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As Forças Armadas iniciaram na noite desta sexta-feira (29) as atividades de patrulhamento nas ruas de Natal. A autorização para envio das tropas federais ao Rio Grande do Norte foi confirmada nesta sexta pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, a partir de liberação do presidente Michel Temer. O Estado vive uma crise na segurança pública diante do aquartelamento de policiais militares, que pedem melhores estruturas de trabalho e pagamento de salários que estão atrasados.

Pelo Twitter, o governador do Estado, Robinson Faria (PSD) informou o início das atividades. "O Exército começou agora à noite o patrulhamento nas ruas de Natal. Já são 500 homens das Forças Armadas atuando na segurança pública. Nos próximos dias serão mais 1,5 mil para reforçar o trabalho ostensivo". Essa é a terceira vez desde outubro de 2016 que o Estado recebe o apoio das Forças Armadas para patrulhamento das ruas diante de crises na segurança.

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"Chegamos à conclusão que dada a permanência do impasse na questão salarial e a recusa dos policiais militares e dos policiais civis de voltarem suas atividades normais, nós levamos ao presidente Michel Temer, a nossa avaliação que se faz necessária uma ação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), deslocando tropas para o Rio Grande do Norte", declarou na manhã desta sexta o ministro da Defesa, segundo nota divulgada pela pasta.

O decreto autorizando o início da operação de GLO deve ser publicado nesta sexta e com um prazo inicial de duração de 15 dias, podendo ser renovado. Jungmann estará em Natal neste sábado, 30. "Em duas vezes anteriores, garantimos a vida, a tranquilidade, a propriedade e a observância da lei, que são devidas ao povo potiguar. Pretendo me deslocar para Natal amanhã cedo para tomar conhecimento e para participar das atividades de planejamento e coordenação".

Ele deverá permanecer na cidade durante o réveillon como "gesto simbólico de solidariedade" com "aqueles rapazes que vão deixar esposas e filhos para garantir a família daqueles que vão festejar o ano-novo". Jungmann ainda fez um apelo para que os policiais retomem as atividades. "Nós entendemos as situações difíceis, a falta de salário, equipamentos, mas acima disso existe um valor maior, o juramento que faz um policial militar de defender a comunidade e a vida daqueles a quem serve. Apesar de todas as vicissitudes, o valor mais sagrado que temos é a vida e quando a sociedade os dota de armas e equipamento para defendê-la, os faça na confiança que deposita

Dois dias após a saída das Forças Armadas da Rocinha, na zona sul do Rio, a favela voltou a registrar tiroteios, na manhã deste domingo, 1º de outubro. De acordo com a Polícia Militar, o confronto foi causado entre policiais do Batalhão de Choque e criminosos, na Rua 2. A assessoria da PM informou que policiais estão "vasculhando o local", mas não respondeu se houve feridos.

Segundo a nota enviada pela PM, 500 policiais militares atuam "em 15 pontos de cerco e em 14 pontos de contenção no interior da comunidade", além do patrulhamento das tropas especiais. A polícia também faz operação no Morro do Vidigal, vizinho da Rocinha, com o Batalhão de Ações com Cães (BAC). Ainda não há informações de prisões.

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Pelo quarto dia consecutivo, 950 homens das Forças Armadas continuam com o cerco à Favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro. O clima é de aparente tranquilidade e as pessoas tentam retomar a rotina normal saindo de casa para o trabalho. Durante a madrugada de hoje (25), não houve confronto entre as forças de segurança e traficantes de drogas. O comércio mais próximo da autoestrada Lagoa-Barra está aberto.

Apesar disso, as unidades de ensino da comunidade vão ficar fechadas nesta segunda-feira por motivo de segurança. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, seis escolas, duas creches e um Espaço de Desenvolvimento Infantil não estão funcionando, e mais de 3 mil crianças vão ficar sem aula hoje. Além disso, pelo menos duas escolas particulares que ficam próximas à favela cancelaram as aulas: a Escola Parque e a Escola Americana, também por medida de segurança.

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A Polícia Militar realiza duas operações para tentar prender os envolvidos na disputa pelo comando do tráfico de drogas no morro da Rocinha. Homens do Batalhão de Choque fazem incursões na comunidade.

Já a tropa do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) está no morro do Turano, no Rio Comprido, zona norte da cidade. Os militares subiram pela Rua do Bispo e Barão de Itapagibe, dois principais acessos ao morro. Na subida dos militares do Bope houve confronto. Neste momento, dezenas de moradores da comunidade tentam fechar a Rua do Bispo, em protesto contra a presença da tropa do Bope.

A comunidade é dominada pelo Comando Vermelho, facção rival da Amigos dos Amigos (ADA), que comanda a Rocinha. De acordo com a Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, o bando liderado pelo traficante Rogério Avelino dos Santos, o Rogério 157, teria mudado de facção e alguns deles teriam fugido para o Turano. A Polícia Militar ainda não divulgou informações sobre prisões ou apreensões de armas e drogas.

Um dia após o cerco feito por 950 homens das Forças Armadas à Rocinha, na zona sul do Rio, três traficantes foram mortos e nove suspeitos, presos em operações militares e policiais. Dezenove fuzis e nove granadas também foram apreendidos, segundo balanço da Secretaria de Segurança à noite. A chegada das tropas, porém, não inibiu novos tiroteios na comunidade ao longo do dia. Ainda houve confrontos em outras regiões da cidade.

Entre os detidos, está o traficante Luiz Alberto de Moura, conhecido como Bob do Caju, acusado de planejar o ataque à Rocinha no último domingo. Ele foi capturado por policiais civis na Ilha do Governador, na zona norte. Outros quatro suspeitos, supostamente ligados ao bando de Antonio Bonfim Lopes, o Nem, foram presos pela Polícia do Exército ao tentar entrar na Rocinha de carro. À tarde, em outras ações policiais, três suspeitos foram mortos no Alto da Boa Vista, na zona norte, e mais cinco, presos.

