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No momento em que a família Bolsonaro aumenta a pressão por apoio a pré-candidatura de Ricardo Salles (PL-SP) a prefeito de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) fez novos acenos ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB-SP), nesta quarta-feira (15). O governador e o prefeito participaram da inauguração da nova sede da igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério do Belém na zona Leste da capital.

Havia expectativa entre aliados de Nunes de que Tarcísio anunciasse o apoio ao prefeito durante o evento religioso, o que não ocorreu. Mas o prefeito disse, ao fim do ato, que ouviu do governador, em conversa entre eles no evento, que terá esse apoio. Tarcísio não deu entrevista.

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O governador e o prefeito sentaram lado a lado, conversaram e riram juntos em diversos momentos da cerimônia. À vontade com o aliado, Nunes parabenizou Tarcísio por ter completado 27 anos de casado e o chamou de "irmão mais velho". "Ele pinta o cabelo, tenho certeza", respondeu o governador, em tom de brincadeira durante seu discurso. No início da semana, Tarcísio organizou uma festa surpresa de aniversário para o prefeito no Palácio dos Bandeirantes.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, no mês passado, ter esperança que Ricardo Salles tenha sucesso na candidatura a prefeito de São Paulo, enquanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) gravou um vídeo no qual afirma que o ex-ministro do Meio Ambiente tem "todos os atributos" para ser o candidato conservador no pleito.

"Eu tenho a expectativa de que ele vai me apoiar, até porque a gente precisa ganhar. Não dá só para participar para ficar com alguém só dando tiro, inconsequente. A gente precisa ter uma candidatura com condições de vitória para derrotar a extrema-esquerda e derrotar quem está ligado ao Hamas e associado ao Comando Vermelho", disse Ricardo Nunes se referindo ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), principal adversário na disputa até o momento.

No início do conflito com Israel, o psolista não criticou diretamente o Hamas, mas depois endureceu sua posição contra a organização terrorista. O prefeito também se referiu ao fato de, como revelado pelo Estadão, o deputado federal ter posado para foto com a esposa de um dos líderes da facção criminosa no Amazonas.

"O deputado foi abordado no Salão Verde da Câmara por duas mulheres, que se apresentaram como representantes do Instituto Liberdade do Amazonas, que pediram para apresentar suas demandas. O deputado, então, ouviu as demandas no próprio Salão Verde, que é uma área de livre circulação", disse Boulos, em nota enviada ao Estadão na segunda-feira, 13. "Demandas como essa são apresentadas presencialmente todos os dias aos parlamentares por pessoas de todo o Brasil, o que impossibilita que se saiba com antecedência o histórico ou as ligações de cada uma delas", continua o texto.

O Estadão procurou novamente o deputado nesta quarta-feira, 15, para ele se posicionar sobre as declarações do prefeito, mas não houve resposta. Nunes ainda ironizou a entrevista de Salles ao jornal Folha de S.Paulo na qual o bolsonarista disse que Boulos é mais sincero do que ele. "Fica um bom ensaio ali. Um ser vice do outro, um elogiando outro", alfinetou.

Nunes também faz gesto aos evangélicos e a Kassab

Ricardo Nunes tem intensificado os encontros com lideranças religiosas de olho no potencial de votos evangélicos. Na Assembleia de Deus, ele lembrou o tempo em que era vereador da capital paulista. "A gente integrava a frente parlamentar cristã e esse trabalho era fundamental para estar sempre atento às questões de interesse da igreja", disse Nunes em seu discurso. Na entrevista à imprensa, ele reforçou que o segmento é importante, mas que estava no evento como prefeito de São Paulo e não como candidato.

Nunes elogiou o trabalho de ampliação da evangelização em São Paulo e pediu que os fiéis rezassem por ele, por Tarcísio e pelo presidente do PSD e ex-prefeito, Gilberto Kassab, que também estava presente. Em determinado momento, o chefe do Executivo expressou "reconhecimento" e "gratidão" por tudo que Kassab fez pela igreja e pela cidade.

Segundo o jornal O Globo, o presidente do PSD intermediou um encontro de Boulos com empresários dos setores da construção civil e do comércio. Questionado, Nunes afirmou que não houvesse movimento e demonstrou confiança que receberá o apoio do partido. "Eu jantei na casa do Kassab no dia do meu aniversário. Ele tem falado que vai estar com a gente e os vereadores todos do PSD já declararam que querem estar com a gente. Esse está bem consolidado", avaliou.

