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O ex-presidente e candidato do PT à Presidência na eleição de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira, 28, que tem se reunido com empresários e banqueiros e que sente falta de uma preocupação deles com os mais pobres. Ao participar de evento durante a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada este ano na Universidade de Brasília (UnB), o petista também reclamou do teto de gastos, regra que impede o crescimento das despesas públicas acima do nível de inflação do ano anterior.

"Eu tenho feito muitas reuniões com gente diversa, tenho feito reuniões com empresários, com banqueiros. É indescritível essas reuniões porque não existe a palavra pobre, não existe nenhuma palavra dita em relação à miséria que tomou conta desse País". Lula disse ainda que o teto de gastos prejudica os investimentos em ciência e tecnologia. "O chamado teto dos gastos, que tira dos pobres para dar aos ricos, aprofundou a agenda neoliberal na direção do estado mínimo", declarou.

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O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi alvo das críticas de Lula. "Ultrapassando as piores previsões, o atual governo colocou o Brasil numa máquina do tempo rumo ao passado. Fome, desemprego, destruição dos direitos trabalhistas, inflação, corrupção e ameaças à democracia são as marcas desse desgoverno que nega a ciência em todos os seus atos", completou.

O ex-presidente também disse que orçamento secreto "é a maior excrescência da política". "Fizeram o tremendo carnaval com o mensalão e hoje estão aprovando o orçamento secreto, que é a maior excrescência da política. O presidente não tem poder sobre o orçamento, é a Câmara dos Deputados que dirige o orçamento", criticou Lula.

O orçamento secreto é um esquema revelado pelo Estadão e consiste no uso, sem transparência, de emendas para beneficiar parlamentares que são favoráveis ao governo no Congresso. Na gestão de Lula na Presidência vieram a público escândalos de corrupção como o do mensalão, em que deputados recebiam dinheiro não declarado em troca de apoio ao governo, e o petrolão, descoberto a partir das investigações da Lava-Jato.

Lula dividiu o palco com o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o ex-ministro Aloizio Mercadante, que coordena o plano de governo da candidatura presidencial petista. Janja, a mulher de Lula, e o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa estavam na plateia.

A SBPC é presidida por Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação na gestão da ex-presidente Dilma Rouseff (PT). O grupo também irá ouvir o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes. Bolsonaro foi convidado, mas recusou o convite.

O candidato petista citou outros escândalos de corrupção envolvendo Bolsonaro, como a acusação de "rachadinha" contra Fabrício Queiroz, o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL), e a acusação de esquema de propina no processo de compra da Covaxin, vacina indiana contra o coronavírus.

"Vira e mexe, o presidente diz que não tem corrupção no governo dele. Parece que não sabe a família que tem, parece que esqueceu o Queiroz, parece que ele esqueceu a quadrilha da vacina. Para e toda qualquer denúncia perto dele, ele decreta sigilo de 100 anos", apontou.

Além do evento com a SBPC, o ex-presidente também vai participar em Brasília nesta quinta-feira, 28, de uma conversa com a Confederação Nacional dos Transportes. Na sexta-feira, 29, o petista vai estar na convenção nacional do PSB, que irá confirmar Geraldo Alckmin como candidato a vice de Lula.

Prevista para ser divulgada nesta terça-feira, 26, a Carta em Defesa da Democracia, um manifesto criado na Faculdade de Direito da USP, tem ganhado assinaturas de peso nas áreas jurídica, empresarial e financeira do País. O texto circula desde a semana passada e, em um tom duro, defende o sistema eleitoral e o respeito ao resultado das eleições de outubro.

O documento já recebeu assinaturas de nomes como o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, além de Roberto Setubal e Candido Bracher, do Itaú Unibanco, Pedro Passos e Guilherme Leal, da Natura, Walter Schalka, da Suzano, e o ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan.

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"São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional", diz o texto que, sem citar nomes, faz uma dura crítica aos recentes ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral. Até o momento, a carta recebeu 3 mil assinaturas.

Conforme o Estadão mostrou na quarta-feira passada, empresários e juristas têm se articulado para unir forças em torno de uma mobilização que terá como ápice um ato no dia 11 de agosto, nas arcadas do Largo de São Francisco, no centro de São Paulo. O atual manifesto é inspirado na Carta aos Brasileiros de 1977 - um texto de repúdio ao regime militar, redigido pelo jurista Goffredo Silva Telles, e lido também na faculdade do Largo de São Francisco.

Veja quem já assinou o manifesto:

Celso de Mello, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal

Roberto Setubal, banqueiro (Itaú Unibanco)

Candido Bracher, banqueiro (Itaú Unibanco)

Walter Schalka, presidente da Suzano

Pedro Passos, fundador da Natura

Guilherme Leal, fundador da Natura

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central

Eduardo Vassimon, presidente do conselho de administração da Votorantim

Horácio Lafer Piva, acionista da Klabin e ex-presidente da Fiesp

Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique Cardoso

Sepúlveda Pertence, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal

Carlos Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal

Carlos Velloso, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal

Eros Grau, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal

Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo,

João Moreira Salles, cineasta

José Roberto Mendonça de Barros, economista

Celso Antônio Bandeira de Mello, advogado

Alberto Toron, advogado

Pedro Serrano, advogado

Sérgio Renault, advogado

Pierpaolo Bottini, advogado

Chico Buarque, cantor e compositor

Alessandra Negrini, atriz

Affonso Celso Pastore, economista

Alexandre Schwartsman, economista

Álvaro de Souza, economista

Ana Carla Abrão, economista

Angélica Maria de Queiroz, economista

Carlos Ari Sundfeld, economista

Claudio Haddad, economista

Cristina Pinotti, economista

Daniel Gleizer, economista

Daniel Leichsenring, economista

Demosthenes Madureira de Pinho Neto, economista

Edmar Bacha, economista

Elena Landau, economista

Eliana Cardoso, economista

Fabio Alperowitch, economista

Fábio Colletti Barbosa, economista

Geraldo José Carbone, economista

João Nogueira Batista, economista

José Guimarães Monforte, economista

José Olympio Pereira, economista

Lucia Hauptman, economista

Luciana Hall Cezar Coelho, economista

Luiz Fernando Figueiredo, economista

Luis Stuhlberger, economista

Luis Terepins, economista

Marcelo André Steuer, economista

Marcelo Barbará, economista

Marcelo Pereira Lopes de Medeiros, economista

Marcos A. Lederman, economista

Marcos Caramuru de Paiva, economista

Marisa Moreira Salles, economista

Michel Schlesinger, economista

Otávio de Barros, economista

Pedro Moreira Salles, economista

Pedro Parente, economista

Persio Arida, economista

Roberto Bielawski, economista

Rodrigo T. da Rocha Azevedo, economista

Samuel Pessôa, economista

Teresa Ralston Bracher, economista

O ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP-PI) insinuou, nesta terça-feira (26), que banqueiros que participam da elaboração de uma carta de representantes da sociedade civil em defesa da democracia estariam se manifestando contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por terem perdido "R$ 40 bilhões" por ano como suposto resultado do sucesso do Pix. Nogueira alegou ainda que as personalidades que assinam o documentos só podem se manifestar "porque estão livres da perseguição".

Como mostrou o Estadão, um grupo de empresários aderiu a uma carta articulada pela Faculdade de Direito da USP em tom duro em defesa da democracia brasileira e do sistema eleitoral. O texto atual, que já possui cerca de 3 mil signatários, não cita diretamente o presidente, mas afirma que o País passa por um momento de "perigo para a normalidade democrática" e faz uma comparação dos ataques ao sistema eleitoral brasileiro ao que chama de "desvarios autoritários" que puseram em risco a democracia nos Estados Unidos.

