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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, prestou esclarecimentos para parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira, 19, sobre as supostas mensagens trocadas com procuradores da Operação Lava Jato quando era juiz da 13ª Vara Criminal do Paraná, responsável pela operação na 1ª instância. Os diálogos foram divulgados pelo site The Intercept.

Durante a audiência, Moro reiterou em vários momentos o discurso que vem adotando desde a publicação das supostas mensagens, dizendo que conversas entre juízes, promotores e advogados são comuns e que não houve nenhuma ilicitude. O ministro também reiterou que não pode confirmar a veracidade de todos os conteúdos vazados.

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Confira 10 frases ditas por Moro na audiência da CCJ do Senado:

'Eu saio'

"Estou absolutamente convicto das minhas ações como juiz. Se minhas comunicações com quem quer que seja sejam divulgadas, essa correção vai ser observada. Que o site apresente tudo para a sociedade ver se houve alguma incorreção. Se houve irregularidade de minha parte, eu saio. Mas não houve. Eu sempre agi na lei, de maneira imparcial", admitindo que pode deixar o cargo caso seja provada conduta ilegal nos diálogos.

Fantasia

"É uma fantasia. Não sei se vou querer, não sei se Bolsonaro me oferecerá, não está no radar", sobre ser indicado ao STF pelo presidente Jair Bolsonaro, que já confirmou a intenção de convidar o ministro para a vaga em 2020.

'Escândalo do século'

"Se ele diz que tem o maior escândalo do século, divulga tudo, pega o material e entrega para as autoridades", disse sobre o jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept.

'Grupo criminoso'

"A minha percepção é que não se trata de uma invasão de amadores, mas de um grupo criminoso que visa prejudicar as investigações, as condenações pretéritas e as instituições de uma forma geral", sobre a suposta invasão hacker de seu celular e dos celulares de procuradores.

Sem medo

"Não estou com medo, não. Dizem: 'Ah, tem muito mais coisa'. Divulguem tudo de uma vez. Daí, a gente analisa, o Senado analisa, as pessoas analisam", sobre ameaças de novas mensagens a serem divulgadas pelo site The Intercept.

Conluio

"Qual é o conluio? Qual é a convergência? O que havia no fundo era muita divergência. Agora, também houve parcial convergência, não quer dizer que eu, absolvendo alguém, tenha conluio com advogado e que, condenado alguém, tenha conluio com o Ministério Público".

'In Fux we trust'

"Posso ter mandado mensagem dizendo que confio em ministro, qual é o problema de ter mandado uma mensagem assim?", sobre a suposta mensagem em que diz "in Fux we trust" (em Fux nós confiamos), em relação ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.

Memória

"Querem que eu lembre de mensagens que mandei há dois anos?", disse, voltando a afirmar que as mensagens vazadas podem ter sido parcial ou totalmente adulteradas.

Fernando Henrique Cardoso

"O caso não era meu, nunca passou pelas minhas mãos", sobre uma suposta denúncia que seria feita contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, objeto de uma suposta conversa entre o ex-juiz e Dallagnol.

Projeto

"Espero que toda essa confusão não impacte em relação a esse projeto", em relação à tramitação do projeto anticrime enviado ao Congresso pela pasta comandada por Moro.

A força-tarefa da Operação Lava Jato do Paraná informou nesta quarta-feira, 19, que os procuradores da República desativaram suas contas do aplicativo Telegram em abril. Em nota, a Lava Jato relatou que, desde então, "vários de seus integrantes vêm constatando ataques a seus aplicativos".

A manifestação foi divulgada após o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) comparecer à Comissão de Constituição e Justiça do Senado para falar sobre supostas mensagens do Telegram - nas quais o ministro e procuradores da Lava Jato teriam ajustado passos da operação. As conversas foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil e são relativas à época em que o atual ministro era juiz federal em Curitiba, o juiz da Lava Jato.

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Ainda, conforme divulgado em 14 de maio, a PGR determinou a instauração de um procedimento administrativo para acompanhar a apuração de tentativas de ataques cibernéticos a membros do Ministério Público Federal.

Na nota, a força-tarefa narrou que "desde abril vários de seus integrantes vêm constatando ataques criminosos às suas contas no aplicativo Telegram, inclusive com sequestro de identidade virtual".

"Tendo em vista a continuidade, nos dias subsequentes, das invasões criminosas e o risco à segurança pessoal e de comprometimento de investigações em curso, os procuradores descontinuaram o uso e desativaram as contas do aplicativo Telegram nos celulares, com a exclusão do histórico de mensagens tanto no celular como na nuvem", registrou a Lava Jato.

"Houve reativação de contas para evitar sequestros de identidade virtual, o que não resgata o histórico de conversas excluídas. Também imediatamente após as constatações, e antes que houvesse notícia pública sobre a investida hacker, a força-tarefa comunicou os ataques à PGR e à Polícia Federal em Curitiba, que, uma vez que não prejudicaria as linhas investigatórias em curso, orientou a troca dos aparelhos e dos números de contato funcionais dos procuradores."

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA FORÇA-TAREFA

Diante de questionamentos apresentados em sessão da CCJ do Senado Federal e de matérias veiculadas na imprensa nesta quarta-feira, 19 de junho, a força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) informa que desde abril vários de seus integrantes vêm constatando ataques criminosos às suas contas no aplicativo "Telegram", inclusive com sequestro de identidade virtual.

