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Israel disse ter retirado suas últimas tropas em solo da Faixa de Gaza nesta terça-feira, data em que o governo israelense e o Hamas iniciaram um cessar-fogo temporário. A trégua abre caminho para as negociações no Egito a respeito de um cessar-fogo mais longo e para a reconstrução do território costeiro palestino.

Os dois lados interromperam os ataques quando a trégua de três dias teve início às 8h (horário local, 2h em Brasília). Com o fim dos bombardeios as ruas da Cidade de Gaza, desertas durante os confrontos, ficaram cheias, com tráfico intenso e lojas abertas.

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Se a calma for mantida, será a maior trégua em quase um mês de combates que deixou quase 1.900 palestinos e 67 israelenses mortos.

Nos próximos dias, mediadores egípcios pretendem se reunir de forma separada com delegações israelenses e palestinas no Cairo para tentar chegar a um acordo sobre Gaza.

Na medida em que as exigências palestinas são apresentadas, há sinais de que o Hamas está disposto a dar ao presidente palestino Mahmoud Abbas um papel em Gaza como parte dos esforços de reconstrução.

O Hamas tomou o controle de Gaza em 2007, o que resultou no bloqueio israelense e egípcio do território costeiro. O retorno de Abbas supostamente teria como objetivo dar garantias a Israel e ao Egito, permitindo o alívio do bloqueio.

A delegação palestina no Cairo apresentou uma lista conjunta de exigências para o Egito, disse Hana Amireh, integrante da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), grupo sediado na Cisjordânia, que está em contato com a delegação.

As exigências incluem o pedido para a reconstrução de Gaza com recursos internacionais, que seria supervisionada pelo governo liderado por Abbas, formado após um acordo de unidade com o Hamas fechado pouco antes da guerra.

A delegação é liderada por uma pessoa de confiança de Abbas, mas inclui membros do Hamas e de outras facções palestinas.

Atualmente, está em negociação o planejamento para uma conferência de países doadores que deve acontecer na Noruega no início de setembro, afirmou Mohammed Mustafa, vice-primeiro-ministro do governo tecnocrata sediado na Cisjordânia.

Porém, Izzat Rishq, integrante do Hamas, deu a entender que o grupo vai buscar participar da reconstrução. "Nós sabemos que temos um governo de unidade nacional que pode cuidar da conferência de doadores e da reconstrução, mas implementá-la exige cooperação nacional", afirmou.

Uma delegação israelense com três integrantes chegou ao Cairo na noite desta terça-feira, segundo um funcionário do aeroporto que falou em condição de anonimato. Fonte: Associated Press.

Um jogo disponível para dispositivos compatíveis com o sistema operacional Android foi suspenso da loja de aplicativos Play Store. “Bomb Gaza” (ou bombardeie Gaza, em tradução livre), incentiva os jogadores a lançar bombas em Gaza, o que gerou polêmica na internet. O título eletrônico foi baixado mil vezes antes de ser banido da loja, nesta segunda (4).

No game, o jogador entra na pele de soldados israelenses que devem lançar bombas e evitar a morte de civis. O Google, que não costuma emitir comentários sobre aplicativos específicos, disse que o game “foi removido da Google Play, pois viola nossas políticas”.

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O jogo traz a tona o confronto entre Israel e Palestina, onde os bombardeios deixaram Gaza em ruínas e os mortos já ultrapassam 1.700 pessoas, incluindo cerca de 400 crianças, de acordo com a fonte israelense Haaretz.

Os Estados Unidos estão expressando forte apoio ao cessar-fogo de três dias entre o Exército de Israel e os rebeldes do Hamas que terá início na madrugada desta terça-feira (5) em Gaza.

A porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, pediu nesta segunda-feira que ambas as partes respeitem a pausa nas hostilidades, que já mataram cerca de 2 mil pessoas.

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Israel e o Hamas aceitaram o cessar-fogo, que está marcado para começar às 2h de Brasília desta terça-feira (8h, no horário local).

Psaki disse que os Estados Unidos têm sido firmes em exigir um fim dos ataques de foguetes do Hamas e o fim do sofrimento para o povo de Gaza, causado pelos bombardeios de Israel. Ela elogiou também o governo do Egito, por seu papel na tentativa de conciliar as partes.

Psaki disse ainda que os Estados Unidos continuarão a trabalhar com outros países para tentar produzir uma solução pacífica duradoura. Fonte: Associated Press.

A Assembleia Geral da ONU vai realizar um encontro informal para ouvir os relatos de agentes da Nações Unidas sobre o conflito entre Israel e Palestina na Faixa de Gaza. O gabinete do presidente da Assembleia, John Ashe, anunciou nesta segunda-feira (4) que os representantes dos países membros devem se reunir na quarta-feira, às 11h, a pedido das nações árabes.

