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Um grupo de acadêmicos e empresários alemães entrou com uma queixa contra o Banco Central Europeu (BCE) na principal corte da Alemanha, afirmou hoje o jornal alemão Welt am Sonntag.

Segundo o semanário, eles reclamam que a autoridade monetária europeia extrapolou seu mandato com a compra ostensiva de bônus e títulos corporativos.

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O BCE não quis comentar o caso.

A reclamação acontece em meio a uma recente onda de críticas, por parte de políticos alemães, sobre a política de juros ultra baixos do banco central, que estaria prejudicando as rendas de milhões de poupadores do país.

"A atual política do BCE não é nem necessária nem apropriada para estimular diretamente a economia da zona do euro" disse ao jornal Markus Kerber, um professor de finanças públicas e um dos que assinam a ação.

De acordo com Kerber, as políticas adotadas pela autoridade monetária trazem riscos incalculáveis para o balanço do próprio BCE e ao contribuinte alemão.

Ele espera que a corte alemã impeça, ao menos, o Bundesbank de participar do ainda mais do programa de compras do BCE e também de se juntar ao programa que irá comprar títulos corporativos europeus, que começa a operar em junho. Fonte: Dow Jones Newswires.

A residência do Microempreendedor Individual (MEI) poderá ser utilizada como endereço comercial. O projeto de lei que autoriza o procedimento já foi aprovado no Senado e agora segue para sanção presidencial. São considerados MEIs os empresários que faturam até R$ 60 mil por ano.

Segundo publicação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a aprovação da proposta reforça a atualização da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que já previa a chance dos estados e municípios de identificarem como pessoa jurídica o endereço residencial para fins comerciais. “A combinação dos dois dispositivos legais cria um biombo protetor contra a sanha arrecadadora de agentes públicos e privados”, comenta o presidente do Serviço, Guilherme Afif Domingos, conforme informações da Agência Sebrae de Notícias.  

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De acordo com o Sebrae, somente nos três primeiros meses deste ano, quase 260 mil empreendedores se formalizaram como MEI. O Brasil conta, ao todo, com cerca de 6 milhões de empresários nesta categoria. Entre os benefícios para essas empresas estão o ganho da cidadania jurídica com o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a oportunidade de emitir nota fiscal.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos em primeiro grau da Operação Lava Jato, defendeu publicamente esta semana o direito a manifestações, "seja de um grupo ou seja de outro", desde que realizadas "sem violência e sem ódio". Estão marcadas manifestações pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff em todo o País para o domingo, 13.

"São compreensíveis as angústias e as reclamações diante do contexto econômico e político, mas ainda sim é importante que isso seja desenvolvido sem discurso de ódio, sem violência contra ninguém", afirmou Moro em palestra para empresários, em Curitiba.

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"Apesar desse quadro um tanto quanto desalentador do momento, recessão profunda, desemprego crescente e corrupção sistêmica, eu tenho confiança de que nós brasileiros vamos conseguir superar esses problemas." O juiz da Lava Lato falou a empresários em duas palestras realizadas em Curitiba, nesta quarta-feira, 9, e quinta-feira, 10.

Ele defendeu as investigações da Lava Jato e o enfrentamento ao que chamou de "corrupção sistêmica" no País. Para o magistrado, a crise econômica não é resultado das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que revelaram o maior escândalo de corrupção do governo federal.

"Temos uma história nesse País, já superamos crises econômicas pretéritas terríveis, nós vencemos duas ditaduras no século 20, Estado Novo e a ditadura militar, tivemos triunfo contra a hiper inflação nos anos 80 anos 90, tivemos a crise da dívida nos anos 80, mas nos superamos todos esses problemas. Mas superamos andando juntos pra frente e não para trás."

O juiz da Lava Jato repetiu nos dois eventos ficar "consternado com esse quadro econômico, de recessão e desemprego". Mas afirmou não acreditar que a culpa seja da Lava Jato. "Trabalhar contra um quadro de corrupção sistêmica é algo que só nos traz ganhos, não tenho nenhuma dúvida quanto a isso."

"Tenho crença que confiando na democracia, confiando nas instituições confiando na regra do direito nos vamos conseguir superar esses desafios", conclui Moro.

Enquanto o mercado reagia com euforia, desta sexta-feira (4), ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Polícia Federal, alguns dos principais empresários e executivos do País demonstraram preocupação com o agravamento da crise política, que tem refletido diretamente no, já complicado, cenário econômico brasileiro.

Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, "o que piora a situação das empresas é a falta de previsibilidade". Na opinião dele, "a volta da confiança de investidores e consumidores não pode ficar ao sabor do chamado mercado", já que a reação da Bolsa e do dólar podem ser apenas especulação. Só ontem, o dólar recuou 1,12%, para R$ 3,7675, e o Ibovespa teve alta de 4,01%.

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O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirma que ainda é muito prematuro falar em mudança de tendência na economia real por causa da alta da Bolsa e da queda do dólar registrada nos últimos dias. "Trata-se de um evento por um dia, não sabemos se isso vai continuar", diz ele. Castro ressalta que até agora não houve um fato de ordem econômica que sustente esse movimento.

De toda forma, o presidente da AEB observa que a alta da bolsa indica uma maior confiança dos investidores na economia real e a queda do câmbio cria insegurança no setor externo. "Os exportadores consideravam que o piso do câmbio seria R$ 4 e o recuo para R$ 3,70 gera insegurança no setor exportador de produtos manufaturados."

