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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quinta-feira (2) que o vice-presidente da República Michel Temer tem que deixar a articulação política do governo assim que for concluída a votação de matérias sobre o ajuste fiscal. “Michel Temer entrou para melhorar esta articulação política e está claramente sendo sabotado por parte do PT. Acho que deveria deixar a articulação política”, afirmou.

Para o parlamentar, a articulação política do governo está cada hora indo para um caminho equivocado. “Do jeito que está aqui, com o governo se misturando com o PT no mesmo mal, o PMDB deve ficar longe porque isto não está fazendo bem para o PMDB e ao mesmo tempo o governo, como está se comportando dentro da Casa, não está fazendo bem a ele”, concluiu.

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As afirmações foram uma reação de Cunha às críticas de parlamentares que questionam votações polêmicas, como a que garantiu a aprovação da redução da maioridade penal a partir da votação de emendas.  A Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, no começo da madrugada desta quinta (2) uma emenda substitutiva, praticamente idêntica ao texto derrubado no dia anterior (1º), e que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.

“Isso é choro de quem não tem voto, de quem está entrando em agenda que não é da sociedade. Não é a toa que o governo está indo para 9% de popularidade e está do mesmo tamanho de quem apoia a manutenção da idade penal”, disse Cunha.

Em meio à discussão sobre o ajuste fiscal na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff se esquivou de comentar sobre a divisão da base aliada, especialmente sobre a tensão entre os parlamentares do PMDB e do PT. "Eu sempre digo que não se pode fazer análises políticas em cima do clima emocional momentâneo", frisou a petista.

Em breve coletiva na manhã desta quarta-feira (6), após o lançamento do Plano Nacional de Defesa Agropecuária, a presidente disse acreditar que as medidas provisórias que integram o ajuste fiscal proposto pelo governo serão aprovadas. "Vamos aguardar e nos manter tranquilos", disse. "Tenho certeza que haverá sensibilidade necessária para que se vote o ajuste. Tenho crença que os parlamentares trabalham a favor do brasil. Podemos divergir em algumas questões, mas trabalhamos a favor do Brasil. Vamos aguardar", completou.

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O vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, até se reuniram com líderes partidários nesta manhã, par tentar articular um acordo, mas ainda não há consenso. O PMDB exige que a Executiva do PT se posicione sobre a questão. Por enquanto, os peemedebistas querem a retirada da matéria da pauta de votações.

Medidas

Duas MPs integram a proposta de ajuste fiscal do governo. A MP 665/2014 já tranca a pauta do plenário. Aprovado na comissão mista na semana passada, o texto determina a carência de 12 meses de trabalho nos 18 meses anteriores à demissão para solicitar o primeiro seguro-desemprego. No segundo pedido, essa carência cai para nove meses. Nos demais, para seis meses ininterruptos de trabalho. O valor do abono seguirá a mesma regra do 13º salário, ou seja, só será pago integralmente a quem trabalhar o ano inteiro.

Já a MP 664/14 ainda está em análise na comissão mista. No parecer, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) propôs a redução, de 24 para 18 meses, do prazo mínimo de contribuição para que a pensão por morte seja concedida para o cônjuge ou companheiro. A medida também exige um tempo mínimo de dois anos de casamento ou união estável.

O vice-presidente Michel Temer, novo articulador político do governo, retoma nesta segunda-feira (13) as conversas sobre o segundo escalão do governo. O primeiro imbróglio a ser resolvido deve ser a definição sobre a ida do ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo.

Mas este acerto depende de outro, que é a definição sobre qual será o destino de Vinícius Lajes, atual titular da pasta que tem como padrinho político o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que não quer ver seu afilhado desalojado sem uma compensação.

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Daí a importância da conversa que deve ser realizada hoje entre Temer e Renan. "São vários PMDBs e eles têm de se entender", comentou um interlocutor direto da presidente Dilma Rousseff. O que interessa ao governo é a estabilidade e a governabilidade. Quando este consenso estiver construído, as nomeações sairão", afirmou.

Com a tarefa delegada a Temer, a presidente espera ter mais sossego em relação a estas disputas, embora seja dela a decisão final das indicações. Ela espera que a habilidade de Temer amenize as disputas, por ele ser um integrante da sigla.

Coordenação

Dilma inicia a semana se reunindo com Michel Temer e a coordenação política de seu governo, às 9h, no Planalto. Além de avaliar as manifestações do domingo, 12, a pauta do encontro inclui estas nomeações. O governo sabe que vai ter de discutir, por exemplo, as nomeações do setor elétrico, cobiçadas por vários setores do PMDB e do PT.

Porém, os principais cargos de direção da Eletrobras, responsável por diversos programas estratégicos do governo, não devem entrar nas primeiras rodadas de negociações.

Segundo um representante da cúpula do PT, neste momento a presidente pretende mexer apenas na composição das seis subsidiárias, mas não no comando da Eletrobrás, atualmente presidida por José da Costa Carvalho Neto, considerado técnico e apartidário.

Lideranças dos partidos da base aliada têm a expectativa de que Michel Temer conclua um estudo sobre a divisão dos espaços do segundo e terceiro escalão nos próximos dez dias. Temer deve receber nos próximos dias um mapeamento da distribuição dos principais cargos do governo, incluindo postos em bancos públicos e agências reguladoras, entre outras.

Parlamentares do PMDB afirmam que Temer já sinalizou que dará atenção especial ao partido, principal condutor da crise com o Palácio do Planalto. O problema é que, além de atender aos pleitos das bancadas da Câmara e do Senado, Temer terá de administrar também o descontentamento de outros setores do PMDB, que o criticam por privilegiar a sua "entourage" na composição ministerial, realizada no inicio do ano pela presidente.