Os membros das Nações Unidas serão atualizados na questão pelo chefe de Direito Humanos, Navi Pillay, pelo responsável pela agência da ONU para refugiados palestinos, Pierre Krahenbuhl, pelo vice-chefe de questões humanitárias, Kyung-wha Kang, e pelo coordenador para o processo de paz no Oriente Médio, Robert Serry.

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O grupo de países árabes não informou ainda se planeja propor uma resolução para ser votada pela Assembleia. O Conselho de Segurança da ONU já exigiu um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza, mas não com uma resolução que implique em obrigações legais. Fonte: Associated Press

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou nesta segunda-feira (4) que Israel vai manter sua ofensiva contra militantes do Hamas até que eles parem de disparar foguetes, apesar da decisão de retirar forças terrestres de cidades palestinos após a destruição de túneis subterrâneos que ligam Gaza a Israel.

"A batalha em Gaza continua", disse Netanyahu após se reunir com chefes militares no sul de Israel. "O que está para acabar é o tratamento das Forças de Defesa de Israel dado aos túneis, mas esta operação vai acabar apenas quando a calma e a segurança forem restaurados para os cidadãos israelenses por um período prolongado."

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O primeiro-ministro também respondeu às críticas de aliados, como os Estados Unidos, sobre o ataque na entrada de um abrigo para desalojados da Organização das Nações Unidas (ONU) em Gaza, no qual pelo menos dez pessoas morreram. Israel disse que tinha como alvo militantes numa motocicleta.

"Não temos qualquer intenção de ferir os moradores de Gaza", afirmou Netanyahu. "É o Hamas que os está ferindo de verdade ao evitar o envio de ajuda humanitária. Eu acho que a comunidade internacional precisa condenar o Hamas". Fonte: Dow Jones Newswires.

Israel retomou nesta segunda-feira (4) os ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, após um breve cessar-fogo, declarado unilateralmente, e da retirada de tropas israelenses de partes do território costeiro palestino.

A trégua chegou a reduzir a violência em Gaza, mas o ataque de uma retroescavadeira contra um ônibus em Jerusalém, que terminou com a morte de um pedestre e a do motorista do veículo pesado, relembrou que as tensões ainda estão elevadas na região.

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A polícia de Israel descreveu o episódio, no qual uma retroescavadeira virou um ônibus, como um "ataque terrorista", dando a entender que havia envolvimento palestino no incidente. O episódio aconteceu numa importante via pública de Jerusalém. A área fica perto de uma fronteira não oficial entre Jerusalém Ocidental e a parte Oriental da capital, tomada por Israel em 1967 e onde vive a maior parte da população árabe da cidade. Meios de comunicação israelenses dizem que o homem que realizou o ataque veio da região árabe da cidade.

O canal 10 de televisão de Israel mostrou imagens feitas com um telefone celular do que afirma ter sido o ataque. Uma retroescavadeira amarela bateu no ônibus, com uma enorme pá.

O porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, disse que um oficial da polícia que estava na região abriu fogo e matou o homem que dirigia o veículo. Um pedestre também foi morto, afirmou o chefe de polícia de Jerusalém, Yossi Piranti.

Ataques palestinos com tratores e retroescavadeiras em Israel já foram registrados. "Em razão da rápida reação da polícia, um incidente ainda mais grave foi evitado", afirmou Piranti. Pouco depois desse ataque, meios de comunicação israelenses informaram que um homem armado numa motocicleta atirou e feriu gravemente um soldado israelense. A polícia procurava o atirador em Jerusalém Oriental.

"Acreditamos que é grande a possibilidade de isso ter sido um ataque terrorista", disse Piranti. Antes dos ataques, houve um cessar-fogo de sete horas. Embora Israel continue a atingir alvos palestinos específicos, o nível de combates foi muito menor do que nos dias anteriores.

Porém, o Exército israelense disse que o cessar-fogo não se aplicaria a áreas onde as tropas ainda estivessem operando e que responderiam a qualquer ataque. Com o fim do cessar-fogo, Israel anunciou a retomada dos ataques contra alvos em Gaza. O funcionário da área da Saúde de Gaza, Ashraf al-Kidra, disse que um ataque aéreo perto de uma instalação de dessalinização de água em Rafah matou três pessoas, dentre elas um menino de 12 aos e sua irmã, de 5 anos.

Mais cedo, um ataque israelense havia atingido uma casa no campo de refugiados de Shati no norte de Gaza, matando três pessoas e ferindo pelo menos 30, afirmou Al-Kidra. Um outro ataque aéreo israelense matou Danian ou Daniel Mansour (a grafia muda de acordo com a fonte), comandante do grupo Jihad Islâmica. Fonte: Associated Press.

O direito a segurança de Israel não justifica o "massacre" de civis, disse o ministro das Relações Internacionais francês, Laurent Fabius, neste segunda-feira (4), em um tom severo que não costuma utilizar contra o aliado. Para o presidente da França, François Hollande, o conflito na Faixa de Gaza evidencia a impossibilidade de se manter neutro diante do caso.

