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A secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, deixou o cargo no fim da tarde desta terça-feira (9), após uma reunião com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). A ex-prefeita da capital entregou uma carta de demissão ao prefeito após selar um acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser candidata a vice numa chapa encabeçada pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

O pré-candidato do PSOL lidera as pesquisas de intenção de voto e terá Nunes, que disputará a reeleição, como potencial adversário na eleição deste ano.

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No documento entregue a Nunes, Marta cita mudanças na conjuntura política da cidade e diz que seguirá "caminhos coerentes" com sua "trajetória, valores e princípios". A ex-prefeita foi convidada e deverá retornar ao PT, sigla da qual se desfiliou de maneira pouco amigável em abril de 2015.

"Neste momento em que o cenário político da nossa cidade prenuncia uma nova conjuntura diferente daquela em que, em janeiro de 2021, tive a honra de ser convidada por Bruno Covas para assumir a Secretaria Municipal de Relações Internacionais, encaminho, de comum acordo, meu pedido de demissão deste cargo."

Traição

Marta interrompeu as férias para a reunião com Nunes. Apesar do tom de despedida ameno da carta, a cisão ocorre em meio a acusações de traição feitas por integrantes do Executivo paulistano. Isso porque ela se manteve no cargo até chegar a um acordo com Boulos, principal adversário de Nunes. A costura inclui o retorno dela ao PT, partido que a projetou para a política.

Nas redes sociais, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), afirmou que a ex-prefeita aceitou o convite feito por Lula para formar uma chapa com Boulos. Marta foi prefeita de São Paulo no início dos anos 2000. Além disso, foi deputada federal e ocupou ministérios nas gestões petistas de Lula e Dilma Rousseff.

Apesar da declaração de Teixeira, também ontem, em evento de anúncio de apoio do PDT a Boulos, tanto o pré-candidato do PSOL quanto o deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que o acompanhava, desconversaram sobre um acordo para que Marta seja a vice na futura chapa. Falcão destacou, porém, que "todos viram" as articulações envolvendo Lula para que ela volte à legenda. Boulos disse que é "razoável" ter Marta como vice e elogiou o trabalho dela no comando da Prefeitura da capital.

Contra

O provável retorno de Marta ao PT já gera, no entanto, desavenças entre petistas. Lula é um dos principais entusiastas da volta da ex-senadora, mas uma ala do partido é contra a ideia, acusando a ex-prefeita de traição por causa de seu voto a favor do impeachment de Dilma em 2016. Procurada, Marta não se manifestou.

O dirigente nacional do PT Valter Pomar publicou um artigo ontem sugerindo que o possível retorno de Marta ao PT seja decidido em votação no Diretório Nacional do partido. "Votarei contra. O motivo principal é: senadora eleita pelo PT, Marta traiu seu eleitorado e seu partido, votando a favor do golpe contra Dilma. Desconheço que ela tenha feito alguma autocrítica a respeito. E, em qualquer caso, não vejo por que trazer de volta para casa quem praticou tamanha violência", declarou o dirigente.

Marta se desfiliou em 2015 afirmando que o PT protagonizou "um dos maiores escândalos de corrupção que a Nação brasileira já experimentou", em referência aos fatos revelados pela Operação Lava Jato.

Ela entrou no PT em 1981, um ano após a fundação do partido, e permaneceu na legenda por 33 anos. Pela sigla, foi deputada federal (1995-1999); prefeita da capital paulista (2001- 2005); senadora (2011-2015); ministra do Turismo no segundo governo Lula (2007-2008); e ministra da Cultura no governo Dilma Rousseff (2012-2014).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Marta Suplicy (sem partido) e o presidente Lula (PT) confirmam a reconciliação com o aceite da ex-petista para ser a vice-candidata à Prefeitura de São Paulo na chapa de Guilherme Boulos (PSOL). A informação é da jornalista Daniela Lima. Segundo da publicação, aliados de Boulos confirmaram a presença dela na chapa.

Após apoiar o impeachment de Dilma Rousseff, a expectativa é que a ex-ministra e ex-prefeita retorne oficialmente como um dos quadros de destaque do PT.

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Ao longo dos 33 anos filiada ao Partido dos Trabalhadores, Marta foi prefeita de São Paulo entre 2001 e 2004. Ela também foi deputada, senadora e ministra da Cultura e do Turismo.

Atualmente, Marta é secretária de Relações Internacionais do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e deve deixar o cargo para fazer oposição ao gestor em outubro. Inclusive, ela fez campanha para chapa Bruno Covas (PSDB) e Ricardo Nunes em 2020 contra o próprio Guilherme Boulos e Luiza Erundina (PSOL).

 

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) escolheu o Terminal Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, para lançar o programa Tarifa Zero nos ônibus à meia-noite deste domingo, 17. Ao longo de todo o dia, a gestão municipal faz um teste de gratuidade no transporte público municipal, que será repetido nos dias do Natal, do Ano-Novo e do aniversário de São Paulo (25 de janeiro).

A medida tem sido uma bandeira de Nunes, que pretende se candidatar à reeleição no ano que vem e fala em adotar o passe livre também nos dias úteis. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), porém, não aderiu à medida e o Metrô e a CPTM vão manter a cobrança da passagem.

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Em clima de pré-campanha, Nunes saiu à meia-noite em um ônibus com destino ao Shopping Ibirapuera para comemorar o primeiro dia da gratuidade no transporte municipal. Ao longo de todo o caminho, porém, Nunes ouviu críticas sobre os problemas da cidade e elogios à tarifa zero. E grande parte dos passageiros nem sabia da gratuidade.

"O objetivo é possibilitar que as pessoas conheçam e possam curtir a cidade", disse Nunes à imprensa, acrescentando que também pretende aumentar a adesão dos paulistanos ao uso do transporte público. "Não podemos ver o transporte como apenas uma questão tarifária. É uma questão de mobilidade, qualidade de vida e do ar."

O principal empecilho para que o Domingão Tarifa Zero empolgasse mais os paulistanos, entretanto, foi o anúncio quase simultâneo de que o valor das passagens do trem e do metrô será reajustado a partir de 1º de janeiro, passando de R$ 4,40 para R$ 5.

O aumento anunciado pela administração estadual criou tensão na última semana entre o prefeito e Tarcísio. Nunes disse que manterá a tarifa de ônibus no mesmo preço e quebra uma tradição de os reajustes do Município e do Estado serem feitos de forma coordenada.

"Metrô e CPTM não acompanham (a gratuidade). Não tem necessidade, porque temos abrangência de toda a cidade e tem interligação com todos os nossos equipamentos de esporte e de cultura", afirmou Nunes na plataforma de embarque do Terminal Santo Amaro.

‘A gente quer isso durante a semana’

Enquanto falava com a imprensa, Nunes foi recebido com gritos das pessoas que aguardavam na fila da plataforma de embarque a cinco passos dele. Uma delas era a atendente de call center Ágda Carvalho, de 39 anos. "Quase ninguém trabalha no domingo. A gente quer isso durante a semana, não no único dia que o pobre tem para descansar", disse ela ao Estadão.

