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Para tentar fugir de roubos e furtos de bicicletas em São Paulo, ciclistas têm comprado travas mais resistentes e preferido pedalar em grupos durante à noite. Diariamente, quase oito boletins de ocorrência foram registrados em média por roubo ou furto de bikes na capital, entre janeiro e abril deste ano. Ao todo, foram 925 casos, aumento de 22% em relação a 2015.

Os números são da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade). Os bairros que lideram o ranking são Pinheiros, na zona oeste; Campos Elísios, no centro, e Perdizes, também na zona oeste. Nos primeiros quatro meses de 2016, Pinheiros registrou o dobro de furtos e roubos de bicicleta em relação a 2015. Foram 62 casos neste ano, ante 32 em 2015. Crescimento semelhante aconteceu em Perdizes, que teve 22 BOs registrados no primeiro quadrimestre do ano passado e 42 em 2016.

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A agente de organização Iara Castelano, de 36 anos, diz que em grupos noturnos "um cuida do outro". "Quem pedala sozinho é alvo mais fácil. Em grupo, passamos várias correntes em várias bicicletas ao mesmo tempo para estacionar, por exemplo." Segundo ela, o grupo evita áreas mal iluminadas e inseguras, como a Avenida Sumaré e o centro. No dia 10, Thais Gramani Serra, de 27 anos, foi agredida e teve sua bicicleta roubada enquanto pedalava pela ciclovia da Sumaré. Ninguém foi preso.

Também adepta dos grupos noturnos, a arquiteta Andrea Spagna, de 36 anos, diz que é que mais seguro pedalar em companhia. "Mas, na volta, peço para algum amigo me acompanhar pelo menos até o fim da Paulista, aí desço a Angélica sozinha porque acho seguro", diz ela, que mora em Higienópolis.

Morador da Vila Madalena, o funcionário público Igor Holanda, de 32 anos, teve a bicicleta furtada na garagem do prédio. Uma trava de aço não foi suficiente. Agora, com uma bike nova, ele toma o dobro de cuidado. "Uso duas travas."

Investigação

Em nota, a Secretaria da Segurança diz que o roubo à ciclista na Sumaré está sendo investigado. Segundo a pasta, na área do crime, as polícias detiveram 129 pessoas nos seis primeiros meses deste ano. Em Perdizes, a secretaria disse que atuam equipes da Rocam (policiais em motocicletas), Força Tática e o policiamento da área. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público de São Paulo instaurou nesta segunda-feira (15) um inquérito para apurar a suspeita de superfaturamento nas obras de uma ciclovia provisória construída pelo Metrô em um trecho das obras da Linha 17 - Ouro do Monotrilho de São Paulo.

A investigação foi aberta com base em levantamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Os auditores da Corte de contas apontaram que o metro da ciclovia teria custado quase seis vezes mais o preço médio das ciclovias construídas pela Prefeitura de São Paulo.

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Com 7,7 km de extensão, a via criada no trecho entre a ponte João Dias e a Vila Olímpia, na zona sul da capital paulista, para compensar os desvios na ciclovia causados pelas obras do monotrilho custou R$ 9,6 milhões. Ela foi construída a partir de um aditivo ao contrato do Metrô com o Consórcio Monotrilho Integração, responsável até o começo de 2016 pelas obras da Linha 17.

A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público solicitou ao Centro de Apoio à Execução (CAEx) do Ministério Público paulista que elabore um parecer para para averiguar se houve superfaturamento na obra. Além disso, o promotor José Carlos Blat, responsável pelo inquérito, solicitou cópia dos relatórios de fiscalização do TCE-SP e deu 15 dias para que o Metrô dê explicações sobre a obra.

As suspeitas de irregularidades na ciclovia provisória foram levantadas pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Antônio Roque Citadini, ao encaminhar ofício com mais de 70 questionamentos ao Metrô sobre atrasos e reajustes de preços e do projeto da Linha 17, prevista inicialmente para ficar pronta para a Copa do Mundo em 2014, mas que não tem previsão ainda para ser concluída e cujo valor estimado saltou de R$ 1,7 bilhão para R$ 3,1 bilhões.

Considerando o valor total da ciclovia do monotrilho e sua extensão, o valor médio do metro ficou em R$ 1.258, muito acima da média gasta pela Prefeitura de São Paulo, segundo apurou a Corte de contas estadual.

Levantamento dos peritos do TCE-SP na internet apontou que o custo médio do metro da ciclovia na capital paulista seria de R$ 200. A própria prefeitura já informou que o valor médio ficaria em torno de R$ 250, considerando os investimentos para ciclovias até o final de 2014.

Defesa

Em resposta o Metrô afirma que em função das obras de construção do monotrilho da Linha 17, "foi necessária a interdição de um trecho da Ciclovia da CPTM na Marginal Pinheiros. Para atender os ciclistas que transitam pelo local, especialmente os trabalhadores da região, o Metrô implantou uma via alternativa com 7,7 km de extensão e 5 metros de largura, no lado oposto da via".

Ainda segundo a companhia, para o acesso seguro dos ciclistas, "a pavimentação utilizada foi reforçada para atender tanto as bicicletas como também a circulação de caminhões da EMAE, CPTM, Eletropaulo e Sabesp que transitam pelo local, o que não é feito com a simples pintura de sinalização de solo".

"Para que os ciclistas pudessem passar de uma margem do rio Pinheiros para a outra, foi necessária a instalação de três escadas metálicas nas pontes João Dias e Cidade Jardim, com canaletas laterais para transporte das bicicletas, gradis de proteção e guaritas para segurança. Durante a construção da via alternativa, os ciclistas foram transportados em quatro vans com carretas disponibilizadas pelo consórcio responsável pela obra

Todos os serviços (pavimentação, sinalização, grades, canaletas), inclusive o custo desse transporte, que durou 100 dias, incluindo finais de semana, também está considerado no cálculo do metro quadrado da ciclovia provisória que é de R$ 291,40 (preço atualizado)", diz o Metrô

E conclui, apontando que "a ciclovia provisória foi construída após aval de cicloativistas e do próprio Ministério Público, que acompanhou a implantação da via".