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Segundo o ministro, tais manifestação só acontecem porque o governo federal apoio no Congresso o projeto de lei que deu autonomia ao Banco Central.

"Sabe porque os banqueiros hoje podem assinar cartas inclusive contra o presidente da República, ao invés de se calarem com medo dos congelamentos de câmbio do passado? Porque hoje, graças ao desprendimento do poder do Senhor (Bolsonaro) e à visão de país do ministro Paulo Guedes, o Brasil passou a ter um Banco Central independente. Antes, o Banco Central podia ser o chicote ou o bombom dos governos para os banqueiros", escreveu em publicação no Twitter.

"E agora os banqueiros podem até assinar manifestos contra o presidente pois sabem que não serão perseguidos. Eles podem assinar manifestos contra porque estão livres da perseguição, sim", continuou.

Nogueira também afirmou que o manifesto é resultado de medidas do Banco Central, como a instituição de transferências bancárias via Pix que, para o senador licenciado, reduzem as taxas cobradas pelos bancos e culminam em uma redução anual de receitas que chega nos R$ 40 bilhões.

"Então, presidente, se o senhor faz alguém perder 40 bilhões por ano para beneficiar os brasileiros, não surpreende que o prejudicado assine manifesto contra o senhor", concluiu.

Até o momento, foram 3 mil adesões ao documento. Gestado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o manifesto circula desde a semana passada e tem ganhado assinaturas de peso do mundo empresarial e financeiro. Entre os signatários do documento estão Roberto Setubal e Candido Bracher (Itaú Unibanco), representantes da indústria como Walter Schalka (Suzano) e de empresas de bens de consumo como Pedro Passos e Guilherme Leal (Natura). A mobilização terá como ápice um ato no dia 11 de agosto, nas arcadas do Largo de São Francisco, no centro de São Paulo.

Aderiram também ao manifesto Eduardo Vassimon (Votorantim), Horácio Lafer Piva (Klabin), Pedro Malan (ex-ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique Cardoso), o economista José Roberto Mendonça de Barros e o cineasta João Moreira Salles.

Empresários e executivos reafirmaram nesta sexta, 22, dias depois dos recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas, o compromisso com o sistema eleitoral e com o respeito às decisões democráticas no Brasil. Segundo apurou o Estadão, um documento relativo ao tema, a ser assinado por economistas e por personalidades do setor produtivo, é preparado. O objetivo, segundo fontes, é ter um texto com "amplo apoio".

Por ora, representantes do setor produtivo vieram a público para lembrar o seu apoio a um manifesto de 2021. Lançado no ano passado, e já assinado por mais de 250 empresários, o documento com o título "O Brasil terá eleições e seus resultados serão respeitados" voltou à tona nesta semana.

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O manifesto reapareceu na pauta por meio de uma mensagem publicada na rede social LinkedIn pelo presidente do grupo Natura & Co., Fábio Barbosa. O executivo compartilhou uma foto com a frase "Eleições serão respeitadas", e escreveu na sequência: "Há cerca de um ano, estive muito envolvido nas discussões desde o princípio e fui uma das primeiras pessoas que assinaram o manifesto - 'Eleições serão respeitadas'. Agora que as eleições estão se aproximando, é ainda mais necessário reafirmar o nosso compromisso com a democracia no Brasil. Defender a democracia é papel de todo cidadão".

"É muito bom ver que vários movimentos da sociedade estão acontecendo, naturalmente, sempre em defesa da democracia e da credibilidade do processo de votação. Não vamos esmorecer", disse Barbosa ao Estadão.

A reportagem conversou com outros executivos que assinaram o manifesto de 2021 e que também reafirmaram seu apoio ao documento após encontro promovido por Bolsonaro com embaixadores em Brasília em que o presidente colocou em dúvida o sistema eleitoral brasileiro, mesmo sem apresentar provas.

"A estabilidade institucional é um dos pilares que fazem do Brasil um destino atraente para o investimento estrangeiro. Colocá-la em risco é comprometer o nosso futuro como nação", disse José Olympio Pereira, ex-presidente do banco Credit Suisse no Brasil.

"A democracia é a base da nossa Constituição e é fundamental para construirmos uma sociedade mais justa para todos os brasileiros e brasileiras", afirmou Walter Schalka, presidente da Suzano.

Apoio amplo

A busca por uma frente ampla de apoio no meio empresarial tem explicação. No ano passado, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) acabou retirando seu apoio ao documento, inicialmente gestado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O manifesto de apoio à democracia acabou perdendo força, até porque seu conteúdo gerou uma rusga na Febraban. Um dos principais críticos ao texto foi Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa, que recentemente deixou o cargo após denúncias de assédio sexual.

Com a mudança de gestão da Fiesp, na presidência de Josué Gomes da Silva, espera-se que a entidade assine o manifesto. Segundo uma fonte, a ideia é fazer um texto ponderado, mas com defesa firme ao sistema eleitoral e democrático. O tom seria parecido com a mensagem que Fábio Barbosa publicou no LinkedIn ontem.

O documento do ano passado contou com assinaturas de nomes como Affonso Celso Pastore, Alexandre Schwartsman, Ana Maria Diniz, Armínio Fraga, Roberto Setubal (Itaú Unibanco), Frederico Trajano (Magazine Luiza), Guilherme Leal (Natura), José Gallo (Renner), Candido Bracher (Itaú Unibanco) e Luis Stuhlberger (fundo Verde), entre outros.

"O princípio-chave de uma democracia saudável é a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos. A Justiça Eleitoral brasileira é uma das mais modernas e respeitadas do mundo. Confiamos nela e no atual sistema de votação eletrônico. A sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias", diz o documento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou em uma nova fase da pré-campanha pelo Palácio do Planalto e passou a encontrar agentes econômicos em jantares. Ao mesmo tempo, em público, o petista mantém ataques ao mercado, às privatizações, à reforma trabalhista e ao teto de gastos - regra fiscal que limita o crescimento das despesas públicas à inflação. A princípio fechado para reuniões com empresários e banqueiros, como mostrou o Estadão, Lula agora investe na aproximação com o chamado PIB - o grupo de atores dos principais setores da economia brasileira.

Os primeiros encontros se deram nas duas últimas semanas. O movimento, porém, ainda enfrenta resistência no empresariado, sobretudo em virtude de posicionamentos econômicos que remetem, não ao primeiro mandato de Lula (2003 a 2006), quando o governo entregava superávit primário ao arrecadar mais do que gastar, mas à gestão de 2006 a 2010 e às administrações Dilma Rousseff (PT). Nesse período, houve deterioração das contas públicas e inchaço da máquina, por exemplo.

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A partir deste mês, o foco, segundo articuladores, é dialogar com federações da indústria, do comércio e do agronegócio. O encontro mais emblemático, na palavra de um dirigente da campanha, é o jantar que será realizado amanhã na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na próxima semana, Lula pretende se reunir com dirigentes da Confederação Nacional do Comércio (CNC), durante viagem a Brasília.

Para pessoas próximas do petista, é "questão de tempo" até que ele tenha dialogado com os setores relevantes da economia, especialmente se seguir na dianteira das pesquisas de intenção de voto. De acordo com cientistas políticos, as conversas com o empresariado associadas às críticas recorrentes ao setor integram uma estratégia de Lula de emitir sinais a uma parte da sociedade mais ao centro sem desagradar aos eleitores mais à esquerda.

DIÁLOGO

Nas atuais conversas, Lula não entra em detalhes sobre medidas de um eventual futuro governo, tampouco anuncia um interlocutor único para tratar do plano econômico, como cobram empresários. Em vez disso, ele prefere reforçar uma tríade: promessa de crescimento, compromisso de pacificação do País capaz de atrair investimentos e a memória de seus governos passados, que, segundo ele, é a prova de que está disposto a governar com apoio do empresariado e com responsabilidade fiscal.