O discurso é muito parecido com o do presidente da Telefônica Vivo, Amos Genish. Segundo ele, a atual turbulência política pela qual o Brasil passa não vai afetar os investimentos da operadora no Brasil. "Seguimos confiantes no País e vamos manter nossos planos de expansão para os próximos anos."

Mais cautelosa, a empresária Luiza Trajano, agora presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, segunda maior rede varejista do País, preferiu ficar de fora da polêmica que envolveu ontem o depoimento do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à Polícia Federal. "Temos que respeitar a democracia. Vivemos uma democracia", disse, sem fazer juízo de valor sobre o caso. O varejo de eletromóveis, segmento no qual Luiza atua, é um dos mais prejudicados pela crise econômica brasileira.

Declaradamente um defensor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, Flávio Rocha, o principal executivo da varejista Riachuelo encarou o episódio de ontem com Lula como indiferente para os rumos do País e da economia. "A questão não é o que fazem com o Lula, mas sim encerrar este triste capítulo da economia e começar um outro", disse. "O Lula estava sem discurso nenhum. Agora, ele se colocou na posição de vítima e quase me convenceu."

O agravamento da crise política, na avaliação de um dos maiores empresários do programa Minha Casa, Minha Vida traz à tona um outro problema: a falta de lideranças. "Estamos acéfalos", diz Rubens Menin, fundador da incorporadora MRV. "Não temos líderes para conduzir um pacto nacional e levar o País para um porto seguro. Isso é o que mais preocupa." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, criticou os empresários que pedem renúncias e benefícios fiscais. "Nós não sairemos dessa crise se recorrermos apenas ao repertório convencional. Vejo ainda algumas vozes no ambiente empresarial com certa nostalgia, querendo incentivos", disse, durante assinatura de acordo com o Sebrae, nesta quarta-feira (17).

Ainda em sua fala, Monteiro afirmou que o Brasil não pode renunciar à justa missão de ser uma importante plataforma manufatureira no mundo. "Há um espaço imenso para trabalharmos que não tem e não impõe custo fiscal, mas que vai contribuir imensamente e decisivamente para que o Brasil relance sua economia na perspectiva dos desafios que se colocam no futuro", afirmou.

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Sobre mudanças regulatórias, Monteiro pediu que todos façam "uma grande cruzada para remover obstáculos". "A crise serve, sobretudo, para que a gente possa reinventar os processos e torná-los mais simples para ter ganho de produtividade", afirmou.

O acordo assinado entre o MDIC e o Sebrae é mais uma etapa do programa InovAtiva Brasil, que tem objetivo de acelerar startups e oferecer conteúdos online, workshops e mentoriais para criação de negócios inovadores e com alto potencial de crescimento.

Aéreas

Questionado sobre o possível aumento de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras, tema que estaria em discussão na Secretaria de Aviação Civil (SAC), Monteiro disse que considera como "algo positivo", mas ponderou que não responde pelo governo sobre este assunto. E a respeito da ampliação de participação de empresas estrangeiras no pré-sal, Monteiro afirmou que "é algo bem-vindo", mas não quis antecipar a decisão que o Senado tomará quanto ao tema. "O Brasil precisa ser cada vez mais um país que amplia o investimento", frisou.

Argentina

O dirigente do MDIC reforçou ainda que representantes da pasta estão indo à Argentina hoje para discutir um acordo de livre comércio para o setor automotivo entre os dois países. "Precisamos de comércio automotivo livre e esse é um marco que devemos buscar", destacou.

O maior temor dos empresários em relação a 2016 é de que o País não supere a crise econômica. É o que mostra levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). De acordo com a pesquisa, 54% dos comerciantes ouvidos dizem ter receio de que a recessão deste ano se prolongue.

O temor do prolongamento da crise econômica é apontado à frente de outras opções mais voltadas ao próprio negócio do entrevistado, como o risco de não conseguir pagar dívidas (38%), ser assaltado ou vítima de violência (38%) e ser obrigado a fechar a empresa (37%).

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Por sua vez, os empresários se mostram divididos em relação às expectativas para a economia do Brasil. Do total, 53% acreditam que 2016 será igual ou pior que 2015 e 42% têm a expectativa de que 2016 será melhor se comparado ao ano que terminou.

"A atual situação da economia brasileira tem gerado um ciclo vicioso, difícil de interromper. Como a inflação e as taxas de juros estão altas, as vendas caem e as empresas empregam e investem menos", escreveu o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

A crise econômica volta a liderar, ao lado da corrupção, como o problema mais urgente a ser resolvido neste ano, ambas com 69% das menções. Outros problemas apontados pelos empresários brasileiros são os impostos elevados (65%), a inflação (49%), a falta de vontade política (40%) e a violência (39%).

A percepção majoritária também é de que as condições econômicas se deterioraram ao longo do ano passado. Para 75% dos entrevistados, 2015 foi pior para a economia do que 2014. Apenas 5% dos comerciantes e prestadores de serviços notaram que o cenário melhorou e outros 16% disseram que não houve alteração.

Diante disso, mais da metade (58%) dos entrevistados demitiram no ano passado - entre dois e três funcionários, em média. Já para este ano, a previsão é de que 16% dos empresários demitam funcionários.