"Quantos mais precisarão morrer para que se pare o que só pode ser chamado de carnificina em Gaza? A tradição de amizade entre a França e Israel é antiga e o direito de Israel buscar sua segurança é total, mas esse direito não justifica o assassinato de crianças e o massacre de civis", afirmou Fabius.

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O conflito em Gaza, que chega à sua quarta semana, matou mais de 1,8 mil palestinos e cerca de 60 israelitas. Segundo o ministro francês, é necessário um cessar-fogo na região, acompanhado de uma solução bilateral entre Israel e a Palestina. O diálogo entre os países "deveria ser imposto pela comunidade internacional porque, apesar das inúmeras tentativas, os dois lados se mostraram incapazes de concluir as negociações", disse Fabius.

No seu discurso comemorando o centésimo aniversário do começo da I Guerra Mundial, o presidente da França disse que as guerras eclodindo nas proximidades da Europa colocam a neutralidade dos países em questão. François Hollande lembrou os casos da Ucrânia, do Iraque, da Síria, do Líbano e de Gaza.

"Como podemos nos manter neutros quando, na Faixa de Gaza, um conflito mortal resiste há quase um mês?", questionou Hollande. "Somos obrigados a agir." Fonte: Associated Press

Um ataque aéreo israelense matou um líder militante na Faixa de Gaza nesta segunda-feira (4), horas antes da trégua de sete horas anunciada por Israel com o objetivo de abrir uma "janela humanitária" para o envio de ajuda aos moradores do território costeiro, no momento em que as forças israelenses reduzem suas operações terrestres no local.

Porém, o Exército disse que o cessar-fogo não se aplicaria a áreas onde suas tropas ainda estivessem operando e que responderia a qualquer ataque. A cidade de Rafah, sul de Gaza, onde ocorreram pesados combates no domingo, foi excluída da trégua, disseram os militares.

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Pouco antes de o cessar-fogo entrar em vigor, às 10h (horário local, 4h em Brasília), dois mísseis israelenses atingiram uma casa de praia perto da cidade de Gaza, matando uma pessoa e deixando 20 desaparecidas, informaram o Crescente Vermelho e Ashraf al-Kidra, funcionário da área de Saúde local. O Exército israelense não havia comentado o episódio.

O grupo Jihad Islâmica, aliado próximo do Hamas, que governa Gaza, disse que seu comandante na região norte do território, Daniel Mansour, morreu quando a casa onde estava foi atingida, durante a madrugada.

Embora Israel venha reduzindo suas operações terrestres desde o final de semana, tem mantido uma forte ofensiva aérea, além de bombardeios e disparos de artilharia na costa e em terra. A guerra em Gaza, agora em sua quarta semana, já matou mais de 1.800 palestinos e mais de 60 israelenses.

Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas, disse que o grupo é cético em relação ao anúncio de trégua israelense. "Não confiamos nessa calmaria e pedimos ao nosso povo que tome cuidado", afirmou.

Desde o início dos confrontos, o Hamas disparou mais de 3.200 foguetes contra Israel, a maioria interceptado pelo sistema de defesa israelense conhecido como Domo de Ferro.

Ao contrário do equipamento militar de alta tecnologia de Israel, que inclui mísseis de precisão e um grande orçamento, a tecnologia dos foguetes do Hamas continua relativamente primitiva e não é tão fatal quanto a israelense.

Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) disseram que mais de três quartos dos mortos na guerra são civis, dentre eles 10 pessoas mortas no domingo numa escola da organização que foi convertida em abrigo na cidade de Rafah.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou o ataque a escola de uma "ofensa moral e um ato criminoso" e exigiu uma rápida investigação.

Segundo testemunhas, os ataques israelenses atingiram o lado de fora dos portões da escola no domingo. O Crescente Vermelho, informou que o ataque ocorreu enquanto as pessoas estavam na fila para receber comida dos trabalhadores humanitários. Ashraf al-Kidra, funcionário da Saúde de Gaza, disse que além dos mortos, 35 pessoas ficaram feridas.

Robert Turner, diretor de operações da Agência da ONU de Socorro aos Refugiados da Palestina (UNRWA), disse que o prédio abrigava cerca de 3 mil pessoas. Segundo ele, o ataque matou pelo menos um funcionário da ONU.

Abrigos da ONU em Gaza já foram atingidos sete vezes pelo Exército de Israel desde o início da guerra. Segundo a UNRWA, Israel foi a fonte dos ataques em todos os episódios, embora tenha encontrado estoques de foguetes em escolas vazias da instituição em três ocasiões. Fonte: Associated Press.

Milhares de pessoas se reuniram neste sábado diante da Casa Branca, em Washington, em apoio aos palestinos de Gaza, exigindo o fim da ofensiva militar israelense, constatou um jornalista da AFP.

