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A China denunciou nesta quinta-feira (16) os "ataques injustificados" dos Estados Unidos contra o TikTok, depois que o governo de Joe Biden recomendou que o popular aplicativo se separasse de sua empresa matriz chinesa para não ser proibido no território americano.

Estados Unidos e União Europeia têm adotado uma abordagem cada vez mais dura em relação ao aplicativo de vídeos curtos, de propriedade da empresa chinesa Bytedance, alegando temores de que as autoridades chinesas possam usar ou abusar dos dados do usuário.

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De acordo com o Wall Street Journal (WSJ) e com outros veículos da imprensa, a Casa Branca deu um ultimato: se o TikTok continuar sendo propriedade da ByteDance, será banido dos Estados Unidos.

O TikTok confirmou à AFP que o governo dos EUA recomendou que se separasse da ByteDance.

Vários congressistas americanos veem a plataforma como um perigo para a segurança nacional, acusando-a de dar a Pequim acesso aos dados de usuários de todo o mundo, algo que o Tik Tok nega.

O Ministério chinês das Relações Exteriores exortou os Estados Unidos, nesta quinta-feira, a pôr fim aos "ataques injustificados" contra a plataforma e denunciou um ambiente empresarial que discrimina grupos estrangeiros.

"Os Estados Unidos ainda não forneceram nenhuma evidência de que o TikTok ameace a segurança nacional dos Estados Unidos", acrescentou seu porta-voz, Wang Wenbin.

- Onda de proibições -

A Casa Branca já proibiu funcionários de órgãos federais de terem o aplicativo em seus dispositivos, por meio de lei sancionada no início de janeiro deste ano.

O TikTok armazena dados de usuários dos EUA em servidores localizados nos Estados Unidos. O aplicativo admitiu que funcionários da China tinham acesso, mas sob uma estrutura estrita e limitada, e que o governo chinês não tem acesso.

"Se o objetivo é proteger a segurança nacional, pedir uma proibição ou alienação é desnecessário, pois nenhuma das opções resolve os problemas da indústria do acesso e transferência de dados", reagiu uma porta-voz do TikTok.

"Continuamos confiantes em que o melhor caminho para lidar com as preocupações de segurança nacional é proteger os dados e sistemas de usuários baseados nos EUA, com monitoramento robusto, investigação e verificação de terceiros", acrescentou a porta-voz.

O Reino Unido, aliado próximo dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta-feira a proibição imediata do TikTok em dispositivos governamentais, por motivos de segurança.

A rede social disse estar "decepcionada" com a decisão de Londres e pediu para ser "julgada com base em fatos e tratada da mesma forma que (seus) concorrentes".

Recentemente, a Comissão Europeia e o governo canadense tomaram decisões semelhantes para os telefones celulares de seus funcionários.

- À frente do YouTube e do Twitter -

Há poucos dias, o presidente chinês, Xi Jinping, lamentou a "política de contenção, cerco e repressão" dos ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, contra a China.

Ele fez essas observações no contexto dos ataques dos EUA contra carros-chefe da tecnologia chinesa, como o TikTok e a fabricante de equipamentos de telecomunicações Huawei.

Os Estados Unidos também impõem restrições às exportações de semicondutores para empresas chinesas.

A popularidade do TikTok disparou durante a pandemia da covid-19, indo além de seu público original – os adolescentes. Apenas nos Estados Unidos, o aplicativo tem mais de 100 milhões de usuários. Supera YouTube, Twitter, Instagram e Facebook e está pouco atrás da Netflix, de acordo com a Insider Intelligence.

Em nome da liberdade de expressão, a poderosa associação americana de direitos civis ACLU se opôs aos projetos de lei contra o aplicativo.

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Prestes a embarcar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma viagem oficial à China, o assessor especial da Presidência Celso Amorim afirmou nesta terça-feira, 14, que o país asiático terá um papel fundamental na discussão de projetos sobre a questão climática. A comitiva brasileira terá três dias de compromissos na China, entre os dias 28 e 31 deste mês. De acordo com Amorim, entre os objetivos da viagem está atrair investimentos chineses, discutir projetos de infraestrutura e governança global.

"A China é um parceiro fundamental para o Brasil. Temos com a China uma parceria estratégica. É um país fundamental na política mundial hoje. Acabou de demonstrar isso fazendo algo que parecia muito difícil, que é a paz entre a Arábia Saudita e o Irã, países que têm uma rivalidade muito grande. A China é hoje um dos países que mais emitem CO2. O clima terá uma importância, mas também vamos falar sobre investimento, infraestrutura, governança global", afirmou Amorim, que participou da abertura do Climate Hub Rio, no Museu do Amanhã, no centro da capital fluminense.

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A viagem à China ocorre menos de um mês após Amorim retornar de uma visita à Venezuela. Uma dívida da Venezuela com o Brasil, gerada por um financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras de infraestrutura naquele país, foi um dos assuntos do encontro entre Amorim com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Amorim visitou Maduro no Palácio de Miraflores, sede do governo venezuelano, em Caracas. Foi o primeiro encontro institucional divulgado entre autoridades dos dois países desde a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro. Segundo Amorim, há disposição por parte do governo da Venezuela de ressarcir os cofres brasileiros. Nesta terça-feira, o ex-ministro voltou a ressaltar a cooperação entre o Brasil e o vizinho sulamericano.

"Temos uma relação normal, como deveria ser desde o início. É um país vizinho, nosso amigo. Estou contente em retomar o diálogo com a Venezuela. Da nossa parte, terá todo apoio", disse.

BNDES

A Venezuela tem US$ 682 milhões em pagamentos atrasados de sua dívida com o BNDES, segundo dados atualizados até dezembro de 2022 e disponíveis no site da instituição de fomento. Dos atrasados, a maior parte, US$ 658 milhões, já foram cobertos pelo FGE, o fundo de garantias do Tesouro Nacional. A Venezuela ainda tem US$ 123 milhões em parcelas da dívida a vencer com o banco.

O BNDES chegou a contratar US$ 2,970 bilhões em financiamentos para obras no país vizinho, mas, desse valor, foi liberado US$ 1,507 bilhão. O site do BNDES lista sete obras públicas venezuelanas tocadas por construtoras brasileiras, com financiamento do banco de fomento.

A viagem de Amorim à Venezuela foi organizada sob discrição no governo Lula. Segundo ele, também foi falado sobre a realização de eleições no país no ano que vem.

O levantamento publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (10), apontou que fevereiro fechou com a queda de 1,22% no preço das carnes. A picanha encabeça a lista dos cortes com maior redução. 

Essa é a maior queda da carne no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 15 meses. Em novembro de 2021, o valor baixou em 1,38%.

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No topo da lista, a picanha teve a queda de 2,63%, seguida pelo fígado e alcatra, com 2,50%, capa de filé, com 2,37%, e costela, com 2,28%. 

Além do arrefecimento da inflação, a queda no preço da carne pode ter sido motivada pelo embargo das exportações brasileiras à China, o que causou o aumento da oferta no mercado interno. 

As exportações foram suspensas no último dia 23, após um caso de mal da cava louca ser confirmado no Pará. O diagnóstico foi considerado um caso atípico pelo Ministério da Agricultura, sem risco aos consumidores e cadeia produtiva. 

Os Estados Unidos e a China acreditavam ter uma janela para melhorar as relações que agora parece ter se fechado.

Semanas depois de os Estados Unidos terem descoberto um suposto balão espião chinês em seu território, as tensões que haviam diminuído aumentaram novamente, com poucos sinais de que qualquer um dos lados esteja pronto para tentar buscar a paz novamente.

