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Pelo menos 73% dos custos que envolvem o cuidado de pessoas com demência no Brasil ficam para as famílias dos pacientes. O número foi divulgado pelo Relatório Nacional sobre a Demência no Brasil (Renade), do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a partir da iniciativa do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). O estudo revelou que, além dos custos, as pessoas responsáveis pelos cuidados estão sobrecarregadas e que, na maior parte das vezes, são mulheres. 

O relatório mostra que esses custos podem chegar a 81,3% por parte do familiar a depender do estágio da demência.

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“Isso envolve horas de dedicação para o cuidado. A pessoa, por exemplo, pode ter que parar de trabalhar para cuidar. Isso tudo envolve o que a gente chama de custo informal. É importante que se ofereça um apoio para a família”, afirmou a psiquiatra e epidemiologista Cleusa Ferri, pesquisadora e coordenadora do Projeto Renade no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em entrevista à Agência Brasil.

O relatório enumera custos diretos em saúde, como internações, consultas e medicamentos, e também os recursos indiretos, como a perda de produtividade da pessoa que é cuidadora.

“As atividades relacionadas ao cuidado e supervisão da pessoa com demência consomem uma média diária de 10 horas e 12 minutos”, aponta o relatório.

Olhar para o cuidador

A médica Cleusa Ferri avalia que é necessário aumentar o número de serviços de qualidade que atendam às necessidades da pessoa com demência e também dos parentes. “O familiar pode até ser um parceiro do cuidado. Mas precisamos também pensar nesse cuidador”.

Para elaboração do estudo, os pesquisadores entrevistaram 140 pessoas com demência e cuidadores de todas as regiões do país, com média de idade de 81,3 anos sendo 69,3% mulheres. Os dados foram coletados com pessoas em diferentes fases da demência.  

O relatório mostra, por exemplo, que entre os 140 cuidadores, pelo menos 45% das pessoas apresentavam sintomas psiquiátricos de ansiedade e depressão, 71,4% apresentavam sinais de sobrecarga relativa ao cuidado, 83,6% exerciam o cuidado de maneira informal e sem remuneração. 

O estudo chama a atenção para que, dentro dessa amostra, 51,4% dos pacientes utilizaram, em algum momento, o serviço privado de saúde, 42% não utilizavam nenhum tipo de medicamento para demência. “Somente 15% retiravam a medicação gratuitamente no SUS”, disse a epidemiologista Cleusa Ferri. 

O estudo aponta que a maioria das pessoas cuidadoras de familiares com algum tipo de demência são mulheres.

“Nessa amostra, temos 86% das cuidadoras sendo mulheres. Isso é um fato. Há uma cultura da mulher cuidar para o resto da vida. Entendo que é uma questão cultural.

Subdiagnósticos

De acordo com a pesquisadora, o Brasil contabiliza cerca de 2 milhões de pessoas com demência e 80% delas não estão diagnosticadas. “A taxa de subdiagnóstico é grande. Temos muitas pessoas sem diagnóstico e, portanto, sem cuidado específico para as necessidades que envolvem a doença. Então, esse é um desafio muito importante”, afirma a especialista. Ela cita que esse cenário não é exclusivo do Brasil. 

Na Europa, o subdiagnóstico chega a ser de mais de 50% e na América do Norte, mais de 60%.

“No Brasil, temos 1,85 milhão de pessoas com a doença. E a projeção é que esse número triplique até 2050”.

A pesquisadora acrescenta que a invisibilidade da doença é outro desafio. “Temos muito para aumentar o conhecimento, deixar mais visível. A falta de conhecimento da população sobre essa condição precisa ser enfrentada”. Nesse contexto, a invisibilidade também ocorre diante das desigualdades sociais.

Em um cenário de 80% de pessoas sem diagnóstico, isso significa a necessidade de melhorar as políticas públicas para aumentar o conhecimento da população sobre a demência. “Há uma questão de estigma também. As pessoas evitam falar do tema e procurar ajuda”.

Essa situação, na avaliação da pesquisadora, também contribui para dificuldades para conscientização, treinamento de cuidadores e busca por apoio.