Aos empresários, o petista tem criticado medidas consideradas eleitoreiras do governo Jair Bolsonaro (PL). Está nessa lista, por exemplo, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), aprovada pelo Senado na semana passada, que turbina benefícios e eleva gastos em R$ 41,25 bilhões em ano eleitoral. Senadores do PT e aliados de Lula em outras legendas, no entanto, votaram a favor.

Em público, anteontem em ato em Salvador, o petista afirmou que o eleitor tem de "pegar todo o dinheiro" e não votar em Bolsonaro, além de criticar reiteradamente a política de preços da Petrobrás.

Antes da nova fase, o ex-presidente já havia recebido os empresários Abilio Diniz, da Península Participações, e José Seripieri Jr., da QSaúde. Em junho, esteve em um jantar com a presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Teresa Vendramini, e Pedro Passos, fundador da Natura, que tem discurso crítico às diretrizes do plano de governo apresentado pelo PT(leia mais na página B8). Encontrou ainda nomes como Claudio Ermírio de Moraes (Votorantim), Frederico Trajano (Magalu) e Carlos Sanchez (EMS).

"O saldo final dessas reuniões tem sido positivo. Havia disposição recíproca de dialogar. Lula mostrou que não é um bicho-papão, pelo contrário", afirmou o advogado Marco Aurélio Carvalho. Além de ser coordenador do Grupo Prerrogativas, ele é um dos nomes mais próximos a Lula hoje e ajudou a organizar dois dos três mais recentes jantares entre o ex-presidente e empresários.

DIVISÃO

No agronegócio, contudo, já há rachas. A presença de Teresa, da SRB, no jantar com Lula gerou ruído na entidade. A dirigente passou a ser alvo de questionamentos e críticas por ter dividido a mesa com o petista no evento organizado pelo fundador do Insper, Cláudio Haddad. Nessas incursões, o petista conta com o candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), para destravar relações, sobretudo com esse setor.

"Gostando ou não pessoalmente do presidente Lula, os agentes financeiros, atores econômicos, inclusive do mercado, sabem que só a chapa Lula-Alckmin pode reconstruir planejamento, previsibilidade e segurança, para que os investimentos possam chegar ao Brasil", disse o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que tem sido enviado por Lula como um dos emissários para falar sobre os planos econômicos.

Apesar do tom otimista do entorno do ex-presidente, empresários se mantêm reticentes. Outros fazem críticas aos governos petistas e aos posicionamentos adotados por Lula, inclusive nas diretrizes do plano de governo. Em entrevista na sexta-feira à Rádio Metrópole, da Bahia, o petista usou, por exemplo, o termo "imbecil" para se referir a banqueiros.

Por outro lado, a recepção na Fiesp será carregada de simbolismos. Na presidência da entidade está Josué Gomes da Silva, filho do vice-presidente José Alencar, morto em 2011, que foi um dos avalistas de Lula junto ao empresariado na eleição de 2002. A entidade apoiou os protestos contra o governo Dilma, cruciais para o caldo político que levou ao impeachment da ex-presidente.

ESTRATÉGIA

Para o cientista político Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o posicionamento de Lula - ao investir em conversas com agentes econômicos, mas manter críticas a temas sensíveis ao setor - faz parte de uma estratégia política que já deu certo para o petista. O professor relembra a "criação" do "Lulinha paz e amor", uma roupagem que garantiu a vitória em 2002.

Segundo Prando, Alckmin é o fiador dessa estratégia nesta eleição. "Ele traz a ideia de um diálogo com o centro, com Alckmin, com o mercado e com o empresariado, mas sabe que não pode abandonar, como Bolsonaro nunca abandonou, sua base mais fiel", disse.

Já o cientista político José Álvaro Moisés, professor da Universidade de São Paulo, considera que o petista adota "uma posição que se poderia chamar progressista mais radical". "Lula tem insistido na questão de que mais importante do que o ajuste fiscal no Brasil seria o ajuste social", afirmou. Do ponto de vista de Lula, Moisés diz não haver incoerência em abordar esses temas e sentar para conversar com o mercado. "Quando vai se encontrar com o mercado, ele vai apresentar essas questões e tentar justificá-las."

PONTO A PONTO

- Teto de gastos: Lula já afirmou que, se eleito, vai acabar com o teto de gastos, medida aprovada pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e já flexibilizada pela gestão Jair Bolsonaro (PL). "Não vai ter teto de gastos no meu governo", afirmou o petista, em Juiz de Fora (MG), no dia 12 de maio. Para ele, a proposta só foi aprovada porque os banqueiros são "gananciosos".

- Reforma trabalhista: Ao falar sobre o tema, Lula usa como exemplo a Espanha, que revogou a reforma aprovada em 2012. O petista defende que o mesmo processo seja feito no Brasil, apesar de seu plano de governo, divulgado em 21 de junho, não conter mais o termo "revogação".

- Banqueiros: Em sua mais recente declaração, Lula afirmou que banqueiros só querem acumular riqueza. "Para que você quer acumular tanto dinheiro, imbecil?", afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia, na sexta-feira passada. Anteriormente, no dia 24 de maio, o pré-candidato do PT havia novamente chamado os banqueiros de "gananciosos".

Representantes da indústria que almoçaram na sexta-feira (3) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, saíram do encontro com a promessa de que o pagamento de impostos e contribuições será reunido em uma só guia, com uma única data de vencimento. Atualmente, as empresas têm de recolher seis tributos federais com diferentes datas de apuração e pagamento.

A demanda veio do setor privado como forma de reduzir o custo com burocracias e custos tributários. "Isso representa uma economia para o governo com a gestão das diversas guias e não afeta o orçamento. E (também) para as empresas, que tem impacto imediato na inflação", disse o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista, que participou do encontro com o ministro.

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De acordo com Batista, a demanda dos empresários era que os tributos federais fossem unificados em uma só guia, a ser paga no último dia útil de cada mês. No entanto, os técnicos do governo argumentaram que isso não seria possível porque é necessário transferir parte da arrecadação para Estados e municípios dentro do mesmo mês.

Em virtude disso, os técnicos estudam qual o último dia possível para o vencimento que permita a repartição dentro do mesmo mês, como determina a legislação.

GUIA ÚNICA

A proposta é de que, em uma única guia, os empresários conseguiriam pagar o PIS/Cofins, o IPI, o IRPJ/CSLL e as contribuições ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A equipe econômica espera tirar o projeto do papel no segundo semestre.

A demanda original apresentada pelos empresários ao governo previa mais prazo para o pagamento dos impostos, o que foi descartado pela equipe econômica porque a medida teria impacto no caixa do Tesouro.

INVESTIMENTOS

Na reunião, os empresários apresentaram a Guedes a projeção de que os 12 segmentos representados pela Coalizão Indústria - como Aço, Têxteis, Cimento, Veículos e Plásticos - deverão investir conjuntamente R$ 340 bilhões entre 2023 e 2026.

Os industriais também reclamaram do aprofundamento do processo de abertura comercial após o governo reduzir em mais 10% a alíquota do Imposto de Importação cobrada de produtos que não sejam fabricados por integrantes baseados no Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). De acordo com os industriais, o ministro justificou dizendo que era necessário "atacar a inflação". "Ele disse que não haverá novos movimentos de abertura comercial que não sejam acompanhados de redução do Custo Brasil", afirmou o coordenador da Coalizão Indústria e presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A consultoria TRIWI, especialista em marketing digital, divulgou dados de uma pesquisa, que reuniu mais de 15 mil organizações, sobre gestão empresarial. O levantamento, realizado entre fevereiro e março de 2022, mostra que 67% dos empresários brasileiros estão insatisfeitos com a gestão das próprias empresas. 