Exibindo cartazes pedindo o "fim da ajuda dos EUA ao Estado judeu" ou "Punição a Israel, um estado terrorista", os manifestantes ocuparam pacificamente boa parte da Lafayette Square, situada do outro lado da residência presidencial.

Um cartaz mostrava uma suástica e outro indicava o "gueto de Gaza", comparando o território palestino com o Gueto de Varsóvia na II Guerra Mundial.

Um pequeno grupo de judeus ortodoxos, protegido pela polícia, também realizou um ato no mesmo local, trocando insultos com os manifestantes pró-palestinos, mas sem descambar para a violência.

Essa manifestação pela população de Gaza é a maior já realizada em frente à Casa Branca desde o início da ofensiva israelense contra o grupo radical islâmico Hamas, que já custou a vida de 1.810 palestinos, a maioria civis. Do lado israelense, 63 soldados e três civis morreram.

Neste sábado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o Exército vai manter suas operações contra o Hamas na Faixa de Gaza "pelo tempo que for necessário".

Logo depois, um porta-voz do Hamas anunciou que o grupo seguirá lutando contra Israel na Faixa de Gaza até "cumprir seus objetivos".

Depois do rápido colapso do cessar-fogo na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse à Casa Branca para que não force uma trégua com os militantes palestinos. Fontes familiarizadas com as conversas entre Netanyahu e autoridades do governo norte-americano, incluindo o secretário de Estado, John Kerry, afirmaram que o líder israelense advertiu Washington a não interferir na situação.

Autoridades também disseram que o premiê de Israel teria reforçado a indisposição do Hamas em entrar e acompanhar negociações de cessar-fogo. Na sexta-feira, Obama condenou como "escandalosas" as violações de militantes palestinos em um cessar-fogo intermediado pela comunidade internacional em Gaza e classificou a suposta captura de um soldado israelense como uma ação "bárbara".

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A reação do presidente norte-americano ocorreu depois que as autoridades israelenses questionaram seus esforços para uma trégua, acusando os EUA e a Organização das Nações Unidas (ONU) de serem ingênuos ao assumirem que o grupo Hamas iria aderir aos termos do acordo.

Com o colapso do cessar-fogo menos de duas horas após ter entrado em vigor, Obama exigiu que os responsáveis pelo ataque que matou dois soldados israelenses e deixou um terceiro desaparecido o libertem. O presidente e outras autoridades dos EUA não culparam diretamente o Hamas pelo rapto, mas deixaram claro que consideram o grupo responsável por influenciar as ações de todas as facções que atuam na Faixa de Gaza. Fonte: Associated Press.

Na oração do meio-dia de sexta-feira, a mais importante da semana, os fiéis da Mesquita Al-Nur (A Luz), edificação grande e nova na região central de Gaza, ouviram na sexta-feira (1°) um eloquente incentivo para apoiar o Hamas e seguir adiante na luta contra Israel. O imã (líder religioso) Wael al-Zard, conhecido por seu apoio ao Hamas, vinculou a "jihad" contra Israel à promessa do paraíso.

"Temos de olhar para a vida eterna, não devemos ter medo de nada que Israel faz", disse o imã, enquanto do lado de fora se sentiam os estrondos dos disparos da artilharia israelense. "No fim, nosso Deus vai nos recompensar. Temos de continuar no nosso caminho da jihad, porque Deus nos diz para continuar. E em breve venceremos, porque estamos com a resistência."

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Al-Zard afirmou que o "Exército da resistência", como são chamados os combatentes islâmicos, "não vai parar agora, antes de conquistar tudo o que queremos", referindo-se ao fim do bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza desde que o Hamas assumiu o controle do território, em 2007.

"Os árabes nos deixaram sós, não nos apoiaram nessa guerra", lamentou o imã. "Temos de acreditar em nosso Deus, não deixar ninguém dizer para pararmos essa guerra antes da abertura dos postos de fronteira e do mar. Não haverá paz em Israel se não houver em Gaza."

O imã afirmou que "em toda a sua história, os judeus defenderam a morte dos que não são de sua religião" e argumentou que a "resistência tem de fazer tudo o que puder para matar os soldados israelenses".

Ele concluiu: "Vocês não devem deixar o medo controlar seus corações, porque nosso Deus está do nosso lado e somos mais fortes do que Israel ou qualquer um que queira nos matar. Deus nos prometeu que mataremos todos os israelenses e libertaremos nossa terra".

A pregação coincidiu com a retomada dos bombardeios de Israel, depois da morte de dois soldados israelenses e a captura de um terceiro, em uma emboscada do Hamas, em um túnel no sul da Faixa de Gaza.

O repórter perguntou a moradores de Gaza como viam o fim da trégua e seu motivo. "Os israelenses vão continuar fazendo o que já fizeram", disse Mohamed Nabil, de 26 anos, contador desempregado, citando locais bombardeados. "Acredito que a resistência vá vencer, no fim."