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O grupo invasor seguiria, diz a polícia, ordens de Nem. Ele, do presídio federal de Rondônia, teria comandado a invasão da Rocinha. O objetivo era tomar o comando do tráfico de drogas de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que assumiu após Nem ser preso.

Embora pertençam ao mesmo grupo criminoso, a facção Amigo dos Amigos (ADA), Nem e Rogério estão agora em bandos rivais. A quadrilha ligada a Rogério estaria na parte alta da favela, escondida na mata.

Lá, no início da tarde, foram ouvidos disparos. Os tiros aconteceram enquanto as autoridades de segurança davam entrevista, no Centro de Comando e Controle, no Alto da Boa Vista.

Na madrugada, os tiros na Rocinha foram intensos. Quatro bandidos renderam um taxista em seu carro e tentaram entrar na comunidade. Mas foram abordados por PMs, houve confronto e eles fugiram.

A polícia suspeita que Rogério estava entre eles. Segundo o delegado Antônio Ricardo, da 11ª DP (Rocinha), a descrição de um dos ocupantes do carro "bate" com características de Rogério. Esse bandido teria sido chamado de "pai" pelos outros e dito que não deixaria a comunidade. "Ele está acuado. A prisão deve acontecer a qualquer momento", disse Ricardo.

Quando os bandidos cruzaram com os soldados, o taxista conseguiu pular do carro e se esconder debaixo de uma caçamba de lixo. "Fiquei até que o confronto terminasse. Deus é muito bom. Graças a Ele saí ileso."

Outro motorista, um estudante, foi sequestrado na zona sul em seu carro, também com o intuito de furar o bloqueio de militares e PMs. Foi nesse incidente que quatro bandidos foram presos pela Polícia do Exército.

Dos fuzis, a maioria (dez) foram achados por policiais civis em um carro no Caju, área dominada pelo bando de Bob. O armamento seria levado ao Morro do São Carlos, na região central, para bandidos que agiriam na Rocinha. Essas armas já teriam sido usadas na invasão do último domingo e voltado ao Caju por causa das operações.

Nenhum fuzil havia sido encontrado nas três operações conjuntas de militares e polícias desde a chegada das tropas. O total de drogas apreendidas ontem não foi divulgado.

Caçada

Segundo o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, não há informações sobre possível nova invasão à Rocinha. Houve buscas na mata do alto da comunidade atrás de traficantes. "Com o contingente que temos lá, hoje mantemos a situação estável. Vamos continuar buscando na mata."

Sá ainda negou que tenham sido expedidos mandados coletivos de busca para serem cumpridos na Rocinha. Esse instrumento permite que quarteirões inteiros sejam vasculhados pela polícia, sem endereços especificamente determinados. É criticado por advogados e ativistas de direitos humanos, que defendem a definição de endereço para coibir excessos. Sá, porém, não descartou a medida.

E não há prazo para a retirada das tropas. O Exército disse ter sido inevitável fazer controle mais forte na Rocinha anteontem, quando o cerco militar começou, mas que desde ontem a população já estaria liberada para se locomover normalmente.

Ontem, porém, a movimentação era baixa para um sábado e moradores eram revistados. "Antes de o dia clarear, ouvimos muitos tiros", contou uma moradora. "Depois ficou calmo. Mas não saí de casa ainda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) rebateu, em nota encaminhada à imprensa, os argumentos do governador Paulo Câmara (PSB) e seus aliados que classificaram o pedido do colegiado para que seja solicitada a ajuda das Forças Armadas visando conter os índices de violência no estado como “eleitoreira”. Assinada pelo líder da bancada, deputado Silvio Costa Filho (PRB), o documento diz que lamenta “profundamente a postura” do pessebista ao “ reduzir o drama enfrentado pela população”. 

“Não admitimos que os mais de 12 mil assassinatos nos 32 meses de vossa gestão sejam tratados desta forma, nem tampouco os quase 85 mil casos de roubos e assaltos, os mais de 20 mil casos de violência contra mulher, nem os mais de 1.300 registros de estupros. O que o governador do Estado classifica de ação eleitoreira, na verdade é o drama vivido no dia a dia por milhões de pernambucanos, do litoral ao sertão”, destaca no texto. 

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Na nota, a bancada afirma que a preocupação deles com o crescimento da criminalidade no estado não é apenas do grupo, mas de outras entidades. “O Tribunal de Justiça de Pernambuco, por exemplo, relembrou em nota recente que Pernambuco foi responsável por metade do aumento da criminalidade registrado no país registrado este ano, enquanto estamos vizinhos como a Paraíba e a Bahia apresentam queda nos índices de homicídios. Estariam todos com ação eleitoreira?”, indaga.  

A oposição sustenta também no documento que “diferentemente do que afirma o governador à imprensa, a escalada da violência é reflexo da forma como a segurança é tratada em sua gestão”.  O grupo lembrou que apesar de esta semana ter sido incluído 1,5 mil novos policiais no efetivo do estado outros 1.576 militares já com previsão de aposentadoria a partir dos próximos meses. 

“A Bancada de Oposição vem tratando deste tema e cobrando ações emergenciais desde o início da atual gestão. Solicitamos audiências com o governador, assento para a Assembleia Legislativa no comitê gestor do Pacto pela Vida, instalação de Gabinete de Crise, convocação da Força Nacional, entre outras medidas. Mas, infelizmente, tivemos apenas o silêncio como resposta. Esperamos que, agora que o governador Paulo Câmara resolveu romper o silêncio, que o Governo do Estado tenha o equilíbrio e a responsabilidade necessária para compreender e agir, de maneira enérgica e estrategicamente, para tirar o Estado desta grave crise”, destaca a nota.

Por fim, o colegiado diz que sempre se colocou à disposição para ajudar a construir uma saída para essa realidade. “Se alguém tem a intenção de eleitoralizar esse debate, não somos nós”, conclui.

