Tópicos | Biden

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, convocou uma reunião de seu Conselho de Segurança Nacional na manhã desta quinta-feira (24), na Sala de Situação da Casa Branca para discutir o desdobramento da situação na Ucrânia, disse um funcionário da Casa Branca.

Após a reunião, Biden participará de um encontro virtual com líderes do Grupo dos Sete países.

##RECOMENDA##

Biden, que foi informado durante a noite por seus conselheiros de segurança nacional, chamou a invasão russa da Ucrânia de não provocada e injustificada.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta segunda-feira (21) que vai reconhecer "em breve" as áreas separatistas da Ucrânia após solicitação pública dos líderes de Donetsk e Lugansk.

A decisão, que põe fim ao processo de paz neste conflito, foi divulgada pelo Kremlin à agência estatal RIA, que disse que Putin pretende assinar um decreto correspondente a qualquer momento.

##RECOMENDA##

A medida já havia sido adiantada por Putin ao chanceler alemão, Olaf Scholz, e ao presidente da França, Emmanuel Macron, que convocou seu Conselho de Segurança Nacional. Os dois condenaram a atitude e afirmaram estar "decepcionados", mas indicaram disposição de continuar os contatos.

Recentemente, após a Duma (o Parlamento baixo russo) fazer o mesmo pedido ao Kremlin, o próprio mandatário reconheceu que a medida seria uma violação dos Acordos de Minsk, firmados em 2015 entre ucranianos e russos sob intermediação de Alemanha e França.

No entanto, coincidentemente ou não, a decisão dos parlamentares russos ocorreu no mesmo momento em que combates na área do Donbass voltaram a se intensificar após quase sete anos de poucos incidentes.

As trocas de acusações de violações do acordo de cessar-fogo chegam às centenas desde o fim da semana passada e mais de 61 mil pessoas já fugiram das duas áreas com destino a cidades russas para escapar de um possível novo grande conflito.

Agora pouco, o governo ucraniano solicitou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). "Por iniciativa do presidente Volodymyr Zelensky, pedi oficialmente a realização de consultas imediatas nos termos do artigo 6º do memorando de Budapeste", informou o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, citando o histórico acordo de 1994, também assinado por Rússia, Estados Unidos e Reino Unido, sobre garantias de segurança.

Discurso

Em um discurso à nação, Putin afirmou que a situação em Donbass tornou-se crítica, mas lembrou que "a Ucrânia não é um país vizinho, é parte integrante da nossa história e cultura".

"A Ucrânia foi criada por Lenin, ele foi seu criador e arquiteto. Ele também tinha um interesse particular por Donbass", disse.

Segundo o líder russo, o país vizinho sempre se recusou a reconhecer seus laços históricos com a Rússia e, portanto, não é de admirar esta onda de nazismo e nacionalismo" neste país.

Putin ressaltou ainda que seu governo recebeu "ameaças permanentes" das autoridades ucranianas em relação à energia. "Eles continuaram a nos chantagear sobre o fornecimento de energia e essas são as ferramentas que eles usaram nas negociações com o Ocidente", acrescentou.

Da Ansa

O presidente russo, Vladimir Putin, classificou como "especulações provocativas" as acusações de que a Rússia esté preparando uma invasão da Ucrânia, durante uma conversa neste sábado (12) com seu homólogo francês, Emmanuel Macron - informou o Kremlin em um comunicado.

"Vladimir Putin e Emmanuel Macron discutiram [...] especulações provocativas relacionadas com uma suposta 'invasão' russa da Ucrânia, que é acompanhada de entregas significativas de armamentos modernos para este país", disse a Presidência russa em comunicado.

O Kremlin considera que essas acusações e esses meios militares criam "as condições para possíveis ações agressivas das forças ucranianas em Dombass", uma região no leste da Ucrânia onde a Rússia apoia separatistas armados há oito anos.

Putin voltou a reclamar que os Estados Unidos e a OTAN se neguem a aceitar "as iniciativas russas" para diminuir as tensões, ou seja, que a Aliança Atlântica ofereça garantias de que não se expandirá para o leste, nem vai incorporará a Ucrânia, e que opere retiradas de seus meios militares na Europa Ocidental. O Kremlin também acusou Kiev, mais uma vez, de torpedear o processo de paz na guerra de Dombass.

Na conversa deste sábado, o presidente francês disse ao colega russo, por sua vez, que "um diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar" na fronteira da Rússia com a Ucrânia.

Tanto Macron quanto Putin "expressaram a vontade de continuar o diálogo" para implementar os acordos de Minsk sobre a região separatista pró-russa de Dombass (leste da Ucrânia) e sobre "condições de segurança e de estabilidade na Europa", especificou o Palácio do Eliseu, após um telefonema de 1 hora e 40 minutos entre os dois líderes.

Macron ressaltou, contudo, que os ocidentais estão "decididos a reagir", se as Forças Armadas russas lançarem uma operação na Ucrânia, declarou a Presidência francesa.

Ele também "transmitiu as preocupações de seus parceiros e aliados europeus", acrescentou a mesma fonte.

A discussão entre Macron e Putin é a continuação do encontro de cinco horas entre ambos, na última segunda-feira (7), no Kremlin. No dia seguinte, o líder francês viajou para Kiev, onde se reuniu com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. Depois, Macron embarcou rumo a Berlim.