"Se houver o aumento do trem e do metrô, acho que não resolve muita coisa", opinou a garçonete Josilene Oliveira. Quando o prefeito desembarcou no ponto em frente ao Shopping Ibirapuera, ela pediu que ele aumentasse a frota de veículos à noite, período em que diariamente faz o trajeto até a zona leste e durante o qual conta que já chegou a esperar mais de 6h por um ônibus.

"O que ajuda é a tarifa justa ao longo da semana. A gente às vezes vem socado dentro do ônibus sem ter nem ar pra respirar", reclamou ela, de 46 anos.

Há ao menos outros 89 municípios no País que adotam o passe livre, segundo levantamento do pesquisador Daniel Santini, mestre em Planejamento Urbano e Regional da Universidade de São Paulo (USP). A maioria é de cidades pequenas.

São Caetano do Sul, de 165 mil habitantes, implementou a mudança no mês passado e viu o número de passageiros do sistema dobrar. O município do ABC paulista está entre as maiores a adotar o modelo, junto de Caucaia (355 mil), no Ceará, e Luiziânia (209 mil), em Goiás.

Ampliar gratuidade é tarefa complexa

Parte dos especialistas ouvidos pelo Estadão afirma que a tarifa zero promove o direito à mobilidade e de mais inclusão social. Outra corrente vê na medida um uso ineficiente de dinheiro público, uma vez que gasta montante expressivo em uma política que não beneficia só os que mais precisam. Mesmo entre os favoráveis à medida, há ressalvas sobre o modelo adotado na capital paulista.

Um exemplo recorrente utilizado por Nunes para ilustrar o impacto da Tarifa Zero no ônibus é como ela pode representar uma economia de quase R$ 50 para uma família de mãe, pai e três filhos que quiser passear aos domingos. A Câmara para aprovou, em 1ª votação, R$ 500 milhões para o programa no ano que vem. Ainda não há previsão de que ele seja replicado durante a semana.

A expectativa da Prefeitura é de que, neste primeiro momento, a medida aumente pelo menos 50% o total de pessoas que utilizam os ônibus municipais aos domingos. Hoje, este número é de 2,2 milhões de passageiros que demandam apenas 40% da frota disponível, segundo a SPTrans.

"Vamos ter de fazer alguns ajustes porque pode ser que algumas regiões tenham um número maior (de ônibus disponíveis), mas vamos monitorar", disse Nunes.

O prefeito admitiu estar "bastante empolgado" com a implementação da Tarifa Zero, que pode se tornar um trunfo eleitoral e uma marca da sua gestão, que enfrenta desafios como o espalhamento da Cracolândia e alta da criminalidade no centro.

Enquanto ia de Santo Amaro a Moema em uma viagem sem paradas, Nunes teve uma amostra sobre como terá de lidar com queixas sobre problemas que não estão sob responsabilidade da Prefeitura. Ouviu reclamações dos passageiros sobre, por exemplo, a truculência de abordagens policiais, desemprego, e o aumento das passagens do trem e do metrô.

O levantamento realizado pelo instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta quarta-feira (13), aponta o pré-candidato Guilherme Boulos (Psol-SP) liderando os dois cenários simulados para o primeiro turno da cidade de São Paulo. No entanto, os números trouxeram uma preocupação para o psolista: caso ocorra um segundo turno, Boulos perderia numericamente para o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB-SP).  A pesquisa entrevistou 1.046 eleitores da capital, entre os dias 6 e 9 de dezembro. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos. O grau de confiança é de 95%.   

Veja abaixo os números :  Primeiro cenário do 1° turno:  Guilherme Boulos (Psol) - 31,1%; Ricardo Nunes (MDB) - 25,4%; Tabata Amaral (PSB) – 8,9%; Ricardo Salles (PL) – 8,3%; Kim Kataguiri (União Brasil) – 5,4%; Marina Helena (Novo) – 3,1%; Marco Vinholi (PSDB) – 0,6%;  Não sabe/não respondeu – 5,3%; Nenhum/branco/nulo – 12,0%.  Segundo cenário do 1° turno:  Guilherme Boulos – 32,4%;  Ricardo Nunes – 29,1%;  Tabata Amaral – 9,2%;  Kim Kataguiri – 6,4%;  Marina Helena – 3,9%;  Não sabe/não respondeu – 5,5%; Nenhum/branco/nulo – 13,5%.   

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Segundo turno   

A diferença entre Boulos e o atual prefeito para os demais possíveis candidatos fez o Paraná Pesquisas simular como seria um eventual segundo turno entre ambos. Segundo os dados, o cenário é , com um empate técnico dentro da margem de erro, mas com leve vantagem numérica para o mdbista.  Veja os números:  Ricardo Nunes – 41,3%;  Guilherme Boulos – 39,8%;  Não sabe/não respondeu – 5,3%;  Nenhum/branco/nulo – 13,7%.

No momento em que a família Bolsonaro aumenta a pressão por apoio a pré-candidatura de Ricardo Salles (PL-SP) a prefeito de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) fez novos acenos ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB-SP), nesta quarta-feira (15). O governador e o prefeito participaram da inauguração da nova sede da igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério do Belém na zona Leste da capital.

Havia expectativa entre aliados de Nunes de que Tarcísio anunciasse o apoio ao prefeito durante o evento religioso, o que não ocorreu. Mas o prefeito disse, ao fim do ato, que ouviu do governador, em conversa entre eles no evento, que terá esse apoio. Tarcísio não deu entrevista.

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O governador e o prefeito sentaram lado a lado, conversaram e riram juntos em diversos momentos da cerimônia. À vontade com o aliado, Nunes parabenizou Tarcísio por ter completado 27 anos de casado e o chamou de "irmão mais velho". "Ele pinta o cabelo, tenho certeza", respondeu o governador, em tom de brincadeira durante seu discurso. No início da semana, Tarcísio organizou uma festa surpresa de aniversário para o prefeito no Palácio dos Bandeirantes.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, no mês passado, ter esperança que Ricardo Salles tenha sucesso na candidatura a prefeito de São Paulo, enquanto o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) gravou um vídeo no qual afirma que o ex-ministro do Meio Ambiente tem "todos os atributos" para ser o candidato conservador no pleito.

"Eu tenho a expectativa de que ele vai me apoiar, até porque a gente precisa ganhar. Não dá só para participar para ficar com alguém só dando tiro, inconsequente. A gente precisa ter uma candidatura com condições de vitória para derrotar a extrema-esquerda e derrotar quem está ligado ao Hamas e associado ao Comando Vermelho", disse Ricardo Nunes se referindo ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), principal adversário na disputa até o momento.

No início do conflito com Israel, o psolista não criticou diretamente o Hamas, mas depois endureceu sua posição contra a organização terrorista. O prefeito também se referiu ao fato de, como revelado pelo Estadão, o deputado federal ter posado para foto com a esposa de um dos líderes da facção criminosa no Amazonas.