Especialistas em saúde coletiva da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, realizaram um levantamento que mostra quais profissionais têm risco de sofrer demência. O estudo, publicado na revista The Lancet, contou com 7 mil pessoas com mais de 70 anos de idade.

De acordo com a pesquisa, os quadros de demência foram mais observados em profissões que exigem força física. Segundo o levantamento, vendedores, estoquistas, auxiliares de enfermagem, cuidadores de pessoas, agricultores e pecuaristas estão no grupo de risco.

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Os especialistas justificam que pessoas dessas áreas têm 15,5% mais probabilidade de desenvolver demência, quando comparados ao grupo de baixa atividade física ocupacional. “Maiores exigências físicas, falta de recuperação e exaustão resultante do emprego poderiam implicar mais desgaste somático e períodos de recuperação mais curtos, piorando a cognição”, aponta o artigo.

Um estudo publicado na revista científica Jama mostrou que hábitos que estimulem a mente, como escrever cartas, ter aulas, jogar xadrez, palavra cruzada ou montar quebra-cabeças, podem reduzir o risco de demência em até 11% na velhice.

A pesquisa analisou 10.318 australianos saudáveis acima de 70 anos. A seleção considerou que os participantes não apresentassem comprometimento cognitivo no momento em que fizeram a inscrição no estudo, entre março de 2010 e dezembro de 2014.

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Os pesquisadores analisaram os dados a partir do fim do ano passado considerando os riscos de demência em dez anos desde o início do estudo. Os cientistas isolaram outras variáveis como educação, nível socioeconômico, e outros aspectos de saúde.

De acordo com a pesquisa da American Medical Association, aqueles idosos que frequentemente escreviam cartas ou escreviam no diário, usavam o computador e assistiam a aulas apresentaram um risco 11% menor de desenvolver demência. Já aqueles que frequentemente jogavam xadrez, baralho, faziam palavra cruzada e montavam quebra-cabeças apresentaram um risco 9% menor de demência.

"Esses resultados sugerem que o engajamento no letramento de adultos, arte criativa e atividades mentais ativas e passivas podem ajudar a reduzir o risco de demência na terceira idade", diz a pesquisa.

Os pesquisadores citam que, em 2022, 55 milhões de pessoas apresentavam demência em todo o mundo. A estimativa é de que, a cada ano, cerca de 10 milhões de novos casos sejam identificados.

Os responsáveis pela pesquisa indicam que adotar hábitos que estimulem a mente desde a infância contribuem para reduzir a prevalência da doença. Nesse sentido, a educação infantil tem um impacto positivo considerável.

PEQUENOS HÁBITOS

O estudo destaca ainda que a adoção de pequenos hábitos mentalmente estimulantes na velhice é um fator que pode alterar significativamente as perspectivas. "Para os mais velhos, o enriquecimento do estilo de vida pode ser particularmente importante, porque pode ajudar a prevenir a demência por meio de modificações nas rotinas diárias."

ALTA DE ÓBITOS

Um levantamento inédito feito pelo Estadão com base em dados do portal Datasus, do Ministério da Saúde, revelou em maio que entre 2012 e 2022 o total de óbitos associados a demências aumentou 107% no País, passando de 15,6 mil para 32,4 mil - o equivalente a quase quatro mortes por hora.

Bruce Willis surgiu sorridente ao lado de sua primeira netinha, Louetta, filha de Rumer Willis. O clique foi postado pela própria jovem, que é a primogênita do ator com Demi Moore. Caso você não saiba, o último domingo (18), foi Dia dos Pais nos Estados Unidos.

Na legenda, Rumer escreveu: "Pais para os velhos e novos. Ver meu pai segurar minha filha hoje foi algo que vou valorizar pelo resto da minha vida. Sua doçura e amor por ela eram tão puros e belos. Papai, tenho muita sorte de ter você e Lou também. Obrigado por ser o papai mais bobo, amoroso e legal que uma garota poderia desejar. Melhor pai de menina em ação".

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Bruce foi diagnosticado com demência e decidiu se afastar da carreira. Atualmente, ele passa seu tempo em família, principalmente com os filhos. Demi e Bruce foram casados de 1987 a 2000, mas atualmente o ator divide a vida com Emma Heming, com quem oficializou a união em 2009.