Seu irmão Momen, de 22 anos, que estudou relações públicas e também está desempregado, argumentou: "Os israelenses não são melhores que os palestinos. Temos o direito de capturar soldados israelenses".

Para o empresário Ziyad Hijazi, de 53 anos, a captura do soldado, anunciada por Israel e negada pelo Hamas, "é mentira". Hijazi, que tem uma indústria de produtos plásticos, uma companhia de transportes e uma distribuidora de material de construção, disse que a atividade econômica ficou "abaixo de zero" em razão do conflito. Mas o empresário não responsabilizou o Hamas. "A solução é Israel pôr fim urgente ao bloqueio, e deixar as pessoas viverem livres", afirmou. "É preciso uma solução política entre Israel e a Palestina." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Depois do colapso do cessar-fogo entre Israel e Hamas da sexta-feira (1), será difícil chegar a um acordo que leve à suspensão do combate, disse o presidente dos EUA, Barack Obama, em entrevista na Casa Branca. Segundo ele, o sequestro de um oficial israelense - o tenente Hadar Goldin, de 23 anos - pelo grupo ou outra facção palestina reduz a possibilidade de que a comunidade internacional e o governo de Israel confiem em compromissos assumidos pelo Hamas.

O cessar-fogo de 72 horas anunciado ontem acabou 90 minutos depois de iniciado, na manhã de sexta-feira, quando dois soldados israelenses morreram e um terceiro foi sequestrado em um dos túneis construídos pelo Hamas entre Gaza e Israel. "Se eles são sérios em relação a resolver essa situação, o soldado deve ser libertado imediatamente e de maneira incondicional", declarou Obama. O presidente ressaltou que o Hamas disse estar representando todas as facções palestinas de Gaza quando aceitou o cessar-fogo.

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Dilema

Obama disse que há um "dilema" entre o direito de Israel de se defender e a preservação da vida de civis em Gaza, colocadas em risco pela prática do Hamas de lançar foguetes de áreas densamente povoadas.

Apesar das dificuldades, ele afirmou que seu governo continuará a trabalhar na busca de um cessar-fogo e de um acordo de longo prazo que coloque fim ao conflito entre israelenses e palestinos. Também disse que fará "tudo o que puder" para reduzir o número de vítimas civis em Gaza, onde pelo menos 1,4 mil pessoas morreram desde o início do conflito, no dia 7 - início da operação Limite Protetor lançada por Israel.

O presidente defendeu o secretário de Estado, John Kerry, e disse que ele foi alvo de "críticas injustas" em razão de sua atuação na negociação de um cessar-fogo, na semana passada. A atuação de Kerry foi atacada duramente por Israel, que considerou suas propostas favoráveis ao Hamas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Israel bombardeou neste sábado (2) a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, enquanto as tropas buscam por um soldado que teria sido capturado pelo Hamas em uma emboscada que quebrou o cessar-fogo e preparou o terreno para Yma grande escalada do conflito que já dura 26 dias.

O exército israelense disse acreditar que o soldado tenha sido detido em uma emboscada feita pelo Hamas uma hora depois que o cessar-fogo mediado pela comunidade internacional entrou em vigor na sexta-feira. Militantes do Hamas tentaram neste sábado se distanciar da suposta captura do soldado israelense, que foi condenada por vários países.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e outras autoridades acusaram o Hamas de violar o cessar-fogo e pediram a libertação imediata e incondicional do soldado.

Os bombardeios na manhã deste sábado ao redor da cidade de Rafah mataram pelo menos 35 palestinos, informou Ashraf al-Kidra, autoridade de saúde da Palestina, acrescentando que o principal hospital da área foi evacuado por causa dos ataques que deixaram dezenas de mortos na sexta-feira.

Em outras partes de Gaza, autoridades palestinas reportaram mais de 150 ataques aéreos, sendo um deles contra a Universidade Islâmica na Cidade de Gaza. Fortes bombardeios persistem na fronteira entre Israel e Palestina.

A ofensiva mais pesada ocorreu perto do local em que o soldado israelense teria sido raptado na sexta-feira, nas proximidades de Rafah, cerca de três quilômetros dentro da Faixa de Gaza e perto da fronteira entre Israel e Egito. Autoridades afirmaram que dezenas de moradias foram danificadas ou destruídas pelos ataques aéreos.

O exército do Hamas informou em seu site que "não tinha conhecimento até este momento do soldado desaparecido ou seu paradeiro ou as circunstâncias de seu desaparecimento." O grupo disse acreditar que o soldado possa ter sido morto em um combate com militantes cerca de uma hora antes do início do cessar-fogo, às 8h (horário local), e acrescentou que perdeu contato com os combatentes.

"Acreditamos que todos os membros desse grupo morreram em um ataque (israelense), incluindo o soldado sionista que o inimigo diz ter desaparecido", informou o Hamas. O exército israelense se recusou a comentar o comunicado do grupo militante. Fonte: Associated Press.

