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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, durante seu depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (5), que só soube que as joias sauditas foram enviadas como presente do príncipe Mohamed Bin Salman 14 meses depois. Segundos fontes de PF ao site Metrópoles, Bolsonaro foi educado, profissional, ético e cordial ao participar da oitiva na sede da Polícia Federal, em Brasília. 

Bolsonaro foi questionado sobre os conjuntos de joias e armas que ganhou de presente da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes em 2019 e 2021. De acordo com Paulo Cappelli, do Metrópoles, o capitão da reserva deu a sua versão sobre o pedido de Mauro Cid, seu então ajudante de ordens na Presidência, para reaver as joias sauditas.

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Ele disse à PF que o pedido teve o objetivo de evitar um “vexame internacional” na esfera diplomática e ressaltou, ainda, que não houve reiteradas tentativas de reaver as joias e deixou consignado no depoimento que falou sobre o assunto uma única vez no pedido de Cid.

Ainda que por diversas vezes, e em gravação apresentada no Aeroporto de Guarulhos (SP), o primeiro pacote de joias tenha sido citado como um possível presente a Michelle Bolsonaro, Bolsonaro não citou o nome da esposa. 

O ex-presidente Jair Bolsonaro acaba de chegar na Polícia Federal para, pela primeira vez, dar explicações oficiais sobre a tentativa de esconder do fisco caixas com joias e diamantes presenteadas pelo regime da Arábia Saudita. Bolsonaro recebeu pelo menos três caixas que estão avaliadas em cerca de R$ 18 milhões. Uma foi apreendida pela Receita Federal em outubro de 2021 e outras duas estavam em seu poder e, por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), tiveram que ser entregues pelo ex-presidente.

A Polícia Militar do Distrito Federal isolou o estacionamento do prédio da PF no centro de Brasília na manha desta quarta-feira à espera do depoimento de Bolsonaro.

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Desde que o caso foi noticiado pela primeira vez no início de março pelo Estadão, Bolsonaro tentou minimizar o caso, sem admitir que usou a estrutura do governo na sua gestão para se apropriar das joias. Quando ainda estava nos Estados Unidos, reclamou que estava sendo acusado por um presente que nem tinha chegado a ele. Na época se referia apenas à caixa com colar de diamantes, anel e brincos avaliados em R$ 16,5 milhões e que foram apreendidos pela Receita Federal ainda em outubro de 2021 no aeroporto de Guarulhos.

"Me acusam por um presente que não recebi, nem a primeira-dama", declarou, em 4 de março nos EUA. Bolsonaro também alegou que não tinha usado a estrutura da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a buscar as joias em Guarulhos. "Não mandei nenhum avião da FAB. Para de maldade. Nunca abusei de autoridade com ninguém" declarou.

Envolvido em muita polêmica a respeito das joias milionárias recebidas em viagens ao Oriente Médio, Jair Bolsonaro ganhou mais uma pergunta para responder. Nesta quarta-feira (5), o deputado Bohn Gass (PT-RS), usou suas redes sociais para questionar o recebimento de outros "presentes", dados ao ex-presidente e à sua esposa, Michelle Bolsonaro.

"Dúvida real: esses dois estojos de joias estão entre os três já descobertos? Quero crer que, pela descrição, esses aí não foram citados ainda", disse Gass, vice-líder do Governo Lula no Congresso Nacional.

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Os estojos a que o deputado petista se referem são de uma entrega registrada pelos próprios fotógrafos do ex-presidente, em 16 de novembro de 2021, no encontro com o Rei Hamad bin Isa Al Khalifa, do Bahrein.

Confira outras imagens do referido dia:

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) irá depor à Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (5), a partir das 14h, para prestar esclarecimentos sobre o escândalo das joias árabes, revelado pelo Estadão no início de março. O depoimento será presencial, em Brasília. Também será ouvido pela PF, na quinta-feira (6), o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro.

Em 2021, o governo Bolsonaro tentou entrar ilegalmente no Brasil com um conjunto de colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões, da marca Chopard. Segundo declarações iniciais, tratava-se supostamente de um presente do governo da Arábia Saudita para o então presidente e para a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

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O tenente da Marinha Marcos André Soeiro, ex-assessor de Bento Albuquerque, almirante de esquadra da Marinha que atuava como ministro de Minas e Energia, foi o responsável por tentar entrar com as joias no País, apreendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Confira a linha do tempo do escândalo:

Outubro de 2021

O então ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro, Bento Albuquerque, volta ao Brasil após representar o País em reunião de cúpula na Arábia Saudita. Ao chegar no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o almirante de esquadra da Marinha e sua comitiva tentam passar ilegalmente pela alfândega com joias entregues pelo governo saudita. Na mochila do seu assessor Marcos André Soeiro estava uma caixa com um colar, relógio e outros itens de diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões, e no qual foi apreendida pela Receita Federal.

No mesmo dia, ao saber que o pacote estava com os auditores da Receita, Albuquerque usa o cargo para tentar convencer os auditores da Receita a liberar o conteúdo. Ao Estadão, alegou que não tinha conhecimento do conteúdo que estava na caixa. Três dias após as tentativas frustradas de entrar com os diamantes, o então chefe de gabinete adjunto de Documentação Histórica do gabinete pessoal do presidente da República, Marcelo da Silva Vieira, envia um ofício para o chefe de gabinete do ministro de Minas e Energia, José Roberto Bueno Júnior, alegando que as joias seriam para incorporação ao "acervo privado do Presidente da República ou ao acervo público da Presidência da República".

Novembro de 2021

Bolsonaro aciona o Ministério das Relações Exteriores, que pede à Receita Federal para que tome "providências necessárias para liberação dos bens retidos". O órgão mantém firme a negativa de devolução do pacote e o governo decide mudar a versão e dizer que as joias eram para o acervo da Presidência, sem especificar qual. Em resposta, a Receita volta a informar que só seria possível fazer a retirada mediante os procedimentos de praxe nestes casos, com quitação da multa e do imposto devido.