O Eliseu indicou que esta viagem diplomática atingiu seu "objetivo", ao permitir "avançar" para reduzir a tensão entre Rússia e Ucrânia.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (10) que os cidadãos americanos na Ucrânia devem deixar o país imediatamente. Ele garantiu que não pretende enviar soldados para resgatar aqueles que queiram esperar uma invasão russa para fugir.

"Os cidadãos americanos devem sair agora", disse em entrevista à NBC News. "Não é como se estivéssemos lidando com uma organização terrorista. Estamos lidando com um dos maiores Exércitos do mundo. É uma situação muito diferente, e as coisas podem sair do controle rapidamente."

##RECOMENDA##

Questionado se haveria algum cenário em que a Casa Branca possa enviar tropas para o resgate de americanos, Biden foi claro. "Não há. Quando os americanos e russos começam a atirar um contra o outro é guerra mundial", afirmou. "Estamos em um mundo muito diferente de antes."

Há semanas o Departamento de Estado americano aconselha os americanos na Ucrânia a deixar o país.

Os dois países estão em estado de conflito desde que Moscou posicionou mais de 100 mil soldados perto da fronteira com a Ucrânia. A Rússia afirma não planejar invadir o país vizinho, mas exige garantias do Ocidente de que a Otan não permitirá que Kiev e outras ex-nações soviéticas se juntem à aliança militar ocidental.

Apesar de intensos esforços diplomáticos para impedir uma guerra na região, milhares de tropas enviadas por Moscou à Belarus praticam exercícios militares. Comboios de sistemas de mísseis antiaéreos russos foram avistados ao longo de estradas cobertas de neve, como parte das manobras.

A Otan e seus membros também estão em movimento, indo para as fronteiras orientais da aliança. O Reino Unido posicionou mil soldados de prontidão para responder a uma possível crise humanitária na Europa Oriental se a Rússia de fato invadir a Ucrânia. O país também está enviando centenas de tropas para a Estônia e a Polônia como parte de uma demonstração de força da Otan.

Os Estados Unidos estão enviando navios para águas europeias. A Marinha não vinculou diretamente o envio de quatro destróieres à crise da Ucrânia, mas disse que fornecerá "flexibilidade adicional" ao comandante da Sexta Frota dos EUA, cuja área de responsabilidade inclui o Mediterrâneo, e operará em apoio aos aliados da Otan.

Com a tentativa de reduzir a influência da Otan, Vladimir Putin conseguiu colocar a Rússia no topo das prioridades da geopolítica global. Por outro lado, vem testemunhando o que não desejava: o fortalecimento da aliança atlântica, o alinhamento dos EUA com aliados europeus e o espaço dado ao democrata Joe Biden para liderar uma resposta à crise na Ucrânia.

O presidente americano teve sua capacidade de responder aos problemas mundiais colocada em xeque no ano passado, com uma conturbada retirada das tropas dos EUA do Afeganistão e desencontros diplomáticos com aliados europeus, especialmente como a França.

##RECOMENDA##

"A crise tornou a Otan mais unida, forte e relevante. Antes disso, víamos Biden lidando mal com o Afeganistão e Angela Merkel como uma voz forte na coordenação transatlântica. A Otan não tinha uma missão tão relevante. Agora, há uma mudança. O tiro de Putin tem saído pela culatra", disse Ian Bremmer, fundador da consultoria de risco Eurasia Group.

RENASCIMENTO. Para Sérgio Amaral, ex-embaixador do Brasil nos EUA, Putin mostra que a Rússia não é um país que está no seu ocaso, como alguns americanos pensam. "A Rússia tem poderio militar, estratégia e disposição de defender seus interesses. Ela quer mostrar que está viva. A questão da Ucrânia está no centro da nova reconfiguração no equilíbrio de poder."

Segundo Amaral, Biden pode sair fortalecido com a crise. "A política que ele propôs, a formação de alianças, em substituição às ameaças de Donald Trump, bem ou mal está funcionando", afirma. "A questão é saber como cada um dos países sairá deste período de transição, em que há duas potências (EUA e China) e uma menor que está mostrando que precisa ser chamada à mesa de negociação."

Bremmer diz que a China assiste com atenção aos movimentos na Ucrânia. "Se os russos saírem disso com mais território e sem uma resposta substancial dos EUA, Pequim se sentirá em condições de fazer o mesmo em áreas importantes para eles", disse o ex-embaixador.

Um risco apontado por Amaral é o dilema americano: ceder aos apelos da Rússia ou assistir a uma aproximação ainda maior entre Moscou e Pequim. Para o establishment em Washington, Putin tenta não apenas colocar suas condições na mesa de negociação para impedir o avanço da Otan, mas também desestabilizar o governo americano. "O objetivo é fazer Biden parecer fraco. Criar divisão nos EUA e influenciar as eleições americanas", disse James Stavridis, ex-comandante da Otan, em entrevista ao Washington Post.

UNIDADE. No entanto, democratas e republicanos - pelo menos quando o assunto é Putin - parecem unidos no Congresso. A frase "Você está completamente certo" foi repetida mais vezes do que o normal em um debate nesta semana em Washington promovido pelo Wilson Center, entre senadores dos dois partidos.

"A intenção de Putin, de dividir os EUA, os aliados e a Otan está tendo o efeito oposto. Isto está unindo a Otan", disse a senadora democrata Jeanne Shaheen. "Ela está absolutamente certa", concordou Roger Wicker, colega republicano. O apoio à Ucrânia vem até de aliados de Trump, como o senador Ted Cruz.

