Para tentar fugir de roubos e furtos de bicicletas em São Paulo, ciclistas têm comprado travas mais resistentes e preferido pedalar em grupos durante à noite. Diariamente, quase oito boletins de ocorrência foram registrados em média por roubo ou furto de bikes na capital, entre janeiro e abril deste ano. Ao todo, foram 925 casos, aumento de 22% em relação a 2015.
Os números são da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade). Os bairros que lideram o ranking são Pinheiros, na zona oeste; Campos Elísios, no centro, e Perdizes, também na zona oeste. Nos primeiros quatro meses de 2016, Pinheiros registrou o dobro de furtos e roubos de bicicleta em relação a 2015. Foram 62 casos neste ano, ante 32 em 2015. Crescimento semelhante aconteceu em Perdizes, que teve 22 BOs registrados no primeiro quadrimestre do ano passado e 42 em 2016.
##RECOMENDA##A agente de organização Iara Castelano, de 36 anos, diz que em grupos noturnos "um cuida do outro". "Quem pedala sozinho é alvo mais fácil. Em grupo, passamos várias correntes em várias bicicletas ao mesmo tempo para estacionar, por exemplo." Segundo ela, o grupo evita áreas mal iluminadas e inseguras, como a Avenida Sumaré e o centro. No dia 10, Thais Gramani Serra, de 27 anos, foi agredida e teve sua bicicleta roubada enquanto pedalava pela ciclovia da Sumaré. Ninguém foi preso.
Também adepta dos grupos noturnos, a arquiteta Andrea Spagna, de 36 anos, diz que é que mais seguro pedalar em companhia. "Mas, na volta, peço para algum amigo me acompanhar pelo menos até o fim da Paulista, aí desço a Angélica sozinha porque acho seguro", diz ela, que mora em Higienópolis.
Morador da Vila Madalena, o funcionário público Igor Holanda, de 32 anos, teve a bicicleta furtada na garagem do prédio. Uma trava de aço não foi suficiente. Agora, com uma bike nova, ele toma o dobro de cuidado. "Uso duas travas."
Investigação
Em nota, a Secretaria da Segurança diz que o roubo à ciclista na Sumaré está sendo investigado. Segundo a pasta, na área do crime, as polícias detiveram 129 pessoas nos seis primeiros meses deste ano. Em Perdizes, a secretaria disse que atuam equipes da Rocam (policiais em motocicletas), Força Tática e o policiamento da área. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.