Neste novo desenho da articulação da política, tirada do PT e entregue ao PMDB, o governo criou outra aresta com a ala histórica dos petistas, que sempre defendeu o governo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A transferência de atribuições da Secretaria de Relações Institucionais para o vice-presidente da República, Michel Temer, foi oficializada nesta sexta-feira (10) no Diário Oficial da União. Na última quarta-feira (7), a presidenta Dilma Rousseff anunciou a saída do ex-ministro da secretaria, Pepe Vargas, e a extinção da pasta, que tinha status de ministério.

Temer agora acumula as atribuições de vice-presidente e de articulador político do governo. De acordo com o despacho de Dilma publicado nesta sexta-feira, a mudança considerou “que o Brasil passa por desafios importantes na economia que requerem maior interação e harmonia de objetivos dos Poderes Executivo e Legislativo” e a experiência de Temer como articulador político, inclusive durante sua atuação como presidente da Câmara dos Deputados.

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Entre as tarefas de Temer estão a “condução do relacionamento do governo com o Congresso Nacional e os partidos políticos e de interlocução com os estados, o Distrito Federal e os municípios”, de acordo com o despacho.

Pepe Vargas vai assumir a Secretaria de Direitos Humanos no lugar de Ideli Salvatti.

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse nesta quinta-feira, 9, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou otimismo com sua indicação para assumir a articulação política do governo Dilma Rousseff. "Delicadamente, ele disse que talvez eu me saia bem", disse Temer ao deixar o Instituto Lula, na capital paulista, após uma reunião de uma hora e meia com o petista.

Temer enfatizou que foi escolhido pela presidente Dilma por sua experiência no Congresso Nacional, onde atuou como parlamentar por 24 anos e foi presidente da Câmara três vezes. Ao ser questionado sobre seus antecessores na coordenação política, petistas, o vice evitou polêmicas e reforçou a mensagem de "parceria" com Dilma. "Tudo que eu faço é combinadamente com a presidenta Dilma", afirmou Temer. "Não há ingovernabilidade. Eu sou vice-presidente da República. Quando a presidente me pediu (para assumir a articulação), ela disse 'nós somos parceiros, você vai me ajudar a governar'".

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Temer foi chamado nesta semana a assumir a articulação política do governo. A recomendação de ceder a função ao PMDB partiu do próprio Lula, após o governo sofrer sucessivas derrotas no Congresso, em grande parte impostas pelos peemedebistas Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara, e Renan Calheiros (AL), presidente do Senado. A primeira opção de Dilma foi convidar Eliseu Padilha a trocar a Aviação Civil pela Secretaria de Relações Institucionais. Em um movimento desastrado, contudo, o Planalto viu a recusa de Padilha se tornar pública. Dilma optou então por incorporar a SRI à vice-presidência.

Nesse movimento, foi oferecida a Temer autonomia e liberdade para indicação de cargos de segundo e terceiros escalões. Temer assumiu ter tal liberdade de indicação, mas disse que passará os nomes pelo crivo de Dilma. "A presidenta me deu poderes para tanto. Evidentemente que eu sempre conversarei com ela, afinal ela é a presidenta da República, mas tenho autonomia para fazer todos os levantamentos, todos os estudos", disse. Ele alegou, contudo, que esse é um ponto de menor importância ante sua missão de promover o diálogo com parlamentares, governadores e prefeitos - tarefa que disse que vai desempenhar com "tranquilidade".

Ao final da breve fala a jornalistas, Temer disse que vai examinar na semana que vem sair da presidência nacional do PMDB. Ele afirmou ter conversado bastante sobre o tema nos últimos dias. Ele não quis comentar a eventual sucessão por Valdir Raupp (RO), primeiro-vice-presidente da sigla e investigado na Operação Lava Jato. Raupp disse nesta quinta-feira que assumirá a presidência se Temer se licenciar. A posição, segundo o senador, deve ser anunciada na próxima segunda-feira, 13.

Temer se reuniu com Lula com o objetivo principal de falar sobre reforma política. Ele se disse satisfeito em encontrar um ex-presidente "entusiasmado" com o tema.

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse nesta quinta-feira, 9, que vai assumir a presidência do PMDB caso o vice-presidente, Michel Temer, decida se licenciar do cargo para se dedicar exclusivamente à articulação política do governo. Segundo o senador, Temer irá anunciar a sua posição na próxima segunda-feira, 13.

Questionado se o fato de ele ser um dos investigados na Operação Lava Jato não causava constrangimento para assumir o posto, Raupp negou as acusações de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás. Disse que não vai "interromper" a sua vida pública por causa de uma "denúncia vazia".

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"Todas as doações foram legais. Eu não vou interromper a minha vida pública por causa de uma denúncia vazia. Não tem nenhuma prova", disse ao ser questionado sobre se assumiria o comando do PMDB.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu abrir um inquérito contra Raupp para investigar o pagamento de R$ 500 mil para a sua campanha ao Senado em 2010 que teria sido intermediado pelo doleiro Alberto Youssef.

O fato de ser um dos investigados pelo STF fez com que Raupp hesitasse, num primeiro momento, em assumir o posto. Ele, no entanto, é o quadro natural, já que ocupa a primeira vice-presidência do partido. Caso não aceitasse, o nome mais cotado era o do senador Romero Jucá (RR), que também está na lista dos investigados pelos desvios na Petrobras.

Depois de assumir a articulação política do governo, o vice-presidente Michel Temer decidiu deixar a presidência do PMDB. Em seu lugar, quem deve ficar no posto é o senador Valdir Raupp (RO), que é um dos políticos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato.