"Os dois partidos concordam que os EUA precisam estabelecer defesas fortes, militares e econômicas, no caso de os russos optarem pela intervenção, ainda que pequena. Todos concordam que os europeus devem ser aliados. Ninguém quer dizer que concorda com o outro. Mas, se compararmos a situação atual com outras crises recentes, veremos que há consenso", afirma Bremmer.

"A questão é o que acontecerá se Putin decidir escalar a situação, mas não invadir. Se houver invasão, será um cenário horrível, mas manterá a Otan unida. Mas o que acontece se, sem invasão, ele escalar os ciberataques, por exemplo? Até onde a Otan manterá a união?", questiona o analista do Eurasia Group.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O casal presidencial americano finalmente cumpriu uma de suas promessas: ter um gato na Casa Branca.

É uma gata tigrada de pelo curto, chamada Willow, informou um porta-voz de Jill Biden, mulher do presidente Joe Biden, disse nesta sexta-feira.

As imagens publicadas pela primeira-dama no Twitter mostram a mascote de listras cinzas e brancas rondando no esplendor do tapete vermelho da residência presidencial.

Esta é uma notícia suave, até afetuosa, que pode ser necessária para a Casa Branca pode precisar nestes dias de tensão com a Rússia, vertiginosa inflação e contágios pela pandemia da covid-19.

Willow tem habilidades políticas sérias: com dois anos de idade, é uma gata criada em fazenda da Pensilvânia, marco zero da apertada eleição presidencial. Foi vista pela primeira vez em 2020, quando pulou no palco onde a futura primeira-dama estava em campanha.

"Willow causou uma grande impressão" no presidente Biden, disse o secretário de Imprensa da primeira-dama, Michael LaRosa.

"Ao ver seu vínculo imediata, o dono da fazenda soube que Willow pertencia ao Dr. Biden", completou.

E acrescentou: "Willow está se instalando na Casa Branca com seus brinquedos favoritos, guloseimas e muito espaço para cheirar e explorar".

O presidente americano, Joe Biden, indicou nessa quarta (19) a diplomata Elizabeth Bagley para comandar a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. A escolha ainda depende de aprovação no Senado. Ela deverá substituir Todd Chapman, nomeado pelo republicano Donald Trump, que deixou o cargo em julho.

Elizabeth Bagley serviu como assessora dos ex-secretários de Estado Madeleine Albright, no governo Bill Clinton, e Hillary Clinton e John Kerry, no governo Obama. Ela também trabalhou na missão americana na ONU e serviu como embaixadora dos EUA em Portugal no governo Clinton.

##RECOMENDA##

Advogada especializada em Direito Comercial e Internacional, a indicada por Biden foi professora adjunta de Direito na Universidade de Georgetown, em Washington, até janeiro de 1993. Formou-se bacharel em francês e espanhol em 1974 no Regis College em Weston, Massachusetts, e em Direito Internacional em 1987 pela Georgetown University Law School.

Segundo o perfil divulgado pela Casa Branca, Bagley é atualmente a proprietária e membro do conselho da SBI., uma empresa de comunicação celular em Show Low, no Estado americano do Arizona.

Além dela, Biden nomeou a arrecadadora de fundos democrata Jane Hartley para servir como embaixadora no Reino Unido e na Irlanda do Norte, o doador Alan Leventhal para servir como seu enviado à Dinamarca e o oficial sênior de serviço exterior Alexander Laskaris para servir no Chade.

Doadores

Os presidentes americanos normalmente recompensam seus doadores e os principais apoiadores partidários com as embaixadas mais requisitadas. Cerca de 44% das nomeações de embaixadores de Trump foram por indicação política, em comparação com 31% de Barack Obama e 32% de George W. Bush, segundo a American Foreign Service Association.

Hartley foi uma importante arrecadadora de fundos para a Biden em 2020 e Leventhal é um dos vários de Wall Street que ajudaram a campanha do democrata.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou, neste domingo, 16, como um ato de terrorismo a tomada de reféns no sábado, 15, em uma sinagoga no Estado do Texas e pareceu confirmar que o agressor, que morreu depois, exigia a libertação da terrorista condenada Aafia Siddiqui. "Esse foi um ato de terrorismo relacionado a alguém que foi detido há 15 anos e está preso há 10 anos", declarou Biden à imprensa, durante uma visita a uma organização de ajuda contra a fome na cidade da Filadélfia.

O FBI (polícia federal norte-americana) informou na tarde deste domingo que o sequestrador era um cidadão britânico de 44 anos chamado Malik Faisal Akram.

##RECOMENDA##

"Neste momento, não há indicação de que outros indivíduos estejam envolvidos", disse um comunicado do FBI em Dallas, acrescentando que os investigadores continuam analisando evidências da sinagoga.

Malik Faisal Akram foi baleado e morto depois que o último dos reféns foi solto por volta das 21 horas de sábado (hora local, meia-noite no Brasil) na Congregação Beth Israel, perto de Fort Worth. No comunicado, o FBI não forneceu um possível motivo para a ação.

Akram pode ser ouvido reclamando em uma transmissão ao vivo pelo Facebook e exigindo a libertação de uma neurocientista paquistanesa que foi condenada por tentar matar oficiais do Exército dos EUA no Afeganistão.

As porta-vozes do FBI e da polícia se recusaram a responder perguntas no sábado à noite sobre quem atirou em Akram quando o impasse terminou.

Siddiqui, que é conhecida em círculos de contraterrorismo como "Lady Al-Qaeda", era ligada ao líder de grupo dos ataques do 11 de Setembro, Khalid Sheikh Mohammed, e já fez parte da lista do FBI de terroristas mais procurados.