"O deputado foi abordado no Salão Verde da Câmara por duas mulheres, que se apresentaram como representantes do Instituto Liberdade do Amazonas, que pediram para apresentar suas demandas. O deputado, então, ouviu as demandas no próprio Salão Verde, que é uma área de livre circulação", disse Boulos, em nota enviada ao Estadão na segunda-feira, 13. "Demandas como essa são apresentadas presencialmente todos os dias aos parlamentares por pessoas de todo o Brasil, o que impossibilita que se saiba com antecedência o histórico ou as ligações de cada uma delas", continua o texto.

O Estadão procurou novamente o deputado nesta quarta-feira, 15, para ele se posicionar sobre as declarações do prefeito, mas não houve resposta. Nunes ainda ironizou a entrevista de Salles ao jornal Folha de S.Paulo na qual o bolsonarista disse que Boulos é mais sincero do que ele. "Fica um bom ensaio ali. Um ser vice do outro, um elogiando outro", alfinetou.

Nunes também faz gesto aos evangélicos e a Kassab

Ricardo Nunes tem intensificado os encontros com lideranças religiosas de olho no potencial de votos evangélicos. Na Assembleia de Deus, ele lembrou o tempo em que era vereador da capital paulista. "A gente integrava a frente parlamentar cristã e esse trabalho era fundamental para estar sempre atento às questões de interesse da igreja", disse Nunes em seu discurso. Na entrevista à imprensa, ele reforçou que o segmento é importante, mas que estava no evento como prefeito de São Paulo e não como candidato.

Nunes elogiou o trabalho de ampliação da evangelização em São Paulo e pediu que os fiéis rezassem por ele, por Tarcísio e pelo presidente do PSD e ex-prefeito, Gilberto Kassab, que também estava presente. Em determinado momento, o chefe do Executivo expressou "reconhecimento" e "gratidão" por tudo que Kassab fez pela igreja e pela cidade.

Segundo o jornal O Globo, o presidente do PSD intermediou um encontro de Boulos com empresários dos setores da construção civil e do comércio. Questionado, Nunes afirmou que não houvesse movimento e demonstrou confiança que receberá o apoio do partido. "Eu jantei na casa do Kassab no dia do meu aniversário. Ele tem falado que vai estar com a gente e os vereadores todos do PSD já declararam que querem estar com a gente. Esse está bem consolidado", avaliou.

O governador Tarcísio de Freitas não falou sobre política em seu discurso. Católico, ele fez uma fala religiosa onde citou uma passagem bíblica sobre Deus e Moisés. A ênfase do governador levou um dos pastores que comandavam a cerimônia a brincar que Tarcísio teria uma carteirinha de pastor escondida.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta sexta-feira (10) que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) não determina os locais para onde a Cracolândia se desloca. Ao mesmo tempo, reconheceu que algumas movimentações são barradas. "A gente não vai dizer para onde eles vão, mas tem locais que a gente vai dizer que eles não podem ficar", afirmou, em entrevista coletiva na Praça da Sé, na região central da cidade.

Nesta semana, o fluxo, nome dado à aglomeração de usuários de drogas, passou duas madrugadas na Rua Mauá, em trecho bem ao lado da Estação da Luz. A movimentação da Cracolândia gerou protestos de comerciantes e moradores da região, que na noite de quinta-feira (9) impediram os dependentes químicos de voltar para o local.

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"Ficar numa via que passa muito carro ou muito ônibus coloca em risco até a própria segurança deles", disse Nunes, sem citar exemplos. "Se houver um local que a gente entender que ali existe um risco para eles, e que não é razoável eles ficarem, aí a gente pode pedir para que eles saiam daquele local. A questão do fluxo, para onde eles vão, é uma lógica própria deles."

O prefeito negou que tenha havido orientação por parte de agentes da GCM para que o fluxo se deslocasse para mais perto da Estação da Luz nesta semana. "Se eu pudesse falar onde eles iriam ficar, com certeza não seria na Rua Mauá", disse Nunes. Ao mesmo tempo, vídeos obtidos pela reportagem mostram os agentes cercando a Rua dos Gusmões, endereço para onde a Cracolândia ia no período da noite antes de migrar para a Rua Mauá.

Como mostrou o Estadão, a presença de dependentes químicos na via tem levado insegurança para quem reside ou trabalha por lá. Um morador até chegou a deixar a faculdade por medo de ser assaltado ao voltar para casa à noite. Em média, cerca de 121,6 mil pessoas passam diariamente pela Estação da Luz em dias úteis, segundo balanço da CPTM.

A reportagem passou a tarde de quarta-feira, 8, na região da Cracolândia. Até por volta de 17h30, o fluxo ficou concentrado na Rua dos Protestantes, onde tem passado a manhã e a tarde nos últimos meses. Depois, os usuários foram pela segunda noite consecutiva para a Rua Mauá, concentrando-se bem ao lado da Estação da Luz.

Cerca de 60 agentes da GCM estavam por lá durante a movimentação, além de algumas viaturas da Polícia Militar. Duas portas que davam acesso à estação pela Rua Mauá foram fechadas, inclusive com "barricadas" improvisadas do lado de dentro. Agora, só é possível acessar a CPTM pelo lado do Parque da Luz da Luz ou pela entrada do Metrô, na Avenida Cásper Líbero.

Integrantes da Guarda Civil Metropolitana negam ter havido condução do fluxo. Moradores e comerciantes da região, porém, afirmam ao Estadão que são avisados previamente por agentes da GCM sobre o local para onde o fluxo vai se movimentar.

Na noite desta quinta-feira, 9, foram moradores e comerciantes que, por meio de um cordão humano, impediram que o fluxo voltasse para a Rua Mauá. Sem ter como passar, os usuários de drogas voltaram para a Rua dos Protestantes. Até por volta de 20h desta sexta-feira, 10, a Cracolândia seguia concentrada por lá.

Como mostrou o Estadão, até outubro, ao menos 11 endereços já foram ocupados pela Cracolândia no ano, segundo mapeamento da Prefeitura. Antes de a rotina mudar, o fluxo passava a noite na Rua dos Gusmões, no cruzamento com a Avenida Rio Branco. A presença por ali, no entanto, foi marcada por episódios de violência, como saque a comércios nos arredores e o atropelamento de 16 usuários por um motorista.

Conforme a Prefeitura, a GCM atua na região com patrulhamento comunitário e preventivo, em apoio às ações das demais secretarias, com o objetivo de garantir a segurança dos agentes públicos e da população em geral. Segundo a Prefeitura, houve intensificação do "patrulhamento comunitário e preventivo, com a ampliação do número de viaturas e motos na região, que hoje conta com mais de 1.600 agentes" da GCM.

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira, 24, que tem esperança de o deputado federal e seu ex-ministro Ricardo Salles (PL-SP) "ter sucesso" em São Paulo. Salles é pré-candidato a prefeito da capital paulista. Segundo Bolsonaro, esse é seu desejo. A negociação partidária estaria em andamento por meio do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Bolsonaro falou no lançamento da Frente Parlamentar Invasão Zero. Disse que, no seu governo, Salles, então ministro do Meio Ambiente, e Tereza Cristina, então ministra da Agricultura, trabalhavam bem juntos. Então, deu a seguinte declaração: "Apesar de o temperamento do Salles ser um pouquinho exaltado de vez em quando. Ainda tenho esperança de que ele terá sucesso em São Paulo".

