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O governador Paulo Câmara (PSB) não poupou críticas ao Governo Federal durante um debate sobre os desafios para o desenvolvimento do Nordeste. Segundo o socialista, as “desigualdades regionais ainda estão presentes fortemente” no país e o planejamento da região para os próximos anos depende, inclusive, do resultado do processo de privatização do Sistema Eletrobras, incluindo a Chesf e a gestão do Rio São Francisco. Paulo Câmara e os governadores nordestinos são contra a venda dos ativos da empresa. 

"Não podemos discutir o futuro do Nordeste se não soubermos qual será o destino do Sistema Eletrobrás na nossa região", alertou Paulo, nessa terça-feira (5), na  segunda edição do diálogo público "Nordeste 2030 - Desafios e Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável", promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Banco do Nordeste (BNB).

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O pessebista também criticou o fato de o presidente Michel Temer (PMDB) não ter respondido ainda a carta que os nove governadores da região enviaram pedindo informações sobre a venda da Chesf. "Não recebemos nenhum telefonema, nenhuma explicação. Isso mostra, claramente, qual é o olhar que se tem para o Nordeste", observou o governador pernambucano.

Sob a ótica de Câmara, há um "desmantelamento" de órgãos responsáveis pelo desenvolvimento regional, como Sudene, DNOCS, Codevasf e o próprio Banco do Nordeste. Na avaliação dele, todos sabem que o Nordeste tem de crescer mais do que o restante do Brasil para que possa superar a diferenças entre os Estados. "E isso passa pelo planejamento energético da Região. Vivemos num País sem planejamento, que não olha as desigualdades regionais, que não olha o que efetivamente acontece nas regiões", salientou.

O governador de Pernambuco questionou ainda a concentração de recursos na União. "A verdade é que, às vésperas de completar 30 anos da Constituição Cidadã, as desigualdades regionais ainda estão presentes fortemente. A gente vê um Brasil no qual há concentração de recursos nas mãos da União como nunca se viu em períodos democráticos. Sempre se concentrou recursos no Brasil, mas em períodos ditatoriais", comparou Paulo Câmara.

O relatório do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) Nº 948, de 2001, que prevê a realização de um referendo sobre a privatização da Eletrobras, está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados desta terça-feira (28). O texto é de autoria do deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE).  

No relatório, o pessebista recomenda a aprovação do PDC na forma de uma subemenda substitutiva global ao Projeto para contemplar o sistema Eletrobras como um todo. O PDC original, de autoria do senador José Eduardo Dutra, previa um plebiscito para consultar a população apenas sobre a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). No documento, Danilo também atesta a constitucionalidade, juridicidade e boa técnica legislativa do PDC e detalha como se dará o referendo, convocação, participação, homologação do resultado, dentre outros aspectos.

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Para o relator, que também é o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, o impacto da privatização da Eletrobras na vida das pessoas justifica a defesa para que a sociedade seja ouvida nesse processo. Segundo Cabral, um dos impactos será o aumento das contas de energia elétrica. 

“Por isso, a privatização da Eletrobras, de suas subsidiárias e controladas, deve ser obrigatoriamente submetida a consulta popular, para ratificação ou rejeição, pela população dos estados abrangidos pelas atividades de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica exercidas pelas empresas do sistema elétrico brasileiro", explica Danilo. Caso seja aprovado, o relatório está pronto para ser apreciado no Plenário da Câmara Federal.

A privatização da Eletrobras pode ser submetida à uma consulta popular a partir da convocação de um referendo. É isso o que prevê Projeto de Decreto Legislativo Nº 948, de 2001, em tramitação na Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, e que já teve o parecer favorável do relator, o deputado Danilo Cabral (PSB). O texto é oriundo do Senado e condiciona a desestatização da Eletrobras à aprovação da proposta pela população. 

“A convocação de um referendo se revela oportuna à magnitude da questão. De fato, considerando os impactos da privatização das empresas hidroelétricas sobre a soberania nacional e no aumento da tarifa de energia para o cidadão, esta matéria merece ser decidida pelo titular originário da vontade política, que é a população brasileira. É preciso ouvir a sociedade sobre o assunto”, destacou o parlamentar.

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Para Danilo Cabral a privatização da Eletrobras e, consequentemente, de suas subsidiárias e controladas, a exemplo da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), das Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) e de Furnas Centrais Elétricas, deverá ser obrigatoriamente submetida a um referendo, para ratificação ou rejeição, pela população dos estados abrangidos pelas atividades de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica exercidas pelas empresas do sistema elétrico brasileiro.

“Nesse processo, deverão ser sustadas as medidas administrativas tendentes à privatização, enquanto o resultado das urnas não for homologado e proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral”, ressalta Danilo. O relatório da proposta de decreto legislativo deve entrar para apreciação na CCJ  já na semana que vem.

Bairros do Centro e Zona Sul do Recife ficaram alguns minutos sem energia na tarde desta quinta-feira (19). O fato correu por um defeito em equipamentos da Subestação Chesf do Bongi, informou a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).

Na manhã da última quarta-feira (18) houve falta de energia na cidade também por causa de um problema na mesma subestação da Chesf, de responsabilidade da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco. A interrupção desta quinta foi sentida em bairros como Ilha do Leite, Pina e Santo Antônio. 

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Cerca de 65 mil clientes foram afetados. A falta de energia durou 13 minutos. 

Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT) comentou as declarações do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), sobre a possibilidade de privatização da Petrobras. Em entrevista ao programa Roda Viva na última segunda, o ministro disse que a privatização da estatal de petróleo e gás acontecerá, mas não agora. Segundo Humberto, a postura do ministro “acendeu o sinal vermelho quanto ao futuro da empresa”. 

“A Petrobras é mais que uma empresa, é um símbolo da soberania nacional. Tem uma importância inegável para o desenvolvimento e a história do Brasil. Não vamos deixar isso acontecer”, afirmou o senador. De acordo Humberto, dados de dezembro de 2016 apontavam que o valor de mercado da companhia era de R$ 211,64 bilhões.  