Educada nos EUA - ela estudou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) - Siddiqui foi presa em 2008 no Afeganistão transportando cianeto de sódio, além de documentos descrevendo como fazer armas químicas e bombas sujas e como usar o Ebola como arma.

Enquanto agentes do FBI tentavam interpelar Siddiqui, ela agarrou uma arma deixada sobre a mesa na sala de interrogatório e disparou neles. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (13) que o governo dobrará sua compra de testes de covid-19 com 500 milhões de kits adicionais, elevando o total para 1 bilhão.

Enquanto o seu país luta contra a variante ômicron, que está varrendo o mundo, Biden pediu a seus concidadãos que usem máscaras de boa qualidade como "parte de seu dever patriótico".

No entanto, a Casa Branca enfrenta pressão sobre a indisponibilidade de testes de covid, que dificulta os esforços para manter as escolas abertas e o trabalho presencial em um momento de aumento das infecções pela ômicron.

Biden disse que cerca de 15 milhões de testes estão sendo administrados todos os dias, em comparação com dois milhões quando assumiu o cargo há um ano.

"Hoje eu direcionei minha equipe para comprar mais 500 milhões de testes para distribuir gratuitamente", disse ele.

Os testes estarão disponíveis através de um site do governo que será lançado em breve, acrescentou.

Concluindo seus comentários na Casa Branca, Biden fez "um apelo especial às redes sociais". "A informação errada e a desinformação (...) têm que parar", proclamou. "Foi um longo caminho, mas o que está claro é que a maneira como superamos isso é para que todos façam sua parte (...) independentemente de seu partido político."

Conhecido como Xamã do Capitólio, Jacob Chansley, disse que invadiu o edifício da sede do Governo norte-americano em Washington para acalmar a multidão. Sua prisão completou um ano nessa quinta-feira (6).

A invasão dos apoiadores do ex-presidente Donald Trump destruiu o capitólio e causou cinco mortes e 140 feridos.

##RECOMENDA##

Com o rosto pintado nas cores da bandeira dos EUA, sem camisa e com um chapéu de pele de animal com chifres, Chansley foi reconhecido como uma das figuras emblemáticas do episódio e foi condenado a 3 anos e cinco meses de prisão.

Outras 725 pessoas também foram presas por envolvimento no protesto criminoso do dia 6 de janeiro de 2020, após a vitória nas urnas de Joe Biden.

O americano de 37 anos se mostrou arrependido de ter participado do ataque. "Se eu soubesse que isso aconteceria, teria parado antes que as barricadas fossem rompidas. Na verdade, tentei acalmar a multidão em mais de uma ocasião, mas não funcionou", relatou à emissora CBS.

"Não permitirei que ninguém coloque uma faca no pescoço da democracia", sobretudo Donald Trump com sua "rede de mentiras", afirmou nesta quinta-feira (6) o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em um discurso combativo que marca o aniversário da invasão do Capitólio em Washington.

O presidente, que costuma se mostrar como uma pessoa afável, adotou um tom mais grave para falar no imponente "Salão das Estátuas" da sede do Congresso, onde, há exatamente um ano, uma turba enfurecida de simpatizantes do ex-mandatário provocou caos e morte ao tentar impedir a certificação da vitória democrata nas eleições de 2020.

Com um enorme esquema de segurança em torno do Capitólio, e quase sem a presença de opositores republicanos, Biden não mencionou nenhuma vez o nome de Trump, a quem chamou de "o ex-presidente" ou "o ex-presidente derrotado", algo que, provavelmente, deve ter enfurecido o magnata republicano.

O democrata de 79 anos fez um duro ataque verbal contra seu antecessor, acusando-o de ter "tentado impedir uma transferência pacífica de poder" durante a "insurreição armada" de 6 de janeiro de 2021.

Trump "criou e difundiu uma rede de mentiras sobre as eleições de 2020 e o fez porque valoriza o poder acima dos princípios, porque coloca o seu próprio interesse à frente dos interesses de seu país", e porque "seu ego ferido é mais importante que a nossa democracia", afirmou Biden, que nunca havia atacado o ex-presidente diretamente de forma tão contundente.

A resposta de Trump, no entanto, não tardou a chegar. O magnata considerou que o discurso de seu sucessor, que sofre um forte desgaste de popularidade na opinião pública, foi um "teatro político" destinado a desviar a atenção de seu "fracasso". Além disso, Trump repetiu mais uma vez, sem apresentar provas, que as eleições foram "manipuladas".

"Seremos uma nação que aceita a violência política como regra? [...] Seremos uma nação que não vive à luz da verdade, mas à sombra da mentira?", questionou Biden.

"Não podemos nos dar o luxo de nos transformarmos nesse tipo de nação", disse o presidente, ao estimar que os Estados Unidos estão travando, dentro e fora de suas fronteiras, uma "luta" entre a democracia e o autoritarismo.

"Eu não busquei essa batalha", reconheceu Biden, no momento em que, segundo uma pesquisa recente, apenas 55% dos americanos acreditam na legitimidade de sua eleição.

'Faca no pescoço'

"Não permitirei que ninguém coloque uma faca no pescoço da democracia", advertiu o presidente democrata.

Quando os jornalistas lhe preguntaram se não temia fortalecer ainda mais a polarização com esse discurso virulento, Biden respondeu: "Quando queremos curar, é preciso reconhecer a gravidade dos ferimentos."

Na mesma cerimônia solene no Capitólio, a vice-presidente Kamala Harris pediu "união em defesa" da democracia, porque "o espírito americano foi colocado à prova".