Dezembro de 2022

Um ano após a tentativa de entrada ilegal no País, o então secretário da Receita Federal, Julio Cesar Viera Gomes, encaminha um ofício para a área de alfândega em São Paulo e solicita a liberação do pacote. Os servidores do órgão, que possuem autonomia, reiteram seu posicionamento e afirmam que as joias só seriam liberadas mediante pagamento do imposto.

O Estadão apurou que Gomes pressionou servidores de diversos departamentos, por meio de mensagens de texto enviadas por aplicativos como WhatsApp, gravou áudios, fez telefonemas e encaminhou e-mails sobre o assunto.

Antes de deixar o País rumo aos Estados Unidos, o próprio presidente entra em ação e envia um ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que as pedras preciosas fossem destinadas à Presidência da República, em atendimento ao ofício da "Ajudância de Ordens do Gabinete Pessoal do Presidente da República". O pedido é, mais uma vez, negado.

Faltando dois dias para terminar o mandato, Bolsonaro determina que um funcionário do governo, o primeiro-sargento da Marinha, Jairo Moreira da Silva, pegue um jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB) e desembarque no aeroporto de Guarulhos, dizendo que estava ali para retirar as joias. O pedido foi feito pelo chefe da Ajudância, à época o tenente-coronel Mauro Cid, braço direito e pessoa de confiança de Bolsonaro.

Segundo pacote

Após desembarcar em São Paulo e não conseguir voltar à Brasília com o primeiro pacote, Albuquerque entrega pessoalmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro o segundo pacote de joias, que não passou pela alfândega. O estojo continha relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rose gold, todos da marca suíça Chopard. O site da loja vende peças similares que juntas somam, no mínimo, R$ 400 mil.

Segundo revelou Mauro Cid ao Estadão, o estojo está com Bolsonaro no "acervo privado" dele. A entrada das peças no Brasil sem declarar à Receita e a apropriação pelo presidente estão irregulares. O entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) é que os ex-presidentes só podem ficar com lembranças de "caráter personalíssimo", como roupas e perfumes.

Terceiro pacote

Apuração do Estadão descobriu que Jair Bolsonaro, ao terminar o mandato em 2022, levou consigo um terceiro pacote de joias que inclui um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes, uma caneta da marca Chopard prateada, com pedras incrustadas, um par de abotoaduras em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro e outros diamantes ao redor.

Compõe o conjunto, ainda, um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de "baguette" ao redor, uma masbaha, feita de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes. Ao todo, a terceira caixa de presentes está estimada em mais de R$ 500 mil.

A reportagem apurou também que este conjunto de joias, diferentemente das outras duas caixas enviadas a Bolsonaro, foi recebido em mãos pelo próprio ex-presidente, quando esteve com sua comitiva em viagem oficial a Doha, no Catar, e em Riad, na Arábia Saudita, entre os dias 28 e 30 de outubro de 2019.

A guarda dessas joias permaneceria no acervo privado de Bolsonaro por mais de um ano e meio, até que, já no ano passado, o então presidente daria novas ordens, desta vez para ter o conjunto, fisicamente, em suas mãos. Isso ocorreu no dia 6 de junho de 2022. Nesta data, foi registrado pelo sistema da Presidência que os itens foram "encaminhados ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro". Dois dias depois, em 8 de junho, conforme os registros oficiais, as joias já se encontravam "sob a guarda do Presidente da República".

Joias escondidas

O ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu a fazenda de Nelson Piquet, ex-piloto de Fórmula 1, para guardar suas caixas de presentes recebidos durante seu mandato, como as joias de diamantes, não declaradas à Receita Federal e que não foram entregues à União. O Estadão apurou que dezenas de caixas com pertences foram despachadas para uma propriedade localizada no Lago Sul, uma das regiões mais nobres de Brasília.

Entrega dos kits

Seguindo determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), o advogado Paulo Amador da Cunha Bueno entregou, no dia 24 de março em uma agência da Caixa, em Brasília, o segundo conjunto de joias recebido ilegalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Cinco dias depois, no dia 29 de março, o TCU determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro devolva, imediatamente, a terceira caixa de joias que ele recebeu do regime da Arábia Saudita e que guardou para si. Além de determinar a devolução dos itens, o TCU alertou Bolsonaro sobre a omissão de informações relacionadas aos presentes que recebeu do regime saudita.

Um dia antes do depoimento marcado na Polícia Federa, a defesa do ex-presidente entregou à Caixa Econômica Federal, nesta terça-feira, 4, o terceiro kit de joias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita. A entrega do estojo foi determinada pelo TCU.

A devolução das joias foi informada pelo ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e atual assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, em sua conta oficial no Twitter. "A entrega reitera o compromisso da defesa do presidente Bolsonaro de devolver todos os presentes que o TCU solicitar, cumprindo a orientação do ex-mandatário do país, que sempre respeitou a legislação em vigor sobre o assunto". escreveu.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou, nesta terça-feira (4), a entrega do terceiro kit de joias que ele recebeu em 2019 pelo governo da Arábia Saudita, quando ainda presidia o Brasil. A informação foi confirmada pelo ex-secretário executivo de Comunicação, Fabio Wajngarten, por meio de uma publicação na sua conta no Twitter.

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O prazo dado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) foi de cinco dias úteis, para que as joias fossem entregues à Caixa Econômica Federal. O mesmo prazo se aplicou para as armas que ele também teria recebido do governo saudita, mas a entrega foi feita na sede da Polícia Federal, em Brasília.

Nesta quarta-feira (5), Bolsonaro deverá se apresentar à Polícia Federal para depor sobre o escândalo das joias recebidas. Ele é acusado de ter tentado articular a entrada das mercadorias no Brasil sem declarar à Receita Federal. Um dos presentes é avaliado em R$ 16 milhões.

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, afirmou na segunda-feira, 3, que existe a possibilidade de as investigações em curso sobre o caso das joias sauditas apontarem para a prática de peculato por parte do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).

Dantas disse que os itens serem considerados "personalíssimos", como defendem aliados do ex-presidente, não bastaria para que eles pudessem ser incorporados ao acervo privado. Para isso, explicou, também precisariam ser de baixo valor.