Os dois conversaram nesta quinta-feira, 9, para acertar os detalhes da transição. Segundo a assessoria de imprensa de Temer, o vice-presidente avaliou que seria melhor deixar o comando do PMDB para não acumular as duas funções, já que atuar na coordenação política vai tomar grande parte do seu tempo.

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O fato de ser um dos investigados pelo STF fez com que Raupp hesitasse em assumir o posto. Ele, no entanto, era o quadro natural, já que ocupa a primeira vice-presidência do partido. Caso não aceitasse, o nome mais cotado era o do senador Romero Jucá (RR), que também está na lista dos investigados pelos desvios na Petrobrás.

Na terça-feira, Dilma decidiu que o vice acumularia também as atribuições da Secretaria de Relações Institucionais. Antes disso, ela havia convidado o ministro Eliseu Padilha, que recusou o convite.

Dois dias depois de o vice-presidente Michel Temer assumir a articulação política do governo, o Palácio do Planalto conseguiu impedir, pela segunda vez esta semana, a criação de uma CPI no Senado. Sete senadores, entre eles os seis da bancada do PSB, decidiram retirar as suas assinaturas de apoio para a criação da CPI dos Fundos de Pensão. Com as desistências, a oposição conseguiu apenas 25 nomes, dois a menos do que o exigido pela Casa para a criação de uma comissão.

Em nota, a bancada do PSB afirmou que decidiu retirar os apoios para "concentrar suas forças e energias" no funcionamento de outras três comissões: a do HSBC, da Operação Zelote e a que vai investigar o extermínio de jovens. "A bancada do PSB alerta que a proliferação de CPIs dispersa o trabalho no Senado Federal, enfraquece a investigação, desviando as atenções do debate das grandes questões nacionais", diz o texto.

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Nesta quarta-feira, 8, senadores também retiraram assinaturas e impediram a instalação de outra CPI articulada pela oposição, que investigaria o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Integrantes da base aliada trabalharam durante a semana para impedir a criação das duas CPIs. No caso da investigação sobre o BNDES, o PSB vinha sendo considerado pela oposição como o "fiel da balança" para conseguir o número de assinaturas necessárias para a instalação da comissão.

Considerado pelo Palácio do Planalto a "solução" para a crise política com a base aliada, o vice-presidente Michel Temer conseguiu na quarta-feira, 8, entregar ao governo um compromisso dos partidos de apoio ao ajuste fiscal no Congresso. O vice-presidente obteve a garantia de líderes e presidentes das legendas aliadas, mediante a assinatura de um documento, de que nenhum projeto que implique gastos nas contas públicas será votado.

No entanto, não ficou assegurado que outras eventuais propostas que a base queira fazer avançar no Congresso e que não tenham impacto econômico sejam resguardadas.

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Ficou claro durante o dia também que Temer, presidente nacional do PMDB, enfrenta desconfiança dentro do próprio partido, principalmente em relação à "autonomia" que terá para desempenhar o papel de articulador político. Lideranças do PMDB da Câmara e do Senado demonstraram já na estreia do vice-presidente na nova função que, se depender de sua própria legenda, ele não terá facilidades para conduzir o processo de negociação com o Congresso.

A presidente Dilma Rousseff foi obrigada a entregar a articulação política do governo a Temer após o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), recusar o posto.

Entre os primeiros desafios do vice-presidente na relação com os parlamentares está a discussão das propostas contidas no pacote de ajuste econômico.

Nesse sentido, apesar da assinatura do documento, integrantes da coalizão governista dão como certo que ele não conseguirá manter as restrições defendidas pelo Planalto nos benefícios trabalhistas e previdenciários.

Um primeiro sinal da dificuldade que Temer enfrentará foi dado pela bancada da sigla na Câmara. Em reunião realizada na quarta-feira, os deputados decidiram que será mantida a postura de "independência". O encontro foi marcado pela divisão entre os que declararam apoio à ida de Temer para a nova função e aqueles que classificaram como "equívoco" em razão de a iniciativa enraizar o PMDB no governo no momento de crise.

Ministérios

A demonstração de independência da bancada foi colocada em prática antes mesmo do encontro, quando integrantes do partido defenderam, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a aprovação da proposta que reduz de 39 para 20 o número de ministérios. A sessão foi interrompida por causa do início dos trabalhos no plenário da Câmara. "Não estou preocupado com isso (agradar ou desagradar ao governo)", disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). "Não vou nem dizer amém nem dizer não só por dizer. Vamos dialogar (com o governo)."

No Senado, onde Temer tem menos "ascendência" entre as lideranças do PMDB, a postura é de compasso de espera. Para senadores peemedebistas, tudo vai depender da autonomia que Dilma dará ao vice para resolver as demandas da bancada: as indicações de segundo escalão, a liberação das emendas dos parlamentares e até mesmo os pedidos de simples audiências com ministros.

Temer tem tentado agradar ao grupo do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Internamente, ele admite deixar a presidência do PMDB para dar lugar ao senador Romero Jucá (RR), aliado de Renan e eleitor do senador Aécio Neves (PSDB) na eleição presidencial.