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O senador lembrou que, apesar dos percalços na imagem da empresa - ligada aos escândalos de corrupção da Lava Jato, a estatal segue tendo bons rendimentos. Somente no segundo trimestre do ano, a empresa registrou um lucro de R$ 316 milhões. 

“Não existe nada que justifique a venda de uma empresa tão sólida como a Petrobras. Isto sem falar no papel crucial que exerce em diversos setores da economia, inclusive no aumento do preço de outros produtos. A Petrobras é uma empresa forte competitiva e, mesmo depois da crise, segue como uma das maiores do mundo”, disse.

“Inimigo” de Pernambuco 

Humberto Costa também aproveitou para questionar, mais uma vez, a privatização da Eletrobras e, consequentemente, da Chesf. Na entrevista, Coelho Filho reforçou que a modelagem está sendo elaborada pelo Ministério de Minas e Energia juntamente com os ministérios da Fazenda e do Planejamento e deve passar pela oferta de novas ações no mercado.

Sob a análise do petista, Fernando Filho age como “inimigo de Pernambuco”. “Esse ministro age como inimigo de Pernambuco e do Brasil. Estão querendo vender todo o patrimônio dos brasileiros. A Chesf tem um papel relevante na vida dos nordestinos. Não podemos deixar que vendam as nossas empresas à preço de banana e depois cobrem essa conta dos consumidores, subindo a conta de luz e o preço do combustível”, concluiu o líder oposicionista.

O processo de privatização da Eletrobras e, consequentemente, da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) será levado para a procuradora-geral da República (PGR) Raquel Dodge. A medida foi anunciada nesta segunda-feira (2) pelo presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf no Câmara dos Deputados, Danilo Cabral (PSB), durante uma reunião com o governador Paulo Câmara (PSB). Segundo ele, é preciso que a procuradora analise a forma como está sendo montada a modelagem da privatização e o impacto dela sob a ótica do direito do consumidor e da economia nacional. 

“Primeiro a Eletrobras foi toda criada e regulada através de uma lei e o processo de privatização não está seguindo esta lei. Segundo as consequências na ordem econômica e para o consumir. Isso pode levar a abertura de um procedimento administrativo de inquérito e, também, até uma provocação no Poder Judiciário, com a suspensão do processo de privatização, claro que isso vai ser discutido na PGR a partir de um conjunto de informações”, frisou. 

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Para o deputado, o alinhamento de Dodge com o Palácio do Planalto não dificulta o diálogo sobre o assunto ou uma possível intervenção da PGR. “A posição que ela passou foi de preocupação com o tema. Confio plenamente no encaminhamento que será dado por ela”, sinalizou. Danilo Cabral também informou que a Frente vai convidar os governadores do Nordeste para participarem da reunião com a procuradora.

Durante a reunião, Danilo também ressaltou que “o desmonte” protagonizado pelo presidente Michel Temer (PMDB) também tem se dado com a privatização da Eletrobras. “Ela deseja colocar na mão do privado a responsabilidade pela produção da política de energia do país”, cravou. Ele criticou ainda a ausência do diálogo do governo com a Frente e o que chamou de “falta de sensibilidade” do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), com a pauta. 

“Espero que o ministro, a partir deste conjunto de provocações que estão sendo feitas, abra um espaço para o diálogo. Ele esteve nas comissões da Câmara e eu disse, inclusive, a ele, que aquilo [a Renca] servisse de exemplo para que a gente não visse essa repetição. Se ele não tiver sensibilidade para reabrir este debate ele vai ser forçado a fazer isso pela mobilização que está cada vez mais crescente. Cada dia uma nova força se incorpora neste debate”, destacou. 

O presidente da Frente na Assembleia Legislativa (Alepe), deputado estadual Lucas Ramos (PSB) também participou do encontro e disse que o colegiado local vai entrar com uma ação civil pública contra a privatização da Chesf e acionar o Ministério Público Federal (MPF). 

“Não podemos permitir a venda da Chesf. É neste sentimento que a Frente Parlamentar vai entrar com uma Ação Civil Pública contra a privatização. E vamos acionar o Ministério Público Federal. A preocupação não é somente a importância econômica que tem a Chesf, mas a social. O que está posto é um governo que não dialoga com a população. Esta discussão urge”, declarou. Sob a ótica de Ramos, “o resultado financeiro é o único das privatizações do pacote oferecido pelo ministro de Minas e Energia e o presidente Michel Temer”.

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O senador Humberto Costa (PT) também salientou o impacto social da privatização da Chesf. “A Chesf é fundamental para ações sociais no Nordeste e essas ações que conteúdo social não serão prioridade a partir de uma gestão privada. O mais grave é que estamos abrindo mão de um patrimônio que foi construído ao longo do tempo e está sendo vendido a um preço vil. Não para ser investido, mas para tapar um rombo público e passar a falsa ideia de que estamos bem das contas”, observou.

Ainda na lista dos que se manifestaram no encontro, o presidente Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco, José Gomes Barbosa, classificou como "falácia do ministro" a privatização da Eletrobras. Já que, segundo o sindicalista, o auxiliar prometeu que "iam fortalecer o nosso sistema".

"A Chesf é uma empresa eficiente e muito mais do que a empresa de telefonia que é exemplo que eles usam de privatização. Ente privado nenhum vai valorizar e revitalizar o Rio", destacou, rebatendo as justificativas apresentadas pelo ministério de Minas e Energia sobre a venda dos ativos da estatal. Ele entregou ao governador uma carranca, para "espantar o espírito ruim" da privatização.

Também participaram do encontro os deputados federais Luciana Santos (PCdoB), Severino Ninho, Tadeu Alencar e Creuza Pereira,  já entre os estaduais estão Isaltino Nascimento, Aluísio Lessa e Laura Gomes, todos do PSB.