Relatório de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) gastou na construção de uma ciclovia provisória na Marginal do Rio Pinheiros, na capital paulista, seis vezes mais do que o preço médio pago pela gestão Fernando Haddad (PT) nas ciclovias da cidade.

Com 7,7 km de extensão, a pista feita pelo Metrô no início de 2014 por causa da interdição de um trecho da ciclovia original da Marginal do Pinheiros, entre a Vila Olímpia e a Ponte João Dias, provocada pelas obras da Linha 17-Ouro do Monotrilho, custou R$ 9,6 milhões.

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Pelos cálculos do TCE, o valor médio do metro da ciclovia do Metrô ficou em R$ 1.258, muito acima dos R$ 200 por metro gasto pelas prefeituras de São Paulo e Campinas, segundo levantamento do órgão. De acordo com a gestão Haddad, até 2014, o custo médio das ciclovias era de R$ 250, ou 20% do valor gasto pelo Metrô.

O valor chamou a atenção do TCE porque o próprio Metrô havia informado sobre a "simplicidade" da obra, "consistente em ‘adaptação de estrada de serviço em terra batida e brita existente’". A obra foi feita pelo cónsórcio da Andrade Gutierrez e CR Almeida, responsável até o início de 2016 pelas obras da Linha 17, que não tinha know-how para construir a pista.

A ciclovia provisória foi feita pelo Metrô após protestos de ciclistas contra o fechamento de um trecho da ciclovia original e depois de um acordo com o Ministério Público Estadual (MPE). A nova pista fica na margem direita do rio para quem segue no sentido Interlagos.

"Essa ciclovia foi feita aproveitando uma estrada que já era usada pela Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), e não tem sistema de drenagem, tubulação subterrânea e nenhuma ligação com outro ponto da cidade. Não serve como opção de mobilidade urbana", diz o diretor-geral da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo, Daniel Guth.

Aventura

As conclusões do TCE constam de um extenso pedido de explicações publicado ontem pelo conselheiro Antônio Roque Citadini com mais de 70 perguntas ao Metrô sobre os atrasos e custos da obra, que saltou de R$ 1,4 bilhão para R$ 3,1 bilhões. A Linha 17 teria 18 km de extensão e ligaria a Linha 1-Azul à Linha 4-Amarela. O governo Geraldo Alckmin (PSDB), contudo, cancelou metade do ramal em dezembro e o único trecho previsto para sair do papel é entre Congonhas e a Marginal do Pinheiros.

"Os elementos existentes no processo demonstram que a Companhia do Metropolitano de São Paulo embarcou em uma aventura quando decidiu construir a Linha 17-Ouro", afirma Citadini. Em nota, o Metrô informou que prestará todos os esclarecimentos ao TCE e que as obras foram retomadas após a rescisão do contrato anterior.

O Ministério Público do Rio denunciou nesta terça-feira, 12, à Justiça 14 pessoas acusadas de homicídio culposo (sem intenção) por causa da morte de duas pessoas após a queda da ciclovia Tim Maia, em São Conrado, na zona sul do Rio, em 21 de abril. O caso será julgado pela 32ª Vara Criminal do Rio.

Se condenado, cada denunciado pode cumprir pena de prisão de dois a oito anos. A denúncia foi oferecida pelos promotores Marisa Paiva e Alexandre Graça. Sete denunciados são funcionários da Fundação Instituto de Geotécnica (Geo-Rio), órgão municipal subordinado à Secretaria de Obras e responsável pelo projeto básico e pela fiscalização da obra.

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Outros quatro são funcionários do consórcio Contemat-Concrejato, que construiu a ciclovia. Dois são ligados à Engemolde Engenharia, contratada pelo consórcio para construir pilares. O último denunciado é sócio de uma das empresas que participaram da obra, mas até as 19h10 desta terça não havia mais detalhes a seu respeito.

Um funcionário da Defesa Civil do município do Rio que havia sido indiciado pela Polícia Civil foi considerado inocente e não denunciado pelo Ministério Público.

A queda da ciclovia, atingida por ondas durante um período de ressaca marítima, matou o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e o gari Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos.

A Polícia Civil do Rio indiciou 14 pessoas pelas duas mortes decorrentes do desabamento de um trecho da ciclovia Tim Maia, na avenida Niemeyer, em São Conrado (zona sul do Rio), em 21 de abril. Todas são acusadas de homicídios culposos (não intencionais).

A conclusão do inquérito, instaurado em 24 de abril pelo delegado José Alberto Lage, titular da 15ª DP (Gávea), foi anunciada nesta sexta-feira (24). A investigação responsabiliza sete funcionários da Fundação Instituto de Geotécnica (Geo Rio), órgão da Secretaria Municipal de Obras responsável pela fiscalização da obra; quatro funcionários do consórcio Contemat/Concrejato, que realizou a obra; dois funcionários da Engemolde, empresa contratada pelo consórcio para fornecer peças pré-fabricadas para a obra; e um técnico da Subsecretaria Municipal de Defesa Civil, indiciado devido à falta de um plano para interdição da ciclovia em caso de ressaca marítima. Morreram no acidente Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, ambos vítimas de traumatismo do tórax e asfixia por afogamento.

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Durante o inquérito, a Polícia Civil ouviu 27 pessoas, entre testemunhas, usuários da ciclovia e responsáveis pela obra. Engenheiros envolvidos na construção reconheceram que o projeto da ciclovia deveria conter um estudo prévio do regime das marés e que havia necessidade de um plano de contingência que previsse a instabilidade das marés. Constatou-se que não foi prevista a incidência de ondas nos tabuleiros da ciclovia nem houve qualquer estudo sobre os efeitos da ressaca marítima. Sem cogitar esse problema, os tabuleiros foram fixados de forma inadequada. A polícia colheu relatos de moradores da região que narraram a ocorrência de ondas gigantescas e ressacas marítimas tão violentas que fazem tremer casas.

