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O Japão lembrou nesta quinta-feira (6) os 75 anos da detonação da primeira bomba nuclear lançada durante a Segunda Guerra Mundial e que matou cerca de 140 mil pessoas na cidade de Hiroshima.

Por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), as tradicionais cerimônias pelo dia 6 de agosto de 1945 foram reduzidas ou canceladas. A principal delas, no Parque Memorial da Paz, no centro da cidade portuária, contou com um número pequeno de autoridades e não teve a presença dos moradores pela primeira vez - o evento foi transmitido por streaming.

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Já a tradicional cerimônia das lanternas flutuantes, para honrar a memória das vítimas, foi cancelada para evitar aglomerações.

Durante a celebração no Parque, participaram sobreviventes do ataque, políticos, autoridades e representantes de 80 nações. Às 8h15 (hora local), momento em que a bomba atômica lançada pelo caça norte-americano Enola Gay atingiu o solo, um minuto de silêncio foi respeitado.

O premier japonês, Shinzo Abe, afirmou em discurso que se "compromete a fazer o possível para conseguir um mundo sem armas nucleares e uma paz duradoura".

Já o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, pediu que a sociedade rejeite a crescente onda de nacionalismo por todo o mundo porque "nunca devemos permitir que esse passado doloroso se repita".

A semana de cerimônias no Japão ainda terá mais uma etapa, no dia 9 de agosto, quando o país relembra o lançamento da segunda bomba nuclear, dessa vez, na cidade de Nagasaki, que matou outras 74 mil pessoas.

Para os norte-americanos, o lançamento das duas bombas causou a rendição do Japão durante o conflito e provocou o fim "oficial" da Segunda Guerra Mundial. No entanto, muitos historiadores locais dizem que o governo da época teria se rendido mesmo sem as bombas e as inúmeras perdas humanas provocadas por elas.

- Mattarella e Papa se manifestam: Durante esta quinta-feira, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, emitiu uma nota oficial lembrando da data e defendeu um mundo de paz.

"A arquitetura internacional para o desarmamento e a não proliferação [de armas nucleares] é componente importantíssimo de tal sistema e cada violação sua representa um passo para o holocausto nuclear. A Itália apoia com força o objetivo de um mundo livre de armas nucleares, através de uma aproximação progressiva do desarmamento que preveja a colaboração de cada país. A agenda internacional não pode ignorar esse objetivo", afirmou o presidente italiano.

Mattarella ainda disse que "prestar homenagem às inúmeras vítimas daqueles trágicos eventos e aos muitíssimos que, sobrevivendo ao bombardeamento, sofreram os efeitos devastantes da radiação, significa comprometer-se a criar um mundo pacífico para cumprir a promessa escrita no cenotáfio de Hiroshima: Não repetiremos o erro".

Quem também se manifestou pela data foi o papa Francisco através de uma mensagem enviada para o governador de Hiroshima, Hidehiko Yuzaki.

"Para que a paz floresça, todos devem baixar as armas, sobretudo, as mais potentes e destrutivas, como as nucleares, que podem paralisar e destruir cidades e países inteiros", escreveu o líder católico segundo o portal "Vatican News".

O Pontífice ainda repetiu a mensagem que leu durante sua visita ao Parque Memorial, em 24 de novembro de 2019, ressaltando que "o uso da energia atômica para fins bélicos é imoral, assim como é imoral possuir armas nucleares". "Que as vozes proféticas dos sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki continuem a servir de alerta para nós e para as gerações futuras", concluiu. 

Da Ansa

Os sobreviventes do primeiro ataque nuclear da história, em 6 de agosto de 1945, em Hiroshima, descreveram neste domingo as "cenas do inferno" que haviam testemunhado diante do papa Francisco, que veio ao Japão para pregar o desarmamento nuclear.

Yoshiko Kajimoto era um estudante de 14 anos, a 2,3 km do hipocentro (o ponto zero da explosão), trabalhando ao amanhecer em uma fábrica de motores de aeronaves, quando a bomba caiu sobre Hiroshima, às 08H15. Ele viu uma luz azul através da janela, depois a escuridão na fábrica destruída e depois desmaiou.

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Em meio a um cenário de desolação que recupera a consciência, numa noite em plena luz do dia e "um cheiro de peixe podre".

"Comecei a andar e vi pessoas andando ao meu lado como fantasmas, pessoas cujo corpo todo estava tão queimado que eu não conseguia distinguir entre homens e mulheres. Com cabelos desarrumados, rosto inchado que parecia ter o dobro do tamanho normal e lábios pendurados, levavam nas pedaços de pele queimada. Ninguém neste mundo pode imaginar uma cena tão infernal ", disse ao papa.