Os dados apontam que a maior maior insatisfação é na área de marketing. Nesse cenário o resultado mostra que 47% dos entrevistados rdizem como ótima ou boa a gestão, sendo 18,6% para ótima e 28,4% para boa. Além disso, 26,4% responderam regular, 17,4% ruim e 9,6% péssima.

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Em seguida, como também um setor problemático, está o financeiro. De acordo com 48,3% dos entrevistados, a gestão nesse seguimento é ótima ou boa, sendo 25% para ótima e 23,3% para boa. Já 31,7% responderam regular, 13,3% ruim e 6,7% péssima.

Gestão safisfatória

O levantamento da consultoria TRIWI também reúne dados positivos. O destaque na pesquisa é a área de recursos humanos que recebeu  59% de avaliação ótima ou boa, sendo 23% para ótima e 36% para boa. Além disso, 27,7% responderam regular, 10% ruim e 3,3% péssima.

Outro setor em destaque é o comercial, com 58,4% de avaliação ótima ou boa, sendo 25,1% para ótima e 33,3% para boa, 28,6% responderam regular, 10,3% ruim e 2,7% péssima. Ademais, a gestão administrativa foi a terceira com a melhor avaliação, apresentando 51% de avaliação ótima ou boa, sendo 17% para ótima e 34% para boa, e 32,6% dos apontamento como regular, 13,1% ruim e 3,3% péssima.

Com o nome de Simone Tebet (MDB-MS) praticamente definido como alternativa da terceira via, um grupo de empresários, executivos e intelectuais articula ações para impulsionar a senadora na corrida presidencial. Além de manifestos com o aval à candidatura, a estratégia envolve torná-la mais conhecida em todo o Brasil, bem como suas ideias e propostas.

"Cada um luta com as armas que tem e as nossas são transferir e debater ideias e colocá-las em discussão profunda", disse o economista Affonso Celso Pastore. "A intenção é tentar conquistar corações e mentes para a demanda de um grupo da sociedade que não se sente representado nem por Lula nem por Bolsonaro", afirmou o economista, que foi conselheiro econômico do ex-pré-candidato Sérgio Moro (União Brasil).

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Descontentes com a polarização protagonizada pelos líderes nas pesquisas de intenção de votos, o grupo partiu para o apoio explícito a Simone. A economista e escritora Eliana Cardoso disse que o que a levou a apoiar Simone foi "o amor pelo Brasil e a convicção de que precisamos de presidente capaz de unir o País em torno de um projeto de inclusão social".

"Simone Tebet já se mostrou liderança enérgica e pacificadora, dotada de credibilidade, de experiência na gestão pública e no Parlamento, atenta e sensível às demandas da população e à defesa do meio ambiente", afirmou Eliana, em entrevista por escrito.

MANIFESTO

O manifesto de apoio a Simone, tornado público na terça-feira, 24, pela Coluna do Estadão, nasceu após um encontro realizado há três semanas com cerca de 300 pessoas, com a presença da senadora. Atualmente com quase 4 mil assinaturas, o documento foi criado na plataforma Change por Teresa Bracher, mulher do ex-presidente do Itaú Unibanco Candido Bracher, e procurou juntar um grupo plural.

Entre os signatários do manifesto, há lideranças de entidades sociais, do mundo das artes, indígenas, além, é claro, de empresários e executivos. "Sentimos que é um movimento que vem crescendo", afirmou Fábio Barbosa, sócio da Gávea Investimentos, um dos organizadores do evento.

Em janeiro de 2021, ele começou a fazer parte de um grupo batizado de "2022". Ao lado de outros dez executivos e empresários de primeira linha, discutiam como se mobilizar em torno de um candidato à eleição presidencial que fugisse da polarização de 2018 e que, anteviam, se repetiria. "O que anima o pessoal é que agora conseguimos chegar a um nome e que dá para trabalhar em torno na 'personificação': agora temos uma 'cara' do candidato, com qualidades e programa de governo", disse.

Além de não se sentirem representados na polarização, os apoiadores de Simone dizem que a disputa está sendo traçada com estratégias populistas, sem qualquer debate de propostas e planos de governo. "São dois extremos na disputa, que não têm programa econômico, de desenvolvimento, inclusão social ou de aumento de eficiência do País", disse Pastore.

DIFICULDADE

Todos têm plena consciência de que fazer decolar a candidatura de Simone será uma missão difícil. Deixam, de maneira geral, a escolha do eventual vice e o uso das verbas partidárias aos políticos, apesar de cada um ter sua preferência. Porém, pretendem avançar em iniciativas que irão de debates e tentativas de convencimento de grupos de relacionamento à exposição na mídia tradicional e ativismo organizado em redes sociais.

Em tempos de discurso de ódio, desinformação e guerrilha virtual, afirmam que o movimento "quixotesco" fará a diferença nesta eleição. "A política, como a vida, é feita de surpresas e de imponderáveis", disse Eliana. "Nas últimas eleições, um candidato chegou à Presidência porque levou uma facada, posou de vítima e não participou dos debates."

IMPREVISÍVEL

Para ela, até aquele evento imprevisível, a vitória de Bolsonaro estava fora do baralho e algo semelhante pode acontecer novamente, já que as projeções do futuro se baseiam em números do passado. "Essas projeções se fazem de forma linear, porque não há como projetar curvas inesperadas."

O objetivo dos apoiadores é evitar a eleição dos líderes das pesquisas. "(Tenho) a convicção de que o voto útil no primeiro turno engessa a polarização e empobrece o debate político", disse Eliana. "Os candidatos dos extremos tentam esvaziar candidaturas concorrentes para consolidar a polarização e, até mesmo em partidos do centro democrático, parece haver adesão ao voto útil." Para ela, é preciso mostrar que a ausência da discussão "corrói a democracia".

'A IDEIA É TRAZER PROPOSTAS'

Fábio Barbosa, sócio da Gávea Investimentos, falou ao Estadão sobre o apoio a Simone Tebet. Veja os principais trechos da entrevista

Por que apoiar a senadora Simone Tebet à eleição presidencial?

Participo de muitos grupos (com preocupações ligadas à eleição) e ouvimos de muita gente que entende do assunto que eleição no Brasil é muito personalista: as pessoas querem saber qual é a "cara" de quem se está falando. Sem cara, não há terceira via. Agora, temos essa "cara" e a gente pode começar a trabalhar. No grupo de empresários e executivos, achávamos que (João) Doria e Tebet eram boas alternativas, razão pela qual estávamos aguardando a decisão para nos posicionar. Agora, precisamos mostrar quem é Simone Tebet para um grupo maior de pessoas.

A 3ª via tem chance?

De janeiro do ano passado até agora passaram-se 17 meses e eu já li 17 vezes que a terceira via foi dada como morta. Não obstante, está aí. É lógico que é difícil e as chances são muito pequenas. Ninguém discute isso, mas não é jogo jogado.

O que Simone traz?

Nenhum dos dois candidatos que estão à frente nas pesquisas tem mostrado um plano de governo. A ideia é trazer propostas. Ela trabalha com a Elena Landau, que coordena especialistas em diversas áreas, com o olhar que não está sendo visto nos outros programas. Não vejo campanha de um candidato ou de outro discutir os problemas que afligem o País: as questões de desemprego, inflação, insegurança alimentar, segurança pública, saúde. Daqui para frente, a gente vai ver mais isso: ser mais propositivo.

O fato de ela ser mulher e do Centro-Oeste ajuda a atrair o eleitor?

Para começar, ela traz civilidade, propostas concretas e transparência para o debate. Agora, o fato de ser mulher, se tiver de ser usado, pode cativar uma parte do eleitorado. Ser do Centro-Oeste traz a ideia de um país que cresce. O Brasil cresce hoje no Centro-Oeste.