Foram ouvidos 822 empresários em todo o País entre os dias 1º e 15 de dezembro, por meio de pesquisa telefônica. Do total, 52% das empresas são do setor de comércio varejista e 48%, de serviços.

Prestes a enviar ao Congresso a reforma de um dos tributos mais complexos do País, o PIS, o governo Dilma Rousseff foi pressionado nesta terça-feira, 8, por empresários dos ramos de serviços, comércio e construção civil a não aumentar a carga tributária. Os empresários temem que o governo aproveite a proposta de simplificação do tributo para embutir um aumento de impostos. "Hoje há alíquotas diferentes, diversos regimes específicos, bases de cálculo distintas, redutores, valores agregados... Esses impostos são muito complexos, além de altos, o que dificulta muito a atividade produtiva no Brasil. A simplificação é bem-vinda, mas sem mais aumentos de tributos", disse Adelmir Santana, presidente da Federação de Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio) do Distrito Federal.

Os empresários promoveram hoje em Brasília uma nova rodada do movimento chamado "Mobilização Nacional contra o Aumento do PIS/Cofins", que já percorreu outras capitais do Brasil. No seminário de hoje, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, ouviu críticas de diversos empresários, receosos que não seja cumprida a promessa federal de que a simplificação do PIS não representará aumento de impostos. Rachid é principal responsável pela proposta de mudança no PIS, que foi encaminhada à Casa Civil na segunda-feira, antes de chegar ao Congresso Nacional.

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"Não podemos mais ter qualquer aumento de impostos, estamos no limite", disse Eduardo Levy, presidente da Federação Brasileira de Telecomunicações (Febratel). Já Luiz Carlos Botelho, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF), pediu "transparência" do governo. "A sociedade não conhece nada do projeto, que vai ao Congresso ainda em mistério", disse ele.

Rachid defendeu a proposta federal e foi enfático ao dizer que o governo não vai usar a reforma do PIS e, posteriormente, da Cofins, para aumentar a arrecadação. "Não queremos, com a reforma, cobrar nem mais nem menos. Se cobrar menos, podemos quebrar o Estado, na atual situação. Se cobrarmos mais, geraremos distorções no País. Então nosso objetivo é que a reforma no sistema, com as novas alíquotas e as novas regras, tenha impacto neutro", disse Rachid.

O secretário explicou que o governo decidiu começar pela reforma do PIS, que rende uma arrecadação anual de cerca de R$ 50 bilhões por ano, e depois simplificar a Cofins, que rende mais de R$ 150 bilhões anuais ao governo. O plano final é de unir os dois tributos, simplificados, em um único tributo sobre o valor agregado, uma espécie de IVA, tal qual existe na maior parte dos países desenvolvidos, disse Rachid.

"Não é verdade que nós vamos aumentar a carga tributária. Não vamos aumentar. Podemos até dobrar as alíquotas, se mudarmos a base de cálculo. Um tributo de 10% sobre uma base 100 é o mesmo que um de 20% sobre uma base de 50. Se olhar somente para a alíquota, o empresário pode achar que o imposto dobrou, mas depende da base. Por isso não vamos falar agora de alíquotas, queremos explicar a nova sistemática", afirmou o secretário.

A proposta do governo, de fato, não cita números de alíquotas. Mas o governo já revelou que serão quatro alíquotas do novo tributo, que incide sobre o faturamento das empresas. Haverá a alíquota zero, tal qual existe hoje, para cesta básica, insumos de medicamentos, livros, serviços de transporte e produtos para pessoas com necessidades especiais. Serão criadas as alíquotas intermediária e reduzida. A primeira incidirá para setores da construção civil, telecomunicações, transporte aéreo, parques de diversão, hotelaria, agências de viagens e turismo. Já a alíquota reduzida servirá para os setores de saúde, educação, rádio e televisão, tecnologia de informação, teleatendimento e correios. Os demais segmentos recolherão uma alíquota chamada "modal".

As empresas que hoje estão no regime Super Simples continuarão do jeito que estão e também os regimes diferenciados para os segmentos de medicamentos, agronegócios e para a Zona Franca de Manaus. No caso do Super Simples, segundo Rachid, estão mais de 90% das empresas brasileiras. Nesse regime de tributação simplificada, criado em 2006, estão empresas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano.

O governo definiu que o valor efetivamente pago por uma empresa na etapa anterior de produção vai gerar crédito tributário, no âmbito do PIS. "Haverá o destaque do imposto pago na nota fiscal eletrônica. Em torno de 35% a 40% dos créditos pleiteados hoje pelas empresas são questionados pelo Fisco. Agora, isso será reduzido bastante porque vamos poder acompanhar a distância a apuração desses créditos", disse Rachid. Segundo ele, as mudanças na geração de créditos tributários serão muito boas para as empresas exportadoras. "Com todo o crédito limpo na sua contabilidade, a empresa vai poder compensar, ressarcir, vai tornar seu preço mais limpo, melhorando sua competitividade e os preços de seus produtos no exterior", disse.

O início do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff é visto como um passo em direção à solução do impasse econômico que o Brasil viveu ao longo de 2015, de acordo com empresários ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira, 3. Com a "guerra branca" entre Dilma e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, transformada em embate declarado, a expectativa é que a economia possa finalmente voltar aos trilhos.

