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O Trem do Forró receberá o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Recife. A iniciativa é por meio do Projeto de Lei nº 79/2023, de autoria do vereador Rinaldo Júnior (PSB), foi aprovada na última quinta-feira (30) por unanimidade e segue para sanção do prefeito João Campos (PSB). 

“Nosso Projeto de Lei, agora aprovado por essa Casa, tem por objetivo promover o reconhecimento do Trem do Forró como um dos nossos símbolos do São João. E é o Recife que tem o único Trem do Forró, muito tradicional em Pernambuco. São 33 anos promovendo uma festa sob trilhos", destacou o autor do PL. 

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Na aocasião da votação, o idealizador do Trem do Forró,  Anderson Pacheco, comemorou a homenagem. "Fico extremamente feliz com este reconhecimento do nosso projeto. São 33 anos. Isso é uma data. Eu sempre disse que é um produto do São João da capital pernambucana. O que o Recife tem a oferecer no São João? Uma das atrações é o Trem do Forró. Independentemente se ele vai pra Caruaru, para o Cabo ou Gravatá, o turista tem que vir à capital pernambucana. E o Recife oferece essa grande opção, que é o Trem. Felizmente, esse ano tivemos o reconhecimento da Câmara do Recife. É algo muito gratificante", disse. 

Trem do Forró 2023

Nesta edição do Trem do Forró, os entusiastas dos festejos juninos terão seis oportunidades de embarcar na festa sob trilhos. Com viagens nos dias 10 (com ingressos esgotados), 11, 17, 18, 24 e 25 de junho, os interessados podem adquirir os ingressos através dos quiosques do Ticket Folia (Shopping Boa Vista e Rio Mar Shopping), como também por meio do site da atração. Os ingressos custam entre R$ 180 e R$ 210 reais.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu hoje (11), por unanimidade, o repente como patrimônio cultural do Brasil. Referência para a identidade da região Nordeste, o repente é conhecido também como cantoria e tem como fundamentos verso, rima e oração. Os repentistas ou cantadores se espalham pelas capitais e interior dos estados do Nordeste brasileiro e também nas regiões para onde ocorreram migrações de nordestinos. A votação foi feita pelos 22 membros do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão vinculado ao Iphan.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) do Iphan, Tassos Lycurgo, declarou ter ficado "triste" porque não conseguiu comemorar rimando. Na avaliação dele,  o reconhecimento pelo Iphan vai beneficiar todo o Nordeste, bem como estados do Brasil, como o Rio de Janeiro. “O Nordeste está em todo o Brasil. Existe influência nordestina em todos os lugares. É um bem cultural do qual já se tem notícia no século 19. Isso é muito caracterizador da cultura nordestina. É um negócio muito bonito mesmo”.

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O dossiê de registro elaborado documenta mais de 50 modalidades de repente, nas quais estão incluídos os versos heptassílabos, cuja acentuação tônica obrigatória está na sétima sílaba; e versos decassílabos, em que o acento obrigatório está na terceira, sexta e décima sílabas de cada verso.

Com o reconhecimento pelo conselho consultivo, o repente foi inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão, onde também estão catalogados bens como a roda de capoeira, o maracatu nação (PE), o carimbó (PA) e a literatura de cordel. A partir de então, o repente passa a ser alvo de políticas públicas para a salvaguarda da manifestação, que devem incidir ainda sobre um universo de bens associados que inclui a embolada, o aboio, a glosa e a poesia de bancada e declamação.

Alegria

O pedido de registro do repente como patrimônio cultural foi formalizado em 2013 durante a gestão do repentista Chico de Assis à frente da Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno (Acrepo). “A gente vem nessa luta há muito tempo”, relembrou Assis que recebeu a notícia do reconhecimento com satisfação.

Outro repentista satisfeito é João Santana. “É uma alegria pela conquista, apesar de saber que esse é o primeiro passo de uma nova fase”. Ele acredita que a decisão vai abrir portas para os repentistas brasileiros. “Acreditamos que, com isso, nós possamos ter um olhar dos entes fomentadores da cultura, dos meios de comunicação, um olhar mais atencioso para com o repente”.

Forró

O próximo bem que será analisado pelo conselho consultivo vinculado ao Iphan é o forró. Tassos Lycurgo disse que a reunião ainda não tem data definida, mas adiantou que a análise do pedido será feita em dezembro.

“É um mês muito importante porque o dia 13 é aniversário de Luiz Gonzaga e é também o Dia do Forró. Tem a ver também com o Nordeste que é muito representativo dessa nossa característica brasileira da miscigenação, da união de vários vetores, dando essa identidade brasileira. Então, o forró é muito importante”.

Também conhecido como o Rei do Baião, Luiz Gonzaga foi considerado uma das mais completas, importantes e criativas figuras da música popular brasileira. Levou para todo o país a cultura musical do Nordeste, como o baião, o xaxado, o xote e o forró pé de serra. Suas composições descreviam a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino.

Lycurgo lembrou ainda que, juntos, o cordel, já registrado; o repente, reconhecido hoje; e o forró, que deverá ser apreciado em dezembro, formam um trio muito importante, “caracterizador da identidade nordestina e, portanto, da brasileira também”.

Revalidações

Durante a reunião, foram apreciadas também as revalidações do título de Patrimônio Cultural do Círio de Nossa Senhora de Nazaré (PA), do modo artesanal de fazer queijo de Minas (MG) e do modo de fazer renda irlandesa, tendo como referência este ofício em Divina Pastora (SE). De acordo com o Decreto 3.551/2000, os bens culturais registrados devem passar, pelo menos a cada dez anos, por processos de revalidação dos títulos.

A tradicional Festa de Iemanjá, celebrada anualmente no dia 2 de fevereiro em Salvador, agora é oficialmente Patrimônio Cultural da cidade. O título foi concedido neste sábado (1º), pela prefeitura da capital baiana, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM). 

"A Festa de Iemanjá leva a imagem de Salvador para o Brasil e o mundo. Esse é um título extremamente justo, e o bacana é que esse evento acontece às vésperas da celebração, realizado amanhã (02), embelezando e enriquecendo ainda mais o Rio Vermelho e a primeira capital do Brasil", afirma o prefeito de Salvador ACM Neto.