Além do manifesto, o que cabe mais à sociedade civil fazer?

O grande drama é tornar a candidata mais conhecida. Esse grupo da sociedade civil, que está mobilizado e é crescente, irá expor o máximo possível a candidata a grupos diferentes, sejam pequenos e formadores de opinião ou grandes, com outras pessoas, de outros segmentos da sociedade. A questão é: a gente acredita que ela está bem respaldada por pessoas que estão fazendo estudos importantes e, portanto, se nós a expusermos, ela tem condições de começar a encantar.

Esse apoio envolverá redes sociais?

Existe, sim, uma estratégia sendo montada. Não sou responsável pela estratégia de marketing e não posso entrar em detalhes, mas existe e acontecerá sem a agressividade. Queremos conversar com a parte da sociedade que não se sente representada por essa agressividade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A passagem de Elon Musk pelo Brasil deu o que falar, embora tenha durado pouco mais de quatro horas. O dono da Tesla e da SpaceX chegou ao aeroporto executivo Catarina, nos arredores de São Paulo, por volta das 10 horas. Musk, que só voa em aeronaves próprias, chegou em um jato Gulfstream G650 ER. Em seguida, recusou a oferta de embarcar em um helicóptero do Exército brasileiro, e seguiu de carro até o Fasano Boa Vista, em Porto Feliz (SP), a cerca de 40 km de distância do aeroporto.

Ao chegar, posou para fotos com o presidente Jair Bolsonaro e membros do governo. O executivo foi apresentado aos cerca de 20 empresários presentes pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria. Apesar de o ministro ter dito que a associação com a Starlink, que tem o projeto de conectar escolas na Amazônia à internet, "ajudaria a revelar a verdade sobre a Amazônia", o empresário saiu sem fazer qualquer menção à política ambiental brasileira.

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Como Musk veio para vender um projeto de telecomunicações, o empresário teve reuniões com os cinco executivos das operadoras presentes ao evento: Christian Gebara (Telefônica/Vivo), José Félix (Claro), Rodrigo Abreu (Oi), Alberto Griselli (TIM) e Pietro Labriola (da Telecom Itália, dona da TIM). Segundo apurou o Estadão, nesses encontros a pauta se resumiu aos serviços da Starlink

GOVERNO

Posteriormente, Musk teve um encontro rápido com membros do governo, incluindo o presidente Bolsonaro. Alguns empresários tentaram participar, mas foram convidados a sair. Inicialmente, a visita de Musk acabaria por aí, mas o empresário ficou para o almoço.

À mesa, Musk sentou-se entre Bolsonaro e o fundador do BTG Pactual, André Esteves, que foi uma espécie de "cicerone" do dono da Tesla. A barreira do idioma fez diferença: Musk passou a maior parte do tempo conversando com Esteves e quase não interagiu com Bolsonaro, apesar de um tradutor estar posicionado próximo a ambos.

Entre os executivos presentes, Rubens Ometto, do grupo Cosan, ganhou posição de destaque, ao lado do presidente Bolsonaro. Outros lugares próximos a Musk foram reservados a Fábio Faria e a Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil. Os demais empresários tiveram poucas chances de interação com o quase trilionário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro recebeu, nesta segunda-feira (7), fora da agenda, no Palácio do Planalto, o grupo do agronegócio que se mobilizou para financiar sua campanha à reeleição. A atuação deles nos bastidores e a organização do encontro foram reveladas pelo Estadão.

Bolsonaro convidou os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Agricultura, Tereza Cristina, para a reunião numa sala do gabinete presidencial. Nela, também estava o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que traça a estratégia de arrecadação de dinheiro da futura campanha.

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O pecuarista de Ji-Paraná (RO) Bruno Scheid, apoiador que tem sido mais incisivo nos pedidos de dinheiro, segundo relatos de empresários do setor, sentou-se na reunião ao lado do presidente.

O compromisso político também não constava na agenda dos ministros. Além deles, Bolsonaro aparece em fotos ao lado do secretário da Pesca, Jorge Seif Jr., e do presidente do Sebrae, Carlos Melles.

O encontro ocorreu à tarde. Bolsonaro só tinha compromissos agendados até o almoço. Os ministros tinham outros compromissos e foram chamados pelo presidente. As assessorias dos ministérios disseram que não tinham informações sobre a pauta do encontro. Na reunião, a ministra Tereza Cristina discursou aos produtores rurais, de Estados como Rondônia, São Paulo e Mato Grosso, entre outros.

Segundo empresários que receberam as abordagens do grupo de Scheid, ele falava como interlocutor de Costa Neto, que abonou sua filiação ao PL, e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A atuação dele incomodou empresários do agro, mesmo os que apoiam o presidente. Os pedidos de doação privada ocorrem numa disputa em que as despesas eleitorais serão custeadas majoritariamente por um fundo público.

Doadores

Além de Scheid, estavam presentes outros nomes que fazem parte da estratégia de apoio a Bolsonaro no campo, com organização de encontros e pedidos de contribuição financeira. Dois aparecem em registros obtidos pelo Estadão: Adriano Caruso, dono da Global Exports, exportador de gado vivo, de São José do Rio Preto (SP), e fundador do grupo de WhatsApp G-Agro; e o ex-prefeito de Água Boa (MT) Maurício Tonhá, da Estância Bahia Leilões.

Ao Estadão, Caruso negou atuar na arrecadação para Bolsonaro. Tonhá disse que não está participando agora, mas admitiu que vai contribuir e pedir doações para a campanha à reeleição do presidente.

Procurados, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Valdemar Costa Neto e Flávio Bolsonaro não responderam até a conclusão desta edição.

O Programa Paulista de Capacitação para Exportações (Exporta SP) está com inscrições abertas até o próximo dia 25 de fevereiro. São 300 vagas para micro, pequenos e médios empresários que têm interesse em receber treinamento gratuito para acessar mercados internacionais.

O programa, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, oferece quatro meses de capacitação com especialistas da Fundação Instituto de Administração (FIA). São abordados temas como formação de preços, adequação de produtos e serviços, planos de negócios, marketing e vendas.

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Essa será a terceira turma do projeto, que capacitou 355 empresários nas duas edições anteriores. Cerca de 20% das empresas que passaram pela formação conseguiram atingir mercados internacionais com o planejamento elaborado ao longo do treinamento.

As inscrições podem ser feitas pela página da Agência Paulista de Promoção de Investimentos (Investe SP).

Quatro dias após o julgamento, os condenados pelo incêndio na Boate Kiss se entregaram à Justiça, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na manhã desta quarta-feira (15), foram presos o ajudante da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha, em São Vicente do Sul (RS), e Mauro Hoffman, sócio da casa noturna, em Santa Catarina. O primeiro a se entregar ainda na noite dessa terça-feira (14) foi Marcelo dos Santos, outro integrante da banda, também em São Vicente do Sul, e depois Elissandro Spohr, segundo sócio da casa noturna, em Santa Catarina. 

Conforme a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), perto das 9h, Bonilha se apresentou à Polícia Civil e foi encaminhado ao Presídio Estadual de São Vicente do Sul. Ele deverá cumprir pena de 18 anos de prisão por homicídio simples com dolo eventual. Junto a Marcelo de Jesus, o ajudante teve a menor pena dos quatro. Elissandro pegou 22 anos e seis meses; e Hoffmann, 19 anos e seis meses. 

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Para o MP-RS, os membros da banda citados são responsáveis pelos crimes porque "adquiriram e acionaram fogos de artifício (...), que sabiam se destinar a uso em ambientes externos, e direcionaram este último, aceso, para o teto da boate, que distava poucos centímetros do artefato, dando início à queima do revestimento inflamável e saindo do local sem alertar o público sobre o fogo e a necessidade de evacuação, mesmo podendo fazê-lo, já que tinham acesso fácil ao sistema de som da boate". 