O Ministério da Defesa autorizou nestas sexta-feira, 22, o envio das Forças Armadas para reforçar no patrulhamento da Rocinha, favela mais conhecida do Rio, em São Conrado, zona sul da capital. O pedido foi feito pelo governador Luiz Fernando Pezão, em razão de mais um confronto, com tiroteio, ocorrido na favela.

Por conta disso, Autoestrada Lagoa-Barra, que passa pelos acesso da Rocinha e é a principal via de acesso entre a zona sul do Rio e a Barra da Tijuca, na zona oeste, teve de ser fechada.

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"Não vamos recuar dentro da Rocinha. É o quinto dia de operações. Ontem (quinta), descobrimos uma grande quantidade de armamento e drogas", afirmou Pezão, após dar palestra na Sessão Especial do Fórum Nacional, organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no Rio.

Segundo Pezão, as forças de segurança do Estado, incluindo o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) estão avançando numa região da Rocinha em que os traficantes teriam se concentrado.

"Estamos com indícios de traficantes numa região sobre a qual estamos avançando. Temos certeza de que a reação que está ocorrendo no asfalto é por causa disso. Pedimos reforço embaixo para dar tranquilidade", afirmou o governador.

O pedido para uso das Forças Armadas é para reforçar o policiamento nos acessos à Rocinha, garantindo a circulação pelas vias que passam no entorno, como a Autoestrada. Houve registro de confrontos em outras favelas do Rio, mas o reforço foi pedido apenas para a Rocinha. "A gente precisa agora na Rocinha", disse Pezão.

Tiroteio

A Rocinha passou por um intenso tiroteio na manhã desta sexta-feira. Por volta das 10h, a prefeitura bloqueou a estrada Lagoa-Barra e fechou o túnel Rafael Mascarenhas, nos dois sentidos. A Polícia faz operação no local desde o inicio da manhã, com participação do Batalhão de Choque.

Depois de uma semana de mal-estar entre o Ministério da Defesa e a Secretaria de Segurança do Rio, o ministro Raul Jungmann e o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) se reuniram nesta quinta-feira, 21, para uma trégua e anunciaram que as ações integradas de segurança com as Forças Armadas vão continuar.

O encontro no Palácio Guanabara durou duas horas e foi encerrado por um pronunciamento em tom cordial, após uma sucessão de críticas, nos últimos dias, feitas pelo próprio Jungmann e por autoridades do setor, como o secretário de Segurança, Roberto Sá, e o chefe da Polícia Civil, Carlos Leba. Ninguém da secretaria participou da reunião.

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Pezão disse que "afinou a viola" com Jungmann. O ministro, por sua vez, disse que fez uma D.R (discussão de relacionamento) com o governador do Rio, e acertou as diferenças.

"Afinamos a nossa viola, discutimos a relação e acertamos os nossos passos", disse o governador. "Esse é um processo novo da área de segurança. Tenho certeza que para todas as forças os resultados que já estamos alcançando nesses meses de ação são bons. Nunca tive dúvida de que a cada tempo que nós formos abraçando essa parceira nós vamos melhorá-la mais", completou.

Pela manhã, antes do encontro, Jungmann tinha dito que procuraria "resolver determinados desajustes ou dificuldades que são do desconhecimento de todos". "Tem problema? Tem. Cabe a gente resolver isso. A sociedade quer e exige isso. Nós vamos ficar aqui até o último dia. Nosso time tem que, cada vez mais, melhorar o desempenho. Então vamos sentar e fazer uma DR", declarou.

Jungmann também comentou o pedido feito no Twitter por Sá: o patrulhamento das Forças Armadas em 103 áreas conflagradas. Inicialmente, o ministro afirmou que não aceitaria, mas depois afirmou que a decisão também cabe ao presidente Michel Temer (PMDB).

"Nós ainda não recebemos esse pedido oficialmente. Mas vamos avaliar com a melhor das boas vontades. Quando eu disse não foi porque isso não estava dentro das diretrizes da GLO (Garantia da Lei e da Ordem), mas isso não quer dizer que não vamos analisar com boa vontade", disse o ministro.

O governador e o ministro também anunciaram que, nos primeiros quinze dias de outubro, o presidente Michel Temer (PMDB) vai anunciar um pacote para ajudar nas áreas sociais das favelas do Rio. "Tenho certeza que, cada vez mais, (a integração) vai servir de exemplo para o País, ainda mais com essa entrada pela área social, que sempre foi uma grande demanda das comunidades", disse. Pezão também agradeceu o "empenho" de Temer na ajuda das Forças Armadas no Rio.

Os dois também exaltaram em conjunto dados positivos do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP) sobre a Operação Furacão, uma das ações integradas, iniciada no dia 28 de julho. Ela tem finalidade de combater a violência e o crime organizado no Estado do Rio, com mais de 10 mil agentes de segurança (8.500 das Forças Armadas, 620 da Força Nacional de Segurança, 380 da Polícia Rodoviária Federal e 740 das forças de segurança locais).

Segundo o ISP, depois do programa (29 de julho a 22 de agosto), o roubo de carga diminuiu 43% (585 casos contra 1041), os roubos a transeuntes 32% (6.286 contra 9.265) e os homicídios 22% (393 contra 508).

Depois de uma longa conversa no Ministério da Defesa, de quase uma hora, o ministro Raul Jungmann e o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, decidiram encerrar a polêmica criada pelo general da ativa Antonio Hamilton Martins Mourão que, em palestra na última sexta-feira, em uma Loja Maçônica, em Brasília, defendeu a possibilidade de intervenção militar, diante da crise política que toma conta do País. Ficou acertado entre os dois que o general não sofrerá uma punição formal, para que não se transforme em um herói interno.