Clare Nowland, a mulher de 95 anos com demência que foi eletrocutada pela polícia em uma casa de repouso na Austrália, morreu nesta quarta-feira (24) após uma semana hospitalizada. A informação foi confirmada pela polícia do Estado de New South Wales.

"A senhora Nowland faleceu pacificamente no hospital pouco depois das 19h desta noite, cercada por familiares e entes queridos que pediram privacidade durante este momento triste e difícil", escreveu a polícia em comunicado divulgado.

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A mulher estava recebendo cuidados paliativos depois que policiais usaram uma arma de choque duas vezes contra ela. A polícia foi acionada na casa de repouso Yallambee Lodge, na cidade de Cooma, após a equipe da casa relatar que Clare havia pegado uma faca serrilhada da cozinha. Ela se aproximou lentamente da polícia, usando um andador, e foi atingida com a arma. A idosa foi levada ao hospital em estado crítico, com ferimentos graves na cabeça. Clare ainda fraturou o crânio durante a queda.

"Nossos pensamentos e condolências permanecem com aqueles que tiveram a sorte de conhecer, amar e ser amado pela Sra. Nowland durante uma vida que ela levou marcada pela família, bondade e comunidade", disse a polícia ao divulgar o falecimento da idosa. Segundo eles, a morte ocorreu às 19h (no horário local da Austrália), nesta quarta-feira.

Kristian White, o policial que atirou nela com a arma de choque, enfrentará acusações pelo caso, informou a Associated Press. White foi condenado a comparecer ao tribunal em 5 de julho sob a acusação de causar lesões corporais graves, agressão ocasionando lesões corporais reais e agressão comum, disse um comunicado da polícia. Com a notícia do falecimento, as acusações ainda devem ser atualizadas. O oficial também está sob investigação interna da polícia desde o incidente e foi suspenso do serviço.

A violência contra a mulher despertou um debate na Austrália sobre o uso de armas de choque pela polícia em tais circunstâncias, uma vez que os policiais estão autorizados a usar armas de choque quando vidas estão em perigo. (Com agências internacionais).

Emma Heming Willis, esposa de Bruce Willis, fez uma live em suas redes sociais com a médica Teepa Snow, e abriu o jogo sobre o estado de saúde do ator que foi diagnosticado com demência.

Durante a conversa, Emma relembrou a ocasião em que paparazzi clicaram o ator enquanto ele tomava um café.

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"As pessoas dizem que eu pedi privacidade, mas não pedi. O que eu pedi foi respeito. Isso só acontece porque não há educação sobre a demência".

Ela também contou que pretende realizar novas lives para falar sobre o FTP - demência frontotemporal.

"O que eu sei sobre isso é que não há cura nem medicação. Há medicamentos para os sintomas, e a minha esperança ao falar mais sobre isso é que as pessoas escutem e vejam alguma coisa".

Emma ainda revelou que descobriu a melhor maneira de se aproximar do amado.

"Eu aprendi que a melhor maneira de me aproximar dele é pelo lado, a partir da esquerda. Chegar pela frente, face a face, é como um confronto".

Além de tudo isso, ela contou que perdeu algumas amizades após o diagnóstico do marido.

"Tenho menos amigos porque não é fácil falar sobre isso, é um novo território para mim".

Jogadores de futebol de alto nível, com exceção dos goleiros, têm um risco maior de desenvolver demência do que a população em geral, de acordo com um estudo sueco publicado nesta sexta-feira (16, noite de quinta em Brasília).

Um grupo de especialistas acredita que este estudo fornece "evidências convincentes" da relação entre o esporte mais popular do mundo e o aumento do risco de problemas cerebrais degenerativos.

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Esta relação havia sido descoberta com a morte em 2020 de Nobby Stiles, campeão mundial em 1966 com a Inglaterra e que sofria de demência, e com outros casos registados em outras modalidades como rugby, futebol americano e hóquei, onde golpes na cabeça são frequentes.