Tendo em vista a continuidade, nos dias subsequentes, das invasões criminosas e o risco à segurança pessoal e de comprometimento de investigações em curso, os procuradores descontinuaram o uso e desativaram as contas do aplicativo "Telegram" nos celulares, com a exclusão do histórico de mensagens tanto no celular como na nuvem.

Houve reativação de contas para evitar sequestros de identidade virtual, o que não resgata o histórico de conversas excluídas. Também imediatamente após as constatações, e antes que houvesse notícia pública sobre a investida hacker, a força-tarefa comunicou os ataques à PGR e à Polícia Federal em Curitiba, que, uma vez que não prejudicaria as linhas investigatórias em curso, orientou a troca dos aparelhos e dos números de contato funcionais dos procuradores.

Ainda, conforme divulgado em 14 de maio, a PGR determinou a instauração de um procedimento administrativo para acompanhar a apuração de tentativas de ataques cibernéticos a membros do Ministério Público Federal.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pediu ponderação da discussão no Senado de um projeto que pune abuso de autoridade praticado por magistrados e membros do Ministério Público. Após a divulgação do caso envolvendo supostas mensagens trocadas por Moro com o procurador Deltan Dallagnol, senadores decidiram votar a proposta na semana que vem.

Moro alertou para a possibilidade de retrocessos se a proposta for votada com pressa. "Acho que esse tema tem que ser tratado de forma muita cuidadosa". Ele pontuou que o texto estava "esquecido" após ter sido desfigurado pela Câmara dos Deputados e que, "de repente", houve uma aceleração. "Confiando as boas intenções, evidentemente, seria bom que houvesse muita ponderação e debate em cima das provisões desse projeto", afirmou o ministro durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

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O projeto pune condutas praticadas por autoridades ou agentes públicos "com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal". Para se antecipar a críticas do Judiciário ao chamado "crime de hermenêutica", o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) colocou um dispositivo em seu relatório determinando que a divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura, por si só, abuso de autoridade.

Moro afirmou que, quando foi discutido na Câmara, o projeto tinha pontos que preocupavam. No Senado, o relator incluiu na proposta a criminalização do caixa dois e da compra de votos. "Não é uma crítica definitiva em relação ao projeto, mas acho que esse tema deveria ser bastante discutido com muita ponderação e evitadas precipitações", declarou o ministro. Ele afirmou que é preciso coibir eventual abuso de autoridade. "Mas, se for para coibir, (discutir) como fazê-lo e evitar que essa precipitação gere alguma espécie de retrocesso", ponderou.

O caso envolvendo supostas mensagens trocadas com procuradores da Lava Jato é não é problema do governo Jair Bolsonaro, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

"Esse não é um problema do governo", declarou. "Não é uma questão do governo, é uma questão do meu passado. Infelizmente, estou no governo e acaba de certa forma havendo essa transferência."

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Moro classificou como gestos "que valem muitas palavras" as manifestações de apoio do presidente Jair Bolsonaro. Ele minimizou a fala de Bolsonaro quando o presidente afirmou que só confiava 100% no pai e na mãe. "Não vejo nada de problema nesse tipo de manifestação", declarou o ministro. Bolsonaro, citou Moro, avaliou que não tem nada de ilícito no trabalho do ex-juiz da Lava Jato.

Moro foi questionado pelo líder do PSB no Senado, Jorge Kajuru (GO), porque não teria julgado o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na operação. Moro respondeu que a Lava Jato em Curitiba não escolhia quem investigava, mas seguiu parâmetros do Supremo Tribunal Federal (STF) e se limitou a casos relacionados a desvios na Petrobras.

O ministro manifestou "perplexidade" de ter que responder à divulgação de supostas mensagens que teriam sido obtidas através de uma hackeamento. Ele também negou que tenha passado uma "dica" ao Ministério Público Federal ao ter supostamente apontado uma testemunha para o caso envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta quarta-feira, 19, durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que não tem "nenhum apego ao cargo" e que sairia dele se houvesse alguma irregularidade na sua conduta enquanto magistrado, emendando, por outro lado, que agiu de acordo com a lei.

"Então o site apresente tudo, e aí a sociedade vai poder ver de pronto se houve alguma incorreção da minha parte, eu não tenho nenhum apego pelo cargo em si. Apresente tudo, vamos submeter isso ao escrutínio público. E se houve ali irregularidade da minha parte, eu saio, mas não houve, porque eu sempre agi com base na lei", disse o ministro.

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A declaração foi dada em resposta aos questionamentos do senador petista Jaques Wagner, que perguntou a Moro se não seria de "bom tom" se afastar do cargo, mediante aos acontecimentos.

Não estou com medo

Ao explicar as supostas mensagens trocadas com procuradores da Lava Jato, o ministro declarou não estar com medo da revelação de novos conteúdos e minimizou o caso afirmando que há um "estardalhaço" e sensacionalismo em torno da divulgação.

"Não estou com medo, não. Dizem: 'Ah, tem muito mais coisa'. Divulguem tudo de uma vez. Daí, a gente analisa, o Senado analisa, as pessoas analisam", declarou Moro. Ele defendeu que o site The Intercept Brasil deveria submeter o conteúdo a uma autoridade independente, como o Supremo Tribunal Federal (STF).