Contudo, o general Villas Bôas, que foi convocado por Jungmann para a reunião, vai chamar o general Mourão para lhe advertir que quem fala pelo Alto Comando é ele, que sua fala foi inconveniente e que é preciso buscar a estabilidade, legalidade e legitimidade, de forma que o Exército não seja fator de instabilidade.

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Todo esse desfecho do episódio foi acertado, passo a passo, entre Jungmann e Villas Bôas, com muitas idas e vindas, com objetivo de evitar rusgas e problemas à autoridade de ambos.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, participou das negociações para solução do caso. Mourão deve ir para a reserva daqui a seis meses e é candidato a presidente do Clube Militar, em eleição prevista para maio do próximo ano.

Jungmann concordou com o comandante que Mourão não pode ser transformado em vítima e ficou acertada uma manifestação de Villas Bôas em relação ao fato. Na conversa, o comandante informou que tomou providências internas, com repasse de orientações ao Alto Comando do Exército com objetivo de evitar qualquer tipo de nova saia justa para a instituição. A solução acabou entendida por Jungmann.

O general Villas Bôas avisou aos generais integrantes do Alto Comando que ele, o comandante, é o único que pode falar pelo colegiado ou pelo Exército, e a expressar o pensamento da Força.

Durante a palestra, o general Mourão havia dito que sua visão sobre as soluções para a crise "coincidem com as dos companheiros do Alto Comando do Exército". O general Villas Bôas disse ainda a Jungmann que no recado dado aos generais quatro-estrelas reforçou sua posição de buscar estabilidade, legalidade e legitimidade, de forma que o Exército não seja fator de instabilidade. Falou também da importância da coesão da Força, considerada essencial, particularmente neste momento, e que o Exército já compreendeu a importância da serenidade para vencer os desafios que estão sendo enfrentados no País.

De acordo com interlocutores dos dois lados, Jungmann e Villas Boas se entenderam e a solução para o caso foi de consenso. Um dos interlocutores procurados pelo Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) contou que eles alinharam as posições, preservando suas autoridades.

O consenso é que esta foi a melhor solução porque qualquer outro movimento poderia trazer para o Exército um problema político, já que poderiam surgir mais demonstrações de solidariedade criando uma bola de neve, com Mourão se transformando em vítima.

A princípio, Jungmann, que deixou o caso na mão de Villas Bôas, por ser ele o superior hierárquico direto do general Mourão, queria uma solução mais drástica para o caso, pelo problema político criado por ele. Mas, depois, foi convencido de que, a melhor coisa, neste momento, é evitar aumentar o grau da temperatura.

A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta quarta-feira, 20, um convite ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, para prestar esclarecimentos sobre as declarações do secretário de Economia e Finanças do Exército, general Antônio Hamilton Mourão, sobre uma suposta intervenção militar no País.

Em palestra na semana passada, que foi filmada e realizada na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, Mourão afirmou que os "companheiros do alto-comando do Exército" entendem que uma "intervenção militar" poderá ser adotada se o Judiciário "não solucionar o problema político".

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A convocação do ministro foi requisitada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mas transformada em convite na reunião do colegiado na manhã desta quarta-feira. A transformação da convocação em convite foi uma sugestão do senador Sérgio Petecão (PSD-AC).

"Conheço Jungmann já há muito tempo e tenho certeza que ele virá", disse o senador Paulo Paim (PT-RS), vice-presidente da comissão.

Sem punição

Na terça-feira, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, o comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, minimizou as declarações de Mourão e disse que ele não será punido, sob argumento de que é necessário contextualizar a fala dele, que se deu em um ambiente fechado, após ter sido provocado. "Ele (Mourão) não fala pelo alto-comando, quem fala pelo alto-comando e pelo Exército sou eu", afirmou Villas Bôas.

No pedido, Randolfe critica a "absurda e inquietante omissão do governo, em relação a essa afronta direta à Constituição e à democracia". "De fato, não ouve notícia, até o presente momento, de quaisquer reações do ministro da Defesa e do presidente da República, no que tange a essa grave ameaça às instituições democráticas brasileiras", diz o senador.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada na segunda-feira, Mourão afirmou que não estava "insuflando nada" ou "pregando intervenção militar" e que a interpretação das palavras dele "é livre". Ele afirmou ainda que na palestra falava no próprio nome, não no do Exército.

Oficiais-generais ouvidos pelo Estado haviam criticado a fala de Mourão, considerada "desnecessária".

Na entrevista a Bial, Villas Bôas disse que "ditadura nunca é melhor" e que é preciso entender que o regime militar (1964-1985) ocorreu em um momento com Guerra Fria e polarização ideológica. Hoje, segundo ele, o País tem instituições amadurecidas e um sistema de peso e contrapeso que dispensa a sociedade de ser tutelada.

Ainda sobre Mourão, Villas Bôas disse que ele é "um grande soldado, uma figura fantástica, um gauchão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O general quatro-estrelas da reserva Augusto Heleno publicou nesta terça-feira, 19, em uma rede social, uma declaração de apoio ao general da ativa Antonio Hamilton Martins Mourão, que, em uma palestra na sexta-feira passada, dia 15, defendeu a possibilidade de intervenção militar em razão da crise política no País. Heleno foi o primeiro comandante brasileiro da Força de Paz no Haiti, em 2004. "Meu apoio irrestrito ao meu amigo de longa data e respeitado chefe militar (Mourão)", escreveu Heleno, no Facebook.

No texto de desagravo, o general afirmou que é "preocupante o descaramento de alguns políticos, indiciados por corrupção e desvio de recursos públicos, integrantes da quadrilha que derreteu o País, cobrando providências contra um cidadão de reputação intocável, com 45 anos de serviços dedicados à Pátria". "Aconselho que, pelo menos, se olhem no espelho da consciência e da vergonha", escreveu Heleno.