O secretário-chefe da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, culparam o Hamas pelo rompimento do cessar-fogo de 72 horas iniciado nesta manhã (1°). Após a morte de dois soldados e o sequestro de um militar de Israel, o país voltou a atacar a Faixa de Gaza, matando pelo menos 70 palestinos.

Ban Ki-moon pediu a libertação imediata do soldado e que os envolvidos no conflito se esforcem para retomar o cessar-fogo. "O secretário-geral condena fortemente a violação do cessar-fogo pelo Hamas e está profundamente desapontado pelos acontecimentos", disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

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O governo dos Estados Unidos também condenou o grupo islâmico pelo rompimento da trégua humanitária que começou às 8h desta sexta-feira, em horário local, e terminou duas horas depois com o ataque que matou dois soldados israelenses e levou ao sequestro de um militar.

"Os Estados Unidos condenam o mais veementemente possível o ataque de hoje", disse Kerry. Israel e Hamas acusam-se mutuamente por interromper o cessar-fogo, que fora anunciado pelos Estados Unidos e pela ONU. Fonte: Associated Press.

Um cessar-fogo que deveria durar 72 horas foi rapidamente interrompido nesta sexta-feira com o aumento da violência na região sul da Faixa de Gaza e pelo menos 40 palestinos foram mortos após uma ataque israelense. O Exército de Israel informou que dois de seus soldados foram mortos e que um oficial de infantaria pode ter sido capturado em combate.

Israel e Hamas acusam-se mutuamente por interromper o cessar-fogo, que fora anunciado pelos Estados Unidos e pela Organização das Nações Unidas (ONU) e teve início às 8h (horário local, 2h em Brasília) desta sexta-feira. Os combates voltaram a acontecer menos de duas horas depois do início da trégua.

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A Casa Branca condenou a aparente captura do soldado israelense perto da cidade de Rafah, sul de Gaza, descrevendo o fato como uma ação "absolutamente ultrajante" do Hamas. O vice-conselheiro nacional de Segurança, Tony Blinken, declarou que o soldado deve ser libertado imediatamente.

Já Moussa Abu Marzouk, segundo na liderança do Hamas disse, do Cairo, à emissora de televisão Al-Arabiya que o braço militar do movimento não realizou operações militares após as 8h, quando a trégua entrou em vigor.

O porta-voz do Hamas Fawzi Barhoum não confirmou nem negou a captura de Goldin e afirmou que esse tipo de relato tem sido usado, assim como a notícia de que dois soldados israelenses foram mortos na região de Rafah, para encobrir um "massacre" realizado na cidade após a suposta captura do militar.

A guerra já matou pelo menos 1.500 palestinos, a maioria civis, segundo autoridades palestinas. Israel diz ter perdido 63 de seus soldados e três civis.

Breves tréguas foram anunciadas desde o início do conflito, mas cada uma delas foi interrompida no prazo de horas. O Exército disse que militantes de Gaza haviam disparado oito foguetes e morteiros contra Israel desde as 8h, início do cessar-fogo desta sexta-feira e um deles foi interceptado.

O objetivo do cessar-fogo desta sexta-feira, anunciado pelo secretário de Estado norte-americano John Kerry e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, era ser o primeiro passo na direção de uma trégua mais duradoura. O Egito convidou delegações israelenses e palestinas para irem ao Cairo, onde realizariam conversações.

Apesar do fracasso da trégua, uma autoridade do governo egípcio disse que o país não cancelou seu convite. "As delegações já foram convidadas", disse a autoridade, que falou em condição de anonimato.

O Hamas prometeu manter os combates até que Israel e Egito levantem o bloqueio a Gaza, imposto depois de o grupo militante islâmico ter tomado o poder no território em 2007. Fonte: Associated Press.

O funcionário do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Kidra, afirmou que bombardeios israelenses mataram pelo menos 35 palestinos no sul do território, com o fim da trégua entre Hamas e Israel, que deveria durar 72 horas. O Exército de Israel disse que um de seus soldados pode ter sido sequestrado.

Al-Kidra disse à Associated Press que cerca de 200 palestinos ficaram feridos como resultado de um ataque israelense na sexta-feira na cidade de Rafah e nas proximidades. Segundo ele, o número de mortos pode aumentar, já que equipes de resgate continuam a procurar pessoas presas nos escombros de vários prédios de apartamentos atingidos por bombas. Al-Kidra não disse se as vítimas são civis ou militantes.

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Israel e Hamas acusam-se mutuamente por interromper o cessar-fogo. Os confrontos foram retomados menos de duas horas depois do início da trégua.

Os três dias de cessar-fogo, anunciados pelos Estados Unidos e pela Organização das Nações Unidas (ONU) horas antes, começou às 8h (horário local, 2h em Brasília) desta sexta-feira, após pesados confrontos que mataram 17 palestinos e cinco soldados israelenses.