Moro falou várias vezes que não tem dúvida da correção de seu trabalho quando era juiz da Lava Jato. Além disso, ele declarou que a troca de supostas mensagens entre magistrados e procuradores é normal e não pode ser vista como um crime. "Isso é algo em que foi feito um estardalhaço, um sensacionalismo relativo a supostas mensagens que tratam de operações. São relativos a decisões já deferidas. Onde é que está o comprometimento da imparcialidade? É zero. Zero."

O ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, negou que tenha condicionado o convite para assumir o cargo no governo a uma indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF). "É uma fantasia", classificou Moro, afirmando que o presidente Jair Bolsonaro nunca prometeu nada nesse sentido. "Não sei se vou querer, não sei se ele vai me oferecer, não é uma questão posta agora no radar", declarou Moro durante a audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

A declaração foi feita em resposta ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar relatou que estava com o pai quando o presidente conheceu Moro e também negou que tenha havido a promessa de uma vaga no STF. "Não há nenhum vínculo, nenhum compromisso formado sobre isso", disse Flávio Bolsonaro.

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Anteriormente, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) havia classificado a audiência com Moro como uma "preliminar" de um sabatina para o Supremo Tribunal Federal (STF), fazendo referência à possível indicação do ex-juiz para uma vaga na Corte. Ele questionou Moro por ter supostamente homologado uma colaboração premiada antes da Lei 12.850, de 2013.

O ministro afirmou que, antes de 2013, outras leis já autorizaram acordos de diminuição de pena. Questionado pelo parlamentar sobre o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o ex-procurador Marcelo Miller, Moro comentou que não tinha relação de trabalho com os dois.

Abuso

Moro declarou que precisa conhecer o relatório sobre o projeto de lei com medidas contra corrupção, que também trata sobre abuso de autoridade, em tramitação no Senado. A proposta ganhou força após a revelação do caso envolvendo as supostas mensagens de Moro e deve ser votada na CCJ e no plenário do Senado na semana que vem.

FHC

O ministro afirmou ainda que não se recorda de ter trocado a suposta mensagem com o procurador da República Deltan Dallagnol sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Durante a audiência, ele declarou que pode ter enviado o texto pelo celular, mas não necessariamente nos termos divulgados pelo site The Intercpet Brasil.

De acordo com o portal, Moro questionou, em 2017, uma investigação envolvendo FHC. Nas mensagens divulgadas ontem pelo site, Moro afirma que a apuração poderia "melindrar" alguém cujo apoio era importante para a operação. A troca das supostas mensagens teria ocorrido em 13 de abril de 2017, um dia depois de a imprensa divulgar a informação de que a força-tarefa havia enviado à Procuradoria da República em São Paulo dados sobre supostas doações eleitorais via caixa 2 para campanhas eleitorais de FHC em 1994 e 1998. Na época, o suposto crime de caixa 2 estaria prescrito.

Moro enfatizou que não participava do julgamento do caso envolvendo o tucano e que não poderia interferir na situação. "Ah, que é isso? Tá brincando com nossa honestidade intelectual, com nossa capacidade de investigação dos fatos. Pelo menos seja fiel ao conteúdos das mensagens que, alteradas ou não, estão lá com esse site duvidoso", declarou.

'Encolheu'

Mais de uma vez durante a audiência, Moro afirmou que não é possível reconhecer a autenticidade das mensagens divulgadas pelo site porque o conteúdo não estaria mais disponível para o ministro. Ele pontuou que, mesmo sem verificar a autenticidade, não é possível afirmar que houve prática ilícita no material divulgado. "Eu sinceramente concordo com o título que eu li em um artigo em inglês, escrito sobre essas mensagens, que simplesmente diz: O incrível escândalo que encolheu."

A Polícia Federal (PF) tem elementos de prova de que um hacker tentou se passar pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e mandou mensagens para terceiros em nome do ex-juiz da Operação Lava Jato. Um dos elementos é uma mensagem enviada no dia 4 de junho a um funcionário do próprio gabinete de Moro, depois de ativar uma conta do Telegram - aplicativo de troca de mensagens via internet.

Diálogos atribuídos a Moro e ao procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, passaram a ser divulgados pelo site The Intercept Brasil, desde o dia 9. Segundo a publicação, os diálogos indicariam suposta conduta irregular do então juiz da Lava Jato e consequente comprometimento das decisões dos processos julgados na 13ª Vara Criminal, em especial no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que está preso e condenado por corrupção desde 8 de maio de 2018.

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Moro e Dallagnol negam ilícitos e acusam "crime às instituições" no ataque cibernético e na divulgação do material pelo site. Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo no dia 14, Moro pediu a apresentação integral do material obtido pelo site, falou em tentativa de obstrução da Justiça e interesse de réus da Lava Jato e viés político-partidário na forma de divulgação.

O ministro da Justiça afirma ter saído do Telegram em 2017, quando sua conta foi excluída. No dia 5 de junho foi revelado que Moro teve o aparelho desativado, após perceber que um dia antes ele havia sido alvo de ataque virtual. O celular do ministro foi invadido por volta das 18h da terça-feira, 4. Ele só percebeu após receber três telefonemas do seu próprio número. O ex-juiz, então, acionou investigadores da Polícia Federal, informando da suspeita de clonagem.

Clone

A reportagem teve acesso a uma dessas cópias. Nela, o hacker usa uma conta do Telegram vinculada ao número de Moro. No aparelho que recebeu, o nome aparece com "SFM", abreviação de Sergio Fernando Moro.