"Nos dias seguintes a fumaça branca reinava em todas partes. Hiroshima havia se transformado num crematório". Cerca de 140 mil pessoas morreram no ato e nos meses seguintes.

Felizmente, a adolescente encontrará seu pai que a procurou incansavelmente por três dias, mas um ano e meio depois vomita sangue e morre, uma consequência dos efeitos da radiação. Sua mãe terá que suportar a "doença da bomba atômica" por 20 anos e até sua morte prematura.

Sem a maioria de seus amigos, que morreram devido aos efeitos das armas nucleares, Yoshiko Kajimoto sofre de leucemia e câncer, que lhe custou a remoção de dois terços do estômago.

"Estou trabalhando duro para testemunhar que não devemos usar essas bombas atômicas aterrorizantes ou permitir que alguém sofra tais sofrimentos", explicou ao pontífice.

Já Koji Hosokawa, que tinha 17 anos em 1945 e estava a 1,3 km do hipocentro, não teve como comparecer à cerimônia. Em sua mensagem lida diante do Papa, ele se referia aos sofrimentos físicos de pessoas que como ele sobreviveram e também aos "preconceitos" que os isolam.

"Acho que todos deveriam estar cientes de que bombas atômicas foram lançadas não em Hiroshima e Nagasaki, mas em toda a humanidade", escreveu este sobrevivente.

No início deste domingo, Francisco viajou para Nagasaki, atingida por uma segunda bomba nuclear americana três dias após Hiroshima. Lá, ele também conheceu os "Hibakusha", os sobreviventes da esplosão, e mencionou o "horror indescritível" vivenciado pelas vítimas.

"Joe 1" era uma bomba. Uma espécie de "Zé" das armas pesadas para os analistas de Defesa dos EUA, chegava ao mundo pouco mais de quatro anos depois das explosões atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Sobre ela, pouco se sabia até a manhã de 29 de agosto de 1949. Segundo a pesquisadora Patrice Franklin, da Universidade Notre Dame, os serviços de inteligência americanos não acreditavam que a União Soviética pudesse reunir recursos tecnológicos e financeiro. Estavam errados.

Tratada de Joe 1, em uma citação irônica a Joseph Stalin, que governou a URSS por mais de 30 anos, a bomba era um plano em evolução desde 1934, quando o físico Georgy Flyorov descreveu a teoria no Congresso de Altas Energias de Stalingrado. Em novembro de 1939, apenas dois meses depois da invasão da Polônia pelas tropas de Adolf Hitler, ele enviaria um relatório reservado para o Kremlin, alertando para a pesquisa do que chamou de "uma superarma" em centros secretos da Alemanha e, do lado dos aliados, nas universidades americanas. O empreendimento alemão foi um fiasco. O americano, um sucesso.

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Iniciado em 1940, o programa russo só ganhou velocidade quando a 2.ª Guerra entrou na fase final, em 1944. Em 1946, o Laboratório n.º 2 passou a ser a sede do empreendimento. Nos documentos oficiais, era citado como "escritório" ou "armazém". Uma cidade inteira foi construída às margens do lago Baikal para receber o pessoal de serviços gerais, militares, técnicos, especialistas e as instalações de apoio, principalmente os laboratórios.

Conhecido como "Ponto Atômico Mãe", o complexo chegou a abrigar 50 mil pessoas, mantidas sob controle da polícia política em um regime bem parecido com o de um confinamento. Em Los Alamos, nos EUA, os 130 mil envolvidos no Projeto Manhattan, das armas atômicas americanas, estiveram submetidos ao mesmo esquema de segurança máxima.

O programa "Primeiro Relâmpago" foi entregue a dois notáveis da ciência soviética: Andrei Sakharov e Igor Kurchatov. O nome oficial do dispositivo era RDS-1. Foi detonado às 7 horas, no Casaquistão. A manhã que virou noite em 25 segundos deu início ao terror da corrida nuclear interminável. No local, a União Soviética faria perto de 500 testes atômicos até 1989. O índice de radiação em um círculo de 18 mil km² ainda hoje é considerado de alto risco.

O dispositivo que explodiu, há 70 anos, estava montado em uma torre, sem a carenagem da bomba. Era uma grande esfera com sensores, relés, conectores de energia, mecanismos de regulagem e sistemas de medição. A "fuselagem" seria usada apenas no eventual lançamento por um avião. O RDS-1 tinha núcleo de plutônio. O processo produziu 22 quilotons (o equivalente a 22 mil toneladas de dinamite) e teve um rendimento efetivo de 85%. Tudo muito parecido com as bombas americanas. A rigor, parecido demais. No início dos anos 50, seria revelado que os soviéticos haviam recebido informações secretas repassadas por uma rede de espiões que agiam nos EUA - entre eles, vários cientistas.