As prisões chegaram a ser decretadas pelo juiz Orlando Faccini Neto durante a leitura da sentença, que aconteceu na sexta-feira (10). No entanto, o desembargador Manuel José Martinez Lucas concedeu um habeas corpus que autorizou o direito de recorrerem em liberdade. 

Na terça-feira (14), porém, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, aceitou o recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) e suspendeu o habeas corpus preventivo. 

O ex-ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro. (Marcelo Camargo/Agência Brasil) 

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Sérgio Moro busca pessoalmente empresários que possam apoiar sua campanha presidencial em 2022. O ex-juiz e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro busca nomes técnicos que apresentem soluções para a crise econômica, a alta inflação e o desemprego enfrentado pelo Brasil. As informações foram publicadas pela colunista Bela Mégale, do jornal O Globo.

Nos bastidores, Moro estaria sendo enfático na defesa de que a dificuldade de retomada do país está ligada ao desmonte das estruturas de combate à corrupção, por ele atribuídos ao Congresso Nacional e ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

A coluna diz ainda que Moro já recebeu confirmações, embora os nomes permaneçam em sigilo. No dia 10 de novembro, o Podemos realizará o ato de filiação do ex-juiz, em um evento marcado para acontecer em Brasília. 

Enquanto organizações e partidos de esquerda e direita disputam nas ruas o protagonismo na oposição ao presidente Jair Bolsonaro, um movimento formado por empresários, investidores, banqueiros, políticos e intelectuais atua nos bastidores para unificar a oposição ao governo federal. Batizado de "Derrubando Muros", o grupo se intitula uma "iniciativa cívica" e conta com 92 membros.

Parte deles esteve na Avenida Paulista no domingo, mas optou por não subir no palanque por onde passaram Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Simone Tebet (MDB). O foco principal da iniciativa é buscar uma terceira via nas eleições de 2022, mas o "Derrubando Muros" tem mantido conversas também com o PT e a maioria dos membros não descarta apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um eventual 2º turno se o adversário for Bolsonaro. "Estamos em um regime fascista e o inimigo está na sala. Nossa prioridade é criar uma alternativa no centro moderno e que haja o menor número de candidatos possível", disse o sociólogo e empresário José César Martins, coordenador do coletivo.

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A lista de empresários do grupo, segundo Martins, conta com nomes como Horácio Lafer Piva (da Klabin), José Olympio Pereira (do banco Credit Suisse), Antonio Moreira Salles (filho do presidente do conselho de administração do Itaú, Pedro Moreira Salles), Marcello Brito, da Associação Brasileira do Agronegócio, e os economistas Persio Arida, Armínio Fraga, André Lara Resende e Elena Landau. Os quatro últimos iniciam amanhã um ciclo de debates sobre a reforma do Estado com a participação de Fernando Haddad, ex-presidenciável petista em 2018. "Mas essa não é uma iniciativa empresarial, mas cívica", disse o coordenador.

O "Derrubando Muros" começou a se articular há um ano no Rio Grande do Sul. O grupo já se reuniu com todos os presidenciáveis, menos Lula, o que não está descartado.

Às vésperas do 7 de Setembro, quando estão programados atos no País convocados pelo presidente Jair Bolsonaro e por seus apoiadores, a defesa da democracia, da harmonia entre os Poderes e de reformas que sustentem a recuperação econômica permeou manifestos, comunicados e declarações de representantes do empresariado nacional, de instituições bancárias e das cúpulas do Judiciário e do Congresso Nacional.

Após vir a público a iniciativa da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) - suspensa pelo seu presidente, Paulo Skaf, que adiou a divulgação de um documento que cobra a harmonia entre os Poderes -, empresários mineiros divulgaram anteontem um manifesto destacando que a "ruptura pelas armas, pela confrontação física nas ruas, é sinônimo de anarquia" e "a democracia não pode ser ameaçada, antes, deve ser fortalecida e aperfeiçoada".

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Nessa quinta-feira (2), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reafirmou, em nota, o apoio ao manifesto "A Praça é dos Três Poderes", encampado pela Fiesp. A entidade, no entanto, procurou se desvincular das decisões da Fiesp e considerou que o manifesto, "aprovado por governança própria, foi amplamente divulgado pela mídia, cumprindo sua finalidade".

Na seara do Judiciário, numa enfática e direta mensagem, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, disse ontem que a Corte está vigilante aos movimentos do Dia da Independência e não vai tolerar atos atentatórios à democracia. Quase ao mesmo tempo, em reunião com o Fórum de Governadores, o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), defendeu um esforço entre todos os agentes políticos para a construção de um ambiente de estabilidade política.

Intitulado "Segundo Manifesto dos Mineiros ao Povo Brasileiro", em alusão ao documento assinado por lideranças estaduais, em 1943, que exigia o fim do Estado Novo e a redemocratização do Brasil (na época, a carta aberta trilhou o caminho para o surgimento de diversas outras, contribuindo para um clima político que levou à deposição de Getúlio Vargas em 1945), o documento assinado por representantes de peso da economia mineira - entre eles Salim Mattar, fundador da Localiza e ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro; Cledorvino Belini (ex-presidente da Fiat Chrysler Automobiles); Henrique Moraes Salvador Silva e José Henrique Dias Salvador (Rede Mater Dei); Modesto Carvalho de Araújo Neto (Drogaria Araújo) e Evandro Neiva (Grupo Pitágoras) - defende reforma do Estado e diz que "as mudanças estruturais que o Estado brasileiro necessita (e que o povo brasileiro reclama) exigem das lideranças, todas, e daqueles que ocupam cargos e funções nas estruturas produtivas e fornecedoras de serviço e de conhecimento (tanto públicas quanto privadas) uma urgente tomada de posição".

O texto, que não cita Bolsonaro, foi divulgado horas depois de a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) divulgar um outro manifesto com críticas ao Supremo e apoio a temas defendidos pelo presidente. No documento, os industriais mineiros pedem que o STF revise sanções e a possibilidade de desmonetização de sites e portais de notícias acusados em inquéritos contra as fake news, alegando que trata-se de uma luta pela "segurança jurídica e institucional" e contra o "cerceamento à liberdade de expressão".

No "Segundo Manifesto dos Mineiros", o foco é outro. Os empresários e executivos defendem uma reforma do Estado brasileiro, com "a reforma político-eleitoral, a reforma administrativa, a reforma do sistema de educação (só a educação transforma as pessoas), a reforma do sistema de segurança, a reforma orçamental e econômica, a reforma do sistema tributário (são reformas de conteúdo)".

Afirmam que "é preciso pôr fim à vida estamental do aparelho do Estado que, no Brasil, desde sempre, é uma presa capturada por grupos de pessoas que se autoprivilegiam e conduzem a vida das pessoas segundo seus interesses pessoais" e fazem referência ao clima de tensionamento institucional e ameaças que vive o País.

"A ruptura pelas armas, pela confrontação física nas ruas, é sinônimo de anarquia, que é antônimo de tudo quanto possa compreender uma caminhada serena, cidadã e construtiva. A democracia não pode ser ameaçada, antes, deve ser fortalecida e aperfeiçoada. O que se pretende provocar é outro tipo de ruptura: a ruptura através das ideias e da mudança de comportamentos em todas as dimensões da vida", afirma o manifesto.

Signatários deste documento ouvidos pelo Estadão negaram que ele fosse um contraponto ao texto da Fiemg. Na abertura da sessão de julgamento da tese do "marco temporal" das terras indígenas, o presidente do Supremo tratou do tema liberdade de expressão. "Num ambiente democrático, manifestações públicas são pacíficas; por sua vez, a liberdade de expressão não comporta violências e ameaças. O exercício de nossa cidadania pressupõe respeito à integridade das instituições democráticas e de seus membros", afirmou Fux.

