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O governo de Joe Biden voltou a denunciar, no domingo (14), a obstrução por parte do Texas da patrulha fronteiriça de acesso a um setor da fronteira com o México, após o afogamento de três migrantes.

Apoiador declarado de Donald Trump, que fez da luta contra a imigração uma questão prioritária da sua campanha eleitoral, o governador republicano Greg Abbott desafia abertamente a autoridade do governo Biden, que acusa de ter causado uma crise migratória na fronteira.

"Na noite de sexta-feira, uma mulher e duas crianças morreram afogadas perto de Eagle Pass, e as autoridades do Texas impediram a Polícia de Fronteira dos EUA de tentar ajudá-los", disse no domingo o porta-voz da Casa Branca, Angelo Fernandez Hernandez.

"À medida que continuamos estabelecendo os fatos destas mortes trágicas, uma coisa é clara: as manobras políticas do Governador Abbott são cruéis, desumanas e perigosas. A Polícia de Fronteira deve ter acesso às fronteiras para fazer cumprir as nossas leis", acrescentou o porta-voz.

À noite, a Chancelaria do México confirmou em comunicado que as três vítimas eram mexicanas e que os corpos já haviam sido recuperados pelas autoridades locais.

O governo mexicano, acrescenta, irá "acompanhar as exigências" da Casa Branca contra o Texas pelas medidas implementadas na fronteira e que "potencialmente impactam os protocolos de assistência e resgate aos migrantes".

Por sua vez, um legislador democrata do Texas, Henry Cuellar, acusou a Guarda Nacional do Texas, que assumiu o controle exclusivo de um setor-chave da fronteira, "de não ter autorizado o acesso à Polícia de Fronteira para salvar os migrantes".

"Esta é uma tragédia pela qual o estado do Texas é responsável", disse ele em comunicado no sábado.

O Departamento Militar, responsável pela Guarda Nacional do Texas, indicou que foi contatado pela patrulha fronteiriça na noite de sexta-feira sobre a situação de emergência, e sustentou que uma das suas unidades "revistou ativamente o rio com luzes e óculos de visão noturna", sem encontrar migrantes em perigo ou corpos.

O prefeito de Nova York, Eric Adams, adotou novas medidas para conter a constante chegada de ônibus com imigrantes enviados pelo governador republicano do Texas, no último episódio de uma batalha central na campanha para as eleições presidenciais de 2024.

O tema tem grande relevância política nos Estados Unidos, onde os republicanos, liderados pelo ex-presidente Donald Trump, mas também democratas como Adams, acusam o governo de Joe Biden de inação para regular a imigração proveniente do México.

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O secretário de Estado, Antony Blinken, viajou em caráter de urgência na quarta-feira para a Cidade do México para tentar encontrar soluções para o problema.

Nas últimas semanas, cerca de 10 mil pessoas por dia tentam cruzar ilegalmente a fronteira sul dos Estados Unidos, quase o dobro do período anterior à pandemia de covid-19.

Uma caravana de milhares de migrantes partiu no domingo do sul do México para tentar chegar aos Estados Unidos.

"Apenas na semana passada, 14 ônibus cheios de migrantes chegaram vindos do Texas, a maior quantidade registrada em uma única noite, além de centenas de migrantes que chegaram naquele dia por outras rotas de transporte", destacou o prefeito de Nova York, que emitiu um decreto de emergência na quarta-feira.

A megacidade, com 8,5 milhões de habitantes, que acolheu ondas de imigrantes ao longo de sua história, viu chegar "mais de 161.500 solicitantes de asilo" desde a primavera no hemisfério norte de 2022, dos quais mais de 68 mil continuam recebendo apoio da cidade, segundo a prefeitura.

Nova York abriu ou designou 214 locais, na grande maioria hotéis requisitados, para abrigar imigrantes em caso de emergência.

Essas chegadas são resultado de uma política implementada por Greg Abbott, governador republicano do Texas, na fronteira com o México, que alugou ônibus ou aviões para enviar dezenas de milhares de imigrantes para cidades controladas pelos democratas.

De acordo com o decreto emergencial de Adams, as empresas devem notificar a cidade com pelo menos 32 horas de antecedência sobre a hora e a chegada dos ônibus fretados para transportar migrantes, e essas chegadas devem ocorrer no mesmo local no centro de Manhattan e em horários específicos, entre 08h30 e 12h00 de segunda a sexta-feira.

"Estamos dizendo às empresas para 'não serem cúmplices' das ações do governador Abbott", destacou Adams.

Ele afirmou que não se trata de "penalizar" os imigrantes, mas de advertir as empresas de transporte de que estão sujeitas a multas e ações legais se não cumprirem as novas regras.

O vereador se reuniu na quarta-feira com seus colegas democratas das cidades de Chicago e Denver para pedir novamente ajuda ao governo federal.

Em 15 de dezembro, a governadora democrata do Arizona, Katie Hobbs, acusou Biden de "se recusar a fazer o seu trabalho" diante do aumento de imigrantes em sua fronteira.

Uma moradora do Texas foi forçada a deixar seu estado para se submeter a um aborto de urgência depois de ser impedida de interromper uma gravidez que colocava sua vida em risco, informaram nesta segunda-feira (11) seus advogados em um documento judicial.

Kate Cox, de 31 anos e mãe de dois filhos de Dallas, está grávida de 21 semanas. O feto tem uma anomalia genética, a trissomia 18 completa, o que significa que provavelmente morreria no útero ou, no máximo, viveria poucos dias.

Os médicos afirmam que não interromper a gestação causaria uma ruptura do útero de Cox, ameaçando sua fertilidade e sua vida. Ela, seu marido e seu médico processaram o Texas na semana passada e inicialmente um juiz do condado de Travis concedeu o direito ao aborto.

Porém, o procurador-geral do estado, Ken Paxton, recorreu rapidamente à Suprema Corte do Texas, que bloqueou a ordem do tribunal inferior. Paxton também ameaçou processar qualquer médico que fizesse o procedimento.

"Esta última semana de limbo legal tem sido um inferno para Kate", disse Nancy Northup, presidente e diretora-executiva do Centro de Direitos Reprodutivos, que apresentou o caso em nome de Cox, seu marido e seu médico.

"Sua saúde está na corda bamba. Está entrando e saindo de emergências e não podia mais esperar. Por isso, os juízes e os políticos não deveriam tomar decisões sobre os cuidados das grávidas: não são médicos."

A Suprema Corte dos Estados Unidos reverteu o direito constitucional ao aborto em 2022. Imediatamente o estado do Texas proibiu a interrupção da gravidez mesmo em caso de estupro ou incesto.