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Bolsonaro tem uma relação com altos e baixos com o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, que tentará a reeleição. Será um revés para Nunes se Bolsonaro não apoiá-lo e lançar um candidato de seu grupo político na capital paulista.

Na última sexta-feira, 20, em entrevista ao Estadão e à rádio Eldorado, o prefeito reforçou que gostaria de contar com o ex-presidente em sua campanha. "Eu gostaria, porque a gente tem que fazer uma ação aqui de união do centro e da direita, que é o perfil do grande eleitor aqui da cidade", afirmou. Na ocasião, ele também enfatizou que o PL, partido de Bolsonaro, terá muito peso na escolha do vice, em razão de seu tamanho.

Ricardo Salles, por sua vez, disse, no início do mês, que pretende se candidatar à Prefeitura de São Paulo mesmo que não tenha apoio do PL, sua atual legenda. O parlamentar afirmou ao Estadão que está em conversas c com outras siglas e que, hoje, seria candidato de toda forma. "Estou conversando com outros partidos e com o próprio PL, mas nada definido", disse ele, após publicar nas redes sociais que está de volta o jogo. Questionado diretamente se diria hoje que é candidato de toda forma, seja o PL ou em outro partido, ele reafirmou: "Sim. Essa é a ideia".

Após ser alvo de críticas de aliados de Jair Bolsonaro por tentar se manter distante do ex-presidente, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), recalibrou o discurso. Ontem, após o desfile do 7 de Setembro em São Paulo, Nunes afirmou que espera que Bolsonaro declare apoio a sua pré-candidatura "no tempo dele".

"Espero que, no tempo dele, ele possa anunciar o apoio dele a mim para que a gente tenha a união do centro com a direita para vencer a extrema esquerda", disse Nunes, que tem como principal rival na disputa pela Prefeitura o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Em uma palestra na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) no último dia 5 em São Paulo, Nunes havia se esquivado da associação a Bolsonaro ao responder à pergunta de um aluno. "Eu, do lado do Bolsonaro?", disse. A frase gerou mal-estar entre auxiliares do ex-presidente, que ainda não oficializou seu apoio ao prefeito.

"Chamei ele (Bolsonaro) para almoçar na Prefeitura outro dia, a gente tem conversado algumas vezes. Evidentemente, eu não tenho intimidade como eu tenho com o Tarcísio, porque eu estou no dia a dia aqui. Estou buscando ter essa proximidade", disse.

REJEIÇÃO. A rejeição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece como fator importante para as eleições municipais de São Paulo em 2024. Segundo pesquisa Datafolha, 68% dos eleitores paulistanos afirmam que "não votariam de jeito nenhum" em um candidato indicado pelo ex-presidente. Apenas 13% dizem que a indicação "levaria a escolher candidato com certeza".

Entre os três personagens representados na pesquisa, Jair Bolsonaro aparece como o pior cabo eleitoral para as eleições do ano que vem. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) - ele próprio apoiado por Bolsonaro -, consegue mobilizar um pouco melhor os eleitores, mas também tem uma rejeição alta: 15% votariam com certeza em um candidato indicado por ele, enquanto 46% não votariam de jeito nenhum.

Lula tem uma receptividade melhor entre os paulistanos: 23% dizem que votariam com certeza em um candidato indicado pelo petista, enquanto 37% rejeitariam sua indicação. A pesquisa foi feita presencialmente com 1.092 eleitores ouvidos pelo Datafolha na terça-feira, dia 29, e na quarta, 30.

Essa preferência pode fazer a diferença na disputa entre Nunes e Guilherme Boulos, que tem apoio do PT.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), deram início na manhã desta quinta-feira ao desfile cívico de 7 de Setembro no Sambódromo da cidade. Havia uma expectativa em relação a uma possível fala do governador após o desfile, mas a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes informou que a fala do governador não faz parte do cerimonial.

Antes, por volta das 8h30 (de Brasília), o governador e o prefeito desfilaram juntos em um carro aberto ao longo da avenida Olavo Fontoura, localizada na zona norte da capital paulista, onde ficam os portões que dão acesso ao interior do Sambódromo.

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Correu também entre os jornalistas a informação da possibilidade de o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) comparecer ao evento, mas até o início das comemorações da Independência no Sambódromo, Bolsonaro não se fez presente.

Ao contrário do que se via nos desfiles no Sambódromo antes da pandemia da covid-19, neste ano as arquibancadas não se encontram repletas de público.

Há várias espaços vazios que, nos desfiles das Escolas de Samba no Carnaval costumam ficar superlotadas.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou nesta quarta-feira, 19, uma representação pedindo ao Ministério Público que investigue o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o secretário de Assistência Social, Carlos Bezerra Junior, pelo suposto uso de imagens, sem autorização, de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social para mostrar feitos da gestão.

O documento é endereçado à Promotoria da Infância e Juventude do MP de São Paulo e aponta para oito publicações feitas nas redes sociais do prefeito e do secretário com imagens de crianças e adolescentes. O Ministério Público confirmou ao Estadão que recebeu o documento. Ele será analisado internamente.

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Uma das ocasiões que foi apresentada no pedido de investigação é do dia 7 de junho deste ano. Nunes e Bezerra Junior visitaram juntos dois projetos da Assistência Social em Capela do Socorro, subprefeitura que abrange os bairros Grajaú, Cidade Dutra e Socorro, na zona oeste de São Paulo. Nas imagens, os dois aparecem rodeados de crianças que são contempladas pelos projetos.

"Muito feliz com o que vi nas visitas que realizei a dois importantes serviços da Secretaria de Assistência Social, na Capela do Socorro: o Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo (CEDESP) 'Rosa Mística' e o Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) 'Sete de Setembro'. O trabalho realizado nesses lugares me faz ter a certeza de que estamos no caminho certo no que se refere ao apoio e fortalecimento de vínculos para pessoas em vulnerabilidade social", escreveu Nunes nas redes sociais.

Outro episódio que fundamenta a representação é um vídeo que Bezerra Junior publicou no dia 19 de abril. De acordo com as imagens, ele aborda uma família em situação de rua e ajuda a equipe da pasta a conduzir uma mãe com dois filhos a uma instituição de acolhimento. A legenda do vídeo diz: "Ficar nas ruas é estar sujeito a uma série de violações e violências, ainda mais quando se está com crianças. Por isso, a gente insiste mesmo para que as pessoas sejam acolhidas. E a gente vem trabalhando para melhorar os serviços".

Outras situações

Além dos oito episódios enumerados na representação, a reportagem encontrou outras publicações nas redes sociais do prefeito e do secretário nas quais crianças e adolescentes aparecem. Não há indicação de autorização dos responsáveis. No dia 5 de julho, Nunes visitou a comunidade da Favela do Haiti, na Vila Prudente, zona oeste de São Paulo, prestigiando ações do Favela 3D, projeto que busca melhorar as condições de vida dos moradores da região.