As provas analisadas indicam problemas nos projetos básico, executor e fiscalizador. A negligência dos indiciados, segundo a Polícia Civil, caracterizou-se porque eles não previram algo que deveriam ter previsto: que ondas pudessem produzir jatos e atingir o tabuleiro da ciclovia. "Se o projeto fosse executado levando em consideração a previsibilidade de ondas dessa magnitude, a morte de duas pessoas não teria ocorrido", afirma a polícia.

Os sete indiciados que trabalham na Geo Rio são Fábio Lessa Ribeiro, Juliano de Lima, Geraldo Batista Filho, Marcus Bergman, todos membros da Diretoria de Estudos e Projetos, da Comissão de Fiscalização; o geólogo Élcio Romão Ribeiro, Ernesto Ribeiro Mejido e Fabio Soares Lima. Os quatro indiciados do consórcio Contemat/Concrejato são Ioannis Saniveros Neto, Marcelo José Ferreira de Carvalho, Jorge Alberto Schnneider e Fabrício Rocha Souza. Os dois funcionários da Engemolde indiciados são Nei Araújo Lima (projetista) e Claudio Gomes Castilho Ribeiro (responsável técnico). O último indiciado é Luís André Moreira Alves, coordenador técnico da Subsecretaria Municipal de Defesa Civil.

Resposta

Em nota, o consórcio Contemat/Concrejato afirmou que não tem conhecimento do teor do inquérito e por isso não vai se manifestar.

O Ministério Público Federal (MPF) impetrou nesta sexta-feira, 24, uma ação civil pública contra a Prefeitura do Rio de Janeiro, o consórcio Contemat/Concrejato e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea, órgão do governo estadual do Rio) para exigir a interrupção das obras de reconstrução do trecho da ciclovia Tim Maia que desabou em 21 de abril, matando duas pessoas, à margem da avenida Niemeyer, em São Conrado (zona sul).

A procuradora Zani Tobias de Souza afirma que é necessária uma nova licença ambiental para a reconstrução da ciclovia, além de apontar outros problemas da obra.

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Ela defende ainda que a ciclovia seja rediscutida por meio de audiências públicas. A procuradora pede ainda que a Justiça proíba o uso de toda a extensão da ciclovia até que ela seja rediscutida. A Justiça ainda não se manifestou sobre a ação proposta pelo MPF.

Como a ciclovia fica ao redor do morro Dois Irmãos, área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a obra só pode continuar após manifestação desse órgão.

Outro problema elencado pelo MPF são falhas estruturais: "Há falhas gravíssimas na concepção estrutural da ciclovia Tim Maia, assim como desgaste prematuro do conjunto", afirma a ação.

Reconstrução

As obras de reconstrução do trecho que desabou da ciclovia começaram neste mês e devem se estender por 60 dias.

Ainda não notificada sobre a ação, a Prefeitura do Rio não comentou a iniciativa do MPF.

Um projeto quer criar uma ciclovia no trajeto da linha férrea que corta o município de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Intitulada Ocupa Ciclo Férrea, a iniciativa já foi recebida pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, que enviou uma equipe ao local.

Com 21 quilômetros, o ciclovia cortaria 22 bairros caruaruenses, atingindo 80% da população do município. Esta seria a primeira fase do projeto, que se intitula o maior cicloviário do Norte/Nordeste. O ambicioso objetivo é aproveitar toda a linha férrea do estado, 515 quilômetros de extensão, que vai de Salgueiro, no Sertão, até o Recife. 

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O projeto é encabeçado pela ONG TerraVerde. Um dos diretores é o advogado Marcelo Rodrigues, ex-secretário de Meio Ambiente do Recife e vereador suplente de Caruaru, em 2012. Segundo Rodrigues, mesmo grandiosa, a ciclovia não seria tão cara. “Não há nenhum gasto em desapropriação. E 21 quilômetros é muito pouco em relação ao que repercutirá para a cidade a curto, médio e longo prazo”, ele conta.

Rodrigues destaca que a linha já está bastante desgastada. Por falta de utilização, pessoas estariam roubando os ferros e as madeiras que compõem os trilhos. “A ciclovia não vai tirar os trilhos. Vai preservar o patrimônio histórico. Sempre há um espaço do lado esquerdo e do lado direito. Nesses espaços pode-se fazer a pista e utilizá-la para caminhar, correr, para patins...”, cita o advogado.

O Ocupa Ciclo Férrea foi apresentado ao secretário da pasta de Turismo, Esportes e Lazer do Estado, Felipe Carreras,  há duas semanas. Na semana anterior, uma equipe de técnicos foi a Caruaru estudar a viabilidade da ciclovia. De acordo com a assessoria da secretaria, o projeto é considerado “uma grande oportunidade de promover bem-estar, saúde, ajudar a melhorar a mobilidade, colaborar com o meio ambiente e socialização do povo do Agreste do Estado, além do Turismo na região”. 

Na concepção do idealizador do projeto, a ciclovia pode trazer "segurança, movimentação de pessoas, desimpactação ambiental, saúde e estímulo ao comércio”. O Ocupa Ciclo Férrea divulga suas ações em sua página no Facebook. Lá, a ONG TerraVerde vende camisetas e bolsas para promover a ideia. O projeto ainda não tem data para sair do papel. 

A prefeitura terá um sistema de monitoramento de ressacas e vai interditar a ciclovia em caso de ondas altas. Serão nove pontos de interdição com cancelas e semáforos avisando que é proibido circular por ali. O trecho que desabou em 21 de abril, deixando dois mortos, será reconstruído e ganhará pilares mais robustos - a base dos apoios medirá 2 metros por 60 centímetros.