Os médicos texanos culpados de praticar abortos podem enfrentar penas de até 99 anos de prisão, multas e a revogação de sua licença para exercer medicina.

Uma mulher processou, nesta terça-feira (5), o estado do Texas, onde o aborto é ilegal, para poder se submeter a este procedimento pois, segundo seus médicos, complicações na gestação põem sua vida em risco.

Kate Cox, de 31 anos, mãe de dois filhos, soube que seu terceiro bebê, que estava a caminho, tem trissomia 18, uma condição genética que, segundo a ação movida contra o estado conservador do sul dos Estados Unidos, poderia provocar aborto espontâneo ou a sobrevida do bebê em condições difíceis por pouco tempo.

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O feto tem a coluna torta e um desenvolvimento irregular do crânio e do coração, segundo o processo apresentado em nome de Cox pelo Centro de Direitos Reprodutivos (CRR, na sigla em inglês). Mas, devido à forma como a lei do aborto foi elaborada no estado do Texas, os médicos temem ser processados ao realizá-lo.

"Não se trata de se terei que me despedir do meu bebê, mas de quando. Estou tentando fazer o melhor para o meu bebê e para mim, mas o estado do Texas está fazendo nós dois sofrer", disse Kate em uma declaração. Na ação, somam-se a ela seu marido, Justin, que busca não ser processado por ajudar a esposa, além da obstetra e ginecologista Damla Karsan, que está disposta a auxiliá-la no procedimento.

"Preciso interromper minha gestação agora para ter as melhores possibilidades de saúde e de uma gravidez futura", acrescentou Cox, que mora em Dallas.

Sua única outra opção, acrescentou o CRR, é tentar realizar o aborto em outro estado em que a prática seja legal, enquanto algumas cidades do Texas aprovaram leis para que qualquer cidadão possa processar outro que for descoberto mobilizando alguém em busca deste procedimento.

O CRR também lidera uma ação em nome de 20 mulheres, que tiveram negado o aborto apesar de terem tido complicações similares às de Cox. Embora a lei no Texas permita o aborto quando a vida da mãe corre risco, para as demandantes a forma como as exceções médicas são definidas no estado é confusa e provoca medo nos médicos.

A Suprema Corte do Texas celebrou uma audiência sobre esta ação e espera-se que emita em breve uma decisão sobre se bloqueia as proibições ao aborto em situações com as de Cox e exponha as exceções com clareza.

O Texas é um dos vários estados conservadores que declararam o aborto ilegal, depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos anulou, em junho de 2022, a sentença Roe v. Wade, que garantiu por meio século o direito das mulheres a interromper a gestação em nível federal.

Os médicos do Texas considerados culpados de realizar abortos podem pegar até 99 anos de prisão, além de serem condenados a pagar multas de até 100.000 dólares (R$ 495 mil, na cotação atual) e poderem ter sua licença médica revogada.

Um tribunal de apelações dos Estados Unidos determinou na quinta-feira que o estado do Texas não deve remover de forma imediata a controversa barreira boias que o governador republicano Greg Abott instalou no Rio Grande para impedir a passagem irregular de migrantes procedentes do México.

A "suspensão administrativa" impede temporariamente a decisão tomada na quarta-feira por um tribunal federal com sede em Austin, que deu ao estado até 15 de setembro para remover a barreira.

O governo do presidente democrata Joe Biden apresentou uma ação contra o Texas depois da instalação, em julho, das boias, alegando que a medida violava a lei federal e tratados com o México.

Pouco depois do anúncio da decisão preliminar do juiz David Ezra na quarta-feira, que também proibia a construção de novas barreiras por parte das autoridades texanas, o governo estadual apresentou o recurso.

"Esta batalha não terminou. Está apenas começando", afirmou o governador Abbott na plataforma X (antes Twitter).

Na decisão, o juiz Ezra justificou a decisão pelos "danos causados pela barreira flutuante", citando "as enormes tensões que têm causado nas relações entre os Estados Unidos e o México", assim como "ameaças à vida humana e obstrução à navegação livre e segura".

O Rio Bravo, também chamado Rio Grande, é a fronteira natural com o México. As boias instaladas são projetadas para girar caso alguém tente segurá-las e possuem, em cada lado, discos de metal serrilhados.

A linha de boias laranjas de cerca de 300 metros foi instalada no setor Eagle Pass, que faz fronteira com Piedras Negras, no México. É um dos trechos usados pelos migrantes para entrar nos Estados Unidos.

Há vários anos, governadores e congressistas republicanos, incluindo Abbott, denunciam a chegada de imigrantes ilegais, que chamam de "invasão".

Na tarde de terça-feira, 4 de julho, quando os Estados Unidos comemoraram o aniversário da independência com fogos de artifício, Joseph desmaiou em sua cela no Texas, em meio ao calor excessivo que atinge o sul dos Estados Unidos nestes dias.

Nesses recintos de concreto, tijolo e metal, ventiladores industriais espalham o vapor quente no ambiente. Sem ar-condicionado na maioria dos presídios, quando as temperaturas externas passam dos 40ºC, a sensação dentro pode ser maior.

Alguns prisioneiros derrubam o banheiro em sua cela para transbordar a água, molham o chão e dormem no chão de concreto. Outros molham a roupa para se refrescar, segundo relatos à AFP de presidiários, ex-presidiários e familiares.

Nas últimas semanas, Joseph Martire, de 35 anos, teve quatro problemas de saúde relacionados ao calor no presídio de Estelle em Hunstville, onde serviu por 16 anos. "Eu desmaiei, mas eles não estão me tratando", disse por telefone à família, que pediu ajuda à administração da prisão.

Quando outros detentos percebem que alguém desmaiou por causa do calor, eles gritam para chamar a atenção de um policial, mas a falta de pessoal atrasa a ajuda, diz Martire. Eles são então levados para uma área administrativa do presídio que tem ar-condicionado, a qual chamam de "respiro", onde tentam ficar o maior tempo possível.

"Já estou com vários problemas de saúde por causa do calor e não quero mais ter" esses problemas, detalha.

A sensação, diz Amite Dominick, presidente da organização humanitária Defensores para Prisões na Comunidade do Texas (TPCA), é como "estar trancado no carro com mais de 40ºC, usar um secador de cabelo para respirar e abrir um pouco a janela".

- Um forno de tijolos -

Uma reportagem do portal Texas Tribune fala em pelo menos nove pessoas que morreram na prisão em junho por ataques cardíacos ou causas desconhecidas que podem estar relacionadas ao calor.