No 7 de Setembro estão previstas também manifestações da oposição ao governo Bolsonaro. O ministro afirmou que o Supremo "confia que os cidadãos agirão em suas manifestações com senso de responsabilidade cívica e respeito institucional, independentemente da posição político-ideológica que ostentam".

"Somos testemunhas oculares de que o caminho para a estabilidade da democracia brasileira não foi fácil nem imediato. Por essa razão, é voz corrente nas ruas que, na quadra atual, o povo brasileiro jamais aceitaria retrocessos!’, disse Fux. "Seja nos momentos de tormenta, seja nos momentos de calmaria, o bem do país se garante com o estrito cumprimento da Constituição".

Mais tarde, em resposta, Bolsonaro afirmou que o País "está em paz" e que ninguém precisa "ninguém precisa temer o dia 7 de Setembro". "Pretendo ocupar um carro de som na avenida Paulista (em São Paulo) que deverá ter 2 milhões de pessoas. Pelo que tudo indica, será um recorde. O que essas pessoas estão fazendo lá? O que elas estão pedindo? O que elas estão clamando, a não ser aquilo que o ministro Fux disse hoje em sua sessão: não pode haver democracia se não tiver respeito à Constituição", disse o presidente em solenidade no Palácio do Planalto.

Dez dias depois de pedirem uma reunião com Bolsonaro defendendo a pacificação do País e o fim do clima de instabilidade política - sem que tenham recebido resposta -, governadores se reuniram ontem com Pacheco. Seis chefes dos Executivos estaduais fizeram o mesmo apelo ao presidente do Congresso. "Há um sentimento geral que, a despeito de divergências que existam, nós temos problemas para ontem. Nosso inimigo não está entre nós. Nosso inimigo é o preço do feijão, é o preço da gasolina, da luz elétrica. É o preço dos alimentos de forma geral, que tem sacrificado a população", afirmou Pacheco. "Não há melhor ambiente do que a democracia. Portanto, esta manifestação dos governadores sem fulanizar, sem especificar, sem agredir, mas preservando sempre esse conceito importante da Nação, que é a preservação do estado democrático de direito, é muito bem recebida pelo Congresso Nacional."

A Polícia Civil do Paraná realizou uma operação contra uma organização criminosa acusada de fraudes em licitações e adulteração de álcool em gel. Três pessoas foram presas em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, na quinta-feira (24).

Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e em três indústrias que também são alvos da investigação. Foram apreendidos documentos e aparelhos eletrônicos.

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As investigações tiveram início em janeiro deste ano, após uma amostra de álcool em gel produzida pelas empresas ser encaminhada para o Centro de Ciências Forenses, do Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear da UFPR.

A análise constatou que os produtos estavam cerca de 10% abaixo das especificações técnicas exigidas pela Anvisa. As amostras foram encaminhadas para outro laboratório e também reprovadas. 

Após as análises, a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná orientou a interdição dos produtos das empresas investigadas. Segundo a Polícia Civil, elas fabricaram toneladas de produtos químicos de forma irregular nos últimos dois anos.

Durante as investigações, também foi descoberto que as três indústrias faziam ilegalmente uso do registro de notificação de produto na Anvisa de duas grandes marcas de álcool do país. As indústrias usavam o registro como se a marca fosse delas, além de fraudar os rótulos e o nome do engenheiro químico responsável.

No site comercial dos investigados, eles colocavam logomarcas de empresas multinacionais famosas, conhecidas do público consumidor, com depoimentos de supostos funcionários destas grandes marcas, como se elas estivessem reforçando a qualidade dos produtos. Quando os policiais civis constataram as empresas que apareciam no site, todas elas marcas multinacionais, estas negaram qualquer depoimento postado no site dos investigados. 

Foi apurado que as três empresas investigadas são da mesma havia e que também houve fraude a licitações. Os alvos forneciam para prefeituras testes para o diagnóstico de Câncer de Próstata. Somente as três empresas investigadas participavam do processo licitatório, sem nem ter autorização para comercialização destes produtos. 

Outras pessoas devem ser indiciadas, como contadores, advogados e mais empresários. A polícia não descarta a participação de agentes públicos. Os envolvidos devem responder por crime contra a saúde pública, crime contra o meio ambiente, associação criminosa, coação no curso do processo, falsidade ideológica, crime contra a administração pública e lavagem de dinheiro.

Diante de empresários, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), fez diversos elogios ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira, 9, às vésperas de se encontrar com o petista. Lula tem agenda intensa na cidade entre quinta-feira, 10, e sábado, 12.

"O Lula, podem falar o que quiser, eu via a força do sujeito. Almoçando na Dinamarca, com o rei da Espanha, com a Oprah, com o faxineiro, com a Michelle Obama... Era o centro das atenções", disse durante almoço organizado pelo Grupo Lide no hotel Fairmont, zona sul do Rio.

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Paes se filiou recentemente ao PSD de Gilberto Kassab, deixando o DEM após o atrito entre seu aliado carioca Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara, e ACM Neto, presidente da sigla. Para 2022, o prefeito participa de conversas sobre alianças nos âmbitos estadual e nacional. Quando ocupou a prefeitura pela primeira vez, manteve ótima relação com Lula, na esteira da visibilidade dada ao Rio por grandes eventos como a Olimpíada (2016) e a Copa do Mundo (2014).

Em seu discurso para os empresários, Paes também citou outros quadros da política brasileira e fez uma análise da conjuntura dos últimos anos. Nesta linha, elogiou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o governador paulista, João Doria (PSDB). Dilma Rousseff (PT), porém, foi alvo de críticas.

Segundo ele, Dilma adotou medidas econômicas equivocadas para se reeleger, o que levou o País à crise. Ironicamente, batizou a política dela de "aquela coisa fantástica" e disse que a inexperiência de gestores públicos - lembrou também do ex-governador Luiz Fernando Pezão - fez com que o Brasil chegasse à situação em que está.

"Podem falar o que quiser do FHC ou do Lula, mas foram dois grandes líderes políticos."

Ele voltou a criticar Dilma quando mencionou o "charme" dela ao vender a imagem do Brasil durante o período dos grandes eventos. E debochou do mesmo "charme" de Jair Bolsonaro, lembrando que, agora, o Cristo Redentor apareceu de máscara na capa de revista The Economist e a imagem do País está ainda mais desgastada.

'Paulistas vêm para o Rio esquecer dos problemas'

Paes brincou com o episódio envolvendo a foto de Doria tomando sol sem máscara no mesmo hotel em que ocorreu o evento desta quarta, na orla de Copacabana. Os dois têm boa relação.

"Os paulistas, quando querem fugir dos problemas de São Paulo, vêm passar o fim de semana aqui", disse Paes. "Um homem que não tem barriga não tem história, já dizia minha avó", completou, referindo-se ao porte físico de Doria.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anunciou que o reitor Alfredo Gomes e o vice-reitor Moacyr Araújo estão conversando com políticos, empresários e instituições para conseguir apoio financeiro para o projeto de revitalização do Teatro do Centro de Convenções da Universidade, orçado em R$ 45 milhões.

Segundo a instituição, o plano envolve também a ocupação e a sustentabilidade do teatro. “O projeto de revitalização do equipamento insere Pernambuco em uma rota de desenvolvimento social, econômico e cultural. Queremos disponibilizar para o Estado mais um equipamento de extrema qualidade, que vai permitir congregar pessoas e ideias, além de contribuir com a recuperação econômica da área”, disse, por meio de nota, o reitor Alfredo Gomes.