O governador Paulo Câmara (PSB) reúne, nesta segunda-feira (2), os integrantes das Frentes Parlamentares do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa de Pernambuco contra a privatização da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e em defesa do Rio São Francisco. O encontro será às 11h30 no Palácio do Campo das Princesas.

Durante a reunião o pessebista deve reforçar a necessidade de um debate amplo e transparente sobre a possibilidade desestatização da companhia, que integra a Eletrobras, e as implicações que esse processo pode provocar, sobretudo, para o consumidor e o meio-ambiente. 

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No dia 5 de setembro, Câmara enviou ao presidente Michel Temer (PMDB) uma carta assinada pelos governadores do Nordeste na qual eles se colocam contrários a proposta de privatização indicada pelo Governo Federal e sugerem à União que a Chesf seja retirada do grupo Eletrobras, transformando-a em uma empresa pública com vinculação ao Ministério da Integração Nacional. 

Pela proposta dos governadores nordestinos, a Chesf passaria a ter a missão de coordenar uma política de desenvolvimento regional, tendo sua atuação financiada com a manutenção da política de cotas e o ajustamento da tarifa em, no máximo, 1,5%.

Além disso, as Frentes Parlamentares também sugeriram que o Ministério de Minas e Energia suspendesse em 120 dias o processo. Na semana passada, o ministro Fernando Filho (PSB), responsável pela pasta, disse que não vai atender ao pleito e pontuou que a modelagem da privatização da Eletrobras e, consequentemente, da Chesf deve ficar pronta neste mês

“Na verdade a modelagem está sendo debatida. Li a carta dos governadores, respeito e estamos abertos ao diálogo. Vamos ter a oportunidade de prestar os esclarecimentos que são levantados na carta. A privatização da empresa vem para fortalecer o setor energético. Ela vai ser tocada e gerida de uma forma mais eficiente, o que a gente não viu nos últimos anos. Tem uma série de distorções na empresa que não dá mais para bancar a ineficiência”, salientou, pontuando um prejuízo anual de R$ 32 milhões. 

A modelagem para a privatização da Eletrobras e, por consequência da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), deve ser apresentada em outubro. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (25), pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB). Segundo ele, o pleito apresentado por diversas frentes parlamentares e os governadores do Nordeste, contrários a venda dos ativos da Chesf, para suspender o processo por 120 dias não será atendido.  

“Na verdade a modelagem está sendo debatida. Li a carta dos governadores, respeito e estamos abertos ao diálogo. Vamos ter a oportunidade de prestar os esclarecimentos que são levantados na carta. A privatização da empresa vem para fortalecer o setor energético. Ela vai ser tocada e gerida de uma forma mais eficiente, o que a gente não viu nos últimos anos. Tem uma série de distorções na empresa que não dá mais para bancar a ineficiência”, salientou, pontuando um prejuízo anual de R$ 32 milhões. 

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O projeto que vai delimitar os detalhes da privatização da Eletrobras deve ser fechado em até dez dias. “Está 90% fechado, mas ainda precisamos tomar algumas decisões. A expectativa é de que no começo da próxima semana  já seja apresentado”, informou o ministro.

Se furtando de um debate político, Fernando Filho, que foi recepcionado por um protesto de funcionários da Chesf quando chegou ao Fórum Nordeste 2017, no Recife,  disse que “há inverdades sendo difundidas sobre o assunto”. “Nossa expectativa é poder fazer um debate, aqueles que apenas querem fazer disso uma disputa e um palco político não podemos mudar muito. Entendo que seja mais uma luta política do que no mérito. Quem quer que seja que fique com as usinas da Chesf no Rio São Francisco, vai usar parte dos recursos para  revitalização do rio. A ideia é que dure 30 anos e a empresa submeta este plano ano a ano ao Comitê das Bacias”, salientou. 

Paulo Câmara quer mais debate

Apesar da promessa do ministro por mais articulações sobre a privatização da Chesf, porta-voz do debate firmado pelos governadores contra a venda, Paulo Câmara (PSB) afirmou que é necessário abrir um diálogo mais constante sobre o assunto. “Esperamos que haja um momento de reflexão diante da importância que tem o assunto. Precisa de uma discussão mais profunda, clara e transparente. No momento de crise e confusão é o momento de termos uma reflexão necessária”, declarou. 

Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) do Congresso Nacional, Danilo Cabral (PSB) afirmou, nesta segunda-feira (18), durante um encontro realizado na Assembleia Legislativa do Ceará que a privatização da Chesf é um ato “criminoso” que vai representar o aumento da conta de energia. O pessebista classificou o processo de venda dos ativos da Eletrobras e consequentemente da companhia nordestina como um “desmonte do Governo Federal”.  

“A sociedade já entendeu que essa privatização criminosa vai representar, inevitavelmente, o aumento da conta de luz. A participação e mobilização da sociedade é que barrará a venda do São Francisco”, declarou. O deputado lembrou que a Chesf construiu bases para o desenvolvimento econômico e é a maior geradora de energia elétrica do Brasil. “Em defesa do Nordeste e da soberania do nosso País, não podemos permitir esse desmonte do governo federal”, acrescentou.

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Para ele, a realização da audiência no Ceará é a demonstração que a população, de todos os estados do Nordeste, começa a compreender as consequências da iniciativa do governo federal. 

O deputado estadual cearense Elmano Freitas (PT), autor do pedido de audiência pública, também destacou a importância de uma mobilização nacional para barrar as privatizações promovidas pelo Governo Federal. “O governo Temer está promovendo um desmonte no Brasil e, recentemente, o sistema elétrico foi incluído entre as privatizações. Precisamos debater exaustivamente e buscar soluções que não permitam a venda do nosso país”, declarou. Para o presidente da Frente Parlamentar no Ceará, deputado federal André Figueiredo (PDT-CE), o patrimônio público do país está sendo entregue de forma “irresponsável”. 