Os apoios que caíram com a força das ondas mediam 70 centímetros por 70 centímetros. Mas o prefeito Eduardo Paes admite que a via pode não estar liberada a tempo para a Olimpíada.

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A reconstrução dos pilares e da pista ficará a cargo do consórcio Contemat/Concrejato, o mesmo que ergueu a ciclovia. Para o prefeito Eduardo Paes (PMDB), não há problema nisso. "Ficou claro que houve erro de projeto, não foi de execução. Portanto a obrigação dessa empresa é concluir o seu trabalho", afirmou o prefeito. Segundo ele, é preciso esperar a investigação policial para tornar o consórcio inidôneo e, portanto, inapto para fazer obras públicas.

Para montar o sistema para acompanhar ondas, o prefeito vai comprar duas boias de monitoramento. Esses equipamentos vão se juntar a outros dois, que pertencem à Marinha, e já dão alerta de ressaca. De acordo com Paes, os quatro equipamentos fornecerão dados mais completos que alimentarão o Alerta Rio. "Ressaca nunca foi um tema do Rio de Janeiro. Não são poucos os casos em que a pessoa está vendo ressaca e acaba morrendo arrastado pelas águas. Nossa ideia é fazer mais um monitoramento, alertando a população", afirmou Paes.

Paes reconhece que a ciclovia pode não estar pronta para a Olimpíada. Só será liberada depois que forem concluídos os estudos de batimetria (estudos das ondas e do fundo do mar) e o sistema de monitoramento.

"Era um desejo, uma vontade (abrir a ciclovia para os Jogos).A cidade passou por mudanças importantes. Seria muito triste aquela obra ficar marcada pelo acidente e não permitir que os turistas desfrutassem de ciclovia tão bonita. Mas a gente vai fazer isso com toda a segurança. Não estamos pautados pela Olimpíada", afirmou.

Paes voltou a cobrar que os responsáveis pelo desabamento sejam punidos "de acordo com o CPF e não pelo CNPJ". "Essa é uma cultura brasileira que tem de mudar. Não é difícil chegar ao CPF. A culpa política é do prefeito. Apanho politicamente por isso, merecidamente. Mas tem a responsabilidade objetiva."

O projeto da ciclovia Tim Maia só previu o impacto das ondas em até 2,5 metros de altura dos pilares da estrutura. Este foi o erro mais grave do projeto da obra, segundo o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), Reynaldo Barros. O tabuleiro da ciclovia, que desabou com uma onda, estava a 25 metros acima do mar.

A conclusão consta de relatório elaborado por seis engenheiros do conselho, que analisaram as falhas do projeto por 30 dias. O estudo foi divulgado nesta segunda-feira (30) na sede do Crea, no centro do Rio. O trecho da ciclovia que desabou em 21 de abril, depois de atingida por uma onda, tinha cerca de 50 metros. O acidente deixou dois mortos.

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Segundo Barros, houve falta de estudos preliminares oceanográficos dos efeitos das ondas sobre a estrutura da ciclovia. "Houve uma falha de todos órgãos, responsáveis pelo projeto e pela construção da obra, incluindo a empresa e a prefeitura. Os engenheiros também podem ser responsabilizados. Vamos abrir um processo no conselho de ética e ouvir as suas defesas", disse.

Além da falta de cálculo do impacto das ondas, segundo Barros, outro erro grave foi retirar dos itens do edital de licitação a comprovação de experiência pelas empresas licitantes no projeto executivo. O argumento para a retirada foi a de que a exigência restringiria o certame.

Estudos técnicos encomendados pela prefeitura do Rio depois do acidente na ciclovia Tim Maia, entre Leblon e São Conrado, na zona sul, apontam que o trecho destruído ao ser atingido por forte onda deveria ter resistência 12 vezes maior.

A área da ciclovia conhecida como Gruta da Imprensa tinha estrutura de 0,55 toneladas por metro quadrado, segundo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH). Se for reconstruído, como anunciou o prefeito Eduardo Paes (PMDB), o trecho terá que ter 6,6 toneladas por metro quadrado. A pressão exercida pela onda sobre a ciclovia na hora do acidente era de 3 toneladas por metro quadrado, ou seja, 5,4 vezes maior do que a ciclovia poderia suportar. O acidente aconteceu no dia 21 de abril e matou duas pessoas.

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Estudos das ondas nos últimos cem anos na região apontam que a maior onda no período, chamada "centenária" teve pressão equivalente a 4,4 toneladas por metro quadrado. Para refazer o trecho, o engenheiro Domenico Accetta disse que é necessário aplicar um fator de segurança de 1,5, o que explica a recomendação de 6,6 toneladas por metro quadrado para o trecho a ser reconstruído. O INPH também sugere a utilização de um sistema de alerta que interrompa o funcionamento da ciclovia quando a intensidade das ondas aumentar.

Pesquisadores da Coordenadoria de Programa de Pós Graduação da UFRJ (Coppe) e do INPH participaram nessa quinta, 19, ao lado do prefeito, de uma apresentação das primeiras conclusões dos estudos. Os técnicos da Coppe disseram que voltarão ao local do acidente para novas análises antes de apresentar o relatório final.

Paes disse não ter dúvida de que houve falha no projeto da ciclovia, mas lembrou que os culpados pelo acidente serão apontados por uma investigação policial. "Houve um problema de projeto, mas caberá à polícia (apontar) a responsabilidade específica", afirmou. Quando concluídos, os estudos técnicos da Coppe e do INPH serão encaminhados aos policiais e peritos que trabalham no caso. A obras de reconstrução da ciclovia, informou o prefeito, serão feitas pelo mesmo consórcio construtor, Contemat-Concrejato, sem custos adicionais para a prefeitura.