O presidente chinês, Xi Jinping, que um mês antes do incidente se preparava para receber o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em Pequim, em uma visita oficial que foi cancelada, alertou esta semana que os Estados Unidos estão buscando "conter, cercar e reprimir a China".

O governo do presidente Joe Biden irritou Pequim ao limitar o comércio de chips semicondutores com a China, citando os riscos de seu uso militar, e o tom em Washington deve endurecer com a aproximação da eleição presidencial de 2024.

Os Estados Unidos também alertaram sobre novas sanções ao pressionar publicamente a China sobre relatórios de inteligência de que Pequim estaria considerando ajudar militarmente a Rússia na guerra da Ucrânia.

Avril Haines, diretora de inteligência nacional dos EUA, disse em uma audiência no Senado na quarta-feira que o discurso de Xi foi "a crítica mais pública e direta que vimos dele até hoje".

"Isso provavelmente reflete o crescente pessimismo em Pequim sobre o relacionamento com os Estados Unidos, bem como as crescentes preocupações de Xi sobre a trajetória do desenvolvimento econômico doméstico da China e da tecnologia nativa, desafios de inovação pelos quais ele agora culpa os Estados Unidos", analisou.

Haines afirmou que os políticos chineses estão cada vez mais convencidos de que só podem promover a visão de Xi de uma China poderosa "às custas do poder e influência dos Estados Unidos".

Ela também indicou que o presidente chinês estava determinado a reafirmar sua influência sobre Taiwan, uma democracia autônoma, cujas eleições no ano que vem levantam preocupações sobre uma possível forte reação chinesa.

No entanto, Haines avaliou que a China "ainda acredita que mais se beneficia ao evitar uma espiral de tensões e ao preservar a estabilidade em seu relacionamento com os Estados Unidos".

- "Ciclo olho por olho" -

Algumas autoridades americanas afirmam em conversas particulares que a comoção política e da mídia sobre o balão chinês, muito menos tecnológico do que a espionagem rotineira dos EUA na China, foi exagerada, embora Blinken não tivesse escolha a não ser cancelar sua viagem, que teria sido ofuscada pelo assunto.

Mas as autoridades americanas ficaram frustradas com o fato de as autoridades chinesas continuamente negarem que o balão era para fins de espionagem. Blinken teve uma reunião tensa em 18 de fevereiro com o chefe de política externa chinesa, Wang Yi, à margem da Conferência de Segurança de Munique, onde o chefe de diplomacia americana levantou a questão do balão e da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Biden teve uma conversa muito mais calorosa com Xi em novembro passado em Bali, na Indonésia, onde os dois líderes disseram concordar em evitar que as divergências se transformassem em um conflito entre as duas superpotências.

A reunião à margem de uma cúpula do G20 ocorreu três meses depois que a China realizou grandes exercícios militares, irritada com a visita desafiadora da então presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, a Taiwan.

"Acho que houve um momento em que parecia que a deterioração estava diminuindo ou talvez até parando, que poderíamos colocar um ponto final no relacionamento", analisou Jacob Stokes, membro do Centro para a Nova Segurança Americana.

"Isso parece cada vez menos possível, pelo menos no curto prazo, sem uma diplomacia muito criativa e se não houver mudança de pontos de vista, principalmente de Pequim, mas também de alguns em Washington", opinou.

- Atrito no horizonte -

Existem algumas tentativas de reduzir os riscos. O sucessor republicano de Pelosi na Presidência da Câmara, Kevin McCarthy, planeja se encontrar com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, na Califórnia, evitando assim uma possível viagem a Taipé, supostamente a pedido de autoridades taiwanesas que temiam grandes represálias chinesas.

Biden, que acredita na diplomacia pessoal, disse que planeja ter outra conversa com Xi.

Mas há muitos problemas no horizonte, incluindo uma possível proibição do aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok, de propriedade chinesa, e as atividades de um novo comitê da Câmara sobre a China.

Biden, por exemplo, se reunirá na próxima segunda-feira com os primeiros-ministros de Austrália e Reino Unido para consolidar um acordo de venda de submarinos nucleares que certamente será visto pela China como uma ameaça.

O governo da China pode usar o TikTok para controlar dados de milhões de usuários americanos, disse o diretor do FBI, Christopher Wray, em uma audiência no Senado dos EUA na quarta-feira (8). Ele afirmou que o aplicativo de vídeo de propriedade chinesa demanda uma resposta urgente e precisa ser tratado como questão de Segurança Nacional.

Wray foi questionado pelo senador republicano Marco Rubio se seria possível que Pequim utilizasse o ByteDance, empresa chinesa proprietária da plataforma de vídeos curtos, para espionar informações de cidadãos dos EUA. "Sim, e eu gostaria de ressaltar que no caso deste último [Tik Tok], em particular, que não veríamos muitos dos sinais externos de que isso aconteceria se estivesse de fato acontecendo", disse Wray sobre as preocupações de que a China poderia alimentar desinformações para usuários.

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O republicano Rubio perguntou também se o TikTok poderia ser usado pelo governo chinês para "conduzir narrativas". O senador se referiu a uma situação na qual o aplicativo exibiria vídeos que apoiam o lado chinês de que Taiwan pertence à China e repudia a intervenção norte-americana na ilha.

O diretor do FBI disse que, ao contrário dos EUA que têm isso esclarecido, a diferença entre o setor privado e o público é uma "linha inexistente na forma como o PCC [Partido Comunista Chinês] opera". "Esta é uma ferramenta que está sob o controle do governo chinês - e, para mim, urge tratá-las com preocupações de segurança nacional", disse Wray.

O TikTok não é disponibilizado na China. Em vez dele, a ByteDance oferece uma outra versão da plataforma, chamada Douyin.

A Casa Branca apoiou a legislação apresentada na terça-feira por uma dúzia de senadores para dar ao governo do presidente Joe Biden novos poderes para proibir o TikTok e outras tecnologias estrangeiras se representarem ameaças à segurança nacional.

O endosso impulsionou os esforços de vários legisladores para proibir o popular aplicativo, que pertence à empresa chinesa ByteDance e é usado por mais de 100 milhões de americanos.

Outros altos funcionários da inteligência dos EUA, incluindo a diretora de inteligência nacional Avril Haines, o diretor da CIA William Burns e o diretor da Agência de Segurança Nacional, Paul Nakasone, concordaram na audiência que o TikTok representava uma ameaça à segurança nacional dos EUA.

Em 27 de fevereiro, a Casa Branca estabeleceu um prazo de 30 dias para que o TikTok seja banido de agências federais dos EUA.

Em uma tentativa de manter os dados dos EUA seguros, todas as agências federais americanas devem eliminar TikTok dos telefones e sistemas e proibir o tráfego de internet das agências de chegar à empresa chinesa, disse Shalanda Young, diretora do Escritório de Administração e Orçamento dos Estados Unidos, às agências em um memorando de orientação.

A proibição, ordenada pelo Congresso no final do ano passado, segue ações semelhantes do Canadá, da União Europeia e de Taiwan, além de mais da metade dos estados dos EUA.

A proibição do dispositivo impacta uma pequena porção da base de usuários do TikTok nos EUA e acrescenta combustível aos pedidos de proibição total do aplicativo de compartilhamento de vídeo.

As preocupações com a segurança nacional sobre a China aumentaram nas últimas semanas, depois que um balão chinês voou sobre os EUA.