Mas Amanda Hernández, porta-voz do Departamento de Justiça Criminal do Texas (TDCJ), responsável pelos presídios, destaca que a última morte por calor ocorreu em 2012. Em junho, atenderam sete casos de pessoas afetadas "além dos primeiros socorros", sem vítimas fatais.

A entidade tem uma população de 126 mil reclusos, segundo fontes oficiais, nas suas diferentes prisões, e garante que 32 pessoas morreram por causas diversas em junho.

Dominick discorda. "O legista geralmente relata algo como parada cardíaca, porque a insolação está altamente correlacionada com a parada cardíaca (...). Vemos os mesmos relatórios e vemos evidências médicas do que acontece com o corpo. Com temperaturas como essas, são mortes relacionadas com o calor", acrescenta, embora ainda não tenha números.

"Eles não têm ventilação adequada nos presídios. Se não estão morrendo, estão enlouquecendo", afirma Dominick.

Sean Adams cumpriu pena em uma prisão chamada "Queima como o Inferno" Clemens, em Brazoria. "É feito com aqueles tijolos vermelhos, que são os mesmos tijolos dos fornos. E quando a temperatura é de 38ºC lá fora, dentro é de 48ºC", conta o homem de 36 anos.

O TDCJ esclarece que nas celas os reclusos têm acesso a gelo e água, podem deslocar-se para áreas de descanso com ar-condicionado quando necessário, que continua implementando mais camas com refrigeração e que toma todos os cuidados com as altas temperaturas.

- Cozinhar cidadãos-

Samantha, mãe de uma presidiária de 25 anos que não quis se identificar, conta que em junho três detentas morreram por causa do calor na prisão de Lane Murray, onde está sua filha. "A forma como elas são tratadas é desumana", denuncia.

"Com essas temperaturas, seu corpo e sua mente entram em modo de sobrevivência", explica Marci Marie Simmons, ex-presidiária e ativista, de 44 anos. Ela denuncia que, no final de junho, um detento de 36 anos morreu no presídio de Estelle horas depois de conversar com sua mãe e reclamar do calor.

"Se você deixar um animal de estimação em um carro trancado no calor, você vai para a prisão. No entanto, o estado do Texas quer cozinhar seus cidadãos [na prisão]. Alguns têm acusações estúpidas por drogas, mas são condenados à morte porque não aguentam o calor", diz Michelle Lively, cujo namorado Shawn McMahon, de 49 anos, está na prisão de Wynne.

Os funcionários da prisão também expuseram à imprensa suas reivindicações sobre as condições em que trabalham.

Dominick explica que os projetos de lei para exigir ar-condicionado nos presídios são barrados no Senado do Texas, de maioria conservadora.

"O TDCJ gastou 750.000 dólares (3,6 milhões de reais, na cotação atual) em ar-condicionado" para um projeto de criação de porcos nos últimos anos, "mas não é adequado para humanos".

Um cão policial do Departamento de Polícia de Houston (HPD), Texas, no sul dos Estados Unidos, morreu na última segunda-feira (12), devido ao mau funcionamento do sistema de ventilação da viatura em que estava. Aron tinha 4 anos, e já servia na força há um ano e meio. A informação é do portal ABC News.

O policial responsável pelo animal deixou o veículo ligado, com o ar-condicionado, “uma prática comum e necessária quando o cão não está exercendo suas funções policiais”, afirma o pronunciamento da HPD ao anunciar a morte de Aron.

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As autoridades explicaram, por meio de nota, que o cão ficou exposto a um calor excessivo dentro da viatura. “Quando o policial responsável por Aron voltou ao veículo, descobriu que o motor havia desligado e o animal estava agonizando”. Ele foi levado para a emergência veterinária mas não resistiu.

A HPD declarou que suas viaturas são “equipadas com um sistema que notifica o responsável, toca as buzinas, ativa os ventiladores e abre as janelas se, por alguma razão, o motor desligar". 

O departamento afirmou ainda que vai investigar a morte de Aron para descobrir o que aconteceu de fato, e todas as viaturas que transportam cães policiais serão recolhidas para inspeção.

A Assembleia Legislativa do estado do Texas aprovou na quarta-feira (17) um projeto de lei que proíbe a transição de gênero para menores de idade, com tratamentos hormonais o cirúrgicos, ao mesmo tempo que o governador da Flórida promulgava um texto similar em seu estado.

A lei proibirá que os médicos prescrevam este tipo de tratamento, mas está prevista uma exceção para os menores que já estão em tratamento - que no entanto devem "abandoná-lo" de forma progressiva, segundo o documento.

Para virar lei, o texto deve ser assinado pelo governador republicano, Greg Abbott, o que parece ser apenas uma formalidade diante da posição do político sobre o tema.

No ano passado, Abbott ordenou uma investigação dos pais de menores que recebem este tipo de tratamento, que ele comparou ao abuso infantil, o que forçou algumas famílias a fugir do estado.

Caso a lei seja promulgada, o Texas será o segundo estado americano mais populoso dos Estados Unidos e o maior em território a adotar tal política, mas não o único.

Ron DeSantis, governador da Flórida - o terceiro estado do país em número de habitantes - assinou na quarta-feira uma lei votada no início de maio que proíbe tratamentos hormonais e cirúrgicos de transição de gênero para menores de idade.

DeSantis, um provável aspirante à candidatura presidencial pelo Partido Republicano em 2024, comparou os procedimentos a "mutilações".

"É um ataque contra a liberdade", criticou Joe Saunders, da associação Equality Florida, que defende os direitos da comunidade LGBT+.

Mais de 10 estados já adotaram restrições deste tipo.

Outras leis abordam a discussão da identidade de gênero nos centros de ensino, o uso de de pronomes neutros por parte dos menores de idade e até os espetáculos de drag queens, que os conservadores consideram muito sexualizados.

O suspeito de ter matado oito pessoas no último sábado em um shopping center do Texas foi expulso em 2008 do Exército americano, declarou nesta segunda-feira (8) um porta-voz da instituição.

O atirador, morto pela polícia durante o ataque, foi identificado como Mauricio García, de 33 anos, natural de Dallas, sul do país. Ele entrou no Exército "em junho de 2008 e foi expulso três meses depois, sem ter concluído sua formação inicial", disse Heather Hagan, porta-voz da instituição, sem informar o motivo do afastamento.

Autoridades tampouco comentaram a suposta filiação do suspeito a grupos de extrema direita, divulgada pela imprensa americana. Uma fonte policial confirmou, no entanto, que estes elementos são procedentes de um documento vazado da investigação.