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"O binômio que determina o direcionamento do presente (...) é este: o presente tem de ser personalíssimo e de baixo valor, aí ele pode ir para o acervo pessoal do presidente", afirmou Dantas, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o valor dos três pacotes de joias recebidos por Bolsonaro soma entre R$ 17 milhões e R$ 18 milhões.

"O TCU não julga crimes, mas como estudioso do Direito eu sei o que está previsto no Código Penal sobre peculato. Isso vai depender do curso das investigações. Tem um inquérito na Polícia Federal, o Ministério Público está acompanhando também, e a depender do que for encontrado nessas investigações, em tese, poderia ser falado da prática de crime de peculato", disse.

Dantas afirmou que, para que não fique configurado o peculato, a defesa do ex-presidente deve provar que ele desconhecia a regra que determina que o presente não poderia ser incorporado ao seu acervo privado.

"O crime de peculato exige o que os juristas chamam de dolo específico. É preciso que o agente público saiba que aquele bem não poderia ser incorporado ao acervo privado e ainda assim o fez. Vamos analisar a defesa no TCU e ver como a defesa se apresenta também nas instâncias de persecução criminal", completou.

O TCU não é um tribunal superior, mas sim um órgão de controle que auxilia o Congresso na fiscalização orçamentária do governo. Portanto, não cabe à Corte de Contas emitir sentença ou condenação contra Bolsonaro. O caso está sendo acompanhado pelos órgãos competentes, como o Ministério Público e a Polícia Federal, conforme mencionou o ministro.

Lava Jato

Dantas afirmou, ainda, que acordos de leniência como os celebrados no âmbito da Operação Lava Jato "jamais funcionaram corretamente no Brasil". Ele criticou a atuação do Ministério Público na celebração dos acordos e defendeu o modelo adotado nos Estados Unidos, onde os controladores das empresas que confessaram corrupção são obrigados a deixar os cargos de comando. Contudo, o ministro ponderou que a anulação dos acordos assinados até 2020, como pedem partidos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF), "não é um bom caminho".

"Nenhuma lei no Brasil dá ao Ministério Público Federal ou qualquer outro Ministério Público competência para assinar acordo de leniência. O que pareceu foi que aquilo ali era muito mais uma jogada de marketing, a Lava Jato precisava de um número para aquilatar a corrupção que corretamente ela estava investigando, e para isso saiu celebrando acordo sem qualquer critério", afirmou ele. "Talvez as empresas estejam esquecendo que se os acordos forem anulados elas estarão automaticamente declaradas inidôneas e não vão poder contratar com poder público."

STF

Questionado sobre sua possível indicação ao Supremo Tribunal Federal, o ministro afirmou que não trabalha para fortalecer seu nome entre os cotados para o cargo, mas que aceitaria a cadeira se fosse indicado pelo presidente Lula.

"Cargo de ministro do Supremo não se postula e nem se recusa", disse Dantas.

O chefe do Executivo deve indicar dois ministros para a Corte neste ano, com as aposentadorias de Ricardo Lewandowski, em maio (antecipada pelo ministro para o dia 11 de abril), e de Rosa Weber, em outubro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve prestar depoimento à Polícia Federal (PF), nesta quarta-feita (5), de forma presencial em Brasília. A informação foi divulgada pelo UOL. Bolsonaro vai ser ouvido sobre o caso das joias da Arábia Saudita. O depoimento está previsto para acontecer às 14h30. 

Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foram destinatários de três caixas com joias sauditas. Por se tratar de bens de alto valor, um dos conjuntos teria sido avaliado em R$ 16,5 milhões, os presentes deveriam ter sido incorporados ao acervo da Presidência da República e não ao pessoal. 

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Uma caixa foi retida na alfândega e o ex-presidente teria agido para liberar o pacote, mas não obteve êxito; outra foi devolvida após determinação do Tribunal de Contas da União e uma terceira estaria guardada na fazenda de Nelson Piquet. 

O deputado federal Coronel Meira (PL-PE) declarou, na última quinta-feira (30), que protocolou um pedido na Procuradoria Geral da União (PGR) para saber em quanto está avaliado o violão que o presidente Lula (PT) ganhou, no dia 23, do cantor da banda Coldplay, Chris Martin.

“Eu, inclusive, entrei com um pedido, essa semana, na PGR [sobre] o violão que o Lula ganhou da banda. Como é que tá?", questionou o parlamentar.

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“Tenho certeza, muito mais o Lula ficou”, declarou o deputado, se referindo à visita que o presidente teve do artista, que esteve em turnê no Brasil e participou de ações humanitárias. O valor estimado do instrumento presenteado por Martin não chegou a ser divulgado. Em 2015 outro violão do cantor foi leiloado por cerca de R$150 mil (valor da época).

O parlamentar foi questionado pela imprensa sobre o que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá dizer no depoimento que fará à Polícia Federal no próximo dia 5 de abril sobre as joias presenteadas a ele pelo presidente da Arábia Saudita em 2019. Um dos lotes, retido pela Receita Federal, foi avaliado em R$16 milhões.

No dia da visita do vocalista da Coldplay, Lula publicou uma foto do presente nas redes sociais e ironizou: “Ganhei um violão e não uma pulseira”.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que não há irregularidades sobre o caso das joias recebidas pelo presidente da Arábia Saudita em 2021, e que tentou trazer para o Brasil ilegalmente. Ele desembarcou em Brasília na manhã desta quinta-feira (30) depois de três meses nos Estados Unidos, tendo partido um dia antes do fim do seu mandato presidencial.

Em entrevista concedida ao canal Jovem Pan, Jair afirmou que não pretende usar as joias. “Continuo com meu reloginho, graças a Deus”, disse. “Se estão achando que isso [caso das joias] foi o que fiz errado, fico até feliz, porque não têm do que me acusar. Essas joias estão prontas para serem entregues”, afirmou.