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"Em resposta a uma pergunta, colocada diante de uma plateia restrita (na Loja Maçônica de Brasília), ele (Mourão) limitou-se a repetir, sem floreios, de modo claro e com sua habitual franqueza e coragem, o que está previsto no texto constitucional. A esquerda, em estado de pânico depois de seus continuados fracassos, viu nisso uma ameaça de intervenção militar. Ridículo", afirmou o general da reserva.

Apoio

A postagem de Heleno recebeu apoio nos comentários. Além disso, segundo monitoramento feito por integrantes das Forças Armadas, 95% das postagens sobre o assunto foram de apoio às declarações de Mourão.

A fala de Mourão, porém, causou saia-justa no comando das Forças Armadas. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, convocou o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para pedir explicações em relação às declarações do militar e "orientá-lo quanto às providências a serem tomadas". Villas Bôas disse nesta terça-feira ao jornal O Estado de S. Paulo que "as declarações do general Mourão não podem ser consideradas fora do contexto". Ele, no entanto, defendeu uma solução interna sem punição ao militar.

Mourão, que atualmente ocupa o cargo de Secretário de Economia e Finanças do Exército, em outubro de 2015 já ficou no centro de outra polêmica, quando criticou o governo petista e a então presidente, Dilma Rousseff. Ele perdeu, com isso, a chefia do Comando Militar do Sul - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, convocou nesta segunda-feira, 18, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para pedir explicações após a repercussão negativa das declarações do general da ativa Antonio Hamilton Martins Mourão.

O Exército tenta contornar a situação, já que Mourão tem uma forte liderança na tropa. Na sexta-feira passada, dia 15, em palestra, o general da ativa defendeu a possibilidade de intervenção militar diante da crise enfrentada pelo País, caso a situação não seja resolvida pelas próprias instituições.

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Por meio de nota, o ministro da Defesa afirmou que também orientou o comandante "quanto às providências a serem tomadas", mas não explicou quais seriam essas medidas.

No fim de semana, ao tomar conhecimento das afirmações, Jungmann relatou o fato ao presidente Michel Temer e avisou que deixou nas mãos do comandante a decisão sobre como conduzir o caso. O general Villas Bôas ouviu as explicações do general e disse que o problema estava "superado". Mourão já protagonizou outro desconforto político em outubro de 2015, quando criticou o governo da presidente cassada Dilma Rousseff. Pelo Regulamento Disciplinar do Exército, o general pode ser punido por dar declarações de cunho político, sem autorização de seu superior hierárquico.

A decisão do comandante do Exército foi interpretada como uma tentativa de abafar o caso e não teria agradado a Jungmann. O ministro esperava algum tipo de sinal de que esse tipo de declaração não pode ser tolerado. De acordo com integrantes do Alto Comando, Mourão está exatamente a seis meses de deixar o serviço ativo.

Punição

Em 2015, por causa de suas declarações, o general Mourão chegou a perder o Comando Militar do Sul e foi transferido para a Secretaria de Economia e Finanças, um cargo burocrático. Agora, diante da pressão política, ele pode ser retirado de sua função, como medida paliativa para que seu gesto não sirva de "incentivo" a outras manifestações semelhantes.

O assunto, no entanto, ainda está sendo objeto de discussão, porque há quem entenda que puni-lo poderia levar a uma leva de solidariedade no Exército, criando um clima político considerado "desnecessário" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O general do Exército da ativa Antonio Hamilton Martins Mourão falou por três vezes na possibilidade de intervenção militar diante da crise enfrentada pelo País, caso a situação não seja resolvida pelas próprias instituições. A afirmação foi feita em palestra realizada na noite de sexta-feira, 15, na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, após o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciar pela segunda vez o presidente Michel Temer por participação em organização criminosa e obstrução de justiça. Janot deixou o cargo nesta segunda-feira.

A atitude do general causou desconforto em Brasília. Oficiais-generais ouvidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo" criticaram a afirmação de Mourão, considerada desnecessária neste momento de crise.

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"Ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso", disse Mourão em palestra gravada, justificando que "desde o começo da crise o nosso comandante definiu um tripé para a atuação do Exército: legalidade, legitimidade e que o Exército não seja um fator de instabilidade".

O general Mourão seguiu afirmando que "os Poderes terão que buscar uma solução, se não conseguirem, chegará a hora em que teremos que impor uma solução… e essa imposição não será fácil, ela trará problemas". Por fim, acrescentou lembrando o juramento que os militares fizeram de "compromisso com a Pátria, independente de sermos aplaudidos ou não". E encerrou: "O que interessa é termos a consciência tranquila de que fizemos o melhor e que buscamos, de qualquer maneira, atingir esse objetivo. Então, se tiver que haver haverá".

Procurado neste domingo, Mourão explicou, no entanto, que não estava "insuflando nada" ou "pregando intervenção militar" e que a interpretação das suas palavras "é livre". Ele afirmou que falava em seu nome, não no do Exército.

Ao jornal, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, foi enfático e disse que "não há qualquer possibilidade" de intervenção militar. "Desde 1985 não somos responsáveis por turbulência na vida nacional e assim vai prosseguir. Além disso, o emprego nosso será sempre por iniciativa de um dos Poderes", afirmou Villas Bôas, acrescentando que a Força defende "a manutenção da democracia, a preservação da Constituição, além da proteção das instituições".

Depois de salientar que "internamente já foi conversado e o problema está superado", o comandante do Exército insistiu que qualquer emprego de Forças Armadas será por iniciativa de um dos Poderes. No sábado, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, conversou com o comandante do Exército, que telefonou para o general Mourão para saber o que havia ocorrido. O general, então, explicou o contexto das declarações.

Polêmicas anteriores

Esta não é a primeira polêmica protagonizada pelo general Mourão, atual secretário de economia e finanças do Exército, cargo para o qual foi transferido, em outubro de 2015, quando perdeu o Comando Militar do Sul, por ter feito duras críticas à classe política e ao governo.