O estudo publicado pela revista científica The Lancet Public Health analisou os laudos médicos de mais de 6.000 jogadores de futebol no campeonato sueco da primeira divisão entre 1924 e 2019.

Em seguida, os especialistas compararam a taxa de pessoas afetadas por problemas cerebrais degenerativos com a de uma amostra de 56.000 suecos.

Os jogadores de futebol tiveram um risco 1,5 vezes maior de sofrer de doenças como Alzheimer e outras formas de demência.

Os goleiros são exceção neste estudo, pois não sofrem tantos golpes na cabeça quanto os jogadores de linha.

"Esta pesquisa confirma a hipótese de que o jogo de cabeça explica essa relação" entre futebol e doenças cerebrais, disse à AFP o principal autor do estudo, Peter Ueda, do Karolinska Institutet.

Trata-se do maior estudo realizado sobre este problema desde outro realizado na Escócia em 2019 e que concluiu que os futebolistas tinham 3,5 mais probabilidades de sofrer problemas neurodegenerativos.

Triste! Aos 67 anos de idade, Bruce Willis está num estágio avançado de afasia e, recentemente, foi diagnosticado com demência frontotemporal, doença que não tem tratamento.

Durante uma entrevista para a revista alemã Bild, Wifried Gliem, prima do ator, contou que Bruce está agressivo e que os seus movimentos estão mais lentos:

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- Não sei se o filho a reconhece (...). os seus movimentos são muito lentos, com uma agressividade constante. Não é mais possível manter uma conversa normal. Esse comportamento é típico de pacientes que sofrem da mesma condição.

Vale pontuar que antes do diagnóstico de demência, Bruce teria feito uma divisão polêmica em seu testamento, dando prioridade à esposa e as caçulas, já que as herdeiras mais velhas estão bem financeiramente.

O ator Bruce Willis foi diagnosticado com demência frontotemporal, informou sua família nesta quinta-feira (16), menos de um ano depois de o astro de Hollywood ter deixado de atuar devido às crescentes dificuldades cognitivas que vinha enfrentando.

"Desde que anunciamos o diagnóstico de afasia de Bruce, na primavera [boreal] de 2022, sua condição progrediu e agora temos um diagnóstico mais específico: demência frontotemporal", acrescentou a família em um comunicado.

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Willis, 67, foi diagnosticado no ano passado com afasia, um distúrbio de linguagem que afeta a capacidade de comunicação de uma pessoa.

"Infelizmente, os problemas de comunicação são um dos sintomas da doença que Bruce enfrenta", acrescenta o texto assinado pelas filhas, a esposa Emma Heming Willis e a ex-esposa Demi Moore.

"Embora isso seja doloroso, é um alívio para nós ter um diagnóstico claro."

"Sabemos em nossos corações que, se ele pudesse, gostaria de responder chamando a atenção global para aqueles que também estão lidando com esta doença debilitante e como ela afeta tantos indivíduos e suas famílias", continua o comunicado, acompanhado por um foto do ator na praia.

Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revelaram que é possível detectar sinais precoces de demência até nove anos antes de o paciente receber um diagnóstico específico, como Alzheimer. No trabalho divulgado nesta sexta-feira (14), na publicação Alzheimer's & Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association, o grupo de cientistas analisou informações do Biobank, o banco de dados biomédicos britânico.

A equipe descobriu sinais de dificuldades em várias áreas específicas, como a solução de problemas e a lembrança de números específicos.

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"Quando olhamos para a história dos pacientes, fica muito claro que eles já apresentavam alguns sinais de problemas cognitivos muitos anos antes de os sintomas se tornaram óbvios o suficiente para gerar um diagnóstico", afirmou Nol Swaddiwudhipong, principal autor do estudo.

As descobertas levantam a possibilidade de que, no futuro, pacientes em maior risco de desenvolver algum tipo de demência sejam mapeados para intervenções precoces ou para testes clínicos de novos medicamentos.

Atualmente, existem poucos tratamentos eficazes para demências ou outras doenças degenerativas, como o Parkinson. Em parte, isso ocorre porque as doenças só são diagnosticadas depois que os sintomas aparecem, embora a degeneração propriamente dita comece muito anos (e até décadas) antes. Isso significa que, quando os pacientes são recrutados para testes clínicos de novos tratamentos, pode já ser muito tarde para que o curso da doença seja alterado.