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O processo para tornar a Festa de Iemanjá Patrimônio Cultural de Salvador foi registrado em novembro de 2019, sob o nº 1002/2019, visando a inscrição da festa no Livro do Registro Especial dos Eventos e Celebrações da FGM. A notificação de abertura do processo, assinada por Fernando Guerreiro, presidente da FGM, foi publicada no Diário Oficial do Município no dia 19 de novembro. 

O pedido partiu da OAB-BA e teve a declaração de anuência da Colônia de Pescadores Z1, responsável pela realização da festa. Para abertura do processo, a equipe técnica da Diretoria de Patrimônio e Humanidades consultou os pescadores do Rio Vermelho.

O registro é assegurado por meio da lei 8550/14 e constitui ações de valorização e reconhecimento da festa. O cortejo é realizado no meio do mar, com várias embarcações que levam presentes à Iemanjá e vem sendo promovido por pescadores desde a década de 1920.

*Com informações da assessoria 

Está tramitando na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) um projeto de lei que institui a festa do Morro da Conceição como patrimônio cultural imaterial do Estado. A proposta é do deputado Isaltino Nascimento (PSB).

O projeto que visa titular a Festa do Morro da Conceição como Patrimônio Imaterial de Pernambuco foi encaminhado pela Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) da Alepe para a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco em março de 2018.

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Na época, a Fundarpe emitiu nota técnica fundamentando a importância da Festa do Morro para os pernambucanos concluindo que o evento “é um bem cultural que atende aos requisitos para ser considerado Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, pois é uma celebração portadora de valores, herança cultural e religiosa, e práticas que consubstanciam toda uma dinâmica ligada ao Patrimônio Cultural pernambucano nas suas dimensões material e imaterial”.

Agora serão feitas as discussões do texto nas comissões da Casa e seguirá para votação no Plenário. “Estamos ansiosos porque a festa do Morro é um momento muito rico de celebração e tradição para nós, que leva milhares de fiéis ao santuário. Mais especial ainda porque sou da região, nasci e fui criado no Alto José do Pinho, aos pés de Nossa Senhora da Conceição”, explica Isaltino.

A Festa do Morro

Já são 115 anos da Festa do Morro, que teve início em 08 de dezembro de 1904, quando foi inaugurado o monumento à Nossa Senhora da Conceição por cerca de 20 mil pessoas, uma multidão sem precedentes, considerando os 120 mil habitantes do Recife da época. Assim começava uma tradição secular de romarias e pagamento de promessas. Desde então, a data se tornou feriado municipal. A imagem de 5,5 metros de altura com 1806 kg foi trazida da França por navio e representa Maria Santíssima, toda vestida de branco, envolvida em um manto azul.

A Festa do Morro da Conceição, nasceu, por assim dizer, da conjugação das muitas individualidades, das mais íntimas relações com o sagrado e o profano, num cenário onde não se pode ignorar o sincretismo de culturas, de povos, de tradições religiosas, católicas ou não. É uma festa em que se avista um mar de devotos e de espontaneidades que se somam a gente agradecida, esperançosa, resignada e devota à santidade, à imagem, à santa, ao que ela representa.

O Recife recebe milhares de devotos e o morro todo se veste de azul e branco para homenagear Nossa Senhora da Conceição. Missas, procissão e shows são realizados e há toda uma mobilização para dar a estrutura para a realização do evento, incluindo fiscalização, transporte, trânsito e segurança.

*Com informações da assessoria

Na tarde de quarta-feira (31), a Capoeira foi declarada Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado de Pernambuco em uma cerimônia realizada no Palácio do Campo das Princesas. Na solenidade de assinatura do Projeto de Lei, estiveram presentes o deputado estadual Zé Maurício (PP), autor do PL, o governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), os mestres e contra-mestres de capoeira Coca Cola, Galvão, Peu, Macarrão, Dedê, Chê, Melodia e Toupeira e do professor Cajueiro, entre outros.

A Capoeira foi reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Imaterial do Brasil no ano de 2008 e pouco depois, em 2014, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) a declarou Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

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O PL foi elaborado em parceria com o Professor e Doutor, Henrique Kohl, chefe do Departamento de Educação Física da UFPE, Contramestre de Capoeira, que elaborou um estudo técnico-científico para embasar a lei. “Estamos vivendo um marco. Consagramos com o viés legal uma demanda historicamente acumulada de reconhecimento a nível identitário local", afirmou Kohl.

O governador Paulo Câmara destacou o potencial da Capoeira e de outros esportes de manter os jovens em bons caminhos. “É uma atividade que traz o bem. Queremos os jovens fazendo capoeira e livre de coisas ruins. Esse é um instrumento que protege a memória da nossa cultura. Conversei com o presidente da casa legislativa e o deputado Zé Maurício, fiz questão de sancionar a lei”, afirmou ele.

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Começa, na próxima segunda (13), a XI Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco. Com o tema, Gestão Compartilhada: perspectivas e desafios, esta edição pretende discutir a importância de compartilhar responsabilidades na salvaguarda dos patrimônios. A cerimônia de abertura, no teatro Arrraial Ariano Suassuna, contará com as presenças de Antônio Nóbrega e Mestre Chocho, a partir das 14h. 

Com uma programação que tem por objetivo ser canal de debates sobre as mais diversas temáticas acerca dos patrimônios culturais do Estado, a Semana promove atividades como teatro, exposições, oficinas, capacitações, seminários, exibições de filmes e mostra gastronômica, entre outras. Este ano, o evento passa, além do Recife, por Abreu e Lima, Belém do São Francisco, Brejo da Madre de Deus, Garanhuns, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Caruaru, Floresta, Glória do Goitá, Gravatá, Igarassu, Ilha de Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Tamandaré e Vicência. A programação completa pode ser vista na internet. 