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Em uma agenda intensa de reuniões, os representantes da UFPE já conversaram com o governador Paulo Câmara e a bancada de parlamentares pernambucanos no intuito de sensibilizá-los sobre a importância da destinação de verbas para o projeto de revitalização do Teatro no orçamento deste ano, assim como para outras pautas importantes para a educação superior.

De acordo com a Universidade, até o momento, já foram arrecadados, com apoio da bancada pernambucana, aproximadamente R$ 20 milhões. A UFPE também apresentou o projeto a representantes da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) e do Instituto Ricardo Brennand (IRB).

Os parlamentares que destinaram verbas para a reforma foram os deputados federais: Augusto Coutinho (Solidariedade); Carlos Veras (PT); Danilo Cabral (PSB); Fernando Coelho Filho (DEM); Fernando Monteiro (PP); Tadeu Alencar (PSB) e Túlio Gadêlha (PDT); além do senador Humberto Costa (PT).

Em mais um esforço para se aproximar do setor produtivo, o presidente Jair Bolsonaro convocou dez ministros nesta terça-feira, 20, para a sua primeira reunião do ano com empresários do 'Diálogos pelo Brasil', grupo criado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, para mediar a relação do setor com o governo federal. No final da reunião, os empresários cobraram um posicionamento do governo em relação à Cúpula do Clima, que começa nesta quarta-feira, 22. O grupo ainda marcou um novo encontro na quarta, 21, para apresentar propostas para o setor.

No último dia 7, Bolsonaro participou de um jantar em São Paulo com cerca de 20 empresários na casa do empresário Washington Cinel, dono da empresa de segurança Gocil. O evento desta terça-feira, 20, foi realizado por videoconferência e contou com a presença de 40 grandes empresários e executivos do País. Entre eles estavam Abílio Diniz (Península), André Bier Gerdau Johannpeter (Gerdau), André Esteves (BTG Pactual), Wesley Batista Filho (JBS), Rubens Ometto (Cosan) e Luiz Carlos Trabuco (Bradesco).

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Segundo relatos de participantes, em sua fala o presidente fez uma crítica indireta aos governadores ao reclamar do "abre e fecha" do comércio, elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e disse que "não teme" a CPI da Covid no Senado. Bolsonaro também exaltou as ações do governo federal contra a pandemia após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, dizer que cerca de 900 mil kits para intubação de pacientes graves com covid-19 chegarão ainda nesta semana ao País, importados da Espanha.

O ministro da Saúde fez a fala mais longa da reunião. Queiroga disse aos empresários que prevê "um horizonte melhor" de vacinação entre maio e junho e defendeu que é preciso encontrar uma solução para evitar aglomerações no transporte público - uma prerrogativa dos Estados e municípios. O ministro também pregou o distanciamento social e uso de máscaras, mas afirmou que um novo protocolo para uso de medicamentos do "kit covid" nos hospitais será anunciado em breve. Defendido por Bolsonaro, o tratamento precoce contra a covid não tem base científica.

Todos os ministros presentes fizeram uma pequena apresentação sobre suas pastas e Skaf foi o único a falar em nome dos empresários. O presidente da Fiesp apresentou uma lista com três "demandas" do setor, combinadas previamente em um grupo de WhatsApp: ampliação e aceleração da vacinação, reforma administrativa e um bom ambiente econômico.

No momento que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é alvo de notícia-crime do ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas Alexandre Saraiva, acusado de obstruir investigação ambiental e favorecer madeireiros investigados pela PF, e na véspera do início da Cúpula do Clima nos EUA, o tema ambiental também foi uma preocupação dos empresários. Skaf pediu uma outra reunião nesta quarta-feira, 21, específica sobre o tema. Além de Salles, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o embaixador Leonardo Athayde, negociador da agenda do clima, vão falar com os empresários.

Tereza Cristina, destacou que o Brasil vem batendo seguidos recordes em suas safras. "Teremos este ano o fechamento da safra com mais de 272 milhões de toneladas. E muito provavelmente o presidente Jair Bolsonaro vai chegar ao seu último ano de mandato bem próximo dos 300 milhões de toneladas", afirmou a ministra da Agricultura.

O ministro Carlos França disse que está trabalhando pela modernização do Mercosul, ao reforçar a vertente econômica comercial do bloco, com impulso à negociação de acordos comerciais como o da União Europeia e com outros países ao redor do mundo. "Temos atuado no sentido de facilitar a compra de insumos para a vacina e o imunizante pronto, a fim de que possam estar disponíveis para atender a população brasileira o mais rápido possível", afirmou.

Também participaram do encontro virtual o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos e o secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e outros dez ministros participaram nesta terça-feira, 20, de uma videoconferência com o Conselho Diálogo pelo Brasil, que reúne os 50 maiores grupos privados do País e é coordenado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Entre os presentes, estavam os ministros Marcelo Queiroga (Saúde), Paulo Guedes (Economia), Tereza Cristina (Agricultura), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Carlos França (Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).

A entidade diz que, durante o encontro, empresários ressaltaram a importância da vacinação da população, de um bom ambiente econômico para haver investimentos e das reformas estruturais, com destaque para a administrativa, que tem perspectivas de aprovação mais rápida.

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De acordo com a Fiesp ,o presidente Bolsonaro disse aos empresários que a vacinação é fundamental para que o País volte a crescer com mais velocidade. "O Brasil não parou. Fizemos muita coisa no ano passado, desde a gestão Pazuello, e as vacinas são uma realidade hoje. Não temos medo de CPI, mas espero que essa ação não prejudique o nosso trabalho", afirmou o presidente.

O ministro Marcelo Queiroga afirmou que, com a imunização em andamento, a queda de novos casos não demorará a acontecer. "A vacinação é prioridade absoluta", disse o ministro. Ele disse também que o governo está fazendo o possível para reforçar os kits intubação, que irá fazer campanha de testagem e que o Ministério da Saúde divulgará em breve os novos protocolos em relação à covid-19. Queiroga destacou ainda que é preciso encontrar soluções para haver menos aglomerações no transporte público das cidades.

Bolsonaro ressaltou os bons números da economia e elogiou a condução do ministro Paulo Guedes. "Estamos recuperando os empregos formais, mas os informais ainda são um desafio. A política do fechar tudo, adotada por muitos governadores, foi completamente equivocada e destruiu milhões de empregos no Brasil", afirmou Bolsonaro.

Paulo Guedes destacou a geração de 260 mil postos de trabalho em janeiro e 400 mil em fevereiro e o desempenho dos setores econômicos. "Indústria e comércio seguem firmes. O setor de serviços foi o mais atingido, mas também caminha para se recuperar e voltar aos níveis pré-pandemia", afirmou Guedes. Segundo ele, o País vem batendo sucessivos recordes de arrecadação federal.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o Brasil vem batendo seguidos recordes em suas safras. "Teremos este ano o fechamento da safra com mais de 272 milhões de toneladas. E muito provavelmente o presidente Jair Bolsonaro vai chegar ao seu último ano de mandato bem próximo dos 300 milhões de toneladas", afirmou. "Somos um dos poucos países que consegue fazer duas safras por ano numa mesma área", disse ela, depois de destacar o crescimento dos investimentos na cadeia da proteína animal.

O ministro Carlos França, por sua vez, disse que está engajado na modernização do Mercosul, ao reforçar a vertente econômica comercial do bloco, com impulso à negociação de acordos comerciais como o da União Europeia e com outros países ao redor do mundo. "Temos atuado no sentido de facilitar a compra de insumos para a vacina e o imunizante pronto, a fim de que possam estar disponíveis para atender a população brasileira o mais rápido possível", afirmou.

Segundo a Fiesp, também participaram do encontro virtual o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos e o secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha.

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