O Exército de Israel disse que militantes de Gaza dispararam oito foguetes e morteiros contra o território israelense desde o início do cessar-fogo começou. Um deles foi interceptado.

O objetivo da trégua era levar ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e dar tempo aos palestinos para consertarem parte da infraestrutura danificada pelos confrontos.

O Exército israelense informou que um de seus soldados pode ter sido sequestrado, sem fornecer mais detalhes.

"Mais uma vez, o Hamas e as organizações terroristas em Gaza quebraram ostensivamente o cessar-fogo com o qual haviam se comprometido, desta vez perante o secretário de Estado norte-americano e o secretário-geral da ONU", disse o escritório do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em comunicado, pouco depois do reinício dos combates.

Pelo menos quatro breves tréguas humanitárias foram anunciadas desde o início do conflito, em 8 de julho, mas cada uma delas foi interrompida poucas horas depois. O cessar-fogo desde sexta-feira foi o mais longo a ser anunciado até agora.

A Casa Branca diz que há poucas dúvidas de que foi artilharia israelense que atingiu uma escola da Organização das Nações Unidas (ONU) em Gaza na quarta-feira (30) e descreveu o ataque como "totalmente inaceitável e totalmente indefensável".

O porta-voz da Casa Branca Josh Earnest citou comunicados da ONU responsabilizando Israel pelo ataque, assim como o reconhecimento do governo israelense sobre ter feito disparos na área da escola. Earnest disse que embora os Estados Unidos apoiem uma ampla investigação sobre o caso, "parece não haver muita dúvida sobre que artilharia esteve envolvida".

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Em suas declarações iniciais após o ataque, a Casa Branca condenou o ataque, mas não responsabilizou nenhum dos lados. Earnest reiterou que Israel pode fazer mais para garantir a segurança de civis nos confrontos entre Israel e o Hamas.

Embora os Estados Unidos afirmem que apoiam o direito de Israel de se defender contra o Hamas, autoridades do país têm pedido repetidamente que Israel faça mais para conter as mortes de civis. Mais de 1.300 palestinos, a maioria civis, e mais de 50 israelenses, a maioria militares, morreram desde 8 de julho. Fonte: Associated Press.

A Casa Branca condenou o violento ataque a uma escola da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (30) na Faixa de Gaza. O local abrigava palestinos desalojados pelos confrontos entre Israel e o Hamas.

Mas o governo norte-americano não atribui responsabilidade pelo bombardeio, embora autoridades de Gaza tenham afirmado que Israel atacou a escola, matando pelo menos 15 pessoas e ferindo ao menos 90. O Exército de Israel diz que respondeu a ataques de morteiro contra seus soldados, vindos das proximidades da escola.

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A porta-voz da Casa Branca Bernadette Meehan disse também que os Estados Unidos estão "extremamente preocupados" com o fato de milhares de palestinos não estarem seguros em abrigos da ONU, apesar de receberem ordens do Exército de Israel para deixar suas casas. Israel tem alertado civis por telefone e panfletos a deixar áreas perigosas antes de ataques contra alvos de militantes.

Ao mesmo tempo, Meehan disse que os Estados Unidos condenam aqueles que escondem armas em instalações da ONU. Ela reiterou o pedido norte-americano para um rápido cessar-fogo para conter a violência

"Todas essas ações e outras similares numa fase inicial do conflito são inconsistentes com a neutralidade da ONU", afirmou Meehan. "Esta violência destaca a necessidade de se chegar a um cessar-fogo o mais rápido possível."

Israel acusa militantes do Hamas de esconder armas em instalações da ONU e de lançar foguetes de áreas densamente povoadas, colocando em perigo civis quando Israel responde aos ataques.

As fortes críticas dos Estados Unidos acontecem em meio à intensificação da violência em Gaza, onde um ataque israelense atingiu uma movimentada área de Gaza nesta quarta-feira, matando pelo menos 16 pessoas e ferindo mais de 150. Israel e o Hamas vêm intensificando os ataques depois de mais de três semanas de combates que já deixaram mais de 1.300 palestinos e 50 israelenses mortos. Fonte: Associated Press.

Um ataque aéreo israelense atingiu uma movimentada área comercial da Faixa de Gaza nesta quarta-feira (30), matando pelo menos 16 pessoas e ferindo mais de 150 horas depois de disparos de tanques israelenses contra uma escola da Organização das Nações Unidas (ONU), que abrigava palestinos desalojados, ter deixado pelo menos 15 mortos.

Esses ataques aconteceram após a intensificação da violência no território costeiro palestino, onde tanto Israel quanto o Hamas vem intensificando os ataques após mais de três semanas de combates que já deixaram mais de 1.300 palestinos e mais de 50 israelenses mortos.