A vereadora do Recife Marília Arraes (PT) disse que foi realizada, nas últimas semanas, dois grandes debates sobre a privatização da Eletrobras. Em entrevista ao LeiaJá, a petista disse que o assunto é algo “seríssimo” e que vai gerar consequências para o Recife. Para Arraes, a privatização está inserida em um projeto de retrocessos para o Brasil. 

“É algo seríssimo, que vai gerar consequências grandes para o Recife, inclusive porque a Chesf é uma das maiores empresas da cidade junto à discussão sobre a privatização dos bancos públicos. São duas questões que são bastante inseridas no contexto da política nacional que a gente está vivendo e no contexto dos retrocessos das conquistas, de retiradas de direito e de entrega do nosso patrimônio”, lamentou. 

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Sobre os deputados que estão a favor da privatização que argumentaram, entre outros exemplos, que pode ajudar a diminuir a corrupção, a vereadora falou que são declarações esdrúxulas. “Eu acho essas declarações muito esdrúxulas porque faz parte do projeto de quem quer transformar de volta o Brasil numa fazenda, em um lugar que não se tem soberania nacional e que não preza em fortalecer o estado. Faz parte do projeto desse grupo trazer a impressão que a corrupção e má gestão é sinônimo de poder público, de Estado, quando na verdade a gente sabe que não é”.

Ela ainda definiu a privatização como algo absurdo. “A gente sabe que não é porque é privatizado que vai ser suficiente, que vai ser bom e que não vai ser corrupto. A privatização da Eletrobras é algo absurdo porque primeiro não é, simplesmente, privatizar o setor energético, que é algo que tem tudo a ver com o desenvolvimento do Brasil e com a manutenção da soberania nacional. É também entregar para privatização os rios brasileiros e as águas, que a gente sabe que é um dos recursos mais procurados digamos assim e a gente sabe que, no futuro, também vai ser um dos recursos mais buscados”. 

Marília também contou que sua atuação na Câmara, na liderança da oposição juntamente com Ivan Moraes (PSOL) e Rinaldo Júnior (PRB), tem feito a fiscalização e exposto os problemas que são encontrados no Recife. “Para também cobrar da prefeitura as providências necessárias. Em termos de mandato, temos feito audiências públicas, inclusive para discutir a conjuntura nacional porque o que eu vejo no papel do vereador é muito além de fiscalizar e legislar, é manter esse diálogo da sociedade com o que está acontecendo na política e com o que está acontecendo nos governos de uma forma geral”, contou. 

 

 

 

 

Os governadores do Nordeste emitiram uma carta, nesta terça-feira (5), na qual se colocam contrários a privatização da Eletrobras e das empresas vinculadas a ela, como a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Além disso, os chefes dos Executivos propuseram que a Chesf seja desvinculada da estatal e vire uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia. 

A carta é remetida ao presidente Michel Temer (PMDB) e assinada por nove governadores, entre eles o de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Nela, eles também discorrem sobre a revisão do Marco Legal e a descotização do mercado energético. Reforçando a postura contra a privatização da Eletrobras, eles citam as cinco empresas que estão interligadas com a estatal além da Chesf e alegam que a venda dos ativos "nada mais é do que a privatização das empresas cujo controle acionário lhe pertence, e reside neste aspecto, e somente nele, o interesse que eventualmente possa despertar no mercado".

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Para contestar as propostas, os chefes dos Executivos apresentaram julgamentos, segundo eles, baseados em estudos técnicos feitos independentemente e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Segundo eles, "as medidas anunciadas, especialmente a suspensão do regime de cotas, terão como consequência imediata e inevitável um aumento significativo na conta de energia dos brasileiros" e mesmo com membros do governo se "esmerando em negar o aumento de custo", as "negativas não são apoiadas em informações capazes de contraditar o parecer técnico oficial da agência reguladora". 

Ainda como soluções para o setor, os governadores também propõem a criação de um grupo de "alto nível" para unificar em um só órgão de desenvolvimento regional o Dnocs, a Sudene, a Codevasf e a Chesf. Além disso, eles sugerem que "o grupo deve propor um modelo de governança transparente e blindado às ingerências políticas e partidárias".

Outras mudanças

Sobre a revisão do Marco Legal para o setor, os governadores disseram que a proposta introduz "robustas mudanças nas regras atuais" e listam uma série de alterações sugeridas pela gestão de Temer, mas citam quatro pontos que, segundo eles, problematizam e "que deixam para serem tratados administrativamente, ou seja, em normativa infra legal". Entre eles estão: as "mudanças na formação de preços para o mercado, mas a proposta fica no campo meramente conceitual", pontuou a carta. 

Quanto a descotização do mercado energético, no texto os chefes dos Executivos do Nordeste dizem que o "regime de cotas" permitiu que as hidrelétricas passassem a "entregar a energia às distribuidoras por um preço fixado pela ANEEL, preço este que cobre apenas custos de operação e manutenção", assegurou.

"A descotizacão significará o rompimento desses contratos. Na opinião dos técnicos da ANEEL, a modificação pretendida acarreta riscos de instabilidade setorial, ao abalar a segurança jurídica dos contratos vigentes. Liberada do regime de cotas, fatalmente a energia 'velha' será recolocada no mercado por algo em torno de R$200/MWH, a preços de hoje", declaram.

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) instala, nesta terça-feira (5), às 10h, a Frente Parlamentar em Defesa da  Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Quem vai coordenar os trabalhos do colegiado estadual é o deputado Lucas Ramos (PSB). De acordo com ele, o grupo vai analisar a situação atual da Chesf e produzir um relatório apontando os prejuízos que a proposta de privatização apresentada pelo Ministério de Minas e Energia poderá causar à estatal.  