Antes, ele já havia desagradado ao Palácio do Planalto, ao ter atacado indiretamente a então presidente Dilma Rousseff ao ser questionado sobre o impeachment dela e responder que "a mera substituição da PR( presidente da República) não trará mudança significativa no 'status quo'" e que "a vantagem da mudança seria o descarte da incompetência, má gestão e corrupção".

Neste domingo, ao ser procurado pelo jornal, o general Mourão disse que "não está insuflando nada" e que "não defendeu (a tomada de poder pelos militares), apenas respondeu a uma pergunta". Para o general, "se ninguém se acertar, terá de haver algum tipo de intervenção, para colocar ordem na casa". Sobre quem faria a intervenção, se ela seria militar, ele responde que "não existe fórmula de bolo" para isso. E emendou: "Não (não é intervenção militar). Isso não é uma revolução. Não é uma tomada de poder. Não existe nada disso. É simplesmente alguém que coloque as coisas em ordem, e diga: atenção, minha gente vamos nos acertar aqui e deixar as coisas de forma que o País consiga andar e não como estamos. Foi isso que disse, mas as pessoas interpretam as coisas cada uma de sua forma. Os grupos que pedem intervenção é que estão fazendo essa onda em torno desse assunto".

Mourão estava fardado ao fazer a palestra. Ele permanece no serviço ativo no Exército até março do ano que vem, quando passará para a reserva. O general Mourão disse ao jornal que não vai se candidatar, apesar de existir página nas redes sociais sugerindo seu nome para presidente da República. "Não. Não sou político. Sou soldado."

As Forças Armadas reafirmaram o apoio na manutenção das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro. Em nota divulgada neste sábado (16), o Comando Militar do Leste (CML) esclareceu que não haverá descontinuidade nas ações e que há verbas previstas pelo Ministério da Defesa para a manutenção das ações conjuntas com a Secretaria de Estado de Segurança.

O comunicado é uma resposta ao anúncio de que as operações das Forças Armadas poderiam ser descontinuadas por falta de verbas, veiculado em parte da imprensa na sexta-feira (15).

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“O Estado-Maior Conjunto, composto por representantes das três Forças Armadas e de órgãos de segurança pública federais e estaduais, permanece em condições de realizar o planejamento e a coordenação de ações integradas, mediante solicitação da Secretaria de Estado de Segurança”, diz a nota.

O comando ressaltou que verbas para sustentar as operações já estão sendo enviadas do Ministério da Defesa para as demais unidades militares, através dos procedimentos burocráticos normais.

“Recursos orçamentários federais referentes a ações já realizadas em apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública no Rio de Janeiro estão sendo descentralizados pelo Ministério da Defesa e seguem em trâmites burocráticos até serem creditados nas unidades administrativas envolvidas na logística das operações. À medida que novas ações ocorrerem, outros recursos serão descentralizados.”

Federação das Indústrias

Neste sábado, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) emitiu nota considerando imprescindível o retorno dos militares às operações de segurança.

“O Sistema Firjan vem a público para manifestar que considera imprescindível o retorno das tropas federais às operações de combate ao crime no Estado do Rio de Janeiro. Quando as ações federais tiveram início, no final de julho, houve a promessa de que se estenderiam até 2018. A população fluminense conta com a preservação deste compromisso”, diz a nota.

A entidade, que representa o segmento industrial do estado, fez um apelo para que seja feita uma reunião entre os agentes de segurança estaduais e federais, a fim de garanrtir a permanência das tropas no Rio.

“É algo fora de questão imaginar que o Rio possa prescindir da tão necessária e sempre relevante ação de Marinha, Exército, Aeronáutica, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e Agência Brasileira de Inteligência. É obrigação do Governo do Estado do Rio de Janeiro reunir-se de imediato com o Ministério da Defesa a fim de elaborar, com a devida urgência, uma estratégia conjunta para encontrar as soluções necessárias à permanência das tropas federais no Rio de Janeiro.”

Secretaria

Procurada para se posicionar sobre o assunto, a Secretaria de Segurança divulgou nota elogiando as ações conjuntas realizadas com as forças federais.

“A Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), por meio das polícias Civil e Militar, com o apoio de Forças Federais, deflagrou, no último mês, três grandes operações. As ações viabilizaram a prisão de 88 pessoas. Enquanto as polícias Civil e Militar atuavam nas comunidades no cumprimento de mandados, as Forças Armadas ficaram responsáveis pelo cerco no entorno das áreas e garantindo a ordem sem que nenhum distúrbio tenha sido registrado nas grandes operações. A ação das Forças Armadas nas operações se soma a um extenso e exitoso histórico de ações integradas com a Seseg”, destacou a secretaria.

O presidente americano, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira um decreto que determina que o Pentágono detenha novos recrutamentos de pessoas transgênero, mas deixa o Departamento de Defesa encarregado de decidir sobre os casos de quem já está inscrito.

No documento, dirigido ao secretário de Defesa, Jim Mattis, Trump destacou também que o Pentágono deixará de assumir os tratamentos médicos dos militares transgênero nas Forças Armadas.

O presidente anunciou no fim de julho no Twitter sua intenção de proibir às pessoas transgênero servirem no Exército, criticando o "tremendo custo médico" e "os transtornos" que representam.

A decisão contradiz a de seu antecessor, Barack Obama, que decidiu que as Forças Armadas começaram a receber recrutas transgêneros a partir de 1º de julho de 2017.

Mas os tuítes de Trump não estiveram coordenados com o Pentágono e Mattis disse que esperaria as diretrizes específicas da Casa Branca sobre este assunto, que qualificou de "muito complicado".

Estimativas do Pentágono indicam que entre 1.250 a 15.000 pessoas transgêneros servem nos diversos das Forças Armadas dos Estados Unidos, que em sua totalidade abrangem 1,3 milhão de militares ativos.