Paes reiterou a intenção de reconstruir a ciclovia, mas não arriscou uma estimativa da data em que as obras podem ter início, muito menos quando poderão ser concluídas. "Eu já sabia há algum tempo que a ciclovia pode ser recuperada e agora vemos que a solução estrutural pode ser mais simples do que se imaginava, que provavelmente não será necessário alterar o trajeto", afirmou. O prefeito disse torcer para que a ciclovia seja reaberta até a Olimpíada, mas reconheceu que seria o "otimismo dos otimismos". "Não é a Olimpíada que vai nortear o início e a duração das obras".

Segundo Paes, a prefeitura está em fase final de negociação com a família do engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, para que seja indenizada pelo acidente. No caso da outra vítima, o gari comunitário Ronaldo Severino da Silva, a prefeitura aguarda a manifestação da viúva, por meio da Defensoria Pública. Inicialmente, as indenizações serão pagas pela prefeitura, mas, se for comprovada a responsabilidade das empresas construtoras, o município cobrará do consórcio.

"A empresa terá que responder por seus atos, se for responsável (pelo acidente), como acredito que seja. A prefeitura vai pagar as indenizações e, se a responsabilidade (do consórcio) se consolidar, vamos cobrar da empresa. As indenizações não resolvem a dor das famílias, mas queremos evitar que elas tenham que brigar na justiça por uma reparação que é justa", afirmou Paes.

O prefeito anunciou que o elevado do Joá, obra da prefeitura na mesma região do acidente, será inaugurado no prazo de 15 dias, mas que a ciclovia da Praia do Pepino ainda não entrará em funcionamento. Técnicos da prefeitura farão novos testes de segurança antes da inauguração da ciclovia.

A Justiça do Rio liberou parcialmente o uso da ciclovia Tim Maia, que estava totalmente interditada desde a última sexta-feira (6). O trecho liberado fica entre o nº 318 da Avenida Niemeyer e a Praia do Leblon. A decisão é do juiz Marcelo Evaristo Martins da Silva, o mesmo que havia decidido pela interdição, em caráter liminar.

A liberação do trecho baseou-se em vistoria da Subsecretaria de Defesa Civil em conjunto com a Fundação Geo-Rio. "Não foram verificados indícios de risco que comprometam o uso por pedestres e ciclistas, no tocante à segurança estrutural da ciclovia nesse trecho", diz o laudo de engenheiros, citado na decisão do magistrado. O restante da ciclovia, porém, permanece interditado.

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Na última sexta-feira, o juiz havia decidido pela interdição total da ciclovia. Um trecho de aproximadamente 50 metros da ciclovia desabou no dia 21 do mês passado, matando duas pessoas.

O consórcio Contemat/Concrejato deixou de calcular o efeito que as ondas marítimas teriam sobre a plataforma da Ciclovia Tim Maia, concluiu a perícia feita pela Polícia Civil. Sem levar em conta o impacto das ondas, o consórcio apoiou a plataforma sobre os pilares sem amarração. Em 21 de abril, atingida por uma ressaca, parte da plataforma desabou, matando dois homens.

A perícia está em fase final de elaboração e, até segunda-feira, deverá ser anexada ao inquérito instaurado pela 15.ª DP. De acordo com o perito Liu Tsun Yaei, o consórcio só previu o efeito das ondas sobre os pilares que sustentam as plataformas.

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Em nota, o consórcio afirmou que "a ancoragem da pista (ou qualquer solução equivalente) não constava nem no projeto básico nem no edital de licitação". O consórcio reafirmou ter executado integralmente "todos os requisitos técnicos fornecidos pela contratante".

Também em nota, a prefeitura afirmou que "o projeto básico é apenas conceitual e serve como referência para o desenvolvimento do projeto executivo". "No caso, a prefeitura contratou o consórcio justamente para desenvolver o projeto executivo e executar a obra."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Reunião entre ciclistas e a Polícia Militar definiu uma série de medidas de segurança para quem usa a bicicleta como meio de transporte ou somente para lazer em Belém. Ficou decidido que as avenidas Almirante Barroso, Duque de Caxias, Independência, João Paulo II, Centenário e Tamandaré terão policiamento reforçado. A reunião contou com a participação dos comandantes do 1º e 2º batalhões da PM, tenentes-coronéis Marcelo Ronald e Marco Cidon.

Segundo informações da Agência Pará, o chefe do departamento Geral de Operações, coronel Sérgio Alonso, explicou que os corredores contarão com mais viaturas, motocicletas e até bicicletas, como forma estratégica para evitar crimes. “Vamos traçar linhas de ação para evitar roubos e furtos de bicicletas em Belém”, afirmou.

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De acordo com o coronel, a Polícia Militar se comprometeu a estudar as propostas dos ciclistas e aplicar algumas delas, como o uso de um aplicativo que deve facilitar a identificação de bicicletas roubadas. “O serviço é gratuito e funciona como um cadastro nacional a partir do número de série da bicicleta. Daí é gerado um código que pode ser lido com o celular ou consultado pela internet. Com ele, podemos imediatamente verificar a procedência das bicicletas", explicou.

Para Charles Santos, presidente do Comitê de Cicloativismo e Cidadania de Belém (Ciclomobilidade), a integração da bicicleta ao sistema de transporte público da cidade é de extrema importância. “Com o uso das bicicletas, conseguimos promover o uso de um veículo, que é barato, saudável, não polui e nem provoca engarrafamento”, afirmou.

Na manhã da próxima quinta-feira (5 de maio), militares da PM irão receber instrução da equipe do site www.bikeregistrada.com.br sobre o funcionamento da página que tem colaborado com a recuperação de bicicletas roubadas em Brasília, no Distrito Federal, através de um cadastro virtual.

O geólogo Élcio Romão Ribeiro, que trabalha na Fundação Instituto de Geotécnica, órgão conhecido como Geo-Rio e subordinado à Secretaria de Obras da Prefeitura do Rio, depôs nesta quarta-feira (27) na Polícia Civil sobre o desabamento parcial da Ciclovia Tim Maia, que ocorreu na última quinta-feira (21) e matou duas pessoas.