“A Chesf é um patrimônio do Brasil e representa muito para região Nordeste. É um conjunto de oito usinas e 128 subesatações que geram e distribuem energia para boa parte do país, além de controlar reservatórios que garantem o uso múltiplo da água do Rio São Francisco”, explicou o pessebista. “Nossa frente parlamentar irá propor uma agenda de visitas às assembleias legislativas nordestinas e a realização de audiências públicas para que toda a região demonstre sua posição contrária à venda da companhia”, acrescentou.  

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Também compõem o colegiado os deputados Odacy Amorim (PT), Tony Gel (PMDB), Zé Maurício (PP), Rodrigo Novaes (PSD) e Laura Gomes (PSB). A instalação acontece um dia depois de a Alepe discutir em audiência pública o assunto. Durante o debate, argumentos contrários ao processo e ideias para ampliar a discussão foram expostas. Além de críticas diretas ao ministro responsável pelo processo de privatização, Fernando Filho (PSB). 

Desde a última segunda-feira (28), os índios Pankararu ocupam prédios da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) no município de Jatobá, no Sertão de Pernambuco. Segundo os índios, o protesto se deve porque a Chesf iniciou os trabalhos de abertura de estradas com máquinas para realizar a manutenção da linha de transmissão que cortam terras indígenas.

Os Pankararu acusam a companhia de iniciar as obras sem pedir autorização ou consulta prévia aos índios. A linha de transmissão corta as Terras Indígenas Pankararu, Entre-Serras Pankararu e Pankaiwka.

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Segundo a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), os índios ocupam a antiga Casa da Diretoria da Chesf e o antigo prédio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ambos imóveis desativados e sem utilizade pública; além de uma torre de energia na Terra Pankararu. 

"Desde o início das operações da Usina Hidroelétrica de Itaparica em 1988, localizado no sertão médio São Francisco em Pernambuco, que o povo Pankararu vem sofrendo com as agressões ambiental, territorial e moral que a Chesf, que gerencia desde então a barragem, primeiro inundou vários espaços sagrados Pankararu, invadiu o território Pankararu com suas linhas de transmissão elétricas e nunca até os dias de hoje recompensou o povo e nem consultou", diz texto da Apoinme. 

O LeiaJá entrou em contato com a assessoria da Chesf e aguarda posicionamento. Na próxima terça-feira (5), haverá uma reunião no Ministério Pùblico de Pernambuco (MPPE) para discutir a questão.

O início do processo de privatização de ativos da Eletrobras, que também pode levar à venda da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), tem repercutido diante do setor energético e entre os políticos. Uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) tratou sobre o assunto, nesta segunda-feira (4). Durante o debate, argumentos contrários ao processo e ideias para ampliar a discussão foram expostas. 

Presidente da Frente em Defesa da Chesf na Câmara dos Deputados, Danilo Cabral (PSB) reafirmou que ainda hoje vai dar entrada em um requerimento pedindo para que o processo seja suspenso por 120 dias. “Está muito claro que faltam informações. O que mais chamou a atenção é que a Chesf não foi ouvida. Ela sequer teve direito de saber o que ia acontecer, quem dirá a sociedade. É um patrimônio do nordestino. Não é a primeira vez que isso ocorre”, declarou.

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Segundo Cabral, a junção das “forças políticas de Pernambuco” ajudaram a impedir uma posterior privatização da Chesf. “Isso não é uma bandeira de ninguém individualmente, mas de todos os pernambucanos e nordestinos. Faço o apelo para que o ministro possa dar um tratamento aos pernambucanos igual ao que ele deu a Renca na Amazônia. Ele que é um pernambucano, uma pessoa que tem as suas origens no São Francisco deve muito ao rio [São Francisco], espero que ele não tenha nenhum gesto de ingratidão com o rio”, observou.

A cobrança por gratidão não foi a única crítica a Fernando Filho. Fora os gritos com título de “traidor” remetidos a ele, oriundos da plateia composta por “chesfianos” - termo usado para se referir aos funcionários da Chesf - políticos aliados e de oposição ao PSB não pouparam o pernambucano. Fernando Filho, inclusive, tem base eleitoral em Petrolina, no Sertão.

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“Fico triste por ser da nossa terra a pessoa que faz esta proposta. É lamentável que nossa representação política federal esteja fazendo feio”, disparou o deputado estadual Odacy Amorim (PT), que também é petrolinense. “Precisamos abrir uma discussão. Conclamo o ministro para que abra a discussão e tenha coragem de debater isso. Este não é o momento de privatizar. É inadmissível, o povo do Vale do São Francisco não está satisfeito”, acrescentou. 

A postura do petista foi corroborada pela deputada Teresa Leitão (PT). “A Chesf é do Nordeste e o ministro de Minas e Energia é de Pernambuco, mais precisamente de Petrolina ele pode não ter o calor e o ideário do pernambucano, mas ele é. Estou citando isso porque é verdade que esta é uma luta suprapartidária, mas não deixa de ser uma luta política. Esta posição deste ministro está cheia de componentes políticos. De apoio ao golpe, de divisão do seu partido, do que eles dominam historicamente e há décadas no território de Petrolina”, disparou. 

Contudo, a crítica ao ministro não foi apenas de parlamentares de oposição. O deputado Tadeu Alencar (PSB) chegou a dizer que “infelizmente o ministro era do partido” dele e a deputada Laura Gomes (PSB)  também declarou que o governo não tem legitimidade para guiar a iniciativa

Propostas para a defesa da Chesf

Mesmo com o debate acalorado, a audiência foi concluída com a proposta feita pelo deputado estadual Isaltino Nascimento (PSB) como primeiras ações da Frente Estadual em Defesa da Chesf que será instalada nesta terça-feira (5), na Alepe. Além de propor uma manifestação de rua para setembro, o parlamentar também sugeriu que haja uma união dos estados do Nordeste sobre a pauta. 