O governador Tarcísio de Freitas não falou sobre política em seu discurso. Católico, ele fez uma fala religiosa onde citou uma passagem bíblica sobre Deus e Moisés. A ênfase do governador levou um dos pastores que comandavam a cerimônia a brincar que Tarcísio teria uma carteirinha de pastor escondida.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez nesta quinta-feira, 28, uma deferência à ex-ministra Marina Silva, de quem ele vem tentando se reaproximar. "Eu esperava que a Marina estivesse aqui", disse o petista, durante um ato político da Rede, em Brasília, de apoio à sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.

A cerimônia foi organizada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que faz parte da coordenação da pré-campanha de Lula à Presidência, mas nem todos os integrantes da legenda aceitam subir no palanque com o petista. Além de Marina, a ex-senadora Heloísa Helena, uma das porta-vozes da Rede, também não foi ao ato. As duas deixaram o PT no passado após romperem com o ex-presidente durante o seu governo.

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"Eu, na verdade, esperava que a Marina estivesse aqui. A minha relação com a Marina é muito antiga, é muito grande. Eu quero dizer para vocês que eu aprendi a gostar da Marina quando ela ainda era menina, lá no Estado do Acre", disse Lula. O petista ressaltou também que indicou a ex-colega de partido para ministra do Meio Ambiente em seu primeiro mandato.

Durante a cerimônia, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também citou Marina. "Da nossa parte, não tem mágoa nenhuma. Eu não sei se da parte dela. Mas eu acho que isso está sendo superado, é só uma questão de combinar mesmo uma conversa", afirmou a deputada. "Neste momento, é importante o apoio de todos os que defendem a democracia. Nós estamos fazendo um movimento para que essas pessoas estejam junto."

Marina foi filiada ao PT e ministra do Meio Ambiente de Lula, mas rompeu com o partido por discordâncias internas. Na campanha eleitoral de 2014, numa das vezes em que ela concorreu à Presidência, a estratégia usada pelo marqueteiro da então presidente Dilma Rousseff, João Santana, para barrar o crescimento da ex-ministra nas pesquisas foi considerada bastante agressiva e piorou a relação dela com o PT. Hoje, Santana integra a pré-campanha de Ciro Gomes (PDT).

Rede propõe a Lula acabar com o orçamento secreto e taxar grandes fortunas

Durante o ato político em Brasília, a Rede pediu a Lula que inclua em seu programa de governo uma proposta de reforma tributária com a criação de impostos sobre grandes fortunas e lucros e dividendos. O partido também sugeriu que o petista acabe com o orçamento secreto, caso vença a eleição de outubro para o Palácio do Planalto. Por meio do esquema, revelado pelo Estadão no ano passado, o governo Bolsonaro distribui verbas a aliados, sem transparência, em troca de apoio no Congresso.

Em documento apresentado a Lula nesta quinta-feira, a Rede fala em "fortalecer mecanismos de controle e fiscalização das emendas". O petista já disse que, se eleito, acabaria com orçamento secreto e chamou o atual Congresso de "o pior da história". A sigla também pediu que a distribuição de recursos do governo respeite critérios técnicos e a finalização de obras inacabadas.

Como mostrou o Estadão, apesar da falta de recursos para terminar 3,5 mil escolas em construção há anos, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a construção de outras 2 mil unidades. O esquema de "escolas fake" tem como base o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), controlado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, por meio de um apadrinhado.

A Rede também propõe a Lula uma reforma tributária "sustentável e progressista", que simplifique o sistema de tributos do País, com foco na transição para uma economia de baixo carbono. A legenda sugere alíquotas entre 0,5% e 1% para o Imposto Sobre Grandes Fortunas, que incidiria sobre riqueza superior a R$ 10 milhões, além do fim da isenção tributária a lucros e dividendos de empresas.

O partido de Marina Silva ainda pede a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), com distribuição de parte dos recursos arrecadados aos Estados e municípios com base em critérios sustentáveis. O partido fala também em estímulos tributários à geração de energia solar, eólica e proveniente de biomassa.

Apesar do ato com Lula, a Rede também decidiu liberar seus membros para endossar a pré-candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) ao Palácio do Planalto.