Ribeiro é um dos cinco integrantes da comissão de vistoria composta pela Geo-Rio para fiscalizar a obra da ciclovia antes de sua inauguração, em 17 de janeiro passado. Os outros componentes da comissão são os engenheiros Fábio Lessa Rigueira, Luiz Otávio Martins Vieira, Fábio Soares de Lima e Ernesto Ferreira Mejido.

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Ao sair da 15ª DP (Gávea), onde depôs por três horas, o geólogo não concedeu entrevista. Seu advogado, Adilson Fernandes, que acompanhou o cliente na delegacia, afirmou que todas as dúvidas dos policiais civis foram esclarecidas e que o geólogo não vai comentar o teor do depoimento.

Nos relatórios mensais de acompanhamento de construção da Ciclovia Tim Maia, a prefeitura do Rio deixou de considerar as ondas fortes comuns naquele trecho do litoral carioca como risco à obra e aos operários. Uma delas derrubou, há seis dias, um trecho de 50 metros do percurso entre os bairros do Leblon e de São Conrado, na zona sul. Dois homens morreram.

Os documentos relacionam perigos decorrentes do tráfego pesado na Avenida Niemeyer, via litorânea ao lado da ciclovia, e da inclinação da encosta.

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Falam até da proximidade com áreas urbanas. Mas não abordam a possibilidade de ressacas. "Em geral, a ciclovia não contempla riscos consideráveis", apontam os relatórios produzidos pela Secretaria Municipal de Obras e pelo consórcio construtor em abril, maio e junho de 2015. A ciclovia foi inaugurada em janeiro deste ano. O relatório de abril informa apenas que a região "é considerada zona de respingo de maré, o que aumenta o grau de dificuldade de execução das obras", no capítulo Descrição do Empreendimento.

No relatório de junho de 2015, é dito que "a ciclovia em questão será construída em uma área de escarpas, exigindo cuidados adicionais na sua execução". "A obra foi dividida em 15 trechos, cada qual com a sua peculiaridade geológica/geotécnica. A montante da avenida são verificadas vertentes côncavas, convexas, escarpas naturais e talvegues (local mais profundo de um vale). Esses fatores tornam a região mais suscetível a deslizamentos de solo e de blocos soltos de rochas, pertencentes às falhas naturais", diz.

Nos relatórios, a prefeitura relata os avanços no contrato de execução do serviços, por meio de textos, cronogramas, gráficos, quadros, tabelas, planilhas e registros fotográficos. A gestão municipal informou que os documentos são encaminhados ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pelo financiamento da obra.

Improbidade

O Ministério Público do Estado do Rio instaurou inquérito civil para apurar eventuais atos de improbidade administrativa provenientes da contratação, pela Fundação Geo-Rio (vinculada à prefeitura), do consórcio Concremat. A prefeitura proibiu ontem o consórcio de participar de licitações de novas obras públicas na cidade "enquanto durarem os trabalhos de apuração das responsabilidades técnicas pelo acidente da Ciclovia da Niemeyer".

O município informou ainda que todos os pagamentos para o consórcio estão retidos. O decreto do prefeito, que será publicado hoje, ainda determina que os responsáveis técnicos pela obra sejam afastados de qualquer contrato firmado com o município.

Monitoramento

É possível tornar a Ciclovia Tim Maia, na zona sul do Rio, segura para ciclistas e pedestres, avaliam engenheiros ouvidos pela reportagem. Eles defendem, porém, que o monitoramento das ondas seja permanente.

"O que tem de ser feito é óbvio: que haja algo que suporte a ação das ondas e também um sistema de alerta que feche a ciclovia, em caso de ressaca. Ainda que a estrutura fosse forte, teria ocorrido a tragédia, porque as pessoas seriam engolidas pelo mar", disse o engenheiro Paulo Cesar Rosman, do Programa de Pós-graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ.

Uma das formas de proteger a ciclovia é instalar um anteparo entre o mar e a pista. As técnicas são variadas, sendo uma delas a de enrocamento, que consiste na colocação de blocos de pedra ou de cimento, dispostos uns sobre os outros, sobre os quais as ondas incidam, chegando à pista com menos energia, disse Manoel Lapa, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ). "Dá para reconstruir sem qualquer tipo de temor. Mas tem de fechar quando não for absolutamente seguro."

O presidente do Crea-RJ, Reynaldo Barros, afirmou que a prefeitura deverá realizar análise preliminar de risco para avaliar todas as falhas na construção, considerando a influência de corrosão, marés, vento e ondas. "É preciso um cuidado especial, pois a natureza cobra o devido valor pelas coisas mal feitas."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Diário Oficial desta quarta-feira, 27, publica decreto do prefeito Eduardo Paes que afasta as empresas Concremat Engenharia e Geotecnica S/A e Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia S/A, integrantes do consórcio que construiu a ciclovia Tim Maia, "de todos os processos de contratação e licitação de obras de estrutura, enquanto durarem os trabalhos de apuração das responsabilidades técnicas pelo acidente". A informação foi divulgada nesta terça, 26, pela prefeitura do Rio.

Um trecho de 50 metros da ciclovia, de 3,9 quilômetros de extensão, cedeu na última quinta-feira, o que resultou na morte de duas pessoas, um engenheiro e um gari comunitário. Eles passavam pela ciclovia no momento em que uma onda do mar de São Conrado os engoliu - o piso cedeu e eles caíram no mar, que estava de ressaca.

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O município informou ainda que todos os pagamentos destinados às duas empresas estão retidos até o fim da investigação. O decreto do prefeito também determina que os responsáveis técnicos pela obra sejam afastados de qualquer contrato firmado com o município. E se ficar comprovado que o consórcio foi responsável pela queda de parte da ciclovia, as duas empresas passarão a ser consideradas inidôneas (não confiável), diz ainda a nota da prefeitura.