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Para abrir a XI Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, na próxima segunda (13), Antônio Nóbrega dará uma palestra sobre os desafios da cultura popular, no Teatro Arraial. Também se apresenta o Mestre Chocho, Patrimônio Vivo do Estado. A abertura começa às 14h e tem entrada gratuita. 

Serviço

Abertura da XI Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco

Segunda (13) | 14h

Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora, 457 - Boa Vista)

Gratuito

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A Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SDU) divulgou o próximo evento do projeto “Compartilhando Ideias e Experiências”. O evento acontece na sexta-feira, dia 29 de junho, às 14h, no Auditório do Paço Municipal. O tema será “Patrimônio, cultura e cidade”.

A reunião é aberta ao público e contará com a presença do palestrante Walter Pires, arquiteto que exerceu o cargo de diretor do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) da Prefeitura de São Paulo de 2005 a 2013.

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O intuito do evento é debater a experiência sobre a manutenção de bens culturais e conservação do patrimônio de uma cidade.

A gestão acontece por meio da criação da Zona Especial de Preservação Cultural (ZEPEC), em que a preservação, valorização dos bens históricos, arquitetônicos, arqueológicos e ambientais são definidos e categorizados como patrimônio material e imaterial da cidade.

 

Serviços:

Tema: Patrimônio, Cultura e Cidade

Dia 29/06/2018 às 14h

Local: Avenida Bom Clima, 91. Macedo.

Palestrante: Walter Pires

 

O estado de Pernambuco acaba de ganhar três novos prêmios para o fomento das artes em suas diversas linguagens. Nesta quarta (20), o governador Paulo Câmara assinou decretos para a criação dos prêmios Roberto de França Pernalonga de Teatro e Pernambuco de Fotografia, além da ampliação do Ayrton Almeida de Carvalho de Preservação Cultural e do prazo de prestação de contas do Funcultura.

As medidas visam fortalecer a política culturas do estado e incentivar a produção de arte e cultura. O Prêmio Roberto de França "Pernalonga" de teatro terá um aporte de R$ 90 mil para montagens, circulação e outras necessidades do fazer teatral. Já o Prêmio Pernambuco de Fotografia contará com um valor de R$ 80 mil e homenageará, a cada ano, uma personalidade da arte fotográfica estadual. Nesta primeira edição, serão relembrados os fotógrafos Alexandre Severo e Marcelo Lyra, mortos no acidente que também vitimou o Governador Eduardo campos.

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O Ayrton Almeida de Carvalho de Preservação Cultural será ampliado de R$ 60 para R$ 90 mil e passará a premiar os segundos colocados em cada categoria. Quanto ao Funcultura, este terá seu prazo de prestação de contas ampliado para 12 meses.

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Em 20 de novembro é comemorado no Brasil o Dia da Consciência Negra. A data foi escolhida para lembrar a morte de Zumbi dos Palmares, uma das principais lideranças negras da história do país. O nome faz referência ao Quilombo dos Palmares, maior espaço de resistência de escravos durante mais de um século no período colonial (1597-1704).

A região que acolhia o núcleo do quilombo, Serra da Barriga, em Alagoas, ganhou reconhecimento internacional. Neste sábado (11), será oficializada a certificação da área como patrimônio cultural do Mercosul. O título só foi conferido até agora a dois bens no país: a Ponte Internacional Barão de Mauá, ligação entre as cidades de Jaguarão, no Brasil, e Rio Branco, no Uruguai; e a região das Missões, que abrange cinco países (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia).

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A Serra da Barriga foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1985. Em 2007, foi aberto o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, próximo à cidade de União dos Palmares, a cerca de 80 quilômetros da capital do estado, Maceió. O projeto envolveu a construção de instalações em referência a Palmares, como a casa de farinha (Onjó de farinha), casa do campo santo (Onjó Cruzambê ) e terreiro de ervas (Oxile das ervas). O espaço ainda é o único parque temático voltado à cultura negra no Brasil e recebe anualmente cerca de 8 mil visitantes.

Visibilidade

Para Marcelo Britto, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o título de patrimônio cultural do Mercosul significa um reconhecimento internacional importante e também pode estimular a visibilidade da área por brasileiros que ainda a desconhecem.

“Um aspecto importante é a dinamização econômica, uma vez que o bem cultural ganha uma visibilidade para uma projeção de caráter nacional e internacional. Isso favorece iniciativas que tendem a promover o turismo cultural, a geração de empregos que podem ocorrer relacionadas a isso”, afirma.

Referência histórica

O Quilombo dos Palmares surgiu no século 16. Residiam nele escravos fugidos das capitanias da Bahia e de Pernambuco. O local chegou a reunir até 30 mil pessoas no seu auge, no século 17, e era organizado em pequenos povoados, chamados de mocambos. Os principais eram Cerca Real do Macaco, Subupira, Zumbi e Dandara. O maior deles chegou a ter 6 mil pessoas, quase a mesma população do Rio de Janeiro à época.

Esses mocambos constituíam uma espécie de república. As decisões políticas eram tomadas pela reunião da liderança de cada um deles em conjunto com o chefe supremo. Essa posição decomando foi ocupada por Acotirene, sucedida por Ganga Zumba e, depois, por Zumbi. No tocante às relações afetivas, Palmares era uma sociedade poliândrica, em que mulheres podem ter relação com diversos homens.

Segundo Zezito de Araújo, professor de história e supervisor de Diversidade da Secretaria de Educação do Estado de Alagoas, Palmares ainda é lembrado muito pela dimensão do conflito, mas deveria ser conhecido por ter sido o primeiro grande movimento de resistência das Américas no período colonial e pela sua organização política.

“A Revolução Francesa é tida como o símbolo da liberdade, mas a luta de Zumbi aconteceu antes. Enquanto em Palmares tínhamos propriedade coletiva, produção para subsistência e para troca, na colônia tínhamos atividade agrícola para exportação e escravidão como base do trabalho. São sociedades opostas”, analisa.