A retirada dos transgêneros poderia ter um impacto em algumas unidades, mas os observadores temem sobre tudo repercussões negativas na imagem do Exército, particularmente entre os jovens, que poderiam hesitar em se inscrever em uma instituição percebida como discriminatória.

As operações policiais e das Forças Armadas em favelas da zona norte do Rio na manhã desta segunda-feira (21), deixaram 22.548 alunos sem aulas. São, ao todo, 31 escolas, 11 creches e 12 Espaços de Desenvolvimento Infantil da Prefeitura que não abriram por conta da presença da polícia e dos militares.

A Secretaria Municipal de Educação informou que unidades escolares no Complexo do Chapadão, Manguinhos, Benfica, Higienópolis, Maria da Graça, Rocha, Triagem, Jacaré, Jacarezinho, Complexo do Alemão, Del Castilho e Cachambi estão fechadas.

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A medida é preventiva, para que alunos e profissionais não sejam expostos a eventuais tiroteios. As duas áreas mais prejudicadas são Manguinhos/Benfica, com 5.685 alunos sem aulas, e o Complexo do Alemão, com 5.604. As Forças Armadas e a polícia estão em sete comunidades da região para prender traficantes e apreender armas e drogas.

Um recruta do Exército foi preso na manhã desta segunda-feira (21) sob suspeita de vazar informações sobre as megaoperações das Forças de Segurança no Rio de Janeiro. Mateus Ferreira Lopes, de 19 anos, foi detido no Batalhão de Jurujuba, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, onde serve.

De acordo com o porta-voz do Comando Militar Leste, coronel Roberto Itamar, a prisão foi pedida no sábado (19). O soldado estava sendo monitorado nos últimos dias. Segundo Itamar, o recruta, que entrou para o Exército neste ano, está prestando depoimento nesta manhã na Cidade da Polícia, na zona norte do Rio.

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A prisão aconteceu durante a operação deflagrada nesta segunda-feira por agentes de segurança e militares das Forças Armadas em comunidades do Rio: Jacarezinho, Alemão, Manguinhos, Mandela, Bandeira Dois, Parque Arará e no Condomínio Morar Carioca, na zona norte da capital.

A todo momento chegam homens conduzidos por equipes policiais na Cidade da Polícia. A Secretaria de Segurança informou que só divulgará o balanço parcial dos presos da operação às 11h.

Forças Armadas e polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal e Força Nacional, além de membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), fazem operação integrada nesta segunda-feira (21) em seis comunidades do Rio de Janeiro. As ações visam cumprir mandados judiciais de pessoas suspeitas de tráfico de drogas e roubos.

De acordo com a Secretaria de Segurança (Seseg), as operações ocorrem nas comunidades do Jacarezinho, Alemão, Manguinhos, Mandela, Bandeira Dois e Parque Arará, além do Condomínio Morar Carioca, na zona norte.

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Equipes das Forças Armadas são responsáveis pelo cerco em algumas dessas regiões e elas estão baseadas em pontos estratégicos para garantia da ordem no entorno das comunidades. Várias ruas estão interditadas e os espaços aéreos controlados com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos.

No Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, representantes de todas as instituições envolvidas na operação estão acompanhando e orientando, em tempo integral, os desdobramentos, desde às 5h da manhã. Ainda não há informações sobre suspeitos presos.

Em meio à discussão da mudança da meta fiscal e de corte de gastos, as Forças Armadas pressionam pela recomposição no Orçamento, que nos últimos cinco anos sofreu redução de 44,5%. De 2012 para cá, os chamados recursos "discricionários" caíram de R$ 17,5 bilhões para R$ 9,7 bilhões. Os valores não incluem gastos obrigatórios com alimentação, salários e saúde dos militares.

Segundo o comando das Forças, neste ano, houve um contingenciamento de 40%, e o recurso só é suficiente para cobrir os gastos até setembro. Se não houver liberação de mais verba, o plano é reduzir expediente e antecipar a baixa dos recrutas. Atualmente, já há substituição do quadro de efetivos por temporários para reduzir o custo previdenciário. Integrantes do Alto Comando do Exército, Marinha e Aeronáutica avaliam que há um risco de "colapso".

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A Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército, responsável por monitorar o uso de explosivos, está sendo atingida. Perdeu parte da capacidade operacional para impedir o acesso a dinamites por facções como Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho, que roubam bancos e caixas eletrônicos.

O Comando do Exército confirmou ao Estado que o contingenciamento reduz "drasticamente" a fiscalização do uso de explosivos, abrindo caminho para o aumento de explosões de caixas. A DFPC é um dos órgãos das Forças Armadas de apoio ao sistema de segurança pública atingidos pela falta de recursos.

A diretoria está tendo dificuldades de manter operações e combater desvios de explosivos para o crime organizado. No mês passado, a Federação Nacional dos Bancos (Febraban) esteve na Comissão de Segurança Pública da Câmara para pedir maior combate ao crime organizado. Há 23 mil agências e 170 mil terminais de autoatendimentos no País. Só neste mês, quadrilhas destruíram com dinamites agências em Lindoia (SP), em Indaiatuba (SP) e em Capelinha (MG). Em junho, os bandidos agiram em Brasília - são 22 ações desde 2016 no Distrito Federal.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente Michel Temer disse estar tomando medidas em relação ao contingenciamento. "Nós queremos devolver dinheiro, digamos assim, para os vários setores da administração e, em particular, às Forças Armadas", afirmou.

Procurado pela reportagem para comentar as reclamações das Forças, o Ministério do Planejamento, por meio de sua assessoria, disse que se "esforça" para resolver os problemas mais "graves". "Entretanto, qualquer ampliação de limites, sem que haja redução em outros ministérios, depende do aumento do espaço fiscal."

Limites

Nas Forças Armadas, a falta de recursos afetou a vigilância da fronteira, os pelotões do Exército na Amazônia, a fiscalização da Marinha nos rios da região e na costa brasileira. Por medida de economia, a Aeronáutica paralisou atividades, reduziu efetivos e acabou com esquadrões permanentes nas bases dos Afonsos, no Rio, de Fortaleza, de Santos e de Florianópolis.