Os governos ocidentais foram surpreendidos pelo teste. Um relatório conjunto da CIA e do MI-6 britânico sustentava que os soviéticos só teriam capacidade para construção de armas atômicas entre 1953 e 1954. O presidente dos EUA, Harry Truman, demorou 25 dias para anunciar que a Casa Branca dispunha de "fortes evidências da ocorrência de uma explosão nuclear" na URSS. Um ano depois, o arsenal de Moscou somava cinco bombas RDS-1. A Rússia atual de Vladimir Putin estoca 8,5 mil armas, 2,7 mil delas prontas para uso imediato.

O ensaio foi uma façanha, mas não foi a maior proeza. Em 30 de outubro 1961, na ilha de Nova Zemlya, no Ártico, os soviéticos executaram com sucesso o Experimento-220, a explosão da bomba mais potente já construída - entre 50 e 57 megatons (57 milhões de toneladas de TNT). Uma encomenda direta do então do líder Nikita Kruchev ao físico Sakharov, a prova deveria servir de instrumento político na Guerra Fria - a demonstração foi feita durante a realização do 22.º Congresso do Partido Comunista, em Moscou.

Imperador

Os jornais ingleses deram à bomba o nome de "Czar". Ela pesava 27 toneladas, tinha 8 metros de comprimento e 2 metros de diâmetro. Tudo era especial na operação. O avião transportador, um bombardeiro Tu-95 Bear, teve as portas de carga removidas para poder acomodar a peça. Para reduzir a velocidade e controlar a queda de 10,5 mil metros até a altitude de 4,2 mil metros, onde se deu a detonação, foi usado um paraquedas que pesava 800 kg. O cronômetro de bordo registrou, às 11h32, o momento do disparo.

O clarão inicial foi visto a mais de mil quilômetros de distância. A onda de calor era capaz de produzir queimaduras de 3.º grau a 100 km. O cogumelo nuclear atingiu 60 km de altura. O círculo mortal, dentro do qual não haveria sobreviventes, foi superior a 32 km. Nos 10 km mais próximos da coluna de fogo primária houve incineração total. As rochas e a superfície arenosa do solo, primeiro, derreteram, depois, vitrificaram, e grandes montanhas de gelo evaporaram. A onda de choque deu três voltas ao redor do planeta, segundo relatou o Serviço Geológico dos EUA (USGS). Mas poderia ter sido pior.

Em seu livro de memórias, Andrei Sakharov conta que a bomba teria originalmente 100 megatons. Diante da impossibilidade de prever os efeitos e as consequências de uma ruptura dessa magnitude, o físico propôs a Kruchev um redesenho redutor, cortando a capacidade pela metade. Para o cientista russo, "a bomba 220 nos revelou a face cruel de Júpiter, o aniquilador". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em 6 de agosto de 1945, o mundo estava em plena Segunda Guerra Mundial, que teve início em 1939 e seguiu até o fim daquele ano. Nesse dia, há 74 anos, a cidade de Hiroshima, localizada no Sul do Japão, foi alvo de ataques comandados pelos Estados Unidos.

Mesmo com a vitória dos Países Aliados sobre a Alemanha, em maio de 1945, a guerra no Pacífico persistia. Nas batalhas do Mar de Coral e Midway, os norte-americanos estavam vencendo o conflito contra o Japão, que resistia. “A resistência japonesa se dava principalmente através dos Kamikazes, pilotos suicidas que jogavam seus aviões bombardeiros contra os navios da Marinha dos Estados Unidos”, explica a professora de história Neuza Matos.  

Na mesma época, os EUA estavam desenvolvendo o Projeto Manhattan, que tinha como objetivo criar uma bomba que utilizaria a energia gerada a partir da fissão nuclear do urânio e do plutônio e, após a  cúpula japonesa ter recusado os termos estipulados na  Declaração de Potsdam propostos pelos Países  Aliados,  o presidente americano Henry Truman decidiu utilizar a recém-criada bomba atômica na cidade de Hiroshima.

O ataque matou instantaneamente milhares de pessoas, na maioria membros da população civil, que nada tinham a ver com a guerra. Acabou afetando seriamente a saúde dos sobreviventes, os quais foram submetidos a altos índices de radiação.