“Devemos convocar as oito assembleias para junto com os seus deputados debaterem conosco este assunto.Também proponho que nós assinemos uma Ação Civil Pública contrária a privatização e busquemos o apoio do Ministério Público Federal (MPF) para que eles a patrocinem. Não podemos deixar que o patrimônio público seja entregue”, frisou Isaltino. A Chesf possui 12 hidrelétricas e mais de 20 mil quilômetros em linhas de transmissão no Nordeste. 

O desconforto no PSB com a postura do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, de comandar a tese de privatização da Eletrobras e, consequentemente, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), foi exposta pela deputado federal Tadeu Alencar (PSB), nesta segunda-feira (4). Ao discursar durante uma audiência pública que aborda o assunto no Recife, ele chegou a dizer que a postura é adotada "infelizmente por um ministro que é pernambucano e do meu partido". Ele é o primeiro pessebista a expor a divergência.

Questionado em seguida pela imprensa sobre a ponderação, Tadeu justificou. "O PSB sempre teve atitudes em defesa da soberania nacional. Este governo de Michel Temer vem contrariando os valores do PSB, com uma atitude que não discute assuntos delicados. É uma pena que um militante filiado ao PSB esteja defendendo uma proposta sem o debate necessário, se tem um diagnóstico profundo no ministério, ele não foi discutido com a socideade. É uma decisão que não foi discutida com a academia, o Congresso. Não houve nenhuma discussão profunda", observou. "Para se ter ideia, nem a direção da empresa participou desse debate", acrescentou.

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Sob a ótica de Alencar, a discussão em defesa da Chesf não pode ser "sufocada" por questões partidárias. A referência se diz respeito ao imbroglio interno que, de acordo com informações de bastidores, deve resultar na desfiliação do ministro e do grupo que faz parte, comandado pelo senador Fernando Bezerra Coelho, do PSB. "São debates distintos. Não podemos poupar mesmo sendo ele do PSB. Nossa postura de bancada não pode ser sufocada pelo debate partidário", reforçou. Mesmo com a crítica, Tadeu não quis comentar a classificação de "traidor" feito pela plateia a Fernando Filho. 

A deputada estadual Laura Gomes (PSB) não poupou críticas ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) diante da possibilidade de privatização da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), com a venda de ativos da Eletrobras. Ao discursar durante uma audiência pública que acontece na manhã desta segunda-feira (4), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sobre o assunto, a parlamentar ponderou que a "gestão impopular" do peemedebista não tem "legitimidade" para realizar a transação.

"A população foi atacada de surpresa pelo governo mais ilegítimo que já tivemos. Não podemos permitir que o governo Temer nos imponha esta privatização", cravou Laura. A deputada é do PSB, mesmo partido do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho.

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Para a pessebista, "a Chesf não interessa só ao Nordeste, mas ao Brasil e a todo o mundo". Ela também elencou as justificativas pelas quais é contra a privatização. "Vai aumentar a energia, o valor estimado a receber de R$ 20 bilhões vai nem de longe tapar o tombo das contas federais, o patrimônio é avaliado em mais de R$ 400 bilhões investidos  em mais de 50 anos, e, por fim, privatizar a Chesf é privatizar o Rio São Francisco. Não aceitamos a entrega de graça do patrimônio brasileiro. Não admitimos entregar a Chesf a quem nada fez por ela", salientou.

Segundo Laura Gomes, o debate contra a proposta do Governo Federal é um "debate pluripartidário" e "precisamos virar carranca, boneco de vitalino, maracatu" para defender a empresa estatal.  

O debate na Alepe é organizado conjuntamente pelas Comissões de Justiça, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente. Além de Laura, participam deputados federais membros da Frente em Defesa da Chesf da Câmara,  como Danilo Cabral (PSB) e Luciana Santos (PCdoB), além dos que compõem frente estadual sobre o assunto, o deputado Lucas Ramos (PSB), e o senador Humberto Costa. 

Depois de anunciar a privatização da Eletrobras, e consequentemente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), vem sendo duramente criticado por sindicatos do setor energético e políticos, até mesmo de partidos aliados.

Nesta segunda-feira (4), durante uma audiência pública que acontece na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), funcionários da Chesf puxaram um coro e classificaram o pessebista como "traidor". 

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A manifestação aconteceu na  explanação técnica do engenheiro da Chesf, João Paulo. Ele questionou a ausência do ministro para responder ao questionamento sobre "o que o governo tem a falar para os que compõem" a empresa. Segundo João, é preciso que "se desfaça a caixa preta do governo" diante da proposta de venda da Chesf.

"A Chesf não é apenas operadora de Usinas. Há uma ligação impossível de ser desfeita entre a Chesf e o Rio São Francisco. Além dos compromissos sociais com a população. O governo privatizar é algo que exige mais do que tecnocracia, exige sentimento", observou. 

Entre um discurso e outro, os que participam da audiência também entoam gritos defendendo que a empresa estatal "é do Nordeste".

Assista ao momento:

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A possibilidade de privatização da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), com a venda de ativos da Eletrobras por parte do Governo Federal, será tema de uma audiência pública na próxima segunda-feira (4), às 10h, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O debate, organizado conjuntamente pelas Comissões de Justiça, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, deve contar com a participação de deputados federais membros da Frente em Defesa da Chesf da Câmara, além dos que compõem frente estadual sobre o assunto. 

De acordo com a deputada Laura Gomes (PSB), que solicitou a audiência, o objetivo é discutir os impactos que a privatização da Chesf poderá trazer ao Estado, caso se concretize. De acordo com a parlamentar, assuntos como custos para o consumidor, concorrência e segurança energética precisam ser analisados em conjunto.

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Foram convidados para a audiência representantes do Sindicato dos Urbanitários em Pernambuco, da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune), da federação e confederação nacional dessa categoria, além de integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

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O debate sobra a privatização da Eletrobas e da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) tem rendido muita discussão e opiniões divergentes entre parlamentares pernambucanos, do Nordeste e até mesmo do país. O LeiaJá escutou a opinião de deputados sobre o delicado tema. Uma das mais categóricas ao falar, a deputada federal Luciana Santos (PCdoB), afirmou que a privatização é um “crime contra o patrimônio brasileiro”.