Era dia 4 de junho, mesmo dia em que Moro afirmou ter recebido três ligações do aplicativo em seu nome.

O clone enviou mensagem a uma pessoa próxima de Moro às 21h17, após sua conta aparecer no aparelho. "4 de junho. SFM entrou para o Telegram." No texto, o hacker escreve: "Boa noite. O que achou dessa matéria?", anexado a uma publicação do site do próprio Ministério da Justiça sobre o projeto anticrime do governo.

A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar supostos ataques feitos por hackers aos celulares de procuradores da República que atuam nas forças tarefas da Lava Jato em Curitiba, no Rio e em São Paulo. Outro inquérito foi aberto para apurar eventuais ataques ao celular do ministro Sérgio Moro. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou a unificação da investigação em relação aos ataques cibernéticos criminosos contra membros do Ministério Público Federal.

Na entrevista ao Estado, afirmou que foi "vítima de um ataque criminoso de hackers". "Clonaram meu telefone, tentaram obter dados do meu aparelho celular, de aplicativos. Até onde tenho conhecimento, não foram obtidos dados."

No material analisado pela PF, há elementos de que a conta clonada de Moro continuou ativa até pelo menos a última semana. O próprio ministro destacou o fato de não ser "uma invasão pretérita" ao ser questionado sobre as apurações.

"Nós estamos falando aqui de um crime em andamento. De pessoas que não pararam de invadir aparelhos de autoridades ou mesmo de pessoas comuns e agora têm uma forma de colocar isso a público, podem enviar o que interessa e o que não interessa."

Na última semana, um membro Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) relatou ter seu Telegram clonado. O hacker teria enviado mensagem em seu nome a um grupo do CNMP. As mensagens partiram do celular do conselheiro Marcelo Weitzel Rabello de Souza.

Moro confirmou nesta quarta-feira, 19, em audiência no Senado, que sua conta falsa no Telegram continuaria ativa pelo hacker. Ao Estado, em entrevista no dia 14, ele explicou o ocorrido: "o meu celular foi clonado, eles utilizaram o clone do celular para capturar o Telegram, que eu não estava mais, e conversaram com funcionário do Ministério da Justiça fazendo-se passar por mim".

O senador Cid Gomes (PDT-CE) defendeu nesta quarta-feira, 19, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar e propor medidas de segurança sobre o sigilo das comunicações, e também apurar se houve conluio entre o Poder Judiciário e o Ministério Público no caso de supostas mensagens trocadas entre o agora ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da Lava Jato. Segundo o senador, já há um requerimento pronto para isso.

"Uma CPI para investigar e propor medidas para dar mais segurança e garantia ao sigilo das nossas comunicações de um lado, e que procure investigar de forma isenta quem foram os responsáveis por esse caso e outros especificamente e proponha punições, e investigue se houve conluio entre o poder Judiciário, o integrante da magistratura, e o Ministério Público", sugeriu o senador.

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Ao responder Cid Gomes, Moro afirmou que, sobre o conteúdo das supostas mensagens, ele se dispôs a prestar esclarecimentos na CCJ e que, dentro deste contexto, acredita ter demonstrado que não existiu "nenhuma espécie de convergência entre MP e Judiciário em absoluto nesses processos". "E essas supostas mensagens hackeadas, não demonstraram aquilo que, com sensacionalismo, o referido site pretende afirmar", respondeu Moro.

Sobre as invasões, o ministro da Justiça destacou que a Polícia Federal já está investigando. "E certamente vai fazer com dedicação e isenção", respondeu Moro.

Parcialidade

Cid Gomes, que é irmão do candidato derrotado à presidência da República em 2018, Ciro Gomes, também disse que Moro está repetindo "3 ou 4 mantras" ao responder as perguntas dos parlamentares. "Não que eu desconfie da palavra da vossa excelência, mas, da mesma forma que citou pessoas que não enxergam conluio, há muitos outros juristas e advogados que dizem o contrário, que acham que sua atuação está comprometida, eu não quero tomar partido", continuou o senador.

Cid Gomes ainda criticou a postura do ex-juiz federal na condução dos processos da Lava Jato, que, para o senador, foi "sensacionalista". "A Lava Jato continua e ninguém sabe o nome do juiz da operação em Curitiba, isso é mais do que prova de que a postura ao longo do seu posicionamento lá era uma postura de sensacionalismo, de querer aparecer, de se colocar como um salvador da pátria", afirmou.

Desde às 9h desta quarta-feira (19) o ministro da Justiça Sergio Moro participa de uma audiência na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, onde dá esclarecimentos sobre o vazamento da troca de mensagens entre ele e procuradores da Operação Lava Jato.

Entres senadores que o apoiam e senadores que o criticam, Moro diz não comentou ilicitude nenhuma. Porém, parlamentares da oposição seguem questionando a imparcialidade de Moro, enquanto juiz federal e sua conduta na época da condenação do ex-presidente Lula (PT).

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Já os senadores da situação frisam na ideia de que Sergio Moro é o responsável pela retomada da justiça no Brasil. Os embates - por vezes mornos, por vezes acirrados - estão sendo mediados pela senadora Simone Tebet (MDB), que foi elogiada por sua postura em sua atuação.

“Insisto sempre em dizer que o há no centro dessa história é um puro sensacionalismo. Nessas invasões hackers, há um criminoso querendo atacar um juiz, querendo atacar homens da justiça. O que aconteceu é uma coisa normal no meio jurídico”, confirmou Sergio Moro.