Abuso de poder

Propriedade da ByteDance, o TikTok disse que as preocupações são alimentadas por desinformação e negou o uso do aplicativo para espionar americanos. A ação não afeta os mais de 100 milhões de americanos que usam TikTok em dispositivos privados ou de propriedade da empresa. Até a publicação da reportagem, o TikTok não havia comentado o memorando da Casa Branca.

O Congresso votou em dezembro para proibir funcionários federais de usarem o aplicativo de vídeo de propriedade chinesa em dispositivos do governo e deu ao governo Biden 60 dias para emitir diretrizes da agência.

A votação foi a mais recente ação dos legisladores dos EUA para reprimir as empresas chinesas em meio a temores de segurança nacional de que Pequim possa usá-las para espionar os americanos.

O diretor federal de segurança da informação, Chris DeRusha, disse que "essa orientação faz parte do compromisso contínuo do governo em proteger nossa infraestrutura digital e proteger a segurança e a privacidade do povo americano".

Muitas agências governamentais, incluindo a Casa Branca, o Departamento de Defesa, o Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Estado proibiram TikTok de dispositivos do governo antes da votação. (Com agências internacionais).

A empresa TikTok iniciou um grande esforço para acalmar as preocupações das instituições e líderes da União Europeia (UE) sobre a segurança e integridade dos dados de seus usuários.

A empresa anunciou que já havia começado a trabalhar, com uma empresa de segurança europeia, para supervisionar e verificar como os dados dos usuários da UE são tratados.

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As informações coletadas serão armazenadas a partir de 2023 em centros na Irlanda e na Noruega.

O TikTok afirmou que este projeto também reduziria o acesso de seus próprios empregados às informações dos usuários.

O vice-presidente de políticas públicas do TikTok para a Europa, Theo Bertram, evitou identificar a companhia associada, durante uma chamada de vídeo. Entretanto, ele informou que o projeto tem um custo de 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 6,5 bilhões).

A cooperação começou há seis meses, acrescentou.

O aplicativo já possui um acordo parecido nos Estados Unidos com um gigante do mundo digital, para manter os dados dos usuários americanos no país.

"Da mesma forma que fizemos (...) nos Estados Unidos, criaremos um ambiente seguro em torno desses dados para impedir o acesso de fora da região", disse Bertram sobre os clientes europeus.

Como parte da tentativa de acalmar as preocupações, o consultor jurídico do TikTok, Erich Andersen, iniciou uma série de visitas em várias capitais europeias.

Andersen já conversou com legisladores em Bruxelas e Londres. Segundo Bertram, ele planeja contatos com autoridades de Paris e Haia.

As principais instituições da UE orientaram seus funcionários na semana passada a removerem o TikTok de todos os smartphones e dispositivos profissionais, após dúvidas sobre quem possuía acesso aos dados dos usuários.

Legisladores dos Estados Unidos estão pressionando um projeto de lei que facilitaria a proibição do aplicativo. O país também determinou a exclusão da rede social em todos os dispositivos de trabalho.

Enquanto isso, a Agência Nacional de Segurança Cibernética e da Informação da República Tcheca expressou preocupação com o fato da ByteDance, empresa matriz do TikTok, "estar sob a jurisdição legal da República Popular da China".

O órgão detalhou que "está preocupado com a potencial ameaça que decorre do uso do TikTok para a segurança, devido à quantidade de dados de usuário coletados pelo aplicativo e o jeito que são processados".

O TikTok admitiu em novembro que alguns funcionários da China conseguiam acessar os dados dos usuários europeus.

A companhia garante, no entanto, agir para se adequar às rígidas regras de operação para os gigantes digitais na área da UE.

Vídeos que mostram uma possível “chuva de vermes” em Pequim, na China, viralizaram nas redes sociais nos últimos dias. Nas imagens, é possível ver quase todas as ruas e veículos cobertos da cidade cobertos de vermes. 

Segundo o jornal “El Herald”, os moradores de Pequim foram orientados a sair de casa com guarda-chuvas para se proteger dos vermes que caíram do céu sem motivo aparente. As autoridades chinesas ainda não se pronunciaram oficialmente. 

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Uma das possibilidades levantadas pelos internautas é de que a “chuva” seria uma consequência de um fenômeno chamado “Lua Cheia de Verme”, que deveria ocorrer nesta terça-feira (7), dia da última lua cheia de inverno do hemisfério norte. 

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O evento tem esse nome pois, em alguns países do hemisfério norte, é o período em que o solo começa a descongelar e os vermes começam a surgir. 

Uma outra suposição é de que os vermes, na verdade, sejam flores de choupo, que têm o formato semelhante a uma lagarta e são comuns na região. As folhas podem ter caído das árvores e ter ficado grudadas nos carros por conta das chuvas, fazendo com que os vermes ficassem em evidência. 

Alguns religiosos chegaram a se referir ao episódio como o início do “apocalipse”, pois a bíblia fala em vários desastres naturais atrelados ao fim dos tempos. 

O primeiro-ministro Li Keqiang, principal autoridade econômica da China, estabeleceu a meta de crescimento deste ano em "cerca de 5%", após o fim das medidas contra Covid-19 que mantiveram milhões de pessoas em casa e desencadearam protestos. O crescimento do ano passado na segunda maior economia do mundo caiu para 3%, o segundo nível mais fraco desde pelo menos a década de 1970.

"Devemos dar prioridade à recuperação e expansão do consumo", disse Li em um discurso sobre os planos do governo perante o cerimonial do Congresso Nacional do Povo, no centro de Pequim.

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A nova equipe de liderança do presidente Xi Jinping enfrentará desafios que vão desde a fraca demanda global por exportações e aumentos persistentes de tarifas dos EUA em uma disputa sobre tecnologia e segurança até restrições no acesso a chips de processadores ocidentais devido a temores de segurança.

O relatório de Li pediu para que o aumento dos gastos do consumidor seja feito a partir do aumento da renda familiar, mas não deu detalhes durante o discurso incomumente breve de 53 minutos, que durou menos da metade dos anos anteriores.

Reforçando a importância da indústria estatal, o relatório prometeu apoiar empreendedores que geram empregos e riqueza, mas também disse que o governo vai "aumentar a competitividade central" de empresas estatais que dominam setores como bancos e energia, telecomunicações e aço.

Li também pediu "medidas decisivas" para se opor à independência formal de Taiwan, a ilha-democracia autogovernada reivindicada por Pequim como parte de seu território. Ele pediu uma "reunificação pacífica" entre China e Taiwan, que se separaram em 1949 após uma guerra civil, mas não anunciou nenhuma iniciativa.

O corpo da modelo Abby Choi, de 28 anos, foi encontrado esquartejado e com algumas partes cozidas, dentro de uma geladeira em Tai Po, distrito no território autônomo de Hong Kong, na China. Ela estava desaparecida desde a última terça-feira (21). De acordo com a mídia chinesa, os principais suspeitos do crime são o ex-marido e outros familiares e a motivação do crime pode ter sido uma fortuna de R$ 66 milhões. 

As partes do corpo de Abby foram encontradas em uma casa em Hong Kong, no sábado (25). Além dos pedaços na geladeira, tecidos humanos foram detectados em duas panelas. Posteriormente, a polícia encontrou o que acredita ser o crânio de Choi, além de cabelos e costelas. No local, também havia uma serra elétrica e um moedor de carne utilizado para moer carne humana, segundo a polícia distrital. 