De acordo com a professora Neuza Matos, mesmo com a destruição da cidade japonesa, o país asiático insistia em continuar em guerra. “Apesar do enorme poder de destruição que pôde ser percebido em Hiroshima, membros da cúpula do governo japonês ainda acreditavam em uma resistência”, comenta. Em decorrência disso, o exército americano lançou uma segunda bomba atômica na cidade de Nagasaki.

Em 2 de setembro, após os lançamentos das duas bombas atômicas, o imperador japonês, Hirohito, assinou os documentos de rendição que colocaram um fim ao conflito.

Por Bruna Oliveira

Mais de 70 anos depois do lançamento da bomba atômica de Hiroshima, cientistas descobrem partículas da explosão que destruiu completamente a cidade japonesa em uma praia da região, revelando o quanto a ação humana sobre o ambiente pode ser devastadora mesmo depois de tantas décadas.

Especialista em vida marinha, o geólogo Mario Wannier selecionava, metodicamente, partículas em amostras de areia recolhidas das praias da península de Motoujina, no Japão, quando se deparou com algo inesperado: um grande número de pequeninas esferas de vidro.

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O trabalho de Wannier, que já está aposentado, era comparar material biológico recolhido nas areias de diferentes praias num esforço para reunir informações sobre a saúde dos ecossistemas marinhos regionais. O trabalho envolvia o exame da areia sob o microscópio e a separação das diferentes partículas encontradas para avaliação mais acurada.

"Eu já vi centenas de amostras das praias do Sudeste Asiático e sou capaz de diferenciar, imediatamente, grãos minerais de partículas criadas provenientes de animais e plantas; isso é muito fácil", afirmou o especialista.

Nas amostras de areia provenientes de Motoujina ele encontrou amostras de organismos unicelulares comuns naquela região.

"Mas havia algo mais....e era tão óbvio quando eu olhava para as amostras", disse. "Não tinha como não ver aquelas partículas arredondadas e de um material parecido com vidro."

As partículas tinham de 0,5 milímetro a 1 milímetro. Embora algumas se parecessem com as encontradas em áreas de impacto de meteoritos - em que as temperaturas são tão altas que transformam areia em vidro -, outras eram um pouco diferentes e Wannier teve dificuldades para identificá-las.

Foram anos de experiências no Laboratório de Berkeley e estudos na Universidade da Califórnia. Os esforços científicos revelaram partículas únicas, nunca vistas antes, com uma composição química incomum, misturas minerais inusitadas e formadas em um ambiente de alta temperatura e pressão.

Depois dessa descoberta, Wannier viajou ao Japão para colher mais amostras de areia da praia da mesma região, próxima à cidade de Hiroshima. Nas novas amostras ele voltou a encontrar o mesmo tipo de partícula. O fato de terem sido coletadas perto de Hiroshima levantou a suspeita de que elas poderiam estar relacionadas à explosão da bomba atômica que devastou a cidade em 6 de agosto de 1945, deixando pelo menos 70 mil mortos. Estima-se que 90% da cidade tenha sido completamente destruída.

"Este foi, de longe, o pior evento realizado pelo homem", avalia Wannier sobre a explosão da bomba. "Você tinha uma cidade inteira e um minuto depois você não tinha mais cidade. Então a pergunta é: onde está a cidade? Onde está todo esse material? Foi muito importante descobrir essas partículas. É uma história e tanto."

Os experimentos realizados revelaram que as partículas encontradas pelo geólogo se formaram em condições extremas, com temperaturas de até 1.800º Celsius. Os cientistas também comprovaram que a composição das partículas coincidia com a dos materiais mais comuns em Hiroshima na ocasião do bombardeio, como concreto, mármore, aço e borracha.

A bomba H, ou "bomba de hidrogênio", do tipo que a Coreia do Norte afirma ter testado com sucesso e ameaça explodir fora de seu território, têm poder infinitamente superior ao da bomba A, como as lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945.

O ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong-ho, declarou, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, que Pyongyang poderia explodir uma bomba de hidrogênio "de um nível sem precedentes, talvez sobre o Pacífico".

Em 3 de setembro, a Coreia do Norte anunciou ter realizado com sucesso seu primeiro teste com a bomba de hidrogênio, passível de ser montada em um míssil.

Segundo o site 38 North, da Universidade Johns Hopkins de Washington, o teste nuclear foi de uma potência de 250 kilotons, 16 vezes a potência da bomba atômica de Hiroshima.

As bombas A liberam uma energia desencadeada pela fissão de elementos como urânio ou plutônio. As de hidrogênio - ou termonucleares - utilizam em primeiro lugar a técnica de fissão e, em seguida, a de fusão nuclear em uma reação em cadeia.