Aécio ironizou a ida do vice-presidente para a coordenação política do governo. "Dilma introduziu a renúncia branca. Há um interventor na economia (Joaquim Levy, ministro da Fazenda) que pratica tudo aquilo que ela combateu no primeiro mandato. E ela delegou a coordenação política ao vice que desprezou. E ainda é refém dos presidentes da Câmara e do Senado." (Colaboraram Isadora Peron e Pedro Venceslau)

O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, ironizou a escolha do vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), como novo coordenador político do governo Dilma Rousseff (PT). "Dilma introduziu a renúncia branca. Há um interventor na economia que pratica tudo aquilo que ela combateu no primeiro mandato. E ela delegou a coordenação política ao vice que desprezou. E ainda é refém dos presidentes da Câmara e do Senado", disse, em referência também ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, principal defensor do ajuste fiscal, ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Na saída de reunião da Executiva Nacional do PSDB, nesta quarta-feira, 8, em Brasília, Aécio também rebateu as declarações feitas na segunda-feira, 6, pelo governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). O petista apresentou dados de uma auditoria nas contas do governo estadual e classificou a situação orçamentária como "grave" e culpou as gestões anteriores - o PSDB governou o Estado nos últimos 12 anos. "Isso foi uma grande encenação de um governo que não começou. Um atestado de fracasso", afirmou. "Quem dirige olhando pelo retrovisor corre o risco de bater forte. E, no caso do PT, ter perda total".

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PSDB

No encontro da Executiva, o PSDB decidiu fazer uma intervenção nos diretórios estaduais e municipais que não se empenharam nas campanhas de 2014. Ficou estabelecida na reunião uma "cláusula de desempenho" para os diretórios da sigla: aqueles que não obtiveram 6% dos votos válidos do Estado ou do município, o que equivale à metade da média de desempenho do PSDB, não estão autorizados a fazer suas convenções e terão suas direções renovadas. "Percebemos em determinados diretórios que não houve empenho com as candidaturas colocadas pelo partido. Queremos acabar com os cartórios que existem no PSDB", afirmou Aécio.

A expectativa da cúpula tucana é que pelo menos 30% dos diretórios municipais do partido passarão por uma troca no comando.

Também no encontro, o PSDB definiu que lançará no próximo dia 5 uma ampla campanha de filiação que será focada em dois segmentos: os jovens de 16 a 24 anos e as mulheres.

Protestos

Quando questionado se participa nas manifestações contra a presidente Dilma Rousseff (PT) convocadas para o próximo dia 12, Aécio afirmou que está "avaliando". Durante o encontro, vários dirigentes tucanos cobraram a participação do senador nos protestos.

Nos protestos do dia 15 de março, Aécio chegou a divulgar nas redes sociais um vídeo em que convocava a população para as ruas, mas não participou dos atos. Foi fotografado falando ao telefone e acompanhando a manifestação da janela de seu apartamento no bairro de Ipanema, na zona sul do Rio. Depois, em um outro vídeo, justificou a ausência. "Depois de refletir muito, optei por não estar nas ruas neste domingo, para deixar muito claro quem é o grande protagonista destas manifestações. E ele é o povo brasileiro, o povo cansado de tantos desmandos, de tanta corrupção", disse.

O anúncio do governo federal de que a articulação política ficará sob o comando do vice-presidente da República, Michel Temer, dividiu opiniões no Congresso Nacional. Parlamentares aliados acreditam que a relação entre o Legislativo e o Executivo irá melhorar, a partir de agora. Já a oposição acredita que decisão “aumenta o caos”.

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos principais críticos da gestão de Dilma Rousseff, o diálogo com o Palácio do Planalto ficará mais fácil já que Temer “tem bom trânsito [no Congresso] para ajudar o governo". Em reunião nessa terça (7) com o vice-presidente, ele garantiu que não foi tratado nenhum pedido especial. "Nossa postura é manter a pauta da Casa com independência e ajudar na governabilidade, como tenho feito. Não tenho atrapalhado a governabilidade", frisou.

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também se mostrou otimista e considerou Temer como “a melhor pessoa” para resgatar a coalizão de partidos da base aliada. "Ninguém melhor do que o presidente Michel Temer para exercer com competência essa tarefa que é, como todos sabem, complexa", salientou.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), apontou a experiência de Temer como parlamentar como um dos pontos positivos para fazer a articulação. “Ninguém melhor para essa missão do que o ex-presidente desta Casa, que foi parlamentar por 25 anos e pode consolidar a nossa base e qualificar a relação do governo com o Congresso, inclusive dialogando com a oposição responsável”, frisou.

Já para líderes da oposição, a extinção da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e a transferência das atribuições para o vice-presidente foram negativas. “A presidente abriu mão de governar, é preciso que alguém lhe avise que, constitucionalmente, ela ainda está na chefia do governo”, disse o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE). O líder da Minoria da Câmara, deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) engrossou o coro. “O ato da presidente da República diz ao Brasil que ela não tem capacidade para se relacionar com o Congresso Nacional, que não tem apetite para conversar com senador, não tem saco para atender deputado", ressaltou.

Já o deputado Silvio Costa (PSC-PE) acusou a oposição de temer que Michel Temer seja bem sucedido. “Estão incomodados porque Michel é tão encantador que muita gente da oposição está se mexendo para ir para lá. Se hoje tinham 280 deputados da base, daqui a uma semana, a base irá para 450”, sustentou.

O ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas (PT), está fora da articulação política do governo. A presidente Dilma Rousseff decidiu nesta terça-feira (7) que a estrutura da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) será incorporada à da Vice-Presidência da República. Na prática, a medida faz com que o vice Michel Temer (PMDB) seja o novo articulador político do governo. A decisão ocorre depois que o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, recusou convite de Dilma para assumir a SRI.

A presidente Dilma Rousseff conversou nesta terça-feira, 7, com Pepe, no Palácio do Planalto, lamentou o vazamento da notícia sobre o convite para que Padilha assumisse a articulação política e disse que precisava do cargo para contemplar o PMDB. Dilma disse a Pepe que não estava agindo sob pressão dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nem do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Essa conta é nossa. Não é sua", afirmou a presidente, na conversa com Pepe.

