulher e a redução dos investimentos em políticas públicas de combate a esses crimes.

"É importante observar que o aumento de 10,8% nos feminicídios contrasta com uma série de outros crimes, como os homicídios em geral, que caem ano a ano desde 2018?, afirmou. Para ela, está clara a necessidade de o novo governo apresentar alternativas para prevenção e enfrentamento à violência de gênero.

Desde 2015, a lei brasileira prevê penalidades mais graves para homicídios definidos como feminicídios, ou seja, que envolvem violência doméstica e familiar ou menosprezo à condição de mulher.

Os casos mais comuns são os de namorados, maridos ou companheiros que não aceitam a separação. "Infelizmente, tudo aponta para um crescimento da violência letal contra meninas e mulheres em decorrência do seu sexo, da sua condição de gênero. Se mantida a tendência de janeiro a junho deste ano, podemos ter um novo recorde de feminicídios quando fechar o ano de 2022", afirmou Samira.

Por região, as maiores altas em feminicídios nos últimos quatro anos aconteceram no Norte (75%), Centro-Oeste (8,6%) e Nordeste (1%). Apenas a região Sul teve queda de 1,7%.

Por Estado, as maiores elevações foram em Rondônia (225%), Tocantins (233,3%) e Amapá (200%). Outros 13 Estados tiveram aumento de casos, enquanto 11 apresentaram redução, as maiores delas em Roraima (-50%), Distrito Federal (-42,9%) e Rio Grande do Norte (-35,7%).

Estupros

Os dados coletados pelo Fórum apontam que os registros de casos de estupro, sobretudo de vulneráveis, estão em alta e já atingem os patamares de antes da pandemia de covid-19.

As medidas sanitárias adotadas no auge dos surtos da doença fizeram o registro de casos cair de 29.814 no primeiro semestre de 2019 para 25.169 estupros no mesmo período do ano seguinte. O número voltou a subir já em 2021, com 28.035 registros, e em 2022, com 29.285 casos.

O estudo aponta as variações dos casos de estupros nos Estados. Em quatro anos, houve aumento em 15 unidades da federação, com queda em 12.

Na comparação do primeiro semestre de 2021 e de 2022, houve aumentos mais relevantes nos casos de estupro na Paraíba, com variação de 110,3%, em Roraima, com aumento de 51,4%, e no Espírito Santo, onde variou 34,9% no período.

O levantamento destaca as quedas de 36,4% em Santa Catarina, de 19,7% no Mato Grosso do Sul e de 16,2% em Alagoas.

Para Isabela Sobral, supervisora do Núcleo de Dados do Fórum, a pandemia levou a um aumento na subnotificação desse crime, que exige necessariamente exame de corpo de delito nas vítimas.

"Durante o período mais intenso de isolamento social, a diminuição do acesso às delegacias e demais serviços de denúncia e proteção impactou negativamente no acesso às vítimas para o registro. Como agravante, foi limitado o acesso às instituições escolares, as quais tem papel fundamental na denúncia e no mapeamento de possíveis riscos que as crianças estão vivendo, principais vítimas da violência sexual no Brasil", explicou.

Menos recursos

O estudo apontou que, apesar do crescimento constante dos registros de feminicídios, os recursos investidos pelo governo federal para o enfrentamento dessa violência contra a mulher têm diminuído drasticamente.

Em 2022, apenas R$5 milhões foram destinados ao enfrentamento da violência contra mulheres, o menor repasse de recursos dos últimos quatro anos, conforme nota técnica produzida pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Outros R$8,6 milhões foram destinados à Casa da Mulher Brasileira.

Para a diretora executiva do Fórum, o novo governo tem o desafio de implementar uma série de instrumentos criados nos últimos anos para o enfrentamento da violência de gênero, mas que nunca saíram do papel, como o Plano Nacional de Enfrentamento ao Feminicídio, o Plano Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher na Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social e a Política Nacional de Dados e Informações relacionadas à violência contra as mulheres.

"O governo federal historicamente teve um papel importante no enfrentamento à violência contra a mulher e à desigualdade de gênero. É um tema que precisa ser enfrentado por diferentes pastas", disse.