"A mudança que estamos realizando na Favela do Haiti é um exemplo de que precisamos unir forças para interromper o ciclo de pobreza das favelas", escreveu Nunes. Ele aparece em fotografias cumprimentando crianças.

No dia 4 de julho, Bezerra Junior publicou um vídeo mostrando o acolhimento de uma família em situação de rua na praça Marechal Deodoro, no centro de São Paulo. No vídeo, ele conversa com os pais da menina, mostra eles recolhendo os pertences para irem ao hotel da Assistência Social e abraça a criança.

Na legenda do vídeo, o secretário mencionou o nome da menina. "Hoje, graças a Deus, a pequena [...] e seus pais dormirão seguros, protegidos do frio, acolhidos em um hotel social", escreveu Bezerra Junior, marcando o perfil do prefeito.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a divulgação da imagem de menores de idade exige autorização dos pais. A representação enviada por Erika ao MP de São Paulo pede que Nunes e Bezerra Junior mostrem como obtiveram essa autorização e se possuem os dados das pessoas que aparecem nas imagens.

"Há indícios de que os gestores públicos indicados exploram de modo indevido a imagem de crianças e adolescentes para fins de promover ações da Prefeitura com contornos publicitários, ainda que não mercadológicos", diz o documento. "Ao fazer isso, estão violando a intimidade, privacidade e dignidade das crianças e adolescentes envolvidas, especialmente aquelas que são retratadas em condição de extrema vulnerabilidade."

A abertura de uma investigação depende da avaliação do promotor de Justiça que receberá o pedido.

O que o prefeito e o secretário têm a dizer

O Estadão entrou em contato com as assessorias de comunicação do prefeito Ricardo Nunes e da Secretaria de Assistência Social, pasta chefiada por Carlos Bezerra Junior. Até a publicação desta reportagem, não houve retorno.

A pouco mais de um ano para o início das convenções partidárias que definirão os candidatos das eleições municipais de 2024 e também seus aliados, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) já se movimenta em duas frentes.

Além da busca pela consolidação de apoios na centro-direita - que inclui seu próprio entorno político e nomes do bolsonarismo -, o emedebista atua para romper o desconhecimento entre os eleitores e tenta criar uma marca como "fiscal da cidade".

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Nesse contexto, a decisão de pedir à Justiça a demolição de um prédio de luxo construído irregularmente no Itaim-Bibi, um dos bairros mais ricos da capital, tem sido usada por Nunes na articulação. "Se alguém faz um prédio daquela envergadura, naquele local, um prédio para milionários, e não acontece nada, isso vai incentivar outras pessoas a agirem de forma igual", afirmou ele semana passada à imprensa. E completou: "Precisamos ser exemplares".

Desde a divulgação do caso pelo Estadão, em 15 de fevereiro, Nunes e sua nova equipe de comunicação viram no problema uma oportunidade. De lá para cá, o prefeito passou a cobrar quase diariamente respostas dos envolvidos. Mandou abrir sindicância contra três fiscais, multou a dona do prédio - a construtora São José -, colocou uma placa de embargo na fachada da obra e ordenou à procuradora-geral do Município, Marina Martinez, que formulasse uma ação pedindo ressarcimento por danos morais coletivos.

MARATONA. Na Justiça, o processo deve se arrastar por anos. Mas Nunes tem pressa. Ainda pouco conhecido entre o eleitorado - foi eleito vice-prefeito em 2020 e assumiu o cargo com a morte de Bruno Covas (PSDB), em 2021 -, ele tem cumprido uma agenda de checagem da qualidade dos serviços públicos. A ação ganhou até nome oficial: Programa Prefeitura Presente.

Na prática, trata-se de uma maratona de visitas a equipamentos de uma mesma região em um mesmo dia. No dia 22 de junho, a área escolhida foi a da Subprefeitura da Freguesia do Ó, na zona norte. Das 9h às 18h, a comitiva passou por duas unidades de saúde, um sacolão, uma escola infantil, um centro esportivo e um centro comunitário. Entre um compromisso e outro, Nunes anunciou obras de combate às enchentes do Jardim Carombé.

A agenda foi acompanhada por secretários ou adjuntos de sete pastas diferentes, além de representantes de empresas e departamentos municipais e de equipes da Secretaria Especial de Comunicação, que registrou o dia com 115 fotos publicadas no site da Prefeitura - Nunes está em quase todas.

Na propaganda partidária do MDB, veiculada no mês passado em São Paulo, o prefeito surge como estrela do partido e segue o script. No vídeo, ao lado de obras de habitação, ele afirma que "é o trabalho que vem aparecer na cidade".

DISPUTA. Até aqui convicto em disputar a reeleição pelo único partido que pertenceu até hoje, Nunes articula apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos partidos que fazem oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na lista estão o Republicanos, o governador Tarcísio de Freitas, e o PP.

A meta estipulada pelo prefeito é manter seu atual arco de alianças, que inclui, ainda, PSDB, União Brasil e PSD. Com os maiores partidos da centro-direita apoiando o nome do ex-vereador, restaria a seu principal adversário, o deputado Guilherme Boulos (PSOL), montar uma candidatura à esquerda apenas, tendo o PT como fiador.

Em relação ao prédio do Itaim, representantes da Prefeitura afastam, por enquanto, qualquer tipo de acordo. A construtora, por sua vez, tem a expectativa de fechar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) intermediado pelo Ministério Público do Estado. Em nota, a São José declarou que "dará os esclarecimentos necessários à Justiça".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Prestes a completar dois anos no cargo, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tenta se equilibrar na defesa de pautas de direita e de esquerda de olho em 2024. Mas as eleições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) empurram Nunes, que já é conservador, a caminhar para a centro-direita para tentar se reeleger.

Até aqui, o vice que virou prefeito atira para todos os lados, como afirmam aliados. Sem alcançar nenhuma marca de gestão, o emedebista passou a cogitar a implementação da tarifa zero no transporte público, uma das bandeiras do PSOL, e vetou câmeras nos uniformes da Guarda Civil Municipal, como defendem bolsonaristas.

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Mas, para se viabilizar como candidato da situação, interlocutores mais próximos já propõem uma guinada na atual estratégia, utilizada sem sucesso pelo ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que, ao se posicionar no centro, não conseguiu romper a polarização. A percepção é que, com a eleição de Lula, apresentar-se como "moderado" em 2024 pode tirar Nunes do segundo turno, exatamente como ocorreu com o tucano.

Por enquanto, o prefeito resiste ou ao menos posterga a mudança de perfil. Ao Estadão, reafirmou ser de centro. "Não creio que extremos sejam positivos. As eleições municipais têm suas especificidades. As pessoas querem saber sobre seu dia a dia e sobre a capacidade do gestor (no contexto do Tarcísio e Lula) de diálogo na defesa dos interesses da cidade e de governar para todos", disse.