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O Tribunal de Contas da União (TCU) decretou que o ex-presidente deve devolver todas joias que não foram devidamente declaradas. Segundo decisão do Tribunal, para que o item fosse considerado patrimônio privado, teria de ser de uso personalíssimo e de baixo valor, o que não é o caso das joias que passam dos R$ 16 milhões.

O TCU ainda proibiu que todos os itens envolvidos no caso não poderão ser usados nem vendidos por Bolsonaro. No entanto, ele declarou que elas estão à disposição. “Há a matéria porque está cadastrado. Quem classifica se é acervo pessoal ou público não sou eu, tem pessoal lá na Presidência que são servidores de carreira que classificam. Na lei diz que eu posso usar, mas não posso vender. Como criou-se um problema, está a disposição”, disse.

Jair Bolsonaro deverá prestar depoimento na próxima quinta-feira (5) na Polícia Federal.

A convocação de Jair Bolsonaro foi atendida e dezenas de influenciadores da direita e admiradores foram ao Aeroporto de Brasília para presenciar seu retorno. O ex-presidente chegou ao Brasil por volta das 6h30 desta quinta-feira (30), após 89 dias nos Estados Unidos. 

Na condição de suspeito no inquérito sobre a apropriação de joias e armas sauditas da União, a bagagem do Bolsonaro foi inspecionada pela alfândega logo na chegada. Com depoimento marcado na Polícia Federal para a próxima quarta (5), caso fique comprovado seu envolvimento no esquema que tentou entrar ilegalmente com os objetos no país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode torná-lo inelegível para as próximas eleições.

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Pela experiência da tentativa de golpe no ato bolsonarista que destruiu a Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, um forte esquema de segurança foi montado no aeroporto e em pontos estratégicos do Distrito Federal para a chegada do ex-presidente. Após o desembarque, Bolsonaro é esperado na sede do PL, em Brasília, onde já estão reunidos alguns representantes da ala conservadora do Congresso e ex-ministros do seu governo. Entre eles, Ciro Nogueira, Ricardo Salles e Marcos do Val. 

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Na véspera do retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil, previsto para a manhã desta quinta (30), a Polícia Federal marcou o depoimento do ex-presidente no inquérito que apura a entrada ilegal de joias no País. Bolsonaro terá de dar explicações no dia 5 de abril sobre o uso da estrutura de seu governo para liberar diamantes apreendidos pela Receita Federal por não pagamento de imposto.

A decisão da PF ocorreu horas depois de o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmar que Bolsonaro deve explicações sobre as caixas de presentes recebidos do regime da Arábia Saudita. "Ele vai ter de chegar e dar explicações sobre as joias, em várias questões que estão sendo descobertas no governo dele", disse Padilha.

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O governo nega que tenha pressionado a PF para criar um fato negativo no retorno do adversário ao País. A data do depoimento foi marcada pelos policiais que investigam o caso das joias em São Paulo.

Bolsonaro deixou o Brasil em 30 de dezembro, dois dias antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Nos últimos três meses, ficou nos Estados Unidos, de onde continuou contestando o resultado da eleição. O ex-presidente alega que foi prejudicado por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tiraram do ar perfis de apoiadores nas redes sociais, ambiente em que o bolsonarismo é atuante. Além disso, ele também contesta, sem provas, as urnas eletrônicas.

Segurança

Nas redes sociais, apoiadores do ex-presidente convocaram manifestantes para que compareçam hoje ao aeroporto de Brasília. Um dos posts dizia: "30/03/2023 - O Retorno". O superintendente da Polícia Rodoviária Federal, Igor Ramos, disse que foi identificada movimentação atípica de ônibus de viagem em Brasília nos últimos dias, mas afirmou não poder compartilhar os dados levantados.

Bolsonaro pretendia desfilar em carro aberto do aeroporto até o Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, onde vai morar. O PL pediu reforço ao governo do Distrito Federal para a segurança do ex-presidente, pois são esperadas aproximadamente 10 mil pessoas na recepção.

A PF e também a Secretaria da Segurança Pública do DF decidiram, no entanto, impor limites à mobilização pretendida pelos bolsonaristas. Foi montado um esquema especial de policiamento. A PF informou que não permitirá que Bolsonaro use hoje o saguão principal do aeroporto. A instituição alega que precisa preservar a segurança do local.

A secretaria do DF também não pretende permitir que o ex-presidente faça desfile em carro aberto. O secretário Sandro Avelar sustentou que ações do tipo infringem o Código de Trânsito Brasileiro e não serão permitidas pelo Detran.

O diretor da PF, Cezar Luiz Busto, afirmou que a orientação na corporação é que Bolsonaro faça o desembarque por uma área restrita do Aeroporto Juscelino Kubitschek para evitar que apoiadores se aglomerem no saguão. "O determinado por enquanto é que não sairá pelo saguão. Nós decidimos em reunião que não é viável o seu desembarque pelo saguão normal", disse.

A PF não deve permitir ainda o acesso de parlamentares ligados a Bolsonaro a áreas restritas do aeroporto. Circula entre deputados e senadores bolsonaristas a versão de que deverão recepcionar o ex-presidente logo após o desembarque. Eles também têm estimulado que apoiadores compareçam ao aeroporto.

O governo do DF, contudo, tem feito apelos para que os apoiadores de Bolsonaro não se aglomerem nos arredores do aeroporto. Ao desembarcar de voo comercial vindo dos EUA, Bolsonaro será submetido ao procedimento convencional de inspeção das malas pela alfândega e deverá apresentar recibos de eventuais compras à Receita Federal.

A pasta da Segurança do DF descarta, por ora, realizar revistas dos apoiadores de Bolsonaro nos pontos de controle ao longo do trajeto de deslocamento. Segundo o governo, eventuais aglomerações de motos e caminhões nas vias próximas do aeroporto serão submetidas à "triagem". As autoridades argumentam que a revista só deve ser adotada em "situações suspeitas".