A reportagem enviou cópia do estudo ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, pedindo manifestação da pasta a respeito dos dados e ainda aguarda o retorno.

A Amazônia viu 3.988 quilômetros quadrados de sua floresta tombar nos seis primeiros meses de 2022. O desmatamento deste primeiro semestre é o maior já registrado para esse período desde 2016, início da série histórica realizada pelos sistemas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Para se ter uma ideia, o que ocorreu no primeiro semestre de 2022 é praticamente o triplo do volume registrado no mesmo intervalo de 2017, quando o desmatamento chegou a 1.332 km² na região. É o quarto ano consecutivo com recordes de desmatamento no período e supera em 10,6% a área devastada nos primeiros seis meses de 2021. O governo Jair Bolsonaro tem sido alvo de cobranças no Brasil e no exterior por causa do aumento do desmate.

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"Mês após mês, ano após ano estamos assistindo à consolidação da destruição da Amazônia em um novo patamar. Não estamos falando do desmatamento feito por pequenos produtores ou comunidades locais, mas do avanço de grileiros, garimpeiros, madeireiros e outras organizações criminosas sobre áreas públicas, terras indígenas e unidades de conservação, ou seja, sobre nosso patrimônio", diz Raul do Valle, especialista em políticas públicas do WWF-Brasil.

A velocidade e a intensidade do desmatamento, comenta Valle, não seriam possíveis sem um grande aporte financeiro para pagar por máquinas. Nesta semana, a Polícia Federal fez operações em sete Estados contra uma quadrilha que criou até criptomoeda para lavar ouro de garimpo ilegal e devastou área igual a 212 campos de futebol na floresta. A Justiça mandou investigar cerca de R$ 2 bilhões em bens dos investigados pelos crimes.

Valle também atribui a alta do desmate ao "clima de impunidade" criado no governo Jair Bolsonaro, com o enfraquecimento da fiscalização ambiental, e à expectativa de que o Congresso aprove leis que favoreçam a grilagem e o garimpo. Conforme estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgado em 2021, o número de multas pagas por crimes ambientais na Amazônia caiu 98% nos dois primeiros anos do governo (2019 e 2020).

O mês de junho também teve a pior marca da série histórica. Foram devastados 1.120 km² no mês na Amazônia, 5% a mais que em junho de 2021. Os Estados mais desmatados em junho de 2022 foram o Amazonas (401 km²) e o Pará (381 km²).

Desmatamento no Cerrado

No Cerrado, foram desmatados 1.026 km² só no mês de junho, mais que o dobro do registrado em 2021 (485 km²) e 2020 (427 km²), um aumento de 111,5% em comparação a junho do ano passado.

No acumulado do ano, entre o início de janeiro e o fim de junho, foram devastados 3.638 km² no Cerrado, um aumento de 44,5% em comparação aos seis primeiros meses de 2021, quando foram destruídos 2.518 km².

"Esse resultado reforça a tendência de crescimento do desmatamento na Amazônia, percebida desde 2019. O enfraquecimento institucional dos órgãos de fiscalização, a ausência de ações planejadas e integradas de combate aos crimes ambientais e o discurso de autoridades públicas opondo a proteção da floresta ao desenvolvimento da região são as causas dessa tragédia anunciada", diz Beto Mesquita, membro da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e diretor de Relações Institucionais do BVRio. "Como boa parte desse desmatamento ocorre em terras públicas, temos a combinação de dois crimes contra o patrimônio público: o patrimônio fundiário, pela grilagem de terras, e o patrimônio natural, pelo desmatamento e queimadas."

O Greenpeace chama a atenção para o fato de que o primeiro semestre deste ano teve quatro meses com recordes de alertas de desmatamento. Isso significa muita matéria orgânica morta. Com o verão amazônico começando, período mais quente, esse material serve como combustível para as queimadas e incêndios florestais criminosos que assolam a região. "É mais um triste recorde para a floresta e seus povos", diz Rômulo Batista, porta-voz da Campanha Amazônia do Greenpeace Brasil.