Segundo veículos de comunicação e o site investigativo Bellingcat, o suspeito possuía uma conta em uma rede social russa na qual compartilhava ideias misóginas e neonazistas, além de preocupações com a própria saúde mental.

Um homem abriu fogo no sábado (6) em um shopping do estado do Texas, sul dos Estados Unidos, matou oito pessoas e deixou vários feridos antes de ser morto por um policial que estava no local.

O tiroteio provocou cenas de pânico no Allen Premium Outlets, um grande complexo comercial de Allen, 40 quilômetros ao norte de Dallas, que estava lotado no fim de semana.

Um policial estava no centro comercial para investigar outro caso quando aconteceu o ataque, às 15H30 locais (17H30 de Brasília), informou Brian Harvey, chefe do departamento de polícia de Allen.

"O agente ouviu tiros, se aproximou, enfrentou o suspeito e neutralizou o indivíduo", acrescentou. Em seguida chamou os serviços de emergência.

Imagens exibidas pelo canal CNN mostram o momento em que o atirador saiu de um automóvel no estacionamento do shopping para iniciar o massacre.

Até o momento as autoridades não divulgaram a identidade do criminoso. O corpo foi encontrado no chão quando os reforços policiais chegaram, próximo dos corpos de outras seis vítimas.

Duas pessoas não resistiram aos ferimentos e faleceram no hospital. Entre os feridos, "três passaram por cirurgias de emergência e quatro estavam em condição estável", informou Jonathan Boyd, comandante do corpo de bombeiros de Allen.

- "Tragédia indescritível" -

Uma das vítimas fatais tinha cinco anos, informou um funcionário de um hospital ao canal NBC News.

O governador do Texas, Greg Abbott, chamou o tiroteio de "tragédia indescritível".

O presidente Joe Biden "foi informado sobre o tiroteio", de acordo com fontes da Casa Branca.

As autoridades locais elogiaram a ação rápida do policial que estava no local.

"Temos uma dívida de gratidão com as pessoas que responderam primeiro, que correram para o tiroteio e agiram rapidamente para neutralizar a ameaça", disse Keith Self, congressista republicano cujo distrito inclui a cidade de Allen.

"Allen é uma cidade segura e orgulhosa, o que faz deste ato insensato de violência algo ainda mais chocante", disse o prefeito Ken Fulk.

As autoridades acreditaram em um primeiro momento que outra pessoa estivesse envolvida no ataque, informou a CNN. Mas, após uma operação de busca nas lojas do shopping, Harvey declarou que a polícia acredita o homem "atuou sozinho".

O atirador usou equipamento tático, de acordo com a CNN.

Janet St. James, porta-voz do Medical City Healthcare, que administra vários centros de traumatologia no norte do Texas, informou que a rede recebeu oito pacientes do tiroteio, com idades entre cinco e 61 anos.

"Não há mais lugares seguros. Não sei o que fazer", disse à CNN Jaynal Pervez, um homem que correu para o shopping depois que sua filha, que estava no local, ligou para ele para contar o que estava acontecendo.

Pervez relatou cenas caóticas no estacionamento do shopping: "Vi sapatos e telefones celulares nas ruas".

Com mais armas de fogo que habitantes, os Estados Unidos têm a maior taxa de mortes por armas de fogo de todos os países desenvolvidos: 49.000 em 2021, contra 45.000 no ano anterior.

Desde o início de 2023, o país registrou mais de 195 tiroteios em massa - definidos como atos que deixam quatro ou mais pessoas feridas ou mortas -, de acordo com o 'Gun Violence Archive'.

Um homem atirou em seus vizinhos, matando um garoto de 8 anos e quatro adultos dentro de uma casa perto de Houston, no Texas (EUA), depois que a família pediu para que ele parasse de atirar em seu quintal porque estavam tentando dormir, informaram autoridades norte-americanas neste sábado, 29. O ataque aconteceu na noite da sexta-feira, 28, pouco antes da meia-noite (hora local).

Segundo o xerife do condado de San Jacinto, Greg Capers, havia 10 pessoas na casa.

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Acredita-se que todas as vítimas são de Honduras. Duas delas foram encontradas deitadas sobre duas crianças em um quarto.

"As senhoras hondurenhas que estavam deitadas sobre essas crianças estavam fazendo isso em um esforço para proteger a criança", disse Capers.

Outras três crianças "cobertas de sangue" foram encontradas na casa e levadas para um hospital.

Ele afirmou que as autoridades ainda estavam procurando por Francisco Oropeza, de 38 anos, após o tiroteio na cidade de Cleveland, cerca de 72 quilômetros ao norte de Houston.

Uma pessoa na casa tem um vídeo do suspeito andando até a porta da frente com o rifle. As autoridades estavam usando cães farejadores e um drone aéreo na busca por Oropeza, que eles acreditam estar intoxicado no momento do tiroteio e teria fugido para uma floresta densamente arborizada a poucos quilômetros da cena do crime.

Capers disse ainda que seus delegados tinham ido à casa de Oropeza pelo menos uma vez antes e falou com ele sobre disparar sua arma no quintal. Não ficou claro se alguma ação foi tomada na época.

O ataque foi o mais recente ato de violência armada no que tem sido um ritmo recorde de tiroteios em massa nos EUA até agora neste ano. Alguns dos ataques envolveram rifles semiautomáticos. Neste ano, em todo os EUA, houve pelo menos 18 tiroteios que deixaram quatro ou mais pessoas mortas, de acordo com um banco de dados mantido pela Associated Press e USA Today, em parceria com a Northeastern University. Fonte: Associated Press.

Montado em "Diamond", seu cavalo, John Beck desliza velozmente entre os obstáculos, deixando um rastro de poeira por onde passa. Ele é um dos 52 cowboys que competem um rodeio gay no coração do Texas, onde os direitos das pessoas LGBTQIA+ são alvo de ataques conservadores.

Quem passa por Denton, no noroeste de Dallas, pode não estar ciente deste evento, realizado em uma área quase do tamanho de um campo de futebol, cercada por arquibancadas de metal. Não há "rockstars", leilões de gado milionários, publicidade esbanjadora ou um grande público.

Os competidores são quase todos amadores, mas há entusiasmo e show de drag queens. Ao contrário do rodeio convencional, onde há competições exclusivas para homens ou mulheres, aqui todos participam em tudo.

Enquanto o Parlamento do Texas debate vários projetos que retiram os direitos das pessoas LGBTQIA+, o grupo de cowboys - gays e transgêneros - em Denton vive uma tradição enraizada e pede aos Estados Unidos que não voltem à era dos "brancos contra índios".