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O funcionário da área de saúde de Gaza Ashraf al-Kidra e testemunhas disseram que a área comercial estava cheia porque os moradores, muitos dos quais haviam se abrigado na região por causa de confrontos em outras áreas, pensavam que havia um cessar-fogo em vigor. O Crescente Vermelho palestino confirmou o número de mortos.

O Exército israelense não havia feito comentários sobre o ataque a área comercial e disse estar investigando as informações.

Mais cedo nesta quarta-feira, Israel havia anunciado uma "janela humanitária" de quatro horas em partes de Gaza a partir de 15h (horário local, 9h em Brasília), mas disse que não interromperia os ataques em outras áreas, dentre elas Shijaiyah, onde o ataque aconteceu. O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, declarou porém que a medida israelense não tinha qualquer "valor" porque exclui áreas fronteiriças de onde o grupo quer retirar feridos. Militantes do grupo dispararam 27 foguetes contra Israel após o horário de início do cessar-fogo.

Testemunhas disseram que o ataque aéreo atingiu um depósito em Shijaiyah, provocando um incêndio que resultou numa grande nuvem de fumaça. Bombeiros e veículos médicos foram enviados para o local, segundo um fotógrafo da Associated Press.

Testemunhas disseram que um segundo ataque atingiu uma área a cerca de 500 metros do primeiro local, matando imediatamente 16 pessoas, dentre elas o fotógrafo palestino Rami Rayan, que usava um colete que o identificava como integrante da imprensa no momento do ataque.

"As pessoas estavam nas ruas e no mercado, a maioria mulheres e crianças. De repente, mais de 10 bombas caíram na área do mercado na região de Turkman e perto do posto de gasolina", disse Salim Qadoum, de 26 anos, que testemunhou o ataque.

"A área agora está como um banho de sangue. Todos estão mortos ou feridos. As pessoas perderam membros e gritam por ajuda. É um massacre. Eu vomitei quando vi o que aconteceu." Ataques aéreos e bombardeios israelenses mataram mais de 108 palestinos em todo o território costeiro durante esta quarta-feira. Fonte: Associated Press.

Logo depois de receber a advertência do exército israelense, dezenas de famílias se somaram em pânico à massa de palestinos que encontraram refúgio em uma escola da ONU em Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza.

"O exército nos disse: é preciso abandonar o setor agora. Os que não fizerem isso colocarão sua vida em risco", relata Ghasan Ahed, que fugiu na noite anterior de sua casa de Beit Lahiya, uma cidade regularmente bombardeada ao norte de Gaza, não muito longe da fronteira com Israel.

O exército telefonou e enviou mensagens aos celulares dos habitantes de Beit Lahiya, aos de Beit Hanun, cidade próxima, e aos de Zeitun, um bairro do sul da Cidade de Gaza, antes de submeter o setor a bombardeios maciços.

"As mensagens nos diziam para irmos à Cidade de Gaza. Mas não é tão fácil. Não temos familiares ali, não temos para onde ir", comenta um policial de 46 anos, pai de seis filhos. Quase 180.000 habitantes do território palestino, submetido a um bloqueio israelense desde 2006, fugiram de suas casas e vivem agora com precariedade em 83 escolas administradas pela Agência Nacional para a Ajuda aos Refugiados palestinos (UNRWA).

O lixo se amontoa nas paredes do recinto. Mulheres tentam como podem limpar as salas de aula onde os colchões sujos são empilhados.

A falta de espaço obriga outras famílias a se instalar nos corredores ou nos pátios, onde o calor é sufocante. Ali, mulheres tentam proteger seus filhos do sol sob tendas improvisadas com cobertores. Um homem dorme em um pedaço de papelão no chão.

Falta de água e alimentos

"É como se toda Beit Lahiya estivesse aqui. Não há mais salas livres. As pessoas precisam se instalar nos pátios", declarou Samer Kilani, morador de Beit Hanun.

"Não está limpo, não é saudável", lamenta Ghassan Ahed. "As crianças ficam doentes por falta de água potável suficiente. Como não há muita água, a maioria das pessoas não toma banho há dias".

"Queremos comer, mas não há nada fresco", afirma Muna Abu Amcha. Há duas semanas 20 familiares seus estão na escola, depois de fugir de Beit Hanun.

Os combates sem interrupção tornam especialmente difícil a distribuição de alimentos, explica Chris Gunnes, porta-voz da UNRWA.

As crianças se assustam quando ouvem explosões perto, que lembram que as escolas da ONU não estão a salvo.

Várias foram atingidas pelos combates. No dia 24 de julho, um morteiro israelense caiu no pátio de uma delas em Beit Hanun e uma quinzena de palestinos morreram. O exército israelense afirmou, no entanto, que não foi seu morteiro que os matou.

Israel responsabiliza o Hamas pelas mortes da população civil. Acusa o movimento islamita de utilizar os civis como escudos humanos ao esconder suas armas e seus centros operacionais nas igrejas, mesquitas ou escolas.

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