Procurada pela reportagem, a Vice-Presidência da República informou, em nota, que "efetivamente se observa um crescimento da taxa de desmatamento no período". "Entretanto, não há impunidade ou omissão aos crimes ambientais apurados. Ao contrário, a legislação é aplicada com o devido rigor que a lei proporciona. E no tocante a fiscalização das ações, esta tem acontecido com a participação dos órgãos ambientais responsáveis e envolvidos na questão".

Já a pasta do Meio Ambiente reforçou, em nota conjunta com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que os números consolidados de desmatamento são divulgados anualmente, sempre no segundo semestre, por meio do Prodes.

"Neste sentido, temos os dados de queda de 3,8% nos alertas de desmatamento registrados pelo DETER-B nos últimos 12 meses. Estes dados tratam-se de alertas para fins de combate a crimes ambientais", disse a pasta, sem responder de forma direta ao questionamento do Estadão sobre a queda na fiscalização apontada por especialistas.

A nota reforçou ainda que o governo "tem sido extremamente contundente" no combate aos crimes ambientais com a Operação Guardiões do Bioma, que visa a coibir crimes ambientais nos Estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Acre e Rondônia. A ação é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e tem a participação do Ministério do Meio Ambiente e de órgãos como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). (COlaborou Ítalo Lo Re)

O governo já perdeu quase R$ 100 bilhões de receitas no primeiro semestre, calcula a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal. Em relatório fiscal divulgado nesta segunda-feira, 17, a IFI aponta que a perda de receita líquida no primeiro semestre correspondeu a 2,5 pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 97,5 bilhões.

No mesmo período, as despesas cresceram 40,2% com a aprovação de R$ 511,3 bilhões em créditos extraordinários para o enfrentamento da covid-19, o que levou a um aumento da dívida pública de 9,7 pontos porcentuais do PIB entre dezembro de 2019 e junho de 2020. A dívida atingiu 85,5% do PIB em junho. A despesa primária total em 2020 deverá chegar em quase R$ 2 trilhões, o equivalente a 28,4% do PIB (R$ 1,965 trilhões).

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"A herança para o após crise será difícil de manejar", alerta o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto. Para ele, se o País crescer apenas 2,5% em 2021 estará numa efetiva encruzilhada fiscal. "É fundamental ter um norte para o após crise e evitar projetos mirabolantes nestes tempos incertos", afirmou.

Nos últimos dias, cresceu no governo a pressão para ampliar gastos públicos, principalmente em obras, para combater os efeitos econômicos da pandemia. Com isso, uma ala do governo, denominada de "desenvolvimentista", busca formas de driblar o teto de gastos, regra constitucional que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação.

Segundo Salto, o aumento do gasto primário (cálculo que leva em conta as receitas menos despesas, desconsiderando o gasto com os juros da dívida) já era esperado, porque a crise impôs a necessidade de maior presença do Estado. "Não tinha outro jeito. Mas o que fazer depois a tempestade? Virá a bonança ou teremos outra tempestade, de cunho fiscal?"

O diretor da IFI ressalta que não se trata apenas de uma questão de regras fiscais, mas de uma discussão "a sério" do planejamento econômico e fiscal. "O Estado brasileiro perdeu essa capacidade e precisa resgatá-la", ressalta.

O relatório deste mês mostra que as piores projeções vão se confirmando para o ano e admite que é possível que as medidas excepcionais adotadas em 2020 sejam postergadas para 2021, no caso de uma segunda onda de disseminação do coronavírus, como está ocorrendo em outros países.

A expectativa da IFI é que a dívida bruta chegue a 96,1% do PIB. Para Salto, operar com dívida tão alta não é uma tarefa fácil e algo inédito para o País, num cenário em que o juro baixo pode mudar com o aumento de gastos públicos.

A IFI alerta que as recentes discussões sobre sua eventual flexibilização do teto de gastos devem levar em conta que o principal nó fiscal brasileiro segue sendo a alta do gasto obrigatório. No relatório, a IFI chama atenção para o fato de que as reduções na Selic não resolvem o problema estrutural de desequilíbrio entre despesas primárias e receitas. O problema ficará mais evidenciado passada a fase mais aguda da pandemia do novo coronavírus.