Mas, para que o atual discurso seja viável do ponto de vista eleitoral, Nunes precisa conseguir reunir tucanos e bolsonaristas em torno de sua candidatura - diferentemente de Garcia e Tarcísio, que disputaram o mesmo eleitor no Estado. Nomes do bolsonarismo, porém, já se apresentam para a disputa, como o ex-ministro Ricardo Salles (PL).

Já o PSDB, após a morte de Bruno Covas, não formou nenhum outro quadro competitivo e pode caminhar com Nunes pela manutenção de espaço na máquina municipal com ou sem participação na chapa. Para atrair os bolsonaristas, já se cogita oferecer a eles a vaga de vice - no cenário nacional, o MDB é base do governo Lula e comanda três ministérios.

Além de consolidar a polarização nacional, a eleição de outubro marcou uma virada da esquerda na capital. O ex-prefeito Fernando Haddad (PT), que havia perdido a reeleição em primeiro turno, em 2016, voltou a sair vencedor nas urnas paulistas. Lula também venceu.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quais os segredos para ser um vendedor de sucesso? No evento "Explosão de Vendas - Edição Global", o empresário e investidor Ricardo Nunes, fundador da Ricardo Eletro, revelou ao público técnicas capazes de alavancar um empreendimento. O evento foi realizado em formatos on-line e presencial no auditório da UNINASSAU, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

O treinamento, que começou na última segunda-feira (18) e terminou nessa quarta-feira (20), foi organizado pela GodigitalEdu, plataforma direcionada à criação, desenvolvimento e lançamento de produtos digitais, e pela GoKursos, maior marketplace educacional do País, com milhares de cursos em diversas áreas do conhecimento. 

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Confira os detalhes na reportagem:

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Quase um ano após a morte de Bruno Covas (PSDB), a relação do partido e de antigos aliados do ex-prefeito da cidade de São Paulo com seu sucessor, Ricardo Nunes (MDB), passa por um momento turbulento. Quando assumiu em definitivo o cargo, em maio do ano passado, Nunes prometeu que manteria o time montado por Covas no governo, mas o emedebista promoveu mudanças que desagradaram aos aliados.

Os tucanos reclamam que pouco a pouco o prefeito da capital está minando os espaços do partido na máquina, dispensando remanescentes da gestão Covas e deixando em suspenso as indicações de secretários que devem deixar seus cargos em abril para disputar vagas no legislativo, casos de Ricardo Tripolli (Casa Civil), João Cury (Educação), Aline Cardoso (Desenvolvimento Econômico) e Carlos Bezerra (Assistência Social).

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A demissão de Pedro Barbieri da superintendência do Serviço Funerário foi o estopim da insatisfação dos "covistas". Barbieri foi dispensado por ter ido a Abu Dhabi ver o jogo do Palmeiras contra o Chelsea. Mas, segundo os tucanos, o funcionário, que é da "cota" de Gustavo Pires, ex-braço direito de Bruno, teria pedido licença para fazer a viagem.

Como reação, o presidente do diretório municipal do PSDB, Fernando Alfredo pediu uma audiência formal com Nunes para "discutir a relação".

"A vitória na eleição de 2020 foi do Bruno e seu grupo político. É natural, portanto, que se mantenham os espaços no governo desse grupo e do PSDB", disse o ex-secretário de Habitação e da Casa Civil, Orlando Faria, que foi demitido do cargo ano passado após apoiar Eduardo Leite nas prévias tucanas para a Presidência da República.

Os tucanos da capital querem manter nos seus cargos o secretário de governo, Rubens Rizek; das subprefeituras, Alexandre Modonezi; o diretor da SPTuris, Gustavo Pires, além de outros nomes do segundo escalão.

Os "covistas" reivindicam ainda a indicação dos secretários tucanos que deixarão os cargos para disputar as eleições.

Além de Orlando Faria da Casa Civil, o prefeito é cobrado pelos tucanos pela demissão de Alê Youssef da Cultura e Cesar Azevedo, que comandava a pasta do licenciamento. Mesmo após a morte de Bruno Covas, os tucanos da capital ligados ao ex-prefeito ainda dominam o diretório e zelam pelo espaço da sigla na administração.

O grupo planeja fazer um evento em homenagem a Covas para pressionar o prefeito, que sempre evoca o fato de manter o "legado" do tucano.

Procurado, o prefeito Ricardo Nunes disse que as mudanças em sua gestão foram pontuais e mantém os cargos do grupo de Covas.

Proximidade

No atual cenário político paulista, o Palácio dos Bandeirantes passou a reclamar de sabotagem do governo federal com o Estado, mas o prefeito Ricardo Nunes mantém um discurso afinado com o presidente Jair Bolsonaro - o que causou "desconforto" entre os tucanos.

Em um evento com clima de ato político na última quinta-feira, Nunes e Bolsonaro trocaram elogios e afagos na inauguração dos reservatórios do Córrego Ipiranga, uma obra feita em parceria com a Prefeitura e sem a participação do governo paulista.

'Briga eu deixo para eles'

Nunes disse que não há do que reclamar do governo do Estado e nem do governo federal. "Eu estou focado na prefeitura, com boa relação com o governo do estado e federal. A briga eu deixo para eles. O presidente vem a São Paulo inaugurar uma obra de interesse da cidade, eu tenho que tratá-lo com o respeito devido", afirmou.

No plano estadual, o MDB de Nunes vai apoiar a candidatura do vice governador Rodrigo Garcia (PSDB) à reeleição para o Palácio dos Bandeirantes, mas no nacional há um impasse sobre subir ou não no palanque de Doria.

São Paulo é mais uma capital brasileira que não terá Carnaval de rua em 2022. A decisão foi anunciada nesta quinta (6), após uma reunião realizada entre o prefeito Ricardo Nunes e os secretários municipais do Comitê Executivo de análise da folia na cidade. Devido ao avanço da variante Ômicron, a folia popular em solo paulista foi cancelado pelo segundo ano consecutivo.

No início de 2022, a prefeitura de São Paulo chegou a autorizar 696 desfiles para o seu Carnaval de rua, o maior número de blocos já confirmados na capital. Na ocasião, o governo municipal informou que as autorizações faziam parte de uma etapa do planejamento para o evento, mas que a realização dele dependeria das autorizações dos órgãos de Saúde.

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Já nesta quinta (6), o prefeito Ricardo Nunes bateu o martelo e, após recomendação da Secretaria de Saúde, cancelou a folia em espaços públicos. No entanto, os desfiles das escolas no sambódromo do Anhembi estão mantidos. A prefeitura municipal também deve formular um protocolo rígido com medidas para combater a disseminação do vírus durante o período. “Por conta da situação epidemiológica está cancelado o carnaval de rua de São Paulo. Nós vamos sentar com a Liga das Escolas de Samba para combinar um protocolo para a realização dos desfiles no sambódromo. Caso eles aceitem os protocolos, os desfiles serão mantidos", disse o prefeito em coletiva à imprensa.