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O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), confirmou que Temer acumulará as funções de vice-presidente da República com as atribuições de ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI).

De acordo com Oliveira, Dilma também pediu aos aliados a reedição do pacto pela responsabilidade fiscal, firmado pelo governo em novembro de 2013, em um momento em que o Planalto tentava recuperar a credibilidade da economia brasileira e buscava sinalizar ao mercado financeiro o comprometimento do governo com a austeridade fiscal.

Durante a reunião com aliados, a presidente anunciou que toda a estrutura da Secretaria de Relações Institucionais passa para a Vice-Presidência. O senador não soube dizer se o cargo de ministro-chefe da SRI seria extinto.

"O presidente Temer é nosso presidente nacional, foi três vezes presidente da Câmara dos Deputados, tem bastante bagagem para fazer esse entendimento (com a base aliada). Com respeito ao ministro Pepe Vargas, Dilma deu uma avançada nessa questão ao levar o vice para acumular a função de coordenador político", comentou Eunício Oliveira.

"Temer tem uma posição de homem equilibrado, vai ajudar e muito. A gente tem de evoluir para dar uma segurada nessa crise", disse o peemedebista.

O convite a Padilha ocorreu na tarde dessa segunda-feira e desencadeou uma crise dentro do governo. Antes mesmo da decisão de Padilha chegar à petista, Pepe Vargas sinalizou que iria deixar a pasta.

O mal-estar instaurado com os acenos da presidente Dilma ao PMDB pôde ser notado na reunião de líderes da base aliada realizada na tarde de hoje no Palácio do Planalto. Pepe não participou.

A reunião realizada entre a presidente Dilma e Temer ocorreu após um último encontro de Padilha com o vice-presidente da República. O argumento oficial levado à petista foi o de que Padilha não pôde aceitar por estar com um filho recém-nascido, atualmente sob os cuidados da esposa, que mora em Porto Alegre (RS).

Eliseu Padilha já havia demonstrado, porém, ser contrário à mudança de pasta logo após o aceno da presidente Dilma, na tarde de segunda-feira, 6. Num primeiro encontro com integrantes da cúpula do PMDB, no início da noite da segunda, ele hesitou sobre o convite e ressaltou que estava "contente" na atual pasta. Ele também integra o chamado núcleo político estendido, criado por Dilma para acomodar a legenda, o PSD e o PCdoB nas discussões de propostas do governo.

Dentro do PMDB prepondera também o sentimento de que o modelo adotado por Dilma na SRI não é o ideal. Peemedebistas alegam que o ministro da pasta não tem autonomia para tomar decisões e em razão disso é constantemente alvo de ataques dos "aliados". Diante desse cenário, segundo relatos de integrantes do partido, no encontro no gabinete de Temer, o ministro Eliseu Padilha chegou até a comparar a SRI a um "cemitério de políticos".

Integrante do núcleo político criado pela presidente Dilma Rousseff para ajudá-la a gerenciar a crise na articulação do governo com Congresso, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Aldo Rebelo, afirmou nesta terça-feira, 07, que o diálogo com a base governista na Câmara e no Senado está sendo restabelecido - especialmente com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Acho que as coisas estão melhorando. Está se restabelecendo o ambiente de diálogo com o Congresso, com os presidentes das duas Casas, com as lideranças partidárias tanto da Câmara como no Senado", disse.

Rabelo, que foi deputado por duas décadas e presidiu a Câmara entre 2005 e 2007, disse que a retomada do diálogo "é o caminho não apenas possível, mas necessário" para a convivência entre os poderes Executivo e Legislativo. "A corresponsabilidade com os destinos do País é partilhada por Executivo, Legislativo e Judiciário. Todos têm responsabilidade e essa responsabilidade tem de ser conduzida pelo método democrático, que é o diálogo e a negociação".

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O ministro ressaltou que a independência dos Poderes não elimina a boa convivência entre eles e que isso é parte da "necessidade de boa relação" necessária à "cooperação". "Sei disso porque passei mais de 20 anos como deputado e sei da importância da convivência democrática entre o Legislativo e o Executivo. São relações de independência, mas também de cooperação", disse.

Rebelo participou ontem da reunião semanal do grupo de articulação política organizado por Dilma. Mas o ministro disse que não foi discutida a indicação do atual titular da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), num rearranjo para acomodar o PMDB mais próximo das decisões do Palácio do Planalto. "Não soube dessa consulta (de Dilma a Padilha sobre a SRI). Participei ontem de uma reunião com a presidente, da qual estava presente também o ministro Eliseu Padilha, mas não tomei conhecimento desta consulta", disse.

O ministro evitou comentar sobre resistências internas do PMDB à chegada de Padilha à SRI, como a do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que disse ontem que ascensão do ministro não vai "melhorar ou piorar" a relação do partido com o Planalto. "Julgo que o ministro Eliseu Padilha é um quadro político experiente, muito capaz, mas não fiquei sabendo nem da consulta, nem da resposta, nem da reação do PMDB", afirmou Rebelo.

Orçamento

O titular da Ciência e Inovação participou pela manhã de audiência pública no Senado, da qual saiu comentando que, após o contingenciamento orçamentário feito pelo governo, irá promover um "descontingenciamento" nos recursos da sua pasta. "Tenho conversado com o ministro Joaquim Levy (da Fazenda) e o Ministério do Planejamento, mas sobre isso nós só podemos nos manifestar após o corte ou contingenciamento, que tem sido realizado todo ano", disse.