Segundo o presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, o mercado quer um desfecho rápido da situação para começar a fazer projetos concretos. "A leitura que eu tenho do mercado como um todo subindo (a Bolsa ganhou mais de 3% hoje) é que todo mundo está esperando que se vire essa página", diz o empresário, dono da terceira maior varejista de moda do País.

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Para Rocha, o impeachment deve ocorrer somente se houver embasamento jurídico. Em sua opinião, porém, só uma mudança de governo vai trazer nova matriz econômica para o País, realmente comprometida com a economia de mercado. "Acho que ainda corremos o risco de termos três anos ruins. Sou pessimista com o atual pensamento econômico, mas muito otimista com a mudança."

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori, afirma que a definição do processo de impeachment já é, por si só, um bom resultado. "Precisávamos de uma definição, pois tudo estava parado". Segundo ele, "agora o processo está andando e é possível ver uma luz no fim do túnel, pois há um prazo para se definir se a presidente fica ou sai".

Desde 2014, o setor de autopeças demitiu 55 mil trabalhadores, 25% de sua mão de obra há dois anos. Butori diz que novos cortes podem ocorrer em 2016 se a situação econômica continuar se agravando. Mas, se houver sinais de melhoras, o quadro ficará estável. O setor opera hoje a 60% de sua capacidade.

Já o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Claudio Bernardes, considera que os investimentos só voltarão a crescer quando a questão do impeachment estiver resolvida. Para ele, é importante que os desdobramentos políticos ocorram o mais rápido possível, de modo a iniciar os ajustes necessários para as contas nacionais, o que poderá destravar os investimentos.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, diz que a entidade não é nem favorável nem contra o impeachment da presidente Dilma. "Acreditamos que as instituições brasileiras estão funcionando e não há nada fora do arcabouço institucional." Para ele, a crise política está corroendo a economia e a sociedade civil deve se unir para buscar saídas para a situação.

A declaração de Moan foi feita em evento em São Paulo que reuniu empresários e sindicalistas em torno de uma agenda de desenvolvimento. "Nosso movimento mostra que entidades com ideologias diferentes conseguiram buscar uma agenda pró-Brasil em torno de uma pauta comum", diz Moan. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton afirmou, nesta quinta-feira (12), que os desafios econômicos que o Brasil enfrenta deveriam ser vistos com mais tranquilidade pelos empresários do país. Em clima de otimismo, ele ressaltou que no Brasil não há conflitos religiosos nem guerras e lembrou os avanços que o país obteve nos últimos 25 anos.

“Não existe como passar por tudo isso [avanços] sem distorções e imperfeições. Enormes oportunidades foram criadas. Não podemos controlar tudo, mas podemos controlar como lidamos com isso”, disse Clinton a empresários brasileiros, no encerramento do 10º Encontro Nacional da Indústria, em Brasília, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). "O barco do Brasil não está afundando”, acrescentou.

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O ex-presidente disse ainda que o Brasil é um país que tem enorme riqueza de recursos naturais e que o progresso social e as políticas inclusivas e econômicas devem encorajar os empresários brasileiros.

Clinton comentou que o melhor livro sobre política que leu nos últimos três anos não foi escrito nem por um político nem por um economista e sim por um microbiologista. A Conquista Social da Terra, de Edward O. Wilson, fala sobre como homens e insetos constroem uma complexa vida social e conseguem se defender de inimigos e sobreviver por meio da cooperação. “O mundo pertence aos cooperadores”, concluiu.

Os empresários envolvidos no financiamento de órgão de segurança da ditadura militar eram movidos pelo receio de que os grupos de esquerda conseguissem instalar no Brasil um regime comunista. Também tinham receio de ações armadas da esquerda que tinham como alvo dirigentes de empresas e de entidades patronais. É o que dizem militares e policiais que trabalharam no Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2.º Exército.

Eles citam como exemplo de ação contra os empresários o assassinato de Henning Albert Boilensen, o executivo da Ultragaz que foi metralhado nos Jardins, na zona sul de São Paulo, em 1971 por um comando formado por integrantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT). Boilensen era acusado pela guerrilha de acompanhar sessões de tortura no DOI - dos participantes da execução, apenas um guerrilheiro escapou vivo da repressão.

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Além do medo de ser assassinado, muitos empresários tinham receio de serem alvo de sequestros. Pelo menos um deles, Theobaldo De Nigris, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), esteve em uma lista preparada pela guerrilha como possível alvo de sequestro naquele ano ao lado do então comandante do 2.º Exército, general Humberto de Souza Mello. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Em seu primeiro compromisso em Bogotá, a presidente Dilma Rousseff reúne-se com um grupo de 20 empresários brasileiros antes de dar início à sua visita de Estado na Colômbia. O principal objetivo da viagem é acelerar acordos comerciais bilaterais, sobretudo para zerar tarifas de exportação e importação.

Grandes construtoras brasileiras com negócios na Colômbia enviaram representantes ao encontro. Entre eles, executivos de empresas envolvidas do escândalo da Operação Lava Jato, como a OAS, Odebrecht e Camargo Corrêa. O diretor-presidente da Petrobras Colômbia, Nilo Azevedo, também marca presença.

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Nesta sexta-feira (9), Dilma deve firmar um acordo para o setor automotivo com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. Por isso, o vice-presidente da Anfavea, Antonio Sérgio Mello, também é outro executivo que acompanha a comitiva presidencial.