Reprodução/Instagram

Policiais que integram a equipe de segurança do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), reagiram a uma tentativa de assalto no início da manhã desta quarta-feira, 1. O fato ocorreu em frente à casa do chefe do Executivo municipal, em Socorro, na zona sul da cidade. Um dos criminosos foi baleado e morreu no local. O caso foi registrado no 11º DP.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, os policiais estavam em um veículo, quando dois homens se aproximaram e anunciaram o assalto. Ao perceber que se tratava de um assalto, os agentes intervieram e o indivíduo que estava na garupa foi atingido com disparos feitos pelos agentes.

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Ainda segundo a secretaria, o serviço de urgência foi chamado, mas o homem, que não foi identificado, não resistiu aos ferimentos e morreu. O segundo autor conseguiu fugir.

Em nota, a Prefeitura confirmou que "policiais que trabalham na equipe de segurança do prefeito reagiram à tentativa de assalto por dois homens em uma moto".

A prefeitura de São Paulo anunciou, nesta segunda-feira (23), que será obrigatório estar com a vacinação contra a Covid-19 em dia para entrar nos estabelecimentos da cidade. A exigência será como um passaporte de vacinação que deverá ser exigido por todos os estabelecimentos (comércio, serviços e eventos em geral). A comprovação poderá ser feita por meio de aplicativo da prefeitura ou com o próprio cartão físico.

"A pessoa baixa o aplicativo da prefeitura e lá terá um QR Code com todas as informações: primeira dose, segunda dose, quando ela vai tomar ou deveria ter tomado", explicou o prefeito Ricardo Nunes. Segundo ele, o dispositivo e-SaudeSP está em fase de testes e a previsão é a de que até sexta-feira (27) já esteja concluído.

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O prefeito disse que o estabelecimento que não cumprir a determinação será multado, e o cidadão que não apresentar o comprovante de vacinação poderá ser impedido de entrar no local. 

“O conceito principal é o de que os estabelecimentos só aceitem pessoas com a vacina. Se identificarmos que o estabelecimento não está exigindo ou que há pessoas no local que não se vacinaram, aplicaremos uma multa. Para evitar isso vamos oferecer todos os mecanismos para fazer essa identificação”, disse Nunes.

No início desta semana, o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), confirmou que o Lollapalooza Brasil 2022 está confirmado e vai acontecer nos dias 25, 26 e 27 de março do próximo ano. Em virtude da pandemia de Covid-19, o evento havia sido adiado temporariamente, mas agora retornará às atividades com uma condição: será necessário ter 70% da população paulista completamente imunizada.

A permissão para realização do evento torna-se uma meta alcançável, uma vez que o atual calendário de vacinação prevê que até agosto todos os adultos estejam imunizados com a primeira dose da vacina. Caso a aplicação do imunizante continue sendo a Oxford/AstraZeneca desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tudo indica que os adultos estejam completamente vacinados até o fim do ano.

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Aqueles que já haviam adquirido os ingressos podem guardá-los, pois estarão válidos para usá-los nas novas datas que foram divulgadas. Entretanto, aqueles que não puderem comparecer no evento em março, têm a possibilidade de solicitar a devolução dos ingressos em forma de conversão em créditos, para utilizá-los em qualquer outro evento organizado pela Time For Fun (T4F), ainda em 2022.

Esta será a 9ª edição do Lollapalooza Brasil e acontece no Autódromo de Interlagos (SP). O evento vai permitir a entrada de pessoas a partir de 15 anos e caso alguém interessado em comparecer ao festival não tenha a idade mínima, será necessário o acompanhamento com os pais e/ou responsáveis.

 

 

O novo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), é investigado pela Polícia Civil por suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro desviado da Prefeitura no período em que foi vereador. Os investigadores apuram detalhes sobre depósitos na conta da empresa do emedebista, de sua mulher e de seus filhos, após alerta de órgãos de controle.

As evidências foram levantadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que também mapeou movimentações financeiras suspeitas de entidades comandadas por ex-funcionários do prefeito. Elas gerenciavam creches da cidade, mas parte dos recursos recebidos da Prefeitura foi parar em contas de seus próprios gestores, depois de passar por contas de empresas que, para a polícia, são de fachada.

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Um dos pontos da investigação são dois depósitos em dinheiro, que totalizam R$ 150 mil, feitos na conta de uma dedetizadora registrada em nome do prefeito e seus familiares. O Coaf emite alertas para transação em espécie em valores elevados para prevenir lavagem de dinheiro. Os investigadores apuram as circunstâncias dos depósitos atípicos.

Questionado pelo Estadão, Nunes afirmou, por meio de nota, que "não há depósitos sem origem" na conta de sua empresa, mas não informou quem fez os pagamentos que levaram o Coaf a emitir o alerta.

O Ministério Público já se manifestou favoravelmente à continuidade do inquérito, que está em segredo de Justiça e teve início em dezembro de 2020. A apuração é uma nova frente de investigação contra o prefeito, que já foi alvo de um processo na Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo por suspeitas com a "Máfia das Creches". Esta primeira apuração, de cunho civil, não encontrou indícios contra ele.

Ricardo Nunes comanda a Prefeitura desde o início do mês, quando o prefeito Bruno Covas (PSDB) se afastou para se tratar de um câncer. Ele assumiu o cargo em definitivo na semana passada, após a morte de Bruno. Antes de ser eleito vice, ele foi vereador da cidade por dois mandatos (entre 2012 e 2020). A investigação está relacionada aos seus dois últimos anos na Câmara Municipal.

Esquema

No esquema investigado pela polícia, a organização social Associação de Moradores Jacinto Paz, que recebe dinheiro da Prefeitura para administrar creches na zona sul de São Paulo, fez pagamentos a duas empresas: uma construtora, WMR, e uma distribuidora de material escolar, Águia. Os repasses somam R$ 1,5 milhão. O montante chamou a atenção do Coaf porque ambas são registradas como empresas de pequeno porte.

Entre 2019 e 2020, período da investigação, a associação Jacinto Paz recebeu R$ 20,6 milhões da Prefeitura para atender cinco creches em Santo Amaro, reduto eleitoral do prefeito. A entidade é presidida pelo casal Andrea Miranda e Gilson dos Santos. Ela trabalhou na campanha que reelegeu Nunes na Câmara Municipal, em 2016. O Estadão identificou que Andrea consta na prestação de contas entregue pelo prefeito à Justiça Eleitoral. Os pagamentos foram registrados como "despesas com pessoal".

Os repasses da associação comandada por Andrea e o marido às duas empresas foram feitos sem licitação, uma vez que entidades dessa natureza são dispensadas da obrigação de fazer processos licitatórios.

O Coaf, no entanto, apontou que tanto a WMR quanto a Águia também fizeram transferências consideradas suspeitas em suas contas. Além de saques em espécie e compensações de cheques, que dificultam o rastreamento do dinheiro, o órgão de controle identificou uma série de pagamentos para a conta de uma outra empresa de Gilson dos Santos (o administrador da associação Jacinto Paz e marido de Andréa), que depois foram parar na conta pessoal dele.

A investigação da Polícia Civil sobre lavagem de dinheiro desviado de creches de São Paulo envolve também a Associação Amigos da Criança e do Adolescente (Acria), outra entidade contratada pela Secretaria Municipal de Educação da capital ligada ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).