O ministério tem orçamento previsto para 2015 em R$ 9,7 bilhões, mas deve sofrer contingenciamento como parte do corte de gastos do ajuste fiscal. Há uma expectativa de entidades ligadas ao ministério de que o corte atinja R$ 1,5 bilhão da previsão orçamentária do MCTI para este ano. "Quando ele for anunciado (o corte), vamos iniciar a agenda de descontigenciamento com o governo", disse o ministro.

Escolhido pela presidente Dilma Rousseff para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil) demonstra, até o momento, resistência para mudar de pasta. Essa postura foi relatada à reportagem por três integrantes da cúpula do partido que acompanharam reuniões realizadas na noite desta segunda-feira, 6, em Brasília, após o aceno de Dilma. Os encontros para discutir o tema entraram pela madrugada.

Logo no primeiro, no início da noite, no gabinete do vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, Padilha teria hesitado sobre o convite e ressaltado que está "contente" na atual pasta. Ele também integra o chamado núcleo político estendido, criado por Dilma para acomodar a legenda, o PSD e o PC do B nas discussões de propostas do governo. Dentro do PMDB, prepondera ainda o sentimento de que o modelo adotado por Dilma na SRI não é o ideal. Peemedebistas alegam que o ministro da pasta não tem nenhuma autonomia para tomar decisões e em razão disso é constantemente alvo de ataques dos "aliados".

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Diante desse cenário, segundo relatos de integrantes do partido, no encontro no gabinete de Temer, o ministro Eliseu Padilha chegou até a comparar a SRI a um "cemitério de políticos". Apesar da resistência dele, as conversas entre os integrantes da cúpula do PMDB permanecem nesta terça.

A expectativa é que o Palácio do Planalto faça algum aceno no sentido de ampliar o poder de articulação da SRI. Esse aceno passaria por um gesto da Casa Civil, comandada pelo ministro Aloizio Mercadante, que migraria algumas atribuições concentradas no ministério para a SRI. Essa possibilidade também atenderia a alguns setores do PT ligados ao ex-presidente Lula, que defendem que Mercadante deve ficar ajudando o governo apenas nas questões técnicas e se afastar da articulação política.

Dentro das negociações da ida de Eliseu Padilha para a SRI também está a busca por uma cadeira na Esplanada para o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Caso Padilha aceite ir para a articulação, abre-se a vaga na Aviação Civil. Henrique Alves insiste, no entanto, em ir para o ministério do Turismo, que por sua vez está ocupado por Vinicius Lages, apadrinhado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan também se reuniu com integrantes do PMDB na noite de ontem. Ele tem dito às pessoas próximas que não vê problemas em Henrique Alves ocupar o Turismo e que a resistência ao nome do ex-deputado para ocupar um cargo na Esplanada está em Dilma e não nele.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou nesta terça-feira (7), a atual articulação política do governo Dilma Rousseff conduzida pelo ministro Pepe Vargas. No entanto, minimizou o convite feito pelo Palácio do Planalto ao ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, do PMDB, para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais.

O titular da SRI é responsável por fazer a ponte entre Executivo e Legislativo. A relação está desgastada desde o início do ano, quando o PMDB assumiu o comando da Câmara e do Senado, impondo uma série de derrotas ao governo. "Eu não sei nem se houve convite. Houve convite? Foi uma sondagem. Acho que não houve propriamente um convite", disse Cunha ao chegar à Câmara nesta manhã.

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Cunha criticou a articulação política comandada por Pepe Vargas, mas fez questão de atribuir a responsabilidade da escolha de um novo ministro à presidente Dilma. "Já está mais que provado que o formato atual não está funcionando. É preciso realmente mudar o formato. Agora, qual o formato, é a presidente que vai ter que escolher dentro do livre arbítrio normal que ela tem no seu poder", afirmou.

Desde segunda-feira (6), quando o convite foi feito a Padilha, Cunha tem afirmado que a substituição de Vargas não pode ser atribuída ao PMDB, partido que comanda Câmara e Senado. "Não acho que tem que ser do PMDB nem que não tem que ser do PMDB. A articulação política é um processo político ao qual a presidente vai escolher alguém de sua confiança e que acha que pode fazer um bom trabalho no Congresso. O que não podemos deixar é que isso seja colocado na conta como sendo um pleito do PMDB ou que a articulação só vai funcionar por ser do PMDB. Nenhuma das duas coisas é verdadeira", afirmou.

A presidente Dilma Rousseff convidou nesta segunda-feira, 6, o titular da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), para assumir a articulação política do governo, em nova tentativa de acordo com o partido aliado para aprovar o ajuste fiscal. A intenção de Dilma é mexer no ministério para conciliar os interesses do PMDB tanto na Câmara como no Senado, onde o Palácio do Planalto enfrenta mais dificuldades para aprovar no Congresso as medidas do ajuste.

O convite para que Padilha entre no lugar de Pepe Vargas (PT) na Secretaria de Relações Institucionais foi feito perto da hora do almoço, após a posse do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. À noite, porém, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), demonstrou que o impasse com o partido ainda continuava.

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"Se a presidente escolheu (Padilha) por opção dela, parabéns. Da nossa parte, não há indicação desta natureza nem achamos que esta é a razão para melhorar ou piorar a relação com o governo", disse Cunha, ao sinalizar que o seu indicado para o primeiro escalão é o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Dilma estava ao lado do vice-presidente, Michel Temer, quando fez a sondagem a Padilha, sob o argumento de que precisava da "experiência" dele no Planalto. Ex-ministro dos Transportes de Fernando Henrique Cardoso, o titular da Aviação Civil disse que estava "à disposição", mas nada foi fechado ali.