Oposição

O ex-presidente prepara uma estratégia para mostrar que ainda é o principal antagonista de Lula. Na tentativa de desviar das acusações que pesam contra ele, voltará a investir nas redes sociais para fazer um contraponto entre sua gestão e ações do governo petista. A data para o seu retorno foi planejada sob medida, às vésperas de Lula completar três meses de governo, num momento em que o petista enfrenta uma situação difícil na política e na economia.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que tanto Bolsonaro como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro vão trabalhar com o objetivo de fortalecer o partido para as disputas municipais de 2024, antessala da eleição presidencial de 2026. No ano passado, o PL conquistou a maior bancada na Câmara, com 99 deputados. A legenda tem, ainda, 12 senadores e um Fundo Partidário de R$ 205 milhões.

A ideia é que Bolsonaro e Michelle comecem a viajar pelo País no segundo semestre, mas não juntos. "Vamos pensar no futuro", disse o ex-presidente por videoconferência, no último dia 21, quando Michelle assumiu o comando do PL Mulher. "O PL é um grande partido, tem aproximadamente 20% dos parlamentares federais com ele. O partido está estruturado, organizado. É um partido que quer, sim, lutar para fazer mil prefeitos no ano que vem pelo Brasil", afirmou.

Receio

Apesar do clima de "festa" no PL, aliados do ex-presidente temem que antigos amigos de Bolsonaro, como o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, façam acordo de delação premiada. Ex-secretário da Segurança Pública do DF, Torres está preso há dois meses e meio. Recentemente, ele prestou depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em ação que pode tornar Bolsonaro inelegível por causa dos ataques às urnas eletrônicas.

"Nada está provado contra Bolsonaro nem contra seus principais colaboradores", disse o deputado Capitão Augusto (SP), vice-presidente do PL. "Nesse caso das joias, por exemplo, a legislação é dúbia e ele não responde a processo criminal nem administrativo por isso." (COM BROADCAST)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal vai ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o seu braço direito Mauro Cid no caso das joias sauditas, segundo informou a colunista Andréia Sadi, nesta quarta-feira (29). Marcelo Camara, que faz a segurança de Bolsonaro, também foi convocado para depor à PF. O depoimento foi marcado para o dia 5 de abril, às 14h30. 

O delegado responsável pelo pelo caso afirmou que “não serão juntados nos autos os termos (dos depoimentos) até a efetiva realização de todas as oitivas dos envolvidos”. 

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Segundo ele o responsável pelo inquérito, “isso possibilitará que as pessoas não sejam procuradas antecipadamente pela mídia ou mesmo outros envolvidos, como também garante a isonomia entre os investigados de não serem ouvidos antes ou depois dos outros e saberem a sua versão dos fatos”. 

Como já mencionado, Mauro Cid enviou ofício ao então chefe da Receita Federal pedindo a liberação das joias apreendidas com uma comitiva do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Os itens foram avaliados em R$ 16,5 milhões. 

No ofício enviado no dia 28 de dezembro de 2022, três dias antes do final do mandato de Bolsonaro na Presidência da República, Cid pediu a incorporação dos presentes retidos em Guarulhos “a este órgão da União”.

 

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir nesta terça-feira, 28, investigação para apurar a conduta do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que usou avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a São Paulo e participar de leilões de cavalos de raça. O ministro passa a ser o primeiro investigado do governo Lula na comissão. O colegiado também decidiu abrir uma segunda apuração sobre as joias trazidas por uma comitiva do governo de Jair Bolsonaro, em outubro de 2021. Os dois casos foram revelados pelo Estadão.

Os dois assuntos estavam na pauta de hoje da Comissão de Ética. O colegiado se reúne uma vez por mês para julgar processos éticos de servidores do alto escalão. O Estadão apurou que tanto Juscelino quanto os funcionários públicos que se envolveram no escândalo das joias entraram no "processo regular de apuração com o devido processo legal".

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Entre os investigados no caso dos diamantes de Bolsonaro estão o almirante Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia; o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; e Marcos André Soeiro, ex-assessor de Bento Albuquerque. Como revelou o Estadão, o governo Bolsonaro tentou entrar ilegalmente no país com as joias - presente do reino da Arábia Saudita. Parte das peças, avaliadas em R$ 16,5 milhões, foi apreendida na alfândega do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A comitiva era chefiada pelo então ministro de Minas e Energia. Um assessor que estava com ele e carregava as joias na mochila foi flagrado pelo funcionário da Receita. Em entrevista ao jornal, o ex-ministro disse que as peças eram para Michelle Bolsonaro.

O jornal revelou que o governo federal fez oito tentativas de recuperar os bens e mobilizou os ministérios das Minas e Energia, Relações Exteriores, Fazenda, além do próprio gabinete para recuperar os diamantes.

Cavalos

Em relação ao ministro Juscelino Filho, a Comissão de Ética vai analisar o uso de diárias e voos da FAB para participar de leilões de cavalos de raça. Como revelou o Estadão, o ministro das Comunicações viajou para São Paulo no dia 26 de janeiro, uma quinta-feira. De acordo com sua agenda, teve apenas três curtos compromissos na capital, com duração total de duas horas e meia. A partir do meio-dia de sexta, 27, ficou livre para ir a eventos equestres, um predileção pessoal de Juscelino. O ministro participou de leilões, recebeu um "Oscar da raça Quarto de Milha" e inaugurou uma praça em homenagem a um dos equinos de seu sócio. Voltou de São Paulo em aeronave da FAB.

Juscelino Filho recebeu quatro diárias e meia. Vinte e quatro horas após a reportagem do Estadão - e quase um mês depois da viagem -, o ministro das Comunicações decidiu devolver parte do pagamento que recebeu. Ele alegou falhas no sistema.

Devido ao episódio, o deputado federal licenciado foi cobrado publicamente pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista se rendeu ao União Brasil, contudo, e não demitiu seu subordinado.

Como funciona a apuração

Após a instauração do processo de apuração ética, a comissão dá continuidade à análise. Será ofertado ao denunciado o direito de se defender dos atos imputados, inclusive com a produção das provas. O colegiado poderá também requisitar os documentos que entender necessário.

Após a instrução processual, o órgão vai proferir a decisão. Caso seja reconhecida falta ética, a Comissão sugerir ao presidente da República que demita o subordinado, bem como enviar o caso para apuração da Controladoria-Geral da União (CGU) ou recomendar a abertura de um procedimento administrativo contra o servidor.