O discurso de Biden marca uma ruptura, como se ele houvesse optado por ser mais combativo. Até agora, o democrata havia tratado com desprezo Trump e seus seguidores mais fiéis, apostando no pragmatismo e em um ambicioso programa de reformas econômicas para reconciliar os americanos.

Mas essa reconciliação ainda parece estar muito distante. A popularidade de Biden está em queda livre devido, entre outras coisas, ao aumento da inflação e ao cansaço generalizado de uma pandemia que se eterniza. O aniversário de 6 de janeiro está longe de ser um momento de união nacional e deixa evidente a profunda divisão política no país.

Trump, por sua vez, cancelou uma entrevista coletiva prevista para hoje em sua mansão na Flórida, mas declarações de líderes republicanos mostram que o ex-presidente continua exercendo grande influência no partido.

O líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, não estará presente nas cerimônias em Washington. Logo ele que foi um dos poucos a falar que Trump tinha "responsabilidade moral" nos acontecimentos de 6 de janeiro.

Hoje, McConnell emitiu um comunicado acusando os democratas de "explorar" o aniversário "para promover objetivos políticos partidários".

Alguns defensores mais fervorosos de Trump também não tardaram em se pronunciar. O governador da Flórida, Ron DeSantis, considerou que as comemorações previstas no Congresso eram "nauseantes".

Além disso, poucos republicanos, como o ex-candidato presidencial e senador Mitt Romney, ousaram condenar sem rodeios o ataque ao Capitólio.

"Estamos nos colocando em perigo ao ignorar as lições de 6 de janeiro. A democracia é frágil, não pode sobreviver sem líderes íntegros e corajosos, que estejam mais preocupados com a força de nossa República do que em vencer as próximas eleições", escreveu Romney no Twitter.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o russo, Vladimir Putin, conversarão por telefone na quinta-feira (30) "para discutir várias questões, incluindo os próximos compromissos diplomáticos com a Rússia", anunciou nesta quarta-feira (29) uma porta-voz da Casa Branca.

O telefonema entre os dois chefes de Estado acontecerá duas semanas antes das negociações entre os dois países, marcadas para 10 de janeiro, sobre os tratados de controle de armas nucleares e a situação na fronteira russo-ucraniana, onde o Ocidente acusa Moscou de concentrar tropas para um possível ataque.

Biden se dirá disposto a empreender "uma via diplomática", mas os Estados Unidos, que seguem "profundamente preocupados" com a presença de tropas na fronteira com a Ucrânia, também estão "preparados para responder" em caso de invasão, afirmou um alto funcionário da Casa Branca.

O governo Biden continua realizando "ampla diplomacia com nossos aliados e parceiros europeus, consultando e coordenando uma abordagem comum em resposta à concentração militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia", disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Emily Horne, em um comunicado.

"De fato, uma conversa por telefone entre Putin e o presidente dos Estados Unidos está marcada para amanhã na última hora da noite (horário de Moscou)", confirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado por agências russas.

Esta será a segunda conversa telefônica entre as duas lideranças em menos de um mês. No início de dezembro, Joe Biden ameaçou Vladimir Putin com sanções "como nunca viu" se atacasse a Ucrânia.

A Rússia afirma ter agido em resposta ao que considera hostilidade do Ocidente e recentemente apresentou dois projetos de tratado para impedir a expansão da Otan e encerrar as atividades militares das potências ocidentais perto das fronteiras russas. Acima de tudo, ele quer evitar que a Ucrânia se torne membro da Aliança Atlântica.

A negociação de 10 de janeiro é tensa. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, descartou "concessões" desde o início e os Estados Unidos já haviam alertado que alguns pedidos russos eram "inaceitáveis".

Em seu primeiro Natal na Casa Branca, Joe Biden elogiou neste sábado(25) a "imensa coragem" dos americanos diante da pandemia e os convidou a buscar "luz" e união nas dificuldades.

“Este ano vimos a imensa coragem, força, resiliência e determinação de todos vocês que se preocupam, confortam, ensinam, protegem e servem o país”, escreveu o presidente dos Estados Unidos em uma mensagem também assinada por sua esposa, Jill Biden, por ocasião do feriado cristão.

“Vocês mostram, várias vezes, que nossas diferenças são preciosas e nossas semelhanças infinitas”, disse o presidente democrata, à frente de um país profundamente dividido em uma infinidade de questões.

“Oramos pela promessa do Evangelho, de encontrar a luz nas trevas, que é talvez o esforço mais americano que existe”, disse Biden, um católico devoto, em sua mensagem.

O casal presidencial, diante de um país castigado pela pandemia e frustrado com o aumento da inflação, deu ênfase especial às tradições de fim de ano, como perdoar um peru no Dia de Ação de Graças e decorar a Casa Branca.

No entanto, Biden foi surpreendido na sexta-feira pelo clima político particularmente amargo que prevalece no país. Uma divertida conversa ao telefone com uma família sobre o papai Noel mudou quando um pai, a quem Biden tinha acabado de desejar boas festas, o insultou.

Segundo os repórteres presentes, o homem respondeu: "Feliz Natal" seguido de "Vamos, Brandon!", frase usada pelos partidários de Donald Trump de forma depreciativa contra o presidente, equivalente a "vai se f... Biden".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi insultado durante uma ligação telefônica para celebrar o Natal, quando uma pessoa usou uma frase muito popular entre os simpatizantes do ex-presidente Donald Trump.