Terceira maior economia da América do Sul, a Colômbia é um mercado a ser explorado, sobretudo num momento de retração da economia no Brasil. Depois da Bolívia, a Colômbia é o segundo maior importador da região. "Nosso desafio é exportar mais e acelerar o processo de desgravação", disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, que acompanha a presidente.

Além das empresas já citadas, também participam do encontro com Dilma executivos da Gerdau, Simers, Softex, Alupae Stefanini e Votorantim. Os presidentes de associações como a Abimaq, ABCE e Abit também são convidados da presidente. Hoje, no fim do dia, Dilma encerra fórum empresarial Brasil-Colômbia.

Uma nova edição do evento “Empresário Sombra por Um Dia” será realizada nesta quarta-feira (7), na sede da Junior Achievement de Pernambuco (JAPE), instituição responsável pelo evento. A ideia da ação é possibilitar aos estudantes um momento de acompanhamento da jornada de trabalho de executivos.

De acordo com a JAPE, os jovens poderão acompanhar, durante todo o dia, os empresários da profissão que almejam seguir e participarão de atividades relacionadas à área de atuação, tais como reuniões e negociações. Os estudantes terão que assinar um termo de confidencialidade com a empresa participante, para evitar que informações sigilosas sejam extraviadas.

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Empresas e profissionais interessados em participar das próximas edições do evento como voluntários ainda podem se inscrever através do e-mail miniempresa@jape.org.br. Outras informações sobre a ação devem ser obtidas pela internet ou através do telefone (81) 3241-2277. A JAPE fica na Rua do Riachuelo, 105, na sala 903, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife.

Com a adesão de quase 180 mil empresas em todo o Brasil, o Movimento Compre do Pequeno Negócio, idealizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), caiu no gosto dos empreendedores e vem apresentando bons resultados no Recife. Nesta segunda-feira (5), data instituída como a oficial do Movimento, muitos empreendimentos recifenses estão divulgando a ação através de cartazes e bandeiras, além de informar pessoalmente os benefícios para os clientes.

A Rua Gomes Taborda, localizada no bairro do Prado, Zona Oeste do Recife, é um dos principais pontos comerciais que aderiram ao Movimento. Especialista na venda de amendoins, guloseimas e salgados, o estabelecimento “Amendozé”, há 17 anos no mercado, é um dos que aderiu ao Movimento. Segundo a empresária responsável pelo comércio, Fátima Araújo, a data é muito importante para os empresários.

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“Estou vendo muitas empresas de grande porte fechando. Ao contrário disso, os pequenos negócios estão firmes e fortes, e gerando empregos. Este é um dia de vitória para nós, empreendedores. Hoje eu abro a porta do meu estabelecimento, recebo meu cliente e posso dizer que estou muito feliz. O Movimento Compre do Pequeno Negócio é uma iniciativa que fortalece os empreendedores”, declarou a empresária.

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O engenheiro Carlos Eduardo Ferreira, um dos clientes da Amendozé, elogiou a iniciativa do Sebrae e ainda apontou benefícios para quem opta em comprar aos pequenos negócios. “É uma grande oportunidade para aproximar o comerciante do consumidor, bem como aproxima o cliente da oferta. Sempre busco comprar em pequenos negócios pela localização, já que muitos ficam próximos da minha residência, e sei também que esse tipo de empresa fortalece bastante a economia”, disse o engenheiro.

Próximo à Avenida do Forte, também na Zona Oeste do Recife, o estabelecimento Lojão dos Presentes recebeu um bom número de clientes. De acordo com a gerente do empreendimento, Márcia Jaqueline Félix da Silva, as vendas aumentaram de uma média de 20 por dia para mais que o dobro. “Depois da divulgação do Movimento, estou atendendo pelo menos 50 clientes por dia. Todos nós estamos muito felizes com esta ação do Sebrae”, afirmou Márcia.

Segundo o superintendente do Sebrae em Pernambuco, Oswaldo Ramos, ainda não é possível fazer um balanço do Movimento em Pernambuco, porém, o resultado da ação está sendo mais visível no interior do Estado. Ramos ainda garantiu que novas edições do Movimento serão realizadas. “Mesmo sendo a primeira edição do Movimento, a gente espera que seja construída uma data de fortalecimento do pequeno negócio. Estamos muito otimistas e com certeza vamos conseguir tornar o 5 de outubro uma data comemorativa”, completou o superintendente.

Os pequenos negócios são os empreendimentos que faturam, no máximo, R$ 3,6 milhões por ano. Eles são responsáveis por 95% do total de empresas brasileiras e respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB). Mais informações sobre a ação do Sebrae podem ser conseguidas no site do Movimento Compre do Pequeno Negócio

Levantamento feito pelo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que nove em cada dez empresários não pretendem contratar funcionários para reforçar o quadro das empresas para as festividades de final de ano. O estudo, realizado em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), foi divulgado nesta quinta-feira (1º).

Segundo a pesquisa, quase metade dos empresários que não pretendem contratar disse que sua atual equipe de trabalho será suficiente para atender o público consumidor. Já 11% dos empresários se mostraram inseguros, graças ao histórico de vendas retraídas em 2015, até mesmo nas datas comemorativas.

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Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a crise econômica é o principal fator que está deixando as empresas pessimistas. “Em sua maioria, os empresários brasileiros dos setores de comércio varejista e serviços estão pessimistas com relação à economia do país e isso produz impactos diretos na expectativa deles para o final do ano. O empresariado imagina que os resultados do Natal, a principal data comemorativa em número de vendas e faturamento, serão ruins, o que os impede de investir em infraestrutura e, principalmente, desestimula a contratação de mão de obra”, declara Pinheiro, conforme informações da assessoria de comunicação.