O ministro da Justiça se viu no olho do furacão no último dia 9 de junho, quando o site The Intercept, do jornalista Glenn Greenwald, fez a primeira divulgação de mensagens privadas suas.

Figuras nacionalmente conhecidas no meio político usaram suas redes sociais nesta quarta-feira (19) para comentar a participação do ministro da Justiça Sergio Moro na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado nesta quarta-feira (19).

A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que há indícios de parcialidade no trabalho de Moro. “Moro está se equilibrando para prestar esclarecimentos sobre as revelações do The Intercept. Há fortes indícios de parcialidade e manipulação para prejudicar Lula. Estamos aguardando o que vai dizer e queremos que tudo seja apurado e a sentença injusta de Lula anulada”, disse a parlamentar.

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O ex-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, alegou que o ministro tem a Operação Lava Jato como um partido. “Moro no Senado usa a Lava Jato como seu partido. Quando o legítimo combate à corrupção vira plataforma política, a democracia se transforma em arbítrio. É imprescindível que a sociedade, o Congresso e o Judiciário rechacem essa desmoralização da justiça”, afirmou.

Já o vereador pernambucano Ivan Moraes (PSOL) acredita que Moro cai em contradição. “O ex-juiz Sergio Moro se contradiz a cada minuto. Foi hackeado, não foi hackeado? As mensagens são ou não verídicas? Porque não manda o telefone para a perícia, ministro?”, questionou.

Através de seu perfil oficial no Twitter, a deputada federal Erika Kokay (PT) opinou que Moro feriu a Constituição. “Moro nega as conversas com Dallagnol, mas diz que elas são normais. Oi? Por que só travou diálogos com a acusação e não com os advogados de defesa? A parcialidade está desnuda. Moro feriu a Constituição, a Lei da Magistratura e o Código de Processo Penal”, avaliou.

Acompanhando a audiência do ministro da Justiça Sergio Moro na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, o editor e fundador do site The Intercept Glenn Greenwald comentou no seu perfil oficial no Twitter o andamento da sabatina com o ministro.

De acordo com o jornalista responsável pelo vazamento da troca de mensagens entre Moro e procuradores da Operação Lava Jato, Moro poderia provar se as mensagens tivessem sido alteradas. “Moro continua tentando insinuar que as conversas que estamos publicando podem ser alteradas, mas ele não sabe, porque afirma que não as tem mais. Mas Deltan os tem. A Lava Jato tem eles. Se eles foram alterados, eles poderiam facilmente provar isso. Mas eles não fizeram e nunca vão”, escreveu Glenn.

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O jornalista também complementou dizendo que todos sabem o porquê de Moro dizer que não tem as mensagens. “Mais uma vez, senadores: não precisam pegar as mensagens de Moro do Telegram (embora Moro tenha se recusado se autorizaria sua divulgação). Deltan os tem. A Lava Jato tem. Se alguma coisa fosse ‘alterada’, eles poderiam facilmente provar. Por que eles não têm? Todos nós sabemos porque”, postou.

Ainda em sua publicação, Glenn Greenwald justificou que nunca houve a desconfiança de que o The Intercept trabalharia com material alterado. “Além disso, já começamos a trabalhar com outros jornais, revistas e jornalistas com esses materiais. Ninguém jamais alegou, e muito menos provou, que qualquer coisa que publicamos foi alterada. Isso porque todos - especialmente Moro e a Lava Jato - sabem que são autênticos”, finalizou.

Na comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro fala sobre o vazamento da troca de mensagens entre ele e procuradores da Operação Lava Jato. Nesta quarta-feira (19), Moro responde perguntas dos senadores inscritos no colegiado.

Moro avaliou o trabalho feito pelo site The Intercept como uma ilegalidade. “Talvez seja um ataque geral às nossas instituições. São várias questões que têm que ser feitas e espero que as investigações da Polícia Federal as solucionem”, expressou o ministro.

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Em uma de suas respostas, o ex-juiz federal disse que tem sentido o apoio da população. “A minha perceção é que, tirado o sensacionalismo e pessoas que embarcaram nesse sensacionalismo, existe um apoio maciço à Operação Lava Jato. Recebi muitas manifestações de solidariedade de várias parte da sociedade civil e políticos. Fui alvo por apenas cumprir meu dever”, disparou Moro.

Para reforçar suas afirmações, Sergio Moro levou à CCJ uma série de depoimentos de profissionais ligados à Justiça dizendo que não veem problemas nem ilegalidades nas conversas entre o então juiz federal e procuradores. “É comum entre conversa entre juízes, procuradores, policiais e advogados”, acrescentou.

O senador Rogério Carvalho (PT) questionou ao ministro sobre um suposto treinamento midiático que Moro fez para comparecer à CCJ. Aparentemente incomodado, Moro disse que Carvalho estava fantasiando. “Eu não preciso fazer mídia training para vir aqui fazer minha defesa e falar com os senhores. O único auxílio que tive foi o da minha assessoria de imprensa. Eu sugiro ao senhor que se informe melhor e tenha uma base melhor”, disparou.

O ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro fala na manhã desta quarta-feira (19) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado sobre a divulgação da troca de mensagens entre ele e procuradores da Operação Lava Jato, feita pelo site The Intercept.