Até hoje, nenhuma bomba H foi utilizada fora de disparos de testes.

Entenda as principais diferenças:

- A bomba H, "bomba de hidrogênio" ou ainda "termonuclear" baseia-se no princípio de fusão nuclear e libera energia superior às temperaturas e pressões mais elevadas do centro do sol.

Quando uma bomba de hidrogênio explode, explosões químicas, nucleares e termonucleares se sucedem em um período infinitesimal de tempo. Uma primeira bomba de fissão provoca um aumento acentuado na temperatura que provoca a fusão.

Em 1º de novembro de 1952, os Estados Unidos detonaram secretamente este novo tipo de bomba nas Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico.

Um ano mais tarde, a União Soviética anunciou uma explosão termonuclear.

O poderio da maior bomba de hidrogênio já detonada, a soviética "Tsar Bomba", em 30 de outubro de 1961, acima do Ártico, foi de 57 megatoneladas, um poder, teoricamente, cerca de 4.000 vezes maior do que a bomba de Hiroshima.

- A bomba A, vulgarmente conhecida como "bomba atômica", utiliza o princípio da fissão de átomos. Duas matrizes foram desenvolvidas, uma de urânio enriquecido e outra de plutônio.

A explosão da primeira bomba deste tipo, em julho de 1945 no deserto americano do Novo México, revelou o poder destrutivo desta energia.

O poder da bomba de urânio lançada sobre Hiroshima foi de 15 quilotoneladas (0,015 megatoneladas). A da bomba de Nagasaki, de plutônio, de poder comparável (17 quilotoneladas), o equivalente a 17.000 toneladas de TNT.

Quatro anos mais tarde, a União Soviética detonou sua primeira bomba, em 29 de agosto de 1949, no deserto do Cazaquistão.

- A técnica de miniaturização é um passo fundamental, pois permite montar uma arma nuclear em ogivas de mísseis.

De acordo com Pyongyang, a bomba H testada era um míssil "miniaturizado". Em maio de 2015, a Coreia do Norte afirmou ser capaz de lançar ogivas nucleares miniaturizadas em foguetes de precisão de longo alcance. Mas a Casa Branca não acredita que este país é capaz de miniaturizar uma arma atômica.

- Pelo menos nove países possuem armas nucleares no mundo

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são considerados potências nucleares oficiais: Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França. Todos eles possuem a bomba H, segundo especialistas.

De acordo com Hans Kristensen, analista na Federation of American Scientists (FAS), um grupo de reflexão, os arsenais americano, britânico e francês são exclusivamente compostos atualmente de armas termonucleares. A Rússia ainda dispõe da bomba A.

A Índia (1974) e o Paquistão (1998) se juntaram ao clube nuclear, bem como Israel, que, no entanto, nunca admitiu ter a bomba atômica.

A Coreia do Norte, que anunciou seu primeiro teste de bomba de hidrogênio, testou em três ocasiões uma bomba atômica: em 2006, 2009 e 2013, o que lhe rendeu várias sanções internacionais.

Esses três países possuiriam apenas a bomba A, segundo especialistas.

Finalmente, o Irã assinou com as grandes potências (EUA, França, Estados Unidos, Rússia, China e Alemanha), em julho de 2015, um acordo nuclear que prevê a limitação do programa nuclear iraniano em troca de uma suspensão parcial e reversível das sanções internacionais impostas à República Islâmica.

Mais de 50 mil pessoas se reuniram neste domingo (6) no parque da Paz em Hiroshima, no Japão, para relembrar os 72 anos do lançamento da bomba atômica sobre a cidade durante a Segunda Guerra Mundial.

Além dos moradores, representantes de 80 países também participaram da cerimônia e lembraram as milhares de vítimas do bombardeio.

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Às 8h15 (hora local), após o toque de um sino, foi feito um minuto de silencio. O horário foi o mesmo em que a bomba caiu sobre a cidade. Durante seu discurso, o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, lembrou a assinatura de um documento entre 122 países na Organização das Nações Unidas (ONU) que proíbe o uso de armamentos nucleares. No entanto, o texto do dia 7 de julho não foi assinado pelas principais potências mundiais e pelas nações que possuem bombas atômicas em seus arsenais. 

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou neste domingo (22) à capital do Vietnã para um visita de três dias a fim de aprofundar as relações norte-americanas com o país e solidificar a política norte-americana para a Ásia. Obama é o terceiro presidente dos EUA a visitar o Vietnã.