O pessimismo dos empresários continua diante dos 45% dos gestores que acreditam que os resultados das vendas em 2015 serão piores do que em 2014. Baixa expectativa, mudança na política e o atual cenário econômico são as principais causas da incredibilidade. 

Ainda segundo a pesquisa, somente 27% dos entrevistados devem investir apenas no período natalino, enquanto 71% não arcarão com investimentos. De acordo com o levantamento do SPC Brasil e da CNDL, um total de 24.427 vagas temporárias deve ser criado no final deste ano. 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura possíveis irregularidades nos contratos da Petrobras ouve, na tarde desta terça-feira (29), empresários e policiais federais. Os convocados são os delegados Mário Fanton e Rivaldo Venâncio, o agente José Eraldo de Araújo e os empresários David e Daniel Feffer, ex-controladores da empresa Suzano Petroquímica, comprada pela Petrobras em 2007.

Os policiais estão envolvidos em um caso investigado sob sigilo pela Polícia Federal: a descoberta de um aparelho de escuta na cela do doleiro Alberto Youssef em Curitiba, no Paraná. O delegado Fanton aponta irregularidades nas escutas obtidas pela Polícia Federal, que teriam sido instaladas pelo agente Dalmey Werlang, ouvido em julho pela CPI da Petrobras, junto com outro delegado, José Alberto Iegas. Os depoimentos deles são sigilosos.

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Werlang e o delegado Fanton foram denunciados por calúnia pelo Ministério Público, acusados de divulgar a informação de que o grampo era ilegal para tentar anular as provas obtidas pela Operação Lava Jato.

Superfaturamento - Já os empresários foram convocados a pedido do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ) para explicarem como aconteceu a compra da Suzao Petroquímica. Segundo investigações da Operação Lava Jato, a empresa foi adquirida por duas vezes o valor de mercado da empresa.

David e Daniel Feffer comparecem à CPI amparados por um habeas corpus concedido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que dá a eles o direito de não responder as perguntas.

Em depoimento à CPI, o empresário Auro Gorentzvaig disse que a compra da Suzano pela Petrobras foi feita para beneficiar a Odebrecht, controladora da Braskem, uma empresa que tinha como sócia minoritária a própria Petrobras.

*Com informações da Agência Câmara

Em debate na tarde desta quinta-feira, 24, em São Paulo, quatro empresários questionaram o juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato, se a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2010) era uma 'questão de tempo'. Moro disse que 'não fala sobre o que acontece ou não acontece na investigação para o futuro'.

O evento reuniu cerca de 600 convidados no LIDE (Grupo de Líderes Empresariais). Lula não é investigado na Operação Lava Jato, mas antigos aliados seus, quadros históricos do PT, como José Dirceu (ex-ministro-chefe da Casa Civil) e João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do partido) foram presos por ordem de Moro.

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"Dr. Sérgio, várias perguntas sobre um mesmo tema e um mesmo personagem: Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil", disse o empresário João Dória Junior, presidente do LIDE e pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSDB. "Diante do que os autos indicam pode-se afirmar que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma questão de tempo?", emendou Dória, lendo perguntas que lhes foram encaminhadas pelos empresários.

Moro assim respondeu. "Eu não falo sobre o que acontece ou não acontece na investigação para o futuro e acho que este tipo de pergunta deveria ser feita em relação a vários outros personagens tanto dentro da investigação, quanto fora da investigação. É o tipo de pergunta que não tem nem como começar a responder."

A Lava Jato investiga um esquema de corrupção e propina que teria se instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. A força-tarefa do Ministério Público Federal sustenta que o mesmo grupo que atuou na companhia petrolífera teria alcançado seus tentáculos por outras estatais, inclusive, ministérios. Para os procuradores, a Lava Jato apura um esquema de compra de apoio político para o governo federal através de corrupção.

O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava Jato, afirmou na segunda-feira, 21, que 'não tem dúvida nenhuma' de que os maiores escândalos de corrupção da história recente do País - Mensalão, Petrolão e Eletronuclear - tiveram origem na Casa Civil do Governo Lula.

José Dirceu, que ocupou a Casa Civil do ex-presidente entre 2003 e 2005, é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi condenado no início da semana a 15 anos de prisão. Ele foi acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ex-tesoureiro foi acusado de intermediar repasse de R$ 4,2 milhões para o partido.

Lula não é investigado, mas há duas semanas a Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para ouvir o ex-presidente no inquérito principal.

O Instituto Lula informou que não se manifestará.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, afirmou nesta quinta-feira, 24, que o "problema da corrupção é mais amplo e que transcende as questões político-partidárias". Moro foi o principal palestrante do almoço-debate promovido pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais - em São Paulo.

O magistrado não comentou o "fatiamento" de um dos desdobramentos da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal, na quarta-feira, 23. A maioria dos ministros entendeu que a investigação que envolve a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) não deve ficar somente sob relatoria do ministro Teori Zavascki, responsável pelo caso na Corte, e sob os cuidados do juiz Sérgio Moro, que conduz a operação na primeira instância, em Curitiba.