Moro é questionado pelos senadores e se justifica sobre o vazamento das mensagens. “Me parece um tremendo sensacionalismo no site que o fez. O conteúdo divulgado é completamente lícito, se é que as mensagens são autênticas. Eu não cometi nenhuma irregularidade”, explica o ministro.

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“Eu não podia deixar a questão eleitoral influir no julgamento e isso não fiz. Infelizmente quem divulgou essas mensagens cometeram crimes e têm que responder por seus atos”, continua Moro. O ministro ainda disse que acredita que “há um movimento para anular condenações” e que a situação toda é ‘esdrúxula’.

Boa parte dos senadores presentes na CCJ estão enquadrando o ministro, porém há também quem o dê palavras de apoio. Um exemplo é o senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (MDB). Bezerra Coelho exaltou a integridade do ex-juiz federal e disse confiar na lealdade dele. Além disso, o senador disse que o Brasil precisa reconhecer e aplaudir o trabalho feito por Moro.

O ministro da Justiça foi questionado sobre ter mais conversas salvas no aplicativo de troca de mensagens. “Eu saí do Telegram em 2017 e essas mensagens foram excluídas. Se tivessem esse material, o hacker criminoso já teria apresentado. Não existem essas mensagens para que eu possa apresentar a vocês”, justificou o ministro em resposta ao senador Angelo Coronel (PSD).

Coronel replicou Moro e afirmou que o aplicativo pode ter todas as conversas salvas em uma ‘nuvem’ e, assim, seria possível que o ministro fornecesse suas mensagens de arquivo. Moro terminou dizendo que “não há nada salvo na ‘nuvem’ do seu aparelho”.

Na véspera de sua ida ao Senado para prestar esclarecimentos a respeito da divulgação de supostas mensagens trocadas com procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, o ministro Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública, almoçou com deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O encontro, segundo o presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), estava marcado há 45 dias. Moro deixou o evento sem falar com a imprensa.

Moreira disse a jornalistas que a bancada, composta atualmente por 257 parlamentares, sendo 32 senadores, não irá apoiar o ministro formalmente no Congresso. O parlamentar afirmou ainda que Moro não chegou a solicitar apoio dos integrantes da FPA. "Ele está absolutamente tranquilo para prestar esclarecimento sobre o que ele sabe e sobre o que ele acha que é correto", afirmou.

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A bancada ruralista é a maior frente parlamentar do Congresso Nacional. Na avaliação de Moreira, o ministro tem obrigação de dialogar com o Congresso para que os projetos que pretende implementar em sua pasta sejam aprovados na Câmara e no Senado, ao justificar a presença de Moro no evento.

O líder da FPA disse que o convite foi feito para que parlamentares e o ministro pudessem discutir políticas de segurança pública no campo e na cidade. No encontro, foram abordadas, entre outras questões, o porte e posse de arma em propriedades rurais e o contrabando de mercadorias.

Sessão no Senado

Moro participa nesta quarta-feira, 19, de uma sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Na tentativa de evitar pressões para a abertura de uma CPI, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e outros senadores aconselharam o ministro da Justiça a se antecipar para comparecer de forma espontânea ao colegiado.

O site The Intercept Brasil publicou conversas atribuídas a Moro e a procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba nas quais o ex-juiz supostamente teria sugerido mudança de ordem nas fases da investigação, além de dar conselhos, fornecer pistas e antecipar uma decisão a Dallagnol.

O site The Intercept infromou que soltará novas informações polêmicas sobre a chamada operação “VazaJato” nesta terça-feira (18). Ainda não foi informado horário em que a publicação ficará disponível.

O grupo é responsável pela polêmica envolvendo o ex-juiz federal Sergio Moro após divulgar troca de conversas entre ele e procuradores da Operação Lava Jato na época da condenação do ex-presidente Lula.

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De acordo com o The Intercept, a nova reportagem trata de um ex-presidente da República, mas não disse qual. O editor e fundador do site é Glenn Greenwald, que é marido do deputado federal David Miranda (PSOL).

Ex-integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima disse acreditar que o vazamento de conversas atribuídas ao então juiz Sergio Moro (hoje ministro da Justiça) e a procuradores da República seja parte de "uma campanha orquestrada" com "objetivo claro" de libertar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. Lima atuou na força-tarefa de 2014, quando foi deflagrada a primeira fase da operação, até 2018.

O senhor foi alvo dos hackers?

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Eu saí da Lava Jato em setembro de 2018 e deletei todos os grupos de trabalho no Telegram e desinstalei o aplicativo naquele momento. Aparentemente, não fui atacado.

O nome do senhor aparece em supostas conversas com Moro (nas quais, segundo o site The Intercept Brasil, o então juiz consulta procuradores sobre resposta ao que chama de "showzinho" da defesa de Lula). O sr. reconhece esses diálogos?

Desconheço completamente as mensagens citadas, supostamente obtidas por meio reconhecidamente criminoso. Creio que o "órgão jornalístico" (The Intercept Brasil) deve explicação de como teve acesso a esse material de origem criminosa, e quais foram as medidas que tomou para ter certeza de sua veracidade, integridade e ausência de manipulação. A liberdade de imprensa não cobre qualquer participação de jornalistas no crime de violação de sigilo de comunicações.

Há riscos para a Lava Jato?

A Lava Jato provou que a política brasileira se financia com o crime. Usa da corrupção para financiar campanhas eleitorais milionárias, para controlar estruturas partidárias e para os bolsos próprios, naturalmente. Nada disso mudou. As provas continuam aí. A crise é artificial, uma farsa.