Os Estados Unidos têm interesse em melhorar as relações com o país tanto em função da crescente classe média vietnamita, que tem potencial para se tornar um mercado consumidor promissor para produtos dos EUA, como para contrabalançar a expansão do poder chinês na região. Uma das principais questões a serem discutidas diz respeito à atuação crescente de Pequim no Mar do Sul da China. Os Estados Unidos também estão avaliando suspender um embargo de décadas à venda de armas para o Vietnã.

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Obama deve defender ainda o fortalecimento das relações comerciais e de segurança entre os dois países, incluindo a aprovação da Parceria Trans Pacífico (TPP, na sigla em inglês), cujas discussões estão paradas no congresso norte-americano e enfrentam forte oposição dos candidatos às eleições presidenciais do país.

O primeiro compromisso de Obama amanhã será uma reunião no palácio presidencial em Hanói com o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang. Também estão agendados encontros com a presidente da Assembleia Nacional, Nguyen Thi Kim Ngan, com o primeiro-ministro Nguyen Xuan Phuc, e com o secretário geral do Partido Comunista do país, Nguyen Phu Trong.

Na terça-feira, Obama deve se reunir com líderes da sociedade civil e fazer um discurso sobre as relações dos dois países. Os Estados Unidos têm manifestado preocupação com as restrições impostas pelo governo vietnamita a direitos políticos dos cidadãos e à liberdade de expressão.

Em seguida, Obama viajará para a cidade de Ho Chi Minh City, onde estão previstos eventos para promoção de negócios e empreendedorismo, assim como reunião com um grupo de juventude do sudeste asiático.

Na quarta-feira o presidente dos EUA deixa o Vietnã com destino ao Japão, onde comparecerá à cúpula do G7 (grupo formado pelas sete maiores economias do mundo, incluindo Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia). Obama será o primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar Hiroshima após o país ter lançado uma bomba atômica sobre a cidade durante a Segunda Guerra Mundial, matando aproximadamente 140 mil pessoas. (Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press).

O presidente dos EUA, Barack Obama, fará em maio uma visita histórica a Hiroshima, no Japão, local do primeiro bombardeio atômico do mundo, informaram fontes do governo norte-americano ao jornal japonês The Nikkei. A visita ocorrerá depois do próximo encontro da cúpula do G-7, que será no Japão.

Com isso, Obama será o primeiro presidente dos EUA a visitar a cidade, que foi devastada por uma bomba nuclear americana nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, em 6 de agosto de 1945.

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A viagem é altamente sensível para japoneses e norte-americanos. Alguns dos japoneses veem o bombardeio de Hiroshima como uma atrocidade injustificável contra civis, enquanto os norte-americanos tendem a considerá-lo um passo que foi necessário para acabar com o conflito. De olho nisso, Obama deve ter cuidado durante a sua visita para garantir que não pareça "apologética", o que despertaria a ira nos EUA.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, estará presente durante a visita ao memorial de Hiroshima, de acordo com as fontes. O memorial é um antigo salão de exposições que foi preservado como um monumento e que homenageia os cerca de 80 mil japoneses mortos no primeiro uso de uma arma atômica.

Obama é esperado para fazer um discurso apelando para "um mundo sem armas nucleares", uma de suas bandeiras políticas. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, tornou-se o primeiro secretário de Estado em prestar homenagens a Hiroshima no início deste mês, em uma viagem que foi amplamente vista na época como um momento de abertura do caminho para uma visita presidencial.

Os EUA e o governo japonês trabalham para organizar a visita de Obama no último dia da reunião da cúpula do G-7 em 27 de maio, A cúpula deve ser realizada em Ise-Shima, que está localizado aproximadamente a meio caminho entre Tóquio e Hiroshima. Fonte: Dow Jones Newswires

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, tornou-se nesta segunda-feira o primeiro secretário de Estado no cargo a visitar o memorial da paz e museu de Hiroshima, que lembra as vítimas da bomba atômica lançada em 1945 pelos norte-americanos. Kerry qualificou o local como um lembrete "total, duro, obrigatório" da necessidade de conter as armas nucleares e para se evitar uma guerra.

O ministro das Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida, que nasceu em Hiroshima, levou Kerry e ministros das Relações Exteriores do G-7 para um tour de 45 minutos. O local mostra as consequências terríveis do ataque dos EUA à cidade durante a Segunda Guerra. Os ministros estão presentes na cidade para um encontro do G-7.