O que diz Juscelino

O ministro das Comunicações afirmou hoje, em uma rede social, que a apuração da Comissão de Ética, de maneira séria e isenta, vai deixar claro "que não houve qualquer irregularidade, tanto no uso da FAB como no lançamento das diárias de forma automática pelo sistema, uma falha que já foi identificada e corrigida".

Juscelino Filho foi às redes sociais após reportagem do Estadão revelar que ele empregou seu piloto de avião particular e o gerente de seu haras, em Vitorino Freire (MA), como funcionários da Câmara com salários de R$ 10,2 mil e R$ 7,8 mil pagos com dinheiro público. Eles estavam nomeados no gabinete de Juscelino até o início deste ano, quando o então deputado se licenciou da Casa para integrar o primeiro escalão do governo nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ambos foram mantidos nos cargos pelo suplente e aliado do ministro, Dr. Benjamim (União Brasil-MA).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) guardou joias e armas recebidas durante o mandato de presidente na casa do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, segundo O Estado de S. Paulo revelou nesta terça-feira (28). Bolsonaro quis guardar os presentes como patrimônio pessoal.

Os presentes recebidos pelo ex-capitão fazem parte do seu acervo pessoal que está sendo questionado no Tribunal de Contas da União (TCU), após o escândalo das joias sauditas. Parte do material foi, inclusive, devolvido ao Poder Público Federal na defesa de Bolsonaro. 

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A fazenda de Nelson Piquet fica em Brasília, no Lago Sul, um bairro nobre da capital. O Estadão informou, ainda, que dezenas de caixas de presentes foram enviadas para o local a partir de 7 de dezembro do ano passado, poucos dias antes de Bolsonaro sair do Brasil por ter pedido as eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Bolsonaro teria incluído no acervo público apenas livros e cartas que teria recebido durante a sua gestão, enviando os itens de maior valor como joias e armas para a fazenda de Piquet, disse a reportagem.

O ex-presidente Jair Bolsonaro levou um terceiro pacote de joias dadas pelo regime da Arábia Saudita quando deixou o mandato, no fim de 2022. O Estadão apurou que o estojo inclui um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes.

A caixa de madeira clara, que traz o símbolo verde do brasão de armas da Arábia Saudita, contém uma caneta da marca Chopard prateada, com pedras incrustadas. Há um par de abotoaduras em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro e outros diamantes ao redor. Compõe o conjunto, ainda, um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de "baguette" ao redor, uma "masbaha", um tipo de rosário árabe, feito de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes.

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O relógio Rolex é encontrado na internet pelo preço de R$ 364 mil. Os demais itens, quando comparados a peças similares, somam, no mínimo, R$ 200 mil. Isso significa que esta terceira caixa de presentes está estimada em mais de R$ 500 mil, na hipótese mais conservadora.

A reportagem apurou que este conjunto de joias, diferentemente das outras duas caixas enviadas a Bolsonaro, foi recebido em mãos pelo próprio ex-presidente, quando esteve com sua comitiva em viagem oficial a Doha, no Catar, e em Riad, na Arábia Saudita, entre os dias 28 e 10 de outubro de 2019.

Naquela ocasião, Bolsonaro teve um almoço oferecido pelo rei saudita Salma Bin Abdulaziz Al Saud. No encontro, o então presidente disse que possuía "certa afinidade" com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salma. Segundo Bolsonaro, "todo mundo" gostaria de passar uma tarde com um príncipe, "principalmente as mulheres".

A reportagem apurou que, neste caso, Bolsonaro voltou com o conjunto de joias para o Brasil e deu ordens para que os itens fossem levados a seu acervo privado, o que foi confirmado no dia 8 de novembro de 2019, pelo Gabinete Ajunto de Documentação Histórica da Presidência.

Naquela ocasião, um formulário de encaminhamento de presentes para o presidente foi preenchido, com a especificação de cada item do conjunto de joias. Na parte inferior desta descrição, há uma pergunta que se questiona se "houve intermediário no trâmite". A resposta é: "não".

Uma segunda pergunta questiona se o presente foi "visualizado pelo presidente". A resposta é: "sim".

A guarda dessas joias permaneceria no acervo privado de Bolsonaro por mais de um ano e meio, até que, já no ano passado, o então presidente daria novas ordens, desta vez para ter o conjunto, fisicamente, em suas mãos. Isso ocorreu no dia 6 de junho de 2022. Nesta data, foi registrado pelo sistema da Presidência que os itens foram "encaminhados ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro". Dois dias depois, em 8 de junho, conforme os registros oficiais, as joias já se encontravam "sob a guarda do Presidente da República".

A nova denúncia se soma às demais tentativas de Bolsonaro de ficar com joias recebidas do regime árabe. Como revelou o Estadão, em outubro de 2021, a comitiva do governo Bolsonaro tentou entrar ilegalmente no Brasil com presentes dos sauditas, sem fazer a devida de declaração dos bens. Uma caixa de presentes, já estimada em cerca de R$ 1 milhão, passou pela alfândega sem ser declarada pela comitiva liderada pelo então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque.

Um segundo conjunto de joias de diamantes, porém, que já chegou a ser estimado em cerca de R$ 16,5 milhões, acabou retido na alfândega, após os auditores da Receita Federal suspeitarem dos membros da comitiva. Estas joias, segundo Albuquerque, seriam presentes para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Ela negou ter conhecimento sobre as joias.

Bolsonaro, que, quando o Estadão denunciou os casos, disse desconhecer as joias dadas pelos sauditas, acabou por se desmentir dias depois e reconheceu que havia recebido um pacote que entrou ilegalmente no Brasil, sendo obrigado a devolver os itens, por determinação do Tribunal de Contas da União. Um fuzil e uma pistola dada pelos Emirados Árabes também foi devolvida. O TCU deve fazer uma auditoria nos demais presentes recebidos pelo ex-presidente.

Por meio de seus advogados, o ex-presidente Jair Bolsonaro, entregou nesta sexta-feira (24), as joias e as armas que recebeu de presente da Arábia Saudita.