A prefeitura do Rio anunciou nessa segunda (25) a reconstrução da Ciclovia Tim Maia até o início da Olimpíada, em 5 de agosto. Não foram apresentados cronograma nem custos da obra. Ao menos duas pessoas morreram no desabamento da pista, ao lado da Avenida Niemeyer, ligação entre Leblon e São Conrado, na zona sul.

Em comunicado oficial, a gestão Eduardo Paes (PMDB) informou que o início das obras no trecho de 50 metros atingido por ondas na quinta-feira passada depende de um laudo pericial, com prazo de 30 dias para ficar pronto. O consórcio Concremat/Concrejato, responsável pela obra da ciclovia, vai assumir a reconstrução e "arcar com todos os custos".

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O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) formou uma comissão para investigar, em um mês, as causas do acidente. Caso seja constatada falha profissional, a entidade poderá instaurar processo ético e até cassar o registro do responsável.

Para o engenheiro civil Manoel Lapa, coordenador da Câmara de Engenharia Civil do Crea-RJ, é possível refazer a obra até os Jogos. "Claro que antes de fazer a obra será preciso descobrir qual foi o erro e corrigi-lo. Nesse tempo é perfeitamente viável refazer aquela obra, com a segurança e os cuidados necessários", afirmou.

Laudo

Problemas na obra foram detectados ainda no ano passado, antes da inauguração, pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). Após a realização de seis vistorias, relatório do órgão apontou rachaduras, buracos e desníveis na pista e estruturas enferrujadas. As falhas apareceram, sobretudo, perto Mirante do Leblon, a cerca de 3 km do local do acidente.

O presidente do TCM, Thiers Montebello, afirmou ontem que o quadro técnico detectou irregularidades no acabamento da ciclovia. "Durante a execução da obra, fizemos algumas recomendações para a melhoria do projeto, que foi sendo moldado. A prefeitura tem por hábito atender às recomendações ou apresentar explicações. Mas nada em relação à estrutura da obra, o que não é de nossa competência", explicou.

O consórcio informou que seguiu o projeto básico elaborado pela prefeitura. "Em relação aos comentários sobre a qualidade da obra, o consórcio esclarece que os materiais empregados e a qualidade da construção seguiram todos os padrões técnicos previstos nas normas brasileiras. A fiscalização das obras foi exercida pela contratante", informou.

A prefeitura do Rio informou nesta segunda-feira, 25, que pretende reconstruir a Ciclovia Tim Maia até o início da Olimpíada, que começa no dia 5 de agosto. Um trecho da pista para circulação de bicicletas, na Avenida Niemeyer, na zona sul, desabou na última quinta-feira em meio a uma ressaca e deixou dois mortos.

A própria Concremat, empresa que fez a obra da ciclovia, deve assumir o trabalho de reconstrução do trecho que desabou. "Todas as intervenções necessárias serão executadas pelo consórcio responsável pela obra da ciclovia, que também vai arcar com todos os custos", informou a Prefeitura, em nota. "A intenção da Prefeitura do Rio é concluir a reconstrução da ciclovia antes dos Jogos Olímpicos", diz o texto.

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No entanto, o início dos trabalhos depende de um laudo da Coppe/UFRJ e do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH). As duas instituições foram contratadas para realizar perícia independente e apontar as causas do desabamento da ciclovia. Serão considerados aspectos estruturais e as variáveis marítimas na análise do trecho da ciclovia na Avenida Niemeyer. Segundo a prefeitura, a Geo-Rio colocou todo material técnico do projeto executado à disposição dos peritos. A estimativa é que o laudo conclusivo seja entregue em até 30 dias.

Para o engenheiro civil Manoel Lapa, coordenador da Câmara de Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio (Crea-RJ), é possível refazer a obra antes da Olimpíada. "Claro que antes de fazer a obra será preciso descobrir qual foi o erro e corrigi-lo, mas são mais de três meses até o início dos Jogos. Nesse tempo é perfeitamente viável refazer aquela obra, com a segurança e os cuidados necessários", afirmou.

A ciclovia foi inaugurada há três meses e vários trechos apresentam rachaduras. Um relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM) do ano passado apontou trincas na pista. O relatório de julho da 2.ª Inspetoria Geral de Controle Externo do TCM informa que as falhas apareceram próximo do mirante do Leblon. A Concremat, empresa que construiu a ciclovia, possui ainda contrato com a prefeitura para fazer o gerenciamento de sete obras ligadas à Olimpíada.

RIO - A interdição de parte da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, na zona sul do Rio, não conteve ciclistas e pedestres, que na manhã deste domingo, 24, se arriscavam pela pista de carro nos trechos onde não podiam passar por causa do bloqueio, alguns por curiosidade. A reportagem flagrou diversas pessoas caminhando ou andando de bicicleta em trechos estreitos, onde carros e ônibus passam em alta velocidade.

Um trecho da ciclovia caiu em meio a uma ressaca do mar na última quinta-feira, 21, e deixou ao menos dois mortos. Bombeiros estão no local desde as 6h deste domingo para monitorar o local do acidente, mas as buscas por novas vítimas foram encerradas nesse sábado, 23.

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Parte da ciclovia está interditada, mas quem inicia o percurso pelo Leblon consegue caminhar até a região do Vidigal, onde há um primeiro bloqueio. Apesar disso, há quem passe pelo local e siga a caminhada. Já quem tenta entrar por São Conrado, não consegue passar. Além do bloqueio, há policiais monitorando a passagem.

Apesar da barreira, o empresário Olimpio Freire, 52, manteve o percurso que faz todos os domingos de bicicleta. Ele percorre com amigos um trecho que vai do Flamengo, também na zona sul, a São Conrado. Ao se deparar com o bloqueio da ciclovia, decidiu seguir pela pista de carros. "Já usava a pista antes de ficar pronta a ciclovia. Sei que é perigoso, mas não há outra opção. E no domingo há menos carros".