O presidente e sua esposa Jill seguiram a tradição de conversas com algumas pessoas que ligavam para uma linha especial para acompanhar o trajeto do Papai Noel, que é rastreado desde 1955 pelo Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD).

Por videoconferência na Casa Branca, os dois conversaram com um homem que se identificou como "Jared", pai de quatro filhos.

Depois de conversar rapidamente com as crianças sobre os presentes que pediram e afirmar que precisavam ir para a cama antes da meia-noite, Biden conversou com o pai e comentou que os dois tinham um filho chamado Hunter.

No fim da conversa, o presidente americano desejou um "Natal maravilhoso" ao interlocutor, que respondeu "eu também desejo um Natal maravilhoso para vocês, Feliz Natal". E se despediu com a frase "Vamos Brandon".

"Vamos Brandon, eu concordo", respondeu Biden, sem outro comentário para a frase, um código para ofender o presidente que na realidade significa "Fuck Joe Biden" ("F***-se Joe Biden").

Não ficou claro se o presidente entendeu imediatamente a referência, mas a primeira-dama Jill Biden deu um sorriso constrangido.

O vídeo da conversa viralizou nas redes sociais e algumas pessoas elogiaram o presidente por permanecer impassível.

A frase virou um eufemismo para a ofensa contra o presidente após um erro de um repórter da NBC ao entrevistar o piloto Brandon Brown após sua vitória em uma etapa da Nascar em outubro.

Ao aumentar a voz para cobrir o barulho das arquibancadas, ele afirmou: "E vocês conseguem ouvir a torcida gritando: Vamos, Brandon!". Mas, na verdade, o público gritava "Fuck Joe Biden" de maneira clara.

A frase "Let's Go Brandon" virou rapidamente um slogan para insultar Joe Biden sem utilizar o palavrão.

Até alguns políticos já usaram a frase contra o presidente democrata.

O senador democrata Joe Manchin anunciou no domingo (19) que não aprovará o gigantesco plano de reforma social de Joe Biden, no que parece significar o fim deste programa do presidente que visa transformar os Estados Unidos.

"Não posso ir mais longe", disse o legislador da Virgínia Ocidental, que durante semanas foi um dos principais obstáculos a este programa de reformas sociais e ecológicas.

"Não posso votar a favor", acrescentou Manchi, citando em particular o aumento dos preços e a extensão da dívida.

"Simplesmente não posso. Tentei tudo que era humanamente possível, mas não consigo", acrescentou o senador conservador, que fez fortuna com combustíveis fósseis. "É não".

Virgínia Occidental é o segundo maior estado produtor de carvão depois de Wyoming, de acordo com dados do governo, e gera 90% de sua eletricidade a partir de combustível.

Chamado de "Build Back Better" (Reconstruir Melhor), o plano de 1,75 trilhão de dólares prevê especificamente jardim de infância para todas as crianças, créditos fiscais para residências e investimentos substanciais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Depois de uma primeira votação na Câmara dos Representantes, em novembro, onde os democratas venceram disputas internas entre os centristas, preocupados com o efeito sobre a dívida, e a esquerda, que queria ir mais longe nos gastos, a votação no Senado foi adiada nos últimos dias.

Como o Senado está dividido (50 legisladores para cada lado), qualquer um dos democratas tem o que parece ser um veto em qualquer projeto de lei se os republicanos se unirem.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, viaja nesta quarta-feira (15) para Kentucky para oferecer o apoio de seu governo a este estado, que ainda conta seus mortos após ser o mais afetado por uma série de tornados históricos e devastadores que atingiram o sudeste do país.

Sua visita começará com uma visão geral de uma área devastada na última sexta-feira, depois continuará em duas das cidades mais afetadas deste estado do sudeste americano: Mayfield e Dawson Springs, uma cidade destruída em 75%.

Com ao menos 74 mortes e mais de cem desaparecidos, Kentucky levou o pior da série de fortes tornados que deixaram ao menos 88 mortos até terça-feira, além de um rastro de devastação em seis estados dos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira pela manhã, enquanto o presidente estava a caminho, máquinas começaram a limpar escombros entre os prédios derrubados em Mayfield, segundo observaram jornalistas da AFP no local.

Soldados da Guarda Nacional foram mobilizados para manter a ordem e ajudar a limpar e reconstruir algumas edificações, junto a voluntários e associações solidárias que vieram prestar assistência às vítimas.

Na sexta-feira à noite, tornados históricos mataram em Kentucky ao menos 74 pessoas, mas o governador do estado, o democrata Andy Beshear, disse que espera que o número de vítimas aumente à medida que os corpos forem encontrados sob os escombros.

Biden declarou no domingo o estado de catástrofe maior em Kentucky, o que lhe rendeu o agradecimento do líder dos republicanos no Senado, uma demonstração de cortesia que se tornou rara em um Estados Unidos onde as divisões partidárias se acentuaram nos últimos anos.

"Dou as boas-vindas à rápida mobilização do governo para acelerar a provisão dos recursos necessários para esta crise", escreveu no Twitter Mitch McConnell, senador por Kentucky e líder republicano na Câmara alta.

'O tempo que for preciso'

O presidente prometeu toda a ajuda das autoridades federais: "Estaremos ali o tempo que for preciso para ajudar", disse Biden na segunda-feira na Casa Branca, depois de uma reunião dedicada à estratégia a ser seguida devido aos efeitos do fenômeno meteorológico excepcional que também cobrou vítimas nos estados vizinhos de Tennessee , Illinois, Missouri e Arkansas.