A Associação Gay de Rodeio do Texas (TGRA, na sigla em inglês), responsável há três décadas pela organização deste evento, foi criada há 40 anos, quando não havia financiamento estatal para apoiar pessoas com HIV.

"Nós o criamos para promover o estilo de vida 'ocidental' e ser uma instituição de caridade", explica um de seus membros, Jim Gadient, 68.

"Nosso rodeio é diferente. Homens e mulheres (...) têm a mesma oportunidade, algo que não encontram em um rodeio tradicional", diz Gadient. Existem associações semelhantes em outros estados.

Todos estão ansiosos pela "Wild Drag Race", onde uma drag queen competidora tenta montar um bezerro com a ajuda de um homem e uma mulher. Entretanto, o bezerro foge, a corda para segurá-lo solta e os competidores caem. Pessoas celebram.

Uma das drags da competição, Sean Moroz, um paramédico de 35 anos, diz que cresceu em um ambiente "ocidental", mas "muito hipermasculino".

"Quando descobri que tinha rodeio gay (...) foi como viver meu sonho (...) Essas pessoas com quem eu disputo são meus amigos, minha família, aprendo com eles e posso ser eu mesmo", acrescenta Moroz.

"Eu montei (cavalos) ásperos no mundo 'normal' e no mundo gay ao mesmo tempo, por 17 anos. Eu montei touros. Aprendemos a nos dar bem" com cowboys heterossexuais, diz Beck, que vem do Colorado e já participou de várias versões anuais deste rodeio.

Segundo a ONG Equality Texas, o Parlamento debate 140 projetos no Texas, que buscam limitar os direitos das pessoas LGBT, uma tendência em estados conservadores.

Um projeto de lei pede o fim do financiamento das bibliotecas do Texas que permitem que drag queens leiam histórias para crianças. Outro permite que elas sejam denunciadas caso se apresentem na frente delas.

Para o vice-governador do Texas e aliado de Donald Trump, Dan Patrick, essas atividades "sexualizam e doutrinam" as crianças.

Para Delilah DeVasquez, uma drag queen de 50 anos, as coisas são transparentes: "Conhecemos nosso público. Se vamos entreter as crianças, faremos isso de maneira adequada, em vez de entretenimento para adultos. São duas coisas diferentes".

"Não é perigoso. São apenas pessoas de vestido se divertindo", sustentou Moroz.

Já para Gadient, a prioridade do Parlamento deveria ser o "controle de armas", em um país com tiroteios em massa.

"Primeiro eles atacam as bibliotecas, banindo os livros. Assim eles começam a controlar as pessoas, falam sobre notícias falsas. Eles estão no modo Hitler, são os passos para um governo autoritário", continuou o membro da TGRA.

Charlie Colella, 63, também lamenta os contratempos enquanto alimenta seu cavalo: "Demorou muito para chegar aqui, incluindo muita gente que morreu por isso. O que vem a seguir? Revogar o direito de voto das mulheres e dos negros? Se não for branco e cristão, não tem direitos? Isso é errado".

Donald Trump minimizou neste sábado (25) as investigações contra ele por supostos pagamentos indevidos, no início de sua campanha presidencial em Waco, Texas, cidade onde uma seita armada confrontou autoridades federais há 30 anos.

"O promotor distrital de Nova York, sob os auspícios e direção do 'departamento de injustiça' em Washington DC, estava me investigando por algo que não é crime, não é contravenção", disse o ex-presidente dos EUA a seus apoiadores, no Aeroporto Regional de Waco.

O ex-presidente garantiu recentemente que seria "preso" - fato que não aconteceu - no dia 21 de março em Nova York em um caso envolvendo o pagamento de US$ 130 mil (cerca de R$ 687 mil) à atriz pornô Stormy Daniels, pouco antes das eleições presidenciais de 2016, supostamente para evite falar sobre uma suposta relação amorosa entre os dois.

Trump, que no sábado reiterou que concorrerá às eleições de 2024, nega as acusações.

O caso, nas mãos do Ministério Público, poderia ter violado as regras que regem o financiamento de campanhas eleitorais e levar a um processo criminal contra o ex-presidente de 76 anos, casado com Melania Trump.

Para o ex-presidente, é “uma caça às bruxas e uma falsa investigação atrás da outra”. Milhares vieram para vê-lo, mas não alcançou os 15.000 participantes que as autoridades locais haviam previsto.

Trump atacou os promotores que investigam casos contra ele, chamando-os de "escória humana" e "maníacos da esquerda radical".

Seus partidários chegaram a Waco pelo menos um dia antes em trailers, caminhonetes e carregando faixas com os dizeres "Trump 2024" e seu agora famoso slogan "Make America Great Again" nesta cidade de 130.000 habitantes ao sul de Dallas.

Outro outdoor diz que os democratas, seus rivais políticos, "são comunistas". Camisetas com os dizeres "Deus, armas, Trump em Waco, Texas" também foram vendidas fora do aeroporto.

Waco é o "epicentro do movimento patriota", disse Peter Christian, 55, membro do grupo religioso Ramo Davidiano, agora chamado de "The Lord Our Righteousness".

Este encontro dá ao republicano a chance de impulsionar sua campanha, enquanto nem todo o partido o apoia, embora várias pesquisas de opinião o apontem como o ganhador das primárias.

O bilionário insiste em falar de uma "fraude" nunca provada nas eleições presidenciais de 2020, quando foi derrotado pelo democrata Joe Biden.

Trump também viu parte da direita - particularmente seus doadores ricos - voltarem os olhares para um novo personagem, o governador da Flórida, Ron DeSantis, de 44 anos, que ainda não lançou sua candidatura, mas se alinha como um de seus maiores adversários na disputa pela indicação republicana em 2024.

Trump alertou no ano passado que DeSantis não se candidate, pois se o fizer, ameaçou revelar coisas sobre ele "pouco lisonjeiras".

A pílula abortiva poderia ser proibida nos Estados Unidos? Seu futuro será decidido nesta quarta-feira (15) diante de um magistrado ultraconservador, a quem os opositores ao aborto pedem a suspensão de sua autorização.

Matthew Kacsmaryk, que foi advogado de uma organização cristã antes de ser nomeado juiz federal pelo então presidente republicano Donald Trump, ouvirá os argumentos das partes no tribunal federal de Amarillo, no estado do Texas.

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Mais tarde, ele emitirá sua decisão sobre o caso, que ameaça ter um impacto social tão retumbante quanto a decisão da Suprema Corte que implodiu, em junho passado, o direito ao aborto.