“É inaceitável que esse governo, se utilizando desse princípio de Estado mínimo para o povo e Estado máximo para o setor financeiro, desmonte o nosso setor energético, que é estratégico para o desenvolvimento nacional e essencial para o povo brasileiro”, argumentou. Luciana também pediu que a população não permita que a iniciativa privada coloque “as mãos” nas águas do Velho Chico. “Do mesmo modo, sou contra a privatização da Chesf, que além de ser uma peça importante do sistema brasileiro, é o principal responsável pela gestão das águas do São Francisco. Não podemos permitir. As águas do Velho Chico, que é do povo do Brasil e, principalmente, do povo nordestino. Nós defendemos a Chesf pública porque queremos manter vivo o São Francisco”. 

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Na mesma linha de pensamento, o deputado federal Silvio Costa (PTdoB) falou que é “radicalmente contra”. “Primeiro, pela falta de legitimidade do governo de propor uma privatização. Segundo, que a gente não pode entregar o setor elétrico ao capital financeiro sempre. É importante que o governo tenha algum controle da energia por um motivo simples: porque a energia é o vetor fundamental na vida das pessoas e que em todas as situações, na economia e na casa das pessoas. Isso é um assunto profundamente desinteressante para o país. Não deveriam nem ter feito essa proposta”, disse.

Na opinião de Silvio Costa, os que defendem a privatização da Eletrobras e da Chesf é porque fazem parte do governo Temer. “Os que estão defendendo a privatização não são especialistas no setor elétrico, esse é o primeiro ponto. Eles estão defendendo porque pertencem ao governo. Essa é a primeira questão. Eu acho que privatizar a Eletrobras e privatizar a Chesf é uma coisa, literalmente, equivocada. Eu sou radicalmente contra”, grifou.

“Outra coisa muito clara é que existe aí a questão do Rio São Francisco, que não pode ser colocado no debate de forma transversa como eles estão propondo. Então, esse é o discurso sempre. Uma coisa é você privatizar a telefonia, que a telefonia é importante para as pessoas e para a economia, claro, mas ela não tem a essência da produção de energia, que é uma coisa muito séria. A energia é o motor da vida da economia”, declarou. O parlamentar acredita que se houver “pressão” da sociedade, o governo pode recuar e ainda garantiu que ele fará o seu papel na tentativa de impedir.

Posicionamento contrário

Por sua vez, o parlamentar Daniel Coelho (PSDB) discorda. Primeiro de tudo, o tucano lembrou que não há projeto apresentado e que é, primeiro necessário conhecê-lo para ver qual é o modelo que está sendo proposto. De acordo com ele, a experiência que se tem no país em relação a privatizações é o ganho na qualidade do serviço, além de se combater dois grandes problemas. “O que a gente sabe que ocorre hoje, que é transformar uma empresa pública em um cabide de emprego e fonte de corrupção”, avaliou. 

“Então, no ponto de vista teórico, eu achei muito interessante sim se discutir uma administração privada para empresas que não necessariamente precisam ser públicas, mas é preciso conhecer o projeto para ter garantias de que você não vai ter, por exemplo, aumento de tarifa de combustível. Acho que o que a gente tem que garantir o preço, mas eu não tenho dúvidas que na qualidade você tem avanços além de combater os atuais abusos, que terminam gerando todos os casos de corrupção que a gente conhece. Se você observar, nos últimos dez anos, os grandes casos de corrupção, todos eles estão ligadas a indicações políticas em estatais. Então, é preciso conhecer o projeto”, afirmou Daniel. 

O deputado falou que é preciso estudar qual é a motivação para privatizar. “A motivação tem que ser a sociedade pernambucana e a brasileira e não o corporativismo e um grupo pequeno que se beneficie da empresa porque é isso que tem que entrar em discussão. O Brasil não aguenta mais corporativismo, então a visão é que a Chesf pertence ao Brasil e a Pernambuco, ao país, e não a um grupo pequeno, que ganha remunerações muito acima que todos no Brasil ganham. Temos que ver o que está em discussão e o que está em jogo. Se é o corporativismo de uma meia dúzia ou se é efetivamente o interesse coletivo. O Brasil não aguenta mais estar pagando a conta de estatais que pagam salários de 40, 60 mil reais, mais altos que do que ministros do Supremo e do presidente da República, às vezes, com a carga horária muito menor do que o trabalhador comum e essas empresas não pertencem a meia dúzia de pessoas, elas pertencem ao país todo. Então, é importante que a gente faça a discussão”. 

Para Coelho, a Transposição do Rio São Francisco estar incluída no pacote pode trazer ganhos de forma a dar celeridade à obra que, até hoje, não foi concluída. “Não tem nada mais lento, ineficiente, mais caro, e que tenha havido mais corrupção do que a Transposição. A gente tem ali um exemplo claro de ineficiência e de demora em uma obra que, em sua maior parte, não está concluída, além do superfaturamento, então ali é um exemplo evidente do poder público administrando. A Transposição é um grande exemplo negativo de uma obra que demorou demais e aumentou três vezes maior o valor inicial de orçamento”. 

O deputado ainda pediu atenção para os políticos que utilizam o discurso de que “A Chesf é nossa”. Para ele, é evidente o populismo. “O populismo no Brasil tem dominado a nossa política, exatamente, voltado ao corporativismo e não da maioria. Muitas vezes em um discurso de que a Chesf é nossa, você tenta enganar a grande maioria da população para, no fundo, beneficiar 10 ou 50 pessoas que exatamente estão ali sugando do estado. Então, a discussão não pode ser do corporativismo”. 