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O ex-marido da modelo, Alex Kwong, o pai dele, Kwong Kau, e o irmão, Anthony Kwong, foram acusados de assassinato. Alex teria sido preso logo após a emissão do mandado, enquanto tentava fugir no sábado (25), de acordo com a correspondente chinesa da CNN. A ex-sogra de Choi, Jenny Li, foi acusada de obstrução de Justiça por destruir provas. Um quinto suspeito vinculado ao ex-sogro da vítima foi detido no domingo (26), acusado de "colaboração com criminosos". 

Ainda segundo a polícia, Choi tinha uma disputa financeira com o ex-marido e a família dele a respeito de uma propriedade milionária. A modelo se divorciou de Kwong e se casou com Chris Tam, que pertence a uma família influente de Hong Kong. Ela desapareceu após ter ido buscar o filho na casa do ex-marido. 

Como modelo, Abby teve exposição internacional e foi fotografada no desfile de Alta Costura Elie Saab Primavera Verão 2023 em Paris, França, no mês passado. Ela também apareceu recentemente como modelo de capa digital para a revista de luxo L'Officiel Monaco e participou da Paris Fashion Week. 

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Os combates entre as tropas russas e ucranianas prosseguem neste sábado (25) na Ucrânia, em particular no leste do país, no momento em que a China avança em seus esforços de mediação em busca de uma solução para um conflito que completou um ano.

A China, aliada da Rússia, não adotou uma posição sobre a invasão, mas na sexta-feira publicou um documento de 12 pontos em que pede um diálogo às partes, insiste no respeito à integridade territorial e expressa oposição ao uso de armas nucleares.

Os países ocidentais receberam a intervenção diplomática chinesa com ceticismo, mas o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, se declarou disposto a "trabalhar" com Pequim e anunciou a intenção de ter uma reunião com o chefe de Estado da China, Xi Jinping.

A Rússia afirmou que "aprecia" os esforços chineses, mas insistiu na necessidade de reconhecimento da anexação de quatro regiões ucranianas reivindicadas por Moscou.

Sem levar em consideração os questionamentos de Alemanha e Estados Unidos, o presidente da França, Emmanuel Macron, considerou o fato de a China se comprometer com os esforços de paz algo muito bom". Ele anunciou que viajará a Pequim no início de abril.

Lukashenko em Pequim na terça-feira

Aliada estratégica da Rússia, a China optou pela abstenção na quinta-feira na votação de uma resolução da Assembleia Geral da ONU que exige uma retirada "imediata" das tropas russas

Macron, cujo país é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, considerou que a paz "só é possível se incluir o fim da agressão russa, a retirada das tropas e o respeito à soberania territorial e do povo ucraniano".

O presidente francês pediu à China que "não entregue armas à Rússia" e "ajude a pressionar a Rússia para que, evidentemente, não utilize nunca (armas) químicas nem nucleares, e que interrompa esta agressão antes de uma negociação".

As autoridades chinesas anunciaram neste sábado a visita em 28 de fevereiro do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, aliado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que cedeu o território bielorrusso para o início da ofensiva russa.

O Cazaquistão, país de forte influência econômica da Ásia central e aliado da Rússia, mas que até o momento havia adotado uma posição neutra no conflito, expressou apoio à proposta chinesa.

- "Vitória inevitável" -

No campo de batalha, a Ucrânia anunciou que está monitorando a atividade da frota russa no Mar Negro. De acordo com a porta-voz do Comando Sul do exército ucraniano, Natalia Gumenyuk, as forças russas mobilizaram nove navios, incluindo um lançador de mísseis.

"Desde ontem, eles dobraram a presença, o que pode indicar preparativos para uma expansão ainda maior. Um alerta aéreo já foi acionado duas vezes hoje em todo o território da Ucrânia", disse.

O Parlamento ucraniano aprovou o aumento para dois quilômetros de largura de uma faixa ao longo das fronteiras Ucrânia-Rússia e Ucrânia-Belarus que serão "campos minados".

Na sexta-feira, dia em que a invasão completou um ano, o presidente ucraniano afirmou que considera a vitória de seu país contra a Rússia algo "inevitável" este ano.

O número dois do Conselho de Segurança russo, o ex-presidente Dmitri Medvédev, também prometeu a "vitória" e afirmou que a Rússia está disposta a seguir "até as fronteiras da Polônia".

Em uma visita a Kiev, o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, anunciou a entrega de quatro tanques Leopard 2 e afirmou que outros blindados chegarão em alguns dias.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, também mencionou a entrega de quatro Leopard 2 adicionais, o que eleva o total a oito.

A União Europeia aprovou na sexta-feira o 10º pacote de sanções para atingir a economia russa e empresas iranianas acusadas ajudar na invasão.

As medidas afetam 121 pessoas e instituições, incluindo fabricantes iranianos de drones.

Zelensky reiterou neste sábado o pedido por "aumentar a pressão" sobre Moscou.

Além das novas restrições às exportações russas para o território comunitário, no valor de 11 bilhões de euros (11,63 bilhões de dólares, 60,2 bilhões de reais), a UE pretende congelar os ativos de três bancos russos e de várias instituições, incluindo empresas iranianas acusadas de fornecer drones a Moscou, segundo fontes diplomáticas.

O governo dos Estados Unidos anunciou, em coordenação com os países do G7, uma nova série de sanções dirigida especialmente contra cidadãos e empresas russas dos setores de metalurgia, mineração, equipamentos militares e semicondutores.

Algumas das principais ações de tecnologia da China sofreram fortes quedas nesta quinta-feira, 23, após relatos de que o governo chinês está pedindo a empresas pioneiras na inteligência artificial que restrinjam o acesso ao popular chatbot ChatGPT. Segundo o Nikkei Asia, que citou fontes ligadas ao assunto, a Tencent Holding e o Alibaba receberam a recomendação de reguladores que restrinjam o acesso aos serviços do ChatGPT em suas plataformas, seja diretamente ou por terceiros.

Nesse contexto, ações que haviam subido com investidores chineses interessados no impulso do mercado em torno da inteligência artificial foram penalizadas. Papéis da Beijing Haitian Ruisheng Science Technology, de dados de inteligência artificial, recuaram 8,4% em Xangai nesta quinta-feira, após mais do que triplicarem seu valor até agora neste ano. Hanwang Technology, que desenvolve softwares para reconhecimento, recuou o limite diário, de 10%.

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Companhias chinesas correm para lançar alternativas domésticas ao ChatGPT, que poderia ser mais palatável para autoridades do país. A Baidu disse que lançará seu chatbot com inteligência artificial em março. Alibaba também trabalha em um concorrente, mas não deu prazo para o lançamento. Fonte: Dow Jones Newswires.

O governo federal anunciou, nessa quarta-feira (22), a suspensão temporária das exportações de carne bovina à China, seu principal comprador, após detectar um caso do mal da "vaca louca" no estado do Pará, informou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

"As exportações para a China serão temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira (23)", seguindo o protocolo sanitário oficial, assinalou o ministério em comunicado.

As autoridades garantiram, no entanto, que a "carne para consumo no mercado não é afetada pela confirmação" do caso.

"Todas as providências estão sendo adotadas imediatamente", conforme avança a investigação, disse o ministro Carlos Fávaro, citado na nota.

"O assunto está sendo tratado com total transparência para garantir aos consumidores brasileiros e mundiais a qualidade reconhecida da nossa carne", acrescentou.

O Brasil é o maior exportador de carne bovina a nível global, especialmente para a China.

Em 2022, as exportações para o mercado chinês representaram mais da metade das vendas, tanto em dinheiro como em volume, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), com base em dados oficiais.

O Mapa assinalou que "o diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira".

Tecnicamente denominado Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), o caso de "vaca louca" foi detectado em um macho de nove anos, no município de Marabá, segundo a nota do governo.