Há risco de nulidade?

Não há, juridicamente, a menor possibilidade. Não se pode considerar que notícias de um órgão de imprensa vinculado ideologicamente com os interesses de condenados, sejam consideradas provas de qualquer coisa, salvo da vontade de libertar Lula. Cadê os arquivos? Como foram recebidos? Houve manipulação? É possível fazer perícia? Qual é a participação da Intercept no crime? O material não tem valor. Prova por notícia?

Sobre o conteúdo, houve relação ilegal entre juiz e acusação?

Essa é uma discussão sem sentido. A relação entre juiz e procuradores, delegados e advogados se dá diuturnamente. Questões procedimentais, exposição de pontos de vista e explicação de futuros pedidos são comuns. Somos todos conhecidos, não amigos, de mais de 20 anos. Não há nada de irregular nas conversas. Essa é a prática judiciária. Observo, novamente, que não se pode atestar que essas conversas não tenham sido editadas.

Quando o juiz questiona andamento da operação, o método de interrogatório ou combina recebimento de denúncia-crime, não há desequilíbrio entre as partes?

A questão está sendo tratada com certo farisianismo. Informar estado de investigações é necessário para explicar pedidos cautelares. O juiz reclamar das partes e de suas decisões acontece direto, inclusive em audiência. Quantas vezes fui conversar com juízes sobre liminares e eles disseram simplesmente: "Nem gaste saliva, doutor, a decisão liminar sai ainda hoje". Isso acontece com a defesa também.

Houve conluio entre a força-tarefa e o então juiz Moro no caso das supostas conversas sobre escutas de Lula e Dilma, sobre a informação de transferência de imóveis dos filhos de Lula?

Me parece que houve a comunicação ao Ministério Público de supostos crimes que o juiz teve conhecimento.

Como recebeu a reação ao conteúdo, como os pedidos de afastamento de Sérgio Moro e do coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol?

Com incredulidade. Considero que há muitos garantistas de fachada, que se valem de supostas conversas criminosamente obtidas para fazer valer seus interesses. Tudo é cercado de muita hipocrisia. Tudo é dirigido para soltar Lula. Será que o triplex não existiu? Que não houve corrupção na Petrobras?

É o mais duro ataque sofrido pela Lava Jato?

É um ataque covarde e criminoso, perpetrado por uma organização criminosa que, valendo-se de um jornalista ideologicamente comprometido e leniente, consegue criar esse falso drama com conversas pinçadas segundo o objetivo claro de libertar Lula.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro aproveitou nesta segunda-feira, 17, a cerimônia de assinatura da medida provisória que trata da venda e utilização de bens apreendidos de traficantes para elogiar o ministro da Justiça, Sergio Moro. "Um homem símbolo e que quer mudar seu país", afirmou o presidente ao se referir ao Moro.

Ele lembrou que Moro abriu mão de 22 anos de magistratura para compor o seu governo, para seguir sua vontade de "combater o crime organizado, a lavagem de dinheiro e a corrupção". "Não é qualquer pessoa que faz isso pela sua pátria", afirmou Bolsonaro. Em seguida, completou: "É motivo de honra, satisfação, orgulho, não só para mim, mas todos os brasileiros de bem, tê-lo nessa função em que se encontra."

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O presidente destacou o decreto das armas e disse que "quem quer desarmar o povo é quem quer o poder absoluto". "Quero que o povo também tenha direito de legítima defesa."

Bolsonaro disse que, com a MP assinada nesta segunda, o ministro Sergio Moro terá munição para poder de fato ter recursos para combater o crime.

O presidente lembrou ainda do processo de formação do seu ministério e disse que teve liberdade de escolher seus ministros, que falam entre si e conversam com os parlamentares. "Da maneira como está montada os ministérios, todos temos a ganhar. Em especial um dos ministérios mais importantes, o da Justiça."

"Nós queremos o melhor do Brasil. Juntos, nós temos como mudar o destino do Brasil. Não podemos ter problemas entre nós. Uma palavrinha minha esquisita aqui e de vocês (parlamentares) lá, a gente releva e toca o barco. O Brasil está acima de todos nós. O interesse é o Brasil acima de tudo", disse o presidente.

Ao final de sua fala, Bolsonaro afirmou que o ministro Moro "está fazendo mais um gol de bicicleta aqui hoje e do meio do campo".

MP

A Medida Provisória assinada hoje pelo presidente dota a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), de instrumentos legais para dar maior eficiência e racionalidade na gestão de bens apreendidos ou confiscados como produtos de crimes relacionados ao tráfico de drogas.

Os valores arrecadados com a venda dos bens já poderão ser utilizados em políticas públicas antes mesmo do fim do processo judicial. Os Estados também receberão os recursos de forma mais célere para execução de suas políticas públicas.

Por fim, haverá mais agilidade na alienação de bens com significativa redução dos gastos para a União e os Estados com manutenção de espaços para guarda desses bens, gerando economias que permitirão investir em outras necessidades.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse nesta segunda-feira (17) que ainda não é possível avaliar mensagens vazadas com diálogos supostamente mantidos entre membros da força-tarefa da operação Lava Jato. “Para isso, nós dependemos, primeiro, que todo o material seja divulgado. Segundo, que sejam atestadas a autenticidade e a veracidade desse material. Quando se coloca a conta-gotas não é possível ter uma visão de conjunto, nem da veracidade, nem da autenticidade”, disse após participar de um evento promovido pelo Grupo Bandeirantes.