Melhorias no espaço

Na opinião do presidente do Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Alagoas, Elcias Pereira, o título de patrimônio cultural será uma oportunidade importante de qualificar o espaço no momento em que o parque memorial completa 10 anos. “Recebendo esse título pode haver a melhoria dos equipamentos. Nestes últimos 10 anos, os investimentos não foram feitos como deviam. O acesso precisa ser arrumado, pois durante boa parte do ano há problema para chegar em razão das chuvas”, aponta Pereira.

Segundo Carolina Nascimento, diretora de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares, responsável pelo parque nacional, ajustes e melhorias no espaço serão feitas a partir de um conjunto de iniciativas que já começaram a ser debatidas em uma oficina realizada neste ano em Maceió.

Entre as ações previstas estão a instituir um comitê gestor da Serra da Barriga, analisar a capacidade de recebimento de pessoas, reassentar algumas famílias ainda resistentes na área, implantar unidades de conservação ambiental, elaborar um plano de conservação e criar um centro internacional de referência da cultura negra.

“Neste momento em que casos de racismo estão se acirrando, o reconhecimento deste bem cultural é uma forma de combater a discriminação racial e valorizarmos a cultura afro-brasileira”, diz a diretora da fundação.

Com o objetivo de preservar o patrimônio cultural pernambucano, além de fortalecer os vínculos comunitários e promover um intercâmbio entre a educação formal e os Mestres Griôs, o Maracatu Rural Águia Formosa realiza o Projeto Azougue - Manutenção do Maracatu Rural Águia Formosa por 12 meses. A iniciativa levará, à cidade de Tracunhaém, atividades que colocarão o público em contato direto com a tradição do maracatu rural. 

Nos próximos meses, serão realizadas Sambadas de Maracatu no próprio terreiro do Água Formosa. A proposta é integrar a comunidade, e demais interessados, apresentando a disputa entre duas nações. No dia 8 de outubro, a sambada será guiada pelo Mestre Zé Joaquim. Já no dia 5 de novembro, Maciel Salú comandará o Águia Formosa que vai duelar contra o Maracatu Leão Mimoso, com o Mestre Carlos Antônio.

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O projeto é uma realização do Maracatu Rural Águia Formosa, Grão - Comunicação e cultura e Maciel Salú com apoio da Feed Comunicação e Grão Coletivo. Todas as atividades são gratuitas.

Confira este e outros eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

Sambada com o Maracatu Águia Formosa (Mestre Adriano Paixão) e o Maracatu Pavão Dourado (Mestre Zé Joaquim)

8 de outubro | 22h

Rua Professora Ana Vaz de Andrade, 48 - Bairro Novo - Tracunhaém

Gratuito

Sambada com o Maracatu Águia Formosa (Mestre Maciel Salú) e O Maracatu Leão MImoso (Mestre Carlos Antônio)

5 de novembro | 22h

Rua Professora Ana Vaz de Andrade, 48 - Bairro Novo - Tracunhaém

Gratuito

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Na última quarta (17), foi celebrado o Dia do Patrimônio Histórico, e agremiações e artistas populares pernambucanos dos mais diversos segmentos, intitulados Patrimônios Vivos do Estado, receberam os diplomas que materializam a honraria em uma cerimônia no Teatro de Santa Isabel. O título, que hoje conta com 39 contemplados, além de homenagear estes representantes da cultura popular pernambucana, também se propõe a apoiar e perpetuar suas tradições, memórias e saberes. O Portal LeiaJá conversou com dois destes ícones culturais - o Mestre Galo Preto e o Maracatu Nação Leão Coroado - para conhecer suas realidades e entender como a titulação os ajudou, em termos práticos, no seu ofício de fazer cultura.

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O Mestre Galo Preto recebeu o título de Patrimônio Vivo em 2011. Ele é um dos mais tradicionais coquistas de Pernambuco e já contabiliza 73 anos de carreira, dentro dos quais teve a oportunidade de se apresentar em grandes programas da televisão nacional e importantes palcos Brasil afora. Para o Mestre, a titulação não trouxe mudanças efetivas mas, ainda assim, ser patrimônio é uma grande honra para ele: "Não mudou muito não. Mas eu me senti muito feliz em saber que meu trabalho foi reconhecido. É honroso", disse.

Para Galo, além do reconhecimento, a relevância da nomeação está no impulsionamento da carreira com a visibilidade e a facilidade em entrar na grade de eventos e festas populares, promovidas pelo Governo do Estado, sem a necessidade de passar por editais e burocracias. Ele também esteve na cerimônia de entrega dos diplomas e se emocionou por receber a homenagem em tão nobre palco: "Eu nunca pensei que o coco entraria no Teatro de Santa Isabel. A gente está fazendo uma coisa que tá chamando atenção", comemorou.

A Nação de Maracatu Leão Coroado, uma das mais antigas em atividade, com 153 anos de tradição, ostenta o título desde 2005. Localizada no bairro de Águas Compridas, em Olinda, a agremiação conta hoje com cerca de 100 integrantes - sendo 98% oriundos da própria comunidade - e já levou seu baque virado a diversos lugares do Brasil e do mundo. Herança do lendário mestre Luís de França, o Leão Coroado é comandado, desde 1997, pelo Mestre Afonso Aguiar. Para Afonso, ser considerado Patrimônio do Estado não é o bastante. "A gente recebe uma bolsa, mas o dinheiro não é tudo. Acho que falta um apoio do governo. Se é Patrimônio do Estado, então o Estado tem que ajudar e orientar. Não é manter o grupo, mas direcionar, dar escolaridade pro pessoal. E não tem nada disso", revela.

O Mestre também frisa a falta de atenção para com os contemplados com a honraria: "Só agora, em 2016, é que vieram dar o diploma. Porque até então não tinha nada que comprovasse", disse, em referência à cerimônia ocorrida no Teatro de Santa Isabel na última quarta (17), e lamentou: "Ninguém toma conta. Os que morrem, morrem desprezados. É um patrimônio desprezado". Afonso acredita que, para aqueles que levam o título, poderia haver uma equipe específica para elaborar medidas de apoio e manutenção de suas agremiações e ofícios: "Deveria ser criado um órgão para cuidar disso, com pessoas da cultura, que entendem dos processos". E complementa: "Ser Patrimônio é bom, mas tem essas fragilidades".  