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) informou que a "sintomatologia indica que se trata da forma atípica da doença, que surge espontaneamente na natureza, não causando risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano".

As amostras tomadas do animal - que foi abatido e incinerado - foram enviadas ao laboratório de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), que fica em Alberta, no Canadá, para confirmar se realmente se trata de um caso atípico.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos acreditam que a China avalia fornecer armas à Rússia para ajudá-la na guerra na Ucrânia. Segundo ele, a ação causaria problemas sérios para as relações já tensas com Washington, que se agravaram nos últimos dias com o episódio do balão espião.

Até agora, os EUA identificaram que Pequim só forneceu ajuda não militar aos russos. "Com base nas informações que temos, (acreditamos) que eles estão considerando fornecer apoio letal", disse Blinken à CBS News, em uma entrevista que foi ao ar ontem.

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Mas Blinken não deu detalhes sobre que tipo de auxílio de guerra poderia ser oferecido pela China. Isolada em razão de sanções impostas pelo Ocidente depois da invasão da Ucrânia, que está prestes a completar um ano, a Rússia tem recorrido cada vez mais a aliados - como China, Irã e Coreia do Norte - para obter suprimentos militares.

No sábado, Blinken se reuniu com seu homólogo chinês, Wang Yi, em uma conferência anual de segurança em Munique. Foi o primeiro encontro diplomático entre os dois lados desde que um balão espião chinês foi encontrado sobrevoando os Estados Unidos, o que causou uma nova crise nas relações bilaterais.

Relatório da reunião divulgado pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua não mencionou a Rússia ou a Ucrânia.

ALERTAS

Falando também à emissora ABC, Blinken enfatizou que o presidente Joe Biden havia alertado seu homólogo chinês, Xi Jinping, já em março passado a não enviar armas para a Rússia. De acordo com uma fonte do governo dos EUA a par do assunto, desde então, a China havia tomado cuidado "de não cruzar essa linha, atrasando até mesmo a venda de sistemas de armas letais para uso no campo de batalha".

Até então, pelo menos publicamente, os americanos não consideravam que a China estaria se preparando para ir além do apoio retórico, político e diplomático à Rússia na guerra na Ucrânia.

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, durante o encontro em Munique, o secretário americano fez alertas claros ao chinês sobre as consequências para a China se for descoberto que o país estaria fornecendo apoio material bélico ou ajudando a Rússia a burlar as sanções ocidentais.

A guerra na Ucrânia foi tema dominante na conferência de Munique, com autoridades ocidentais reforçando que vão continuar a apoiar Kiev. A declaração de Blinken logo após o encontro com Wang Yi torna público mais um ponto de atrito na já deteriorada relação entre EUA e China.

Já a China transmitiu uma mensagem calibrada na conferência. Wang Yi disse que "guerras nucleares não devem ser travadas", um sinal para Moscou de que a China não tolerará o uso de armas nucleares na Ucrânia, como as autoridades russas já ameaçaram.

APOIO À UCRÂNIA

O diplomata Josep Borrell Fontelles, chefe de política externa da União Europeia (UE), criticou os atrasos no envio de armas e munição à Ucrânia e disse que os países ocidentais devem aumentar rapidamente seu apoio militar a Kiev em um cenário em que a guerra entra, segundo ele, em um "momento crítico". "Precisa haver menos aplausos e melhor suprimento de armas", disse Borrell. "Muito mais precisa ser feito e muito mais rápido."

Com a Rússia intensificando sua ofensiva no leste da Ucrânia, aliados de Kiev trabalham para encontrar maneiras de fornecer apoio militar adicional. Nações prometeram enviar tanques de guerra para a Ucrânia, uma decisão que Borrell disse ter levado muito tempo. "Todo mundo sabe que, para vencer uma guerra, você precisa de tanques", disse na conferência.

Biden deve chegar à Europa amanhã. Ele visitará a Polônia no aniversário da invasão da Rússia. Espera-se que o presidente Vladimir Putin, da Rússia, faça um discurso no mesmo dia. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois do encontro com Joe Biden em Washington, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acelerou os preparativos para desembarcar em março na China. A viagem ao principal parceiro comercial do Brasil expõe de forma acentuada a mudança de rota da política externa, marcada nos últimos anos pelos atritos e provocações do governo de Jair Bolsonaro (PL) com os chineses.

A aposta da diplomacia brasileira agora é retomar protagonismo em fóruns internacionais e alavancar os Brics, bloco que inclui também a Rússia, a Índia e a África do Sul. A ida de Lula a Pequim é tratada no Itamaraty como "senso de prioridade" e dá sequência a um roteiro eminentemente político nos Estados Unidos e mesmo na Argentina e Uruguai.

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Pela distância do deslocamento, a expectativa é de que Lula fique quatro dias na China. A viagem está prevista para a última semana de março. As atividades principais com o líder chinês, Xi Jinping, devem se concentrar no dia 28.

Os diplomatas dos dois países discutem a programação da viagem no momento da escalada de tensões entre China e Estados Unidos, que vão das disputas comerciais à geopolítica, passando pela questão de Taiwan e pela recente guerra de narrativas sobre os "balões-espiões". O Brasil não quer ser envolvido no caso. A impressão de diplomatas, brasileiros e americanos, é a de que se trata apenas de uma questão bilateral. De qualquer forma, a diplomacia de Biden acompanha a visita de Lula, dado o avanço da presença chinesa na América Latina.

Relação

Lula visitou a China em 2004, 2008 e 2009. Desde que as relações diplomáticas foram estabelecidas, em 1974, outros seis presidentes brasileiros pisaram no país: João Figueiredo, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. O momento-chave dos preparativos da viagem de março será um encontro entre o chanceler Mauro Vieira e seu homólogo chinês, Wang Yi, em Nova Délhi, no fim deste mês, à margem da reunião do G-20, presidido pela Índia. Esses diálogos costumam acertar os detalhes finais da visita.

Na avaliação de um embaixador envolvido nos preparativos da ida a Pequim, o que definiu a visita do presidente brasileiro aos Estados Unidos, de caráter mais político, foi a defesa da "democracia". Já na China, a expectativa é ir além da discussão política. O tema estará presente na defesa da reforma de fóruns multilaterais, como o Conselho de Segurança da ONU, mas também nas conversas para discussão ampliada sobre a guerra na Ucrânia. Lula tem dito que deseja trazer os chineses à mesa. Ele considera a China ator essencial no esforço para sensibilizar a Rússia e chegar a um acordo de paz.

Apesar de ter visitado Pequim, Bolsonaro fomentou crises com representantes chineses, protagonizadas por seus filhos e ministros. A própria diplomacia presidencial foi abalada, com visita anterior de Bolsonaro a Taiwan, ainda na campanha eleitoral de 2018, e as acusações de que os chineses desejavam "comprar o Brasil". A ilha é considerada um território "rebelde" que Pequim deseja anexar. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a responsabilizar a China pela pandemia.

A ida à China nos primeiros meses de mandato de Lula vinha sendo preparada pela equipe do petista desde a transição. Na ocasião, o grupo das relações exteriores sugeriu os preparativos para que ocorresse durante os primeiros cem dias de governo. No diagnóstico da equipe, até então sigiloso, o movimento de afastamento político da China verificado na era Bolsonaro foi "fundado por motivações ideológicas" e a cooperação deve ser retomada com base nos interesses concretos em comum.