A instituição destaca que a manutenção da Selic em patamar baixo - a taxa está em 2% ano - vai demandar um esforço ainda maior para garantir a consolidação fiscal no setor público. Pelos números da IFI, o segundo trimestre deste ano deve registrar queda de 8,8% no PIB. Para o ano, a expectativa é de recuo de 6,5%. O dados oficias do PIB referentes ao segundo trimestre serão divulgados em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para a IFI, essa piora fiscal não constitui um risco em si. A preocupação maior reside na incerteza quanto ao pós-crise. Por isso, destaca a instituição do Senado, a relevância de o governo dar sinalizações claras em relação ao compromisso com o retorno a um modelo de ajuste fiscal que permita restabelecer as condições mínimas de sustentabilidade da dívida pública. O cenário da IFI foi mantido de risco alto de rompimento do teto em 2021.

O Ministério da Educação (MEC) publicou nesta terça-feira (20) as regras e os procedimentos para a oferta do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do Programa de Financiamento Estudantil (P-Fies) referentes ao processo seletivo do primeiro semestre de 2019.

De acordo com portaria divulgada no Diário Oficial da União (DOU), os agentes financeiros que quiserem operar a modalidade P-Fies deverão manifestar interesse ao governo desta terça até o dia 28 de novembro. Já mantenedoras de Instituições de Educação Superior (IES) interessadas no processo seletivo do primeiro semestre de 2019 deverão assinar termo de participação no período de 3 a 14 de dezembro.

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A geração solar fotovoltaica alcançou 260 MW médios nos primeiros seis meses de 2018, montante 88 vezes superior frente aos 2,94 MW médios contabilizados no mesmo período do ano anterior, destacou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que avalia que o crescimento reflete principalmente a expansão dessa fonte em 2018.

A capacidade instalada da fonte solar fotovoltaica chegou a 1.347,4 MW ao final de junho, quando 55 unidades geradoras cadastradas na CCEE estavam em operação comercial. Em 2017, havia 17 unidades em atividade, com um total de capacidade instalada de 278,6 MW.

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 4,760 bilhões no primeiro semestre, alta de 253,9% em relação a igual período de 2017.

Segundo apresentação dos resultados distribuída a jornalistas em entrevista coletiva, a reversão de provisão para perdas, a venda de parte da carteira de ações e uma redução no valor de impairments relativos a essas participações acionárias impactaram positivamente o lucro.

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No segundo trimestre, o lucro líquido foi de R$ 2,697 bilhões. Para o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, o resultado veio de uma "composição bastante salutar" entre a intermediação financeira e a área de participações em empresas.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 27,8 bilhões em termos nominais no primeiro semestre do ano, uma queda de 17% em relação a igual período de 2017, sem levar em conta a inflação. Em valores atualizados pela inflação, o banco de fomento liberou R$ 28,143 bilhões nos seis primeiros meses do ano, queda real de 19,7%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 24, pela instituição de fomento.

No segundo trimestre, o valor liberado para empréstimos já aprovados ficou em R$ 16,760 bilhões em termos reais, uma queda de 12,9% ante igual período de 2017.

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As consultas por novos empréstimos, primeiro passo do processo de pedido de crédito ao BNDES, somaram R$ 49,7 bilhões no primeiro semestre, alta nominal de 4% ante 2017. Quando considerada a inflação, o avanço foi de apenas 0,5%.

Já as aprovações de novos empréstimos somaram R$ 30,3 bilhões em termos nominais, uma queda nominal de 10% em relação ao primeiro semestre de 2017. Levando em conta a inflação, a queda se aprofunda para 12,8%.

O mercado imobiliário vem mostrando recuo dos distratos e crescimento nas vendas líquidas ao longo do ano, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

A pesquisa mostra que, em junho, as vendas líquidas (já descontados os distratos) totalizaram 7.458 unidades, crescimento de 14,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os distratos foram de 2.822 unidades, retração de 26,3%. Os lançamentos totalizaram 9.214 unidades em junho, queda de 9,9%.