Registro do Patrimônio Vivo é lei

Pernambuco é o primeiro Estado brasileiro a instituir a Lei do Registro do Patrimônio Vivo (nº 12.196, de 2 de maio de 2002). A iniciativa inédita visa preservar, valorizar e cuidar dos fazedores de cultura popular. Para concorrer ao título, os interessados devem se inscrever através de um edital anual que escolhe, com a avaliação do Conselho Estadual de Cultura (CEC), três nomes por ano - este número subirá para seis a partir de 2017 devido a uma mudança na lei, anunciada pela presidente da Fundarpe, Márcia Souto, durante a cerimônia de entrega dos diplomas aos já titulados, na última quarta (17). 

Para concorrer, os candidatos devem residir em Pernambuco há mais de 20 anos e comprovar sua participação em atividades culturais por este mesmo período de tempo. Os contemplados recebem uma pensão vitalícia - no valor de R$ 1.080,61 mensais para pessoas físicas e R$ 2.161,22 mensais para grupos - além da prioridade na participação em eventos e festas populares promovidas pelo Governo do Estado. Em 2016, foram nomeados os três Patrimônios Vivos mais recentes - a repentista Mocinha de Passira, a Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense e o cineasta Lula Gonzaga.

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O Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco foi empossado nesta terça-feira (29), em cerimônia realizada no Palácio do Campo das Princesas, no Recife. Com a proposta de valorizar e preservar o patrimônio cultural local, o grupo conta com integrantes da sociedade civil, Governo e pessoas consideradas com notório saber da cultura.

Além da cerimônia de posse do Conselho, o Governo do Estado também lançou dois prêmios: Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco Prêmio Ariano Suassuna de Cultura e Dramaturgia. As duas iniciativas somam, juntas, R$ 211 mil em premiações.

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O Conselho conta com 14 integrantes, em que desses, sete são representantes da sociedade civil e sete são indicados pelo Governo de Pernambuco. Entre as funções do grupo estão a deliberação acerca de tombamentos de patrimônios e eleições para novos patrimônios vivos. “A cultura precisa estar muito bem trabalhada, pensando uma política que não seja só do agora. Mas uma política que preserve o antes, garanta o presente, mas, acima de tudo, que pense fundamentalmente o futuro. Para que ela fique viva para as novas gerações e esteja presente no cotidiano da população de Pernambuco e do Brasil”, comentou o governador Paulo Câmara, conforme informações da assessoria de imprensa.

O arqueólogo Plínio Victor, escolhido para fazer parte do Conselho na área de movimentos sociais de urbanismo e meio ambiente, enxerga a formalização do grupo como uma “conquista histórica”. “A questão da preservação no Brasil é muito séria. Você tem grandes monumentos ou partes interessantes das capitais ou das cidades mais importantes, mas é como se o cidadão que mora no Interior ou mesmo nas cidades grandes não percebesse isso. O estabelecimento desse Conselho é uma conquista histórica. Daqui para frente teremos mais conquistas com certeza”, destacou, de acordo com a assessoria.

O secretário de Cultura do Estado, Marcelino Granja, ao lado do governador Paulo Câmara, participou da solenidade de posse do Conselho. Para Granja, o grupo é uma prova de que a cultura ganhou outro “patamar” em Pernambuco, no que diz respeito aos recursos, bem como ao “processo de pactuar com a sociedade a distribuição e aplicação dos recursos da política cultura”. A seguir, confira detalhes dos prêmios anunciados e a lista completa dos integrantes do Conselho:  

PRÊMIO AYRTON DE ALMEIDA - Instituído com o objetivo de reconhecer as ações voltadas à preservação, sobretudo, da memória cultural do estado de Pernambuco, com a ênfase na preservação dos patrimônios culturais tangíveis (materiais) e intangíveis (imateriais) do Estado, a iniciativa contabiliza R$ 60 mil em prêmios que contemplarão três categorias: Formação (ações educativas), Promoção e Difusão (comunicação e midi), além de acervos documentais e memória cultural.

Podem concorrer à premiação iniciativas consideradas bem sucedidas da sociedade civil, portadoras ou não de personalidade jurídica, voltadas à valorização, preservação e difusão dos patrimônios culturais de Pernambuco, por meio de diferentes técnicas, instrumentos metodologia, e que tenham sido desenvolvidas ou estejam em desenvolvimento no Estado até o ano corrente do certame.

As inscrições podem ser realizadas até o dia 31 de março de 2016. Mais informações podem ser obtidas junto a Gerência de Preservação Cultural da Fundarpe, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h, ou através dos telefones (81) 3184-3061/3062/3068 ou do endereço eletrônicopremioaacarvalho@gmail.com.

PRÊMIO ARIANO SUASSUNA – Com período de inscrições no período de 4 de janeiro a 4 de março de 2016, a iniciativa vai distribuir R$ 151 mil em prêmios. O resultado será divulgado sempre a cada dia 16 de junho, data de aniversário do mestre Ariano, como é conhecido em todo o estado e Brasil. Lançado com o objetivo de incentivar a produção da dramaturgia de Pernambuco, a premiação também vai reconhecer as ações de mestres e mestras da cultura popular do Estado. Todos os detalhes da premiação já estão disponíveis no edital que já está disponível no portal www.cultura.pe.gov.br.