O corte se deu, em especial, nos projetos inseridos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O contingenciamento pode antecipar a dispensa de recrutas, assim como atrapalhar o treinamento de soldados para agir no Rio e impedir a realização de voos para interceptar aeronaves clandestinas.

Para reduzir gastos, as Forças também estão trocando o quadro efetivo por temporário e reduzindo a tropa. De acordo com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, os cortes "foram muito elevados, fora dos padrões". Ele usou uma rede social no início do mês para se queixar.

Mar e Ar

Com 40% do orçamento contingenciado, a Aeronáutica cogita suspender expediente às sextas-feiras. Ela centralizou atividades em Anápolis e Natal para se adaptar. "A FAB já voou 200 mil horas por ano no passado. Este ano havia um planejamento para voarmos 122 mil horas", disse o brigadeiro Nivaldo Rossato, comandante da Aeronáutica. "As restrições orçamentárias de toda ordem devem reduzir esse montante de 110 mil horas em 2017."

Com navios de 35 anos de idade média, a Marinha coleciona no mar e nas águas da Bacia Amazônica embarcações consideradas ultrapassadas para suas funções. O comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, disse que é preciso pelo menos R$ 800 milhões a mais por ano para manter a esquadra. "Isso precisa ser acertado ou a nossa esquadra de superfície vai desaparecer em pouco tempo", afirmou.

O quadro orçamentário para 2018 preocupa o comandante. "Antevemos o risco para programas estratégicos e também para o funcionamento pleno das nossas atividades diárias, com reflexos em serviços que atingem diretamente a população, como aqueles relacionados à segurança da navegação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, Joseph D. Dunford, afirmou que o país tem o objetivo de desenvolver uma relação de trabalho com a China, a fim de diminuir o risco de erro de cálculo na Península Coreana à medida que as tensões entre Washington e Pyongyang aumentam.

O Estado-Maior Conjunto americano reúne o Exército, a Marinha, a Força Aérea, o Corpo de Fuzileiros Navais e a Guarda Nacional dos EUA. Dunford está viajando pela Ásia e deve se encontrar com líderes da China, da Coreia do Sul e do Japão nos próximos dias. Ele disse que deseja ressaltar o "compromisso" formal dos EUA em sua aliança com Tóquio e com Seul.

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No entanto, Dunford comentou que "vínculos militares efetivos com a China" também são importantes, já que Pequim é o maior parceiro econômico da Coreia do Norte e uma fonte de ajuda financeira para o regime de Kim Jong-un. Dunford disse que continuará construindo o relacionamento que teve com general Fang Fenghui, chefe do departamento de pessoal conjunto do Exército Popular de Libertação, da China. Fonte: Associated Press.

Os criminosos não recuaram nem os índices de violência caíram significativamente na semana inicial da presença das Forças Armadas no Rio. Nos primeiros quatro dias de agosto (até 19 horas de ontem), o Rio havia registrado 55 tiroteios, segundo o aplicativo colaborativo Onde Tem Tiroteio (OTT-RJ). Foram 5 a mais que os registros do mesmo período da semana anterior, de terça a sexta. O governo estadual não divulgou dados oficiais de criminalidade.

No primeiro fim de semana da operação Rio Quer Segurança e Paz, os hospitais estaduais receberam dez baleados. No anterior haviam sido 13, variação considerada dentro da média pela Secretaria Estadual de Saúde.

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Em contraste, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que houve redução, no Estado, de roubos a carga, um dos crimes que mais cresceram nos últimos meses. De 1.º a 14 de julho - quando ainda não estava nas ruas a Operação Égide, ação preparatória para a vinda das forças ao Rio - houve 54 crimes. Já de 15 a 31 de julho foram 39, uma redução de 27,78% no número de casos. A ação militar começou na sexta-feira da semana passada, 28 de julho, quando as tropas foram para as ruas. Na quarta, os militares voltaram para os quartéis.

O Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão especializado em estatísticas ligado à Secretaria de Segurança, informou que não divulga números semanais das ocorrências. O Comando Militar do Leste, que responde pelo Exército na região, afirmou que não divulgaria números. "Dizer, com uma semana (de operação), quando os índices cairão é uma previsão impossível", afirmou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, em entrevista ao Estado.

Ao longo da semana, os criminosos demonstraram desprezar a presença militar. Ontem, por exemplo, assaltantes atacaram um caminhão da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, no Engenho Novo, na zona norte do Rio. O veículo foi levado para o Morro São João, no mesmo bairro, onde as encomendas que transportava foram roubadas.

Anteontem, um policial militar que estava de folga foi baleado em assalto a uma agência bancária no bairro Jardim América, na zona norte. Outro agente foi morto a tiros em São Gonçalo, na região metropolitana, no sábado. O crime elevou para 92 o número de PMs mortos no Rio apenas neste ano. No ano passado, foram 78.

Ao todo, 8,5 mil militares estão no Estado, além de 620 homens da Força Nacional de Segurança e 1.120 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) - 740 desses já estavam no Rio. De sábado a terça-feira, os militares fizeram ações de reconhecimento das áreas do Rio e blitze.

Percepção

Um estudo do Laboratório de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-DAPP) avaliou que, das 48,3 mil menções à violência no Twitter feitas nesta primeira semana de agosto, 32% vieram do Rio. Segundo a pesquisadora Maria Isabel Couto, o debate aumentou com a presença dos militares.

"Vimos um posicionamento ambíguo nos comentários. Algumas pessoas agradecendo e considerando importante as Forças Armadas e outras criticando o que consideram o sinal de falência do Estado. Mas o caráter de lamento, de como o Rio é um lugar bonito mas tem uma segurança muito ruim, é frequente."

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