A análise das informações reunidas no banco de dados biomédicos revelou que pessoas que desenvolveram Alzheimer já apresentavam um desempenho pior do que indivíduos saudáveis em tarefas de resolução de problemas, tempo de reação a estímulos, capacidade de lembrar de números, memória prospectiva (nossa capacidade de lembrar de algo para fazer mais tarde), entre outros. Isso também foi constatado em pessoas que desenvolveram uma forma rara de demência chamada de demência frontotemporal.

Remédio

Estudo publicado na revista científica americana BMJ Open Diabetes Research & Care na semana passada revela que alguns medicamentos contra a diabete podem reduzir em até 22% o risco de demência em pacientes.

Segundo os pesquisadores, as descobertas ajudam a planejar melhor a seleção de medicamentos para pacientes com diabete tipo 2 e com alto risco de demência, quadro clínico que afeta as funções cerebrais.

A demência é uma enfermidade neurodegenerativa progressiva que afetou 55 milhões de pessoas em todo o mundo em 2015 e aumenta em quase 10 milhões de casos por ano. O diabete tipo 2 está associado a um risco elevado de demência por todas as causas, incluindo seus dois subtipos principais, Alzheimer e demência vascular.

Os cientistas compararam o risco de aparecimento de demência em pacientes com diabete tipo 2, a partir dos 60 anos, tratados com três classes de medicamentos: sulfonilureia (SU), tiazolidinediona (TZD) e metformina (MET). Segundo eles, os resultados trazem contribuição significativa à literatura sobre os efeitos de medicamentos contra diabetes para a demência. Trabalhos científicos anteriores tiveram conclusões inconsistentes.

Para a seleção de participantes da pesquisa, foram utilizados registros médicos eletrônicos do Sistema de Saúde para Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos entre 1º de janeiro de 2001 e 31 de dezembro de 2017 envolvendo 559.106 pessoas com diabete tipo 2.

O estudo é considerado de caráter observacional. Isso porque faltam detalhes como, por exemplo, sobre a função renal ou informações de genes de risco dos participantes no banco de dados.

No entanto, acreditam os pesquisadores, estudos futuros podem redirecionar agentes antidiabéticos orais para a prevenção de demência e podem considerar priorizar o uso de tiazolidinediona.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revelaram que é possível detectar sinais precoces de demência até nove anos antes de o paciente receber um diagnóstico específico, como Alzheimer.

No trabalho publicado nesta sexta-feira, 14, na publicação Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, o grupo de cientistas analisou informações do Biobank, o banco de dados biomédicos britânico. A equipe descobriu sinais de dificuldades em várias áreas específicas, como a solução de problemas e a lembrança de números específicos.

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"Quando olhamos para a história dos pacientes, fica muito claro que eles já apresentavam alguns sinais de problemas cognitivos muitos anos antes de os sintomas se tornaram óbvios o suficiente para gerar um diagnóstico", afirmou Nol Swaddiwudhipong, principal autor do estudo.

As descobertas levantam a possibilidade de, no futuro, pacientes em maior risco de desenvolver algum tipo de demência fossem mapeados para intervenções precoces ou para testes clínicos de novos medicamentos.

Atualmente, existem poucos tratamentos eficazes para demências ou outras doenças degenerativas, como o Parkinson. Em parte, isso ocorre porque as doenças só são diagnosticadas depois que os sintomas aparecem, embora a degeneração propriamente dita comece muito anos (e até décadas) antes. Isso significa que, quando os pacientes são recrutados para testes clínicos de novos tratamentos, pode já ser muito tarde para que o curso da doença seja alterado.

A análise das informações reunidas no banco de dados biomédicos revelou que pessoas que desenvolveram Alzheimer já apresentavam um desempenho pior do que indivíduos saudáveis em tarefas de resolução de problemas, tempo de reação a estímulos, capacidade de lembrar de números, memória prospectiva (nossa capacidade de lembrar de algo para fazer mais tarde), entre outros. Isso também foi constatado em pessoas que desenvolveram uma forma rara de demência chamada de demência frontotemporal.