"Estamos fazendo considerações políticas e são necessárias muita consultas para definir as mudanças ministeriais. Houve cogitação, mas não convite. Não tem nada concreto", amenizou Temer, que se reuniu à noite com Padilha, Alves e com o ex-ministro Moreira Franco, no Planalto. De lá seguiram para o Palácio do Jaburu, onde esperavam o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O novo formato do "núcleo duro" foi planejado por Dilma para acalmar uma ala do PMDB e não mexer no ministro do Turismo, Vinícius Lages, afilhado político de Renan. Tudo porque, desde que ela aceitou indicar Henrique Eduardo Alves para o Turismo, Renan ampliou as retaliações ao governo no Congresso.

A nomeação de Alves para a cadeira de Lages já estava acertada. Agradou a Cunha, mas contrariou Renan, que não quer o afilhado fora da pasta. Agora, se Padilha aceitar tocar a Secretaria de Relações Institucionais, Dilma calcula que terá um problema a menos, pois pode indicar Alves para Aviação Civil e não mexer em Lages - o que, em tese, deixaria Renan sem motivos para se queixar da mudança no ministério. Outra hipótese seria pôr Lages no lugar de Padilha na Aviação Civil e Alves no Turismo. Tudo, porém, ainda depende de acordo com Renan.

Lula

A mudança na articulação política do Planalto foi sugerida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos últimos dias, preocupado com as novas manifestações contra o governo, previstas para domingo, Lula intensificou a cobrança e disse que, se Dilma não mexer agora nos interlocutores com o Congresso, trilhará um caminho sem volta.

Na avaliação de Lula, o Senado e a Câmara se transformaram em uma trincheira contra o governo após a Operação Lava Jato. Renan e Cunha constam da lista de políticos suspeitos de participação no esquema de desvio de recursos da Petrobrás.

Padilha ainda resiste a assumir a cadeira de Pepe Vargas por avaliar que, no atual modelo de articulação, quem manda mesmo é o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT). Dilma, no entanto, garantiu a ele que o PMDB terá autonomia para as negociações com o Congresso. Hoje, o PMDB comanda sete ministérios.

A força-tarefa para aprovar o ajuste fiscal e as medidas que restringem o acesso a benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego, foram temas da reunião de ontem da coordenação de governo, que contou com a presença do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Dilma vai reunir hoje os líderes aliados na Câmara e no Senado, além dos presidentes de partidos da base, para pedir ajuda na aprovação do pacote. (Colaboraram Lisandra Paraguassu, Daniel Carvalho e Rafael Moraes Moura)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), vai encontrar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC-PSDB) no próximo dia 7 de abril, em São Paulo. A reunião estava agendada para a última quinta-feira (26), no entanto foi adiada por conta do encontro da presidente Dilma Rousseff (PT) com os governadores do Nordeste. Este será o primeiro contato entre o socialista e o líder tucano. 

“Vou ter uma conversa inicial com ele, nunca conversei com Fernando Henrique. Vamos discutir o Brasil, esse momento que o Brasil vive e vou me colocar à disposição em Pernambuco para o ex-presidente contar comigo sempre que quiser. É sempre bom uma pessoa experiente”, adiantou o governador.

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Colocando-se à disposição do tucano, Paulo Câmara afirmou que também pretende ir a São Paulo para conversar sobre outros investimentos relativos ao estado. A agenda completa da passagem do gestor pernambucano pela capital paulista deve ser divulgada pela assessoria de imprensa do Palácio do Campo das Princesas na próxima semana. 

 

 

Aconselhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff colocou em prática o afastamento do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da articulação política do governo. A movimentação de Lula iniciou-se no começo de fevereiro, logo após o Palácio do Planalto sofrer derrotas no Congresso que foram atribuídas por petistas e aliados à atuação do ministro petista.

As principais críticas a Mercadante referem-se a decisões vistas como de confronto com o PMDB. O governo estimulou o lançamento da candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acabou eleito presidente da Câmara, em fevereiro.

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Atribui-se também ao chefe da Casa Civil a ideia de criação de um novo núcleo governista, com a participação do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), e do agora ex-ministro da Educação Cid Gomes (PROS). O que mais irritou pemedebistas foi a propalada ideia de criação de um novo partido, por Kassab, entendido como uma tentativa de reduzir poder do principal aliado do governo.

Até Lula pedir o afastamento de Mercadante das funções de coordenador político, o ministro agia ativamente para tentar aprovar no Congresso as propostas encaminhadas pelo Executivo. Chegou a se reunir com as bancadas do PMDB e do PSD para pedir apoio ao pacote fiscal formulado pela equipe econômica.

Mas essa função passou a ser exercida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy - especialmente depois que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), devolveu ao Executivo uma das medidas provisórias do ajuste fiscal, que reduzia a desoneração da folha de pagamento das empresas.

Desde o início do mês, Levy já esteve no Congresso reunido com Renan Calheiros e Eduardo Cunha para discutir as medidas do pacote, assim como com a bancada do PT na Câmara, com a qual ele se reuniu na última terça-feira. A ausência de Mercadante no encontro com seu partido não passou despercebida aos participantes da reunião.

Protestos

Após as manifestações do dia 15 de março contra o governo Dilma, que levaram milhares de pessoas às ruas, outros nomes da articulação política vieram a público responder pelo Palácio do Planalto. Coube aos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, falar ainda no domingo sobre os protestos. O resultado da entrevista foi considerado "um desastre" por petistas e aliados, principalmente pelo tom de confronto adotado por Rossetto.

No dia seguinte, houve a troca dos porta-vozes do governo. Dessa vez, Cardozo fez dobradinha com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB). Ambos participaram de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto para, numa nova tentativa, apresentar uma resposta do governo aos protestos. Mercadante, mais uma vez, esteve ausente.