O Coaf identificou que as empresas WMR e Águia, suspeitas de simular transações comerciais para limpar dinheiro ilícito, fizeram 29 repasses para a entidade, que somam R$ 974 mil, entre dezembro de 2018 e setembro de 2020.

Chamou a atenção dos investigadores que apenas um desses pagamentos somou R$ 122 mil. A investigação apura as razões dessas transferências, uma vez que a entidade, sem fins lucrativos, não presta serviços senão a gestão de creches para a Prefeitura de São Paulo, segundo informações de seu próprio site.

A presidente da Acria, Elaine Targino, também trabalhou com o prefeito. Ela foi funcionária de uma das empresas de Nunes entre 2005 e 2008 e, desde que ele virou vereador, passou a pedir votos para Nunes nas redes sociais, além de manter fotos no Facebook com ele, a quem chama de "chefe". Nas eleições passadas, ela também fez campanha para o candidato a vereador que era apoiado por Nunes, Marcelo Messias (MDB), que foi eleito.

Como o Estadão revelou em outubro, antes da eleição, a Acria contratou a empresa da família do prefeito, a dedetizadora Nikkey, por R$ 50 mil ao longo de 2019. Esses repasses não estão na relação de transações sob investigação.

O prefeito disse à época que a empresa de sua família foi contratada para oferecer o serviço de dedetização às creches administradas pela associação, e que cobrou valores abaixo do preço de mercado porque conhecia o trabalho da entidade.

A reportagem procurou a Acria, a Jacinto Paz, a WMR e a Distribuidora Águia, além de seus representantes, em 14 telefones diferentes, ao longo das duas últimas semanas. Nenhum deles foi localizado para comentar o inquérito.

A 1.ª Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração e Lavagem de Dinheiro, que cuida do caso, e a Promotoria de Crimes Tributários, Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro, que estão encarregadas do caso, informaram à reportagem que a investigação está sob sigilo e não fizeram comentários.

A Prefeitura de São Paulo negou que haja uma investigação policial contra o prefeito Ricardo Nunes e informou, por nota, que o prefeito não tem relações nem proximidade com as pessoas citadas no inquérito por lavagem de dinheiro do qual ele é alvo. A nota afirma que a Prefeitura "repudia veementemente as reiteradas tentativas de colocar em dúvida a reputação do prefeito".

O inquérito está sob sigilo e, segundo o Estadão apurou, a defesa do prefeito ainda não foi procurada para prestar esclarecimentos à polícia. De acordo com a nota, enviada pela Secretaria Especial de Comunicação, Nunes "está à disposição das autoridades competentes para prestar eventuais esclarecimentos, como já o fez em outras apurações já encerradas por não comprovarem irregularidades". "O prefeito sempre se pautou pela lisura e legalidade em suas atividades privadas e na sua vida pública."

Na nota, Nunes negou que Andrea Miranda tenha prestado serviços a ele. "Nunca foi funcionária", diz. Segundo o próprio prefeito declarou na prestação de contas da campanha de 2016, quando disputou a reeleição como vereador, porém, pagamentos a Andrea foram registrados como "despesa com pessoal".

Sobre Elaine Targino, o prefeito admitiu que ela trabalhou em sua empresa e informou que ela "faz serviço social na região sul", mas afirmou que "não há proximidade" com a ex-funcionária nem com os demais citados.

Diante do questionamento sobre os alertas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras a respeito de depósitos em espécie na conta da empresa, o prefeito informou que "não há depósito sem origem" nas contas, sem mais comentários sobre as transações financeiras. A Prefeitura informou ainda que a entidade Associação Moradores Jacinto Paz, apontada como origem da série de transferências sob investigação, "foi descredenciada e teve os contratos com a Prefeitura cancelados em 14 de janeiro de 2021". A nota não esclarece o motivo do descredenciamento. 

Ao assumir o comando da cidade de forma definitiva menos de cinco meses após a posse como vice, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) terá pela frente três anos e sete meses para criar e apresentar à população seu modo de governar. Sem pressa, segundo ele. A única meta definida neste momento é a de não promover grandes mudanças na equipe nem nos projetos em andamento.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Nunes reforçou que vai dar continuidade à gestão de Bruno Covas. "A eleição PSDB/MDB, liderada pelo Bruno, apresentou as nossas propostas para cidade e vou somente dar continuidade. Trabalhar muito, junto à nossa equipe, para honrar a memória do Bruno, nosso grande líder. Força, Foco e Fé", ressaltou Nunes, citando o slogan eleitoral que virou marca do tucano.

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Assim como os auxiliares mais próximos, Nunes, que é ex-vereador, sabia que Covas (PSDB) havia entrado na fase de tratamento paliativo contra o câncer. Não se falava mais em cura, mas em sobrevida. O avanço rápido da doença nas últimas semanas, no entanto, pegou todos de surpresa e acelerou o processo de transição.

Respeitado na Câmara Municipal, onde cumpriu dois mandatos, mas classificado como "inexperiente" para a nova função, Nunes diz ter como "trunfo" o conhecimento, em detalhes, das contas municipais. Quando parlamentar, participou da elaboração de sete das oito leis orçamentárias aprovadas no período, além de CPIs com foco fiscal.

Considerado conservador e mais à direita no espectro político do que Covas, o novo prefeito pretende em forte ligação com a Igreja Católica. A proximidade deve ajudar na construção de parcerias que pretende firmar com entidades religiosas para convencer usuários da cracolândia a aceitar tratamento e moradores de rua a desmontar suas tendas e procurar abrigo em albergues da cidade.

Na condução de medidas relacionadas à pandemia, a expectativa é a de seguir os critérios técnicos utilizados até aqui para liberar ou não mais alunos nas salas de aula ou ampliar a ocupação do comércio, por exemplo.

E, assim como seus antecessores, deve seguir a política de regularizar imóveis e manter a isenção de tributos municipais a igrejas e a oferta de descontos a empresários em débito com o município.

Outra "característica" que não deve mudar é o loteamento das subprefeituras por ex-colegas vereadores - o próprio Nunes exerce influência sobre a regional de Santo Amaro, seu reduto eleitoral, desde a gestão de Fernando Haddad (PT).

Durante a campanha, no entanto, a influência política e o conhecimento fiscal perderam espaço para a notícia de que a mulher de Nunes registrou um boletim de ocorrência por agressão e ameaça, em 2011, e o vice passou a ser questionado e até mesmo escondido em entrevistas e debates.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o agora prefeito disse que sua mulher afirma não ter registrado tal boletim. "Ela até contratou um advogado para procurar esse documento e ele simplesmente não existe. Eu amo a minha mulher, estamos juntos há 23 anos. Nunca fiz qualquer agressão. Foi coisa de campanha isso."

Oposição

Na Câmara, a perspectiva segue a mesma: assim como a gestão Covas, a administração Nunes terá de negociar projeto a projeto mas, desta vez, com vereadores petistas possivelmente menos aguerridos na oposição.

Isso porque até 2016, quando João Doria (PSDB) tornou-se prefeito, PT e MDB eram aliados na Casa.

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