Conselheiros representantes da sociedade civil

Arquitetura, Urbanismo, Geografia e Engenharia

Titular: Terezinha de Jesus Pereira da Silva
Suplente: Rodrigo José Cantarelli Rodrigues

Arqueologia, História e Museologia

Titular: Aramis Macêdo Leite Junior
Suplente: Maria Regina Martins Batista e Silva

Antropologia, Sociologia e Turismo

Titular: Ana Julia de Souza Melo
Suplente: Elinildo Marinho de Lima

Movimentos sociais de urbanismo e de meio-ambiente

Titular: Plinio Araújo Victor
Suplente: Natan Gabriel Nigro

Centros de Documentação e Memória: Arquivos, Bibliotecas, Espaços de Memória e Museus

Titular: Anildomá Willians de Souza
Suplente: Sandra Maria Verissimo Soares

Comunidades tradicionais e /ou religiosas, costumes, saberes e formas de expressão

Titular: Luís de França Fernandes
Suplente: Tiago Santos da Silva

Expressões culturais de Pernambuco registradas como Patrimônio Cultural Imaterial

Titular: Claudio Brandão de Oliveira
Suplente: Clóvis Cosme dos Santos

Conselheiros representantes do Governo e de Notório Saber Cultural

Representante do poder Público Secult-PE
Titular: Marcelino Granja de Menezes
Suplente: Márcia Batista Castelo Branco Chamixaes
Representante do Poder Público Fundarpe
Titular: Márcia Maria da Fonte Souto
Suplente: Maria Antonieta da Trindade Gomes Galvão

Representante da Procuradoria Geral do Estado (PGE)
Titular: Procuradora Renata Maria Satos Brayner e Silva
Suplente: Maria Cláudia Junqueira

Representantes de Notório Saber Cultural
Titular: Marcus Moraes Accioly
Suplente: André Gustavo Carneiro Leão

Titular: Reinaldo da Rosa Borges de Oliveira
Suplente: Wilton Andrade de Souza

Titular: Leonardo Antônio Dantas da Silva
Suplente: Manoel Neto Teixeira

Titular: Marcus Antônio do Prado
Suplente: Marilena Araújo de Sá

 

 

 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) resolveu abrir um inquérito para averiguar a omissão da Prefeitura de Olinda na proteção do patrimônio cultural, histórico e arquitetônico. O texto, publicado nesta sexta-feira (21) no Diário Oficial, ressalta que há rumores de que Olinda pode perder o título de Patrimônio da Humanidade, dado pela Unesco, devido à descaracterização que vem sofrendo os seus bens históricos.

A decisão questiona o descumprimento da prefeitura das recomendações feitas pelo Tribunal de Contas em auditorias realizadas nos anos de 2006, 2010 e 2014 para sanar falhas e omissões no Sistema de Preservação do Patrimônio Histórico de Olinda. O MPPE aponta que, segundo o Ministério Público de Contas, das 18 recomendações feitas na auditoria de 2006, nove não foram implementadas e outras duas ainda estão em fase de implementação.

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Na medida consta que, segundo o parecer do Ministério Público de Contas, “O avanço da descaracterização das fachadas do casario é de tal ordem que, no Setor Residencial Rigoroso, que corresponde à área mais antiga do Sítio Histórico de Olinda, foi constatado que 25,4% (1/4) dos 646 imóveis ali localizados apresentavam as suas fachadas descaracterizadas por uso de materiais incompatíveis com as suas características históricas”.

Na auditoria de 2013, por exemplo, o Ministério Público de Contas recomendou que fossem implantados um plano de gestão da preservação que contemplasse o atendimento de todas as demandas da Nucleação Histórica, um plano operativo de fiscalização e controle urbano da área tombada do Sítio Histórico de Olinda contemplando medidas que freiem sua descaracterização e o uso comercial; além de regulamentação da fixação de limites e condições para atividades comerciais e de serviços.

O inquérito civil instaurado solicita que a Prefeitura de Olinda, no prazo de 15 dias, explique as razões do não cumprimento das recomendações até os dias atuais.

Preservar a cultura de Pernambuco. Pelo menos, essa é a proposta do projeto Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco, lançado nesta segunda-feira (17), pelo Governo do Estado. O governador Paulo Câmara assinou o decreto instituindo a premiação durante a abertura da VIII Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, que segue até esta sexta-feira (21), com eventos em sete municípios.

Coordenado pela Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), poderão participar os projetos que tenham sido desenvolvidos ou estejam em desenvolvimento no Estado até o ano corrente. O edital contemplará três categorias: formação (ações educativas); promoção e difusão (comunicação e mídia); além de acervos documentais e memória cultural. A iniciativa, que será realizada anualmente, disponibilizará R$ 60 mil em premiação. O 1º colocado de cada categoria receberá R$ 20 mil.

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Segundo o chefe do Executivo estadual, a seleção pública é mais uma ferramenta adotada no intuito de proteger o legado do povo. "É muito importante que a cultura chegue a todos. Desde que iniciei essa gestão, tenho trabalhado para tirar ações desse tipo do papel. O nosso desejo é que a cultura seja protegida pelos mais experientes e vivida pelos jovens. Fazer cultura exige a capacidade de agir, de pensar e de estar junto, além de escutar os opostos. Mas, acima de tudo, é preciso ter a capacidade de realizar e criar, oferecendo as oportunidades", assegurou Paulo, conforme informações da assessoria de imprensa.

A Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco chega à sua oitava edição com debates sobre as mais diversas questões consideradas essenciais para a compreensão das formas de constituição, valorização, reconhecimento e preservação dos patrimônios culturais. A Presidente da Fundarpe, Márcia Souto explicou que o evento foi formatado para ampliar a participação da sociedade, e que os trabalhos já foram iniciados em sete municípios pernambucanos: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Igarassu, Paudalho, Caruaru e Brejo da Madre de Deus. "Temos uma oportunidade única para debater sobre o futuro das nossas expressões culturais", convidou.

O Forte de Santo Inácio de Loyola, também conhecido como Forte de Tamandaré, será totalmente reformado. O Governo do Estado autorizou nesta sexta-feira (24) o início da obra, que está prevista para terminar em seis meses. O Forte é um importante equipamento turístico, erguido no século XVII, sendo considerado Patrimônio Cultural do Estado.

A requalificação se dará com serviços de revestimento de paredes e teto, hipermeabilização, esquadrias, pintura, monitoramento arqueológico, instalações hidrossanitárias e elétricas, climatização, tratamento paisagístico, entre outras intervenções. O investimento será de R$ 6,8 milhões.

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Outras obras

Outra obra de Tamandaré foi inaugurada nesta tarde. O Hospital José Múcio Monteiro foi ampliado, passando a ter 30 leitos e sala vermelha (para atendimentos de urgência) adequada. O centro cirúrgico também foi ampliado e o hospital ganhou um centro de diagnóstico com raio X e laboratório próprios.