Remédio para diabetes pode diminuir risco de demência

Um estudo publicado ainda esta semana na revista científica BMJ Open Diabetes Research & Care descobriu também que alguns medicamentos contra a diabete podem reduzir em até 22% o risco de demência em pacientes. Segundo os pesquisadores, as descobertas ajudam a planejar melhor a seleção de medicamentos para pacientes com diabete tipo 2 e com alto risco de demência, quadro clínico que afeta as funções cerebrais e está associado aos seus dois subtipos principais, Alzheimer e demência vascular.

Os cientistas compararam o risco de aparecimento de demência em pacientes com diabete tipo 2, a partir dos 60 anos, tratados com três classes de medicamentos: sulfonilureia (SU), tiazolidinediona (TZD) e metformina (MET). O tratamento durou pelo menos um ano e, após este período, o grupo que tomou TZD teve um risco 22% menor de ter qualquer tipo de demência em comparação aos participantes que usaram apenas a MET.

Segundo eles, os resultados trazem contribuição significativa à literatura sobre os efeitos de medicamentos contra diabetes para a demência. O estudo, entretanto, é considerado de caráter observacional. A equipe acredita que pesquisas futuras podem redirecionar agentes antidiabéticos orais para a prevenção de demência e podem considerar priorizar o uso de TZD.

O Dia Mundial do Alzheimer é celebrado na próxima terça-feira (22) para recordar a ampla repercussão que tem este tipo de demência no mundo, sem um tratamento à vista.

A pessoa que sofre de Alzheimer perde lenta e irremediavelmente sua memória e capacidade de julgamento, um declínio que geralmente dura vários anos.

Ao menos 30 milhões de pessoas são afetadas por essa doença em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Um número impreciso, porque a distinção entre Alzheimer e outros tipos de demência, às vezes por acidentes vasculares, não está clara.

Como as outras demências, a doença de Alzheimer representa um dos principais problemas da saúde pública, porque as pessoas afetadas perdem sua independência e se tornam um peso familiar e financeiro.

É um problema grave para os países desenvolvidos, que têm uma população envelhecida, já que a doença surge principalmente a partir dos 65 anos. As mulheres são mais afetadas do que os homens.

A doença - nomeada pelo médico alemão Alois Alzheimer, que a diagnosticou no início do século XX - se distingue das outras demências por dois aspectos.

O primeiro fenômeno é a formação de placas de proteínas, denominadas amiloides, que comprimem os neurônios do paciente e os destroem a médio prazo.

A outra característica vem das proteínas conhecidas como 'tau'. Também presentes nos neurônios, começam a se agrupar e também acabam provocando a morte das células afetadas.

Não se sabe ainda qual a relação entre ambos os processos, nem por que aparecem. Apesar de décadas de pesquisa, não existe nenhum tratamento que permita curar a doença, ou evitar sua aparição.

Um tratamento do laboratório americano Biogen, voltado para as proteínas amiloides, foi aprovado a título experimental este ano para alguns casos, nos Estados Unidos. No entanto, seus efeitos terapêuticos são alvo de polêmica.

Outro debate gira em torno da prevenção da doença, que muito raramente apresenta um componente hereditário.

Os especialistas detectaram uma dúzia de fatores de risco, entre eles a surdez, o nível de escolaridade, o tabagismo, a depressão e o isolamento.

Os autores de um estudo de 2020 calcularam que 40% das demências poderiam ser evitadas e atrasadas se fosse realizado um trabalho de prevenção desses sintomas. Este número, no entanto, é criticado por outros pesquisadores, que o consideram muito simplista.

Os casos de demência, uma síndrome caracterizada principalmente por uma perda de memória e de raciocínio, estão aumentando no mundo, mas apenas uma pequena minoria de países dispõe de planos para combatê-la, alertou a OMS.

De acordo com um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a demência, cuja causa mais comum é a doença de Alzheimer, afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo.

Segundo projeções, este número deve aumentar para 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050, em razão do envelhecimento da população.