Desde então, 15 estados conservadores proibiram qualquer modalidade de aborto em seu território, e outros, como a Flórida, estão em processo de restringir severamente a prática.

Para Alexis McGill Johnson, presidente da associação de planejamento familiar Planned Parenthood, “o caso Amarillo é um alerta para todos aqueles que pensavam que não os afetava”, porque vivem em estados que protegem o direito ao aborto. A decisão do juiz Kacsmaryk pode ser estendida a todo o país.

"Estamos claramente muito preocupados, como toda a comunidade médica deveria estar. Seria uma primeira vez muito perigosa", acrescentou Johnson, em um comunicado.

'Política antes da ciência' 

Em novembro, uma coalizão de médicos e de grupos antiaborto entrou com uma ação contra a agência responsável pelo setor de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) por ter autorizado, há 23 anos, o mifepristone (RU 486). Este é um dos dois comprimidos usados para a interrupção médica da gravidez.

Os demandantes acusam a FDA de ter escolhido "a política no lugar da ciência", ao aprovar um produto químico que pode criar complicações, e de ter "excedido suas competências".

Solicitaram que, enquanto se examinam os argumentos substantivos, a autorização do mifepristona seja suspendida em todo o território.

Estrategicamente, levaram seu recurso para Amarillo, cidade do Texas distante dos grandes centros urbanos, onde Kacsmaryk é o único juiz federal. Seu perfil e sua suposta oposição ao aborto levantaram preocupações nas fileiras dos defensores do direito ao aborto. Alguns deles protestarão na frente da corte na quarta-feira.

“Parece incrível que um simples juiz do Texas possa tomar uma decisão que afetaria um produto que foi aprovado pelas autoridades de saúde e é comercializado de forma segura há mais de 20 anos”, disse à AFP Elisa Wells, cofundadora da Plan C, uma rede de informação sobre pílulas abortivas.

Mais da metade dos abortos médicos

Uma decisão dessas seria "devastadora para as mulheres", denunciou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, há dez dias.

Desde o ano 2000, mais de 5,6 milhões de mulheres usaram essa pílula nos Estados Unidos e pouco menos de 1.500 tiveram complicações subsequentes.

Hoje, a maioria (53%) das interrupções de gravidez no país são médicas, um procedimento menos invasivo e menos custoso do que os abortos cirúrgicos.

A decisão do juiz Kacsmaryk pode ser alvo de recurso na Corte Federal de Apelações de Nova Orleans, também conhecida por seu conservadorismo. O caso pode, ainda, voltar para a Suprema Corte, que, desde sua remodelação por Trump, tem seis juízes conservadores do total de nove membros na Casa.

E, se a Justiça suspender a autorização da FDA, provavelmente levará vários meses até que sua decisão seja implementada. Segundo especialistas, a agência reguladora de medicamentos deve seguir um procedimento antes de retirar a autorização de um produto.

As mulheres e os médicos também podem recorrer a uma segunda pílula, o misoprostol, cujo uso hoje é combinado com o mifepristona para aumentar a eficácia e reduzir a dor.

“De qualquer forma, acho que será caótico, quando o juiz tomar sua decisão”, antecipa Elisa Wells.

O estado do Texas, sul dos Estados Unidos, executou na terça-feira (7) um homem condenado à morte pelos assassinatos da esposa e da filha em 2009.

O americano Gary Green, de 51 anos, foi declarado morto às 19h07 no horário local (22h07 de Brasília) na Penitenciária de Huntsville. Ele foi o oitavo condenado à morte executado no país desde o início do ano.

Ele havia sido condenado em 2010 por ter, um ano antes em Dallas, esfaqueado a esposa e afogado a filha de seis anos em uma banheira. Na manhã da tragédia, a esposa havia enviado um documento de separação. Ele respondeu que "cinco vidas seriam perdidas", informou a imprensa local.

Ele não matou os dois filhos da esposa, de 9 e 12 anos, mas tentou cometer suicídio.

Os advogados de Green tentaram anular a sentença nos últimos anos, alegando supostos transtornos mentais. A Suprema Corte, de fato, proibiu a execução de pessoas que não têm a capacidade de compreender o significado da sentença.

Gary Green também foi um dos condenados que entrou na justiça para impedir que o Texas o executasse com substâncias letais que podem ter ultrapassado o prazo de validade, de acordo com um recurso apresentado pelos advogados.

Apesar de uma decisão a seu favor de um tribunal de primeira instância, uma corte de apelações rejeitou a decisão e três dos demandantes no Texas já foram executados desde o início do ano.

Dois ônibus com 88 migrantes a bordo, a maioria colombianos e nicaraguenses, chegaram nesta sexta-feira (16) à Filadélfia, no nordeste dos Estados Unidos, vindos do estado do Texas, que faz fronteira com o México, informou à AFP uma associação humanitária.

São principalmente homens, embora também haja mulheres e cinco crianças, que cruzaram a fronteira perto de Eagle Pass, no Texas, segundo a fonte.

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Há vários meses, o Texas e outros estados republicanos do sul alugam ônibus para enviar migrantes para cidades no nordeste dos Estados Unidos governadas por democratas, em protesto contra a política migratória do presidente Joe Biden.

"Eles não sabiam o que os esperava na Filadélfia. Na verdade, ficaram positivamente surpresos que um grupo de pessoas os esperava na rodoviária com roupas, café e cobertores, porque o clima está bastante frio aqui no momento", disse à AFP Emilio, da Associação Casa de Venezuela, que foi um dos que se mobilizaram para recebê-los.

A associação tenta "realocar o maior número possível", acrescenta Emilio, que não quis revelar seu sobrenome. "A maioria deles tenta ir para Nova York", acrescentou.

A AFP contactou o gabinete do governador do Texas, Greg Abbott, sem sucesso.

Esta nova operação ocorre dias antes do levantamento de uma norma sanitária, o "Título 42", que permite às autoridades americanas barrar migrantes que tentam atravessar a fronteira dos Estados Unidos.

A medida, lançada em 2020 pelo governo do então presidente republicano Donald Trump devido à pandemia de covid-19, é considerada "desumana" por seus detratores. Um juiz a proibiu em novembro, embora tenha dado às autoridades até 21 de dezembro para se prepararem.

Os republicanos se opõem à chegada em massa de migrantes, a grande maioria deles latino-americanos, e tomaram medidas, algumas delas altamente controversas, para expulsá-los de seus estados.

Em meados de setembro, o governador da Flórida e potencial candidato à presidência em 2024, Ron DeSantis, enviou dois aviões de migrantes para a ilha de Martha's Vineyard, um luxuoso destino de verão onde os Kennedys, os Clintons e os Obamas passam férias.