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Com isso, o mercado completou o primeiro semestre com vendas líquidas de 32.465 unidades, aumento de 17,8% frente o mesmo semestre do ano passado. Nesse período, os distratos atingiram 17.785 unidades, queda de 20%, e os lançamentos alcançaram 30.530 unidades, recuo de 3,5%.

No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em junho, as vendas líquidas foram de 63.749 unidades, alta de 11,6%. Os distratos totalizaram 39.790 unidades, baixa de 15,4%, e os lançamentos alcançaram 68.703 unidades, alta de 2,5%.

Apesar do recuo nos distratos, as vendas líquidas ainda foram menores do que os lançamentos, o que manteve o estoque praticamente estável. No fim de junho, havia 119.997 unidades disponíveis para venda, montante 2,1% maior do que o registrado um ano antes. Considerando o ritmo atual de vendas, seriam precisos 15,2 meses para liquidar esse estoque, segundo pesquisa da Abrainc/Fipe.

Os dados abrangem imóveis novos, dos segmentos residencial, comercial e loteamentos, desenvolvidos por 20 empresas associadas à Abrainc, com atuação concentrada em diversos Estados e concentração na Região Sudeste.

O número de mortes causadas por policiais no Estado de São Paulo no primeiro semestre de 2017 é o maior dos últimos 14 anos, na comparação com o mesmo período. A cada dois dias, cinco pessoas foram mortas por agentes em serviço ou de folga, totalizando 459 óbitos. Desde que a série histórica foi iniciada, em 2001, só em 2003 o número foi mais alto, com 487 casos. A estatística deste ano é 13,8% maior ante os primeiros seis meses de 2016.

Especialistas dizem que o dado indica excesso de uso da força por policiais e pedem acompanhamento das corregedorias e do Ministério Público (MP), além de novas políticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), para reduzir as mortes.

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Os dados, compilados pela pesquisadora Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança, mostram ainda que 30 policiais foram mortos no primeiro semestre de 2017, menor número da série.

O levantamento aponta que a maior parte das mortes, classificadas oficialmente como "decorrentes de intervenção policial", partiram de PMs: 430 óbitos. Do total, 117 foram quando os agentes estavam de folga, quantidade que também é um recorde da série. Nos últimos quatro anos, a soma de mortos por policiais ficou acima de 400 no primeiro semestre.

Para Samira, é necessário cobrar alterações na política estadual de segurança. "Esse fenômeno tem sido ignorado pelo Estado, que é, no mínimo, omisso. Enquanto isso não se tornar um problema para a secretaria, que age de forma pouco transparente, a situação vai continuar."

Ela classifica como "mentirosa" a associação feita entre a alta da letalidade da polícia e a redução da criminalidade. "É uma ideia hiperfantasiosa dizer aos policiais que eles podem ser justiceiros, deixar nas mãos deles a decisão de quem pode viver ou morrer", diz. "Nenhuma sociedade foi capaz de reduzir a violência gerando mais violência."

A especialista cobrou a implementação integral do que está previsto na resolução 40 da SSP, de 2015. Vendo os números saltarem, o então secretário Alexandre de Moraes determinou procedimento-padrão para investigar esses casos, com designação imediata da apuração pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e comunicação ao MP.

Ainda tramita a investigação de dois casos cuja atuação policial foi criticada no último mês. Em 27 de junho, equipes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) invadiram a Favela do Moinho, na região central, em ação contra o tráfico que terminou na morte de Leandro Santos, de 18 anos. No dia 12, um PM matou o carroceiro Ricardo Nascimento, de 39 anos, em Pinheiros, após discussão.

Para Júlio César Neves, ouvidor das polícias do Estado, os agentes não estão praticando o que é ensinado na academia de formação. "Há orientação de atirar só em último caso. É impossível que tantas mortes sejam legítima defesa."

Confrontos

O ex-comandante da PM de São Paulo, que ocupou o cargo entre o fim de 2012 e o início de 2015, coronel Benedito Roberto Meira, discorda e atribui a alta ao crescimento da violência e ao destemor dos criminosos. "Nenhum policial sai às ruas com o propósito de atirar e matar. O confronto hoje acontece porque, para o bandido, isso representa status. Se matou, tem status na facção. Se morreu, foi em batalha, como se não fosse crime", disse.