A demência, síndrome na qual há uma degradação da capacidade de realizar as atividades diárias, atinge cerca de 90% dos maiores de 65 anos.

No entanto, ela não é uma consequência inevitável do envelhecimento.

Embora não haja tratamento, estudos mostram que 40% dos casos podem ser evitados ou retardados com a prática de exercícios regulares, não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool, alimentação saudável e controlar o peso e os níveis de pressão arterial, colesterol e glicemia.

Outros fatores de risco são depressão, baixa escolaridade, isolamento social e inatividade cognitiva.

No entanto, o relatório revela que apenas um quarto (26%) dos Estados-membros da OMS têm um plano de combate à demência, metade deles na Europa, segundo explicou em uma coletiva de imprensa a Dra. Katrin Seeher, do Departamento de Saúde Mental e Consumo de Substâncias Psicoativas da OMS.

Além disso, ela indicou que muitos desses planos estavam prestes a expirar ou já haviam sido finalizados.

"Precisamos que os governos prestem mais atenção à formulação de políticas de luta contra a demência", disse Seeher.

A especialista, porém, reconheceu que é necessário "ser realista e ver que a demência compete com muitos outros problemas de saúde pública", principalmente nos países em desenvolvimento.

Mesmo assim, a OMS incentiva os países desfavorecidos a integrar o problema da demência nas políticas de saúde pública relativas a doenças não transmissíveis ou nas estratégias em termos de políticas para a velhice.

Quase 60% das pessoas com demência vive em países de baixa e média renda.

De acordo com o relatório, os custos globais da demência foram estimados em US $ 1,3 trilhão em 2019. Espera-se que esse número aumente para US $ 2,8 trilhões em 2030.

O ex-técnico do Manchester United Alex Ferguson disse que é seu dever pessoal e responsabilidade do futebol lidar com o problema de demência que tem afetado vários ex-jogadores. A questão foi desencadeada pela morte do inglês Nobby Stiles em outubro e houve apelos para que o problema das lesões na cabeça no esporte receba mais atenção.

Stiles e muitos de seus companheiros de equipe, vencedores da Copa do Mundo de 1966, foram diagnosticados com demência antes de morrerem, enquanto o astro Bobby Charlton também revelou seu diagnóstico recentemente.

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"Tem sido muito triste. Bobby não está bem há um tempo. A porteira foi aberta com a morte de Nobby e o diagnóstico de Bobby. São números enormes. É preciso criar uma consciência", disse Ferguson ao Daily Mail. "Não sei o que a Associação de Jogadores Profissionais (PFA) está fazendo, mas a Associação dos Técnicos está preocupada e (o presidente-executivo) Richard Bevan tem sido fantástico", afirmou.

"Temos que ver o que podemos fazer para ajudar. O futebol tem o dever de olhar para a situação... Pessoas como eu devem isso ao esporte.” Tem havido pedidos generalizados para reduzir o cabeceio durante as sessões de treinamento.

"Cabeceio é uma parte do futebol que existe há mais de 100 anos e você não pode eliminá-lo", disse Ferguson. "Mas acho que seria fácil reduzir no treinamento."

O ator escocês Sean Connery, que faleceu no sábado (31) aos 90 anos, sofria de demência e morreu "em paz", afirmou sua esposa, citada pelo tabloide The Mail on Sunday.

"Ao menos ele morreu enquanto dormia e foi tranquilo. Estive com ele o tempo todo e simplesmente desmaiou. Era o que ele queria", declarou Micheline Roquebrune, pintora francesa casada com o eterno 007 desde 1975. "Ele tinha demência e isso realmente teve efeitos negativos sobre ele", revelou.

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"Ele era magnífico e tivemos uma vida maravilhosa juntos", afirmou Roquebrune. "Vai ser muito difícil sem ele, eu sei. Mas não poderia durar para sempre e ele se foi em paz", completou.

Sean Connery morreu no sábado ao lado de sua família em Nassau, nas Bahamas. "Não estava bem há algum tempo", declarou o filho Jason Connery à BBC.