"Isso é o que o governo [federal] avisou a todos os governadores: o que precisarem, quando precisarem", vocês terão, enfatizou o presidente.

Com sua viagem, Joe Biden não vai conquistar terras, politicamente falando: embora Kentucky tenha um governador democrata, o estado deu ao republicano Donald Trump uma grande maioria nas eleições de 2020.

Biden, que fez da empatia um de seus traços de identidade, e que elogiava em cada oportunidade a capacidade dos americanos de se manterem unidos em tempos difíceis, tomou cuidado para não politizar a visita antes de sua partida.

"O presidente enxerga as pessoas por meio da tragédia que estão enfrentando, a dor de terem perdido seus entes queridos, de terem perdido suas casas, [...] ele os vê como seres humanos, não como pessoas com laços partidários", destacou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, na terça-feira.

"A mensagem que enviará a eles, clara e diretamente, é esta: estamos aqui para ajudá-los, queremos reconstruir, estaremos ao seu lado", afirmou.

Por outro lado, Biden falou com muita cautela sobre o vínculo entre esses tornados e a mudança climática, enquanto em setembro, ao sinalizar a devastação da tempestade Ida nos estados de Nova York e Nova Jersey, falou de uma mudança climática de "alerta vermelho" e aproveitou a oportunidade para elogiar seus principais projetos de investimento.

"Temos que ter muito cuidado. Não podemos dizer, com absoluta certeza, que tudo isso está vinculado à mudança climática", afirmou na segunda-feira, classificando apenas como "incomuns" as tempestades da sexta-feira passada.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse acreditar que o governo de Joe Biden, nos Estados Unidos, "vai acabar de forma desastrosa" devido a uma má condução na política monetária.

O ministro disse que os bancos centrais do mundo inteiro estão "dormindo no volante" para conter a inflação, que é global. Em entrevista ao Canal Livre, da TV Bandeirantes, ele avaliou que a situação também é a mesma no caso do Banco Central Americano e, por isso, o governo Biden sofrerá as consequências. "Estão atuando com retardamento", avaliou.

##RECOMENDA##

No caso brasileiro, Guedes disse que o BC, comandado por Roberto Campos Neto, "acordou primeiro" quando comparado com outras autoridades monetárias mundiais. "Confio muito no Roberto Campos e acho que ele se move mais rápido do que os outros."

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou neste sábado que "mudanças climáticas causam mais eventos extremos", e que "tudo é mais intenso quando clima está esquentando".

Em discurso em Wilmington, em Delaware, o democrata falou sobre as recentes tempestades que afetaram o centro do país, e disse que o impacto específico é difícil de determinar neste caso, mas que o número de eventos extremos recentes no país indicam efeitos de mudanças no clima.

##RECOMENDA##

Biden pediu união bipartidária diante das tragédias.

Nos eventos recentes, disse que ainda não se sabe ainda o número de mortos e tamanho dos danos.

O presidente disponibilizou ainda recursos federais adicionais. "Entregaremos tudo o que for preciso", afirmou.

Um dos Estados mais afetados foi o Kentucky, para o qual o presidente aprovou uma declaração de emergência.

Em queda de braço com potências rivais, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, buscou reforçar laços com parceiros estratégicos da Casa Branca nesta semana, usando o mote da defesa da democracia. O americano cumpriu uma promessa de campanha ao organizar a Cúpula pela Democracia, mas terminou a sexta-feira sob críticas, por fazer um evento em que muito se falou, mas que não apresentou compromissos coletivos capazes de frear investidas autoritárias ao redor do mundo.

A Cúpula pela Democracia fez Biden acumular desgastes. O americano ampliou a animosidade dos rivais, China e Rússia, que foram deixados de fora do evento pelos EUA.

##RECOMENDA##

A lista de convidados, por sua vez, deixou claro que os EUA priorizaram interesses estratégicos aos valores democráticos. Apesar de rejeitarem o Kremlim e Pequim por falta de credenciais democráticas, os americanos saudaram a participação de governos como o de Rodrigo Duterte, nas Filipinas, e de Andrzej Sebastian Duda, da Polônia -- além de Congo, Iraque e outros que figuram no fim da lista dos índices de medição de saúde das democracias.

Com uma longa e heterogênea lista de participantes, a Casa Branca assumiu compromissos próprios, como financiamento para mídia independente, mas falhou em mostrar como o evento levará a ações concretas -- ou como as promessas feitas por cada um dos países poderão ser fiscalizadas. Na véspera do encerramento da cúpula, o governo americano indicou que não esperava um documento comum entre os 110 participantes. Após o fim do evento, a subsecretária de segurança civil, democracia e direitos humanos do governo americano, Uzra Zeya, frisou que Washington vê o encontro apenas como um pontapé inicial. "Na próxima semana começamos o Ano de Ação, uma oportunidade de colocar as palavras desta semana em ação. E 2022 será um ano de trabalho com nossos parceiros", disse.

Em pronunciamentos gravados e transmitidos ao longo de dois dias, líderes defenderam pilares democráticos de maneira genérica. O presidente Jair Bolsonaro disse ter compromisso com a democracia e afirmou que seu governo adotou "o mais ambicioso e abrangente plano anticorrupção da história".

Questionada em entrevista a jornalistas, sobre a participação do Brasil, Uzra Zeya disse que os EUA "continuam incentivando o governo brasileiro a promover a inclusão social de todas as suas ricas e diversas culturas, incluindo afro-brasileiros, povos indígenas e outros grupos da diáspora". Ela não comentou a lista de compromissos enviados por Brasília a Washington por ocasião da cúpula.