A Casa da Rabeca abre os festejos natalinos com o tradicional Encontro Nacional de Cavalos Marinhos. O festival chega à 20ª edição com o propósito de fortalecer a cultura popular. O Encontro aocntece nesta quinta (25), às 19h.

Idealizado pelo Mestre Salustiano, falecido em 2008, o Encontro reúne grupos de Cavalo Marinho de diversas regiões do Nordeste. Este ano, estão confirmadas as presenças do Cavalo Marinho Boi Maneiro de Itambé, Cavalo Marinho Estrela Do Amanhã de Condado, Cavalo Marinho Boi Ventania de Feira Nova, Cavalo Marinho Tira-Teima de Glória De Goitá, Cavalo Marinho Boi de Ouro De Pedra de Fogo/PB, Cavalo Marinho Infantil Semente João do Boi De João Pessoa/PB e Cavalo Marinho Boi Teimoso de Lagoa de Itaenga.

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O folguedo é uma variação do Bumba Meu Boi, típico da Zona da Mata nordestina e proporciona uma rica experiência ao espectador na sua mistura de dança, teatro, música e muito improviso. Este ano, o Cavalo Marinho foi agraciado com o título de patrimônio imaterial cultural do Brasil.

Serviço

20º Encontro Nacional de Cavalo Marinho

Quinta (25) | 19h

Casa da Rabeca (Rua Curupira, 340 - Cidade Tabajara)

Gratuito

Em uma reunião realizada em Brasília na manhã desta quarta-feira (3), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) concedeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil ao Maracatu Nação, popularmente conhecido como Maracatu de Baque Virado. Os presentes na 77ª Reunião Deliberativa do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural fizeram a escolha por unanimidade durante o encontro.

O Maracatu Nação, em sua maioria presente em comunidades da periferia da Região Metropolitana, traz um conjunto musical percursivo que sai às ruas em cortejo, principalmente no carnaval. Na manifestação popular estão presentes personagens como o rei e a rainha do Maracatu, baianas, oriás e as calungas, bonecas icônicas do fundamento religioso.

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A reunião foi formada por 23 conselheiros e 13 representantes, que continuarão reunidos durante a tarde e nesta quinta-feira (4) para analisar se mais duas manifestações populares pernambucanas receberão o mesmo título: cavalo-marinho e o maracatu de baque solto. O Secretário de Cultura do Estado, Marcelo Canuto e o Presidente da Fundarpe, Severino Pessoa, estiveram presentes. Além deles, representantes das tradições também se encontram em Brasília. São eles Fábio Sotero, presidente da Associação de Maracatus Nação de Pernambuco; Manoelzinho Salustiano, representante da Associação de Maracatus de Baque Solto e Mestre Grimário, representando o Cavalo Marinho.

Ainda nesta quarta-feira o Maracatu de Baque Solto, também conhecido como Rural, foi reconhecido pela reunião no Iphan, juntamente com o Cavalo Marinho. As manifestações serão inscritas no Livro de Registro das Formas de Expressão, ganhando reconhecimento de sua importância.

 

“A conquista desse título confirma a importância que essas manifestações tiveram e continuam tendo para a memória, formação e identidade cultural de nossa gente. Como sua existência moldou e continua a moldar a construção de culturas mais contemporâneas. Oficializá-las como patrimônio imaterial do Brasil é também garantir sua permanência para as próximas gerações”, pontuou o secretário de Cultura Marcelo Canuto, em entrevista ao Portal Cultura PE.

O pedido para o registro de bens culturais dos folguedos partiu de Eduardo Campos, ex-governador do Estado. Depois do pedido, foi realizada a elaboração do Inventário Nacional de Referência Cultural (INRC) para cada manifestação. O processo das três manifestações levou em média três anos. Após a finalização dos documentos, os mesmos foram entregues ao Iphan e a Secretaria de Cultural oficializou a abertura do processo de registro. 


 

Dança, luta e símbolo de resistência, a capoeira de roda deverá ser reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Na semana que vem, em Paris, o Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural e Imaterial da Unesco anuncia sua decisão. Foram feitos 46 pedidos de registro pelos Estados-Membros, sendo que 32 foram recomendados pelo órgão técnico do comitê, entre os quais está o da capoeira – o único apresentado pelo Brasil e um dos três bens da América Latina na lista. Com o reconhecimento, a capoeira de roda se iguala ao Cristo Redentor como patrimônio da humanidade.

No dossiê de candidatura, de 25 páginas, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) enumera uma série de ações para difundir a modalidade e propõe medidas de salvaguarda orçadas em mais de R$ 2 milhões, como a produção de catálogos e encontros. O documento destaca que o registro vai favorecer a consciência sobre o legado da cultura africana no Brasil e o papel da capoeira no combate ao racismo e à discriminação. O dossiê lembra que a prática chegou a ser considerada crime e foi proibida durante um período da história. Hoje, a capoeira é praticada até fora do país.

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“A capoeira é uma manifestação cultural de muitas dimensões. É ao mesmo tempo luta, dança e jongo, tão ligada à nossa história, à nossa sociedade, que é um pouco do que é o povo brasileiro”, explicou a diretora do Departamento do Patrimônio Imaterial do órgão, Célia Corsino.

Já reconhecida como patrimônio cultural pelo Iphan desde 2008, a capoeira envolve os praticantes por meio do canto, dos instrumentos típicos como o berimbau e o atabaque, em uma roda, onde os golpes se confundem com a dança. Uma prática que é, ao mesmo tempo, jogo e brincadeira.

“A capoeira não é só um jogo, a capoeira é muito mais do que isso, a história da capoeira se confunde com a própria história do país, já foi utilizada até em guerra, como a do Paraguai”, diz mestre Paulinho Salmon, capoeirista e professor por mais de 50 anos. Ele faz parte de um comitê de mestres de capoeira no Rio que discute medidas de salvaguarda com o Iphan.