Na semana anterior, seu homólogo texano, então candidato à reeleição, despachou dois ônibus com migrantes para uma área próxima à residência da vice-presidente democrata Kamala Harris em Washington.

Desde abril, o Texas já enviou milhares de migrantes para Washington, Nova York e Chicago.

Segundo especialistas, metade da escassez de mão de obra observada nos Estados Unidos, estimada em cerca de 3,5 milhões de empregos pelo banco central, está ligada à falta de imigrantes.

No ano fiscal que vai de 1º de outubro de 2021 a 30 de setembro de 2022, 2.229.718 migrantes foram interceptados na fronteira entre EUA e México, de acordo com as autoridades.

Um foguete da Blue Origin não tripulado caiu pouco após decolar, nesta segunda-feira (12) no Texas, sul dos Estados Unidos, informou a empresa espacial de Jeff Bezos, acrescentando que a cápsula conseguiu se separar do resto do foguete.

"Falha no mecanismo de impulsão durante o voo não tripulado de hoje", anunciou a empresa, acrescentando em seguida que o sistema de ejeção da cápsula funcionou como esperado, mas que "não houve feridos".

Um vídeo mostra, após aproximadamente um minuto da decolagem, a cápsula ativar seus motores de emergência e se separar do foguete a toda velocidade. Em seguida, aterrissa com a ajuda de paraquedas.

O vídeo não mostra o que aconteceu com o foguete que "caiu no chão", escreveu a empresa, e que em caso de sucesso deveria ter retornado e pousado suavemente.

A cápsula não tripulada carregava apenas material de pesquisa para a missão "New Shepard 23".

O regulador da aviação civil dos Estados Unidos (FAA) anunciou a suspensão de qualquer nova decolagem enquanto uma investigação é realizada.

"A cápsula pousou com segurança enquanto o foguete caiu no chão na zona de risco designada", escreveu a agência federal.

Esta foi a 23ª missão da empresa e a primeira a terminar em acidente, o que representa um golpe para a empresa de turismo espacial criada pelo fundador da Amazon.

O próprio Jeff Bezos participou do primeiro voo tripulado do New Shepard em julho de 2021. Desde então, seu foguete transportou cerca de trinta pessoas, incluindo William Shatner, ator da icônica série de ficção Star Trek.

No início de agosto, a empresa enviou com sucesso a primeira egípcia e o primeiro português ao espaço em uma experiência de apenas alguns minutos em ausência de gravidade.

Quarenta e seis migrantes foram encontrados mortos na segunda-feira (27) dentro e ao redor de um caminhão abandonado em uma rodovia de San Antonio, Texas, informaram as autoridades.

A descoberta macabra é uma das piores tragédias com migrantes nos Estados Unidos nos últimos anos e aconteceu cinco anos após um incidente fatal com características similares na mesma cidade do Texas, que fica poucas horas da fronteira com o México.

"Até o momento registramos 46 corpos", disse o comandante dos bombeiros de San Antonio, Charles Hood.

Ele informou que 16 pessoas - 12 adultos e quatro crianças - foram levadas para o hospital vivas e conscientes.

"Os pacientes que vimos estavam quentes ao toque, estavam sofrendo de insolação, exaustão pelo calor e sem sinais de água no veículo. Era um caminhão refrigerado, mas não havia unidade de ar condicionado visível em funcionamento", disse Hood.

"Esta noite estamos lidando com uma horrível tragédia humana", lamentou o prefeito de San Antonio, Ron Nirenberg, em uma entrevista coletiva.

"Por isso, peço a todos que pensem com compaixão e rezem pelos falecidos, pelos feridos, pelas famílias", disse. "E esperamos que os responsáveis por colocar estas pessoas em condições tão desumanas sejam processados em todo o rigor da lei".

San Antonio, a 250 km da fronteira, é uma importante rota de trânsito para os traficantes.

A cidade sofre com uma onda de calor, que na segunda-feira chegou a 39,5 ºC.

O veículo foi encontrado em uma estrada perto da rodovia I-35, que segue de maneira direta até a fronteira com o México.

Uma grande operação de emergência foi mobilizada com a presença de policiais, bombeiros e ambulância.

O chefe de polícia de San Antonio, William McManus, afirmou que as autoridades foram alertads às 17H50 locais.

"Um funcionário de um dos edifícios atrás de mim ouviu um grito de socorro", disse. "(Ele) saiu para investigar, encontrou um contêiner com as portas parcialmente abertas, ele abriu para dar uma olhada e encontrou vários indivíduos falecidos".

Três pessoas foram detidas, mas o chefe de polícia não sabe se "estão absolutamente conectadas com isto ou não". A investigação foi transferida para o Departamento de Segurança Nacional.

Quase 60 bombeiros foram enviados ao local e devem receber apoio psicológico, confirmou Charles Hood. "Não estamos preparados para abrir um caminhão e ver diversos corpos lá", explicou.

O governador do Texas, Greg Abbott, republicano que defende a linha dura contra a migração, atacou o presidente Joe Biden e culpou as "mortais políticas de fronteiras abertas" do democrata.

"Estas mortes estão na conta de Biden", tuitou Abbott. "Mostaram as consequências mortais de sua recusa em fazer cumprir a lei".

O ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, lamentou a tragédia. Ele disse que as nacionalidades das vítimas não foram determinadas, mas que entre os sobreviventes estão dois guatemaltecos.

Caminhões como o encontrado em San Antonio são um meio de transporte amplamente utilizado por migrantes que buscam entrar nos Estados Unidos.

A viagem é extremamente perigosa, principalmente porque os veículos desse tipo geralmente não possuem sistemas de ventilação ou refrigeração.

"O Senhor tenha misericórdia deles. Esperavam uma vida melhor", escreveu no Twitter o arcebispo de San Antonio, Gustavo Garcia-Siller.

"Mais uma vez, a falta de coragem para lidar com uma reforma migratória está matando e destruindo vidas.

- Tragédia repetida -

San Antonio foi cenário de uma tragédia similar em 2017, quando 10 pessoas morreram sufocadas em um contêiner que seguia para os Estados Unidos. O ar condicionado do caminhão estava danificado e os espaço de ventilação cobertos.

Dezenas foram hospitalizadas por insolação e desidratação, embora se acredite que o caminhão transportasse até 200 pessoas - a maioria fugiu quando o veículo parou em um estacionamento.

O motorista do caminhão, que alegou não saber que transportava mais de 100 pessoas no veículo, foi condenado em abril de 2018 à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.