Desde a semana passada, o site The Intercept tem divulgado trechos de mensagens atribuídas a Moro e a procuradores da Lava Jato. De acordo com o site, os diálogos apontam para uma “colaboração proibida” entre o então juiz federal responsável por julgar processos decorrentes da operação em Curitiba e os procuradores, a quem cabe acusar os suspeitos de integrar o esquema de corrupção.

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Para Moraes, as informações foram obtidas de forma criminosa, apesar de destacar que o material tem interesse “jornalístico” e “público”. “As invasões que ocorreram nos telefones de agentes públicos são criminosas. Falo com absoluta tranquilidade que vazamentos, fake news, falsidade em notícias divulgadas é questão de polícia. Esses hackers que, eventualmente, invadiram devem ser alcançados, punidos e presos”, acrescentou o ministro ao falar sobre os vazamentos.

O ministro também defendeu a importância da Operação Lava Jato para o combate à corrupção: "É uma operação séria, conduzida dentro do devido processo legal. É uma realidade que realmente mudou o combate à corrupção no Brasil”.

 

Na quarta-feira (19), o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro será ouvido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para esclarecer informações publicadas na imprensa sobre a suposta colaboração dele com procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato enquanto era juiz federal.

O site The Intercept divulgou mensagens em que Moro e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, trocaram informações sobre procedimentos e decisões em processos da Lava Jato,  incluindo o que levou à condenação do ex-presidente Lula. As mensagens foram trocadas em um aplicativo para celular e foram extraídas mediante a invasão de aparelhos dos procuradores por hackers ainda não identificados.

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A audiência foi marcada por sugestão do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado. Em ofício enviado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o líder destacou que a iniciativa de esclarecer os fatos partiu do próprio Moro.

“Manifestamos a nossa confiança no ministro Sérgio Moro, certos de que esta será uma oportunidade para que ele demonstre a sua lisura e correção como juiz federal, refutando as críticas e ilações a respeito da sua conduta à frente da Operação Lava Jato”, disse o senador no oficio.

A reunião, marcada para as 9h, será transmitida ao vivo pela TV Senado e canal da TV Senado pelo Youtube.

*Da Agência Senado 

 

O Conselho de Comunicação Social (CCS) aprovou nesta segunda-feira (17) a vinda do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, editor do site The Intercept, cuja subsidiária brasileira vem publicando desde o dia 9 de junho, conversas mantidas através de redes sociais pelo ex-juiz Sergio Moro — hoje ministro da Justiça — com procuradores da Lava Jato entre os anos de 2015 a 2018.

Nos diálogos (aos quais, o ministro em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na semana passada, disse "não reconhecer autenticidade"), ficaria evidenciada a condução política da operação contra o PT e o ex-presidente Lula, segundo o site de notícias de Greenwald.

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A audiência com o jornalista ficou agendada para o dia 1º de julho. A iniciativa de chamá-lo partiu do representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Conselho, o advogado Miguel Matos.

“Não podemos fechar os olhos para o que vem ocorrendo neste país. É algo de uma gravidade extrema, e intimamente ligado também à nossa atuação neste conselho. O imbróglio em torno do que vem sendo divulgado pelo The Intercept é algo sem precedentes na história brasileira. E Greenwald tem dito que vem sofrendo inúmeros atentados ao livre exercício do jornalismo. É preciso então que ele venha aqui e esclareça o que vem acontecendo. A liberdade de imprensa é a garantidora do Estado democrático de direito, não podemos fechar os olhos para o que está se passando”, esclareceu Matos.

Amplo debate

O jornalista Davi Emerich também foi favorável à vinda de Greenwald, mas defendeu que o CCS não poderia ignorar, neste momento, a conjuntura política que divide o país. Por isso, solicitou que outros jornalistas também fossem chamados, visando que a audiência não se tornasse "manca" num debate público.

A partir daí, a presidente do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, sugeriu a participação do jornalista Claudio Dantas, do site O Antagonista. E o presidente do CCS, o cientista político Murillo de Aragão, sugeriu ainda a participação na mesa dos jornalistas Daniel Bramatti (presidente da Abraji — Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e Maria José Braga (presidente da Fenaj — Federação Nacional dos Jornalistas e também conselheira do CCS), além do ex-ministro do STF, Carlos Ayres Brito. Os nomes acabaram sendo acatados pelos demais membros do conselho.

Fake news

Durante a reunião, o CCS também aprovou o relatório de Patrícia Blanco que pede aprimoramentos ao PL 559/2019, apresentado pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e ainda em análise na Câmara dos Deputados. O projeto busca incluir uma disciplina específica nos currículos dos sistemas de ensino médio e fundamental, tratando sobre a utilização ética das redes sociais e contra a disseminação das notícias falsas (fake news).

Mas em seu relatório, acatado pelo CCS, Blanco defende que a educação midiática no que diz respeito ao uso das redes sociais, ao nível dos ensinos médio e fundamental, deve se dar em sinergia com diretrizes já estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a diversas disciplinas ligadas aos currículos de ciências sociais e da natureza. Entende também que a criação de mais uma disciplina nestes currículos esbarra em dificuldades estruturais ligadas a custos e à contratação de pessoal especializado por parte de todas as unidades da Federação, dentre outras questões de praticidade infra-estrutural.

*Da Agência Senado

 

 

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