O relatório obtido pelo Estadão destaca que o governo Bolsonaro, "ao hostilizar ostensivamente a China, criou constrangimentos desnecessários com nosso principal parceiro comercial e país produtor de produtos hospitalares essenciais, vacinas e seus insumos básicos". Entre os objetivos traçados estão retomar a cooperação em ciência, tecnologia e inovação, como inteligência artificial e biotecnologia, e o apoio a iniciativas conjuntas de produção de imunizantes, medicamentos e insumos farmacêuticos em geral.

Embora não tenha comparecido à posse de Lula, Xi Jinping mandou sinais de bom relacionamento: escreveu uma carta ao petista e despachou para Brasília o vice-presidente Wang Qishan. Ele também se reuniu na ocasião com o vice-presidente Geral Alckmin e o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS).

A expectativa do setor privado é de que a viagem à China tenha viés comercial mais forte, favoreça a abertura de mercados no agronegócio e destrave discussões que dependem da interação entre governos. Em janeiro, por exemplo, Pequim anunciou que três frigoríficos brasileiros foram reabilitados para exportação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A China afirmou nesta segunda-feira (13) que vários balões dos Estados Unidos entraram em seu espaço aéreo desde janeiro de 2022, em resposta às acusações de Washington de que Pequim enviou este tipo de dispositivos para espionar o território americano.

A relação entre Estados Unidos e China se tornou ainda mais tensa depois que Washington derrubou, em 4 de fevereiro, um suposto aparelho de espionagem chinês, que segundo Pequim era um dispositivo civil.

Desde então, outros artefatos do mesmo tipo foram derrubados quando sobrevoavam os Estados Unidos e o Canadá - o governo da China admitiu apenas que o primeiro objeto era procedente do país.

Durante o fim de semana, a imprensa estatal chinesa informou que um objeto voador não identificado foi observado na costa leste do país e que o exército se preparava para derrubar o dispositivo.

Pequim se negou a comentar a informação e limitou a pedir que os jornalistas procurassem o ministério da Defesa, que não respondeu aos pedidos de comentários da AFP. Mas o governo acusou Washington de enviar mais de 10 balões a seu espaço aéreo desde janeiro de 2022.

"Não é raro que os Estados Unidos entrem ilegalmente no espaço aéreo de outros países", afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

"Apenas no último ano, balões americanos sobrevoaram a China mais de 10 vezes sem qualquer autorização", acrescentou.

Questionado sobre como a China respondeu às supostas incursões, Wang respondeu que a "gestão (dos incidentes) por parte de Pequim foi responsável e profissional".

"Se querem saber mais sobre balões de grande altitude americanos que entram ilegalmente no espaço aéreo da China, eu sugiro que procurem a parte americana", acrescentou.

A AFP entrou em contato com o Departamento de Estado e o Pentágono para pedir comentários sobre as acusações de Pequim, mas não recebeu respostas até o momento.

- "Precaução"-

O governo dos Estados Unidos reforçou a vigilância do espaço aéreo, ao mesmo tempo que aumenta o número de incursões aéreas, das quais a China nega ter conhecimento.

O Pentágono afirmou no domingo que ainda não tem detalhes sobre os outros três objetos que foram derrubados: um na sexta-feira sobre o Alasca, outro no sábado sobre o território canadense de Yukon e o mais recente no domingo sobre o lago Huron.

As autoridades informaram que o objeto abatido no domingo havia sido rastreado durante quase um dia e não se parecia com o suposto balão de vigilância chinês que foi destruído na costa do Atlântico em 4 de fevereiro, depois de atravessar o país.

O presidente Joe Biden ordenou que um caça F-16 derrubasse o dispositivo por "precaução", informou uma fonte do governo.

O objeto foi descrito como uma estrutura octogonal com cordas penduradas. O dispositivo permaneceu à deriva quase 6.000 metros sobre Michigan e poderia representar um perigo para a aviação civil, segundo a fonte.

O general Glen VanHerck, chefe do Comando Norte dos Estados Unidos, disse que depois de enviar aviões para inspecionar o objeto mais recente, as Forças Armadas concluíram que não havia indícios de qualquer ameaça, assim como nos objetos anteriores.

"O que estamos vendo são objetos muito, muito pequenos que produzem uma seção transversal de radar muito, muito baixa", disse.

Sem descrever a forma ou o tamanho dos objetos, ele disse que eles se deslocavam muito lentamente, na velocidade do vento.

As especulações sobre sua natureza dos objetos dispararam nos últimos dias. "Vou deixar que a comunidade de inteligência e a comunidade de contrainteligência averiguem", disse VanHerck.

Após quatro anos de ausência, os super-heróis da Marvel retornam nesta terça-feira (7) às salas de cinema na China, com o filme "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre".

Os filmes dos estúdios Marvel, que pertencem ao grupo Disney, não eram lançados nas salas de cinema chinesas desde "Homem-Aranha: Longe de Casa", em julho de 2019.

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Pequim autoriza a exibição de apenas algumas dezenas de longas-metragens estrangeiros por ano.

Para as superproduções da Marvel, muito populares no país, o mercado chinês é crucial: o primeiro filme Pantera Negra arrecadou 105 milhões de dólares nos cinemas da China.

As autoridades chinesas nunca explicaram o motivo do desaparecimento dos filmes da Marvel das salas de cinema do país nos últimos quatro anos.

Durante o período, a Disney se negou a obedecer os censores, que exigiam a retirada de qualquer referência a relações homossexuais nos filmes da Marvel, como em "Eternos" (2021) e" Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" (2022).

Mas o grupo americano também já foi acusado de colaborar com as autoridades de Pequim.

Após a estreia de uma nova versão de "Mulan", já que algumas cenas haviam sido rodadas na polêmica região de Xinjiang (local de atentados e epicentro das acusações contra Pequim de violação dos direitos humanos da população muçulmana), foram anunciadas campanhas de boicote, em particular nos países ocidentais.

Um episódio dos "Simpsons" com uma referência a "campos de trabalhos forçados" na China não pode ser mais assistido na plataforma de streaming Disney+ em Hong Kong, onde cresce o temor de censura.

O centro de finanças internacional tinha ampla liberdade artística e cultural em comparação com a China continental, mas as autoridades reprimiram com violência a dissidência após as manifestações pró-democracia pró-democracia de 2019, inclusive no cinema.

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O episódio afetado é o segundo da 34ª temporada da série americana, que inclui a frase: "Observem as maravilhas da China. Minas de Bitcoin, campos de trabalhos forçados onde crianças fazem smartphones e romance".

O episódio "One Angry Lisa", exibido pela primeira vez em outubro do ano passado, não aparece no Disney+ usando uma conexão de Hong Kong, mas pode ser assistido nos outros países, confirmou a AFP.

Esta é a segunda vez em três anos que o serviço de streaming retira de seu catálogo em Hong Kong um episódio dos "Simpsons" com sátiras a China.

O outro episódio censurado mostrava a família Simpson na Praça Tiananmen (Paz Celestial) de Pequim (local de uma repressão fatal em 1989 contra estudantes pró-democracia), onde eles encontraram uma placa com frase: "Neste loca, em 1989, não aconteceu nada".

O governo de Hong Kong e a Disney não comentaram a questão até o momento.

Durante o encontro anual da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês), realizado ontem na capital da Indonésia, os ministros de Relações Exteriores de países da região prometeram finalizar as negociações com a China para um pacto com o objetivo de prevenir conflitos no Mar da China Meridional. A China e os estados membros da Asean têm mantido conversas há anos sobre um "código de conduta", com normas e regras regionais destinadas a evitar um conflito nas águas da região.