Privatização como o melhor caminho

O deputado federal Marinaldo Rosendo (PSB) tem uma visão parecida com a de Daniel. Segundo o pessebista, privatizar a Eletrobras pode ser um importante passo para que a empresa ganhe eficiência, aumente a capacidade de produção, e gere mais empregos. “Além disso, a empresa tem registrado prejuízos nos últimos anos e hoje está endividada e essa situação nos mostra que o modelo atual já não se adequa mais a realidade do país. Por isso, entendo que a privatização é o melhor caminho a ser trilhado para a Eletrobras”.

Com relação à privatização da Transposição do São Francisco, Marinaldo também se coloca a favor. “Desde que esse processo leve mais água para quem precisa e gere mais emprego e renda para a população sofrida da região que será beneficiada”. 

O LeiaJá também escutou a opinião do deputado federal paraibano Luiz Couto (PT), principalmente, porque vê na privatização da Eletrobras o risco de privatizar o uso das águas do rio São Francisco. Ele é integrante de uma frente de parlamentares do Nordeste contra a privatização da Chesf e contou que tem recebido muitas mensagens de pernambucanos pedindo que ele se posicione contra. “Querem privatizar todas as nossas formas de energia e não é para investir em melhorias para o povo. É simplesmente para cobrir o rombo das contas públicas. Energia não dá prejuízo. Se dá, é por incompetência da gestão. A Chesf é um patrimônio do povo nordestino”, disparou. 

Na tarde desta sexta-feira (1°), o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), o deputado Danilo Cabral (PSB) disse que vai solicitar a suspensão da privatização da Chesf ao Ministério de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB). Cabral diz que é preciso de um debate maior com a sociedade, como ocorreu no caso da Amazônia. 

“Queremos que o Ministro Fernando Coelho Filho dê a Pernambuco o mesmo tratamento que ele deu à Amazônia. O governo federal recuou no caso da Amazônia para permitir que o Brasil faça um debate mais aprofundado sobre a abertura da exploração da mineração na região. Da mesma forma e também em função da soberania nacional, é importante que o governo dê o mesmo tratamento ao setor energético”, justificou.

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Representantes da Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) pediram hoje (1º) mais diálogo com a sociedade sobre a privatização da companhia. Foi o presidente da Frente, deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE), depois de reunião com o diretor-presidente da empresa, Sinval Zaidan Gama.

Cabral afirmou que pretende protocolar na próxima segunda-feira (4) um pedido de suspensão da privatização da companhia por 120 dias para discussão com a sociedade, a exemplo do anunciado pelo Ministério de Minas e Energia para a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). 

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"A própria presidência [da Chesf] colocou que tem muitas dúvidas ainda sobre o processo [de privatização]. Se a própria presidência ainda não tem informações necessárias, a sociedade precisa ter também essas informações, fazer um debate mais aprofundado. Se o governo suspendeu o decreto de abertura da revisão da Renca, que faça para a Chesf também", disse o deputado.

Em agosto, o Ministério de Minas e Energia anunciou a privatização da Eletrobras, controladora da Chesf. A empresa passaria à iniciativa privada, mas a União permaneceria como acionista, embora com participação menor. O governo federal justifica a mudança alegando que a Eletrobras acumula um impacto negativo de R$ 250 bilhões nos últimos 15 anos.

Para Danilo Cabral, a privatização da Chesf, responsável pela geração e transmissão de energia de todos os estados do Nordeste – à exceção do Maranhão –, é uma questão de soberania nacional. "A condução da política energética em qualquer nação soberana é da responsabilidade do próprio país. Nos Estados Unidos, Alemanha, França, é o governo que toma conta. Isso é uma questão de soberania e de segurança", defendeu.

Ele também argumenta que há interesse público nas atividades da Companhia, a exemplo do uso da água do Rio São Francisco, onde estão as hidrelétricas da Chesf. “No Nordeste, a privatização vai ter uma consequência muito danosa, à medida que a gente vai entregar a gestão da água do São Francisco, que é uma água de uso múltiplo. Ela serve não só para a geração de energia como para abastecimento humano”. O Velho Chico acumula 70% da disponibilidade hídrica do Nordeste do país e do norte de Minas Gerais, de acordo com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF).

O presidente da Chesf, Sinval Zaidan Gama, não falou com a imprensa.

Ato com os trabalhadores

Essa foi a primeira atividade da Frente Parlamentar, que conseguiu 220 assinaturas de deputados federais e senadores. Depois da reunião, os parlamentares presentes – além de Danilo Cabral, Luciana Santos (PCdoB-PE) e o Tadeu Alencar (PSB-PE) – participaram de ato promovido por trabalhadores da estatal e sindicatos.

Um dossiê feito pelo Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb-PE) e pela Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune) foi entregue à Frente. Os trabalhadores apontam que a Chesf teve um lucro de R$ 3,9 bilhões em 2016 e de R$ 370 milhões no primeiro semestre deste ano. Eles ainda argumentam que a empresa, por ser pública, não tem o único objetivo de gerar lucro.

“Ela deve ser reconhecida pelo que presta de serviço à sociedade. Ela atende aos consumidores do Nordeste na quase totalidade, com exceção do Maranhão. Está presente em mais de 80% dos municípios do Nordeste. Todos os grandes empreendimentos que se instalam aqui vêm por causa da Chesf. Ela tem os melhores indicadores de desempenho operacional do país”, defende o diretor do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Pernambuco (Senge-PE), Mailson da Silva Neto.

O presidente do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb/PE), José Barbosa, recorda ainda a participação da empresa no programa Luz Para Todos, “que fez chegar energia na casa de cada cidadão nordestino”.

Barbosa avalia que é importante a gestão pública da água do São Francisco em meio à maior seca já registrada na bacia hidrográfica. “A Chesf está priorizando não a geração de energia, mas o consumo humano [de água], por ela ser uma empresa estatal. Se tivesse na mão de grupo privado, ia priorizar a produção de energia”, avalia.

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