Em nota, a SSP disse desenvolver ações para reduzir a letalidade, mas ressaltou que "a opção pelo confronto é sempre do criminoso". Segundo a pasta, houve no primeiro semestre "1.850 confrontos apenas com PMs em serviço. O índice de criminosos que morrem após reação da polícia para combater crimes foi de 17%. Ou seja, na grande maioria dos casos, o confronto não resulta em óbito". A secretaria ainda destacou que todos os casos são rigorosamente apurados para constatar se a ação policial foi realmente legítima.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio da Costa, disse que o setor de brinquedos cresceu 12% de janeiro a junho deste ano, depois de expansão de 15% em 2014.

Costa e representantes do setor se reuniram nesta terça-feira (18) com a presidente Dilma Rousseff e o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro. Em meio à crise econômica e a queda na produção industrial brasileira, a reunião foi marcada para a associação apresentar à presidente dados positivos do setor, que passou de participação de 40% no mercado nacional para 55% do mercado neste ano. "Essa indústria não é lugar de tristeza, chateação ou aborrecimento. Não tem porque ter mal humor", afirmou.

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Apesar disso, na reunião, Costa também apresentou demandas e pediu à presidente a ampliação no prazo para o pagamento de tributos.

O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS) terminou o mês de junho com queda de 0,2% ante maio, descontados os efeitos sazonais, informou nesta quarta-feira (5) a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs). Com o resultado, o setor fechou o semestre com recuo de 8,1% em relação ao mesmo período do ano passado, o pior resultado em seis anos.

"A crise no setor fabril avançou bastante, influenciada principalmente pela redução da demanda doméstica e pelo aumento dos custos de fabricação. O excesso de estoques de produtos, a falta de confiança e a ociosidade nas linhas de produção não indicam mudança nesse quadro de dificuldades no curto prazo", avalia o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.

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A entidade informou que quase todos os indicadores contemplados pelo IDI-RS recuaram nos primeiros seis meses de 2015: as compras de matérias-primas tiveram diminuição de 15,1%; o faturamento real, de 11,1%; as horas trabalhadas na produção, de 7,9%; o emprego e a massa salarial, ambos de 5,1%; e a utilização da capacidade instalada, de 2%. Uma única categoria, a que mede o rendimento médio real, ficou estável.

Dos 17 setores pesquisados, somente três registraram crescimento no semestre: alimentos (2,5%), bebidas (0,3%) e equipamentos de informática e produtos eletrônicos (1,2%). As principais desacelerações vieram de veículos automotores (-22,6%), máquinas e equipamentos (-13,9%), produtos de metal (-8,3%), couros e calçados (-5,3%) e químicos e refino de petróleo (-5,5%).

Mesmo com a alta do dólar nos últimos meses, a indústria de transformação ainda não considera o nível atual do câmbio como de equilíbrio, disse na tarde desta quarta-feira, 29, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza.

Segundo ele, o desequilíbrio se dá porque há uma "grande" e "histórica" distorção entre a inflação nos Estados Unidos e no Brasil. Pelos cálculos do executivo, somente com um dólar a R$ 5 seria suficiente para corrigir a diferença de competitividade entre Brasil e Estados Unidos.

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Durante coletiva de imprensa para comentar os dados do setor do primeiro semestre, Pastoriza explicou que o cálculo do câmbio a R$ 5 tem como referência os anos de 2000 e 2001, quando o saldo comercial da indústria de transformação era "saudável", em cerca de R$ 40 bilhões.

"Se você pegar daquela época para cá e descontar a inflação americana e brasileira nesses últimos 15 anos, o câmbio que deveria corrigir essa diferença para manter a competitividade vai chegar a R$ 5, que é o câmbio implícito do setor automotivo", afirmou.

Com queda de 6,5% no faturamento total líquido no primeiro semestre de 2015 e eliminação de mais de 30 mil vagas no setor nos últimos 12 meses encerrados em junho, o presidente da Abimaq disse não conseguir ver uma luz no final do túnel da crise.