Os pedidos dos mestres para proteger a capoeira e seu aval para registrá-la como patrimônio da humanidade também foram levados em conta no dossiê entregue à Unesco. Entre eles, a possibilidade de a capoeira se tornar disciplina obrigatória nas escolas e nos encontros de troca de conhecimento. Segundo mapeamento do Iphan, a modalidade é praticada por todo o país.

No documento que recomenda o registro, o comitê técnico da Unesco destaca que a capoeira nasce da resistência contra a discriminação e favorece a convivência social entre pessoas diferentes. “[A roda] funciona como uma afirmação de respeito mútuo entre comunidades, grupos e indivíduos e promove a integração social e da memória da resistência à opressão histórica.”

No pedido, o Iphan também cita ações como o registro nacional da capoeira de roda como um bem cultural, a criação de grupos de trabalho, encontros e o prêmio Viva Meu Mestre, desenvolvidos com a sociedade civil e órgãos de governo. Para o futuro, como patrimônio da humanidade, são sugeridas medidas para promover a capoeira, contextualizá-la como legado africano no Brasil, além de mapear as rodas e seus mestres.

Conhecido como um dos maiores portos de desembarque de africanos, o Brasil organiza para 2015 o pedido de registro como patrimônio da humanidade do Cais do Valongo, no centro do Rio de Janeiro. Estima-se que o país tenha recebido 40% de todos os africanos escravizados que chegaram vivos às Américas e, desses, cerca de 60% entraram pelo Rio de Janeiro, segundo o antropólogo e fotógrafo Milton Guran, do Comitê Científico Internacional do Projeto Rota do Escravo da Unesco. O Cais do Valongo é considerado sagrado por religiões de matriz africana.

Nascido no ano de 1927 em Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa), o escritor Ariano Vilar Suassuna foi um dos principais escritores da literatura nacional. Dono de um estilo literário único, ele ocupava a cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letras. Ainda criança se mudou para o sertão e, posteriormente, seguiu para o Rio de Janeiro, onde seu pai foi assassinado por motivos políticos, causando assim a volta da família para a Paraíba. Idealizador do movimento Armorial, ele morreu nesta quarta-feira (23) em decorrência de um AVC.

Em 1942, Ariano passou a morar no Recife. Na capital pernambucana ele terminou seus estudos secundários e iniciou a Faculdade de Direito. Na academia ele conhece Hermilo Borba Filho e juntos fundam o Teatro do Estudante de Pernambuco, escrevendo Uma Mulher Vestida de Sol, sua primeira peça teatral, já em 1947. Os anos seguintes foram bastante produtivos, com uma média de um espetáculo por ano, ele se viu obrigado a retornar a Taperoá devido a problemas pulmonares em 1950.

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Dois anos depois, já de volta à 'Veneza brasileira', Suassuna passa a se dedicar à advocacia, mas não deixa de lado sua paixão pelo teatro e escreve algumas de suas principais obras. Em 1955 escreveu o Auto da Compadecida, sua obra mais conhecida e considerada um dos textos mais populares das artes cênicas nacionais. Ainda durante a década de 1950, ele passou a lecionar na Universidade Federal de Pernambuco, instituição em que trabalhou até o ano de 1994.

Foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura em 1967. Na década de 1970 iniciou o Movimento Armorial, que incentivava o desenvolvimento e o conhecimento das formas de expressão populares nordestinas tradicionais. Desde 1993 integra a Academia Pernambucana de Letras e em 2000 entrou para a Academia Paraibana de Letras.

Começou nesta segunda-feira (25), em Fortaleza, a quarta edição do Seminário de Patrimônio Cultural. A programação teve início na manhã de hoje e segue até esta terça-feira (26), na Academia Cearense de Letras. O seminário, que tem como tema “Fortaleza entre emblemas, signos e sinais”, busca resgatar a importância do patrimônio histórico e cultural da capital cearense, e trazer um olhar mais crítico e cidadão para tudo aquilo que se considera um bem cultural.

Para Alênio Carlos, coordenador de Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria de Cultura do município, “Fortaleza é rica em diversidade, história e tradições. Realizar o Seminário do Patrimônio é uma forma de fazer com que as pessoas conheçam ainda mais sobre os bens culturais da cidade e exercitem sua reflexão acerca da preservação e valorização destes bens", afirma.

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A programação do evento contará com mesas-redondas e apresentações artísticas, além do projeto “Dia 25 é Dia de Maracatu”, que encerrará as atividades desta segunda, às 17h, na Praça dos Leões com o cortejo do Maracatu Solar.

 

Confira a programação:

 

Segunda-feira (25)

8h – Credenciamento

9h – Orquestra de Berimbaus (Centro Cultural Capoeira Água de Beber)

9h30 – Mesa de Abertura Institucional

10h às 12h - Mesa Redonda: “Os vários significados do tombamento de bens culturais em Fortaleza.”

Palestrantes: Alênio Carlos Noronha Alencar (Secultfor), Francisco Otávio de Menezes (Secult) e José Ramiro Teles Beserra (Iphan).

14h - Mesa Redonda: “ O Mundo do Maracatu: histórias, vivências e experiências.”

Palestrantes: Descartes Gadelha (Fundidor e Carnavalesco) e Pingo de Fortaleza.

Mediadora: Marília Colares Mendes (AGB/Comphic)

17h – Apresentação do Maracatu Solar (Dia 25 é Dia de Maracatu)

Local: Praça dos Leões.

 

Terça-feira (26)

9h – Mesa redonda: “Jangadeiros: histórias e memórias da cultura praiera.”

Palestrantes: Profa. Dra. Berenice Abreu (UECE) e Prof. Dr. Oswald Barroso (UECE).

Mediadora: Carolina Maria Campos de Saboya (OAB/COMPHIC).

14h – Mesa redonda: “Carnavais em Fortaleza: construções sociais na cidade.”

Palestrantes: Doutoranda Daniele Maia Cruz (Sociologia – UFC) e Elisa Gunther (Coordenadora do Bloco Doido é Tú).

Mediador: Wagner Pereira (Especialista em Cultura Folclórica e Arte Educação – CEFET).

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