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Na segunda-feira, 21, antes do julgamento do plenário do STF, o juiz da Lava Jato afirmou, em sentença que impôs 15 anos de prisão para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, que a "dispersão das ações penais não serve à causa da Justiça". Segundo ele, a decisão de manter o processo na capital paranaense "não é fruto de arbitrariedade judicial".

Corrupção

Em sua palestra na Lide, o juiz federal citou quatro ações penais da Lava Jato que já tiveram sentença proferida, sobre os quais lhe é permitido falar, para afirmar que, ao menos nestes casos, constatou-se indícios de "pagamento sistêmico de propinas a agentes públicos" para a celebração de contratos junto a agentes públicos. "O que se percebe é que havia uma certa naturalização da propina", disse.

O magistrado lembrou que, ao menos nestes casos, durante a investigação houve uma certa dificuldade de se obter, até entre os réus confessos, do motivo para o pagamento de propinas. "Não houve extorsão, houve uma naturalização do pagamento de propinas, o que é extremamente assustador".

Moro encerrou sua palestra citando uma frase em italiano, cuja tradução diz: "uma população inteira que paga propina é um povo sem dignidade". "Isso aplica ao nosso caso aqui", disse.

O juiz da Lava Jato participou de um almoço-debate com executivos no Grupo de Líderes Empresariais (Lide). O magistrado discursou para uma plateia com cerca de 600 empresários, líderes e autoridades, sobre as "Lições das Operações Mãos Limpas" - emblemática investigação sobre corrupção na Itália, na década de 1990.

O empresário Carlos Alberto Sicupira, mais conhecido como Beto Sicupira, recebeu na quarta-feira (2) em sua casa, em São Paulo, grandes empresários e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O ponto central do encontro foi a discussão de medidas que possam garantir o ajuste fiscal e evitar que o Brasil perca o selo de bom pagador das agências internacionais de classificação de risco que avaliam o grau de investimento dos países.

O encontro também foi organizado para prestar apoio a Levy, que nos últimos dias pareceu fragilizado e na iminência de perder o cargo. Os empresários têm o ministro em alta conta por considerá-lo "profissional com espírito público e profundo conhecimento das contas do governo", conforme definiu à reportagem um dos participantes do jantar.

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O grupo de empresários, que costuma se reunir de maneira informal, mas periódica, para discutir grandes temas nacionais, conta com pesos pesados da economia brasileira. O anfitrião, Beto Sicupira, é sócio de empresas globais, como a cervejaria Anheuser-Busch Inbev, dona da marca Brahma, e a rede fast food Burger King, em parceria com os investidores Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles.

Também estavam presentes Edson Bueno, maior controlador da rede de laboratórios Dasa; Jorge Gerdau, da siderúrgica Gerdau; Pedro Passos, fundador e sócio da Natura; Josué Gomes, presidente do grupo têxtil Coteminas; Carlos Jereissati, controlador de redes de shopping center e com importante participação na empresa de telefonia Oi; João Moreira Salles, filho do banqueiro Pedro Moreira Salles, que tem participação no Itaú Unibanco; Mateus Bandeira, presidente da consultoria fundada por Vicente Falconi, além do próprio especialista em gestão.

Agendas

Os empresários defendem duas agendas de reformas fiscais, uma de curto prazo e outra de caráter estrutural, que demanda tempo. No curto prazo, defendem cortes pontuais de gastos, como suspender desonerações e melhorar os desembolsos em áreas sociais, em especial a gestão dos gastos com saúde, qualificados como "uma bagunça" por outro empresário com quem a reportagem conversou.

Levy explicou como estava o andamento do ajuste e que seria necessário aumentar impostos, que não é uma alternativa palatável para o setor empresarial. "Existe um falso dilema em discussão: de que aumentos de impostos podem preservar benefícios sociais no Brasil", disse um dos empresários. "Mas a verdade é que aumento de impostos penaliza justamente a população com menor poder aquisitivo", afirmou ele. Para o grupo, aumentos de impostos seria uma alternativa amarga demais no "momento em que a economia está padecendo".

As ações da agenda de longo prazo ainda exigiriam um estudo mais aprofundado, mas entre os temas que com certeza devem ser incluídos está a reforma da Previdência. "O que precisa ficar claro é que todos nós estamos dispostos a contribuir com propostas e fazer a nossa parte", comentou o empresário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente Michel Temer reconheceu nesta quinta-feira (3), em encontro com empresários e ativistas de oposição à presidente Dilma Rousseff em São Paulo, que será difícil a petista concluir o mandato se a situação econômica e política do País não melhorar até meados do ano que vem. "Hoje o índice (de popularidade) é realmente muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice baixo", avaliou. "Se continuar assim, 7% de popularidade, de fato fica difícil passar de três anos."

Temer foi questionado pelos participantes do encontro sobre os cenários que podem levar ao impeachment. O vice procurou mostrar lealdade ao governo e disse que Dilma "não é de renunciar". O peemedebista chegou a fazer graça com o risco de cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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"Espero que o governo vá até 2018. A hipótese de cassação pelo TSE eu nem discuto. As instituições têm que funcionar normalmente", afirmou. "Se o TSE cassar a chapa, acabou. Eu vou para casa feliz da vida." Diante da reação do público, de cerca de 50 pessoas, fez uma retificação: "Não sei se feliz ou não, cada um tem a sua avaliação".