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Kerry firmou o livro de visitas e disse que pensou que todos no mundo "deveriam ver e sentir o poder desse memorial". "A guerra precisa ser um último recurso - nunca a primeira opção", afirmou Kerry no livro de visitas. "Este memorial nos impulsiona a todos a redobrar nossos esforços para mudar o mundo, para encontrar a paz e construir o futuro desejado por todos os cidadãos em toda parte."

Durante uma visita à exposição um dia antes, alguns visitantes estrangeiros foram vistos enxugando lágrimas, diante das descrições e das fotografias sobre os efeitos pessoais que atingiram dezenas de milhares que morreram no ataque norte-americano em Hiroshima e também no restante da população. A mostra traz documentos sobre uma série de consequências médicas para as pessoas expostas à radiação meses e anos depois, com câncer em amostras de pele, língua e outras partes do corpo.

O ataque, realizado em 6 de agosto de 1945, marcou a primeira vez que a bomba atômica foi usada na história. A segunda e última até agora ocorreu três dias depois, em Nagasaki. Dias depois, o Japão se rendeu e autoridades militares dos EUA disseram que a intenção com as bombas era forçar rapidamente o país asiático a se entregar, o que evitou uma invasão por terra que segundo as lideranças custaria ainda mais vidas.

Após visitar o museu na manhã desta segunda-feira, Kerry e seus colegas foram para uma cerimônia de homenagem às vítimas. O parque memorial estava cercado por cerca de 800 alunos de ensino fundamental do Japão, que saudaram com bandeiras dos países representados na visita.

Em declarações planejadas para esta segunda-feira, Kerry não deve pedir desculpa pelo fato de os EUA terem usado a bomba atômica, mas lamentará a perda de vidas, disse um funcionário que o acompanha. A fonte afirmou que Tóquio não demandou um pedido de desculpas e que os dois lados concordam que a visita ao local deve ter como foco "olhar para frente". Alguns japoneses acreditam que um pedido de desculpas dos EUA é necessário, porém muitos nos EUA argumentam que qualquer gesto nessa direção seria uma crítica inapropriada ao esforço de guerra norte-americano. Fonte: Dow Jones Newswires.

As bombas H de hidrogênio, do tipo que a Coreia do Norte afirma ter testado com sucesso, têm poder infinitamente superior às bombas A, tais como as lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945.

A Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira (6) que realizou com sucesso seu primeiro teste com bomba de hidrogênio, muito mais poderosa do que bomba atômica ordinária, um anúncio recebido com grande ceticismo por especialistas.

As bombas A liberam uma energia desencadeada pela fissão de elementos como urânio ou plutônio. As de hidrogênio - ou termonucleares - utilizam em primeiro lugar a técnica de fissão, em seguida, a de fusão nuclear numa reação em cadeia.

Nenhuma bomba H foi até à data utilizada fora de disparos de testes. Os arsenal nuclear estratégico americano, mas também, sem dúvida, o da Rússia, é composto exclusivamente por este tipo de bomba, mas sob uma forma miniaturizada, de poder altamente variável.

- A bomba H, "bomba de hidrogênio" ou ainda "termonuclear", baseia-se no princípio de fusão nuclear e libera energia superior às temperaturas e pressões mais elevadas do centro do sol.

Quando uma bomba de hidrogênio explode, explosões químicas, nucleares e termonucleares se sucedem em um período infinitesimal de tempo. Uma primeira bomba de fissão provoca um aumento acentuado na temperatura que provoca a fusão.

Em 1º de novembro de 1952, os Estados Unidos detonaram secretamente este novo tipo de bomba nas Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico.

Um ano mais tarde, a União Soviética anunciou um disparo termonuclear.

O poderio da maior bomba de hidrogênio que já explodiu, a soviética "Tsar Bomba", em 30 de outubro de 1961 acima do Ártico, foi de 57 megatoneladas, um poder, teoricamente, cerca de 4.000 vezes maior do que a bomba de Hiroshima.

- A bomba A, vulgarmente conhecida como "bomba atômica", utiliza o princípio da fissão de átomos. Duas matrizes foram desenvolvidas, uma de urânio enriquecido e outra de plutônio.

A explosão da primeira bomba deste tipo, em julho de 1945 no deserto americano do Novo México, revelou o poder destrutivo desta energia.

O poder da bomba de urânio lançada sobre Hiroshima foi de 15 quilotoneladas (0,015 megatoneladas). A da bomba de Nagasaki, de plutônio, de poder comparável (17 quilotoneladas), o equivalente a 17.000 toneladas de TNT.

Quatro anos mais tarde, a União Soviética detonou sua primeira bomba, em 29 de agosto de 1949, no deserto do Cazaquistão.