O ministro de Relações Exteriores da Indonésia, Retno Marsudi, disse que a Indonésia, que preside a Asean neste ano, está pronta para sediar mais rodadas de negociações sobre o acordo proposto. Marsudi não entrou em detalhes, mas no passado a China acusou Washington de se intrometer no que chama de "disputa asiática".

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A China tem sofrido intensas críticas por sua militarização na região, considerada estratégica, mas diz que tem o direito de construir em seus territórios e defendê-los a todo custo. O Vietnã, um dos quatro estados requerentes da Asean, expressou preocupação com a transformação da China de sete recifes em ilhas artificiais, incluindo três com pistas, que agora se assemelham a pequenas cidades armadas com sistemas de armas.

"Todos nós concordamos que deve ser uma implementação eficaz de acordo com o direito internacional, e o código de conduta deve atender a esses critérios", disse Sidharto Suryodipuro, chefe de Cooperação da Asean no Ministério das Relações Exteriores da Indonésia. "É uma fase exploratória. Não sabemos que forma vai tomar, mas como sabem a negociação é um processo chave que pretendemos intensificar", acrescentou.

Na sessão final da reunião da Asean, os ministros da grupo também concordaram em unificar a abordagem para implementar um acordo de cinco etapas, feito em 2021, entre os líderes do grupo e o líder militar de Mianmar, general sênior Min Aung Hlaing, que busca acabar com o agravamento da crise no país.

Fonte: Associated Press

Autoridades militares dos Estados Unidos confirmaram na tarde deste sábado, 4, que abateram um balão chinês acusado por Washington de realizar atividades de espionagem. Um fotógrafo da agência Reuters relatou a ação, testemunhando a queda do artefato na costa do Estado da Carolina do Sul.

O episódio se dá em meio à controvérsia ligada a um suposto balão espião da China que o Pentágono detectou sobrevoando o território americano dois dias atrás.

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Momentos antes, a agência de aviação federal havia anunciado o fechamento de ao menos três aeroportos na região, interrompendo voos civis no espaço aéreo no entorno desses terminais, citando um "esforço de segurança nacional". O suposto balão espião fora detectado pelo Pentágono sobrevoando o território americano dois dias atrás.

A agência de aviação dos Estados Unidos fechou na tarde deste sábado, 4, ao menos três aeroportos, interrompendo voos civis no espaço aéreo no entorno desses terminais, citando um "esforço de segurança nacional".

Os aeroportos atingidos pela medida ficam na costa leste, próximos ao litoral do estado da Carolina do Sul. Em comunicado, a FAA alertou que os militares podem agir se aeronaves violarem as restrições ou não atenderem a ordem de se afastar.

Mais cedo neste sábado, o presidente Joe Biden afirmou que o país "vai se encarregar" do caso. Foi a primeira vez que o democrata se pronunciou sobre o incidente, que levou a uma nova escalada de tensões entre EUA e a China, culminando com o adiamento de uma viagem a Pequim do secretário de Estado, Antony Blinken, originalmente marcada para este fim de semana.

Washington afirma que o objeto seria um instrumento de espionagem, enquanto Pequim diz ser um equipamento de pesquisas, sobretudo meteorológicas, que saiu da rota.

Biden deu a declaração ao responder a um repórter que questionava se o Exército pretendia derrubar o balão de alta atitude, que o governo diz ter claramente violado a soberania dos EUA ao adentrar o território americano. Militares haviam considerado derrubar o artefato, mas decidiram não fazê-lo devido ao risco de os destroços atingirem a população em solo. O artefato teria o tamanho de três ônibus.

O democrata não especificou, no entanto, quais os planos para o balão -segundo o serviço de previsão meteorológica AccuWeather, o objeto está a caminho do oceano Atlântico e deve sair do espaço aéreo americano na noite do sábado.

Cancelamento de viagem

Na sexta, 3, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, adiou uma viagem diplomática planejada para a China no domingo, enquanto o governo dos EUA avalia uma resposta mais ampla à descoberta de um balão chinês de alta altitude sobrevoando o Estado de Montana, em locais que abrigam cerca de 150 silos de mísseis balísticos intercontinentais.

A decisão abrupta ocorreu apesar da alegação da China de que o balão era um satélite de pesquisa meteorológica que havia saído do curso por causa de fortes ventos. Os EUA descreveram o balão como um satélite de vigilância.

A decisão veio poucas horas antes de Blinken partir de Washington para Pequim e marcou um novo golpe nas já tensas relações EUA-China. Blinken e o presidente Joe Biden determinaram que era melhor não prosseguir com a viagem neste momento - muito em função das pressões políticas de republicanos e democratas após a descoberta do suposto balão espião.

As tão esperadas reuniões de Blinken com altos funcionários chineses foram vistas em ambos os países como uma forma de encontrar terreno comum em meio a grandes divergências sobre Taiwan, direitos humanos, reivindicações da China no Mar da China Meridional, Coreia do Norte, guerra da Rússia na Ucrânia, política comercial e mudanças climáticas.

Embora a viagem, que foi acertada em novembro pelo presidente Joe Biden e pelo presidente chinês Xi Jinping em uma cúpula na Indonésia, não tenha sido formalmente anunciada, autoridades de Pequim e Washington vinham falando nos últimos dias sobre a chegada iminente de Blinken. As reuniões deveriam começar no domingo e terminar na segunda-feira.

Enquanto o Pentágono minimizou o valor potencial do balão para adquirir inteligência, a reação pública dos funcionários do governo Biden destacou como as relações com Pequim se tornaram frágeis e delicadas, mesmo por causa de um balão.

Balão espião existe?

O outrora humilde balão é uma das muitas tecnologias que as forças militares da China aproveitaram como uma ferramenta potencial em sua rivalidade com os Estados Unidos e outras potências. Outras máquinas avançadas incluem drones e veículos hipersônicos que podem manobrar em altas velocidades na atmosfera.

Em estudos e artigos de jornais, os especialistas do Exército Popular de Libertação da China acompanharam os esforços dos EUA, França e outros países para usar balões avançados de alta altitude para coleta de informações e para coordenar operações no campo de batalha. Segundo eles, novos materiais e tecnologias tornaram os balões mais resistentes, manobráveis e de maior alcance do que as gerações anteriores de balões.

Desde 2001 a China usa balões para investigações e finalidades de espionagem. O Ministério da Defesa de Taiwan disse que no início de 2022, a China lançou balões sobre a ilha. "Os avanços tecnológicos abriram uma nova porta para o uso de balões", afirmou um artigo do Liberation Army Daily - o principal jornal militar da China - no ano passado. Outro artigo no mesmo jornal observou que os dirigíveis nas camadas superiores da atmosfera também podem se tornar como "mil olhos" ajudando a monitorar o espaço sideral.

O balão supostamente enviado para os EUA pode ser usado para coletar informações sobre sistemas de defesa aérea ou condições atmosféricas, disse Su Tzu-yun, analista do Instituto de Defesa Nacional e Pesquisa de Segurança em Taipei.

As forças americanas teriam poucos problemas para seguir o balão agora, mesmo em altitudes muito mais altas do que as vistas sobre Taiwan, disse ele. "Basicamente, eles são muito óbvios e, devido ao seu grande volume, são facilmente rastreados pelo radar", disse Su.

O que é o balão e como ele é operado?

Um balão espião é apenas isso - um balão usado para fins de vigilância. "Claramente, eles estão tentando voar com isso - este balão sobre locais sensíveis - para coletar informações", disse o oficial de defesa dos EUA na quinta-feira, 2.