O chefe da Casa Civil até participou do lançamento, no Palácio do Planalto, do pacote anticorrupção, na quarta-feira passada. Mas foi o ministro da Justiça quem voltou a ser o protagonista na apresentação feita aos líderes do Congresso. Foi Cardozo também quem comentou a queda na aprovação de Dilma, que chegou a 13%, e a reprovação, a 62%, segundo o Datafolha.

O chefe da Casa Civil teve ainda participação discreta na apresentação da medida provisória da renegociação das dívidas dos clubes, lançada por Dilma e pelo ministro do Esporte, George Hilton, na última quinta-feira.

Confiança

Embora o afastamento de Mercadante da coordenação política já tenha sido posto em prática, integrantes da cúpula do PT e de partidos aliados apostam que dificilmente Dilma irá tirá-lo da Casa Civil, por se tratar de um cargo de confiança da presidente. O ministro da Defesa, Jaques Wagner,muito próximo de Lula, é o mais lembrado para assumir o posto por ser considerado mais habilidoso na condução política.

A presidente preferiu, até o momento, ampliar o núcleo da articulação política, com a inclusão dos ministros da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB), da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e de Gilberto Kassab.

Declaração de Dilma da semana passada, de que irá fazer mudanças "pontuais" em sua equipe, também foi interpretada por aliados como um sinal da indisposição da presidente em tirar Mercadante do Planalto.

Ele passou a ser o nome mais lembrado para voltar ao Ministério da Educação, em substituição a Cid Gomes, depois que um bate-boca com Eduardo Cunha no plenário da Câmara o levou à demissão. Mas já há, entre líderes políticos, quem aposte que Dilma irá optar por um "técnico" para tocar a pasta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O famoso cozido preparado pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) reunirá diversos líderes políticos, neste sábado (24), na casa do peemedebista. Entre os convidados está o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), com quem Vasconcelos cultiva uma relação estreita de amizade. Além de Nunes, deputados estaduais e federais, líderes políticos locais e outros senadores devem se juntar à mesa. A confraternização será realizada no Janga, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.

Apesar de não ter confirmado, é possível que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), também integre o grupo que degustará o cozido. O socialista tem articulado a sua sucessão e prometeu que a primeira pessoa com quem conversaria sobre a composição da majoritária seria Jarbas. O encontro entre o socialista e o peemedebista ainda não aconteceu. A conversa, segundo fontes, não passará da próxima semana. 

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O almoço, preparado por Jarbas, será fechado para a imprensa. De acordo com a assessoria do senador, um novo cozido já está sendo agendado para março. Desta vez o peemedebista pretende aproveitar o almoço para conversar com a imprensa e iniciar a decolagem para a campanha de reeleição ao Senado Federal.

A ida do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para o comando da Casa Civil deve esvaziar, ainda mais, as funções da ministra Ideli Salvatti como articuladora política do governo Dilma Rousseff. Ideli tem passado ao largo das discussões da reforma ministerial e da montagem das alianças regionais, das quais Mercadante é presença constante.

O governo também não tem uma agenda importante de pautas no Congresso até o meio do ano, quando começa a campanha eleitoral e as votações serão praticamente interrompidas. "A Ideli já acabou", afirmou reservadamente um cacique peemedebista do Senado.

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A ministra das Relações Institucionais está com o futuro político indefinido. Ela tem três caminhos a seguir. O primeiro é se candidatar ao Senado por Santa Catarina, embora o grupo político dela tenha perdido a eleição para comandar o diretório do PT estadual. Outra opção é concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, o que seria uma espécie de rebaixamento para quem já foi senadora entre 2003 e 2011. Essas duas opções têm de ser tomadas até abril, prazo previsto em lei para que ministros deixem o governo a fim de disputar votos em outubro.

A terceira opção é continuar onde está, caso a presidente Dilma Rousseff a convide para "sacrifício" permanecendo no governo se Dilma for reeleita. Essa é a solução que Dilma escolheu para o próprio Mercadante, que, ao contrário de Ideli, deverá ter um papel de destaque no governo e na campanha presidencial. "Onde estará Ideli? Candidata ao Senado, à Câmara? Fica ministra? Onde?", comentou o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), dando o tom da indefinição sobre o futuro de Ideli na Esplanada.

Com os senadores da base aliada, Mercadante mantém contato constante. O ministro tem participado de encontros com o presidente da Casa, Renan Calheiros, e líderes partidários e discutido projetos, como o Plano Nacional de Educação, desmarcando compromissos no próprio ministério.

"Certamente Mercadante, como (Antonio) Palocci, teria uma interlocução maior com seus companheiros de Parlamento", concluiu Alves. O presidente da Câmara deixa claro a sombra que o ministro poderá produzir sobre a ministra responsável pela articulação política. "Mercadante chegará forte por toda sua história e consistência. Tomara que tenha a humildade que o cargo também exige. O ano será difícil, de muitas tensões", emendou.

Ao longo do ano passado, Ideli Salvatti bateu ponto na Câmara e no Senado para conversar com líderes da base sobre vários projetos de interesse do governo Dilma, como na votação da Medida Provisória que instituiu o novo marco regulatório para os portos. Mas, nos projetos mais sensíveis, eram os ministros das respectivas áreas técnicas que davam o aval para as negociações - no caso da MP dos Portos, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que está de saída da pasta para concorrer ao governo do Paraná.

"Ideli tem um papel de articulação, até sacrificado pelos limites impostos. Antes ela iria sair para disputar. Vamos esperar", afirmou Alves.

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