Hank Skinner está no corredor da morte no Texas há quase três décadas, mas não perdeu a esperança.

"Estou otimista de que não vou terminar aqui. Eu nem deveria estar aqui para começar", disse em entrevista à AFP.

Ele está detido na penitenciária Allan B. Polunsky, em Livingston, 130 km ao norte de Houston, e sempre se declarou inocente.

Em 1995, Skinner foi sentenciado à pena de morte pelo assassinato de sua namorada e dois filhos dela em Pampa, nos arredores do Texas.

Ele diz que não estava na casa onde as três vítimas morreram e que desmaiou após misturar drogas e bebidas alcoólicas. Skinner foi detido em uma casa próxima com sangue em sua roupa e insiste que uma prova de DNA provaria sua inocência.

O homem de 60 anos já passou quase metade da vida esperando uma decisão da mais alta corte criminal do estado.

O Tribunal de Apelações do Texas analisará se o júri que sentenciou Skinner teria decidido de forma diferente se tivesse acesso a um teste de DNA, hoje disponível.

O Texas tem 197 condenados à morte. Em 2020 e 2021, 6 foram executados, mas 11 saíram da lista depois que suas sentenças foram revistas.

Alguns permanecem atrás das grades. Outros estão livres como Cesar Fierro, que voltou para o México após 40 anos no corredor da morte.

Se a corte der razão a Skinner, ele continuará na prisão, mas poderá apelar em uma tentativa de provar sua inocência.

- Cinco datas de execução -

A execução de Skinner já foi programada cinco vezes.

Em março de 2010, foi indultado 23 minutos antes de receber a injeção letal. Foi seu advogado que deu a notícia.

"Senti como se tirassem um peso do meu peito. Me senti leve, pensei que sairia flutuando".

Passada a euforia, Skinner enfrentou uma terrível depressão quando entendeu que voltaria ao corredor da morte.

Ver companheiros de prisão morrer, disse, é mais difícil que estar preso em uma cela pequena por 22, 23 horas por dia, sem televisão ou contato físico, exceto durante as visitas das esposas.

Um total de 127 presos foram executados desde 2010 no Texas, o estado que mais aplica a pena de morte.

"Há pessoas mentalmente perturbadas aqui. Se jogam contra as paredes, batem nas portas, gritam com toda a força", conta.

Outros falam com pessoas imaginárias. Também há conversas reais, sempre em alto tom.

"É barulho o tempo todo. Mas a gente aprende a se desligar", reconhece Skinner.

Sem luz do dia e com o desjejum servido às 3h da manhã, ele diz que é difícil ter uma noção de cotidiano.

Dormimos quando estamos cansados e aproveitamos o silêncio da noite para ler.

- Esposa francesa -

Em 2008, Skinner se casou com uma ativista francesa que luta contra a pena de morte e que também está convencida de que ele foi vítima de um erro da Justiça.

Para os anos que lhe restam de vida, Skinner diz que gostaria de "passar cada minuto" com sua esposa.

Também tem outro projeto em mente: "Vou acabar com a pena de morte no mundo".

"Creio que se as pessoas soubessem como é realmente, nunca votariam pela pena de morte".

Uma semana depois do tiroteio em uma escola de Uvalde que provocou grande comoção nos Estados Unidos, a pequena cidade do Texas enterra nesta terça-feira (31) as primeiras vítimas do massacre, um dos mais violentos dos últimos anos.

Os funerais das 19 crianças e duas professoras mortas em 24 de maio pelos tiros de Salvador Ramos, de 18 anos, prosseguirão até meados de junho.

Uma das primeiras cerimônias, às 14h locais (16h de Brasília), será a de Amerie Jo Garza, uma menina que acabara de completar 10 anos quando foi assassinada.

Esta "pequena diva curiosa que 'odiava vestidos' e tinha um grande coração" sonhava em virar professora de arte, escreveu a família no obituário.

Na segunda-feira, parentes e anônimos prestaram uma homenagem diante de seu caixão, em uma funerária que fica diante da escola onde aconteceu o massacre.

O funeral de outra vítima, Maite Rodriguez, de 10 anos, acontecerá às 19h locais (21h de Brasília). A menina, que sonhava em ser bióloga marinha, era "carinhosa, carismática, amorosa", escreveu sua mãe, Ana Rodriguez, no Facebook. "E, acima de tudo, era minha melhor amiga".

"Este pesadelo horrível e sem sentido, do qual não consigo acordar, destruiu absolutamente minha vida e meu coração", acrescentou.

Além do luto, os habitantes de Uvalde, assim como muitos americanos, expressaram nos últimos dias raiva e incompreensão com a demora da intervenção da polícia, o que levou as autoridades a pedir desculpas.

Dezenove policiais permaneceram no corredor da escola do ensino fundamental Robb sem intervir por quase 45 minutos, enquanto Salvador Ramos estava trancado em uma sala de aula com alunos.

Quando entrou no local, a polícia matou o jovem armado.

A tragédia, como as anteriores, provocou uma onda de pedidos por regras mais severas para o acesso a armamento, em um país com mais armas que habitantes e que registra regularmente tiroteios fatais.

O presidente Joe Biden visitou a escola de Uvalde no domingo e ouviu os apelos de vários moradores: "Faça algo!"

O presidente "deve aprovar leis para que possamos proteger as crianças das AR-15", afirmou Robert Robles, de 73 anos, ao mencionar a arma semiautomática usada na escola Robb.

Ricardo García, de 47 anos e que trabalhava no hospital de Uvalde no dia do massacre, contou que "não consegue tirar da cabeça o choro das mães quando recebiam a notícia fatal".

"É necessário de parar de vender armas, ponto", completou.

- "Seguir pressionando" -

Na segunda-feira, Biden prometeu "seguir pressionando" por uma regulamentação mais severa das armas de fogo.

"Não faz sentido poder comprar algo que dispara até 300 tiros", disse.

"Acredito que as coisas ficaram tão graves que deixa todo mundo mais racional sobre o tema", disse o presidente democrata, após um fim de semana marcado por uma série de tiroteios que deixaram vários mortos e dezenas de feridos, tragédias que se tornaram recorrentes nos Estados Unidos.

Mas passar das palavras aos atos será difícil. A pequena maioria dos democratas no Congresso não permite aprovar de modo solitário este tipo de legislação.

Qualquer projeto de lei sobre o assunto precisa de maioria qualificada no Senado, e para isso é necessária a aprovação dos republicanos, ou pelo menos de uma parte deles, tradicionalmente menos inclinados a legislar sobre o tema.

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