O pré-candidato ao governo da Bahia, ACM Neto (União Brasil), fez aceno ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder do partido que deve ser seu maior rival nas urnas nas eleições estaduais. Questionado sobre deixar seu palanque aberto para o petista, ACM afirmou não ser adversário de Lula, apesar do histórico de críticas a ele.

O ex-prefeito de Salvador tem dito que vai dar independência a aliados para apoiarem os candidatos a presidente que quiserem. Um exemplo é a liberação para que o pré-candidato a Senado na sua chapa, João Leão (PP), para marchar com Lula.

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Aliados de ACM dizem que, com isso, ele pretende surfar na popularidade do ex-presidente na Bahia. Pesquisas apontam aumento das intenções de voto de candidatos associados a Lula.

"Eu não sou adversário de Lula. Lula é candidato à Presidência, eu sou candidato ao governo do Estado. Meus oponentes são candidatos ao governo da Bahia", disse ACM Neto em entrevista coletiva durante o anúncio da aliança com o PP.

Ele ainda afirmou que "o eleitor não quer ver seu candidato a governador em rixa com o candidato a presidente".

O PT lançou a pré-candidatura do secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues, ao governo. O partido pretende colar a imagem dele à de Lula, como forma de alavancá-lo nas pesquisas de intenção de voto, nas quais ACM Neto aparece na liderança.

Para testar sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocupou uma das faixas da Rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro, na manhã deste sábado (17) e acenou para motoristas por cerca de dez minutos. Na esperança de receber buzinadas em seu apoio, Bolsonaro foi pego de surpresa com o xingamento de uma pessoa que passava de carro.

"Pau no c*", protestou o opositor após receber o aceno do presidente. Rodeado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele nitidamente fica constrangido com a atitude e segue com seu compromisso extraoficial.

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Em sua conta do Twitter, o ex-capitão publicou um vídeo em que mostra apenas os condutores que o apoiaram.

Confira

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Candidato à Presidência da República, Fernando Haddad (PT) disse que aguarda “ansiosamente” por uma manifestação de apoio de Ciro Gomes, que concorreu o primeiro turno presidencial pelo PDT. “Eu esperava e espero que o Ciro dê um alô de onde ele estiver, porque é muito importante para o Brasil que ele se manifeste publicamente. Aguardo ansiosamente o seu aceno, porque precisamos ganhar a eleição e governar juntos o Brasil”, considerou, em entrevista ao Roda Viva, na noite dessa segunda-feira (22).

Ciro viajou para o exterior dias após o 1º turno e o PDT declarou apoio crítico ao PT, tanto que o irmão do ex-presidenciável, Cid Gomes, chegou a bater boca com militantes petistas ao pedir que o partido fizesse uma mea culpa sobre a crise enfrentada pelo país após o governo de Dilma Rousseff (PT).

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Questionado se o PT não precisava fazer uma autocrítica com relação aos pedetistas, uma vez que a presidente nacional da legenda, senadora Gleisi Hoffmann (PR), chegou a dizer que Ciro não passava no partido para um eventual apoio "nem com reza brava", Haddad disse que pensava diferente da dirigente.

O presidenciável ponderou que desde o ano passado tem buscado aproximação com Ciro Gomes e classificou o pedetista como um “grande quadro político”. “Sou muito próximo do Ciro e era dos petistas que cogitava que sim, o PT sim poderia apoiar o Ciro à Presidência se houvesse uma aproximação maior. Cheguei a ligar para o Carlos Lupi para sugerir uma visita dele ao Instituto Lula, conversei com Mangabeira Unger e disse porque não pensar uma chapa Lula/Ciro”, ressaltou, dizendo que se o ex-presidente fosse impedido de candidatar-se, como aconteceu, Ciro poderia assumir a chapa.

“Sempre agi com muito desprendimento em relação a isso. O que está em jogo no Brasil é tão sério que projetos pessoais jamais deveriam se impor sobre qualquer outro interesse que não seja o nacional. Acho e repito: Bolsonaro é uma ameaça ao interesse nacional e popular, desde sempre acho isso. Ciro sabe de tudo isso, conhece essa história toda”, acrescentou.

Nessa segunda, Haddad recebeu o apoio de dois ex-presidenciáveis de partidos que haviam declarado neutralidade: Eymael (DC) e Marina Silva (Rede).

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