Um balão espião pode ter uma ou várias câmeras suspensas sob um balão que flutua acima de uma determinada área, carregado por correntes de vento. O equipamento acoplado aos balões pode incluir radar e ser movido a energia solar.

Os balões normalmente operam a 24 mil metros - 37 mil metros (80.000-120.000 pés), bem acima de onde voa o tráfego aéreo comercial - os aviões quase nunca voam acima de 12 mil metros.

E os balões espiões não são novidade: durante a Guerra Civil Americana, a União até usou balões de ar quente para rastrear os movimentos das tropas confederadas. Durante a 1ª Guerra, a seção fotográfica do Serviço Aéreo do Exército dos EUA usou balões para realizar vigilância e fornecer imagens aéreas.

E na década de 50, a Força Aérea dos EUA lançou o Projeto Genetrix, que descreveu como sua primeira "operação de inteligência de balão de grande escala, não tripulada e de alta altitude", projetada para tirar fotos sobre "a massa terrestre do bloco soviético".

A atividade de vigilância de balões continuou nos últimos anos, de acordo com autoridades dos EUA. "Instâncias desse tipo de atividade de balão foram observadas anteriormente nos últimos anos", disse o secretário de imprensa do Pentágono, general de brigada Patrick Ryder, sem dar mais detalhes.

Por que um balão e não um satélite?

"Nas últimas décadas, os satélites eram o protocolo, o estado da arte da espionagem", disse ao jornal britânico The Guardian John Blaxland, professor de segurança internacional e estudos de inteligência na Australian National University e autor do livro Revealing Secrets. "Mas agora que lasers ou armas cinéticas estão sendo inventados para atingir satélites, há um ressurgimento do interesse por balões".

Eles não oferecem o mesmo nível de vigilância persistente que os satélites, mas são mais fáceis de recuperar e muito mais baratos de lançar. Para enviar um satélite ao espaço, você precisa de um lançador espacial - um equipamento que normalmente custa centenas de milhões de dólares.

Os balões também podem varrer mais território de uma altitude mais baixa e passar mais tempo sobre uma determinada área porque se movem mais lentamente do que os satélites, de acordo com um relatório de 2009 do Air Command and Staff College da Força Aérea dos EUA.

Craig Singleton, especialista em China da Fundação para Defesa das Democracias, disse à agência Reuters que esses balões foram amplamente usados pelos EUA e pela União Soviética durante a Guerra Fria e eram um método de coleta de inteligência de baixo custo.

Por que as autoridades não derrubaram o balão?

Os líderes militares desaconselharam fortemente a "ação cinética" - ou atirar no balão - por preocupação com a segurança dos civis no solo que poderiam ser feridos pelos destroços, disse o oficial de defesa.

"Estávamos analisando se havia uma opção ontem sobre algumas áreas pouco povoadas em Montana. Mas simplesmente não conseguimos reduzir o risco o suficiente para nos sentirmos à vontade para recomendar derrubá-lo", disse o funcionário, acrescentando que o balão não representava uma ameaça física nem uma ameaça substancial de inteligência.

"Temos observado o balão por vários meios, incluindo aeronaves tripuladas", disse o oficial, acrescentando que os militares têm "autoridade suficiente" para "fazer tudo o que for necessário para proteger o povo americano", autoridade que inclui legislação capacitação para usar a força contra aeronaves não tripuladas.

É sabido que os EUA e a China espionam uns aos outros, e o alto funcionário americano disse que as capacidades do balão não parecem ser "além" dos satélites chineses existentes e outras ferramentas.

Por que a China está fazendo isso?

O professor Steve Tsang, diretor do Instituto da China na Universidade SOAS de Londres, disse que, dado o acesso da China a tecnologia avançada, qualquer balão espião provavelmente teria mais "valor simbólico, mostrando que os chineses são capazes de enviar algo para o ar para inspecionar as instalações militares dos EUA."

"E eles estão fazendo isso porque, por décadas, os EUA enviaram aviões espiões ao longo da costa chinesa e, às vezes, sobre o espaço aéreo chinês para monitorar os chineses de maneiras que eles não podiam fazer muito", disse ele. "Agora eles podem, então eles fazem."

Ao jornal britânico The Guardian, John Blaxland, professor de segurança internacional e estudos de inteligência na Australian National University, disse achar improvável que os chineses não esperassem ser pegos. "Ser pego provavelmente era o objetivo, com dois resultados em mente. A primeira razão pela qual o balão foi lançado foi para constranger os EUA. Ainda melhor se capturasse alguma inteligência ao longo do caminho", disse Blaxland.

"É difícil imaginar como eles poderiam ter pensado que não seria detectado. O espaço aéreo americano é estudado de perto pelas autoridades da aviação civil dos EUA, pela Força Aérea dos EUA, pela Força Espacial dos EUA, pelas redes meteorológicas - é um espaço aéreo extremamente escrutinado", diz ele.

A segunda razão é tornar os EUA cientes do fato de que a China tem mantido secretamente sua tecnologia e a replicado. "As agências de segurança chinesas são mestres no comportamento de imitação. Eles são muito, muito bons em estabelecer o que é tecnologia e depois tentar replicá-la", disse Blaxland ao Guardian.

É algo como "qualquer coisa que você pode fazer, podemos fazer melhor" e é "apenas a ponta do iceberg", diz Blaxland. A espionagem da China acontece "em escala industrial", com pequenos pedaços de inteligência reunidos e transmitidos de inúmeras maneiras. Juntos, eles formam imagens detalhadas.

O analista de segurança com base em Cingapura, Alexander Neill, disse à Reuters que, embora o balão provavelmente forneça um novo ponto de tensão para os laços China-EUA, provavelmente teve um valor de inteligência limitado em comparação com outros elementos que as forças militares modernizadoras da China têm à sua disposição.

"A China tem sua própria constelação de satélites espiões e militares que são muito mais importantes e eficazes em termos de observação dos EUA, é justo supor que o ganho de inteligência não é enorme", diz Neill, que é um membro adjunto no grupo Pacific Forum do Havaí. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O número de mortes diárias por Covid-19 na China caiu quase 80% desde o início do mês, um sinal de que o forte surto de infecções no país começou a abrandar, disseram as autoridades.

Na segunda-feira (23) foram registradas 896 mortes atribuídas à Covid-19 nos hospitais, 79% menos do que em 4 de janeiro, informou na quarta-feira (25) o Centro de Controle de Doenças (CCE) da China.

O CCE informou na semana passada que quase 13 mil pessoas foram infectadas com a covid-19 entre 13 e 19 de janeiro, abaixo das 60 mil infectadas pelo vírus um mês antes.

Anúncios recentes de governos locais e da imprensa indicam que a onda de casos pode ter começado a diminuir desde que atingiu seu pico em dezembro e início de janeiro, quando hospitais e crematórios ficaram saturados.

O país mais populoso do mundo enfrentou uma onda de infecções depois que Pequim encerrou sua política de covid zero em dezembro.

Acredita-se que os números de Pequim representem apenas uma fração da magnitude do contágio, devido aos critérios restritos usados para definir quando uma morte se deve à Covid-19.

Os casos graves em hospitais também caíram para 36.000 na segunda-feira, 72% a menos que o pico de 128.000 em 5 de janeiro, informou o CCE.

O anúncio foi feito durante o Ano Novo Lunar, o maior feriado da China, um período de extensas viagens pelo país que as autoridades alertaram que poderia levar a uma nova explosão de infecções.

Até terça-feira, cerca de 664 milhões de viagens foram feitas em todo o país por ocasião do feriado, informou a televisão estatal CCTV.

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