O ator escocês foi o primeiro a interpretar o agente James Bond. Durante as cinco décadas de carreira, Sean Connery venceu um Oscar, dois Bafta e três Globos de Ouro. O enterro será privado, anunciou a família, que pretende organizar uma cerimônia fúnebre em homenagem após a pandemia de covid-19.

Um estudo divulgado pelos pesquisadores norte-americandos da Associação Americana do Coração contradiz estudos anteriores que não ligavam doenças graves ao consumo de bebidas adoçadas artificialmente. Essa nova pesquisa afirma que beber uma lata por dia de refrigerante, tanto na versão com açúcar quanto a sem, aumenta o risco de um acidente vascular cerebral (AVC) ou mesmo o desenvolvimento de demência. Essas pessoas possuem três vezes mais risco do que quem consome bebidas açucaradas apenas uma vez por semana. 

Nesse estudo, há também a relação com os refrigerantes do estilo diet. Os dados apontam que as bebidas açucaradas artificialmente aumentam a possibilidade em 2,96% de causar um acidente vascular cerebral e mais 2,89% de desenvolver doença de Alzheimer. 

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A pesquisa teve 4.300 participantes e desbanca outro estudo realizado anteriormente que excluía a ligação desse tipo de produto a esses males. A publicação anterior apresentava apenas a possibilidade de acidente vascular. 

 

O estadunidense Stephen Kruspe, de Lake Worth, Flórida, atirou na sua esposa após 42 anos de casamento e três filhos. De acordo com seu testemunho, Pamela Kruspe sofria de demência e implorava para ele acabar com sua aflição. O marido teria tomado a decisão na segunda-feira (27) à noite, e matado Pamela atrás do asilo onde estava internada desde janeiro. 

Segundo o jornal da Flórida, Sun Sentinel, Stephen ligou para a emergência logo depois para se entregar. Ele agora está detido e é acusado de homicídio. 

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A família não quis se pronunciar sobre o ocorrido, mas Jaclyn Tittsworth, vizinha do casal, disse ao Sun Sentinel que os conhecia há 10 anos e eles eram inseparáveis. “Eu sinto que a única explicação plausível para ele ter feito isso seja ela ter pedido, (...) Ele faria qualquer coisa que ela pedisse”, diz a vizinha.

No relatório da prisão consta que ele atirou em Pamela, depois a abraçou e beijou, e ela sorria quando levou o tiro no peito. O marido contou à polícia que, naquele momento, tudo se tornou surreal e que ele esperava que ela estivesse em paz.

As pessoas que falam dois idiomas podem conseguir afastar a demência por anos, independentemente de terem ou não a habilidade de ler em ambos, revelou um estudo publicado esta quarta-feira (6). O estudo, divulgado no periódico americano Neurology é o primeiro do tipo a demonstrar que os efeitos protetores do bilinguismo podem se estender para as pessoas que são analfabetas.

Os cientistas acompanharam uma população de 648 pessoas na Índia. Todas haviam sido diagnosticadas com algum tipo de demência e tinham 66 anos, em média. Ao analisar os dados, eles descobriram que aqueles que falavam dois idiomas desenvolveram demência cerca de quatro anos e meio mais tarde do que os monoglotas (falantes de um único idioma).

As diferenças se mantiveram independentemente de conseguirem ler ou não. Catorze por cento dos participantes do estudo eram analfabetos. O início tardio de perda da memória, tanto na demência vascular quanto no mal de Alzheimer, também foi observado independente de fatores como educação, gênero, ocupação ou residência rural ou urbana.

"Nosso estudo é o primeiro a reportar uma vantagem de falar dois idiomas nas pessoas que não conseguem ler", afirmou a autora do estudo, Suvarna Alladi, do Instituto Médico Nizam em Hyderabad, Índia. Segundo ela, a pesquisa sugere "que o nível de educação de uma pessoa não é uma explicação suficiente para esta diferença".

"Acredita-se que falar mais de um idioma leve a um melhor desenvolvimento das áreas do cérebro que desempenham funções executivas e tarefas de atenção, o que pode ajudar a proteger (o indivíduo) do início da demência". De acordo com a pesquisa, não há efeito protetor adicional contra a demência entre pessoas participantes do estudo que falavam mais de dois idiomas.

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