O encontro foi organizado pela empresária Rosângela Lyra, que disse integrar o movimento Acorda Brasil, de oposição ao governo Dilma Rousseff, mas não "responsável" pelas posições desse grupo. "Do Política Viva sou responsável", afirmou, sobre o projeto feito para "levar consciência (política)" aos participantes. Temer foi o décimo político convidado. Os nove anteriores eram de oposição ao PT.

Oportunismo

"O senhor vai passar para a história como oportunista ou estadista?", perguntou o empresário Fábio Suplicy a Temer. O vice não disfarçou a irritação na resposta. "Em momento nenhum eu agi de maneira oportunista. Muitas vezes dizem: 'O Temer quer assumir a Presidência'. Mas eu não movo uma palha, porque aí sim eu seria oportunista."

O vice também falou sobre a tentativa frustrada do governo de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. "Talvez, se não fosse a minha posição na semana passada na CPMF, o Orçamento não viria com déficit. Mas eu confesso que, quando a presidente me ligou para dizer que a equipe econômica tinha decidido pela CPMF, eu fiz uma ponderação", disse. "A situação do governo já não é boa aos olhos da população. Não é boa aos olhos do Congresso. O governo sofrerá uma derrota fragorosa no Congresso. Será uma derrota política e outra econômica."

Temer voltou a explicar sua declaração no início de agosto, quando disse que o Brasil precisaria de "alguém para reunificar o País". "A declaração gerou muita controvérsia porque despertou o País. Alguém precisava dizer ao País que a crise é grave. Ficava um disfarce muito grande", justificou.

Depois de ver o correligionário Paulo Skaf, presidente da Fiesp, defender na semana passada a demissão do ministro Joaquim Levy, o vice reiterou o apoio ao titular da Fazenda. "A saída do Levy será prejudicial ao País. Vamos dar apoio expresso a ele." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em mais um gesto de aproximação com o setor produtivo, a presidente Dilma Rousseff convidou sete grandes empresários para um jantar no Palácio da Alvorada na última terça-feira, em que reconheceu as dificuldades com a crise econômica na China e pediu ajuda para superar a encruzilhada na qual se encontra o Brasil.

Segundo um dos participantes, Dilma ouviu dos executivos um compromisso com a estabilidade, um gesto interpretado pelo Palácio do Planalto como uma nova blindagem às movimentações pelo impeachment da presidente.

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"Nós estamos vivendo um momento difícil. Temos de sair disso juntos e todos têm de ajudar", afirmou Dilma, no encontro, que se estendeu por cerca de quatro horas. Marcaram presença os executivos Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Benjamin Steinbruch, da CSN, Cledorvino Belini, da Fiat, Joesley Batista, do grupo JBS, Edson Bueno, da Dasa, Josué Gomes da Silva, da Coteminas, e Rubens Ometto, da Cosan.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, Dilma reconheceu que há "dificuldades reais" colocadas no horizonte, pediu ajuda do setor privado para superar a crise e garantiu que o objetivo da política econômica do governo é a retomada do crescimento.

Do outro lado, recebeu mensagens de apoio à estabilidade do País, mas também ouviu do setor privado preocupação com a governabilidade.

Os empresários também reclamaram com Dilma da alta taxa de juros, que afeta os negócios. Os que mais se queixaram foram Benjamin Steinbruch, do setor de siderurgia, e Josué Gomes da Silva, da Coteminas.

Dilma disse considerar a reclamação "fantástica" e explicou o motivo. "Antes vocês falavam que eu interferia no Banco Central, mas o Banco Central tem plena autonomia. Então agora vocês querem que eu interfira?", questionou ela, de acordo com relato de participantes do jantar.

Trabuco demonstrou preocupação com a necessidade de uma reforma na Previdência e sugeriu que a presidente iniciasse um processo de longo prazo para evitar desgastes pontuais ao atual governo e aos futuros.

Nas últimas semanas, a presidente vem colhendo frutos positivos dessa reaproximação com o empresariado. Benjamin Steinbruch (CSN), Roberto Setubal (Itaú) e Abílio Diniz (BRF) foram algumas das vozes a fazer, em público, coro à afirmação de que o Brasil sofre hoje o rescaldo da crise externa, especialmente da China.

Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) também estiveram presentes ao jantar. Segundo Monteiro, Dilma ressaltou que ainda não é plenamente conhecida a extensão da crise na China, que ganhou mais peso com o anúncio do Banco Central chinês de redução nas taxas de juros e afrouxamento das taxas de depósito compulsório para acalmar os mercados.

Na avaliação de Monteiro, o diálogo foi "franco e produtivo". "A presidente mais ouviu do que falou. Ninguém manifestou posição de falta de confiança, todos querem ver o Brasil superar essas dificuldades. É importante que todos possam dar uma contribuição."

No Palácio do Planalto, a expectativa é de que o resgate da popularidade da presidente se dará com os primeiros sinais de recuperação da economia. Além de intensificar a interlocução com executivos de grandes empresas, Dilma tem aproveitado as viagens por capitais nordestinas para se encontrar com empresários regionais, em uma tentativa de "injetar" otimismo na economia.

Agenda

O vice-presidente Michel Temer, que anunciou sua saída do "varejo" da articulação política, não foi informado sobre o encontro de Dilma. Temer participa hoje, em São Paulo, de um novo jantar com empresários, organizado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB). Alguns nomes que se encontraram com Dilma anteontem, como Trabuco, também estarão no evento desta quinta-feira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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