"Armas presenteadas por governo estrangeiro a ex-autoridade brasileira foram devolvidas, serão periciadas e acauteladas para procedimentos posteriores", informou pelo Twitter o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Em 2019, o ex-presidente ganhou de presente de representantes dos Emirados Árabes uma pistola e um fuzil. 

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Outro presente do governo saudita, dado em 2021, um estojo com um relógio, uma caneta, abotoaduras, um anel e um tipo de rosário, da marca suíça de diamantes Chopard, avaliados em R$ 500 mil, também foram desenvolvidas hoje em uma agência da Caixa Econômica Federal, em Brasília.

A devolução foi uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). No último dia 15, o ministro Bruno Dantas, presidente da Corte determinou que o material fosse entregue na Secretaria-Geral da Presidência da República. Dantas lembrou que para um presente ser incorporado ao patrimônio privado de um presidente, ele deve ser classificado como item personalíssimo e ser de baixo valor.

O tribunal determinou que o conjunto de joias e o relógio avaliado em R$ 16,5 milhões que seria para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, retido pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos em 2021, também deve ser enviado à Caixa. Os artigos entraram no Brasil na mochila do assessor do então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia).

O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno entregou, nesta sexta-feira (24), o segundo conjunto de joias que foi recebido ilegalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O estojo é composto por relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rose gold, todos da marca suíça Chopard. O site da loja vende peças similares que juntas somam, no mínimo, R$ 400 mil.

Bueno levou o conjunto para uma agência da Caixa localizada na Asa Sul, região central de Brasília, seguindo determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). A caixa de joias entrou no País com a comitiva do governo Bolsonaro em outubro de 2021, sem ser declarada à Receita Federal.

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Como mostrou o Estadão, o presidente Jair Bolsonaro recebeu pessoalmente o segundo pacote de joias da Arábia Saudita que chegou ao Brasil pelas mãos da comitiva do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque.

Ao Estadão, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ajudante de ordens e "faz-tudo" do ex-presidente, disse que o estojo estava com Bolsonaro, no "acervo privado" dele. A entrada das peças no Brasil sem declaração à Receita e a apropriação pelo presidente estão irregulares. O entendimento do TCU é que os ex-presidentes só podem ficar com lembranças de "caráter personalíssimo" como roupas e perfumes.

O Estadão teve acesso a documentos oficiais que comprovam que o pacote foi entregue no Palácio da Alvorada, residência oficial dos presidentes da República. O recibo indicando que Bolsonaro recebeu as joias de diamantes foi assinado pelo funcionário Rodrigo Carlos do Santos às 15 horas e 50 minutos do dia 29 de novembro de 2022. O papel da Documentação Histórica do Palácio do Planalto traz um item no qual questiona se o item foi visualizado por Bolsonaro. A resposta: "Sim".

Bolsonaro requisitou as joias faltando um mês para encerrar seu mandato e deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos, onde se refugiou desde 30 de dezembro, quando perdeu a eleição para o seu rival Luiz Inácio Lula da Silva.

Antes, as joias ficaram por mais de um ano nos cofres do Ministério de Minas e Energia. Elas chegaram ao Brasil trazidas pelo então ministro Bento Albuquerque em outubro de 2021. Ele não declarou o ingresso do estojo, o que pela legislação é um crime.

No mesmo voo, estava o assessor do ministro com outro estojo da marca Chopard, contendo um colar, um par de brincos, relógio e anel estimados em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões). Essas últimas peças, porém, foram apreendidas pela Receita Federal quando o assessor do ministro também tentou entrar com elas ilegalmente no País, como revelou o Estadão.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Polícia Federal (PF) a união das apurações dos respectivos órgãos sobre a tentativa do governo de Jair Bolsonaro (PL) de trazer ilegalmente para o País um conjunto de joias de diamantes avaliadas em cerca de 3 milhões de euros, o equivalente a R$ 16,5 milhões - caso revelado pelo Estadão.

Segundo a Procuradoria, após a análise preliminar de informações encaminhadas pela Receita Federal sobre o caso, o órgão entendeu pela "necessidade de investigação unindo esforços" com a PF.

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Os dados citados pelo MPF foram recebidos pelo órgão no último dia 8. Após requisição da Procuradoria, o Fisco entregou todas as informações disponíveis sobre a apreensão de joias milionárias com a comitiva do Ministério das Minas e Energia do governo Bolsonaro no aeroporto de Guarulhos.

Antes disso, o MPF informou que a Receita Federal não havia reportado o caso. A apreensão aconteceu em outubro de 2021. A denúncia, chamada de notícia de fato, só foi formalizada na última sexta-feira, 3, depois que o Estadão revelou o confisco.

Caso o pedido do Ministério Público Federal seja aceito pela PF, a Procuradoria da República em Guarulhos (SP) vai entrar no circuito das apurações iniciadas pela corporação no dia 6 de março. A investigação tramita em sigilo na Delegacia Especializada de Combate a Crimes Fazendários da superintendência da corporação em São Paulo.

O inquérito foi aberto por determinação do Ministério da Justiça. O ministro Flávio Dino argumentou que a atuação da PF no caso é necessária em razão de supostos crimes contra a administração pública. Ele destacou "lesões a serviços e interesses da União" e a "repercussão internacional" do episódio.

Como revelou o Estadão, as joias no centro da apuração foram apreendidas pela Receita durante fiscalização de rotina no aeroporto de Guarulhos. Eles estavam na mochila de Marcos André Soeiro, militar à época assessor do Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Os diamantes eram um presente do regime saudita para o então presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle. O ex-chefe do Executivo tentou, por oito vezes, reaver as joias, mobilizando o gabinete presidencial, três ministérios (Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores) e militares.

Enquanto as joias avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões acabaram apreendidas pelo Fisco, outra caixa de joias chegou às mãos do presidente - avaliada em cerca de R$ 400 mil, com relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rose gold, todos da marca suíça Chopard. O segundo pacote de peças em ouro estava com o então ministro Bento Albuquerque, que passou pela alfândega e não foi abordado.