O comerciante Heraldo Alves, 40, também passava de bicicleta pela pista de carro no local da interdição. "Fui pela curiosidade, para ver como ficou. Muitos carros não respeitam os ciclistas, é arriscado mesmo", contou. Alves diz que costumava utilizar a ciclovia frequentemente e que, após a liberação, continuará a usando. "Acidentes acontecem. Apesar de o projeto ser mal feito, acho que vão consertar direito", diz o morador do centro.

O empresário italiano Eduardo Pozzi,28, e sua namorada, a professora Patricia Passos, 36, chegaram de São Paulo, onde moram, na última sexta-feira. O plano era percorrer de bicicleta a cidade, um programa frequente do casal. A ciclovia Tim Maia estava no roteiro e, apesar do desabamento, eles decidiram manter a programação. No entanto, quando chegaram ao bloqueio em frente ao Vidigal, decidiram voltar. "O trecho foi mal feito, mas não é toda a ciclovia que está condenada", afirmou Pozzi. Ele disse se sentir seguro em andar pela ciclovia na parte que não foi prejudicada.

O empresário Eduardo Antunes, 66, morador de Ipanema, também não se arriscou pela pista ao chegar ao bloqueio, mas reclamou de não haver um aviso no começo da ciclovia, próximo ao Leblon, de que não haveria como passar a partir de um determinado ponto ou uma opção de passagem. "Tinha que ter alguma opção, achei que uma das pistas de carro da avenida Niemeyer estaria bloqueada para veículos. Agora não dar nenhuma opção para passar quem já caminhou por uma boa parte da ciclovia é absurdo".

Há, porém, quem ignore a barreira de interdição da pista da ciclovia e pule o bloqueio para continuar a caminhada pela Tim Maia. Um homem foi visto pela reportagem furando o bloqueio. Um outro caso foi de um homem que caminhava em cima da mureta da pista, ao lado da ciclovia.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, reconheceu que há problemas na obra da Ciclovia Tim Maia, que teve parte de sua estrutura derrubada em meio a uma ressaca do mar, na zona sul do Rio, na última quinta-feira, 21. Embora tenha sido inaugurada há apenas três meses, vários trechos apresentam rachaduras. No entanto, a Prefeitura descarta a hipótese de demolição da estrutura.

Pelo menos duas pessoas morreram no desabamento de parte da ciclovia: o engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, e o gari comunitário Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos. Bombeiros ainda buscam os corpos de outras possíveis vítimas.

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"É óbvio que se essa ciclovia tivesse sido feita de forma perfeita, não teríamos essa tragédia, esse absurdo. Então obviamente há problemas ali", declarou Paes a jornalistas.

O prefeito diz que só poderá determinar as causas do acidente após a conclusão de duas auditorias, encomendadas ao Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) e ao Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).

"Contratamos essa auditoria da Coppe e INPH para identificar isso tecnicamente e responsabilizar quem tiver que ser responsabilizado. Ou seja, se (houve) erro de projeto, erro de execução, erro de acompanhamento, de fiscalização. O que a gente pode responder neste momento é que está claro, não precisa nem ser olhado, é que as coisas não foram bem feitas ali", completou o prefeito.

Parte da ciclovia permanece interditada indefinidamente, por determinação da Defesa Civil. O trecho que liga o Leblon à comunidade do Vidigal foi liberado para o uso da população. Segundo o prefeito, esse percurso já era utilizado pelos moradores e funcionava como uma espécie de passeio público, tendo recebido apenas reforço de pavimentação e contenção. Segundo ele, a Prefeitura não trabalha atualmente com a possibilidade de demolir a ciclovia. "Não é esse o nosso desejo, não é esse o nosso trabalho. Estamos trabalhando para mantê-la", afirmou.

A Concremat, empresa que construiu a ciclovia, possui ainda contrato com a prefeitura do Rio para fazer o gerenciamento de sete obras ligadas à Olimpíada. Um desses contratos refere-se à própria ciclovia. No entanto, Paes explica que os contratos referem-se ao acompanhamento do cronograma da obra, e não à fiscalização da qualidade. "É uma especialidade da empresa", defendeu.

Paes rechaçou insinuações de que a empreiteira - que pertence à família do secretário municipal de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Melo - tenha sido beneficiada pelo governo do município. "A Concremat é uma empresa de mais de 60 anos, que trabalha para a prefeitura do Rio há muito tempo. É uma empresa respeitada no mercado, pelo menos até esse episódio", disse.

No governo Paes, a Prefeitura do Rio desembolsou R$ 186 milhões em contratos firmados com a Concremat, um crescimento de 463% em relação ao período de 2000 a 2008, quando a empresa recebeu R$ 33 milhões em contratos com o governo.

Entretanto, Paes alega que todas as 350 empresas que trabalham para a prefeitura provavelmente tiveram aumento no volume recebido, porque o governo elevou em aproximadamente 900% o total de investimentos no período. O governo Paes investiu R$ 39,243 bilhões de 2009 a 2016, contra R$ 4,404 bilhões investidos no governo anterior, de 2000 a 2008. "É mais do que natural que uma empresa do tamanho da Concremat tivesse aumento nos repasses da Prefeitura", defendeu Paes.

Quanto ao relatório da 2ª Inspetoria Geral de Controle Externo do Tribunal de Contas do Município (TCM), que apontou falhas na pista da ciclovia no trecho próximo ao mirante do Leblon que já havia sido concluído, Paes disse que todas as contestações foram acatadas, debatidas ou respondidas pela Prefeitura. Segundo o jornal O Dia, os técnicos do TCM encontraram trincas na pista, entre tampas de bueiro, além de depressões.

"O TCM faz permanentemente relatórios. Tudo é esclarecido. Essas fiscalizações vão contestando. Lá atrás, o tribunal de contas disse isso: olha, está prendendo demais, não precisa gastar tanto, não precisa de tanto pino. Mantivemos a tese da prefeitura (quantidade de pinos que fixavam a estrutura na base)", justificou Paes.

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