- A técnica de miniaturização é um passo fundamental, pois permite montar uma arma nuclear em ogivas de mísseis.

De acordo com Pyongyang, a bomba H testada era um míssil "miniaturizado". Em maio de 2015, a Coreia do Norte afirmou ser capaz de lançar ogivas nucleares miniaturizadas em foguetes de precisão de longo alcance. Mas a Casa Branca não acredita que este país é capaz de miniaturizar uma arma atômica.

- Pelo menos nove países possuem armas nucleares no mundo.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são considerados potências nucleares oficiais: Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França.

A Índia (1974) e o Paquistão (1998) se juntaram ao clube nuclear, bem como Israel, que nunca reconheceu, no entanto.

A Coreia do Norte, que anunciou seu primeiro teste de bomba de hidrogênio, testou em três ocasiões uma bomba atômica: em 2006, 2009 e 2013, o que lhe valeu várias sanções internacionais.

Finalmente, o Irã assinou com as grandes potências (EUA, França, Estados Unidos, Rússia, China e Alemanha), em julho de 2015, um acordo nuclear que prevê a limitação do programa nuclear iraniano em troca de um levantamento parcial e reversível das sanções internacionais.

Subiu para 39 o número de pessoas mortas em Hiroshima, no Japão, após deslizamentos de terra provocados por chuvas torrenciais, informou nesta quinta-feira a polícia japonesa. O desastre natural, que ocorreu na quarta-feira, também causou o desaparecimento de pelo menos 51 pessoas. Segundo os bombeiros, 23 pessoas ficaram feridas, 13 delas gravemente.

Com as chuvas, encostas cederam ou foram arrastadas para baixo em áreas residenciais de pelo menos cinco vales nos subúrbios da cidade, que fica no oeste do Japão. A prefeitura de Hiroshima tem sido alvo de muitas críticas, já que as ordens para evacuar a região atingida veio somente uma hora depois do primeiro deslizamento de terra. Autoridades explicam que o atraso se deu porque as terras desmoronaram muito rapidamente em vários locais.

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Cerca de 2.500 policiais e militares japoneses fazem as buscas na região.Deslizamentos são riscos constantes em áreas montanhosas e povoadas do Japão, onde muitas casas são construídas próximas a encostas muito inclinadas. Fonte: Associated Press.

Milhares de pessoas se reuniram nesta quarta-feira (6) de manhã (horário local), em Hiroshima, para marcar o 69º aniversário do lançamento da primeira bomba atômica da História, que arrasou essa cidade do oeste do Japão.

Alguns sobreviventes, parentes de vítimas, autoridades do governo e delegações estrangeiras permaneceram imóveis às 8h15 (20h15 de Brasília), quando ressoou um sino que dava o sinal para guardar um minuto de silêncio na hora exata em que, em 6 de agosto de 1945, o bombardeiro americano "Enola Gay" largou a bomba que transformou a cidade em um inferno nuclear.

Cerca de 140 mil pessoas morreram imediatamente ou, pela exposição à radiação, entre o momento do impacto da bomba e o mês de dezembro seguinte.

Depos de Hiroshima, Nagasaki foi bombardeada, no dia 9 de agosto, o que provocou a morte de mais 70 mil japoneses. Os ataques precipitaram a capitulação do Japão e o final da Segunda Guerra Mundial, em 15 de agosto de 1945.

Militante infatigável do desarmamento nuclear, o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, convidou o presidente americano, Barack Obama, "e a todos os dirigentes das nações nucleares a visitar as cidades da bomba A o mais cedo possível".

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Milhares de pessoas se reuniram nesta terça-feira no memorial da paz de Hiroshima, para lembrar os 68 anos do lançamento da bomba sobre a cidade japonesa. Sobreviventes do bombardeio, autoridades e representantes internacionais fizeram um minuto de silêncio as oito e quinze horário local, momento exato da explosão nuclear. O bombardeiro americano matou 140 mil pessoas ao longo de quatro meses e foi lançada no dia 6 de agosto de 1945.

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A cantora canadense Avril Lavigne abriu mão de fazer um show previsto para um festival de música na cidade japonesa de Hiroshima, disseram os organizadores do evento nesta sexta-feira (14).

A estrela da música teen Skater Boy havia aceitado participar do Concerto pela Paz Mundial, um festival de 10 dias que vai até 5 de agosto, às vésperas do 68º aniversário do primeiro ataque nuclear da história, que teve a cidade de Hiroshima como alvo.

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Porém, a cantora, de 28 anos, informou aos organizadores que não fará o show previsto para 31 de julho. A informação foi divulgada pela organização do evento na internet.

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