Na última quarta-feira (15), o Tribunal de Contas da União deu prazo de até cinco dias para que Bolsonaro devolva o segundo jogo de joias que recebeu do regime da Arábia Saudita.

De volta ao Brasil, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assume a cadeira de presidente do PL Mulher nesta terça-feira (21). A cerimônia ocorre no diretório da legenda em Brasília. 

Nas redes sociais, Michelle disse que recebeu o convite com "muito amor e muito respeito" e anunciou a presença de lideranças femininas do partido no evento.

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A posse aumenta o rumor sobre o início da sua carreira política já em 2024. Caso não se lance como candidata, sua figura pode ajudar a fortalecer a imagem do partido e incentivar campanhas femininas que vão entrar na próxima disputa. 

A ex-primeira-dama estava com Jair Bolsonaro, nos Estados Unidos, e voltou ao Brasil sem a companhia do marido. Seu nome está envolvido no último escândalo da gestão passada em torno da entrada ilegal no país e ocultação de joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões.

Em silêncio até hoje sobre o caso das joias do presidente Jair Bolsoaro apreendidas pela Receita, o ex-ministro de Minas e Energia (MME) Adolfo Sachsida tenta se desvincular do caso. As joias foram trazidas da Arábia Saudita para o Brasil pelo antecessor de Sachsida, Bento Alquerque, em outubro de 2021. Eram duas caixas. Uma foi apreendida pela Receita Federal e continha joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. Outra com relógio e outras peças valiosas que valeriam R$ 400 mil ficou guardada no cofre do MME.

Em novembro do ano passado, depois das eleições e com a derrota do então presidente, o segundo conjunto de joias foi despachado do MME para o presidente Bolsonaro já na gestão de Sachsida. "Não tenho nada a ver com isso. Não sei por que estão querendo me levar pra isso", disse Adolfo Sachsida ao Estadão, ao ser questionado sobre o assunto.

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Desde a publicação da primeira reportagem sobre o caso das joias no início de março, a reportagem vinha tentando obter esclarecimentos do ex-ministro. Localizado, Sachsida mostrou que não quer ter seu nome vinculado ao episódio. "Não tenho nada a ver com essa história", repetiu, encerrando a ligação logo em seguida.

Como revelou o Estadão em 3 de março, a comitiva liderada por Bento Albuquerque tentou entrar irregularmente no Brasil, em 26 de outubro de 2021, com duas caixas de presentes dados pelo regime saudita e uma escultura de um cavalo. Um item - o estojo que ficaria guardado por mais de um ano no MME - entrou irregularmente. Já o cavalo e o conjunto de joias de diamantes, estimado em cerca de R$ 16,5 milhões, foram retidos durante inspeção realizada pelos auditores da Receita Federal, no aeroporto de Guarulhos.

Bento Albuquerque chegou a mencionar, naquela ocasião, que se tratava de um presente para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro, e chegou a ligar para a chefia da Receita durante a apreensão, para tentar reaver o item, mas não teve sucesso. Mesmo tendo as duas caixas retidas, Bento não informou os fiscais sobre o conjunto que já tinha passado irregularmente em sua bagagem, e que seria trazido para Brasília, em um segundo voo.

Em sua defesa, Albuquerque tem afirmado que desconhecia o conteúdo das caixas, que se predispôs a trazer algo de outro país sem saber o que carregava e que, quando mencionou o nome de Michelle Bolsonaro, o fez de forma genérica. Ao Estadão, em entrevista em 3 de março, quando o escândalo foi revelado, o ex-ministro reafirmou que o kit que entrou no País era um presente para Bolsonaro e que o segundo, que ficou retido, seria para Michelle Bolsonaro.

No dia 7 de março, o Estadão revelou que o presidente Jair Bolsonaro recebeu pessoalmente o segundo pacote de joias da Arábia Saudita. No estojo estavam relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rose gold, todos da marca suíça Chopard. Os bens foram inseridos como itens do acervo pessoal de Bolsonaro, em afronta ao que determina o Tribunal de Contas da União (TCU). Desde 2016, o entendimento do TCU é que os ex-presidentes só podem ficar com lembranças de "caráter personalíssimo" como roupas e perfumes.

O Estadão teve acesso a documentos oficiais que comprovam que o pacote foi entregue no Palácio da Alvorada, residência oficial dos presidentes da República. O recibo indicando que Bolsonaro recebeu as joias de diamantes foi assinado pelo funcionário Rodrigo Carlos do Santos às 15 horas e 50 minutos do dia 29 de novembro de 2022. O papel da Documentação Histórica do Palácio do Planalto traz um item no qual questiona se o item foi visualizado por Bolsonaro. A resposta: "sim".

Foi o próprio ex-ministro de Bolsonaro quem revelou que as joias eram para o ex-presidente. Em entrevista ao Estadão, Bento Albuquerque contou detalhes. Disse que ele e sua comitiva estavam deixando a Arábia Saudita, onde participaram de um evento representando Bolsonaro, quando um representante do regime os encontrou no hotel e entregou dois pacotes. Segundo ele, o conjunto de brilhantes avaliado em R$ 16,5 milhões era um presente para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. O outro pacote era para o presidente. "Isso era um presente. Como era uma joia, a joia não era para o presidente Bolsonaro, né... deveria ser para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. E o relógio e essas coisas, que nós vimos depois, deveria ser para o presidente, como dois embrulhos", disse ao jornal.

Ao desembarcar em São Paulo, a comitiva pegou um voo para Brasília e trouxe o segundo estojo, sem passar pela alfândega, como o próprio ex-ministro admitiu na entrevista ao Estadão. "Quando nós chegamos em Brasília, nós abrimos o outro pacote, que tinha relógio... era uma caixa de relógio... não sei se... tinham mais algumas coisas, e era um presente. Então, o que nós fizemos? Nós pegamos, fizemos um documento, encaminhamos para a Receita Federal ou para o Serviço de Patrimônio da União... não sei, quem fez isso foi o gabinete (do MME). E foi isso", afirmou.

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