"Uma hora vamos tocar o chão e vamos começar a subir, mas, francamente, não conseguimos dizer quando isso vai começar", afirmou. Na avaliação de Pastoriza, é "muito difícil" essa retomada acontecer durante o primeiro semestre do ano que vem.

A quantidade de crimes de latrocínio (assalto seguido de morte) teve queda na cidade de São Paulo e no Estado no primeiro semestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo as menores marcas desde 2012. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, foram 177 registros entre janeiro e junho deste ano, considerando todo o território de São Paulo, contra 201 casos nos seis primeiros meses de 2014. A redução foi de 12% no acumulado. Só na capital foram 58 latrocínios neste primeiro semestre, contra 76 do mesmo período do ano passado, representando uma queda de 23,68%.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 27, pelo secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes. Também houve queda nos casos de roubo e furtos no primeiro semestre. Na capital, os assaltos recuaram em 6,75% no primeiro semestre deste ano. No acumulado, foram 76.965 casos contra 82.534 nos seis primeiros meses do ano passado. A diminuição nos roubos em todo o Estado foi de 5,56%.

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Questionado se a queda neste índice foi motivada por um subnotificação pela dificuldade encontrada por vítimas em registrar roubos de celulares, já que é necessário informar o IMEI - código de 15 dígitos que identifica cada aparelho -, Moraes negou. "Não houve nenhuma alteração. O registro físico, na delegacia, não precisa do IMEI. Se a delegacia não estiver fazendo isso, estão fazendo errado", afirmou o secretário.

Roubo de carga e a bancos

Dois tipos de roubos, praticados por quadrilhas fortemente armadas e com informações sobre as vítimas, tiveram aumento no primeiro semestre de 2015: de cargas e a bancos. Contra as instituições bancárias, o aumento no período foi de 2% no Estado e de 23% na capital. Moraes minimizou, dizendo que "é uma variação baixa". Ele também afirmou que o indicador "está dentro da margem de erro."

Nos roubos a carga, apesar de redução nas comparações entre junho de 2015 e o mesmo mês do ano passado, houve aumento significativo no acumulado do semestre. No Estado, foi 2,84% e a cidade registrou elevação de 7,61%. Desde o início do ano a pasta tem se esforçado para reduzir esse tipo de crime. No início do ano, Moraes pediu um estudo sobre os casos de roubo carga.

A venda de veículos importados no Brasil caiu 29,3% no primeiro semestre em relação a igual período do ano passado, mostra balanço divulgado nesta terça-feira (7), pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa). De janeiro a junho, foram emplacados 32.877 automóveis e comerciais leves importados. Desse total, 5.104 foram licenciados em junho, alta de 5,7% ante maio e queda de 19,1% na comparação com o mesmo mês de 2014.

Considerando os modelos de associadas da Abeifa que começaram a ser produzidos no Brasil recentemente - como o Renegade, da Jeep; o Celer, da Chery; e o X1, da BMW -, o número de emplacamentos total da entidade no primeiro semestre foi de 44.683 unidades, o correspondente a queda de 6,1% ante o mesmo período de 2014. Apenas em junho, foram vendidos 9.362 veículos, quantidade 11,2% maior do que em maio e 44,4% superior ao total licenciado no sexto mês do ano passado.

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Com os resultados, a participação dos importados na venda total de veículos no País caiu para 15,47% no primeiro semestre, ante 15,62% registrados nos seis primeiros meses de 2014. Apenas em junho, a participação foi de 15,7%, maior do que os 15,09% de maio e do que os 13,59% em junho do ano passado. Se considerados os modelos das associadas produzidos no Brasil, a participação da Abeifa no mercado nacional em 2015 até junho foi de 3,52%, maior do que a de 3,01% em igual período de 2014.

"É importante destacar que estamos falando de 28 marcas que juntas venderam no semestre menos de 45 mil unidades, o que representa 3,5% de participação no mercado total de vendas de veículos e de comerciais leves. Esse resultado preocupa o setor e as empresas que têm feito investimentos significativos tanto para importar quanto para instalar suas fábricas e produzir no mercado local", avaliou o presidente da Abeifa, Marcel Visconde, em nota à imprensa.

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