Biden também não demonstrou como irá se posicionar para resolver um dos principais dilemas domésticos, quando o assunto é retrocesso democrático: o avanço de leis estaduais que limitam o direito a voto. Em discurso, ele prometeu "continuar lutando" para aprovar peças legislativas defendidas pelos democratas como garantias de direito a voto nos EUA. "Devíamos tornar mais fácil para as pessoas votarem, não mais difícil. Isso continuará sendo uma prioridade para meu governo até que o façamos. E a ação não é uma opção", disse. Até agora, no entanto, seus movimentos na Casa Branca não foram suficientes para convencer congressistas moderados do seu próprio partido.

"A empreitada ilustra dois problemas recorrentes na política externa dos EUA: a incapacidade de definir prioridades claras e cumpri-las e a tendência de proclamar metas elevadas e, em seguida, deixar de cumprir", escreveu Stephen M. Walt, professor de relações internacionais da Universidade de Harvard, em um artigo na revista Foreign Policy. "Se a cúpula e suas sucessoras não produzirem resultados reais, ela reforçará a percepção de que a própria democracia não é mais adequada para seu propósito", analisa Walt, para quem a estratégia do encontro não é eficiente nem sob o ponto de vista de se contrapor à China.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (2) uma campanha de inverno contra a covid-19, com novas exigências para os viajantes e um aumento nos esforços de vacinação.

Biden aportou uma liderança firme em relação à pandemia após os anos caóticos de Donald Trump, mas as mutações do coronavírus continuam desafiando-o e contribuem para a queda de sua popularidade.

Instando a nação - em particular seus adversários políticos - a se unirem à sua estratégia, Biden divulgou uma série de ações desenhadas para frear a propagação da covid-19 nos próximos meses, enquanto a variante mais recente, a ômicron, se espalha pelo mundo.

Até agora foram anunciados dois casos nos Estados Unidos, o segundo deles em um homem de Minnesota sem antecedentes de viagens internacionais recentes, o que indica que a cepa já está circulando no país.

"É um plano que acho que deveria nos unir", disse Biden, falando na sede dos Institutos Nacionais de Saúde, nos arredores de Washington.

"Sei que a covid-19 tem sido muito divisiva. Neste país, tornou-se um tema político (...), o que é uma triste constatação. Não deveria sê-lo, mas tem sido", acrescentou.

As medidas incluem a exigência de que todos os viajantes internacionais que entrem no país se submetam a um exame de covid um dia antes de embarcar.

Isto valerá para todos os viajantes, tanto americanos quanto estrangeiros, independentemente de sua situação vacinal.

Para os viajantes nacionais, Biden vai anunciar a ampliação da obrigação do uso de máscaras nos aviões, trens e outros meios de transporte público até meados de março.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse a jornalistas que os exames e as exigências de vacinação poderiam se estender eventualmente também aos voos nacionais.

"Nada está fora da mesa", afirmou.

A enxurrada de medidas pretende, em parte, assegurar aos americanos que Biden está fazendo tudo o possível para evitar que a pandemia faça descarrilar a impressionante recuperação econômica dos Estados Unidos e as festas de fim de ano.

Biden e seus assessores têm reforçado reiteradamente nos últimos dias que não voltarão a ocorrer fechamentos em massa.

Mas a Casa Branca também enfrenta o desafio de que muitos americanos não são receptivos aos apelos de Biden à ação coletiva.

Apesar das tentativas cada vez mais criativas para incentivar as pessoas a se vacinarem, cerca de 40% dos americanos ainda não estão completamente imunizados. Ao redor de 110 milhões de pessoas com direito a receber vacinas de reforço ainda não aproveitaram a oportunidade.

- Campanha nacional -

As autoridades disseram que será adotado um aumento da promoção das vacinas e seus reforços, com uma campanha nacional dirigida aos beneficiários da assistência sanitária pública chamada Medicare.

Por outro lado, o governo Biden tentará assegurar que as escolas não voltem a sofrer fechamentos maciços.

"Estamos ampliando nossos esforços para vacinar as crianças a partir dos cinco anos", disse. E aos pais preocupados com as variantes ômicron e delta, pediu: "Façam com que seus filhos se vacinem em um dos 3.500 centros do país".

Em outro reforço das políticas já existentes, a Casa Branca fomentará o uso de kits caseiros de testagem, ao anunciar que o seguro de saúde cobrirá 100% de seu custo. Para os que não têm plano, haverá maior disponibilidade de kits gratuitos.

Atualmente, os kits são vendidos por cerca de 25 dólares, enquanto que em outros países europeus estão disponíveis gratuitamente ou com baixo custo.

Enquanto isso, a Casa Branca destacou que as restrições impostas pelo governo aos viajantes de oito países da África austral devido ao crescente temor da variante ômicron não eram um "castigo" a estes países, mas uma medida de segurança.

"Estamos em contato diplomático direto com os líderes destes países sobre as medidas que adotamos", disse Psaki, em alusão à proibição imposta na semana passada às chegadas de passageiros procedentes de Botsuana, Zimbábue, Namíbia, Lesoto, Suazilândia, Moçambique, Malauí e África do Sul.

"Isto não pretende ser um castigo, são medidas recomendadas por nossos funcionários de saúde pública e por especialistas médicos", afirmou durante sua coletiva de imprensa de rotina. "Ninguém quer que isso seja permanente".

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando